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Direito Tributário - Resumo 1 
 TRIBUTO  
 
Prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela possa se exprimir, que não 
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente 
vinculada (CTN, art. 3º). 
É uma obrigação ex lege, em moeda, e que tem por sujeito ativo (credor), normalmente, uma pessoa 
política e por sujeito passivo (devedor) qualquer pessoa (apontada na lei da entidade tributante). A 
obrigação é compulsória, obrigatória, porque decorre diretamente da lei. A vontade do contribuinte é 
irrelevante. 
Atividade administrativa vinculada: é aquela em cujo desempenho a autoridade não goza de liberdade 
para apreciar a conveniência nem a oportunidade de agir. A vinculação da atividade de cobrança do 
tributo decorre do fato de ser ele instituído por lei e configurar-se como uma prestação compulsória. Por 
óbvio a autoridade tributária não pode analisar se é conveniente, se é oportuno cobrar o tributo. A 
cobrança é feita de maneira vinculada, sem concessão de nenhuma margem de discricionariedade ao 
administrador. 
 
O tributo SÓ pode ser pago em dinheiro corrente. Com a expressão “ou cujo valor nela se possa 
exprimir”, quer a lei dizer que, em circunstâncias extraordinárias, previstas em lei, é possível que o Fisco 
aceite a satisfação da obrigação tributária com a entrega de bens, cujo valor possa ser convertido em 
moeda. 
O tributo não é multa. Ao contrário desta, tem por pressuposto a prática de um fato lícito qualquer, 
que revela capacidade econômica ou capacidade contributiva.O tributo tem finalidade 
ARRECADATÓRIA, ao passo que a multa tem finalidade preventiva e sancionatória. O Estado tributa para 
atingir seus fins, e a multa visa desestimular os infratores. A lei não pode colocar, na hipótese de incidência 
tributária, a descrição de um fato em si mesmo ilícito, sob pena de o tributo converter-se em sanção, o 
que é vedado por nosso Direito positivo (art. 3.º do CTN). Essa regra pode ser observada em relação ao 
Imposto de Renda, cuja hipótese de incidência é obter rendimento. Não importa se os rendimentos são de 
atividade lícita ou não. Por isso, os bicheiros devem pagar Imposto de Renda. Princípio do “non olet” (não 
cheira). 
 
A tributação no Brasil só pode ser desenvolvida pelo Estado: 
 
• União; 
• Estados-Membros; 
• Municípios; 
• DF (após a CF/88, virou pessoa política. Antes era autarquia administrativa da União). 
 
 A criação dos tributos depende de lei, logo, só quem legisla pode tributar e só quem pode legislar 
são as pessoas políticas. 
 
A Constituição Federal, no seu artigo 145, dispõe que a União, os Estados e o Distrito Federal 
poderão instituir impostos, taxas e contribuições de melhoria. Da mesma forma, o Código Tributário 
Direito Tributário - Resumo 2 
Nacional – CTN prescreve, no seu art. 5º, que os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. 
O Supremo Tribunal Federal tem adotado a teoria da “PENTAPARTIÇÃO” (Impostos, Taxas, 
Contribuições de melhoria, Empréstimos compulsórios, e Contribuições Especiais). Extremamente 
importante deixar claro que mesmo os adeptos da teoria da tripartição dos tributos, entendem que as 
contribuições especiais e os empréstimos compulsórios são tributos, enquadrando-se como taxa ou imposto, 
dependendo da análise do seu fato gerador. 
 
• Tributos previstos no CTN e CF: Impostos, Taxas, Contribuições de Melhoria 
 
• Tributos previstos na SRF: CTN + Empréstimo Compulsório e Contribuições Especiais 
 
O artigo 154, I autoriza que a União Federal institua, mediante lei complementar, novos impostos, desde 
que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados 
na CF. Assim, podemos dizer que a União possui duas espécies de COMPETÊNCIA RESIDUAL: a) para 
instituir novos impostos; e b) para instituir novas contribuições sociais de financiamento da seguridade 
social. Em ambos os casos, são necessários a instituição via lei complementar, a obediência à técnica da 
não-cumulatividade e a inovação quanto às bases de cálculo e fatos geradores. 
 
A necessidade de utilização de lei complementar só é aplicável para a criação de novas 
contribuições (não previstas expressamente na CF/88). Para a criação daquelas cujas fontes já constam 
da Constituição, vale a regra geral: a utilização da lei ordinária. Para que não haja confusões, devemos 
sempre ter em mente que, nos impostos, apesar de, como foi ressaltado no trecho transcrito, ser necessária 
uma lei complementar definindo seus fatos geradores, bases de cálculos e contribuintes (papel cumprido, 
na maioria dos casos pelo próprio CTN), a instituição, via de regra, dá-se pela via normativa da lei 
ordinária. 
 
 
 
NATUREZA JURÍDICA DO TRIBUTO 
 
 
A Natureza Jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, 
sendo irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais características formais adotadas pela lei, bem 
como a destinação legal do produto da sua arrecadação. A análise do fato gerador do tributo é feita sob a 
ótica da classificação dos tributos como VINCULADOS ou NÃO-VINCULADOS 
 
Para classificarmos um tributo qualquer quanto ao fato gerador (hipótese de incidência), devemos 
nos perguntar se o Estado tem de realizar, para validar a cobrança, alguma atividade específica 
relativa ao sujeito passivo (devedor). Se a resposta for negativa, trata-se de um TRIBUTO NÃO-
VINCULADO; se for positiva, o TRIBUTO É VINCULADO (pois sua cobrança se vincula a uma atividade 
Estatal especificamente voltada ao contribuinte). 
 
Todos os impostos são não-vinculados 
Taxas e Contribuições de Melhoria são tributos vinculados 
Direito Tributário - Resumo 3 
 
O CTN, no seu artigo 16, define imposto como sendo o tributo cuja obrigação tem por fato gerador 
uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Ora, pelo 
exposto, essa seria uma definição precisa de tributo não-vinculado. Portanto, o imposto é o tributo não-
vinculado por excelência. O art. 145, II , da CF deixa claro que para a cobrança de uma taxa o Estado 
precisa exercer o poder de polícia ou disponibilizar ao contribuinte um serviço público específico e 
divisível. Da mesma forma, a cobrança de contribuição de melhoria depende de uma anterior atividade 
Estatal. É necessário que o ente federativo (União, Estado, DF ou Município) realize uma obra pública da 
qual decorra valorização imobiliária. 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS 
 
 
• IMPOSTOS 
 
Os impostos são, por definição, tributos não-vinculados que incidem sobre manifestações de riqueza 
do sujeito passivo (devedor). Os impostos não incorporam, no seu conceito, a destinação de sua arrecadação 
a esta ou aquela atividade estatal. Aliás, como regra, a vinculação de sua receita a órgão, fundo ou despesa 
é proibida diretamente pela Constituição Federal (ar. 167, IV – em que também constam as exceções). 
Portanto, além de serem tributos não-vinculados, os impostos são tributos de arrecadação não-vinculada. 
Sua receita presta-se ao financiamento das atividades gerais do Estado remunerando os serviços universais 
(uti universi) que, por não gozarem de referibilidade (especificidade e divisibilidade), não podem ser 
custeados por intermédio de taxas. 
 
A competência para instituir Imposto é atribuída pela Constituição Federal de maneira enumerada 
e privativa a cada ente federativo. Assim, a União pode instituir os sete impostos previstos no art. 153 (II, 
IE, IR,IPI, IOF, ITR e IGF); os Estados e o DF, os três previstos no art. 155 (ITCD, ICMS e IPVA); e os 
Municípios e o DF, os três previstos no ar. 156 (IPTU, ITBI e ISS). Em princípio, essas listas são exaustivas 
(numerus clausus); entretanto, a União Federal pode instituir, mediante lei complementar, novos impostos, 
desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base decálculo próprios dos discriminados 
na CF (art. 154, I). É a chamada COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA RESIDUAL, que também existe para 
a criação de novas fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social (art. 195, 
§4º). Em ambos os casos, a instituição depende de Lei Complementar, o que impossibilita a utilização de 
medidas provisórias (CF, art. 62, §1º, III). 
 
 
• TAXAS 
 
Segundo a Constituição Federal, a União, os Estados, o DF e os Municípios poderão instituir taxas, em 
razão do exercício do poder polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos 
e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição (CF, art. 145, II – na mesma linha de 
raciocínio, conferir o art. 77 do CTN). 
Direito Tributário - Resumo 4 
 
O ente competente para instituir e cobrar a taxa é aquele que presta o respectivo serviço ou que 
exerce o respectivo poder de polícia. Como os Estados têm competência material residual, podendo prestar 
os serviços públicos não atribuídos expressamente à União Federal nem aos Municípios (CF, art. 25, §1º), 
a conseqüência é que, indiretamente, a Constituição Federal atribuiu a COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
RESIDUAL PARA INSTITUIÇÃO DE TAXAS aos Estados. 
 
Os contornos da definição constitucional deixam claro que as taxas são tributos retributivos ou 
contraprestacionais, uma vez que não podem ser cobradas sem que o Estado preste ao contribuinte, ou 
coloque à sua disposição, um serviço público específico e divisível. 
 
A Constituição Federal proíbe que as taxas tenham BASE DE CÁLCULO própria de impostos (art. 
145, §1º). Já o Código Tributário Nacional dispõe que a taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador 
idênticos aos que correspondam a imposto (art. 77, parágrafo único). 
 
São dois os “fatos do Estado” que podem ensejar a cobrança de taxas: 
 
a) o exercício regular do poder de polícia, que legitima a cobrança da TAXA DE POLÍCIA. 
b) a utilização, efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte 
ou postos a sua disposição, que possibilita a cobrança de TAXA DE SERVIÇO. 
 
. TAXA DE POLÍCIA 
 
As taxas de polícia têm por fato gerador o exercício regular do poder de polícia (atividade 
administrativa), cuja FUNDAMENTAÇÃO é o princípio da supremacia do interesse público sobre o 
interesse privado, que permeia todo o direito público. Assim, o bem-comum, o interesse público, o bem-
estar geral pode justificar a restrição ou o condicionamento do exercício de direitos individuais. 
 
O CTN, no seu art. 78, conceitua PODER DE POLÍCIA como a atividade da administração pública que, 
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, 
em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da 
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização 
do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou 
coletivos. Para que seja possível a cobrança de taxas, o exercício do poder de polícia precisa ser regular, 
ou seja, desempenhado em consonância com a lei, com obediência ao princípio do devido processo legal 
e sem abuso ou desvio de poder (CTN, art. 78, parágrafo único). 
 
. TAXA DE SERVIÇO 
 
A criação das taxas de serviço só é possível mediante a disponibilização de serviços públicos que 
se caracterizem pela DIVISIBILIDADE e ESPECIFICIDADE. Segundo o Código Tributário Nacional, os 
serviços são específicos quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade 
ou de necessidade públicas; são divisíveis quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de 
cada um dos seus usuários (Art. 79, incisos I e II). Assim, tanto é ilegítima a criação de uma “taxa de 
Direito Tributário - Resumo 5 
serviços gerais” - por faltar especificidade -, como a instituição de uma taxa de iluminação pública – por 
faltar divisibilidade. 
 
Após a Emenda Constitucional nº 39/2002, passou a ser possível aos Municípios e ao DF instituir 
contribuição de iluminação pública (CF, art. 149-A), o que não muda o posicionamento aqui esposado. A 
instituição de taxa de iluminação pública continua sendo ilegítima.(Divisibilidade) 
 
A cobrança de taxa de serviço, conforme já visto, pode ser feita em face da disponibilização ao 
contribuinte de um serviço público específico e divisível. Quando esse serviço é de utilização compulsória 
e é posto à disposição do contribuinte mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento, a taxa 
pode ser cobrada mesmo sem a utilização efetiva do serviço pelo sujeito passivo. É o que a lei denomina 
de utilização potencial (CTN, art. 79, I, b). 
 
 
• CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA 
 
A Constituição Federal de 1988, ao prever a possibilidade de a União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios instituírem CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA, apenas declarou que elas decorrem de 
obras públicas (art. 145, III). Tais contribuições são tributos vinculados, uma vez que sua cobrança 
depende de uma específica atuação estatal, qual seja, a realização de uma obra pública que tenha como 
conseqüência um incremento de valor imobiliário. Assim, não é todo benefício proporcionado pela obra ao 
particular que legitima a cobrança da contribuição. A VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA É 
FUNDAMENTAL. 
 
Como a contribuição é decorrente de obra pública e não para a realização de obra pública, não é legítima 
sua cobrança com o intuito de obter recursos a serem utilizados em obras futuras, de forma que a valorização 
só pode ser aferida após a conclusão da obra. EXCEPCIONALMENTE, porém, o tributo poderá ser 
cobrado em face de realização de parte da obra, desde que a parcela realizada tenha inequivocamente 
resultado em valorização dos imóveis localizados na área de influência. O fato gerador da contribuição 
de melhoria não é a realização da obra, mas sim sua conseqüência, a valorização imobiliária. 
 
Assim, a contribuição de melhoria tem CARÁTER CONTRAPRESTACIONAL. Serve para ressarcir 
o Estado dos valores (ou parte deles) gastos com a realização da obra. É justamente por isso que existe um 
limite total para a cobrança do tributo. O Estado não pode cobrar a título de contribuição de melhoria mais 
do que gastou com a obra, pois se assim fizesse, o problema apenas mudaria de lado, uma vez que geraria 
enriquecimento sem causa do próprio Estado. 
 
 
• EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS 
 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua 
iminência; 
Direito Tributário - Resumo 6 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o 
disposto no art. 150, III, "b". 
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à 
despesa que fundamentou sua instituição. 
 
Os empréstimos compulsórios caracterizam-se por serem tributos RESTITUÍVEIS. São empréstimos 
forçados, coativos. A obrigação de pagá-los não nasce de um contrato, de uma manifestação livre das partes, 
mas sim de determinação legal. Verificada a ocorrência do fato gerador, surge a obrigação de “emprestar” 
dinheiro ao Estado. 
 
A competência para a criação de empréstimos compulsórios é EXCLUSIVA da União Federal. Esta é 
uma regra sem exceções. Por mais urgente, grave, relevante que seja a situação concreta, não é possível a 
instituição da exação por parte dos Estados, dos Municípios ou do Distrito Federal. 
 
A instituição de empréstimos compulsórios só é possível mediante lei complementar. Nos casos de 
guerra externa e sua iminência e de calamidade pública, há uma necessidade bem maior de celeridade, de 
rapidez na instituição e cobrança do tributo.Justamente por isso, nesses casos a exação pode ser criada e 
cobrada de imediato sem necessidade de obediência aos princípios da anterioridade e da noventena. 
 
Nos termos do parágrafo único do art. 148, da CF, a aplicação dos recursos provenientes de empréstimo 
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. O parágrafo único do art. 15, do 
Código Tributário Nacional, exige que a lei instituidora do empréstimo compulsório fixe o prazo e as 
condições de resgate. Assim, a tributação não será legítima sem previsão de restituição. 
 
 
• CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS 
 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio 
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação 
nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no 
art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
 
Percebe-se que o legislador constituinte previu a possibilidade de a União instituir três espécies de 
contribuições, quais sejam: 
 
a) as contribuições sociais; 
b) as contribuições de intervenção no domínio econômico; e 
c) as contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas, a que parte da doutrina 
denomina contribuições corporativas. 
 
A competência para a criação das contribuições do art. 149 é destinada EXCLUSIVAMENTE à União. 
Entretanto, o §1º do mesmo artigo traz uma exceção, nos seguintes termos: 
 
Direito Tributário - Resumo 7 
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus 
servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja 
alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. 
 
. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS 
 
Tais contribuições podem ser classificadas como: 
 
a) contribuições de seguridade social (quando destinadas a custear os serviços relacionados à saúde, 
à previdência e à assistência social – vide CF, art.194); 
b) outras contribuições sociais (as residuais previstas na CF, art. 195, § 4º) ou 
c) contribuições sociais gerais (quando destinadas a algum outro tipo de atuação da União na área 
Social). 
 
As contribuições para o financiamento da Seguridade Social possuem algumas peculiaridades 
que as distanciam das demais contribuições sociais. Afora o fato de financiar atividades sociais diferentes, 
no tocante ao regime jurídico a que estão submetidas, a mais importante diferença é o fato de estarem 
submetidos a um prazo de noventa dias para serem cobradas, contados da data em que for publicada a lei 
que as houver instituído ou aumentado. 
 
Contribuições Sociais Gerais aquelas destinadas a outras atuações da União na área social como o 
salário educação (CF, art. 212, §5º) e as contribuições para os Serviços Sociais Autônomos, previstas no 
art. 240 da Constituição Federal. Os chamados Serviços Sociais Autônomos (SESI, SESC, SENAI, etc) são 
pessoas jurídicas de direito privado, não integrantes da administração pública, mas que realizam atividades 
de interesse público e, justamente por isso se legitimam a serem destinatários do produto da arrecadação de 
contribuições, conforme previsão expressa do art. 240 da Constituição Federal. 
 
. CIDE - Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico 
 
A atribuição constitucional de competência para a criação das Contribuições de Intervenção no 
Domínio Econômico – CIDE é EXCLUSIVA da União e seu exercício, por não estar sujeito a reserva de 
lei complementar, pode adotar a via normativa da lei ordinária ou da medida provisória. São tributos 
extrafiscais cuja FINALIDADE precípua não é arrecadar, carrear recursos para os cofres públicos, mas sim 
intervir numa situação social ou econômica. 
 
A intervenção normalmente ocorre pela destinação do produto da arrecadação a uma determinada 
atividade que, justamente por conta desse “reforço orçamentário”, tem-se por incentivada. 
 
. CONTRIBUIÇÕES CORPORATIVAS - Contribuições de Interesse das Categorias Profissionais ou 
Econômicas. 
 
A constituição prevê, no seu artigo 8.º, inciso IV a criação de duas CONTRIBUIÇÕES 
SINDICAIS: 
 
Direito Tributário - Resumo 8 
a) A contribuição fixada pela assembléia geral para o custeio do sistema confederativo do 
respectivo sindicato voluntária, só sendo paga pelos trabalhadores que se sindicalizaram. A ausência de 
compulsoriedade aliada ao fato de a contribuição não ser criada por lei, denotam a ausência de natureza 
tributária da exação. 
b) Contribuição fixada em lei, cobrada de todos os trabalhadores, instituída por lei e compulsória 
para todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma 
profissão liberal, em favor do Sindicato representativo da mesma categoria ou profissão, ou, inexistindo 
este, à Federação correspondente à mesma categoria econômica ou profissional (CLT, arts. 579 e 591). 
 
Em relação às Contribuições Corporativas para o Custeio das Entidades de Fiscalização do 
Exercício de Profissões Regulamentadas, a Constituição Federal declara livre o exercício de qualquer 
trabalho ofício ou profissão, mas prevê a possibilidade de a lei estabelecer as qualificações profissionais 
necessárias para o exercício de tal direito. Trata-se de norma constitucional de eficácia contida ou 
restringível, o que traz como consectário a possibilidade de que a lei, calcada no interesse público, restrinja 
legitimamente a amplitude de tal liberdade. Com fundamento na autorização constitucional, foram criadas 
instituições descentralizadas que fiscalizam o exercício de determinadas profissões e atividades além de 
representarem, coletiva ou individualmente, os interesses dos respectivos profissionais. A lei reputa essas 
atividades como de interesse público o que legitima a possibilidade de o Estado instituir tributos cujo 
produto da arrecadação seja destinado a tais instituições. 
 
Temos aqui uma típica utilização do tributo com finalidade PARAFISCAL, uma vez que estamos 
diante de um caso em que o Estado cria o tributo por lei e atribui o produto de sua arrecadação a uma 
terceira pessoa que realiza atividade de interesse público. 
 
 
 
TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO 
 
• IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (II) 
 
FUNÇÃO: o imposto de importação é importante instrumento de política econômica, atuando na proteção 
a industria brasileira, permitindo-lhe competir, no mercado interno, em condições de igualdade ou de 
vantagem com produtos do exterior, aspecto que sobrepuja sua relevância como fonte de arrecadação para 
o tesouro; predomina portanto, sua função extra-fiscal. 
 
FATO GERADOR: o imposto de importação tem como fato gerador a entrada de produtos estrangeiros no 
território nacional (CTN, art. 19). 
 
ALÍQUOTA: pode ser específica, tendo em vista o modo de medir o produto, ou ad valorem, tendo em 
vista apenas o valor do bem (CTN, art. 20); as alíquotas podem ser alteradas pelo Executivo (153, § 1º, da 
CF, art. 21 do CTN). 
 
BASE DE CÁLCULO: será expressa na unidade de medida adotada pela lei tributária, quando se tratar de 
alíquota específica, o preço normal de venda que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo de 
Direito Tributário - Resumo 9 
importação, em condições de livre concorrência, para entrega no lugar de entrada no País ou o preço de 
arrematação, no caso de produto levado à leilão, por motivo de apreensão ou abandono. 
 
CONTRIBUINTE: é o importador ou quem a ele a lei equiparar (CTN, art. 22, I); em se tratando de 
produtos apreendidos ou abandonados, o contribuinte será o arrematante destes (II). 
 
LANÇAMENTO: é feito por homologação, pois o contribuinte efetua o pagamento do tributo antes de 
qualquer providência da fiscalização. 
 
DRAWBACK: incentivo fiscal que pode ser dado na importação de produtos oumatérias com vistas à sua 
posterior exportação, depois de beneficiamento ou agregação a outros produtos; facilita-se a importação de 
certos itens, para incrementar a exportação de outros, por meio de restituição, suspensão ou isenção de 
tributos. 
 
• IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO (IE) 
 
FUNÇÃO: é instrumento de política econômica, disciplinando os efeitos monetários decorrentes da 
variação de preços no exterior, e atuando na proteção ao mercado brasileiro; tem função 
predominantemente extrafiscal; é de caráter exclusivamente monetário e cambial e tem por finalidade 
disciplinar os efeitos monetários decorrentes da variação de preços no exterior e preservar as receitas de 
exportação. 
 
FATO GERADOR: o imposto sobre a exportação tem como fato gerador a saída de produtos nacionais ou 
nacionalizados do território nacional (CTN, art. 23). 
 
ALÍQUOTAS: pode ser específica ou ad valorem. 
 
BASE DE CÁLCULO: sem se tratando de produto sujeito a alíquota específica, a unidade de medida 
adotada pela lei, e, em se tratando de produto sujeito a alíquota ad valorem, o preço normal que o produto, 
ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência 
(CTN, art. 24). 
 
CONTRIBUINTE: é o exportador ou quem a lei a ele equiparar (CTN, art. 27). 
 
LANÇAMENTO: é feito mediante declaração do exportador, mas pode ser feito de ofício, no caso de o 
fisco não concordar com o valor. 
 
• IMPOSTO SOBRE RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA (IR) 
 
FUNÇÃO: o IR tem, predominantemente, função fiscal, consistindo, hoje em dia, na principal fonte de 
receita tributária da União; como, no entanto, presta-se também como instrumento de redistribuição de 
riquezas, em razão de pessoas e lugares, mediante concessão dos chamados incentivos fiscais à regiões 
geográficas de interesse, desempenha, igualmente, importante função extrafiscal. 
 
Direito Tributário - Resumo 10 
FATO GERADOR: é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda, assim entendido o 
produto do capital, do trabalho, ou da combinação de ambos; e de proventos de qualquer natureza, assim 
entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito de renda (CTN, art. 43). 
 
DIFERENÇA ENTRE DISPONIBILIDADE ECONÔMICA E DISPONIBILIDADE JURÍDICA: por 
disponibilidade econômica entende-se o efetivo recebimento de valores patrimoniais; por disponibilidade 
jurídica, entende-se o crédito a esses valores, sem que tenha ocorrido seu efetivo recebimento. 
 
ALÍQUOTAS: para as pessoas físicas é fixada em 2 percentuais, 15 e 25%; para pessoas jurídicas a alíquota 
é proporcional, de 30%, exceto casos especiais, sendo acrescida de 10% se o lucro for superior a 
determinado valor, e de 10 ou 15% se tratar de instituição financeira. 
 
BASE DE CÁLCULO: é o montante real, arbitrado ou presumido da renda ou dos proventos tributáveis 
(CTN, art. 44). 
 
LUCRO REAL: constitui a base de cálculo do IR das pessoas jurídicas em geral, pode ser entendido como 
o acréscimo real do patrimônio da empresa, em determinado período; é o lucro líquido do exercício ajustado 
pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária. 
 
LUCRO PRESUMIDO: é o montante tributável, determinado pela aplicação de coeficientes legalmente 
definidos, sobre a receita bruta anual, conforme a natureza da atividade; a definição do coeficiente não pode 
ser feita pelo fisco discricionariamente. 
 
LUCRO ARBITRADO: será uma porcentagem da receita bruta, se esta, obviamente, for conhecida; 
compete ao Ministério da Fazenda fixar tal porcentagem, levando em conta a natureza da atividade 
econômica do contribuinte; não sendo conhecida, a autoridade poderá arbitrar o lucro com base no valor 
do ativo, do capital social, do patrimônio líquido, da folha de pagamento dos empregados, das compras, do 
aluguel das instalações ou do lucro líquido auferido pelo contribuinte em períodos anteriores. 
 
CONTRIBUINTE: é o titular da disponibilidade econômica ou jurídica da renda ou de proventos de 
qualquer natureza e o possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos bens tributáveis, 
desde que a lei lhe atribua essa condição. 
 
LANÇAMENTO: se trata de lançamento mediante declaração; se o lançamento foi errado ou incompleto, 
será feito pela Receita Federal, de ofício; quando houver imposto a pagar, sujeito a fiscalização posterior 
do fisco, o lançamento será por homologação. 
 
• IMPOSTOS SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI) 
 
FUNÇÃO: o IPI tem predominantemente função fiscal, mas, como é imposto seletivo, em função da 
essencialidade do produto, conforme previsto no § 3º, IV, do art. 153 da CF, e no art. 48 do CTN, 
desempenha, também, importante função extrafiscal. 
 
Direito Tributário - Resumo 11 
FATO GERADOR: é o desembaraço aduaneiro do produto, quando de procedência estrangeira, a saída 
do produto do estabelecimento do importador, do industrial, do comerciante ou do arrematante ou a 
arrematação, quando o produto insdustrializado apreendido ou abandonado e levado a leilão. 
 
PRODUTO INDUSTRIALIZADO: conforme o CTN, considera-se o produto industrializado, para fins do 
IPI, aquele submetido a qualquer operação que l he modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe 
para consumo; o Decreto 87.981/82 amplia o conceito de industrialização do CTN, incluindo qualquer 
operação, ainda que incompleta, parcial ou intermediária, que modifique a natureza, o funcionamento, a 
utilização, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo. 
 
ALÍQUOTAS: constam da Tabela do Imposto sobre Produto Industrializado (TIPI), em que vêm 
estabelecidas para cada classe se produtos, variando de zero até mais de 300%; a razão pela qual elas são 
muito variadas é o caráter seletivo do imposto, em função das classes de produtos sobre os quais incide. 
 
BASE DE CÁLCULO: no caso de importação, seu preço normal, acrescido do imposto de importação, das 
taxas exigidas pela entrada do produto no País e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador 
ou dele exigíveis; no caso de produto nacional, será o preço de venda à saída do estabelecimento industrial 
ou comercial, ou, na falta deste, o valor do produto no mercado atacadista da praça do remetente; no caso 
de leilão, o preço da arrematação. 
 
NÃO-CUMULATIVIDADE: por força de dispositivo constitucional (CF, art. 153, § 3º, II), o IPI “será não 
cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores”; 
nos termos do CTN, “o imposto não é cumulativo, dispondo a lei de forma que o montante devido resulte 
da diferença a maior, em determinado período, entre o imposto referente aos produtos saídos do 
estabelecimento e o pago relativamente a produtos nele entrados (art. 49)”. 
 
CONTRIBUINTE: é o importador ou quem a lei a ele equiparar, o industrial ou quem a lei a ele equiparar, 
o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça ao importador ou ao industrial e o 
arrematante de produtos apreendidos ou abandonados levados a leilão. 
 
LANÇAMENTO: o IPI é objeto de lançamento por homologação, nos termos do art. 150 do CTN. 
 
• IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGURO E SOBRE 
OPERAÇÕES RELATIVAS A TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS OU IMPOSTO 
SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS (IOF) 
 
FUNÇÃO: o IOF tem função predominantemente extrafiscal, permitindo ao Governo a condução de 
políticas mais ou menos restritivas sobre os mercados de crédito, câmbio, seguros, e de títulos e valores 
mobiliários. 
 
FATO GERADOR: em operações de crédito, é a efetivação da operação, pela entrega total ou parcial do 
montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado; 
em operações de câmbio, é a efetivação da operação, pela entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de 
documento que a represente,ou sua colocação à disposição do interessado, em montante equivalente a 
Direito Tributário - Resumo 12 
moeda nacional ou estrangeira entregue ou posta à disposição deste; em operações de seguro é a 
efetivação da operação, pela emissão da apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, 
na forma da lei aplicável; em operações relativas a títulos e valores mobiliários é a emissão, transmissão, 
pagamento ou resgate, na forma da lei aplicável. 
 
ALÍQUOTAS: são diferenciadas por tipo de operação em em função dos dias de aplicação, além de outros 
fatores, podem ser alteradas por ato do Executivo, podendo ser o imposto ser cobrado no mesmo exercício 
em que foi instituído. 
 
BASE DE CÁLCULO: nas operações de crédito: o montante das obrigações, compreendendo o principal e 
os juros; nas de câmbio: o respectivo montante em moeda nacional, recebido, entregue ou posto à 
disposição; nas de seguro: o montante do prêmio; nas relativas a títulos e valores mobiliários: o valor 
nominal mais o ágio, se houver, na emissão; o preço, o valor nominal ou o preço em Bolsa, como determinar 
a lei, na transmissão; o preço, no pagamento ou resgate. 
 
CONTRIBUINTE: nos termos do CTN, é qualquer das partes na operação tributada, conforme dispuser a 
lei. 
 
LANÇAMENTO: feito por homologação, nos termos do art. 150 do CTN. 
 
• IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL (ITR) 
 
FUNÇÃO: O ITR tem função extrafiscal, servindo como instrumento de política agrária do Governo, 
onerando mais pesadamente os latifúndios improdutivos, e permitindo melhor aproveitamento e ocupação 
da terra. 
 
FATO GERADOR: é a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na 
lei civil, localizado fora da zona urbana do Município (CTN, art. 29). 
 
ALÍQUOTAS: são progressivas, aumentando em função do tamanho da propriedade e à medida que 
diminui a proporção entre área utilizada e área total, variando de 0.03 até 20%. 
 
BASE DE CÁLCULO: é o valor fundiário do imóvel (CTN, art. 29), isto é, o valor da terra nua, sem incluir 
qualquer benfeitoria, calculado como a diferença entre o valor total do imóvel e seu valor venal. 
 
CONTRIBUINTE: é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer 
título (CTN, art. 31). 
 
LANÇAMENTO: é feito mediante declaração do contribuinte; essa declaração, entretanto, só é necessária 
para o primeiro lançamento; anualmente, novo lançamento é feito de ofício. 
 
 
 
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL E ACESSÓRIA 
Direito Tributário - Resumo 13 
 
 
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL tem por objeto, o pagamento de tributo ou 
penalidade pecuniária, tem sempre conteúdo patrimonial. (art. 113, § 1º CTN) 
 
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ACESSÓRIA decorre da legislação tributária e tem por objeto as 
prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos 
(art. 113, § 2º CTN). Não tem conteúdo pecuniário, são obrigações meramente instrumentais, simples 
deveres burocráticos, que facilitam o cumprimento das obrigações principais. 
 
 
 
FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
 
O tributo nasce quando se verifica, no mundo em que vivemos, o fato lícito e não voluntário descrito 
na hipótese de incidência tributária. É a descrição que a lei faz de um fato tributário que, quando ocorrer, 
fará nascer a obrigação tributária (obrigação de o sujeito passivo ter de pagar ao sujeito ativo o tributo 
correspondente). 
 
Em suma, é o fato descrito em lei que, ACONTECIDO, faz nascer a relação jurídica tributária, tendo 
por objeto a dívida tributária. Segundo definição de Geraldo Ataliba: “Hipótese de incidência é fato descrito 
em lei que, se e quando acontecido, faz nascer para alguém o dever de pagar um dado tributo”. 
 
Hipótese de incidência é diferente de fato imponível, sendo que fato imponível é aquele que 
aconteceu (fato que realizou o tipo tributário), e hipótese de incidência é o fato descrito na lei. A doutrina 
costuma chamar fato gerador tanto a hipótese de incidência como o fato imponível, mas, em ciência, isso 
não é conveniente, porque em ciência as expressões devem ser unívocas e não equívocas. 
 
A doutrina mais moderna vem dividindo a expressão fato gerador em: 
 
• FATO GERADOR in abstrato: expressão referente à hipótese de incidência; 
• FATO GERADOR in concreto: refere-se ao fato ocorrido, ao fato imponível. 
 
Para que o tributo nasça, o fato deve ajustar-se rigorosamente a uma hipótese de incidência tributária 
(fenômeno da subsunção, que se equivale à tipicidade penal). A lei descreve a hipótese de incidência, e 
ocorrendo o fato gerador imponível, é devido o tributo. 
 
A NORMA JURÍDICA TRIBUTÁRIA deve conter hipótese de incidência, sujeito ativo, sujeito 
passivo, base de cálculo e alíquota, sob pena de não haver tributo a lançar. Enquanto a lacuna não for 
suprida, não existe tributo em abstrato, não podendo existir em concreto. 
 
. BASE DE CÁLCULO 
 
Direito Tributário - Resumo 14 
É a dimensão legal da materialidade do tributo, é a perspectiva dimensível do aspecto material da 
hipótese de incidência tributária. Deve guardar uma correlação lógica com a hipótese de incidência do 
tributo. Se houver incongruência, ou seja, não houver correlação lógica, o tributo será indevido 
 
Imposto de Renda, no qual a hipótese de incidência é obter rendimentos e a base de cálculo é a renda 
líquida; ICMS, hipótese de incidência é vender mercadorias, a base de cálculo é o valor da mercadoria. 
 
. ALÍQUOTA 
 
É o critério apontado em lei, normalmente em porcentagem, que, conjugado à base de cálculo, 
permite que se chegue ao quantum debeatur. O tributo não pode ter característica de confisco (art. 150, IV, 
da CF/88). Não pode retirar do contribuinte o mínimo vital, tanto para a pessoa física quanto para a jurídica. 
 
Base de cálculo igual a 100 (cem), a alíquota é de 15% (quinze por cento), o quantum debeatur será de 15 
(quinze). 
 
. SUJEITO ATIVO 
 
É aquele que tem o direito subjetivo de EXIGIR a prestação pecuniária (capacidade tributária ativa). 
Normalmente aquelas investidas de capacidade política – são as pessoas políticas de direito constitucional 
interno – dotadas de Poder Legislativo. 
 
. SUJEITO PASSIVO 
 
O devedor do tributo. É a pessoa, física ou jurídica, privada ou pública, que tem o dever jurídico de 
efetuar o pagamento do tributo. Em tese, qualquer pessoa tem capacidade tributária passiva, ou seja, 
qualquer pessoa pode figurar no pólo negativo da obrigação tributária, inclusive as pessoas políticas (União, 
Estados, Municípios e Distrito Federal). Estas são imunes apenas quanto aos impostos (art. 150, VI, “a”, 
da CF/88), mas podem ser alvo de taxas e contribuições de melhoria. As autarquias também são imunes 
quanto aos impostos (art. 150, § 2.º, da CF/88), mas podem ser alvo de cobrança de taxas e contribuições. 
As empresas públicas e sociedades de economia mista: possuem capacidade tributária passiva plena 
(impostos, taxas e contribuições – art. 173, inc. II, da CF/88).. 
 
O sujeito passivo, na lei, é virtual (potencial); e somente após a ocorrência do fato gerador é que se 
torna efetivo (real). 
 
 
 
DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO 
 
Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da 
legislação aplicável, considera-se como tal: 
 
Direito Tributário - Resumo 15 
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro 
habitual de sua atividade; 
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou, em 
relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento; 
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da entidade 
tributante. 
 
§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas emqualquer dos incisos deste artigo, considerar-se-
á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência 
dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. 
§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte a 
arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior. 
 
1) O domicílio tributário serve para determinar a competência das unidades administrativas a que estão 
juridicamente vinculados os sujeitos passivos. É comum uma mesma pessoa física ou jurídica ter diversos 
domicílios tributários, conforme o tributo. Assim, se eu tiver imóveis urbanos em dois municípios 
diferentes, cada um desses municípios será meu domicílio tributário relativamente ao IPTU incidente sobre 
o imóvel nele situado. Se uma pessoa jurídica tiver estabelecimentos em estados distintos, os domicílios de 
cada estabelecimento serão, também, distintos. 
2) O CTN estabelece como regra geral a escolha do domicílio pelo sujeito passivo. 
3) Na hipótese de o sujeito passivo não escolher domicílio tributário, serão aplicadas as regras dos incisos 
do art. 127 do Código. 
4) Se não for possível aplicar as regras dos incisos do art. 127 do Código, então, será domicílio o lugar da 
situação dos bens (se o tributo incidir sobre um bem) ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem 
à obrigação (se o tributo incidir sobre um ato ou uma operação). 
5) Embora o CTN estabeleça como regra a faculdade de escolha do domicílio tributário pelo sujeito passivo, 
o § 2º do art. 127 prevê a recusa, pela Administração, do domicílio escolhido, caso este impossibilite 
ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo. O ato administrativo de recusa terá que ser 
motivado, demonstrando por escrito as razões pelas quais a Administração terá dificuldade ou ficará 
impossibilitada de arrecadar ou fiscalizar o tributo. 
6) Ocorrendo a recusa, incidirão as regras dos incisos do art. 127, e, se estas não puderem ser aplicadas, 
observar-se-á a regra estabelecida no § 1º do art. 127. 
7) Não obstante o CTN estabeleça como regra geral a possibilidade de escolha do domicílio tributário pelo 
sujeito passivo, há casos em que a lei restringe ou suprime essa liberdade de escolha. É interessante que 
essa restrição ou vedação não está autorizada no texto do CTN, mas tem sido adotada sem que a doutrina 
ou o Judiciário oponham qualquer objeção. É comum, por exemplo, a legislação do ICMS, para efeito desse 
imposto, determinar domicílio fiscal obrigatório para os estabelecimentos, sem que o contribuinte possa 
escolher outro. Um exemplo marcante, na esfera federal, encontra-se na lei do ITR (Lei nº. 9.393/1996). O 
parágrafo único do art. 4º dessa lei determina, expressamente: “o domicílio tributário do contribuinte é o 
município de localização do imóvel, vedada a eleição de qualquer outro”. Apesar disso, em questões de 
concurso, devemos sempre marcar como verdadeira a afirmativa de que o CTN estabelece como regra a 
escolha do domicílio tributário pelo sujeito passivo. 
 
 
Direito Tributário - Resumo 16 
 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO 
 
À obrigação tributária, que surge automaticamente com a ocorrência do fato gerador, falta certeza 
e liquidez. Ela não é, portanto, exigível. Para dar certeza (atestar sua existência) e liquidez (determinar o 
seu valor exato) à obrigação tributária, é necessária a atuação do fisco. Essa atuação do fisco se traduz no 
ato ou procedimento administrativo denominado lançamento. A obrigação tributária tornada líquida e 
certa pelo ato administrativo do lançamento passa a ser chamada CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Crédito 
tributário, portanto, é a própria obrigação tributária em um segundo momento. É a obrigação tributária 
tornada líquida e certa, portanto exigível, como decorrência do lançamento. 
 
 O LANÇAMENTO é o ato que constitui o CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 
 
O conceito, propriamente dito, de LANÇAMENTO é simples: trata-se do ato ou procedimento 
administrativo, privativo da autoridade administrativa, que constitui o crédito tributário. O 
lançamento tem natureza constitutiva do crédito e declaratória da obrigação (porque a obrigação existe 
antes do lançamento e independe dele). É o lançamento o ato que dá certeza e liquidez à obrigação tributária, 
tornando-a exigível, momento a partir do qual passa a existir o crédito tributário. 
 
A prática do lançamento é necessária para que o sujeito ativo possa exercitar atos de cobrança do 
tributo, primeiro administrativamente e depois (caso frustrada a cobrança administrativa) mediante ação 
judicial, a denominada execução fiscal, precedida esta de outra providência formal, que é a inscrição do 
crédito como dívida ativa. É ato vinculado, ou seja, não admite considerações de oportunidade e 
conveniência acerca de sua efetivação. 
 
São FUNÇÕES DO LANÇAMENTO: 
 
1) Identificar o sujeito passivo; 
2) Verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação (ou seja, declarar a existência da obrigação, 
tornando-a certa); 
3) Determinar a matéria tributável (a base de cálculo); 
4) Calcular o montante do tributo devido (ou seja, tornar líquida a obrigação preexistente); 
5) Aplicar a penalidade (multa), se for o caso. 
 
Além disso, o CTN afirma – o que não poderia ser diferente, em razão do princípio da 
indisponibilidade do interesse público – que o lançamento é ato vinculado, ou seja, não admite 
considerações de oportunidade e conveniência acerca de sua efetivação. 
 
O Código não explicitou, mas deverá constar também do lançamento o prazo para pagamento ou 
impugnação, esta no caso de o sujeito passivo não concordar com o crédito exigido e pretender discuti-lo 
na esfera administrativa. O art. 143 do CTN é auto-explicativo. Quando o valor tributário estiver expresso 
em moeda estrangeira far-se-á a conversão pelo câmbio do dia da ocorrência do fato gerador. 
 
Direito Tributário - Resumo 17 
Por ser vinculado, o lançamento é apenas anulável (não é revogável). Isso porque os atos 
administrativos vinculados não podem ser revogados (por conveniência e oportunidade). A anulação do 
lançamento pode ser decretada, pelo Poder Executivo ou pelo Poder Judiciário, somente mediante 
provocação da parte interessada (ação anulatória de débito fiscal – prazo de 5 anos após o lançamento). 
 
A lei aplicável ao lançamento é a lei que estava vigente na data da ocorrência do fato gerador 
(CTN, art. 144). O fato de ser a lei aplicável ao lançamento aquela em vigor na data do fato gerador, mesmo 
que já revogada na data do lançamento, é denominado PRINCÍPIO DA ULTRATIVIDADE DA LEI 
TRIBUTÁRIA. Dizer que uma lei é ULTRATIVA significa exatamente isso: ela é a lei que rege os fatos 
geradores ocorridos durante sua vigência e será ela a lei aplicada, mesmo que, no momento de sua 
aplicação, não mais esteja mais vigendo. 
O § 1º do art. 144 do CTN estabelece uma exceção à regra de ultratividade da lei tributária. 
Trata-se de hipóteses em que será aplicada ao lançamento uma lei que não estava ainda vigente na data da 
ocorrência do fato gerador. Nesses casos, a lei retroagirá para alcançar fatos geradores ocorridos antes do 
início de sua vigência. 
 
. ALTERAÇÃO DO LANÇAMENTO REGULARMENTE NOTIFICADO 
 
O art. 145 do CTN estabelece a regra segundo a qual o lançamento regularmente notificado ao 
sujeito passivo é, em princípio, inalterável, exceto nas hipóteses previstas em seus incisos. São as seguintes: 
 
Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude 
de: 
I - impugnação do sujeito passivo; 
II - recurso de ofício; 
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no art. 149. 
 
A revisão de ofício é a única possibilidade não litigiosa de modificação de um lançamento 
regularmente notificado ao sujeito passivo; as duas outras, para ocorrerem, exigem que seja ou esteja 
instauradoum processo administrativo fiscal. 
 
. MODALIDADES DE LANÇAMENTO 
 
De acordo com a maior ou menor participação do contribuinte na prática do ato administrativo do 
lançamento, ele pode ser: 
 
o DIRETO (ofício): feito diretamente pelo Fisco. O contribuinte não é chamado para colaborar com 
a Fazenda Pública para que o lançamento se constitua. Ex.: IPTU. 
o MISTO (por declaração): feito pelo Fisco com concurso do contribuinte. Ex.: IR. 
o POR HOMOLOGAÇÃO (autolançamento): realizado pelo contribuinte ad referendum da Fazenda 
Pública. Essa verifica os cálculos do contribuinte e, se aprovar, os homologa. Estando em desacordo, 
a Fazenda Pública os glosa. Ex.: ICMS. 
 
Direito Tributário - Resumo 18 
Fora os casos de lavratura de auto de infração, temos alguns casos de tributos, hoje não muitos, em 
que o LANÇAMENTO é efetuado originariamente de OFÍCIO, como o IPTU, o IPVA, a maioria da taxas, 
as contribuições de melhoria, algumas contribuições, como as cobradas pelos conselhos fiscalizadores de 
profissões regulamentadas, a contribuição de iluminação pública etc. 
 
LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de 
terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa 
informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. A principal característica do lançamento 
por declaração – que o distingue do lançamento por homologação – é o fato de não ser possível haver 
pagamento pelo sujeito passivo antes de a fazenda calcular o tributo e notificá-lo para pagar (ou impugnar). 
 
O LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO está assim disciplinado no CTN: 
 
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao 
sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-
se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo 
obrigado, expressamente a homologa. 
 
 
 
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
O CTN enumera seis diferentes situações que possuem em comum o fato de, uma vez ocorridas, 
impedirem a fazenda pública de iniciar atos de cobrança do crédito tributário ou, sendo o caso de já os 
haver iniciado, prosseguir na execução de tais atos. Suspende-se o dever de cumprir a obrigação 
tributária, ficando, portanto, o sujeito ativo impedido de exercitar atos de cobrança. As situações que 
configuram causas de suspensão da exigibilidade do crédito podem ocorrer antes mesmo do início do 
lançamento, ou depois do início e antes de seu término, ou, ainda, depois da notificação do lançamento ao 
sujeito passivo. 
 
A jurisprudência tem admitido a realização do lançamento pela Administração mesmo que esteja 
presente uma causa suspensiva da exigibilidade do crédito tributário. Assim, o que se impede é que a 
fazenda execute atos de cobrança do crédito enquanto sua exigibilidade encontra-se suspensa, mas ela NÃO 
FICA IMPEDIDA de proceder ao lançamento, uma vez que ele é indispensável para evitar a ocorrência da 
decadência, forma de extinção do crédito tributário previsto no art. 156, V, do CTN. 
 
A suspensão da exigibilidade do crédito tributário não afeta a obrigação tributária que lhe 
deu origem, conforme preceitua o art. 140 do CTN. Como não afeta a obrigação tributária principal 
subjacente, uma vez extinta a causa suspensiva da exigibilidade do crédito ele volta a ser imediatamente 
exigível, e a Administração deve iniciar ou prosseguir em sua cobrança, inclusive mediante execução 
judicial, se for o caso. Além de não afetarem a obrigação principal, as hipóteses de suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário não acarretam dispensa do cumprimento de obrigações acessórias. 
 
Art. 151. SUSPENDEM a exigibilidade do crédito tributário: 
Direito Tributário - Resumo 19 
 
I – Moratória; 
II – O depósito do seu montante integral; 
III – As reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário 
administrativo; 
IV – A concessão de medida liminar em mandado de segurança. 
V – A concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; 
VI – O Parcelamento. 
 
. DEPÓSITO DO SEU MONTANTE INTEGRAL 
 
O depósito do montante integral do crédito exigido pela fazenda obrigatoriamente pressupõe a 
existência de um litígio, já instaurado ou na iminência de ser. Esse litígio tanto pode ser judicial como 
administrativo. É possível que o sujeito passivo, além da impugnação administrativa, deseje efetuar o 
depósito. Isso porque, na hipótese de, ao término do litígio, decidir-se que o crédito é efetivamente devido 
(ou seja, na hipótese de a decisão final ser desfavorável ao sujeito passivo), ocorrerá automática conversão 
do depósito em renda. Na hipótese de o sujeito passivo ter obtido decisão reconhecendo, em seu favor, a 
ilegitimidade total ou parcial do crédito, ele tem direito de levantar o valor depositado, corrigido conforme 
o previsto em lei (na esfera federal a correção, atualmente, é feita pela taxa SELIC). O depósito do montante 
integral do crédito deve ser feito em moeda, não se admitindo depósito em títulos da dívida pública ou 
quaisquer outros valores. 
 
O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito se for integral e em dinheiro. 
 
. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL 
 
A instauração de um Processo Administrativo Fiscal (PAF), bem como os recursos previstos nas 
legislações reguladoras desses processos, é outra causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. 
O sujeito passivo, mesmo tendo optado pela via administrativa, possui o direito de abandoná-la a qualquer 
tempo, em qualquer etapa do PAF, e ingressar com uma ação judicial com idêntico objeto, desde que não 
tenha ocorrido a prescrição do seu direito de ação. A opção pela via judicial, entretanto, implica desistência 
tácita do processo administrativo, o que torna o crédito tributário imediatamente exigível, a menos que 
exista algum provimento judicial dispondo de forma contrária 
 
. LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA 
 
A LC n.º 104/2001 acrescentou ao art. 151 o inciso V, que estabelece como modalidade de 
suspensão da exigibilidade do crédito tributário a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em 
outras espécies de ação judicial. 
 
. MORATÓRIA E PARCELAMENTO 
 
A MORATÓRIA está regrada nos arts. 152 a 155 e é a única modalidade de suspensão disciplinada 
com detalhamento pelo CTN. A moratória exige lei ordinária para sua concessão, por enquadrar-se no art. 
Direito Tributário - Resumo 20 
97 do CTN, mas a lei não precisa ser específica. O Código não conceitua moratória, e a doutrina define-
a como prorrogação de prazo para pagamento de tributos. 
 
O art. 152 do CTN classifica a moratória em dois tipos distintos: 
 
Moratória Geral: aquela diretamente concedida pela lei, não sendo necessário, para sua fruição, 
reconhecimento por ato de autoridade administrativa. O Código, divide, ainda, a moratória em caráter geral 
em dois subtipos: 
1) Autonômica: evidentemente a regra geral. Trata-se da moratória concedida por lei da pessoa 
política competente para a instituição do tributo a que o favor se refere. 
2) Heterônoma: o CTN prevê a possibilidade, evidentemente excepcionalíssima, de a União (e 
somente a União) conceder moratória de tributos da competência dos estados e DF ou dos municípios. A 
condição para a concessão dessa moratória heterônoma é que a União conceda, simultaneamente, moratória 
dos tributos federais e das obrigações de direito privado (dívidas que os particulares tenham para com ela, 
mas que não sejam regidas predominantemente pelo Direito público, como, por exemplo, dívidas de 
aluguéis). 
 
Moratória Individual: o CTN denomina moratória individual aquela concedida, em cada caso, por 
despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei. 
 
O parágrafo únicodo art. 152 estabelece a possibilidade de a abrangência territorial da moratória 
ser: 
a) TOTAL: abrange todo o território da entidade tributante (se for a União, todo o território nacional; 
se for um estado, o território daquele estado etc.); 
b) PARCIAL: abrange somente parte do território. A moratória, em regra, somente se aplica a 
créditos já definitivamente constituídos ou, pelo menos, cujo lançamento já tenha sido iniciado (art. 154). 
 
O parágrafo único do art. 154 estabelece, e aqui não há exceção, a impossibilidade de a moratória 
beneficiar o sujeito passivo ou terceiro que, relativamente ao tributo objeto da moratória ou aos 
procedimentos para a obtenção do favor, tenha agido com dolo, fraude ou simulação. 
 
A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua concessão em caráter individual 
ESPECIFICARÁ, sem prejuízo de outros requisitos, o prazo de duração do favor, as condições da 
concessão do favor em caráter individual e, sendo caso, o número de prestações e seus vencimentos, as 
garantias que devem ser fornecidas e os tributos a que se aplica. 
 
NÃO PODE EXISTIR MORATÓRIA POR PERÍODO INDETERMINADO 
 
Pode ocorrer REVOGAÇÃO DA MORATÓRIA quando se constatar que o sujeito passivo, na 
época da concessão, não satisfazia as condições para sua obtenção, ou que, em momento posterior, deixou 
de satisfazê-las. 
 
Na hipótese de o favor haver sido obtido indevidamente, mas não ter havido dolo ou simulação do 
beneficiado ou de terceiro em seu benefício, será cobrado o crédito tributário acrescido dos juros relativos 
Direito Tributário - Resumo 21 
ao período transcorrido entre a concessão e a “revogação” da moratória. Na hipótese de o sujeito passivo 
ter obtido indevidamente o favor, em decorrência de dolo ou simulação, será cobrado o tributo, acrescido 
dos juros moratórios e penalidades (multa). Além disso, o prazo prescricional entre a concessão e a 
“revogação” da moratória fica suspenso. 
 
Antes da LC nº 104/2001, o PARCELAMENTO era considerado uma espécie de Moratória, hoje 
o parcelamento é uma modalidade de suspensão do crédito tributário independente da moratória. 
 
Art. 155-A. O PARCELAMENTO será concedido na forma e condição estabelecidas em lei 
específica. 
 
§ 1º Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a 
incidência de juros e multas. 
§ 2º Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas à moratória. 
§ 3º Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor 
em recuperação judicial. 
§ 4º A inexistência da lei específica a que se refere o § 3º deste artigo importa na aplicação das leis 
gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, não podendo, neste 
caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica. 
 
 
 
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
 
I - o pagamento; 
II - a compensação; 
III - a transação; 
IV - remissão; 
V - a prescrição e a decadência; 
VI - a conversão de depósito em renda; 
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus 
§§ 1º e 4º; 
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; 
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não 
mais possa ser objeto de ação anulatória; 
X - a decisão judicial passada em julgado. 
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. 
 
Para efeito de concursos públicos, devemos considerar a lista como sendo taxativa, ou seja, somente 
as modalidades expressamente nela descritas podem extinguir validamente o crédito tributário. Por 
esse motivo, é recomendado considerar incorretas alternativas de questões que aludam a outras formas de 
Direito Tributário - Resumo 22 
extinção de obrigações civis (por exemplo, novação ou confusão), como modalidades de extinção do 
crédito tributário. 
 
. CONVERSÃO DO DEPÓSITO EM RENDA 
 
Essa modalidade de extinção do crédito está relacionada a uma das formas de suspensão de sua 
exigibilidade, especificamente prevista no art. 151, II, do CTN, o depósito do montante integral do crédito 
tributário, mas com ela não se confunde. A extinção do crédito mediante conversão do depósito em renda 
é uma fase posterior à suspensão de sua exigibilidade por meio do depósito de seu montante integral. 
 
. DECISÃO ADMINISTRATIVA DEFINITIVA FAVORÁVEL AO SUJEITO PASSIVO (inciso IX) 
 
Quando, no Brasil, falamos em “decisão administrativa definitiva” estamos nos referindo, apenas, 
a uma decisão proferida pela última instância na esfera administrativa. Nesses casos, ocorre o exaurimento 
ou esgotamento da via administrativa, isto é, nenhum órgão administrativo pode apreciar novamente aquele 
assunto. 
 
. DECISÃO JUDICIAL FAVORÁVEL AO SUJEITO PASSIVO TRANSITADA EM JULGADO 
 
Diz-se transitada em julgado a decisão judicial de que não caiba mais recurso. As hipóteses de 
extinção do crédito por decisão judicial e por decisão administrativa são as únicas em que é possível 
extinguir-se um crédito a que não correspondesse nenhuma obrigação tributária, ou seja, um crédito com 
existência meramente formal. Extingue-se o crédito por decisão judicial transitada em julgado quando 
o sujeito passivo, havendo optado por contestar na esfera judicial cobrança de tributo que considerou 
indevida, obtém decisão judicial reconhecendo correto seu entendimento. 
 
. DAÇÃO EM PAGAMENTO DE IMÓVEIS 
 
O instituto da dação em pagamento é uma das formas de extinção das obrigações civis, prevista no 
art. 356 do Código Civil, que se resume a assim defini-la: “O credor pode consentir em receber prestação 
diversa da que lhe é devida.” 
 
Continua sendo vedada a dação em pagamento de bens móveis (não se pode pagar tributo pela 
entrega, ao fisco, de uma saca de feijão, de um carro ou de uma obra de arte). Também continua sendo 
vedado, em nosso ordenamento, o adimplemento de tributos em trabalho (os denominados tributos in labor), 
o que, aliás, nem seria hipótese de dação em pagamento, uma vez que, como diz o nome do instituto, a 
dação em pagamento corresponde ao adimplemento mediante a entrega de uma coisa, uma prestação de dar 
(e não de “fazer”). 
 
A dação em pagamento de bens imóveis, prevista no inciso XI do art. 156, deverá ser um 
procedimento administrativo e a entrega do imóvel pelo sujeito passivo deverá ser “voluntária”. De 
qualquer forma, é necessária a edição de lei ordinária que estabeleça a forma e as condições exigidas para 
que possam ser extintos créditos tributários por meio de dação em pagamento de imóveis. 
 
Direito Tributário - Resumo 23 
. COMPENSAÇÃO 
 
A compensação, que é instituto oriundo do Direito Civil, pode ser definida como um “ENCONTRO 
DE DÍVIDAS”. Aliás, o Código Civil, ao definir a extinção de obrigações civis mediante compensação 
assim estabelece: 
 
Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações 
extinguem-se, até onde se compensarem. 
 
Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. 
 
No caso do Direito Tributário, como estamos em um ramo do Direito público, são acrescentadas 
algumas exigências fundamentais para que possa ocorrer a compensação, sendo as principais: 
 
(1) a necessidade de lei que autorize a compensação; e 
(2) que os créditos de titularidade do sujeito passivo sejam líquidos e certos. 
 
Os créditos tributários somente podem ter por titulares pessoas jurídicas de direito público e gozam 
de presunção legal de liquidez e certeza. Já os créditos de titularidade do particular (que não podem em 
hipótese nenhuma ser créditos tributários) precisam de algum instrumento que lhes confira liquidez e 
certeza, como um contratoentre o particular e a fazenda, o direito à restituição de um valor indevidamente 
pago à fazenda já reconhecido em decisão administrativa ou judicial, um título executivo judicial ou 
extrajudicial do particular contra a fazenda etc. Sendo líquido e certo o crédito do particular e existindo lei 
que preveja a compensação, proceder-se-á ao encontro das dívidas. A compensação pode ser feita 
diretamente pelo particular, em seus livros fiscais, ou mediante processo administrativo, dependendo do 
que expressamente estiver previsto na lei que a discipline. Atualmente, no âmbito da Receita Federal, a 
compensação, como regra, é feita pelo próprio sujeito passivo, mediante a entrega de uma declaração 
(“Declaração de Compensação”) em que são informados os débitos e os créditos utilizados na 
compensação, ficando o procedimento realizado pelo contribuinte sujeito a posterior verificação e, se 
estiver tudo correto, homologação pela fazenda. 
 
. PAGAMENTO 
 
Configura a entrega ao credor, pelo devedor ou terceiro interessado, do montante, em dinheiro 
(ou cheque ou, ainda, títulos da dívida agrária, admitidos no caso do pagamento do ITR), correspondente 
ao valor total ou parcial do crédito a fim de extingui-lo e extinguir a obrigação correspondente (é 
lógico que no caso de pagamento parcial não se extinguirá a totalidade do crédito e da obrigação). Não se 
considera pagamento o adimplemento da obrigação mediante a entrega de bens ou a realização de trabalho. 
 
Se a legislação tributária não dispuser a respeito, o pagamento deve ser efetuado na repartição 
competente do domicílio do sujeito passivo. Na hipótese de omissão da legislação, o pagamento do 
crédito deve ser feito trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do 
lançamento. Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação o sujeito passivo deve efetuar o 
lançamento antes de qualquer ato da autoridade administrativa. 
Direito Tributário - Resumo 24 
 
Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento 
ao mês. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o 
motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis. 
 
Há três formas de pagamento que são automáticas, ou seja, não dependem de qualquer autorização 
especial da lei. São elas o pagamento em dinheiro, cheque ou vale postal (art. 162, I). O CTN permite à 
legislação a exigência de garantias no caso dos pagamentos em cheque ou vale postal, mas essas garantias 
não podem tornar mais oneroso o pagamento. As outras três formas de pagamento previstas no CTN, 
estampilha, papel selado e processo mecânico, dependem de lei que especificamente determine os casos 
em que possíveis. 
 
. DECADÊNCIA 
 
A decadência está arrolada como forma de extinção do crédito tributário no inciso V do art. 156 do 
CTN. A decadência e a prescrição têm em comum o fato de ambas decorrerem da conjugação de dois 
fatores essenciais: o decurso de certo lapso de tempo e a inércia do titular de um direito. Esses fatores 
resultarão, para o sujeito que permaneceu inerte, ou na extinção de seu direito material ou na perda do 
direito de ação que possuiria para ver assegurado o exercício de seu direito. 
 
A regra geral relativa à decadência encontra-se no art. 173, I: o direito de constituir o crédito 
extingue-se em cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que poderia ter 
sido efetuado o lançamento. 
 
A regra geral relativa à decadência encontra-se no art. 173, I: o direito de constituir o crédito 
extingue-se em cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que poderia ter sido 
efetuado o lançamento. O prazo de decadência, no caso das contribuições de seguridade social, é de DEZ 
ANOS. 
 
. PRESCRIÇÃO 
 
A prescrição que ocorre contra a fazenda, no Direito Tributário, acarreta a extinção do direito que 
a fazenda possui de promover ação judicial para a cobrança do crédito tributário (essa ação é 
denominada execução fiscal) já definitivamente constituído e não pago pelo sujeito passivo. Em resumo, a 
prescrição extingue o direito de ação judicial de cobrança do crédito não pago (e, segundo o CTN, 
extingue também o próprio crédito). 
 
O início da contagem do prazo prescricional é sempre um momento posterior ao início da contagem 
do prazo decadencial e nunca há contagem simultânea de ambos. Na verdade, enquanto se está contando 
prazo decadencial não tem sentido falar-se em prescrição. Se ocorrer a extinção pela decadência, também 
não se terá chegado a cogitar de prazo prescricional. Somente haverá início de contagem para prescrição se 
não tiver havido a decadência, e após ter ocorrido a constituição definitiva do crédito tributário. 
 
Direito Tributário - Resumo 25 
Em síntese, para efeito de determinar o início da contagem do prazo de prescrição, considera-se 
definitivamente constituído o crédito tributário em um desses dois momentos: 
 
a) na data de notificação do lançamento ao sujeito passivo, caso ele não faça impugnação administrativa 
do lançamento; ou 
b) na data de notificação ao sujeito passivo da decisão administrativa definitiva que tenha mantido total ou 
parcialmente o lançamento por ele impugnado. 
 
O prazo de prescrição, no caso das CONTRIBUIÇÕES DE SEGURIDADE SOCIAL, é de dez 
(10) anos, contados, da mesma forma, da data de constituição definitiva do crédito (Lei 8.212/1991, art. 
46). 
 
. PAGAMENTO ANTECIPADO E HOMOLOGAÇÃO 
 
O pagamento antecipado, efetuado relativamente aos tributos sujeitos ao lançamento por 
homologação, somente extingue o crédito sob condição resolutória da homologação futura. É como se 
existisse uma extinção precária do crédito, efetuada mediante o pagamento antecipado, e uma extinção 
definitiva, resultante da homologação do pagamento antecipado realizado pelo sujeito passivo. 
 
. TRANSAÇÃO 
 
A transação representa um acordo entre devedor e credor. A transação é modalidade de extinção 
das obrigações em geral, prevista no Código Civil, em seu art. 840. A principal diferença entre a transação 
modalidade de extinção de obrigações civis e a transação forma de extinção do crédito tributário é que a 
primeira pode ser realizada para prevenir ou terminar litígio enquanto a transação tributária é admitida 
somente para terminar litígio já instaurado. 
 
A lei deverá indicar a autoridade competente para realizar a transação em cada caso e deverá 
explicitar as concessões que poderão ser feitas ao sujeito passivo. É entendimento majoritário da doutrina 
que os poderes conferidos pela lei à autoridade administrativa encarregada da transação não poderão 
ser discricionários, pois isso seria incompatível com o princípio da indisponibilidade do interesse público. 
 
A transação não pode resumir-se a perdão de parte da dívida ou a qualquer outra concessão unilateral 
pois, nesse caso, estar-se-ia diante de hipótese diversa, como, por exemplo, a remissão. 
 
 
. REMISSÃO 
 
Pode-se conceituar a REMISSÃO como dispensa legal de crédito tributário já constituído. 
Como se trata de dispensar o pagamento de crédito tributário devido, a remissão, evidentemente, terá que 
ser concedida ou autorizada por meio de lei. No caso da remissão, a lei exigida deverá ser lei específica, 
por exigência expressa do art. 150, § 6º, da Constituição. 
 
Direito Tributário - Resumo 26 
A remissão é dispensa do pagamento de crédito tributário já constituído, ou seja, é concedida 
após o lançamento. A remissão pode abranger o crédito relativo a tributo e/ou multa. A remissão extingue 
o crédito já constituído (portanto, sempre ocorre depois do lançamento) e a anistia o exclui, impedindo a 
sua constituição. Quanto à distinção entre isenção e remissão, o critério básico é o mesmo: a isenção, por 
ser exclusão do crédito relativo a tributo, obrigatoriamente deve preceder o lançamento;a remissão de 
tributo só pode dizer respeito a crédito já constituído, ou seja, só é possível depois de efetuado o lançamento. 
 
Em nenhuma hipótese a lei pode conferir poderes discricionários à autoridade administrativa 
competente para conceder a remissão. 
 
. CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO JULGADA PROCEDENTE 
 
A consignação em pagamento é uma faculdade à disposição do sujeito passivo que, entretanto, 
somente pode ser utilizada em hipóteses um tanto restritas. As principais características da consignação 
em pagamento são estas: 
 
1) a consignação em pagamento é sempre uma ação judicial, não existe consignação administrativa em 
pagamento; 
2) a consignação em pagamento não se confunde com o depósito do montante integral do tributo exigido. 
 
O depósito do montante integral é forma de suspensão da exigibilidade do crédito, pode ser 
administrativo ou judicial. Como o nome diz, deve corresponder ao total exigido do sujeito passivo. É feito 
quando o sujeito passivo não concorda com determinada exigência tributária e não pretende pagá-la (por 
isso tenta fazer reconhecer, administrativamente ou em juízo, ser indevida a exigência). 
 
A extinção somente ocorrerá se e quando a ação for julgada procedente. Nesse caso, o montante 
consignado será convertido em renda e estará extinto o crédito e a obrigação correspondente. Caso a ação 
de consignação seja julgada improcedente, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das 
penalidades cabíveis. 
 
 
 
EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes 
da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente 
 
Exclusão do crédito representa impedimento legal de constituição do crédito, ou seja, hipóteses em 
que a lei impede que seja feito o lançamento. Assim, só é possível ocorrer a exclusão do crédito antes que 
o lançamento tenha sido efetuado. Depois do lançamento, ou seja, de já estar o crédito constituído, a 
dispensa legal de seu pagamento configurará remissão, não isenção ou anistia. 
 
. ISENÇÃO 
 
Direito Tributário - Resumo 27 
Isenção tributária pode ser definida como hipótese de não-incidência legalmente 
qualificada. Na isenção não há incidência, a obrigação nem mesmo chega a nascer. As isenções submetem-
se ao princípio da legalidade; assim, só podem ser concedidas por lei, lato sensu (lei ordinária, lei 
complementar, decreto legislativo federal e decreto legislativo estadual ou distrital). 
 
As isenções tributárias são normalmente concedidas por lei ordinária proveniente da pessoa política 
competente para criar o tributo. As isenções, quando concedidas por lei ordinária, podem alcançar as taxas, 
os impostos e/ou contribuições de melhoria. Medida provisória não pode conceder isenções, dado seu 
caráter precário e a não previsão legal, assim como não pode instituir tributos, embora, na prática, o 
Supremo Tribunal Federal aceite a criação de tributos por medida provisória, desde que observados os 
demais princípios constitucionais (anterioridade, igualdade etc.). Lei complementar pode criar isenções 
para os tributos que foram instituídos por lei complementar, tais como empréstimos compulsórios, impostos 
residuais e contribuições do art. 195, § 4.º, da Constituição Federal. 
 
. ANISTIA 
 
A anistia concerne exclusivamente a infrações tributárias. Podemos defini-la como perdão legal 
de infração já praticada, em conseqüência do qual exclui-se o crédito tributário relativo à penalidade 
pecuniária que decorreria daquela infração. 
 
A anistia não desnatura a infração, vale dizer, a situação descrita na lei como infração tributária 
continua sendo ilícita após a lei concessiva da anistia. Por esse motivo, a lei concessiva de anistia somente 
tem aplicação para as infrações praticadas anteriormente à sua vigência. Se uma lei pretendesse 
estabelecer anistia a infrações futuras estaria, na verdade, deixando de definir aquele fato como ilícito, ou 
seja, ele deixaria de ser infração, uma vez que à sua prática não estaria vinculada qualquer sanção. 
 
 
DÍVIDA ATIVA 
 
A inscrição de um crédito na dívida ativa é o último procedimento administrativo na seqüência que 
se inicia com a ocorrência do fato gerador de um tributo e termina com a execução judicial do crédito a ele 
correspondente. A denominada dívida ativa da fazenda pública divide-se em tributária e não tributária e sua 
cobrança é regida pela Lei nº. 6.830/1980. 
 
A dívida ativa não tributária é composta de créditos da fazenda pública decorrentes de relações 
jurídicas não disciplinadas no âmbito do Direito Tributário e não se encontra, evidentemente, tratada no 
Código Tributário Nacional. 
 
A DÍVIDA ATIVA TRIBUTÁRIA é integrada por créditos tributários, ou seja, créditos 
decorrentes de relações jurídicas obrigacionais tributárias entre os sujeitos passivos e a fazenda pública. 
Esses créditos referem-se a tributos devidos, juros sobre eles incidentes e multas de natureza tributária. Os 
créditos aptos a serem inscritos na dívida ativa da fazenda pública devem estar definitivamente constituídos, 
ao menos em âmbito administrativo. 
Direito Tributário - Resumo 28 
 
A inscrição do crédito tributário na denominada dívida ativa possui uma dupla finalidade: 
 
a) permite que a Administração exerça o controle da legalidade de todos os procedimentos 
administrativos realizados até aquele ponto, somente efetuando a inscrição dos créditos que entenda 
haverem sido regularmente constituídos; e 
b) permite que a Administração obtenha um título executivo extrajudicial, habilitando-se a propor 
contra o sujeito passivo diretamente uma ação de execução judicial, sem necessidade de prévio processo 
judicial de conhecimento. 
 
O crédito tributário regularmente inscrito em dívida ativa goza de PRESUNÇÃO legal de certeza 
(existe e é efetivamente devido) e LIQUIDEZ (seu valor é conhecido e determinado). Essa presunção é, 
como afirma o CTN, uma presunção relativa (juris tantum), isto é, admite prova em contrário, ou seja, 
invertem o ônus da prova, competendo ao réu (no caso, ao executado) provar que os fatos não correspondem 
à presunção estabelecida na lei. 
 
Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará 
obrigatoriamente: 
 
I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que possível, o domicílio 
ou a residência de um e de outros; 
II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos; 
III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja fundado; 
IV - a data em que foi inscrita; 
V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito. 
 
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livro e da folha da 
inscrição. 
 
A inscrição é feita em livros próprios, sob a guarda dos órgãos competentes de cada fazenda. A 
certidão nada mais é do que uma cópia da folha do livro em que foi realizada determinada inscrição. A 
certidão prova a existência daquela inscrição e é ela, a certidão, que se constitui no título executivo 
extrajudicial que constará da peça inicial do processo de execução judicial do crédito, quando for proposta 
pela fazenda. 
 
O art. 203 estabelece como causa de NULIDADE da inscrição a omissão de qualquer dos requisitos 
enumerados no art. 202 ou a existência de erro relativo a tais requisitos, como, por exemplo, identificação 
incorreta do sujeito passivo. O Código permite que seja corrigida a inscrição, ou realizada uma nova, 
dependendo do caso, e que a certidão extraída dessa nova inscrição substitua a certidão nula, contanto que 
essa substituição seja feita antes de proferida a decisão de primeira instância no processo executivo. 
 
 
 
CERTIDÕES NEGATIVAS 
Direito Tributário - Resumo 29 
 
Certidão negativa declara

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