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1 Gislany Thalia Araujo Silva, Jennipher Rafaelle Muniz, Kariane Pinto Costa e Maria Goriete Roma 2 Joina Jamila dos Remedios Ataide Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (PED 1978) – Prática do Módulo VI- 10/06/2020 A CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA, ECONÔMICA E SOCIO- CULTURAL DOS SUJEITOS DA EJA Gislany Thalia Silva¹ Jennipher Rafaelle Muniz Kariane Pinto Costa Maria Goriete Roma Profª.Joina Jamila Ataide² RESUMO A Educação como direito deve ser desenvolvida e garantida a todos. O presente paper sobre A Contextualização histórica, econômica e socio-cultural dos sujeitos da EJA, constitui-se uma pesquisa de caráter qualitativo e bibliográfico onde há uma análise crítica e interpretativa na busca de compreender propostas inerentes e pertencentes ao tema abordado, bem como contribuem para desenvolvimento de novos saberes. Ainda destaca-se os tópicos considerados para parâmetro desse trabalho que são: Historicidade da educação de jovens e adultos no Brasil, que aborda no entanto, um panorama cheio de concepções marcados pela história vivida por muitos anos, Os sujeitos educandos da EJA, que são em sua maioria pessoas adultas ou jovens que estão em busca de melhores condições de vida e AS Leis que regem a EJA. Em seguida têm-se materiais e métodos bem como seus resultados e discussão, e por fim a conclusão com suas atribuições na busca de envolver tanto educadores como a comunidade escolar para atuar espontaneamente no desenvolvimento de um bom trabalho de forma justa e igualitária para todos. Palavras-chave: Educação. EJA. Sujeitos. 1. INTRODUÇÃO O direito a educação é um ponto regular e constante na Educação de Jovens e Adultos (EJA), contudo têm-se uma trajetória histórica de ações descontínuas, definida por uma variedade de programas, sistematicamente não caracterizada como escolarização. Ao refletir em uma modalidade de ensino que atendesse aqueles que em idade própria, por alguma razão, não usufruíram da escolaridade foi criada a Lei número 9394/96 pela República Federativa do Brasil dentro da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e por meio de pareceres e resoluções (como o Parecer número 11/2000), a qual prediz o atendimento a EJA 2 e adquiriu-se uma nova concepção para além da suplência, ou seja, passou a ser tratada como uma modalidade de ensino vinculada a educação básica. Para tanto ao se pensar em educação é necessário pensar em métodos, estratégias, espaços, estruturas físicas, isto é, pensar em proporcionar ambientes e condições apropriadas. Conforme BRASIL (2005), “oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho”. Dessa forma as organizações de ensino contribuirão não apenas para promover a educação em si, mas além de fatores pessoais que objetiva a reflexão e relacionamento como cidadãos dentro de uma sociedade. No Parecer do Conselho Nacional de Educação (2000), a EJA aborda o pensamento e resgate de uma dívida social de legado colonial negativo, quando se preservou fortemente uma educação que ampliou a desigualdade social. A diversidade inerente a esta modalidade de ensino faz com que seja cheio de riqueza social e cultural, e que de tal modo fazem dos estudantes seres ímpares, por meio de suas histórias de vida, que acrescentam ao cotidiano da Educação de Jovens e Adultos. Em relação ao campo social, podemos perceber que jovens adultos e idosos que abandonam as escolas, são por vezes ignorados e não acolhidos em outras instituições, o que faz com estes escolham outros caminhos que não os dignificam e sem volta. Do ponto de vista econômico, os alunos vão elevar a taxa de desemprego e são possíveis candidatos à mão-de-obra não qualificada e barata. Diante do que foi abordado surge os questionários: Qual a importância da EJA? Quais os contextos históricos, econômicos e sociais desta modalidade? A busca pelas respostas a esses questionamentos faz-se necessário para o desenvolvimento desse estudo. Esse trabalho faz-se necessário para o desenvolvimento e aprimoramento de conhecimentos sobre a relevância e dimensão sobre o tema abordado que trata: A Contextualização histórica, econômica e socio- cultural dos sujeitos da EJA, que tem por objetivo acentuar a fundamentação teórica conforme o que alguns autores consideram, e ainda refletir como esta modalidade de ensino é relevante e essencial para os alunos no Brasil. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Atualmente o mundo vem passando por diversas transformações, apontada pela nítida globalização e pelas modificações trazidas pela tecnologia, a extraordinária era da informação e comunicação. No entanto, em meio a essa globalização subsiste como parâmetro, o domínio 3 de normas e regras da leitura e da escrita, transformando um dever ético, mais que dominar os códigos da contemporaneidade, ainda é de suma importância para o homem controlar. 2.1 HISTORICIDADE DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL A EJA teve início no Brasil segundo Moreira (2014), no período colonial em meados de 1549, e nesse tempo a educação era de responsabilidade da igreja e não do Estado. Para auxiliar a igreja além de realizar o trabalho manual, os jesuítas ensinavam os índios a ler e escrever. A educação de adultos teve início com a chegada dos jesuítas em 1549. Essa educação esteve, durante séculos, em poder dos jesuítas que fundaram colégios nos quais era desenvolvida uma educação cujo objetivo inicial era formar uma elite religiosa (MOURA 2004, apud SANTANA). A educação de jovens e adultos vem há muito tempo passando por diversas transformações e rupturas. Os jesuítas ficaram no controle da educação no Brasil até 1759, onde logo foram expulsos do país pelo Marquês de Pombal. Com a descontinuação dos jesuítas a EJA passa atender periodicamente os interesses do Estado e não mais da igreja. Moura (2003) aponta: Com a expulsão com a expulsão dos jesuítas de Portugal e das colônias em 1759, pelo marquês de pombal toda a estrutura organizacional da educação passou por transformações. A uniformidade da ação pedagógica, a perfeita transição de um nível escolar para outro e a graduação foram substituídas pela diversidade das disciplinas isoladas. Assim podemos dizer que a escola pública no Brasil teve início com pombal os adultos das classes menos abastadas que tinha intenção de estudar não encontravam espaço na reforma Pombalina, mesmo porque a educação elementar era privilégio de poucos e essa reforma objetivou atender prioritariamente ao ensino superior. (MOURA, apud SANTANA). Desse modo têm-se após a expulsão dos jesuítas um enfraquecimento no sistema de ensino até então efetivo. Porém com a chegada do império, a educação de jovens e adultos volta a ter novos horizontes e direcionamentos, como a abertura de escolas noturnas. Buscou- se ainda uma reestruturação que atendesse a toda a população, contudo nem todos tinham o direito de estudar nas escolas. Conforme o decreto 7.031 de seis de setembro de 1878, somente as pessoas do sexo masculino, livres, maiores de 14 anos, poderiam ter esse acesso à educação. A partir do ano de 1889 inicia no Brasil o período republicano que é marcado pela própria proclamação da república e permanece atualmente. Com as grandes transformações e 4 processos de industrialização durante a década de 30 como afirma Moreira (2014), que a educação de adultos começa a se consolidar no sistema público de ensino. De acordo com a reflexão abaixo: A educação básica de adultos começou a delimitar seu lugar na história da educação no Brasil a partir da década de 30, quando finalmente começa a consolidar um sistema público de educação elementar no país. Neste período, a sociedade brasileira passava por grandes transformações, associados ao processode industrialização e concentração populacional em centros urbanos. A oferta de ensino básico gratuito estendia-se consideravelmente, acolhendo setores sociais cada vez mais diversos (Proposta Curricular, 1997, p.30). A história da EJA no Brasil ocorreu de forma monótona, o governo não atuava em interesses de políticas educacionais que atendesse a esse público, mesmo com a primeira constituição Brasileira outorgada logo após a proclamação da independência, no seu artigo 179 que destaca a “instrução primária para todos os cidadãos”, entretanto apenas uma minoria tinha acesso, a classe de poder e riqueza. O analfabetismo foi marcado no Brasil por altos índices na década de 40, por outro lado fez com que o governo produzisse um fundo que atendesse a educação dos adultos. Cabe apontar ainda nesta época que o que importava na politica educacional segundo Moreira (2014), era formar mão de obra para satisfazer o mercado de trabalho e doutrinar eleitores. Logo, em meados de 1940 à 1950 foram estabelecidas muitas campanhas se estendendo até 1960, quando a EJA tem seu marco na história encadeando à valorização da educação e da cultura popular e à ampliação da atuação de massas no processo político. É neste meio que surge então um novo pensamento de pedagogia fundamentada em Paulo Freire. Surge na época do regime militar no país o movimento de alfabetização chamado “MOBRAL”, com objetivo de acabar com o analfabetismo. Distante de seguir o que antes era realizado pelos movimentos de alfabetização, o Mobral centrava as suas inciativas, como órgão de concepção e de execução, limitando seu conceito apenas à habilidade de aprender a ler e escrever. Todavia, o movimento não obteve resultados satisfatórios e houve muitas críticas, tanto em relação à alfabetização quanto ao impacto de outros meios de ação do movimento, além do seu próprio objetivo. Para Paulo Freire um dos percussores da EJA no Brasil, a preocupação era com a formação crítica dos educandos, a sua metodologia se baseava no diálogo, diferente do Mobral que utilizava apenas cartazes, fichas, família silábica, daí pode-se destacar as principais características que o diferenciava o método de ensino de jovens e adultos. 5 O projeto MOBRAL permite compreender bem esta fase ditatorial por que passou o país. A proposta de educação era baseada aos interesses políticos vigentes na época. Por ter de repassar o sentimento de bom comportamento para o povo e justificar os atos da ditadura, esta instituição estendeu seus braços a uma boa parte das populações carentes, através de seus diversos Programas (BELLO,1993). Muitos avanços ocorreram na EJA nos anos seguintes, contudo no governo Collor nos anos 90 a educação de jovens e adultos sofre um declínio, mas logo é resgatada com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96), em que se reitera: Art.37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. § 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. (BRASIL, 1996). A educação de jovens e adultos é um direito obrigatório garantido por lei, considerando as experiências não-formais, que inclui no currículo vivências e práticas, de forma a permitir a interação e o diálogo entre os educandos. Paulo Freire pioneiro da educação de jovens e adultos defende segundo Nascimento (2013) “que o conhecimento através da educação é instrumento do homem sobre o mundo, toda essa ação produz mudança, portanto não é um ato neutro, mas o do ato de educar é um ato político”. 2.2 OS SUJEITOS EDUCANDOS DA EJA A educação de jovens e adultos (EJA) é complexa, vai bem além das ações de ler e escrever. Os sujeitos da EJA são em sua maioria trabalhadores e não trabalhadores, pessoas adultas ou jovens que, estão em busca de melhores condições de vida, que pelas mais diversas razões, têm como objetivo melhora na autoestima, realização pessoal, necessidade de contribuição com maior eficiência na educação dos filhos e que procuram vencer suas próprias lutas e as barreiras de um sistema educacional excludente. Esses são apenas alguns dos fatores que podem surgir no momento de uma possível decisão para voltar às salas de aula. 6 O público atendido pela EJA é de pessoas que na idade regular não puderam estudar, ou por não sentirem-se atraídos pelo conteúdo escolar acabaram deixando a escola. Isto acaba gerando uma exclusão dos indivíduos analfabetos dentro da sociedade e da própria escola. Muitos são os problemas que dificultam o ingresso de pessoas no ensino regular, alguns destes problemas são: gravidez precoce, drogas, desinteresse, condições financeiras. (PEDROSO,2010). O perfil atendido pela EJA no geral é de jovens e adultos entre 15 e 18 anos ou mais, que por diversas razões não tiveram a chance de concluir os estudos na idade certa ou mesmo abandonaram a escola. É fundamental, destacar sobre a EJA quais são suas competências, pois: “Pensar nos sujeitos da EJA é trabalhar com e na diversidade; diversidade esta que constitui a sociedade brasileira, abrangendo jeitos de ser, viver, pensar e agir” (BRASIL,2008, p. 1). Nos dias atuais o que se tem percebido é que a maior parte do público da EJA são os jovens, o público adulto não é mais o grupo dominante nesta modalidade de ensino (GADOTTI, 2007). Geralmente, esse fato têm se dado pelo aumento de jovens procedentes do ensino fundamental na EJA onde se dispõe grupo de jovens e adolescentes carentes, que demostraram passagens frustradas na escola e por consequência advém o abandono escolar (QUEIROZ, 2012). Para alguns autores segundo Queiroz (2012), um dos motivos que incluíram a EJA a sofrer mudanças e alcançar a ascensão do público juvenil, esta relacionado a diversas causas tais como: a cobrança do mercado de trabalho, a entrada precoce no mundo de trabalho e isso se dá pela má distribuição de renda no Brasil, entre outros. Em relação ao perfil da EJA têm-se ainda: Os jovens e adultos trabalhadores lutam para superar suas condições precárias de vida (moradia, saúde, alimentação, transporte, emprego etc.) que estão na raiz do problema do analfabetismo. O desemprego, os baixos salários e suas péssimas condições de vida comprometem o processo de alfabetização de jovens e adultos (GADOTTI, 2007, p.31). Desse modo considera-se que na maioria das vezes, esse mesmo público é o que precisa conciliar estudo e trabalho, que, no entanto pode até comprometer os seus estudos. Os alunos sentem-se obrigados pelas condições sociais em que se encontram à batalhar e conquistar melhores condições de vida que pode ser adquirida através do trabalho, que: “ hoje, é orientado pelas necessidades humanas, pela reprodução social e pela propriedade privada” (CARNEIRO,2015). Não se podem esquecer diante desse contexto que os educandos 7 da EJA, são sujeitos marcados por uma história de exclusão e preconceitos, por isso é importante salientar que a escola precisa respeitar e acolher esses sujeitos, abrangendo-os como parte integrante da sociedade. Conforme Freire (2010), “ensinar exige respeito a esses saberes e cultura dos educandos”. É nesse contexto que se preconiza a eficiência de se refletir e repensar as práticas de ensino e aprendizagem estabelecidas na EJA, possibilitando aos sujeitos educandos acesso às variadas fontes de conhecimento. 2.3 AS LEIS QUE REGEM A EJA O direito à educação é um dos temas mais debatidos desde os primórdios da civilização, contudo no Brasil, tratando-se especificamente da Educaçãode Jovens e Adulto é um assunto que vem ao longo dos anos passando por constantes modificações e alcançando seu espaço. A Constituição Federal de 1988 marco da história do país outorgou o direito de ensino aos cidadãos de todas as faixas etárias, instituindo ao Estado a imprescindibilidade de novas oportunidades educacionais para os indivíduos que, por alguma razão, devido a idade, não têm acesso ao ensino regular: Art.208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de : I – educação básica e obrigatória dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria. VI- oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; (BRASI, 1988). Quando a Constituição preconiza o dever ao Estado para educação, propõe um imenso combate a todos os educadores, no sentindo de criar estratégias e políticas públicas que englobem os Jovens e Adultos na educação. Há uma importância em se pensar sempre na flexibilização da modalidade EJA, pois é necessário levar em consideração as condições dos alunos. A Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971, estabeleceu diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º graus. Considerando um ponto positivo a implementação e regulamentação, por meio desta lei, do Ensino Supletivo, Viera (2004) destaca que: [...] durante o período militar, a educação de adultos adquiriu pela primeira vez na sua história um estatuto legal, sendo organizada em capítulo exclusivo da Lei nº 8 5.692/71, intitulado Ensino supletivo. O artigo 24 desta legislação estabelecia como função do supletivo suprir a escolarização regular para adolescentes e adultos que não a tenham conseguido ou concluído na idade própria (VIEIRA, 2004, p. 40). UNI A LDB nº 5.692/71 caracterizou uma conquista importante no sentido de reconhecer no educando um sujeito de direito. E ainda outra ênfase nessa lei, é a formação dos professores para atuarem no supletivo, como está descrito no capítulo V, art.32: “O pessoal docente do ensino supletivo terá preparo adequado às características especiais desse tipo de ensino, de acordo com as normas estabelecidas pelos Conselhos de Educação” (BRASIL, 1971). A atuação dos professores na modalidade EJA é um assunto que apesar das prescrições legais obtidas, merecem muito mais destaque e investimentos concretos tanto no que diz respeito à formação inicial como continuada, e ainda esses educadores precisam se comprometer e possuir uma consciência de buscar mecanismos, métodos e teorias que incentivem os alunos desta modalidade. A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, marcou as diretrizes e bases para educação nacional, substituindo a Lei anterior n º5.962/71. O Ensino supletivo logo é alterado pela nova LDB pelo conceito de Educação de Jovens e Adultos. A LDB trata dois artigos que falam exclusivamente da EJA, os artigos 37 e 38. No artigo 38 da LDB têm-se: Art.38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular. § 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: I – no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores e quinze anos; II- no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos. § 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames. (BRASIL, 1996). O que pode ser destacado a partir desse artigo é a diminuição de idade para realizar os exames, o que facilita o acesso dos alunos a esta modalidade. Contudo, a partir do que foi denotada, a LDB vem para completar os vazios da constituição em relação à educação de jovens e adultos, enfatizando que “Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas...”, assim a LDB e outras leis da educação dão continuidade a Constituição. Portanto, com a implementação de diversos programas que objetivam oportunizar possibilidades de reingresso ou ingresso ao ensino escolar a todos que por alguma razão não 9 fizeram em idade própria, são inúmeros os pareceres, resoluções e portarias referentes a EJA, que dão continuidade à LDB e, por conseguinte, aumentam as chances de formação dos alunos nesta modalidade. A EJA é uma modalidade de ensino de suma relevância no panorama educacional, mas apesar de diversas conquistas, há muito a ser feito e preparado para conseguir generalizar a entrada à educação de toda a sociedade brasileira, e assegurar aos seus alunos a matrícula e então continuidade na escola. 3. MATERIAIS E MÉTODOS Foi realizada uma pesquisa de caráter qualitativo e bibliográfico onde há uma análise crítica e interpretativa na busca de compreender propostas inerentes e pertencentes sobre a Contextualização histórica, econômica e sociocultural dos sujeitos da EJA, bem como estas contribuem para o desenvolvimento de novos saberes. E ainda refletir a fim de que o direito à educação, seja de fato para todos e que ocorra de forma plena e efetiva. Os valores metodológicos são os que nos fazem estimar que o saber construído de maneira metódica, especialmente pela pesquisa, vale a pena ser obtido, e que vale a pena seguir os meios para se chegar, Isso exige curiosidade e ceticista, a confiança na razão e no procedimento cientifico e, também, a aceitação dos seus limites (LAVILLE e DIONNI, 1999, p.96). Os procedimentos abordados para obtenção deste trabalho foram pesquisas bibliográficas em livros, artigos da internet de diversos autores, teses de doutorado e monografias bem como revistas acadêmicas. Contudo têm-se ainda como método abordado à observação através de registros fotográficos obtidos pelo site google acadêmico, onde demostra-se a realidade dos alunos da EJA em sala de aula com o professor . 10 FIGURA 1: PROFESSORA DA EJA EM SALA DE AULA COM OS ALUNOS FONTE: Disponível em <https://diariodejacarei.com.br/?action=www&subaction=noticia&title=matriculas-para-eja-ja-podem-ser-feitas- nas-escolas-estaduais-de-sp&id=28155> Acesso em: 20/06/2020. FIGURA 2: PROFESSORA DA EJA EM SALA DE COMPUTAÇÃO COM ALUNOS FONTE: Disponível em <https:// https://novaescola.org.br/conteudo/5000/eja-empodere-os-alunos- com-o-uso-das-tecnologias> Acesso em: 20/06/2020. O professor na EJA deve atuar no processo de mediação entre os alunos, compreendendo que não é único detentor de conhecimento, deve ajudar os jovens e adultos a perceber o mundo que os cerca ampliando seus repertórios para que alcancem os objetivos almejados para o cotidiano ao transformar o currículo. É de total importância considerar as experiências vividas da turma e ouvi-las constantemente dando-lhes seu devido valor. Através da abordagem desse tema no trabalho, é possível valorizar tanto a historia dos sujeitos da EJA como dos educadores que lutam para que de fato aconteça o processo de transformação. https://diariodejacarei.com.br/?action=www&subaction=noticia&title=matriculas-para-eja-ja-podem-ser-feitas-nas-escolas-estaduais-de-sp&id=28155 https://diariodejacarei.com.br/?action=www&subaction=noticia&title=matriculas-para-eja-ja-podem-ser-feitas-nas-escolas-estaduais-de-sp&id=28155 https://diariodejacarei.com.br/?action=www&subaction=noticia&title=matriculas-para-eja-ja-podem-ser-feitas-nas-escolas-estaduais-de-sp&id=28155 https://diariodejacarei.com.br/?action=www&subaction=noticia&title=matriculas-para-eja-ja-podem-ser-feitas-nas-escolas-estaduais-de-sp&id=28155 https://diariodejacarei.com.br/?action=www&subaction=noticia&title=matriculas-para-eja-ja-podem-ser-feitas-nas-escolas-estaduais-de-sp&id=28155 11 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Verificou-seatravés dessa pesquisa que pensar em Educação de Jovens e Adultos implica pensar o público alvo dessa educação, ou seja necessita-se considerar uma educação enredada com os interesses sociais dos seus educandos, direito de cidadania e responsabilidade social da escola e da educação. No Brasil, como resultado de longos períodos de restrição, da falta de reconhecimento legal determinado pelo processo histórico e da negligência do Estado, a EJA não foi e infelizmente ainda não é uma das prioridades educacionais do nosso país. Diante disso podemos perceber que esta modalidade de ensino não retrata um processo de autonomia e de transformação social, deste modo compreendemos que o desafio da escola na qual educandos e educadores, incluam por tarefa gerar e motivar novos conhecimentos, de modo que favoreça o dia a dia dos educandos: Os jovens e adultos buscam na escola, sem dúvida, mais do que conteúdos prontos para serem reproduzidos. Como cidadãos e trabalhadores que são, esses alunos querem se sentir sujeitos ativos, participativos e crescer cultural, social e economicamente (MEC, 2006, p. 11). Portanto, tem-se quão importante é a EJA, os alunos aprendem e estão dispostos a irem além das competências e habilidades educacionais. É necessário que haja a devida atenção por parte das políticas de Estado, pois ainda é notório o desleixo dentro dessa modalidade de ensino. FIGURA 3: SEMPRE É TEMPO DE RECOMEÇAR. FONTE: Disponível em < https://blogdasemetk.blogspot.com/2020/01/escolas-municipais-abrem- matriculas.html> Acesso em: 20/06/2020. https://blogdasemetk.blogspot.com/2020/01/escolas-municipais-abrem-matriculas.html https://blogdasemetk.blogspot.com/2020/01/escolas-municipais-abrem-matriculas.html 12 A Educação de Jovens e Adultos ainda é muito falha, mas, no entanto a escola precisa sempre pensar em uma proposta de educação voltada às composições do perfil desses sujeitos que por muito tempo ficaram longe das escolas, e que por esse motivo, necessitam de um melhor acolhimento e compreensão, atentando-se as possiblidades de um novo recomeço. Os professores têm um grande papel pedagógico para com esta modalidade de ensino em especial, pois estes são dispositivos de mediação da própria desvalorização e esvaziamento dos conhecimentos científicos na escola, o qual deve ser incorporado à cultura escolar e global. 5. CONCLUSÃO Ao longo do trabalho ao considerarmos os autores abordados têm-se a percepção da importância desta modalidade de ensino que é a EJA, e como de fato, os sujeitos jovens e adultos vem sendo acolhidos no que rege a LDB e a própria Constituição Federal do Brasil de 1988, é bem diferente no que ocorre na prática. No entanto, é necessário que as instituições e educadores revejam suas práticas pedagógicas frente a estes alunos, e assegurem efetivamente condições apropriadas de atendimento, que considerem as características, condições de vida e de trabalho. A partir da fundamentação teórica foi possível entender melhor a EJA, os avanços históricos ocorridos ao longo do tempo e que ainda é marcado por muitas lutas, os sujeitos deste ensino que travam lutas diárias em busca de melhores condições de vida e as lei que embasam essa modalidade, e que necessita de fato se tornar real para esses alunos. A realidade que se percebe ainda hoje dentro dessa modalidade é que não obteve um avanço considerado imprescindível para proporcionar uma educação de qualidade para os jovens e adultos que não possuíram oportunidade de estudar na idade certa, esse fato se deve muito há falta de compromisso do poder público. Como visto na atualidade, a aprendizagem, o desenvolvimento de habilidades e competências educacionais, profissionais e pessoais é importante para o ingresso ou melhorias no âmbito profissional quanto para vida pessoal de cada indivíduo. Haja vista, que educadores e toda comunidade escolar envolvida possa atuar espontaneamente até que possamos desenvolver um bom trabalho de forma justa e igualitária a todos. A atuação dos professores na EJA deve ser compreendida com muito interesse e relevância, e ainda de investimentos 13 concretos para que possam desempenhar um trabalho com total qualidade e comprometimento. REFERÊNCIAS ANZORENA, Denise Izaguirreo. Educação de jovens e adultos. Indaial: Uniasselvi, 2013. BRASIL. Lei das Diretrizes e Bases da Educação. Brasília, 2005. BRASIL (1988), Congresso Nacional. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico. ______ (2001). Presidência da República. Lei n. 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e da outras providências. ______ (1996). Presidência da República. Lei n0 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional. Coletânea de Leis da Casa Civil da Presidência da República: leis ordinárias. Brasília: Casa Civil, 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em: 20 mar. 2020. CORDEIRO, Denise. Juventude nas sombras: escola, trabalho e moradia em territórios de precariedades. Rio de Janeiro: Lamparina, FAPERJ, 2009. FREIRE, P (2010). Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra. GADOTTI, M.; ROMÃO, J. E (2007). Educação de Jovens e Adultos: teoria, prática e proposta. 9. ed. São Paulo: Cortez. LAVILLE, C (1999). A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Artmed; Belo Horizonte: UFMG. MEC. Trabalhando com a educação de jovens e adultos: Alunas e Alunos da EJA. Brasília, 2006. MOURA, T. M. de M. A prática pedagógica dos alfabetizadores de jovens e adultos: contribuições de Freire, Ferreiro e Vygotsky. Maceió: EDUFAL/INEP, 1999. PURA, L.O.M. Didática Teórica e Didática Prática. São Paulo: Loyola, 2000. QUEIROZ, Ana Maria. Livro didático na Eja: concepções de professores e alunos no cotidiano escolar. Disponível em.< http://recil.grupolusofona.pt/bitstream/handle/10437/4246/disserta%C3%A7%C3%A3o%20ul tima%20vers%C3%A3o.pdf?sequence=1>. Acesso em: 10 de março de 2020. http://recil.grupolusofona.pt/bitstream/handle/10437/4246/disserta%C3%A7%C3%A3o%20ultima%20vers%C3%A3o.pdf?sequence=1 http://recil.grupolusofona.pt/bitstream/handle/10437/4246/disserta%C3%A7%C3%A3o%20ultima%20vers%C3%A3o.pdf?sequence=1
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