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Fichamento: Economia modo de usar - Ha Joon Chang

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CHANG, Ha-Joo. Economia: modo de usar: Um guia básico dos 
principais conceitos econômicos. São Paulo, Portfolio-Penguin, 2014, p. 
19-39 
 
Capítulo 1: A vida, o universo e tudo mais. O que é a economia? 
 
No primeiro capítulo de “Economia: modo de usar” Ha Joon Chang apresenta a 
discussão sobre qual a definição dos estudos econômicos. Para ele o estudo econômico 
não deveria ser definido pela metodologia ou abordagem teórica utilizada mas pelo objeto 
de estudo da ciência econômica: a economia Para defender sua tese o autor inicialmente 
apresenta suas críticas sobre a definição utilizada atualmente pela escola neoclássica e 
constrói ao longo do texto a concepção do que é a economia, que é o objeto de sua 
definição acerca do estudo econômico. 
Primeiramente, o autor apresenta a definição convencional neoclássica sobre a 
economia: “A ciência que estuda o comportamento humano como uma relação entre fins e 
meios escassos que têm usos alternativos” (ROBINS, 1932) de acordo com Chang, esta 
definição possibilita a tendência de aplicar a abordagem econômica além dos fenômenos 
econômicos mas a todas as coisas, o chamado imperialismo econômico, que como o autor 
exemplifica, pode ser observado em diversos títulos sensacionalistas que proclamam a 
ciência econômica como a ciência de tudo e não só da economia. 
 logo após, partindo do pressuposto que economia trata-se do dinheiro, Chang 
inicia sua visão sobre o que é economia, uma vez que para ele este é o objeto de estudo da 
ciência econômica, falando sobre suas diversas áreas e como elas são interligadas. 
Primeiramente ele diferencia o dinheiro físico da ideia que o dinheiro representa na 
economia, que segundo ele é símbolo daquilo que outras pessoas devem a você, ou 
daquilo que você reivindica como seu direito a determinadas quantidades dos recursos da 
sociedade. Ele também diferencia a economia financeira da economia geral, que de maneira 
equivocada é confundida pelo público leigo.. 
Chang segue falando sobre a relação entre dinheiro, trabalho e economia, por meio 
de exemplos que relatam a escassez de oferta, produtividade, e concorrência. Ele 
demonstra como ao nível individual, o trabalho está interligado a qualificação, inovação 
tecnológica e comércio internacional. Já de maneira mais ampla, o autor afirma e exemplifica 
como decisões políticas ao modificarem as características do mercado de trabalho e sua 
abrangência, afetam os salários e as condições de trabalho da população. 
Chang prossegue discorrendo acerca das transferências e como estas podem 
ocorrer de diversas maneiras, seja sobre a forma de dinheiro vivo ou por fornecimento de 
bens ou serviços. Essas transferências podem ocorrer dentro de um círculo social 
pequeno, como o sustento dos pais aos filhos, o cuidado de familiares idosos, presentes 
entre a comunidade local e etc., também podem ocorrer entre estranhos por meio de 
transferência voluntária: as doações. Além dessas, o autor apresenta a existência das 
transferências realizadas pelo governo, que por meio de impostos arrecadados de algumas 
pessoas, subsidiam outras. 
Chang também aponta os diferentes esquemas de transferências governamentais 
que ocorrem em países com situações econômicas diferentes, e enfatiza que os esquemas 
de transferências mais abrangentes dos países mais ricos, os estados de bem-estar social 
estão fundamentados em tributação progressiva e em benefícios sociais. O autor entende 
todas essas transferências como mais uma das áreas da economia - a economia pública. 
Seguindo o fluxo do dinheiro, e da economia, Chang apresenta os bens e os 
serviços, e os divide entre aqueles que satisfazem nossas necessidades básicas como 
alimentos, roupas, energia, habitação e os que satisfazem nossas necessidades mentais. 
A área que estuda maneira as pessoas alocam dinheiro entre diferentes tipos de bens e 
serviços, como escolhem entre variedades concorrentes do mesmo produto, como são 
manipuladas e/ou informadas pela publicidade, como as empresas gastam dinheiro para 
construir sua “imagem da marca” e assim por diante é chamada economia do consumo e 
por tanto também é objeto de estudo das ciências econômicas. 
A última área abordada por Chang é a produção, área que segundo ele tem sido 
bastante negligenciada desde que a escola neoclássica passou a dominar. Ele critica a 
forma simplista e generalizada que os livros didáticos atuais abordam a produção e afirma 
que esta consiste não só da combinação entre trabalho e capital mas também de fatores 
práticos como a logística, sindicatos, pesquisa tecnológica, etc. Que ao público comum 
não parecem estar associado ao estudo econômico, embora estejam. 
Chang salienta que, mesmo que muitos economistas preferiram transferir para 
profissionais de outras áreas o estudo sobre a produção, ela é a base de qualquer 
economia e destaca como mudanças na esfera da produção foram responsáveis por uma 
série de mudanças sociais que constituem o mundo moderno. Portanto, o autor atenta para 
a necessidade de não só os economistas mas também o público leigo dar mais atenção a 
produção. 
A partir dessas constatações o autor retoma sua própria definição dos estudos 
econômicos, pois para ele “os estudos econômicos não devem ser definidos em termos da 
sua metodologia, nem da sua abordagem teórica, mas de seu objeto de estudo, como 
acontece com todas as outras disciplinas”. 
Numa comparação final, o autor ressalta como os livros que se baseiam na 
definição metodológica tendem a assumir somente uma escola de estudo econômico como 
correta, enquanto ao definir o estudo econômico por seu objeto, pode-se analisar diversas 
maneiras de praticar economia, observando seus pontos cegos, fraquezas e forças. Por 
fim, Chang conclui que o que se espera do estudo econômico é que se explique da melhor 
forma seus próprios fenômenos e não a busca por uma teoria que se prove ser a explicação 
de "tudo". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 2: Do alfinete à senha numérica. O capitalismo em 1776 e em 2014. 
 
O segundo capítuloapresenta uma comparação entre o capitalismo desde a 
publicação de A Riqueza das Nações de Adam Smith até 2014. Ele explica como o 
capitalismo mudou desde a agricultura subsidiária para as corporações multinacionais. 
o autor começa sua comparação com um breve resumo sobre os pontos chaves do 
conceito de “divisão do trabalho” da obra de Smith e sua relação com a produtividade, 
seguido pela evolução tecnológica que ocorreu desde a publicação da obra até o dias de 
hoje e possibilitou um aumento exponencial na produtividade. 
Logo em seguinte o autor descreve o funcionamento da economia capitalista e 
discorre sobre as semelhanças e diferenças entre a economia inglesa vivida por Smith e a 
economia nos tempos atuais. A economia capitalista afirma Chang, é uma economia em 
que a produção é organizada visando o lucro, ou seja, o resultado da diferença entre a 
receita e o custo de todos os insumos, e não o consumo próprio, ou obrigações políticas. 
A economia capitalista é organizada pelos capitalistas, que são aqueles que 
possuem os meios de produção, como terra, máquinas e etc, seja de modo direto, ou 
indireto, por meio das ações das empresas. Os donos dos meios de produção contratam 
pessoas para operar esses meios, são os chamados trabalhadores assalariados, e obtém 
lucro produzindo bens e os vendendo no mercado . o autor pontua que Smith acreditava 
que a concorrência de vendedores no mercado beneficiaria a todos. 
Segundo o autor, as semelhanças entre o capitalismo vivido por Smith e o atual , 
são somente no aspecto básico, uma vez que a forma que a busca do lucro,a propriedade 
privada dos meios de produção, e as trocas de mercado, ocorrem atualmente são muito 
diferentes da época de Smith 
 Chang começa então a explorar essas diferenças, ele inicia sua análise pelos 
próprios capitalistas, o texto ressalta que enquanto na época de Smith as fábricas eram 
coordenadas apenas por um capitalista que administrava pessoalmente a produção, nos 
dias de hoje corporações administram as empresas. Antes as empresas eram em geral 
pequenas, de responsabilidade ilimitada, estrutura de comando simples, com poucos 
trabalhadores, mas agora elas deram lugar a multinacionais gigantescas com milhares de 
colaboradores dentro de uma estrutura de comando complexa e burocrática. 
 
Além dos capitalistas, os trabalhadores tambem mudaram, o texto segue 
descrevendo as condições de trabalho na época de Smith, onde grande parte vivia da 
agricultura e muitos dos que trabalhavam para os capitalistas não eram assalariados, 
podia-se encontrar crianças trabalhando e a escravidão era legalizada, até o trabalhador 
assalariado muitas vezes era explorado com cargas e horas pesadas de trabalho, algo que 
não se assemelha com a economia britânica atual, que proíbe trabalho infantil, assim como 
a escravidão e possui a maior parte de seus trabalhadores como assalafiados que 
trabalham para capitalistas. 
O livro também traz uma comparação entre o mercado na época de Smith e o 
mercado atual, Na época de Smith os mercados eram locais e no máximo nacionais, eram 
alimentados por pequenas empresa que no geral não possuíam muito poder sobre o 
mercado, a chamada concorrência perfeita, 
Nos mercados atuais, as grandes empresas possuem o chamado poder de mercado, 
e podem dominar e manipular o mercado seja porque são o único fornecedor ou um dos 
poucos fornecedores, possuem poder para influenciar onde, quem recebe o lucro e quem 
consome que é produzido. 
Chang também compara o sistema financeira nos tempos de Smith e atual, 
enquanto no século 18 as notas eram emitidas por pessoas, e tinham um valores únicos ou 
fixos associados a metais preciosos, hoje possuímos notas produzidas pelo banco central. 
O livro ressalta também a diferença no desenvolvimento de serviços bancários, do 
mercado de ações , títulos do governo e títulos corporativos. 
 Todas essas comparações são usadas por Chang para demonstrar como o sistema 
capitalista atual é fortemente diferente em relação a época de Adam Smith. Embora o autor 
do livro assuma que alguns princípios de Adam continuam válidos, ele conclui que por 
melhor que uma teoria econômica seja, ela é específica de seu espaço-tempo. Logo , 
segundo ele, para uma boa análise econômica, é preciso um bom conhecimento das forças 
tecnológicas, institucionais que caracterizam os mercados, setores e países a serem 
analisados.

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