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O DIREITO NAS SOCIEDADES PRIMITIVAS

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Curso de Direito da Faculdade Planalto
Professor: Guilherme de Sá Pontes
Nome: 
Curso: Direito noturno
Turma: DIR. 2°SEMESTRE
Matrícula: 
Matéria: História do Direito
O DIREITO NAS SOCIEDADES PRIMITIVAS
Toda sociedade se preocupa em estabelecer normas de conduta com intuito de assegurar uma determinada ordem, instrumentalizando normas de regulamentação essenciais, capazes de atuar como sistema eficaz de controle social. Constata-se que, na maioria das sociedades remotas, a lei é considerada parte nuclear de controle social, elemento material para prevenir, remediar ou castigar os desvios das regras prescritas. 
Assim, Falar em direito arcaico ou primitivo implica diferenciar tanto a pré-história da história, quanto diferenciar, nos horizontes das diversas civilizações, e identificar com precisão o surgimento dos primeiros textos jurídicos com o aparecimento da escrita. 
John Gilissen entende que a expressão “direito arcaico” tem um alcance mais abrangente para contemplar múltiplas sociedades que passaram por uma evolução social, política e jurídica bem avançada, mas que não chegaram a dominar a técnica da escrita. Assim. as inúmeras investigações científicas têm apurado que práticas legais de sociedades sem escrita algumas vezes tem características primitivas, e outras apresentam um certo nível de desenvolvimento.
Existem muitas hipóteses possíveis quanto a formação e as origens do direito arcaico, e assim, torna-se difícil impor uma única explicação para o seu surgimento. Uma das possibilidades é interpretar o direito arcaico a partir da compreensão do tipo de sociedade que o gerou.
FORMAÇÃO DO DIREITO NAS SOCIEDADES PRIMITIVAS 
A lei primitiva da propriedade e das sucessões teve sua origem fundamentada nos princípios que constituíram a família e nos procedimentos que a circunscrevem, derivando das tradições, das crenças religiosas, dos sacrifícios e o culto aos mortos.
Posteriormente, quando ainda não inexistiam legislações escritas, códigos formais, as práticas primárias de controle são transmitidas oralmente, marcadas por revelações sagradas e divinas. Os sacerdotes-legisladores acaram por ser os primeiros intérpretes e executores das leis. O receio de vingança dos deuses, pelo desrespeito aos seus ditames, fazia com que o direito fosse respeitado religiosamente. 
O direito antigo compreende, claramente, três grandes estágios de evolução: o direito que provém dos deuses, o direito confundido com os costumes e o direito identificado com a lei.
Nas sociedades antigas, tanto as leis quanto os códigos foram expressões da vontade divina, revelada mediante a imposição de legislador-administradores, que dispunham de privilégios dinásticos e de uma legitimidade garantida pela casa sacerdotal. Que por ser objeto de respeito, veneração e ser assegurado por sanções sobrenaturais, dificilmente era questionado a sua validez e sua aplicabilidade. As sanções tinham um caráter repressivo e restritivo, na medida em que era aplicado um castigo ao responsável havia uma reparação à pessoa injuriada pelo dano. A inversão e a difusão da técnica da escritura, juntamente com a compilação de costumes tradicionais, proporcionam o aparecimento dos primeiros códigos da Antigüidade, como o de Hamurábi, o de Manu, o de Sólon e a Lei das XII Tábuas.
Tanto no Oriente quanto no Ocidente, o direito antigo em sua essência não diferenciava as prescrições civis, religiosas e morais. Esta distinção entre o direito e a moral e o direito e a religião acontece somente em tempos mais avançados da civilização. E foi com os romanos que o direito antigo mais avançou em relação à autonomia diante da religião e da moral, outra característica desse processo normativo foi a longa e progressiva evolução das obrigações e dos deveres jurídicos , as obrigações eram fixadas na sociedade, de acordo com o status que ocupam seus membros, inerentes ao direito primitivo, para o da relação contratual dependente da vontade e autonomia das partes, características já do direito legislativo e formal.
 CARACTERÍSTICAS E FONTES DO DIREITO ARCAICO
Algumas características do direito nas sociedades arcaicas:
· O direito primitivo não era legislado, as populações não conheciam a escritura formal e suas regras de regulamentação mantinham-se e conservavam-se pela tradição;
· Cada organização social possuía um direito único, que não se confundia com o de outras formas de associação, cada comunidade tinha suas próprias regras, vivendo com autonomia e tendo pouco contato com outros povos, a não ser em condições de beligerância;
· Existia diversidade dos direitos não escrito;
· O direito arcaico estava profundamente contaminado pela pratica religiosa;
· São direitos de nascimento, ou seja, ainda não havia uma diferenciação efetiva entre o que era jurídico e o que não era jurídico;
As fontes do Direito Arcaico se resumem aos costumes, aos preceitos verbais e às decisões pela tradição
O costume trata-se da fonte mais antiga e mais importante do Direito, e aqui a religião aparece como um fenômeno determinante, na medida em que o medo e a ameaça permanente dos poderes sobrenaturais é que garante o rígido cumprimento dos costumes.
Os preceitos verbais, não escritos proferidos por chefes de tribos ou de clãs, que se impõem pela autoridade e pelo respeito que desfrutam. Trata-se de verdadeiras leis ainda que não escritas, repousando no prestígio daqueles que detêm o poder e o conhecimento.
Decisões pela tradição são procedimentos orais propagados de geração em geração, como os provérbios e os adágios (sentenças morais, ditados, de origem popular). Decisões reiteradas utilizadas pelos chefes ou anciãos das comunidades autóctones para resolver conflitos do mesmo tipo – como se fossem as jurisprudências tais como conhecemos.

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