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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS. JOÃO, já qualificado nos autos, vem por meio de seu advogado que este subscreve nos autos da ação de despejo em trâmite na 2ª Vara Cível da Comarca de Juiz de Fora/MG, processo nº... ; Qual lhe move Pedro, já qualificado nos autos, apresenta-se respeitosamente á Vossa Excelência, não se conformando com a respeitável decisão nas folhas nº... com fulcro no artigo 1015 do Código de Processo Civil, interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO c/ TUTELA ANTECIPADA, pelas razões anexas; Requer seja recebido o presente recurso no seu regular efeito devolutivo com a concessão do efeito SUSPENSIVO (art.1019 CPC) por se tratar de dano de difícil reparação. AGRAVO DE INSTRUMENTO Pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: I – Do Preparo A Agravante acosta o comprovante de recolhimento do preparo, cuja guia correspondente ao valor de R$ 2000 (dois mil reais), atende à tabela de custas deste Tribunal. II – Da Tempestividade O presente recurso é tempestivo, cuja interposição deve ocorrer dentro dos próximos quinze dias úteis Art. 1.003, § 5º, do Código do Processo Civil, já que se constam da data da juntada aos autos do mandado de intimação 26/11/2018 Art. 231, inciso II, do Código do Processo Civil. III – Do Nome e endereço dos advogados Advogado do Agravante: Tiago Huber Martins, inscrito na OAB/RS sob o nº ___, CPF 97064599015, com escritório profissional estabelecido à Rua Julio de Castilhos, nº110, Centro, Juiz de Fora; MG, endereço de E-mail: tiago.hmartins@hotmail.com Advogado do Agravado: Advogado, inscrito na OAB/RS sob o nº ____, CPF ____, com escritório profissional estabelecido à Rua, nº, bairro, Cidade/UF, endereço de E- mail: mmm@m.com.br IV – Da Juntada das peças obrigatórias e facultativas A Agravante junta às cópias da: a) Petição inicial; b) Contestação; c) Petição que ensejou a decisão agravada; d) A decisão agravada; e) Certidão da respectiva intimação; f) Documento oficial que comprove a tempestividade; g) E as procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado. h) Copia do contrato de locação. i) Termos em que, pede o deferimento. Juiz de Fora/MG, 26 de Novembro de 2018. ____________________________ Tiago Huber Martins OAB/RS nº ____. _____________________________ Sonia Chagas OAB/RS nº ____. EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS Processo:._______ Origem: 2ª Vara Cível da Comarca de Juiz de Fora/MG Agravante: João Agravado: Pedro EMÉRITOS JULGADORES RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO I – DOS FATOS O agravante e o agravado firmaram contrato de locação, porém após regular cumprimento da avença, o locatário passou a enfrentar dificuldades financeiras. O agravado, depois de quatro meses sem receber o que lhe era devido, ajuizou ação de despejo cumulada com cobrança de aluguéis perante a 2ª Vara Cível da Comarca de Juiz de Fora/MG, requerendo, ainda, antecipação de tutela para que o réu /locatário fosse despejado liminarmente, uma vez que desejava alugar o mesmo imóvel para Francisco. O magistrado recebe a petição inicial, regularmente instruída distribuída, e defere a medida liminar pleiteada, concedendo o prazo de 72 ( setenta e duas) horas para João desocupar o imóvel , sob pena de multa diária de R$ 2.000, 00 ( dois mil reais). No entanto não merece prosperar aprovada, pois foi concedida a liminar de despejo sem a observância do disposto no art. 62, II, alíneas de "a” a “d” da LEI 8245/91. DO DIREITO Não restam dúvidas, de que ao agravante deveria ter sido oportunizada a possibilidade de manutenção do contrato de locação, mediante concessão do prazo e 15 dias para o pagamento do débito existente, no entanto, o Magistrado, concedeu, de plano a liminar para desocupação do imóvel, violando, assim, direito do locatário. Ademais, pelo art. 5º da CF/88, prevê que a propriedade deve ter sua função social, assim como os contratos, sendo certo que o imóvel, ora em questão é destinado a moradia do agravante que não pode, sem possibilidade de defesa, ter seu direito suprimido, sob pena de violação da dignidade da pessoa humana conforme jurisprudência já pacificada neste sentido: AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 993.681 - PR (2016/0260794-9) RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI AGRAVANTE : NADIR ALMEIDA ADVOGADOS : LEANDRO ISAIAS CAMPI DE ALMEIDA - PR028889 EDUARDO VECCHIA FERNANDEZ - PR057925 AGRAVADO : ROGERIO LUIZ POLLES ADVOGADO : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS - SE000000M PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE DESPEJO C/C COBRANÇA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. INADMISSIBILIDADE. 1. Ausentes os vícios do art. 535 do CPC/73, rejeitam-se os embargos de declaração. 2. O reexame de fatos e provas em recurso especial é inadmissível. 3. Agravo conhecido. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, improvido. DECISÃO Cuida-se de agravo em recurso especial interposto por NADIR ALMEIDA, contra decisão que negou seguimento a recurso especial fundamentado na alínea a do permissivo constitucional. Agravo em Recurso Especial interposto em: 16/05/2016. Concluso ao gabinete em: 28/09/2016. Ação: cobrança c/c despejo, ajuizada pela agravante, em face de ROGERIO LUIZ POLLES, na qual requer a desocupação do imóvel alugado e o pagamento dos alugueis atrasados. Decisão interlocutória: indeferiu o pedido de assistência judiciária gratuita, formulado pela agravante. Acórdão: negou provimento ao agravo de instrumento interposto pela agravante. Embargos de declaração: interpostos pela agravante, foram rejeitados. Recurso especial: alega violação dos arts. 535, do CPC/73; 2º, parágrafo único, e 4º, ambos da Lei 1.060/50. Além da negativa de prestação jurisdicional, sustenta a concessão do benefício da justiça gratuita à agravante, tendo em vista que situação econômica dessa, não lhe permite arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento. Relatado o processo, decide-se. - Julgamento: aplicação do CPC/73 - Da violação do art. 535 do CPC/73 No acórdão recorrido não há omissão, contradição ou obscuridade. Dessa maneira, o art. 535 do CPC/73 não foi violado. - Do reexame de fatos e provas Alterar o decidido no acórdão impugnado, no que se refere à conclusão de ausência de hipossuficiência da parte agravante, exige o reexame de fatos e provas, o que é vedado em recurso especial pela Súmula 7/STJ. Forte nessas razões, CONHEÇO do agravo para CONHECER PARCIALMENTE do recurso especial e, nessa parte, NEGAR-LHE PROVIMENTO, com fundamento no art. 253, parágrafo único, II, b, do RISTJ. Publique-se. Intimem-se. Brasília (DF), 13 de dezembro de 2016. MINISTRA NANCY ANDRIGHI Relatora O nobre magistrado “a quo” deferiu liminarmente a tutela pretendia em ação de despejo, impondo ao locatário que o mesmo desocupe o imóvel em 72(setenta e duas) horas sob pena de multa diária no valor de R$2.000,00 (dois mil reais). É evidente a necessidade da reforma da decisão agravada, uma vez que o paragrafo primeiro do artigo 59 da lei do Inquilinato determina que a concessão de liminar, será dado prazo de 15 dias para desocupação mesmo. Com o devido respeito ao julgador, em sua r. decisão de fls ___, não merece prevalecer, em razão do contrato de locação prever garantia para o caso de não pagamento do aluguel, bem como também pelo fato do autor não ter oferecido caução correspondente a três meses de aluguel, como estabelece o referido artigo da lei do inquilinato.(Lei 8.245/1991 outubro). O parágrafo primeiro do art. 59 coloca como condição para o pedido de liminar, uma caução por parte do locador de três vezes o valor do aluguel. O objetivo é para que em caso de decisão desfavorável ao locador, possa o locatário receber uma compensação pelo despejo injusto. Esta caução fica depositada em juízo até a decisão final sobre a lide. Caso o locatário ache que o dano sofrido é maior que o valor recebido, poderá em ação autônoma perseguir o que entenda correto. Porém, quantoa esta exigência, nossa jurisprudência tem entendido que este requisito pode ser suprido pela oferta do próprio imóvel locado como garantidor do pedido liminar, mas, desde que esteja, devidamente matriculado em nome do LOCADOR.(3) Desta forma, em todas essas hipóteses acima analisadas, estando ou não, o contrato de locação garantido por uma das modalidades do art. 37, caberá o pedido de liminar na ação de despejo. É válido mencionar que além destas possibilidades de pedidos de despejo de forma liminar, a lei também permite e a jurisprudência é farta, em "sugerir" a aplicação do pedido de tutela antecipada do art. 273 do Código de Processo Civil nas ações de despejo, quando os requisitos de admissibilidade do mesmo estejam latentes, quais sejam, o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação. II- DO EFEITO SUSPENSIVO De acordo com o art. 100, I do CPC, poderá ser concedido o efeito suspensivo ao recurso de agravo. No presente caso, resta evidenciado que a manutenção da concessão do e feito suspensivo, considerando que a manutenção da decisão agravada causará prejuízo ao agravante, pois tem contra si uma decisão que determina a desocupação do imóvel que serve como sua residência. É certo que a desocupação do imóvel acarretará despesas com mudança e locação de outro imóvel, causando prejuízo ao agravante, que ao final demonstrará o direito de manter- se no imóvel locado e a continuidade do contrato de locação. III - DOS PEDIDOS Diante do exposto requer aos nobres julgadores que seja conhecido e provido o presente recuso concedido o efeito suspensivo, para ao final reforma a decisão interlocutória concedendo ao agravante o prazo legal para o pagamento do valor devido. Termos em que, pede deferimento. Juiz de Fora/MG, 26 de Novembro de 2018. Tiago Huber Martins OAB/UF nº ___ Sonia Chagas OAB/UF nº ____
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