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Defeitos congênitos humanos

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Defeitos congênitos (anomalias) são 
distúrbios do desenvolvimento presentes 
ao nascimento. Os defeitos são as principais 
causas de mortalidade infantil (fetal). 
Podem ser estruturais, funcionais, 
metabólicos, comportamentais ou 
hereditários. Os defeitos congênitos 
representam um problema global; 
aproximadamente 8 milhões de crianças no 
mundo todo apresentam um defeito 
congênito sério. 
Teratologia: estudo do desenvolvimento 
anormal 
Teratologia é o ramo da embriologia e da 
patologia envolvido com a produção, a 
anatomia do desenvolvimento e a 
classificação de embriões e fetos 
malformados. Por volta de 1940, 
acreditava-se que os embriões estavam 
protegidos de agentes ambientais, como 
fármacos, vírus e compostos químicos por 
suas membranas extraembrionárias ou 
fetais (âmnio e córion) e pelas paredes 
uterina e abdominal das mães. 
Em 1941, foram relatados os primeiros 
casos bem documentados de que um 
agente ambiental (vírus da rubéola) 
poderia produzir defeitos congênitos graves 
como catara, defeitos cardíacos e surdez, se 
a infecção por rubéola ocorresse durante o 
período crítico de desenvolvimento dos 
olhos, coração e orelhas. 
Na década de 1950, defeitos graves dos 
membros e outros distúrbios do 
desenvolvimento foram encontrados em 
recém-nascidos de mães que tinham 
consumido um sedativo (talidomida) no 
início da gravidez. 
Estima-se que de 7% a 10% dos defeitos 
congênitos resultem das ações prejudiciais 
de fármacos, vírus e toxinas ambientais. 
As causas dos defeitos congênitos são 
divididas em três categorias amplas: 
• Fatores genéticos, como anormalidades 
cromossômicas. 
• Fatores ambientais, como 
fármacos/drogas e vírus. 
• Herança multifatorial (fatores genéticos 
e ambientais agindo em conjunto). 
Em 50% a 60% dos defeitos congênitos, a 
causa é desconhecida. Os defeitos podem 
ser únicos ou múltiplos e podem 
apresentar importância clínica maior ou 
menor. 
Defeitos congênitos causados por fatores 
genéticos 
Numericamente, os fatores genéticos 
constituem as causas mais importantes de 
defeitos congênitos. 
Qualquer mecanismo tão complexo quanto 
a mitose ou a meiose, ocasionalmente 
pode apresentar mau funcionamento. A 
maioria dos embriões inicialmente 
anormais nunca sofrerá a clivagem normal 
para se transformar em blastocistos. 
Dois tipos de alterações ocorrem nos 
complementos cromossômicos: numéricas e 
estruturais. As alterações podem afetar 
os cromossomos sexuais ou 
os autossomos, ou os dois são afetados. 
Fatores genéticos iniciam defeitos por 
meios bioquímicos ou de outros tipos em 
níveis subcelulares, celulares ou teciduais. 
Anormalidades Cromossômicas Numéricas 
Aberrações numéricas dos cromossomos 
geralmente resultam da não disjunção, um 
erro da divisão celular onde um par de 
cromossomos ou duas cromátides de um 
cromossomo deixam de se desligar durante 
a mitose ou a meiose. Como resultado, o par 
cromossômico ou as cromátides passam 
para uma célula-filha enquanto a outra 
célula-filha não recebe nenhum 
(gametogênese materna ou paterna). 
 
Glossário de termos teratológicos: 
 As anomalias congênitas são de quatro 
tipos clinicamente significantes: 
malformação, perturbação, deformação 
e displasia. 
Outros termos são usados para descrever 
crianças com múltiplos defeitos: defeito do 
campo politópico; sequência; síndrome; 
associação. 
Dismorfologia: área genética 
relacionada no diagnóstico e 
interpretação de padrões de defeitos 
estruturais. 
Inativação de genes: Durante a 
embriogênese, um dos dois cromossomos X 
nas células somáticas femininas é inativado 
aleatoriamente e aparece como uma massa 
de cromatina sexual. 
Um aneuploide é um indivíduo que 
apresenta um número de cromossomos que 
não corresponde a um múltiplo exato do 
número haploide de 23 (p. ex., 45, 47) 
Um poliploide é uma pessoa que tem um 
número de cromossomos que representa 
um múltiplo do número haploide de 23, em 
vez do número diploide (p. ex., 69) 
Síndrome de Turner (45, X) 
Feminino; características sexuais 
secundárias não se desenvolvem em 90% 
das mulheres afetadas e a reposição 
hormonal é necessária; erro da 
gametogênese (não disjunção) que causa a 
monossomia do X, quando pode ser 
rastreado, ocorre no gameta paterno em 
aproximadamente 75% dos casos; 
Trissomia dos Autossomos 
- Presença de três cópias de cromossomos 
em um determinado par cromossômico. As 
trissomias representam as anormalidades 
mais comuns de número de cromossomos. A 
causa comum desse erro numérico é a não 
disjunção meiótica dos cromossomos. 
Associada principalmente a 3 síndromes: 
• trissomia do 21 ou síndrome de Down 
• trissomia do 18 ou síndrome de Edwards 
• trissomia do 13 ou síndrome de Patau 
As crianças com esta síndrome raramente 
sobrevivem além de 6 meses. 
Crianças com trissomia do 13 e trissomia do 
18 apresentam malformações graves e 
deficiência mental; geralmente morrem no 
início da infância ou sofrem de aborto 
espontâneo precoce. Acontecem com mães 
de idade mais avançada. 
O mosaicismo, condição em que dois ou 
mais tipos celulares contêm números 
diferentes de cromossomos (normais e 
anormais), provoca um fenótipo menos 
grave e o QI da criança pode ser quase 
normal. 
Trissomia dos Cromossomos Sexuais 
Uma vez que não existem achados físicos 
característicos em recém-nascidos ou 
crianças, o distúrbio geralmente não é 
detectado até a puberdade. Duas massas de 
cromatina sexual são encontradas nos 
núcleos de mulheres XXX (trissomia X) e os 
núcleos de homens XXY(síndrome de 
Klinefelter) contêm uma massa de 
cromatina sexual. 
T e t r a s s o m i a e p e n t a s s o m i a : 
Pessoas com tetrassomia ou pentassomia 
apresentam núcleos celulares com quatro 
ou cinco cromossomos sexuais, 
respectivamente. Os cromossomos sexuais 
extras não acentuam as características 
sexuais. Contudo, quanto maior o número 
de cromossomos sexuais em homens, 
maior a gravidade da deficiência mental e 
do prejuízo físico. 
Mosaicismo: Uma pessoa que apresente no 
mínimo duas linhagens celulares com dois 
ou mais genótipos (constituições genéticas) 
é um mosaico. Ou seja, os cromossomos 
sofrem separação normal, mas um deles 
tem sua migração atrasada e acaba sendo 
perdido. 
 T r i p l o i d i a 
O tipo mais comum 
de poliploidia (núcleo celular contendo três 
ou mais conjuntos haploides). 
Fetos triploides apresentam restrição do 
crescimento intrauterino grave com 
acentuada desproporção entre a cabeça e o 
corpo. Baixa taxa de sobrevivência. 
T e t r a p l o i d i a 
A duplicação do número de 
cromossomos diploides de 46 para 92 
(tetraploidia) provavelmente ocorre 
durante a primeira divisão de clivagem do 
zigoto 
Anormalidades Cromossômicas Estruturais 
Resulta de uma ruptura do cromossomo, 
seguida por reconstituição em uma 
combinação anormal. Pode ser induzida 
por fatores ambientais como radiação 
ionizante, infecções virais, drogas e 
compostos químicos. As únicas duas 
aberrações da estrutura cromossômica que 
provavelmente são transmitidas por um dos 
pais para um embrião são os rearranjos 
estruturais, como inversão e translocação. 
Translocação 
É a transferência de um pedaço de um 
cromossomo para um cromossomo não 
homólogo. Se dois cromossomos não 
homólogos trocarem partes, isto é chamado 
de translocação recíproca. A translocação 
não provoca necessariamente um 
desenvolvimento anormal. 
Deleção 
Quando um cromossomo é rompido, parte 
dele pode ser perdida; uma deleção 
terminal parcial do braço curto do 
cromossomo 5 causa a síndrome do miado 
do gato. As crianças afetadas apresentam 
um choro fraco semelhante à vocalização de 
um gato, microcefalia (neurocrânio 
pequeno), deficiência mental grave e 
doença cardíaca congênita. 
Um cromossomo em anel é um tipo de 
deleção cromossômica na qual as duas 
extremidades são perdidas e as 
extremidades rompidas unem-se para 
formar um cromossomo em formade anel 
M i c r o d e l e ç õ e s e 
m i c r o d u p l i c a ç õ e s 
Uma vez que as deleções atingem vários 
genes contíguos, esses distúrbios e aqueles 
com microduplicações são referidas 
como síndromes dos genes contíguos. 
• A síndrome de Prader-Willi (SPW) é um 
distúrbio de ocorrência esporádica, 
associado a baixa estatura, deficiência 
mental leve, 
obesidade, hiperfagia (alimentação 
excessiva) e hipogonadismo. 
• A síndrome de Angelman é caracterizada 
por deficiência mental grave, microcefalia, 
braquicefalia, convulsões e movimentos 
atáxicos (incoordenados) dos membros e 
tronco. 
A SPW e a síndrome de Angelman 
geralmente estão associadas a uma deleção 
visível da banda q12 no cromossomo 15. Se 
a deleção for observada na mãe, ocorrerá 
síndrome de Angelman; se for transmitida 
pelo pai, a criança exibirá o fenótipo da 
SPW. Imprinting genético, em que a 
expressão diferencial do material genético 
depende do sexo do genitor responsável 
pela transmissão 
Duplicações: As duplicações são mais 
comuns que as deleções e são menos 
nocivas porque não existe perda de material 
genético. Contudo, o fenótipo resultante 
geralmente inclui comprometimento 
mental ou defeitos congênitos. 
I n v e r s ã o 
A inversão é uma aberração cromossômica 
em que um segmento de um cromossomo é 
invertido. Pode ser paracêntrica- único 
braço do cromossomo; pode ser 
paricêntrica- nos dois braços e no 
centrômero. 
 I s o c r o m o s s o m o s É produzido quando 
o centrômero sofre divisão transversal em 
vez de longitudinal criando um cromossomo 
onde um braço está ausente e o outro é 
duplicado. Pessoas com essa aberração 
geralmente apresentam baixa estatura e 
outros estigmas (evidências visíveis de 
doença) da síndrome de Turner . Essas 
características estão relacionadas com a 
perda de um braço de um cromossomo X. 
Defeitos Congênitos Causados por Genes 
Mutantes 
Uma mutação, geralmente envolvendo 
perda ou alteração da função de um gene. 
A taxa de mutação pode ser aumentada por 
vários agentes ambientais, como altas 
doses de radiação ionizante. Um exemplo 
de defeito congênito herdado de modo 
dominante é a acondroplasia. Outros 
defeitos como hiperplasia suprarrenal 
congênita e a microcefalia são atribuídas a 
herança autossômica recessiva. 
A síndrome do X frágil é a segunda causa 
hereditária mais comum de deficiência 
intelectual moderada. Distúrbios do 
espectro autista são prevalentes nessa 
condição. 
Vários distúrbios genéticos são causados 
por expansão de 
trinucleotídeos (combinação de três 
nucleotídeos adjacentes) em genes 
específicos. A maioria dos genes é expressa 
em uma ampla variedade de células e está 
envolvida nas funções metabólicas 
celulares básicas, como síntese de ácidos 
nucleicos e proteínas, biogênese do 
citoesqueleto e organelas e transporte de 
nutrientes e outros mecanismos celulares. 
Esses genes são referidos como genes de 
manutenção. Os genes especializados são 
expressos em momentos específicos em 
células específicas e definem as centenas de 
tipos celulares que constituem o organismo 
humano. Um aspecto essencial da biologia 
do desenvolvimento é a regulação da 
expressão gênica. A regulação geralmente 
é obtida por fatores de transcrição que se 
ligam a elementos reguladores ou 
promotores de genes específicos. 
A regulação epigenética refere-se a 
alterações do fenótipo (aspecto) ou da 
expressão gênica causadas por outros 
mecanismos além de alterações das 
sequências de DNA subjacentes. Os genes 
homeobox são encontrados em todos os 
vertebrados. Estes apresentam sequências 
e ordens altamente conservadas. Eles estão 
envolvidos no início do desenvolvimento 
embrionário e especificam a identidade e 
arranjo espacial dos segmentos corporais. 
Os produtos proteicos desses genes ligam-
se ao DNA e formam fatores de transcrição 
que regulam a expressão gênica. 
Vias de Sinalização do Desenvolvimento 
A embriogênese normal é regulada por 
várias cascatas de sinalização complexas. 
Mutações ou alterações em qualquer uma 
dessas vias de sinalização pode provocar 
defeitos congênitos. Outros fatores de 
transcrição agem influenciando o padrão da 
expressão gênica das células adjacentes. A 
proteína secretada chamada de sonic 
hedgehog (SHH) que inicia uma cadeia de 
eventos, resultando na ativação e repressão 
de células-alvo por fatores de transcrição na 
família GLI. Perturbações (alterações) na 
regulação da via de sinalização Shh-
Patched-Gli (SHH--PTCH-GLI) provocam 
várias doenças humanas, incluindo alguns 
tipos de câncer e defeitos congênitos. A SHH 
é expressa na notocorda, a placa do 
assoalho do tubo neural, no encéfalo e 
outras regiões, como a zona de atividade 
polarizadora dos membros em 
desenvolvimento e do intestino. Mutações 
esporádicas e herdadas no 
gene SHH humano provocam 
a holoprosencefalia, um defeito da linha 
média de gravidade variável que envolve 
septação anormal do SNC, fendas faciais, 
incisivo central único, hipotelorismo ou um 
único olho ciclópico. A proteína SHH 
precisa ser processada em uma forma ativa 
e é modificada pela adição de uma porção 
de colesterol. Defeitos da biossíntese de 
colesterol, como no distúrbio autossômico 
recessivo, síndrome de Smith-Lemli-
Opitz (deficiência mental, pequena 
estatura, ptose e defeitos na genitália 
masculina), compartilham muitas 
características, particularmente defeitos 
encefálicos e dos membros remanescentes, 
com doenças relacionadas com SHH. Isso 
sugere que a sinalização via SHH possa ter 
um papel central em vários distúrbios 
genéticos. 
Defeitos congênitos causados por fatores 
ambientais 
Embora o embrião humano esteja bem 
protegido no útero, muitos agentes 
ambientais (teratógenos) podem causar 
alterações do desenvolvimento após a 
exposição materna a eles. Os órgãos e as 
partes de um embrião são mais sensíveis a 
agentes teratogênicos durante os períodos 
de diferenciação rápida. Os fatores 
ambientais causam 7% a 10% dos defeitos 
congênitos. Durante as duas primeiras 
semanas de desenvolvimento, o embrião 
geralmente não é suscetível a teratógenos; 
Princípios da Teratogênese 
• Os períodos críticos do 
desenvolvimento. 
• A dose do medicamento ou do composto 
químico. 
• O genótipo (constituição genética) do 
embrião. 
Períodos Críticos do Desenvolvimento 
Humano 
 O período mais crítico do desenvolvimento 
é quando a divisão celular, a diferenciação 
celular e a morfogênese estão no seu auge. 
O período crítico de desenvolvimento do 
encéfalo vai de 3 a 16 semanas, mas pode 
ser alterado devido ao rápido crescimento. 
Os teratógenos podem produzir deficiência 
mental durante os períodos embrionário e 
fetal. O desenvolvimento dos dentes 
permanentes pode ser perturbado 
por tetraciclinas a partir de 14 semanas de 
vida fetal até 8 anos após o nascimento. 
O sistema esquelético também apresenta 
um período crítico de desenvolvimento 
prolongado que se estende até a infância e 
o crescimento dos tecidos esqueléticos 
fornece uma boa medida do crescimento 
geral. Perturbações ambientais, durante as 
duas primeiras semanas após a fecundação, 
podem interferir na clivagem do zigoto e na 
implantação do blastocisto e podem causar 
morte precoce e aborto espontâneo de um 
embrião. O desenvolvimento do embrião 
pode ser prejudicado mais facilmente 
quando os tecidos e órgãos estão em 
formação. 
Durante esse período de organogênese (4 a 
8 semanas), os teratógenos podem induzir 
defeitos congênitos importantes. Defeitos 
fisiológicos como defeitos morfológicos 
menores das orelhas externas e 
perturbações funcionais como deficiência 
mental, provavelmente serão o resultado 
de uma perturbação do desenvolvimento 
durante o período fetal (da nona semana 
até o nascimento). 
• Altos níveis de radiação 
ionizante produzem defeitos do SNC 
(encéfalo e medula espinal) e olhos. 
• A infecção pelo vírus da rubéola provoca 
defeitos oculares (glaucoma e catarata), 
surdez e defeitos cardíacos. 
• Fármacos como talidomidainduzem 
defeitos dos membros e outras anomalias 
como defeitos cardíacos e renais. 
 
Dose de Fármacos ou Compostos Químicos 
 Para que um fármaco seja considerado 
um teratógeno humano, uma relação dose-
resposta deve ser observada e quanto maior 
a exposição durante a gravidez, mais 
intenso o efeito fenotípico. 
 
Genótipo do embrião 
A fenitoína, por exemplo, é um teratógeno 
humano bem conhecida. Entre 5% e 10% 
dos embriões expostos a essa medicação 
anticonvulsivante desenvolvem a síndrome 
fetal da hidantoína. Parece, portanto, que 
o genótipo do embrião determina se o 
agente teratogênico prejudicará seu 
desenvolvimento. 
Teratógenos Humanos 
O objetivo do teste de teratogenicidade de 
medicamentos, compostos químicos, 
aditivos alimentares e pesticidas é 
identificar agentes que possam causar 
malformações durante o desenvolvimento 
humano e alertar gestantes sobre os 
perigos a seus embriões/fetos. 
Fármacos como Teratógenos 
Alguns teratógenos (p. ex., talidomida) 
causam comprometimento grave do 
desenvolvimento se administrados durante 
o período de organogênese da quarta a 
oitava semanas. As mulheres devem evitar 
todas as medicações durante o primeiro 
trimestre, a não ser que exista um motivo 
médico sólido para seu uso e então apenas 
se os medicamentos forem reconhecidos 
como razoavelmente seguros para o 
embrião. 
Tabagismo 
O tabagismo materno durante a gravidez é 
uma causa bem estabelecida de restrição 
do crescimento intrauterino (RCIU); o parto 
prematuro é duas vezes mais frequente que 
entre as mães que não fumam. Um baixo 
peso ao nascimento (menos de 2.000 g) é o 
principal indicador de morte infantil. 
Estudos demostraram um aumento 
modesto na incidência de defeitos 
cardíacos conotruncais e do septo 
atrioventricular associados ao tabagismo 
materno no primeiro trimestre. 
A nicotina contrai os vasos sanguíneos 
uterinos, diminuindo o fluxo sanguíneo 
uterino e reduzindo o suprimento de 
oxigênio e nutrientes disponíveis para o 
embrião e o feto a partir do sangue materno 
no espaço interviloso da placenta. A 
deficiência resultante prejudica o 
crescimento celular e pode ter um efeito 
adverso sobre o desenvolvimento mental. 
Uma hipóxia fetal crônica (baixos níveis de 
oxigênio). 
Álcool 
Níveis moderados e altos de álcool no início 
da gravidez podem alterar o crescimento 
e a morfogênese do embrião ou do feto, 
incluindo deficiência de crescimento pré e 
pós-natal, deficiência mental e outros 
defeitos. Microcefalia, fissuras palpebrais 
curtas, pregas epicantais, hipoplasia do 
maxilar, nariz curto, lábio superior fino, 
sulcos palmares anormais, defeitos 
articulares e doença cardíaca 
congênita também são observados na 
maioria dos lactentes. 
Androgênios e progestogênios 
São alterações biológicas produzidas 
pela progesterona. Algumas possuem 
propriedades androgênicas 
(masculinizantes) afetando o feto 
feminino, produzindo a masculinização da 
genitália externa. Existe a suspeita de 
que contraceptivos orais que contenham 
progestogênios e estrogênios, usados nos 
estágios iniciais de uma gravidez não 
reconhecida, sejam agentes teratogênicos, 
mas ainda é contraditório. 
O dietilestilbestrol (DES), um composto 
estrogênico não esteroide sintético, é um 
teratógeno humano. Anomalias congênitas 
macroscópicas e microscópicas do útero e 
da vagina foram detectadas em mulheres 
expostas a DES no útero. Três tipos de 
lesões foram observados: adenose vaginal 
(doenças glandulares generalizadas), 
erosões cervicais e cristas vaginais 
transversas, também desenvolvimento 
do adenocarcinoma de células claras da 
vagina. 
Antibióticos 
As tetraciclinas (antibióticos de amplo 
espectro) atravessam a membrana 
placentária e são depositadas nos ossos e 
dentes do embrião em sítios de calcificação 
ativa. Doses relativamente pequenas 
de tetraciclina durante o terceiro trimestre 
podem produzir coloração amarelada da 
dentição decídua e permanente. Casos 
de déficit auditivo e lesão do nervo 
vestibulo coclear (NC VIII) foram relatados 
em lactentes expostos a derivados de 
estreptomicina no útero. 
Anticoagulantes 
Todos os anticoagulantes com exceção da 
heparina atravessam a membrana 
placentária e podem causar hemorragia no 
embrião ou no feto. A varfarina é um 
teratógeno conhecido. Existem relatos de 
lactentes com hipoplasia da cartilagem 
nasal, epífises pontilhadas e vários defeitos 
do SNC, cujas mães receberam esse 
anticoagulante durante o período crítico do 
desenvolvimento embrionário. O período 
de maior sensibilidade ocorre entre 6 e 12 
semanas após a fecundação. 
Anticonvulsivantes 
Entre os medicamentos anticonvulsivantes 
disponíveis, existem fortes evidências de 
que a trimetadiona é um teratógeno. As 
principais características da síndrome fetal 
da trimetadiona são retardo do 
crescimento pré e pós-natal, retardo do 
desenvolvimento, sobrancelhas em forma 
de V, orelhas de implantação baixa, fenda 
no lábio e/ou palato e defeitos cardíacos, 
geniturinários e de membros. 
A fenitoína é um teratógeno 
A síndrome fetal da hidantoína ocorre em 
5% a 10% das crianças nascidas de mães que 
foram tratadas com 
os anticonvulsivantes fenitoína ou 
hidantoína. O padrão usual dos defeitos 
consiste em RCIU, microcefalia , deficiência 
mental, sulcos na sutura frontal, pregas 
epicantais internas, ptose palpebral , ponte 
nasal larga e deprimida, hipoplasia (pouco 
desenvolvimento) de unhas e falanges 
distais e hérnias. O ácido valproico tem sido 
o medicamento de escolha para o 
tratamento de diferentes tipos de epilepsia, 
mas o uso do ácido valproico em gestantes 
provoca um padrão de defeitos 
congênitos que consiste em defeitos 
craniofaciais, cardíacos e de membros e 
retardo do desenvolvimento cognitivo pós-
natal. O fenobarbital é considerado um 
medicamento antiepiléptico seguro para 
uso durante a gravidez. 
Agentes antineoplásicos 
Recomenda-se que sejam evitados, 
especialmente durante o primeiro trimestre 
da gravidez. Compostos químicos para 
inibição tumoral são altamente 
teratogênicos porque inibem a mitose em 
células de divisão rápida. O uso 
de aminopterina durante o período 
embrionário geralmente resulta em morte 
intrauterina dos embriões e 20% a 30% 
daqueles que sobrevivem apresentam 
malformações graves. O metotrexato, um 
antagonista do ácido fólico e um derivado 
da aminopterina, é um teratógeno 
potente que produz defeitos congênitos 
maiores. 
Corticosteroides 
Baixas doses de corticosteroides, incluindo 
cortisona e hidrocortisona, não induzem 
fenda palatina ou qualquer outro defeito 
em embriões humanos. Devido aos riscos 
de hemorragia fetal e fechamento 
prematuro do ducto arterioso, anti-
inflamatórios não esteroides não devem ser 
usados nas últimas semanas de gravidez. 
Inibidores da enzima conversora de 
angiotensina 
Usados como agentes anti-hipertensivos, 
causa oligoidrâmnio (quantidade 
insuficiente de líquido amniótico), morte 
fetal, hipoplasia dos ossos da calota 
craniana, RCIU, anormalidades 
cardiovasculares e disfunção renal. No início 
da gravidez, o risco para o embrião é 
aparentemente menor e não há indicação 
para encerrar a gestação. 
Insulina e medicamentos hipoglicemiantes 
Os medicamentos hipoglicemiantes 
(p. ex., tolbutamida) foram implicados, mas 
a evidência de sua teratogenicidade é fraca. 
Ácido retinoico 
A isotretinoína usado no tratamento da 
acne cística grave, é um teratógeno. O 
período crítico para exposição parece 
ocorrer entre a terceira e a quinta 
semanas. O risco de aborto espontâneo e 
defeitos congênitos após exposição é 
alto revelou prejuízo neuropsicológico. 
Analgésicos 
Altas doses devem ser evitadas, 
especialmente durante o primeiro 
trimestre; incidência de problemas 
comportamentais, incluindo o transtorno 
do déficit de atenção/hiperatividade(TDAH) 
Medicamentos para tireoide 
Podem causar bócio congênito além do 
aumento da tireoide 
e cretinismo (interrupção do 
desenvolvimento físico e mental e distrofia 
dos ossos e partes moles). 
Tranquilizantes 
Manifestação característica é 
a meromelia (ausência de parte de um 
membro), mas os defeitos variam 
de amelia (ausência de membros), 
passando por estágios intermediários de 
desenvolvimento (membros rudimentares), 
a micromelia (membros anormalmente 
pequenos ou curtos). O período em que a 
talidomida (hanseníase, mieloma múltiplo e 
várias doenças autoimunes) causou essas 
anomalias congênitas foi de 20 a 36 dias 
após a fecundação. Esse período sensível 
coincide com os períodos críticos para o 
desenvolvimento das partes e órgãos 
afetados. 
Fármacos psicotrópicos 
O lítio é a medicamento de escolha para a 
manutenção em longo prazo de pacientes 
com transtorno bipolar. Contudo, o lítio 
causa defeitos congênitos, principalmente 
no coração e grandes vasos, em lactentes 
cujas mães receberam o medicamento no 
início da gravidez. 
Drogas ilícitas 
Não há evidências de que a maconha seja 
um teratógeno humano, mas existe uma 
indicação de que seu uso durante os 
primeiros 2 meses de gravidez afete o 
crescimento fetal e o peso ao nascimento. 
Relatos que lidam com os efeitos pré-natais 
da cocaína incluem descolamento da 
placenta, aborto espontâneo, 
prematuridade, RCIU, microcefalia, infarto 
cerebral, anomalias urogenitais, 
perturbações neurocomportamentais e 
anormalidades neurológicas. 
Compostos Químicos Ambientais como 
Teratógenos 
A maioria desses compostos químicos não 
foi implicada de modo positivo como 
teratógenos em seres humanos. 
Mercúrio orgânico 
Adquirem a doença de Minamata fetal; 
perturbações neurológicas e 
comportamentais semelhantes às da 
paralisia cerebral. 
Chumbo 
A exposição pré-natal ao chumbo está 
associada a um aumento de abortos, 
defeitos fetais, RCIU e déficits funcionais. 
Bifenilas policloradas 
São compostos químicos teratogênicos que 
produzem RCIU e alteração da cor da pele 
 
Agentes Infecciosos como Teratógenos 
Os micro-organismos atravessam 
a membrana placentária e entram na 
corrente sanguínea embrionária e fetal. 
Rubéola congênita 
Durante o primeiro trimestre; O feto 
adquire a infecção por via transplacentária; 
o vírus atravessa a membrana da placenta e 
infecta o embrião ou feto 
As características clínicas são catarata, 
defeitos cardíacos e surdez. 
Citomegalovírus 
O vírus infecta a placenta e então o feto. A 
maioria das gestações termina em aborto 
espontâneo quando a infecção ocorre no 
primeiro trimestre. Em um período mais 
tardio na gravidez a infecção por CMV pode 
resultar em defeitos congênitos graves: 
RCIU, microftalmia, coriorretinite, cegueira, 
microcefalia, calcificação cerebral, 
deficiência mental, surdez, paralisia 
cerebral e hepatoesplenomegalia. 
Vírus do herpes simples 
Início da gravidez aumenta a taxa de aborto 
em três vezes. Os defeitos congênitos 
observados em recém-nascidos incluem 
lesões cutâneas, microcefalia, microftalmia, 
espasticidade, displasia retiniana e 
deficiência. 
Varicela 
A infecção materna por varicela nos dois 
primeiros trimestres causa: lesões 
cutâneas, atrofia muscular, hipoplasia dos 
membros, dedos rudimentares, lesão ocular 
e encefálica e deficiência mental. 
Vírus da imunodeficiência humana 
Os defeitos congênitos incluem falha de 
crescimento, microcefalia e aspectos 
craniofaciais específicos. A maioria dos 
casos de transmissão do vírus da mãe para 
o feto provavelmente ocorre no momento 
de parto. 
Toxoplasmose 
O organismo T. gondii atravessa a 
membrana placentária e infecta o feto, 
causando alterações destrutivas no 
encéfalo (calcificações intracranianas) e 
olhos (coriorretinite) que resultam em 
deficiência mental, microcefalia, 
microftalmia e hidrocefalia. A morte fetal 
pode seguir à infecção, especialmente nos 
estágios iniciais da gravidez. 
Sífilis congênita 
Atravessa rapidamente a membrana 
placentária com 6 a 8 semanas de 
desenvolvimento. Infecções maternas 
primárias (adquiridas durante a gravidez) 
geralmente causam infecção fetal séria e 
defeitos congênitos. Contudo, o tratamento 
adequado da mãe extermina os micro-
organismos, impedindo que atravessem a 
membrana placentária e infectem o feto. 
Infecções maternas 
secundárias (adquiridas antes da gravidez) 
raramente causam doença fetal e defeitos 
congênitos. Se a mãe não for tratada, 
natimortos ocorrem em aproximadamente 
um quarto dos casos. Apenas 20% das 
gestantes não tratadas terão um feto 
normal. 
As manifestações fetais iniciais da sífilis 
materna não tratada são surdez congênita, 
dentes e ossos 
anormais, hidrocefalia (acúmulo excessivo 
de LCE) e deficiência mental. 
 
Radiação como Teratógeno 
Pode lesar as células embrionárias, 
resultando em morte celular, lesão 
cromossômica, deficiência mental e 
deficiência do crescimento físico. A 
gravidade da lesão embrionária está 
relacionada com a dose de radiação 
absorvida, taxa da dose e estágio do 
desenvolvimento embrionário ou fetal e 
que a exposição à radiação ocorreu. 
Retardo do crescimento, microcefalia, 
espinha bífida cística; O desenvolvimento 
do SNC quase sempre foi afetado. 
Ondas Ultrassônicas 
não existem efeitos nocivos confirmados 
Fatores Maternos como Teratógenos 
Diabetes mellitus pouco controlado nas 
mães, particularmente durante o 
desenvolvimento embrionário, está 
associado a uma maior taxa de abortos 
espontâneos e uma incidência duas a três 
vezes maior de defeitos congênitos. Recém-
nascidos de mães diabéticas geralmente 
são grandes (macrossomia); apresentam 
maior risco de anomalias 
encefálicas, defeitos esqueléticos, agenesia 
sacral e defeitos congênitos cardíacos 
A fenilcetonúria apresentam maior risco de 
descendentes com microcefalia, defeitos 
cardíacos, deficiência mental e RCIU 
Fatores Mecânicos como Teratógenos 
Uma quantidade muito reduzida de líquido 
amniótico (oligoidrâmnio) pode resultar em 
uma deformação mecânica dos membros, 
como hiperextensão do joelho. 
Deslocamento congênito do quadril e pé 
torto podem ser causados por forças 
mecânicas, particularmente em um útero 
malformado. 
Defeitos congênitos causados por herança 
multifatorial 
Traços multifatoriais geralmente são 
defeitos maiores únicos, como fenda labial, 
fenda palatina isolada, defeitos do tubo 
neural (p. ex., meroencefalia, espinha bífida 
cística), estenose pilórica e luxação 
congênita dos quadris. Um problema 
central para a definição das causas das 
anormalidades genéticas como fenda labial 
e fenda palatina (FLP) é que o número de 
genes envolvidos é desconhecido (múltiplos 
genes versus um gene isolado). 
Anteriormente, uma hipótese de limiar 
multifatorial foi proposta para FLP. Ela 
declarava que pelo menos um fator 
genético e um fator ambiental estavam 
envolvidos no desenvolvimento de cada 
caso de FLP. Contudo, essa hipótese deixou 
algumas questões sem resposta em relação 
a como os genes interagem para produzir 
essa anomalia e em que extensão; A 
hipótese multifatorial foi substituída pela 
hipótese de múltiplos genes com expressão 
variável,

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