Buscar

A CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA, ECONÔMICA E SOCIO- CULTURAL DOS SUJEITOS DA EJA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 Gislany Thalia Araujo Silva, Jennipher Rafaelle Muniz, Kariane Pinto Costa e Maria Goriete Roma 
2 Joina Jamila dos Remedios Ataide 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (PED 1978) – Prática do Módulo VI-
10/06/2020 
 
A CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA, 
ECONÔMICA E SOCIO- CULTURAL DOS 
SUJEITOS DA EJA 
 
Gislany Thalia Silva¹ 
Jennipher Rafaelle Muniz 
Kariane Pinto Costa 
 Maria Goriete Roma 
Profª.Joina Jamila Ataide² 
 
RESUMO 
 
A Educação como direito deve ser desenvolvida e garantida a todos. O presente paper sobre 
A Contextualização histórica, econômica e socio-cultural dos sujeitos da EJA, constitui-se 
uma pesquisa de caráter qualitativo e bibliográfico onde há uma análise crítica e 
interpretativa na busca de compreender propostas inerentes e pertencentes ao tema 
abordado, bem como contribuem para desenvolvimento de novos saberes. Ainda destaca-se 
os tópicos considerados para parâmetro desse trabalho que são: Historicidade da educação 
de jovens e adultos no Brasil, que aborda no entanto, um panorama cheio de concepções 
marcados pela história vivida por muitos anos, Os sujeitos educandos da EJA, que são em 
sua maioria pessoas adultas ou jovens que estão em busca de melhores condições de vida e 
AS Leis que regem a EJA. Em seguida têm-se materiais e métodos bem como seus resultados e 
discussão, e por fim a conclusão com suas atribuições na busca de envolver tanto educadores 
como a comunidade escolar para atuar espontaneamente no desenvolvimento de um bom 
trabalho de forma justa e igualitária para todos. 
 
Palavras-chave: Educação. EJA. Sujeitos. 
 
1. INTRODUÇÃO 
O direito a educação é um ponto regular e constante na Educação de Jovens e Adultos 
(EJA), contudo têm-se uma trajetória histórica de ações descontínuas, definida por uma 
variedade de programas, sistematicamente não caracterizada como escolarização. Ao refletir 
em uma modalidade de ensino que atendesse aqueles que em idade própria, por alguma razão, 
não usufruíram da escolaridade foi criada a Lei número 9394/96 pela República Federativa do 
Brasil dentro da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e por meio de 
pareceres e resoluções (como o Parecer número 11/2000), a qual prediz o atendimento a EJA 
2 
 
 
 
e adquiriu-se uma nova concepção para além da suplência, ou seja, passou a ser tratada como 
uma modalidade de ensino vinculada a educação básica. 
Para tanto ao se pensar em educação é necessário pensar em métodos, estratégias, 
espaços, estruturas físicas, isto é, pensar em proporcionar ambientes e condições apropriadas. 
Conforme BRASIL (2005), “oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as 
características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho”. Dessa forma as 
organizações de ensino contribuirão não apenas para promover a educação em si, mas além de 
fatores pessoais que objetiva a reflexão e relacionamento como cidadãos dentro de uma 
sociedade. No Parecer do Conselho Nacional de Educação (2000), a EJA aborda o 
pensamento e resgate de uma dívida social de legado colonial negativo, quando se preservou 
fortemente uma educação que ampliou a desigualdade social. 
A diversidade inerente a esta modalidade de ensino faz com que seja cheio de riqueza 
social e cultural, e que de tal modo fazem dos estudantes seres ímpares, por meio de suas 
histórias de vida, que acrescentam ao cotidiano da Educação de Jovens e Adultos. Em relação 
ao campo social, podemos perceber que jovens adultos e idosos que abandonam as escolas, 
são por vezes ignorados e não acolhidos em outras instituições, o que faz com estes escolham 
outros caminhos que não os dignificam e sem volta. Do ponto de vista econômico, os alunos 
vão elevar a taxa de desemprego e são possíveis candidatos à mão-de-obra não qualificada e 
barata. 
Diante do que foi abordado surge os questionários: Qual a importância da EJA? Quais 
os contextos históricos, econômicos e sociais desta modalidade? A busca pelas respostas a 
esses questionamentos faz-se necessário para o desenvolvimento desse estudo. 
Esse trabalho faz-se necessário para o desenvolvimento e aprimoramento de 
conhecimentos sobre a relevância e dimensão sobre o tema abordado que trata: A 
Contextualização histórica, econômica e socio- cultural dos sujeitos da EJA, que tem por 
objetivo acentuar a fundamentação teórica conforme o que alguns autores consideram, e ainda 
refletir como esta modalidade de ensino é relevante e essencial para os alunos no Brasil. 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
Atualmente o mundo vem passando por diversas transformações, apontada pela nítida 
globalização e pelas modificações trazidas pela tecnologia, a extraordinária era da informação 
e comunicação. No entanto, em meio a essa globalização subsiste como parâmetro, o domínio 
3 
 
 
 
de normas e regras da leitura e da escrita, transformando um dever ético, mais que dominar os 
códigos da contemporaneidade, ainda é de suma importância para o homem controlar. 
 
 
2.1 HISTORICIDADE DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL 
 
A EJA teve início no Brasil segundo Moreira (2014), no período colonial em meados 
de 1549, e nesse tempo a educação era de responsabilidade da igreja e não do Estado. Para 
auxiliar a igreja além de realizar o trabalho manual, os jesuítas ensinavam os índios a ler e 
escrever. 
 
A educação de adultos teve início com a chegada dos jesuítas em 1549. Essa 
educação esteve, durante séculos, em poder dos jesuítas que fundaram colégios nos 
quais era desenvolvida uma educação cujo objetivo inicial era formar uma elite 
religiosa (MOURA 2004, apud SANTANA). 
 
 
A educação de jovens e adultos vem há muito tempo passando por diversas 
transformações e rupturas. Os jesuítas ficaram no controle da educação no Brasil até 1759, 
onde logo foram expulsos do país pelo Marquês de Pombal. Com a descontinuação dos 
jesuítas a EJA passa atender periodicamente os interesses do Estado e não mais da igreja. 
Moura (2003) aponta: 
 
Com a expulsão com a expulsão dos jesuítas de Portugal e das colônias em 1759, 
pelo marquês de pombal toda a estrutura organizacional da educação passou por 
transformações. A uniformidade da ação pedagógica, a perfeita transição de um 
nível escolar para outro e a graduação foram substituídas pela diversidade das 
disciplinas isoladas. Assim podemos dizer que a escola pública no Brasil teve início 
com pombal os adultos das classes menos abastadas que tinha intenção de estudar 
não encontravam espaço na reforma Pombalina, mesmo porque a educação 
elementar era privilégio de poucos e essa reforma objetivou atender prioritariamente 
ao ensino superior. (MOURA, apud SANTANA). 
 
Desse modo têm-se após a expulsão dos jesuítas um enfraquecimento no sistema de 
ensino até então efetivo. Porém com a chegada do império, a educação de jovens e adultos 
volta a ter novos horizontes e direcionamentos, como a abertura de escolas noturnas. Buscou-
se ainda uma reestruturação que atendesse a toda a população, contudo nem todos tinham o 
direito de estudar nas escolas. Conforme o decreto 7.031 de seis de setembro de 1878, 
somente as pessoas do sexo masculino, livres, maiores de 14 anos, poderiam ter esse acesso à 
educação. 
A partir do ano de 1889 inicia no Brasil o período republicano que é marcado pela 
própria proclamação da república e permanece atualmente. Com as grandes transformações e 
4 
 
 
 
processos de industrialização durante a década de 30 como afirma Moreira (2014), que a 
educação de adultos começa a se consolidar no sistema público de ensino. De acordo com a 
reflexão abaixo: 
 
A educação básica de adultos começou a delimitar seu lugar na história da educação 
no Brasil a partir da década de 30, quando finalmente começa a consolidar um 
sistema público de educação elementar no país. Neste período, a sociedade brasileira 
passava por grandes transformações, associados ao processode industrialização e 
concentração populacional em centros urbanos. A oferta de ensino básico gratuito 
estendia-se consideravelmente, acolhendo setores sociais cada vez mais diversos 
(Proposta Curricular, 1997, p.30). 
 
 
A história da EJA no Brasil ocorreu de forma monótona, o governo não atuava em 
interesses de políticas educacionais que atendesse a esse público, mesmo com a primeira 
constituição Brasileira outorgada logo após a proclamação da independência, no seu artigo 
179 que destaca a “instrução primária para todos os cidadãos”, entretanto apenas uma minoria 
tinha acesso, a classe de poder e riqueza. 
O analfabetismo foi marcado no Brasil por altos índices na década de 40, por outro 
lado fez com que o governo produzisse um fundo que atendesse a educação dos adultos. Cabe 
apontar ainda nesta época que o que importava na politica educacional segundo Moreira 
(2014), era formar mão de obra para satisfazer o mercado de trabalho e doutrinar eleitores. 
Logo, em meados de 1940 à 1950 foram estabelecidas muitas campanhas se estendendo até 
1960, quando a EJA tem seu marco na história encadeando à valorização da educação e da 
cultura popular e à ampliação da atuação de massas no processo político. É neste meio que 
surge então um novo pensamento de pedagogia fundamentada em Paulo Freire. 
Surge na época do regime militar no país o movimento de alfabetização chamado 
“MOBRAL”, com objetivo de acabar com o analfabetismo. Distante de seguir o que antes era 
realizado pelos movimentos de alfabetização, o Mobral centrava as suas inciativas, como 
órgão de concepção e de execução, limitando seu conceito apenas à habilidade de aprender a 
ler e escrever. Todavia, o movimento não obteve resultados satisfatórios e houve muitas 
críticas, tanto em relação à alfabetização quanto ao impacto de outros meios de ação do 
movimento, além do seu próprio objetivo. 
Para Paulo Freire um dos percussores da EJA no Brasil, a preocupação era com a 
formação crítica dos educandos, a sua metodologia se baseava no diálogo, diferente do 
Mobral que utilizava apenas cartazes, fichas, família silábica, daí pode-se destacar as 
principais características que o diferenciava o método de ensino de jovens e adultos. 
5 
 
 
 
 
O projeto MOBRAL permite compreender bem esta fase ditatorial por que passou o 
país. A proposta de educação era baseada aos interesses políticos vigentes na época. 
Por ter de repassar o sentimento de bom comportamento para o povo e justificar os 
atos da ditadura, esta instituição estendeu seus braços a uma boa parte das 
populações carentes, através de seus diversos Programas (BELLO,1993). 
 
 
Muitos avanços ocorreram na EJA nos anos seguintes, contudo no governo Collor nos 
anos 90 a educação de jovens e adultos sofre um declínio, mas logo é resgatada com a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96), em que se reitera: 
 
Art.37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram 
acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. 
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que 
não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais 
apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições 
de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. (BRASIL, 1996). 
 
 
A educação de jovens e adultos é um direito obrigatório garantido por lei, 
considerando as experiências não-formais, que inclui no currículo vivências e práticas, de 
forma a permitir a interação e o diálogo entre os educandos. 
Paulo Freire pioneiro da educação de jovens e adultos defende segundo Nascimento 
(2013) “que o conhecimento através da educação é instrumento do homem sobre o mundo, 
toda essa ação produz mudança, portanto não é um ato neutro, mas o do ato de educar é um 
ato político”. 
 
2.2 OS SUJEITOS EDUCANDOS DA EJA 
 
A educação de jovens e adultos (EJA) é complexa, vai bem além das ações de 
ler e escrever. Os sujeitos da EJA são em sua maioria trabalhadores e não 
trabalhadores, pessoas adultas ou jovens que, estão em busca de melhores condições 
de vida, que pelas mais diversas razões, têm como objetivo melhora na autoestima, 
realização pessoal, necessidade de contribuição com maior eficiência na educação dos 
filhos e que procuram vencer suas próprias lutas e as barreiras de um sistema 
educacional excludente. Esses são apenas alguns dos fatores que podem surgir no 
momento de uma possível decisão para voltar às salas de aula. 
 
6 
 
 
 
 O público atendido pela EJA é de pessoas que na idade regular não puderam 
estudar, ou por não sentirem-se atraídos pelo conteúdo escolar acabaram deixando a 
escola. Isto acaba gerando uma exclusão dos indivíduos analfabetos dentro da 
sociedade e da própria escola. Muitos são os problemas que dificultam o ingresso de 
pessoas no ensino regular, alguns destes problemas são: gravidez precoce, drogas, 
desinteresse, condições financeiras. (PEDROSO,2010). 
 
O perfil atendido pela EJA no geral é de jovens e adultos entre 15 e 18 anos ou mais, 
que por diversas razões não tiveram a chance de concluir os estudos na idade certa ou mesmo 
abandonaram a escola. É fundamental, destacar sobre a EJA quais são suas competências, 
pois: “Pensar nos sujeitos da EJA é trabalhar com e na diversidade; diversidade esta que 
constitui a sociedade brasileira, abrangendo jeitos de ser, viver, pensar e agir” (BRASIL,2008, 
p. 1). 
Nos dias atuais o que se tem percebido é que a maior parte do público da EJA são os 
jovens, o público adulto não é mais o grupo dominante nesta modalidade de ensino 
(GADOTTI, 2007). Geralmente, esse fato têm se dado pelo aumento de jovens procedentes do 
ensino fundamental na EJA onde se dispõe grupo de jovens e adolescentes carentes, que 
demostraram passagens frustradas na escola e por consequência advém o abandono escolar 
(QUEIROZ, 2012). 
Para alguns autores segundo Queiroz (2012), um dos motivos que incluíram a EJA a 
sofrer mudanças e alcançar a ascensão do público juvenil, esta relacionado a diversas causas 
tais como: a cobrança do mercado de trabalho, a entrada precoce no mundo de trabalho e isso 
se dá pela má distribuição de renda no Brasil, entre outros. 
Em relação ao perfil da EJA têm-se ainda: 
 
Os jovens e adultos trabalhadores lutam para superar suas condições precárias de 
vida (moradia, saúde, alimentação, transporte, emprego etc.) que estão na raiz do 
problema do analfabetismo. O desemprego, os baixos salários e suas péssimas 
condições de vida comprometem o processo de alfabetização de jovens e adultos 
(GADOTTI, 2007, p.31). 
 
 
Desse modo considera-se que na maioria das vezes, esse mesmo público é o que 
precisa conciliar estudo e trabalho, que, no entanto pode até comprometer os seus estudos. Os 
alunos sentem-se obrigados pelas condições sociais em que se encontram à batalhar e 
conquistar melhores condições de vida que pode ser adquirida através do trabalho, que: “ 
hoje, é orientado pelas necessidades humanas, pela reprodução social e pela propriedade 
privada” (CARNEIRO,2015). Não se podem esquecer diante desse contexto que os educandos 
7 
 
 
 
da EJA, são sujeitos marcados por uma história de exclusão e preconceitos, por isso é 
importante salientar que a escola precisa respeitar e acolher esses sujeitos, abrangendo-os 
como parte integrante da sociedade. 
Conforme Freire (2010), “ensinar exige respeito a esses saberes e cultura dos 
educandos”. É nesse contexto que se preconiza a eficiência de se refletir e repensar as práticas 
de ensino e aprendizagem estabelecidas na EJA, possibilitando aos sujeitos educandos acesso 
às variadas fontes de conhecimento. 
 
 
 
2.3 AS LEIS QUE REGEM A EJA 
 
 O direito à educação é um dos temas mais debatidos desde os primórdios da 
civilização, contudo no Brasil, tratando-se especificamente da Educaçãode Jovens e Adulto é 
um assunto que vem ao longo dos anos passando por constantes modificações e alcançando 
seu espaço. 
A Constituição Federal de 1988 marco da história do país outorgou o direito de ensino 
aos cidadãos de todas as faixas etárias, instituindo ao Estado a imprescindibilidade de novas 
oportunidades educacionais para os indivíduos que, por alguma razão, devido a idade, não 
têm acesso ao ensino regular: 
 
Art.208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de : 
I – educação básica e obrigatória dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, 
assegurada inclusive para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria. 
VI- oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; 
(BRASI, 1988). 
 
Quando a Constituição preconiza o dever ao Estado para educação, propõe um imenso 
combate a todos os educadores, no sentindo de criar estratégias e políticas públicas que 
englobem os Jovens e Adultos na educação. Há uma importância em se pensar sempre na 
flexibilização da modalidade EJA, pois é necessário levar em consideração as condições dos 
alunos. 
A Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971, estabeleceu diretrizes e bases para o ensino 
de 1º e 2º graus. Considerando um ponto positivo a implementação e regulamentação, por 
meio desta lei, do Ensino Supletivo, Viera (2004) destaca que: 
 
[...] durante o período militar, a educação de adultos adquiriu pela primeira vez na 
sua história um estatuto legal, sendo organizada em capítulo exclusivo da Lei nº 
8 
 
 
 
5.692/71, intitulado Ensino supletivo. O artigo 24 desta legislação estabelecia como 
função do supletivo suprir a escolarização regular para adolescentes e adultos que 
não a tenham conseguido ou concluído na idade própria (VIEIRA, 2004, p. 40). UNI 
 
 
A LDB nº 5.692/71 caracterizou uma conquista importante no sentido de reconhecer 
no educando um sujeito de direito. E ainda outra ênfase nessa lei, é a formação dos 
professores para atuarem no supletivo, como está descrito no capítulo V, art.32: “O pessoal 
docente do ensino supletivo terá preparo adequado às características especiais desse tipo de 
ensino, de acordo com as normas estabelecidas pelos Conselhos de Educação” (BRASIL, 
1971). 
A atuação dos professores na modalidade EJA é um assunto que apesar das 
prescrições legais obtidas, merecem muito mais destaque e investimentos concretos tanto no 
que diz respeito à formação inicial como continuada, e ainda esses educadores precisam se 
comprometer e possuir uma consciência de buscar mecanismos, métodos e teorias que 
incentivem os alunos desta modalidade. 
A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, marcou as diretrizes e bases para 
educação nacional, substituindo a Lei anterior n º5.962/71. O Ensino supletivo logo é alterado 
pela nova LDB pelo conceito de Educação de Jovens e Adultos. A LDB trata dois artigos que 
falam exclusivamente da EJA, os artigos 37 e 38. No artigo 38 da LDB têm-se: 
 
Art.38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que 
compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento 
de estudos em caráter regular. 
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: 
I – no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores e quinze anos; 
II- no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos. 
§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios 
informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames. (BRASIL, 1996). 
 
O que pode ser destacado a partir desse artigo é a diminuição de idade para realizar os 
exames, o que facilita o acesso dos alunos a esta modalidade. Contudo, a partir do que foi 
denotada, a LDB vem para completar os vazios da constituição em relação à educação de 
jovens e adultos, enfatizando que “Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos 
jovens e adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades 
educacionais apropriadas...”, assim a LDB e outras leis da educação dão continuidade a 
Constituição. 
Portanto, com a implementação de diversos programas que objetivam oportunizar 
possibilidades de reingresso ou ingresso ao ensino escolar a todos que por alguma razão não 
9 
 
 
 
fizeram em idade própria, são inúmeros os pareceres, resoluções e portarias referentes a EJA, 
que dão continuidade à LDB e, por conseguinte, aumentam as chances de formação dos 
alunos nesta modalidade. 
A EJA é uma modalidade de ensino de suma relevância no panorama educacional, mas 
apesar de diversas conquistas, há muito a ser feito e preparado para conseguir generalizar a 
entrada à educação de toda a sociedade brasileira, e assegurar aos seus alunos a matrícula e 
então continuidade na escola. 
 
3. MATERIAIS E MÉTODOS 
Foi realizada uma pesquisa de caráter qualitativo e bibliográfico onde há uma análise 
crítica e interpretativa na busca de compreender propostas inerentes e pertencentes sobre a 
Contextualização histórica, econômica e sociocultural dos sujeitos da EJA, bem como estas 
contribuem para o desenvolvimento de novos saberes. E ainda refletir a fim de que o direito à 
educação, seja de fato para todos e que ocorra de forma plena e efetiva. 
 
Os valores metodológicos são os que nos fazem estimar que o saber construído de 
maneira metódica, especialmente pela pesquisa, vale a pena ser obtido, e que vale a 
pena seguir os meios para se chegar, Isso exige curiosidade e ceticista, a confiança 
na razão e no procedimento cientifico e, também, a aceitação dos seus limites 
(LAVILLE e DIONNI, 1999, p.96). 
 
Os procedimentos abordados para obtenção deste trabalho foram pesquisas 
bibliográficas em livros, artigos da internet de diversos autores, teses de doutorado e 
monografias bem como revistas acadêmicas. Contudo têm-se ainda como método abordado à 
observação através de registros fotográficos obtidos pelo site google acadêmico, onde 
demostra-se a realidade dos alunos da EJA em sala de aula com o professor . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
FIGURA 1: PROFESSORA DA EJA EM SALA DE AULA COM OS ALUNOS 
 
FONTE: Disponível em 
<https://diariodejacarei.com.br/?action=www&subaction=noticia&title=matriculas-para-eja-ja-podem-ser-feitas-
nas-escolas-estaduais-de-sp&id=28155> Acesso em: 20/06/2020. 
 
FIGURA 2: PROFESSORA DA EJA EM SALA DE COMPUTAÇÃO COM ALUNOS 
 
FONTE: Disponível em <https:// https://novaescola.org.br/conteudo/5000/eja-empodere-os-alunos-
com-o-uso-das-tecnologias> Acesso em: 20/06/2020. 
 
 
O professor na EJA deve atuar no processo de mediação entre os alunos, 
compreendendo que não é único detentor de conhecimento, deve ajudar os jovens e adultos a 
perceber o mundo que os cerca ampliando seus repertórios para que alcancem os objetivos 
almejados para o cotidiano ao transformar o currículo. É de total importância considerar as 
experiências vividas da turma e ouvi-las constantemente dando-lhes seu devido valor. Através 
da abordagem desse tema no trabalho, é possível valorizar tanto a historia dos sujeitos da EJA 
como dos educadores que lutam para que de fato aconteça o processo de transformação. 
 
https://diariodejacarei.com.br/?action=www&subaction=noticia&title=matriculas-para-eja-ja-podem-ser-feitas-nas-escolas-estaduais-de-sp&id=28155
https://diariodejacarei.com.br/?action=www&subaction=noticia&title=matriculas-para-eja-ja-podem-ser-feitas-nas-escolas-estaduais-de-sp&id=28155
https://diariodejacarei.com.br/?action=www&subaction=noticia&title=matriculas-para-eja-ja-podem-ser-feitas-nas-escolas-estaduais-de-sp&id=28155
https://diariodejacarei.com.br/?action=www&subaction=noticia&title=matriculas-para-eja-ja-podem-ser-feitas-nas-escolas-estaduais-de-sp&id=28155
https://diariodejacarei.com.br/?action=www&subaction=noticia&title=matriculas-para-eja-ja-podem-ser-feitas-nas-escolas-estaduais-de-sp&id=28155
11 
 
 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Verificou-seatravés dessa pesquisa que pensar em Educação de Jovens e Adultos 
implica pensar o público alvo dessa educação, ou seja necessita-se considerar uma educação 
enredada com os interesses sociais dos seus educandos, direito de cidadania e 
responsabilidade social da escola e da educação. 
No Brasil, como resultado de longos períodos de restrição, da falta de reconhecimento 
legal determinado pelo processo histórico e da negligência do Estado, a EJA não foi e 
infelizmente ainda não é uma das prioridades educacionais do nosso país. Diante disso 
podemos perceber que esta modalidade de ensino não retrata um processo de autonomia e de 
transformação social, deste modo compreendemos que o desafio da escola na qual educandos 
e educadores, incluam por tarefa gerar e motivar novos conhecimentos, de modo que favoreça 
o dia a dia dos educandos: 
 
Os jovens e adultos buscam na escola, sem dúvida, mais do que conteúdos prontos 
para serem reproduzidos. Como cidadãos e trabalhadores que são, esses alunos 
querem se sentir sujeitos ativos, participativos e crescer cultural, social e 
economicamente (MEC, 2006, p. 11). 
 
Portanto, tem-se quão importante é a EJA, os alunos aprendem e estão dispostos a 
irem além das competências e habilidades educacionais. É necessário que haja a devida 
atenção por parte das políticas de Estado, pois ainda é notório o desleixo dentro dessa 
modalidade de ensino. 
 
FIGURA 3: SEMPRE É TEMPO DE RECOMEÇAR. 
 
FONTE: Disponível em < https://blogdasemetk.blogspot.com/2020/01/escolas-municipais-abrem-
matriculas.html> Acesso em: 20/06/2020. 
https://blogdasemetk.blogspot.com/2020/01/escolas-municipais-abrem-matriculas.html
https://blogdasemetk.blogspot.com/2020/01/escolas-municipais-abrem-matriculas.html
12 
 
 
 
 
 
A Educação de Jovens e Adultos ainda é muito falha, mas, no entanto a escola precisa 
sempre pensar em uma proposta de educação voltada às composições do perfil desses sujeitos 
que por muito tempo ficaram longe das escolas, e que por esse motivo, necessitam de um 
melhor acolhimento e compreensão, atentando-se as possiblidades de um novo recomeço. Os 
professores têm um grande papel pedagógico para com esta modalidade de ensino em 
especial, pois estes são dispositivos de mediação da própria desvalorização e esvaziamento 
dos conhecimentos científicos na escola, o qual deve ser incorporado à cultura escolar e 
global. 
 
5. CONCLUSÃO 
Ao longo do trabalho ao considerarmos os autores abordados têm-se a percepção da 
importância desta modalidade de ensino que é a EJA, e como de fato, os sujeitos jovens e 
adultos vem sendo acolhidos no que rege a LDB e a própria Constituição Federal do Brasil de 
1988, é bem diferente no que ocorre na prática. No entanto, é necessário que as instituições e 
educadores revejam suas práticas pedagógicas frente a estes alunos, e assegurem efetivamente 
condições apropriadas de atendimento, que considerem as características, condições de vida e 
de trabalho. 
A partir da fundamentação teórica foi possível entender melhor a EJA, os avanços 
históricos ocorridos ao longo do tempo e que ainda é marcado por muitas lutas, os sujeitos 
deste ensino que travam lutas diárias em busca de melhores condições de vida e as lei que 
embasam essa modalidade, e que necessita de fato se tornar real para esses alunos. A 
realidade que se percebe ainda hoje dentro dessa modalidade é que não obteve um avanço 
considerado imprescindível para proporcionar uma educação de qualidade para os jovens e 
adultos que não possuíram oportunidade de estudar na idade certa, esse fato se deve muito há 
falta de compromisso do poder público. 
Como visto na atualidade, a aprendizagem, o desenvolvimento de habilidades e 
competências educacionais, profissionais e pessoais é importante para o ingresso ou melhorias 
no âmbito profissional quanto para vida pessoal de cada indivíduo. Haja vista, que educadores 
e toda comunidade escolar envolvida possa atuar espontaneamente até que possamos 
desenvolver um bom trabalho de forma justa e igualitária a todos. A atuação dos professores 
na EJA deve ser compreendida com muito interesse e relevância, e ainda de investimentos 
13 
 
 
 
concretos para que possam desempenhar um trabalho com total qualidade e 
comprometimento. 
 
 
REFERÊNCIAS 
ANZORENA, Denise Izaguirreo. Educação de jovens e adultos. Indaial: Uniasselvi, 2013. 
 
BRASIL. Lei das Diretrizes e Bases da Educação. Brasília, 2005. 
 
BRASIL (1988), Congresso Nacional. Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico. 
 
 ______ (2001). Presidência da República. Lei n. 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o 
Plano Nacional de Educação e da outras providências. 
 
______ (1996). Presidência da República. Lei n0 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. 
Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional. Coletânea de Leis da Casa Civil da 
Presidência da República: leis ordinárias. Brasília: Casa Civil, 1996. Disponível em: 
http://www.planalto.gov/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em: 20 mar. 2020. 
 
CORDEIRO, Denise. Juventude nas sombras: escola, trabalho e moradia em territórios de 
precariedades. Rio de Janeiro: Lamparina, FAPERJ, 2009. 
 
FREIRE, P (2010). Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 
 
GADOTTI, M.; ROMÃO, J. E (2007). Educação de Jovens e Adultos: teoria, prática e 
proposta. 9. ed. São Paulo: Cortez. 
 
LAVILLE, C (1999). A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em 
ciências humanas. Porto Alegre: Artmed; Belo Horizonte: UFMG. 
 
MEC. Trabalhando com a educação de jovens e adultos: Alunas e Alunos da EJA. Brasília, 
2006. 
 
MOURA, T. M. de M. A prática pedagógica dos alfabetizadores de jovens e adultos: 
contribuições de Freire, Ferreiro e Vygotsky. Maceió: EDUFAL/INEP, 1999. 
 
PURA, L.O.M. Didática Teórica e Didática Prática. São Paulo: Loyola, 2000. 
 
QUEIROZ, Ana Maria. Livro didático na Eja: concepções de professores e alunos no 
cotidiano escolar. Disponível em.< 
http://recil.grupolusofona.pt/bitstream/handle/10437/4246/disserta%C3%A7%C3%A3o%20ul
tima%20vers%C3%A3o.pdf?sequence=1>. Acesso em: 10 de março de 2020. 
 
 
http://recil.grupolusofona.pt/bitstream/handle/10437/4246/disserta%C3%A7%C3%A3o%20ultima%20vers%C3%A3o.pdf?sequence=1
http://recil.grupolusofona.pt/bitstream/handle/10437/4246/disserta%C3%A7%C3%A3o%20ultima%20vers%C3%A3o.pdf?sequence=1

Continue navegando