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Livro do ProfessorLivro do Professor Livro de Revisão 1 Geografia Ensino Médio Francisco Carlos Rehme ©Editora Positivo Ltda., 2017 Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio, sem autorização da Editora. Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) (Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil) R345 Rehme, Francisco Carlos. Geografia : livro de revisão / Francisco Carlos Rehme. – Curitiba : Positivo, 2017. v. 1 : il. ISBN 978-85-467-1684-5 (aluno) ISBN 978-85-467-1627-2 (professor) 1. Ensino médio. 2. Geografia – Estudo e ensino. I. Título. CDD 373.33 1. A Geografia, o nosso mundo e o Universo Movimentos da Terra A rotação da Terra também é um dos elementos responsáveis pela circulação de ventos e pela movimenta- ção das correntes marítimas, as quais se movem no sentido horário no Hemisfério Norte e anti-horário no Hemisfério Sul em virtude da força de Coriolis, perceptível na água e no ar em movimento. O movimento de translação da Terra é a volta que o planeta executa em torno do Sol e ele se completa, aproxi- madamente, a cada 365 dias e 6 horas. De quatro em qua- tro anos, as seis horas que “sobraram” compõem um novo dia e determinam o ano bissexto (com 366 dias). As quatro estações do ano são consequência da combi- nação entre o movimento de translação e a inclinação do eixo da Terra. Com a inclinação do eixo, ora é um hemis- fério que recebe maior incidência de energia solar, ora outro. Entretanto, quando ocorre uma diferença maior na distribuição da radiação solar entre os hemisférios Norte e Sul, tem-se a data astronômica denominada de solstício. Os solstícios marcam o início do verão em um hemisfério (naquele que recebe maior quantidade de energia solar), e do inverno no outro. No solstício do verão, o dia é mais longo, ao passo que a noite é mais curta. Por outro lado, no hemisfério em que se inicia o inverno, a noite tem maior duração, e o dia, menor. Sol aproximadamente ao meio-dia Amanhecer Leste Anoitecer Oeste Ja ck A rt. 2 01 4. D ig ita l. Círculo Polar Ártico Trópico de Câncer Linha do Equador Trópico de Capricórnio Círculo Polar Antártico Equinócio 20-23 de março Equinócio 21-24 de setembro Solstício 20-22 de junho Solstício 21-22 de dezembro Estações do ano Fonte: GRIMM, Alice Marlene. Meteorologia básica. Disponível em: <http://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap2/cap2-1. html>. Acesso em: 2 jun. 2017. Di va nz ir Pa di lh a. 20 10 . 3 D. O movimento de rotação é o giro que a Terra realiza, de oeste para leste, ao redor de um eixo imaginário que une os polos Norte e Sul, atravessando diametralmente o globo. Esse giro se realiza em um período de aproximadamente 24 horas. É o movimento de rotação da Terra que produz a suces- são dos dias e das noites. Costuma-se afirmar que, ao ama- nhecer, o Sol aparece no leste. Da mesma forma, diz-se que ele se põe, ao final da tarde, no oeste. No entanto, esse des- locamento do Sol – e de outros astros, à noite – de leste para o oeste, é um movimento aparente. Tal fato é conse- quência da rotação da Terra, que gira em torno de seu pró- prio eixo de oeste para leste. O Sol se desloca, aparentemente, do Oriente para o Ocidente. Já os equinócios ocorrem quando a posição da Terra em sua órbita faz com que as durações da noite e do dia sejam iguais a 12 horas em qualquer local da Terra. 2 Livro de Revisão 1 Geografia Rosa dos rumos ou rosa dos ventos Originária da observação direta do movimento apa- rente do Sol, a rosa dos rumos ou rosa dos ventos é um ponto de partida para nossa orientação. Os pontos cardeais (norte, sul, leste e oeste) separam-se entre si em ângulos de 90º. No centro do intervalo entre dois pontos cardeais, é marcado um ponto colateral (nordeste, noroeste, sudeste e sudoeste). Entre um ponto cardeal e um colateral, situa-se um ponto subcolateral (norte-nordeste, sul-sudoeste, etc.). N NNE NE LNE L LSE SE SSE S SSO SO OSO O ONO NO NNO Coordenadas geográficas Latitude é a distância angular e, portanto, medida em graus, de um local qualquer até o paralelo principal, a Linha do Equador, isto é, trata-se das distâncias para o norte ou para o sul do Equador. São os paralelos que revelam a latitude de um lugar, a qual pode variar de 0 grau (se o local estiver hipoteticamente sobre a linha equatorial) até 90 graus (nos polos). Já a longitude é a distância angular de um local qualquer até o meridiano escolhido como referência, o Meridiano de Greenwich, ou seja, as distâncias para o leste ou para o oeste do meridiano principal. No caso dessa coordenada, são os meridianos que indicam a longitude de um lugar, podendo variar de 0 grau (sobre o Meridiano de Origem, ou de Greenwich) até 180 graus (Antimeridiano de Greenwich). An ge la G ise li. 20 10 . V et or . Linha do Equador 0° 10° N Polo Norte 90° N 0° 20° N 30° N 40° N 50 ° N6 0° N70 ° N8 0° N90 ° N Di va nz ir Pa di lh a. 20 10 . 3 D. Meridiano de Origem ou de Greenwich 10° L 20° L 30° L 40° L 50° L 60° L 70° L 80° L 90° L 100° L 0 Di va nz ir Pa di lh a. 20 10 . 3 D. Pontos cardeais Pontos colaterais Pontos subcolaterais 3 1. (UERN) Para melhor localizar um ponto na Terra, foi criado um sistema de coordenadas, que são linhas imaginárias traçadas sobre a superfície do planeta. Considerando o sistema de coordenadas geográficas, assinale a alterna- tiva correta. a) Plano equatorial é um plano paralelo ao eixo da Terra, equidistante dos polos Norte e Sul. b) O meridiano de Greenwich divide a Terra em hemisfério setentrional e hemisfério meridional. c) Os paralelos definem os graus de longitude a partir do Equador, variando de 0º a 90º para o Norte e para o Sul. X d) Os meridianos são semicircunferências imaginárias na superfície da Terra, cujos extremos coincidem com os polos Norte e Sul. 2. (UFPR) O cartograma abaixo apresenta cinco municípios do estado do Paraná: Sabendo-se a coordenada de um ponto localizado no centro do município de Curitiba (Latitude: 25,47º S e Longitude: 49,28º W.Gr.), identifique as coordenadas do centro dos demais municípios em destaque: X a) Guarapuava (Latitude: 25,37º S e Longitude: 51,49º W.Gr.) – Londrina (Latitude: 23,51º S e Longitude: 51,11º W.Gr.) – Maringá (Latitude: 23,40º S e Longitude: 51,96º W.Gr.) – Cascavel (Latitude: 25,02º S e Longitude: 53,37º W.Gr.). b) Guarapuava (Latitude: 25,87º S e Longitude: 53,69º W.Gr.) – Londrina (Latitude: 23,51º S e Longitude: 51,11º W.Gr.) – Maringá (Latitude: 23,40º S e Longitude: 51,96º W.Gr.) – Cascavel (Latitude: 25,92º S e Longitude: 53,37º W.Gr.). c) Guarapuava (Latitude: 25,37º S e Longitude: 51,49º W.Gr.) – Londrina (Latitude: 23,51º S e Longitude: 53,51º W.Gr.) – Maringá (Latitude: 26,40º S e Longitude: 51,96º W.Gr.) – Cascavel (Latitude: 20,20º S e Longitude: 53,37º W.Gr.). d) Guarapuava (Latitude: 25,37º S e Longitude: 51,49º W.Gr.) – Londrina (Latitude: 23,51º S e Longitude: 53,51º W.Gr.) – Maringá (Latitude: 23,40º S e Longitude: 51,96º W.Gr.) – Cascavel (Latitude: 20,20º S e Longitude: 53,37º W.Gr.). e) Guarapuava (Latitude: 25,87º S e Longitude: 53,49º W.Gr.) – Londrina (Latitude: 23,51º S e Longitude: 51,11º W.Gr.) – Maringá (Latitude: 26,40º S e Longitude: 51,96º W.Gr.) – Cascavel (Latitude: 25,92º S e Longitude: 53,37º W.Gr.). 3. (ENEM) No primeiro dia do inverno no Hemisfério Sul, uma atividade de observação de sombras é realizada por alunos de Macapá, Porto Alegre e Recife. Para isso, uti- liza-se uma vareta de 30 cm fincada no chão na posição vertical. Para marcar o tamanho e a posição da sombra, o chão é forrado com uma folha de cartolina, como mos- tra a figura: 4 Livro de Revisão 1 Geografia Nas figuras abaixo, estão representadas as sombras pro- jetadas pelas varetas nas três cidades, no mesmo ins- tante, ao meio-dia. A linha pontilhada indica a direção Norte-Sul. Levando-se em conta a localizaçãodessas três cidades no mapa, podemos afirmar que os comprimentos das sombras serão tanto maiores quanto maior for o afasta- mento da cidade em relação ao: a) litoral. X b) Equador. c) nível do mar. d) Trópico de Capricórnio. e) Meridiano de Greenwich. 4. (PUCRS) Considerando a posição da Terra em relação ao Sol e seus efeitos sobre o clima do planeta, podemos afirmar que: I. a quantidade de radiação solar incidente sobre o topo da atmosfera da Terra depende de três fatores: latitude, longitude e altitude. II. as regiões de baixa latitude do planeta recebem a luz solar de maneira mais direta e concentrada; já as re- giões de alta latitude recebem a insolação de forma oblíqua e difusa. III. as terras atravessadas pela linha do Equador pos- suem dois máximos de insolação nos solstícios e dois mínimos nos equinócios. IV. o Sol só poderá incidir diretamente sobre a cabeça de um observador (ângulo de 90° ou zênite) ao meio-dia, nas terras do planeta localizadas entre as latitudes 30º N e 30º S, respectivamente. Está/Estão correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): a) I. X b) II. c) I e III. d) II e IV. e) III e IV. 2. Cartografia: formas de representação da Terra A cartografia ao longo do tempo Com as Grandes Navegações dos séculos XV e XVI, foram elaborados os primeiros planisférios (mapas-múndi). Desde então, a evolução de técnicas de representação – como o aperfeiçoamento da imprensa, no século XV, que permitiu a ela- boração de cópias e, com isso, a popularização dos mapas, bem como, mais recentemente, as imagens obtidas por meio de satélites artificiais – contribuíram para o avanço da Cartografia. SIG – sistemas de informação geográfica Desenvolvidos a partir da década de 1950, inicialmente nos EUA, no Reino Unido e no Canadá, os SIGs possibilitam o cadastro, a manipulação e a exibição de informações geográficas de modo automatizado, principalmente por meio do uso de programas específicos de computador (softwares). Um exemplo da aplicação da tecnologia dos satélites para fins cartográficos e de localização, na atualidade, é o funcionamento do GPS. 5 Cada sinal fornece a posição do satélite e o momento preciso em que foi enviado. A distância do satélite até um ponto no terreno é encontrada pelo tempo que os sinais emitidos levam para atingir o receptor GPS. A latitude, a longitude e a elevação são determinadas pela triangulação de sinais recebidos de, pelo menos, quatro satélites. Dis tân cia GPS Fonte: THE ECONOMIST. Global positioning: accuracy is addictive. Disponível em: <http://www.economist.com/node/1020779>. Acesso em: 7 jul. 2014. Projeções cartográficas e visões de mundo Di va nz ir Pa di lh a. 20 10 . 3 D. As diferentes projeções cartográficas resultam das ten- tativas do ser humano de retratar, no plano de uma folha de papel, superfícies tridimensionais e irregulares como a da Terra. Entre as principais projeções, destacam-se as seguintes: • Azimutais – elaboradas com base em um plano tangente ou secante à esfera terrestre, cujo contato com a superfície se estabelece com o centro da projeção. São utilizadas para representar áreas não muito extensas como as regiões polares, uma vez que o grau de distorção aumenta quanto mais dis- tante do centro do mapa. • Cilíndricas – o plano de projeção é um cilindro que envolve o globo terrestre aberto em um de seus meridianos. Os meridianos e os paralelos são dis- postos perpendicularmente, e as distorções tendem a aumentar quanto mais o território estiver próximo dos polos. • Cônicas – o território a ser representado na esfera terrestre é envolvido em um cone. Os meridianos, normalmente, são representados por meio de linhas retas convergindo em direção aos polos, ao passo que os paralelos se apresentam em forma de arcos. Projeções cartográficas mais utilizadas Cilíndrica de Mercator: mapa em que a Linha do Equador aparece deslocada mais para baixo da porção central, destacando o Hemisfério Norte; é uma das mais conhecidas. Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 23. Adaptação. Ta lit a Ka th y Bo ra 6 Livro de Revisão 1 Geografia Azimutal equidistante de Postel: muito utilizada em mapas polares. Fonte: OLIVEIRA, Cêurio de. Dicionário cartográfico. Rio de Janeiro: IBGE, 1987. p. 447. Adaptação. Equivalente de Mollweide: paralelos retos e meridia- nos curvos. As áreas centrais são representadas com mais fidelidade, enquanto as distorções aumentam em direção à borda do mapa. Fonte: VEREGIN, Howard (Ed.). Goode’s world atlas. 33. ed. Illinois: Pearson, 2005. p. 12. Adaptação. Em 1973, o cartógrafo alemão Arno Peters apresentou ao mundo um mapa-múndi elaborado com base em uma projeção cilíndrica equivalente que deformava os contornos dos continentes, mas preservava a proporção correta entre as áreas de cada um deles. Em uma de suas versões, o mapa de Gall-Peters, ou simplesmente, de Peters, foi representado com a inversão do posicionamento dos hemisférios Sul e Norte, com o intuito de ressaltar as desigualdades socioeconômicas mundiais. Lu ci an o Da ni el Tu lio Lu ci an o Da ni el Tu lio PLANISFÉRIO DE PETERS COM ORIENTAÇÃO SUL-NORTE Fonte: DUARTE, Paulo A. Fundamentos de cartografia. Florianópolis: Editora da UFSC, 1994. p. 120. Adaptação. M ar ia ne Fé lix d a Ro ch a 7 Escala cartográfica Trata-se da relação entre a distância medida em um mapa e a distância correspondente do terreno. A escala pode ser representada na forma numérica, por exemplo, 1/10.000.000 ou 1:10.000.000 e, também, na forma gráfica: 100 50 0 100 200 300 km Na escala de 1 por 10 milhões, como a do exemplo anterior, cada centímetro medido no mapa corresponde a 10 milhões de centímetros (ou 100 quilômetros) no terreno. Uma escala de 1:10.000 é considerada grande, pois a planta ou carta que a utiliza apresenta grande detalhamento do território mapeado. Para ser representado nessa escala, o terreno foi reduzido dez mil vezes. A escala 1:10.000.000, por sua vez, é uma escala pequena. Ela representa que determinado terreno foi reduzido dez milhões de vezes e, portanto, o mapa pode abranger uma extensa área, porém com pouco detalhamento. 1. (UEG – GO) Há uma relação direta entre a escala car- tográfica e o detalhamento da informação representada num mapa. Sobre essa relação, verifica-se que repre- sentações de: a) pequenas superfícies exigem uma pequena redução, o que resulta numa escala pequena e num grande quantitativo de detalhes. X b) vastas superfícies exigem uma grande redução, o que resulta numa escala pequena e num mapa com redu- zido quantitativo de detalhes. c) vastas superfícies exigem uma pequena redução, o que resulta numa escala grande e num mapa com reduzido quantitativo de detalhes. d) pequenas superfícies exigem uma grande redução, o que resulta numa escala grande e num grande quan- titativo de detalhes. 2. (UERN) A escala é um dos elementos fundamentais da Cartografia. Para se calcular a distância real entre dois pontos em um mapa, sabendo-se que sua escala é de 1:200.000 e a distância entre os dois pontos é de 15 cm, qual é a distância real entre os dois pontos? X a) 30 km. b) 120 km. c) 300 km. d) 1.200 km. 3. (UFAM) A palavra mapa, de provável origem cartaginesa, significa “toalha de mesa”. Os navegadores e comer- ciantes, ao discutir sobre rotas em locais públicos, rabis- cavam diretamente nas toalhas (mapas), surgindo daí o documento gráfico tão conhecido atualmente. Com rela- ção aos mapas e às escalas, assinale a alternativa que reúne informações incorretas: a) Para representar a realidade em um mapa, é preciso estabelecer uma correspondência entre as dimensões do terreno e as dimensões do papel. b) Os mapas do tipo temático contêm informações siste- matizadas e selecionadas. c) Os mapas primitivos eram gravados em pedra ou argila. d) Os mapas medievais eram confeccionados sob forte influência religiosa e representavam o céue a terra. X e) O mapa-múndi é uma representação cartográfica que possui uma escala grande, pois, neste tipo de mapa, são reunidas muitas informações. 8 Livro de Revisão 1 Geografia 4. (UNICAMP – SP) A imagem abaixo corresponde a um fragmento de uma carta topográfica em escala 1:50.000. Considere que a distância entre A e B é de 3,5 cm. A partir dessas informações, é correto afirmar que: a) O rio corre em direção sudeste, sendo sua margem esquerda a de maior declividade. Apresenta um com- primento total de 17.500 metros. b) O rio corre em direção sudoeste, sendo a margem direita a de maior declividade. Apresenta um compri- mento total de 1.750 quilômetros. X c) O rio corre em direção sudeste, sendo sua margem esquerda a de maior declividade. Apresenta um com- primento total de 1.750 metros. d) O rio corre em direção sudoeste, sendo sua margem esquerda a de maior declividade. Apresenta um com- primento total de 175 metros. 5. (UFAL) Observe atentamente a figura a seguir. Trata-se de um esboço de curvas de nível. a) b) X c) d) e) Assinale qual a forma de relevo que mais se aproxima do que está representado pelas curvas de nível no trecho XY. 9 3. Brasil: orientação e localização no espaço Localização do Brasil Com uma superfície de 8 515 767 km², o Brasil é o quinto maior país em extensão territorial. Cerca de 93% de seu terri- tório situa-se ao sul da Linha do Equador (no Hemisfério Meridional), enquanto 7% localiza-se no Hemisfério Setentrional. Além disso, a totalidade de seu território está a oeste do Meridiano de Greenwich; portanto, no Hemisfério Ocidental. A maior parte do território brasileiro está situada na Zona Tropical (zona térmica localizada entre os trópicos de Câncer e Capricórnio). Ao sul do Trópico de Capricórnio, na Zona Temperada do Sul, estão cerca de 8% do território brasileiro. A delimitação desse vasto território se deu por meio de acordos diplomáticos. Como colônia de Portugal, no século XVI e em parte do século XVII, a fronteira ocidental foi definida ao longo de um meridiano por um pacto entre as monarquias portuguesa e espanhola – o Tratado de Tordesilhas. Com a expansão do povoamento para o oeste, resultante das inves- tidas dos bandeirantes, da mineração, da extração das drogas do Sertão e das áreas de criação de gado, no século XVIII, mediante uma série de tratados, o Brasil estabeleceu seus contornos praticamente de forma semelhante à atual, tendo estes se concretizado pelos últimos tratados assinados no início do século XX. BRASIL: primeiras Capitanias Hereditárias TRATADOS DE LIMITES NO BRASIL Lu ci an o Da ni el Tu lio Lu ci an o Da ni el Tu lio Fonte: ATLAS histórico escolar. Rio de Janeiro: MEC/Fename, 1964. p. 10. Adaptação. Fonte: MAEDER, Ernesto J. A.; GUTIÉRREZ, Ramón. Atlas territorial e urbano das missões jesuíticas dos guaranis: Argentina, Paraguay e Brasil. Sevilla: Consejería de Cultura, 2009. Adaptação. Fusos horários brasileiros Com o crescimento do comércio mundial e a consequente circulação de mercadorias, de valores e de pessoas, foi necessário o estabelecimento do uso convencional e mundial das horas. A hora oficial, de referência, passou a ser a do Meridiano de Greenwich (GMT = Greenwich Mean Time ou UTC = Universal Time Coordinated). Cada faixa de hora, ou fuso horário, tem uma extensão longitudinal de 15 graus. 10 Livro de Revisão 1 Geografia Em virtude de o movimento de rotação ocorrer de oeste para leste, atribuindo certo horário ao fuso do Meridiano de Greenwich, os fusos localizados a leste desse meridiano terão suas horas adiantadas (mais tarde), ao passo que os situados a oeste terão suas horas atrasadas. Países com grande extensão territorial no sentido leste-oeste, como é o caso do Brasil, apresentam mais de um fuso horário; atualmente, temos quatro fusos horários. FUSOS HORÁRIOS TEÓRICOS Fonte: DUARTE, Paulo A. Fundamentos de cartografia. Florianópolis: Editora da UFSC, 1994. p. 78. Adaptação. M ar ilu d e So uz a BRASIL: fusos horários (hora legal) Ta lit a Ka th y Bo ra Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 91. Adaptação. 11 1. (UERJ) República Popular da China (2013) Superfície territorial 9.600.000 km2 Longitude do ponto extremo oeste do território 74° leste Longitude do ponto extremo leste do território 134°30’ leste Fonte: IBGE Apesar de ser um país mais extenso do que o Brasil, a China possui apenas um horário oficial para todo o terri- tório nacional. Caso os chineses adotassem o sistema internacional baseado no horário de Greenwich, o número aproximado de fusos horários que haveria no país seria de: a) 2 X b) 4 c) 6 d) 8 2. (IFSC) Atualmente as bolsas de valores no mundo estão conectadas permitindo que o mercado financeiro mun- dial funcione 24 horas por dia. Isso é resultado dos dife- rentes fusos horários existentes no planeta. Dessa forma, os papéis negociados nas bolsas de São Paulo (45°W), Frankfurt (15°E) e Nova York (75°W), por exemplo, cir- culam ininterruptamente de tal forma que um investi- dor pode comprar um ativo de uma empresa durante o dia em São Paulo e vendê-lo durante a madrugada em Tóquio. Assim, considere um investidor, morador de São Paulo, que resolve negociar nas bolsas de valores às 15 horas (horário de Brasília). É correto afirmar que os horá- rios aproximados em que ele deve consultar as bolsas sequencialmente para obter informações para uma melhor negociação são: a) Nova York (10 horas), Frankfurt (16 horas). b) Nova York (18 horas), Frankfurt (13 horas). c) Frankfurt (20 horas), Nova York (10 horas). Por que se adota o horário de verão? Desde 1985, de forma ininterrupta, parte do território brasileiro adianta seus relógios em uma hora, geralmente entre final de outubro e início de novembro até meados de fevereiro. Trata-se do horário de verão, cujo objetivo é reduzir o con- sumo de energia, visto que, em decorrência dessa medida, pode-se aproveitar a luz solar por mais tempo. 1º. fuso horário brasileiro: –2 horas em relação ao GMT (Horário do Meridiano de Greenwich). Adotado no arqui- pélago de Fernando de Noronha. Tomando como refe- rência o horário de Brasília, os relógios de Fernando de Noronha estão adiantados em 1 hora. 2º. fuso horário brasileiro: –3 horas GMT. Esse é o fuso da hora oficial do Brasil, pois abrange a Capital Federal, Brasília, bem como a maior parte da população brasi- leira, que se concentra na faixa situada do centro para o leste do país. 3º. fuso horário brasileiro: –4 horas GMT. É o fuso horá- rio de extensa área do Centro-Oeste e do Norte do país. É adotado pelas seguintes capitais: Boa Vista (RR), Manaus (AM), Porto Velho (RO), Cuiabá (MT) e Campo Grande (MS). 4º. fuso horário brasileiro: –5 horas GMT. Apre- sentando duas horas a menos do que o horário oficial do país, esse fuso passou a entrar em vigor em novembro de 2013. Os locais que o adotaram – sudoeste do estado do Amazonas e estado do Acre – utilizavam o terceiro fuso antes disso. 12 Livro de Revisão 1 Geografia X d) Frankfurt (19 horas), Nova York (13 horas). e) Frankfurt (17 horas), Nova York (15 horas). 3. (UCS – RS) Um avião decolou em Porto Alegre (situada a 45° oeste do meridiano de Greenwich) às 19 horas do dia 7 de março, com destino a Lisboa, em Portugal (situada na faixa equivalente a 0°). A duração do voo foi de 11 horas. Considerando o horário local, em que horá- rio e dia esse avião aterrissou em Lisboa? a) Às 22 horas do mesmo dia. b) Às 9 horas do mesmo dia. c) Às 6 horas do dia seguinte. X d) Às 9 horas do dia seguinte. e) Às 22 horas do dia seguinte. 4. (UNESP – SP) Juntos, tais vetores levaram a linha da fronteira do Tratado de Tordesilhas a deslocar-se para além dos limites formais, empurrando-os crescentemente para os confins da hinterlândia, obrigando a se estabelecer um novo acerto de fronteira com o Tratado de Madri, que em 1750 consagrou como marco de domínio das colônias de Portugale da Espanha o traçado da fronteira que praticamente risca como definitivo o desenho do território brasileiro de hoje. (Ruy Moreira. A formação espacial brasileira, 2014. Adaptado) Considerando o processo de ocupação do espaço bra- sileiro, os vetores que propiciaram uma nova fronteira e o estabelecimento de pequenos aglomerados no interior do território foram: a) a borracha e as rotas de procura por matéria-prima. b) a plantation e a construção de entrepostos para o transporte. c) a mineração e o comércio informal de ouro. X d) as expedições bandeirantes e as trilhas do gado. e) as missões jesuíticas e a instalação de núcleos comerciais. 5. (UFPR) A interiorização do povoamento [do Brasil] foi devida, de um lado, à mineração e, de outro, à criação de gado nas fazendas. A exploração dos diamantes e do ouro foi responsável pela existência de inúmeros núcleos de vida urbanos no interior dos Estados de Minas Gerais, Bahia, Goiás e Mato Grosso. Três áreas principais de criação de gado despontavam nos albores do século XIX: os sertões do Norte e do Nordeste, que abasteciam a zona agrícola do litoral; a zona de mineração, Minas Gerais, que contava com melhores condições técnicas; e os campos do Sul, que serviram à produção de couro e charque. (SANTOS, M; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 33) Com base nas informações do texto e nos conhecimen- tos sobre a formação econômica do espaço nacional, identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) A expansão das fronteiras terrestres em direção oeste, que culminou com a ampliação do território do Brasil, foi responsável pela dinâmica econômica acima descrita. ( ) A dinâmica econômica citada, quando consolida- da no final do século XIX, mostrava que, apesar da grande extensão, o território nacional apresentava alto índice de integração econômica. ( ) O movimento econômico descrito no texto estava as- sociado à industrialização na região litorânea e de- monstrava uma economia cujo padrão espacial era de complementaridade de atividades entre o setor secundário e o primário. ( ) A criação de gado e a mineração foram processos econômicos que podem ser considerados comple- mentares, apesar de ocorrerem em diferentes re- giões do espaço brasileiro. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) V-F-V-V. b) V-F-V-F. c) F-V-F-V. X d) F-F-F-V. e) V-V-F-F. 13 4. Geologia: estrutura e idade da Terra Viagem ao centro da Terra As informações a que temos acesso sobre a estrutura interna da Terra são obtidas de forma indireta, principalmente por meio das ondas sísmicas propagadas durante os terremotos. Quando passam de uma camada para outra, as ondas sísmicas têm sua direção e velocidade de propagação alteradas. Fonte: HAMBLIN, W. Kenneth; CHRISTIANSEN, Eric H. Earth’s dynamic systems. New Jersey: Prentice Hall, 1998. p. 13. Estrutura interna da Terra com base em suas propriedades químicas e físicas Crosta (8 a 75 km) Manto Crosta Manto Núcleo Camadas definidas pelas propriedades químicas Camadas definidas pelas propriedades físicas Núcleo interno sólido Núcleo externo líquido Mesosfera Astenosfera plástica Litosfera rígida Mesosfera Astenosfera Litosfera 100 a 200 km 350 a 500 km 2 900 km 5 150 km 6 371 km A crosta terrestre é sólida e composta de rochas cujos elementos químicos preponderantes são o silício e o alumínio. Está dividida em imensos blocos denominados Placas Tectônicas. O manto, onde predominam o silício e o magnésio, é constituído por magma. O núcleo é formado majoritariamente de níquel e ferro, sendo a camada mais quente e mais densa. Litosfera fragmentada: da Teoria da Deriva Continental à Tectônica das Placas Motivado pelas semelhanças físicas de alguns contornos continentais e por estudos geológicos, o meteorologista alemão Alfred Wegener propôs, em 1912, a Teoria da Deriva Continental, na qual sugeria que intensas forças horizontais, ainda desconhecidas, moviam blocos da crosta. O agrupamento dos continentes, formando o supercontinente Pangeia, já era, portanto, defendido por Wegener. Contudo, a comprovação da deriva ou movimentação dos continentes e a origem desse fenômeno somente começaram a ser esclarecidas a partir da década de 1950. A Teoria da Tectônica das Placas passou, então, a atualizar as explicações da teoria de Wegener. Di va nz ir Pa di lh a. 20 10 . D ig ita l. 14 Livro de Revisão 1 Geografia PRINCIPAIS PLACAS TECTÔNICAS Lu ci an o Da ni el Tu lio Fonte: WICANDER, Reed; MONROE, James S. Fundamentos de Geologia. Tradução de Harue Ohara Avritcher. Revisão técnica de Maurício Antônio Carneiro. São Paulo: Cengage Learning, 2009. p. 36. Adaptação. Dessa forma, foi possível constatar, por exemplo, que o fundo dos oceanos traz importantes informações acerca da tec- tônica da Terra, ou seja, das forças internas do planeta que geram movimentos que também se manifestam na superfície terrestre. As dorsais, ou cadeias de vulcões submarinos, situam-se sobre a zona de divergência das Placas Tectônicas. Elas encon- tram-se exatamente sobre a fronteira entre placas litosféricas que se deslocam para direções contrárias. Por outro lado, as profundas fossas submarinas indicam uma das zonas de convergência entre placas litosféricas: as zonas de subducção, as quais resultam do encontro entre placas continentais e oceânicas. Placa do Pacífico Placa Eurasiana Ilhas japonesas (arco de ilha) Fossa do Japão Lu is M ou ra . 2 01 0. D ig ita l. Fonte: ESPAÇO CIÊNCIAS. Limites entre placas. Disponível em: <http://espacociencias.com/site/ciencias-7o-ano/dinamica-interna- da-terra/limites-entre-placas/>. Acesso em: 5 jun. 2017. Fossa oceânica formada pelo encontro entre Placas Tectônicas. Na superfície, o atrito entre as placas deu origem a um arquipélago vulcânico. O limite entre duas placas que não se afastam entre si nem se chocam frontalmente denomina-se limite conservativo. Nele, situa-se a zona de transcorrência, onde as placas se atritam ao longo de uma falha de transformação. 15 1. (UEG – GO) Os movimentos orogenéticos, resultantes da deriva continental e dinâmica de placas, são os respon- sáveis pela formação de grandes cadeias de montanhas no planeta, que surgem em virtude do enrugamento ou soerguimento de extensas porções da crosta terrestre. A cordilheira dos Andes resulta dessa dinâmica, e sua origem está relacionada ao choque entre as placas: a) do Pacífico e Norte-Americana. b) de Nazca e Norte-Americana. c) do Pacífico e Sul-Americana. X d) de Nazca e Sul-Americana. 2. (ENEM) A partir da análise da imagem, o aparecimento da Dorsal Mesoatlântica está associado ao(à): a) separação da Pangeia a partir do período Permiano. b) deslocamento de fraturas no período Triássico. c) afastamento da Europa no período Jurássico. X d) formação do Atlântico Sul no período Cretáceo. e) constituição de orogêneses no período Quaternário. 3. (PUCPR) O desenho abaixo é do geógrafo francês Antônio Pellegrini, que, em 1858, ilustrou os dois mapas. Observe-o e, tomando por base seus conhecimentos pré- vios de Geografia Física, assinale a alternativa incorreta. a) Trata-se de uma ilustração preliminar à teoria da deriva continental, notoriamente defendida ainda no século XIX pelo geógrafo mencionado, mas também pelo alemão Alfred Wegener, já no século XX. b) Apesar de as discussões sobre o assunto serem bem antigas, somente no século XX os pesquisadores 16 Livro de Revisão 1 Geografia concluíram que a litosfera terrestre é composta por vários pedaços, tanto nos continentes quanto no leito dos oceanos, e que esses pedaços poderiam ser cha- mados de “placas tectônicas”. c) Na análise das placas tectônicas, constata-se que o seu deslocamento continua a ocorrer até os dias atuais, fato este retratado nos inúmeros terremotos, de diferentes magnitudes,que ocorrem diariamente no planeta. X d) O esboço que o geógrafo construiu visava explicar as mudanças marítimas e o impacto das correntes oceâ- nicas no clima continental. e) Na perspectiva da teoria da deriva continental, a ideia defendida é a de que, outrora, os continentes já esti- veram interligados num supercontinente chamado Pangeia. 4. (FUVEST – SP) Observe a figura, com destaque para a Dorsal Atlântica. Avalie as seguintes afirmações: I. Segundo a teoria da tectônica de placas, os continen- tes africano e americano continuam se afastando um do outro. II. A presença de rochas mais jovens próximas à Dorsal Atlântica comparada à de rochas mais antigas, em locais mais distantes, é um indicativo da existência de limites entre placas tectônicas divergentes no assoalho oceânico. III. Semelhanças entre rochas e fósseis encontrados nos continentes que, hoje, estão separados pelo Oceano Atlântico são consideradas evidências de que um dia esses continentes estiveram unidos. IV. A formação da cadeia montanhosa Dorsal Atlântica resultou de um choque entre as placas tectônicas norte-americana e africana. Está correto o que se afirma em: X a) I, II e III, apenas. b) I, II e IV, apenas. c) II, III e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 5. (FUVEST – SP) Observe o mapa abaixo e leia o texto a seguir. O terremoto ocorrido em abril de 2015, no Nepal, matou por volta de 9.000 pessoas e expôs um governo sem recursos para lidar com eventos geológicos catastróficos de tal magnitude (7,8 na Escala Richter). Índia e China dispuseram-se a ajudar de diferentes maneiras, forne- cendo desde militares e médicos até equipes de enge- nharia, e também por meio de aportes financeiros. Considere os seguintes motivos, além daqueles de razão humanitária, para esse apoio ao Nepal: I. interesse no grande potencial hidrológico para a gera- ção de energia, pois a Cadeia do Himalaia, no Nepal, representa divisor de águas das bacias hidrográficas dos rios Ganges e Brahmaputra, caracterizando densa rede de drenagem; II. interesse desses países em controlar o fluxo de mer- cadorias agrícolas produzidas no Nepal, através do sistema hidroviário Ganges-Brahmaputra, já que esse país limita-se, ao sul, com a Índia e, ao norte, com a China; III. necessidades da Índia e, principalmente, da China, as quais, com o aumento da população e da urbanização, demandam suprimento de água para abastecimento público, tendo em vista que o Nepal possui inúmeros mananciais. Está correto o que se indica em: a) I, apenas. b) II, apenas. X c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 17 5. Geologia e relevo: mundo e Brasil Modeladores e escultores do relevo: agentes internos e externos A superfície da Terra está em constante transformação. Suas formas são modeladas e esculpidas no decorrer do tempo por forças que se originam interna ou externamente. Os agentes internos, ou endógenos, erguem ou afundam estruturas rochosas, em decorrência do movimento de placas da litosfera, formando por vezes extensas áreas, como as cordilheiras. Já os agentes externos, ou exógenos, desgastam as rochas ou agregam sedimentos à superfície. Agentes internos ou endógenos Denomina-se tectonismo o conjunto de forças geradas, principalmente, pela movimentação do magma no manto. Entre os movimentos tectônicos, há a epirogênese, processo lento que desloca verticalmente partes das estruturas geoló- gicas geralmente estáveis. A orogênese, como decorrência dos dobramentos, é o movimento responsável pela formação de grandes cadeias de montanhas. Também se incluem entre os agentes internos: falhamentos, atividade vulcânica e terremotos. Lago de origem glacial, Parque Nacional Jasper. Província de Alberta – Canadá, 2012 Gl ow im ag es /A la m y/ Ri ch ar d W on gAgentes externos ou exógenos Os agentes externos atuam por meio da erosão, ou seja, do processo de retirada do material desgastado na rocha, bem como pela deposi- ção ou acumulação dos sedimentos transportados. A ação erosiva mais intensa se dá pela água: são os agentes pluvial (chuva), fluvial (rios), marinho (mares e oceanos) e glacial (geleiras). Fonte: GRANDE atlas mundial. Rio de Janeiro: Reader’s Digest, 2007. p. 133-134. Há 20 milhões de anos Há 10 milhões de anos Atualmente Himalaia Índia Planalto do Tibete A crosta continental é empurrada para cima sob a Ásia a uma taxa de 5 cm ao ano. O Himalaia cobre a Placa Indiana ao longo de uma falha. O Planalto do Tibete se eleva quando a Índia é empurrada. Como se formou o Himalaia Di va nz ir Pa di lh a. 20 09 . D ig ita l. 18 Livro de Revisão 1 Geografia O agente eólico (ventos) atua de forma erosiva principalmente nos desertos, onde também ocorre o intemperismo físico, em que a variação da temperatura contribui para a desagregação das rochas. Por outro lado, em ambientes úmidos, predomina o intemperismo químico, no qual a rocha é desagregada por meio de uma série de reações químicas, geral- mente sob ação da água. Esses mesmos agentes são responsáveis pelo processo de sedimentação, ou seja, a deposição e o acúmulo de sedi- mentos. As planícies aluviais são exemplos de superfícies formadas pela sucessiva deposição de sedimentos transportados pelos rios. Por fim, na transformação do relevo, também se destacam as ações antrópicas (aterros, túneis, barragens, pedreiras, entre outras obras humanas). Bases geológicas e grandes compartimentos do relevo mundial atual Arcabouço geológico é o conjunto que abrange diferentes tipos de rochas e os processos que criaram a configuração dos terrenos de uma região. As macroestruturas geológicas das diferentes regiões do mundo podem ser divididas em três grupos. • Escudos cristalinos ou maciços antigos: conjunto de rochas mais antigas, formadas na Era Pré-Cambriana e em parte da Era Paleozoica, que originam, na superfície, planaltos ou serras desgastados por processos erosivos. Algu- mas das principais riquezas minerais extraídas no subsolo brasileiro, como o ferro, o manganês e a bauxita, têm suas jazidas em escudos cristalinos, com destaque para a Serra dos Carajás – PA e o Quadrilátero Ferrífero – MG. • Bacias sedimentares: estruturas rochosas formadas pela deposição de sedimentos no decorrer de milhões de anos e que preenchem superfícies mais baixas (depressões ou bacias). Delas, podem ser extraídos recursos minerais como o petróleo, o carvão mineral e o gás natural. • Dobramentos modernos, terciários ou cenozoicos: originados por pressões tectônicas, os dobramentos moder- nos constituem os cinturões móveis, caracterizados pela elevada altitude e intensa movimentação tectônica. La tin St oc k/ Co rb is/ M at t M aw so n Pico Dedo de Deus, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Teresópolis – RJ, cujas rochas pré-cambrianas compõem parte do Escudo Atlântico, 2014 Cânion de Guartelá, no Planalto dos Campos Gerais, Tibagi – PR, cujas rochas sedimentares se formaram sobre antigo ambiente marinho, 2014 Cordilheira dos Andes: dobramentos cenozoicos na América do Sul. Divisa entre o Chile e a Argentina, 2012 Nas áreas de mineração, os impactos ambientais são grandes, com a ocorrência da contaminação do solo, dos rios e da atmosfera, além do acúmulo de rejeitos da mineração. Nesse sentido, entre os desastres socioambientais ocorridos no Brasil, destaca-se a inundação de lama e resíduos de minérios decorrente do rompimento de uma barragem de rejeito de mineração em Mariana – MG, em novembro de 2015. Pu lsa r I m ag en s/ Lu ci an a W hi ta ke r P. Im ag en s 19 Principais formas do relevo brasileiro Planaltos: formas de relevo caracteri- zadas pelo predomínio de processos erosivos no que se refere à sedimen- tação. Sobre os planaltos, em diversas áreas do país, assentam-se serras, com seus cumes geralmente arredonda- dos, e chapadas, com topos aplaina- dos e encostas íngremes. Planícies: superfícies situadas sobre ba-cias sedimentares recentes que se apre- sentam bem aplainadas. Nessa forma de relevo, os processos de deposição de sedimentos predominam em compara- ção aos erosivos. Depressões: superfícies relativamen- te planas e, ao mesmo tempo, suave- mente inclinadas que circundam os planaltos, formadas por duradouros processos erosivos. Dinâmica do relevo brasileiro Situada em uma área de estabilidade tectônica, no centro da Placa Sul-Americana, a superfície brasileira se caracteriza pelo predomínio de antigos planaltos e depressões e por longos períodos de erosão, além das planícies fluviais ou costei- ras, de origem mais recente e resultantes da deposição de sedimentos. Durante a Era Mesozoica, contudo, em uma extensa região compreendida entre o sul do atual estado de Goiás e o norte do Rio Grande do Sul, houve grandes derrames de magma. Por estar localizado na porção central da Placa Sul-Americana, o Brasil não apresenta áreas de risco para fortes terre- motos. A maioria dos tremores que ocorrem em território nacional é de baixa magnitude e resulta da acomodação de terrenos no subsolo. 1. (CPS – SP) Muitas paisagens naturais parecem verda- deiras obras de arte, pois são frutos da ação contínua de diversos agentes modificadores do relevo que, de maneira lenta e gradual, vão esculpindo-as, dando-lhes formas belíssimas. Assinale a alternativa que associa corretamente o agente modelador do relevo, o nome da erosão e sua ação. Agente modelador Nome da erosão Ação a) geleira abrasão provoca o soerguimento dos chapadões b) rio pluvial determina o avanço contínuo das margens c) chuva fluvial escava o relevo, for- mando vales profundos X d) vento eólica realiza os processos de corrosão e deflação e) mar antrópica forma os dobramentos modernos e as ravinas 2. (UNESP – SP) Analise o trecho da canção “Tempo rei”, de Gilberto Gil. Não me iludo Tudo permanecerá do jeito que tem sido Transcorrendo Transformando Tempo e espaço navegando todos os sentidos Pães de Açúcar Corcovados Fustigados pela chuva e pelo eterno vento Água mole Pedra dura Tanto bate que não restará nem pensamento Tempo rei, ó, tempo rei, ó, tempo rei Transformai as velhas formas do viver (www.gilbertogil.com.br) O trecho faz alusão direta a dois processos geomorfológicos: a) meteorização e subsidência. b) assoreamento e fraturamento. 20 Livro de Revisão 1 Geografia X c) erosão e esculpimento. d) lixiviação e escarpamento. e) abrasão e soerguimento. 3. (EsPCEx – SP) O relevo é o resultado da atuação de for- ças de origem interna e externa, as quais determinam as reentrâncias e as saliências da crosta terrestre. Sobre esse assunto, podemos afirmar que: I. o surgimento das grandes cadeias montanhosas, como os Andes, os Alpes e o Himalaia, resulta dos movimentos orogenéticos, caracterizados pelos cho- ques entre placas tectônicas. II. o intemperismo químico é um agente esculpidor do relevo muito característico das regiões desérticas, em virtude da intensa variação de temperatura nessas áreas. III. extensas planícies, como as dos rios Ganges, na Índia, e Mekong, no Vietnã, são resultantes do trabalho de deposição de sedimentos feito pelos rios, formando as planícies aluviais. IV. os planaltos brasileiros caracterizam-se como relevos residuais, pois permaneceram mais altos que o rele- vo circundante, por apresentarem estrutura rochosa mais resistente ao trabalho erosivo. V. por situar-se em área de estabilidade tectônica, o Brasil não possui formas de relevo resultantes da ação do vulcanismo. Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmativas corretas: a) I, II e III X b) I, III e IV c) II, IV e V d) I, II e V e) III, IV e V 4. (UEM – PR) Assinale o que for correto sobre o modelado da crosta terrestre. X 01) Os movimentos das placas tectônicas são responsá- veis pelos agentes modificadores do relevo origina- dos no interior da Terra. 02) Os escudos cristalinos estão presentes em várias partes do modelado da Terra e são resultantes de dobramentos modernos como a Cordilheira dos Andes na América do Sul. X 04) Nos diversos tipos de paisagens no Brasil encon- tram-se escarpas conhecidas por sua beleza natu- ral devido às rochas expostas conhecidas como “paredões”. X 08) Existem várias classificações do relevo brasileiro, mas atualmente as três grandes unidades reconhe- cidas são os planaltos, as planícies e as depressões. 16) A última década do planeta Terra foi considerada como um registro no modelo padrão de mudança no relevo terrestre, devido à homogeneidade de formas no relevo, resultante das ações humanas. Somatório: 13 (01 + 04 + 08) 5. (ENEM) A imagem representa o resultado da erosão que ocorre em rochas nos leitos dos rios, que decorre do processo natural de: a) fraturamento geológico, derivado da força dos agen- tes internos. b) solapamento de camadas de argilas, transportadas pela correnteza. X c) movimento circular de seixos e areias, arrastados por águas turbilhonares. d) decomposição das camadas sedimentares, resultante da alteração química. e) assoreamento no fundo do rio, proporcionado pela chegada de material sedimentar. 21 6. Impactos socioespaciais resultantes da dinâmica da litosfera Por que ocorrem os terremotos? Quando submetidas a pressões de deslo- camento lateral ou vertical, as placas tendem a se reacomodar provocando abalos sísmicos (terremotos). O local exato, dentro da crosta terrestre, onde ocorre o terremoto é chamado de hipocentro, enquanto o ponto da superfí- cie no qual o tremor é sentido em sua maior intensidade é o epicentro. Ondas de superfície Epicentro Hipocentro Ondas primárias Ondas secundárias Sismógrafos As ondas sísmicas de um terremoto se propagam concentricamente a partir do foco e atingem diferentes instantes. Elementos de um terremoto M ar co s G om es . 2 01 0. D ig ita l. Lu ci an o Da ni el Tu lio Fonte: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 158. Adaptação. DISTRIBUIÇÃO DOS PRINCIPAIS VULCÕES Como se formam os vulcões? O vulcanismo, ao contrário dos grandes terremotos, não está restrito aos locais em que há colisão entre placas, podendo ocorrer também nas zonas de divergência. Por isso, é comum haver vulcões ao longo das dorsais oceânicas. Fonte: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 476. 22 Livro de Revisão 1 Geografia naturais, minimizando as perdas humanas e materiais. Se o cenário é oposto, porém, os efeitos podem ser mais devastadores. Áreas de risco no Brasil: a questão da ocupação em encostas Uma significativa parcela da população brasileira vive em áreas de risco em virtude da combinação entre fatores naturais, elevada pluviosidade e presença de áreas serra- nas. Com a grande inclinação do relevo e o excesso de umi- dade, os solos se tornam mais instáveis e as encostas ficam sujeitas a deslizamentos de terra. A ação humana potencializa esse problema, visto que o desmatamento e a ocupação das áreas de encostas das serras deixam os solos mais expostos à erosão. Os habitantes que vivem nas proximidades de vulcões – especialmente quando estes são ativos – encontram-se em uma situação de permanente risco e vulnerabilidade. No entanto, o conhecimento científico e as técnicas de monitoramento disponíveis na atualidade possibilitam que erupções sejam previstas com grande grau de precisão. As regiões situadas nos limites de convergência das Placas Tectônicas são as que apresentam as maiores ati- vidades tectônicas da crosta terrestre, como as costas do Oceano Pacífico, cujas placas litosféricas mergulham sob os continentes, formando zonas de subducção. A região de contorno desse oceano, caracterizada por terremotos e tsunamis, além da presença de elevado número de vul- cões ativos, recebe a denominação de “Círculo de Fogo do Pacífico”. Países de economia mais forte e com menor índice de pobreza entre seus habitantes,mesmo quando localizados em áreas de risco, tendem a enfrentar melhor as catástrofes 1. (PUCPR) Analise os dados da tabela abaixo. Ano Local Magnitude (escala Ritcher) Mortos 2003 Irã 6,3 26 000 2004 Indonésia 9,1 300 000 2005 Paquistão/Índia 8,6 73 000 2008 China 7,8 87 000 2010 Haiti 7 230 000 2011 Japão 9 25 000 Fonte: Adaptado da Folha de S. Paulo. Disponível em: <http://www1. folha.uol.com.br/mundo/2015/04/1621358-numero-de-mortos-no- nepal-passa-de-2000-paisesenviam-ajuda.shtml>. Acesso em: 13 maio 2015. Assinale a alternativa que correlaciona corretamente o fenômeno natural identificado na tabela com suas con- sequências para as sociedades humanas. a) Consequência dos movimentos tectônicos, os terre- motos geram vítimas em número proporcional a sua magnitude. b) Os países que compõem a tabela estão no chamado Círculo de Fogo do Pacífico, área que apresenta grande atividade sísmica e nações subdesenvolvidas. X c) Os terremotos resultam de forças internas incontro- láveis, capazes de gerar enormes prejuízos sociais e econômicos, sobretudo em países com estruturas precárias. d) Muito frequentes em áreas de contato entre as placas tectônicas, o impacto socioeconômico dos terremotos restringe-se ao epicentro. e) O elevado número de mortes, visualizado na tabela, revela o baixo interesse científico no estudo dos fenô- menos naturais por parte das nações mais afetadas por terremotos. 2. (MACKENZIE – SP) Observe a imagem para responder à questão. 23 A imagem retrata um tipo de ocupação muito comum no Brasil, relacionada muitas vezes a um grave problema socioambiental. A esse respeito, considere as afirmativas a seguir: I. A ocupação irregular das encostas tende a elevar a exposição dos solos às enxurradas, contribuindo para deslizamentos que trazem perdas humanas e materiais. II. Os escorregamentos de solos ocorrem por ocasiões das chuvas mais fortes, evidenciando o caráter aci- dental desse fenômeno. O processo erosivo provoca- do pelas chuvas de menor intensidade não é um fator de maior importância neste caso. III. A ocupação das encostas é uma decorrência da ex- clusão social que dificulta o acesso de muitas pessoas à moradia. Portanto, esse fenômeno nunca atinge pessoas com melhores condições socioeconômicas, pois suas moradias estão sempre localizadas em áreas fora de risco. IV. A irregular ocupação das encostas envolve proble- mas diferentes que, combinados, resultam nos des- lizamentos de solos. Entre esses problemas estão: ineficiência da fiscalização dos agentes públicos na ocupação de áreas de risco; dificuldade de acesso a habitação entre os mais pobres; monitoramento ine- xistente ou insuficiente para minimizar o problema. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) II e III. X e) I e IV. 3. (UFPR) A geomorfologia é o campo do conhecimento téc- nico e científico que estuda as formas do relevo e os processos pretéritos e presentes envolvidos. Em regiões sob a influência de clima tropical e subtropical, o relevo, em grande parte, está sendo moldado pela ação das chuvas, que promove o intemperismo nas rochas e o transporte e a deposição dos sedimentos. Apesar desses processos participarem da dinâmica natural, eles podem ser influenciados pela ação humana. A alteração no seu equilíbrio pode trazer graves consequências à sociedade. Sobre os processos geomorfológicos que têm sido inten- sificados pela influência humana, considere as seguintes afirmativas: 1. O processo de assoreamento tem ocorrido com gran- de frequência nas áreas mais elevadas do relevo, onde as declividades são mais íngremes, trazendo prejuízos por afetar os chamados topos de morros. 2. Os escorregamentos e as corridas de detritos e lama, que são deflagrados por grande volume de chuvas e ocorrem, predominantemente, em regiões serranas e nas encostas com maiores inclinações, estão entre os processos geomorfológicos que trazem maiores da- nos à sociedade. 3. A erosão pluvial em vertentes, que traz grandes pre- juízos econômicos e ambientais, está condicionada, além de às características do relevo, também aos ti- pos de solo, à dinâmica das chuvas, à cobertura da vegetação e ao tipo de uso antrópico. Assinale a alternativa correta: a) Somente a afirmativa 3 é correta. b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. X d) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. 4. (ENEM) Os movimentos de massa constituem-se no deslocamento de material (solo e rocha) vertente abaixo pela influência da gravidade. As condições que favorecem os movimentos de massa depen- dem principalmente da estrutura geológica, da declividade da vertente, do regime de chuvas, da perda de vegetação e da atividade antrópica. BIGARELLA, J. J. Estrutura e origem das paisagens tropicais e subtropicais. Florianópolis: UFSC, 2003. (Adaptado). Em relação ao processo descrito, sua ocorrência é mini- mizada em locais onde há: a) exposição do solo. X b) drenagem eficiente. c) rocha matriz resistente. d) agricultura mecanizada. e) média pluviométrica elevada. 24 Livro de Revisão 1 Geografia 7. Dinâmica da atmosfera A atmosfera é formada por um conjunto de gases que envolvem o planeta Terra. Composição de gases da atmosfera Nitrogênio 78,08% Oxigênio 20,94% Argônio 0,93% Outros gases (ozônio, metano e hidrogênio, por exemplo) 0,05% Fonte: AYOADE, John O. Introdução à Climatologia para os trópicos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007. p. 16. Fonte: INSTITUTO ASTRONÔMICO E GEOFÍSICO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (IAG – USP). Estrutura da atmosfera. Disponível em: <http://www.iag.usp.br/siae98/ atmosfera/estrutura.htm>. Acesso em: 2 jun. 2017. Camadas da atmosfera An ge la G ise li/ Di vo . 2 00 7. D ig ita l. Mesmo em pequenas proporções em relação ao conjunto de gases da atmosfera, o dióxido de carbono, o vapor-d’água, o ozônio, entre outros, têm grande importância no que se refere à biosfera. Alguns deles, por exemplo, contribuem para gerar o efeito estufa, um fenô- meno natural no qual o calor produzido pelo aquecimento da superfície do planeta por meio da radiação solar fica parcialmente retido pela concentração de gases. O efeito estufa atua como um regulador térmico que impede gran- des variações de temperatura. Dessa forma, é um fator essencial à manutenção da vida no planeta Terra. No entanto, se demasiadamente intensificado por meio de ações antrópicas, pode trazer graves impactos socioambientais. Camada de ozônio A camada de ozônio, situada na estratosfera, mas em maior concentração na faixa de 25 km a 35 km, impede a entrada de parte dos raios ultravioleta provenientes do Sol. Exposições prolongadas a esse tipo de radiação podem causar diversos problemas a muitos seres vivos e afetar as cadeias alimentares. Para combater o problema, em 1987, foi assinado no Canadá um conjunto de tratados ratificado por mais de 150 paí- ses, conhecido como Protocolo de Montreal. 25 Circulação geral da atmosfera Ar frio Ar quente Ra qs on u. 2 01 1. D ig ita l. Ar frio Ar quenteRa qs on u. 2 01 1. D ig ita l. Ar quente ascendente Ar frio descendente Chuva de convecção: o ar aquecido na superfície ascen- de e se resfria em contato com as menores temperaturas nas altitudes mais elevadas, provocando a condensação e a precipitação. Trata-se das típicas “chuvas de verão” e que são mais comuns nas áreas tropicais. Chuva orográfica ou de relevo: forma-se em razão da presença de serras que provocam o movimento ascensional do ar, o qual se resfria e desencadeia a precipitação. No Brasil, esse tipo de chuva ocorre na Serra do Mar e em outras formações elevadas situadas próximas à costa. Ra qs on u. 2 01 1. D ig ita l. A regra fundamental da circulação atmosférica, válida principalmente na troposfera, é: O ar quente tende a subir, e oar frio tende a descer. Fonte: MENDONÇA, Francisco; DANNI-OLIVEIRA, Inês Moresco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. p. 76. Baixa pressão Alta pressão Ar quente: menos denso, sobe (convecção atmosférica) Ar frio: mais denso, desce (subsidência atmosférica) Simplificação dos movimentos de circula- ção atmosférica em superfície Tipos de chuva Os ventos e o deslocamento de massas de ar na tro- posfera resultam da existência de diferentes pressões atmosféricas. Ventos e massas de ar deslocam-se sobre a superfície terrestre de zonas de alta pressão para zonas de baixa pressão atmosférica. A circulação do ar nas regiões intertropicais, deslo- cando-se entre os trópicos e a linha equatorial, é chamada de célula de Hadley. Chuva frontal: resulta do choque entre massas de ar com diferentes temperaturas – uma mais fria e outra mais quente. Comum nas zonas temperadas, como na Região Sul do Brasil. 26 Livro de Revisão 1 Geografia Associe as figuras I, II e III às características das chuvas. ( ) A evaporação e a ascensão de ar úmido e o resfria- mento adiabático desse ar provocam esse tipo de chuva comum no verão. ( ) Resultam do encontro de duas massas de ar, com características diferentes, uma fria e a outra quente. ( ) Quando nuvens encontram obstáculos como serras ou montanhas, ocasionando o seu resfriamento e provocando condensação e precipitação. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) I, II, III. X b) III, I, II. c) III, II, I. d) I, III, II. e) II, III, I. 2. (IFSC) O estudo das variações de composição do ar (tipos de gases e suas proporções), temperatura, eventos, como ventos, relâmpagos, nuvens é facilitado quando se divide a atmosfera em camadas. Essa divisão não é exata, ou seja, existem áreas de transição. Mesmo assim é possível identificar cinco camadas de acordo com algumas características. Fonte: CARNEVALE, M. R. Jornadas.cie. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2012. Em relação às camadas da atmosfera, assinale a alterna- tiva correta. a) A camada de ar mais próxima da Terra denomina- -se exosfera, estendendo-se até 20 km do solo, no Equador, e a aproximadamente 10 km nos polos. X b) A atmosfera é constituída por cinco camadas: tropos- fera, estratosfera, mesosfera, termosfera, exosfera. c) Na mesosfera localiza-se a camada de ozônio, que faz a proteção da Terra, absorvendo os raios ultravioleta do Sol. d) A última camada, ou seja, a que está mais distante da Terra, é a estratosfera: é a camada que antecede o espaço sideral. e) A atmosfera é constituída por cinco camadas: tropos- fera, estratosfera, mesosfera, litosfera e astenosfera. 3. (UFBA) Os conhecimentos sobre o progresso técnico- -científico nas ciências atmosférica e espacial e sobre a atmosfera como subsistema terrestre e suas caracterís- ticas possibilitam afirmar: 01) O início da Revolução Industrial marca a preocupa- ção do Estado com o controle do uso de combustí- veis orgânicos, financiando estudos de geógrafos e de físicos dos países industriais, na busca de solu- ções viáveis para a preservação ambiental. 1. (UPF – RS) Fonte: SENE; MOREIRA. Geografia geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2010. p. 125. O ar se resfria e há condensação do vapor O ar quente sobe por causa do relevo Massa de ar quenteFrente fria Ponto de orvalho Ponto de orvalho Tipos de chuva chuva orográfica chuva frontal chuva de convecçãoO ar se resfria e chove O aquecimento da superfície promove o aquecimento do ar, que sobe, se resfria e desce, provocando a convecção do ar O ar quente sobe por causa do encontro das massas de ar Ponto de orvalho 27 X 02) As chuvas ácidas resultam da emissão de poluen- tes originados pela queima de combustíveis fósseis, ocorrem, com mais intensidade, nos países indus- trializados do Hemisfério Norte e causam impactos ambientais tanto em nível local quanto regional. X 04) Os satélites, os radares e os computadores de alta geração têm contribuído para o desenvolvimento dos estudos sobre meteorologia, permitindo melhor conhecimento da dinâmica atmosférica e das inter- relações oceano/atmosfera e, consequentemente, maior precisão na análise de previsão do tempo. X 08) A participação recente do Brasil nas experiências científicas espaciais – apesar de aparentemente simples, embora de alto custo –, abre novas possi- bilidades para projetos de pesquisa e de desenvol- vimento em áreas, tais como biologia, biotecnologia, medicina e farmacologia, entre outras. X 16) A troposfera, camada mais baixa da atmosfera, con- centra cerca de 75% de sua massa gasosa, a tota- lidade do vapor-d’água e de aerossóis e estabelece as condições de tempo, tendo, portanto, importância direta para as atividades do homem. X 32) A estratosfera se caracteriza pela concentração de grande parte do ozônio total atmosférico, cuja fun- ção é proteger a superfície da Terra da radiação ultravioleta gerada pelo Sol. 64) A temperatura do ar depende das trocas de energia entre o Sol e a Terra, aumentando com a altitude na troposfera e diminuindo na estratosfera. Somatório: 62 (02 + 04 + 08 + 16 + 32) 4. (EsPCEx – SP) As chuvas torrenciais de verão, denominadas chu- vas , são caracterizadas por serem precipitações breves, mas violentas, que ocorrem na maior parte do território brasileiro. Essas chuvas estão associadas ao deslocamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) para a porção cen- tral da América do Sul entre os meses de setembro e março, fazendo com que a massa expanda-se para a Bolívia e Brasil central, chegando a atuar sobre São Paulo, provocando os chamados aguaceiros de verão. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas acima. X a) convectivas / Equatorial continental (mEc) b) orográficas / Tropical continental (mTc) c) convectivas / Equatorial atlântica (mEa) d) orográficas / Equatorial continental (mEc) e) frontais / Equatorial atlântica (mEa) 8. Tipos climáticos e formações fitogeográficas predominantes Elementos e fatores climáticos Temperatura, precipitação, umidade do ar, regime de ventos, pressão atmosférica e nebulosidade são os elemen- tos que possibilitam descrever o clima. Os fatores climáti- cos – latitude, altitude, continentalidade/maritimidade, relevo e correntes marítimas – atuam como variáveis que condicionam os tipos de clima. Latitude A temperatura diminui com o aumento da latitude. Em relação aos climas brasileiros, o fator latitude é a principal razão para que as cidades situadas nas proxi- midades da Linha do Equador, como Belém, apresentem médias térmicas muito superiores às de cidades da Região Sul, como Porto Alegre. Altitude O ar da troposfera se aquece a partir do solo, de baixo para cima. A temperatura diminui com ao aumento da altitude. 28 Livro de Revisão 1 Geografia Em relação aos climas brasileiros, o fator altitude faz com que a capital mais fria do país seja Curitiba, e não Porto Ale- gre, que se situa em latitude mais alta. Isso ocorre porque Porto Alegre (também é o caso de Florianópolis) se localiza quase ao nível do mar, ao passo que Curitiba está sobre um planalto a, aproximadamente, 900 metros de altitude. Continentalidade/maritimidade A amplitude térmica aumenta no interior dos continentes, quanto maior a distância em relação ao litoral. Os oceanos são considerados importantes reguladores térmicos, pois o ar sobre eles se resfria e se aquece menos do que aquele que está sobre os continentes, influen- ciando o clima das regiões em seu entorno. Nessas áreas, portanto, os climas tendem a apresentar menor variação térmica. Tal efeito, típico dos climas sob influência oceâ- nica, denomina-se maritimidade. Em regiões afastadas do oceano, ocorre o oposto. Os climas continentais tendem a ser mais extremos, com maiores amplitudes térmicas. São, portanto, influenciados pela continentalidade. RelevoA configuração do relevo interfere na circulação das massas de ar. Além da diminuição da temperatura à medida que aumenta a altitude, as serras e outras formas elevadas do relevo podem afetar significativamente o regime pluviomé- trico local. A disposição das cadeias de montanhas, como no caso dos Andes, na América do Sul, ou do Himalaia, na Ásia, pode compor um “corredor” para a movimentação das massas de ar ou, ao contrário, dificultar seu avanço pelo continente. Correntes marítimas Originadas de uma combinação de fatores, tais como rotação da Terra (pela força de Coriolis), ventos, diferenças de temperatura, densidade e salinidade da água, as corren- tes marítimas ou oceânicas influenciam o clima das regiões costeiras. CORRENTES MARÍTIMAS Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 58. Adaptação. M on yr a Gu tte rv ill C ub as 29 As correntes quentes, que se formam em baixa latitude, conduzem suas águas aquecidas a regiões de clima frio, ao passo que as correntes frias, provenientes das altas latitudes, podem atingir a zona intertropical em uma constante circu- lação que contribui para manter o equilíbrio térmico do planeta. Assim: • sobre as correntes quentes, formam-se massas de ar quente e úmido; • sobre as correntes frias, formam-se massas de ar frio e seco. Climas do planeta TIPOS DE CLIMA: adaptado da classificação de Köppen Fonte: ALMANAC of Geography. Washington: National Geographic, 2005. p.88. Adaptação. M on yr a Gu tte rv ill C ub as A caracterização de um clima pode ser feita por meio de um gráfico que apresenta os comportamentos das tempera- turas médias e das precipitações mensais – o climograma. Para a interpretação desse gráfico, considere que: • a linha (ou a curva) indica as temperaturas médias mensais. Assim, quando esta assume uma forma quase retilínea, significa que há pouca amplitude térmica no decorrer do ano. Ao contrário, se a linha oscilar para baixo e para cima, expressa-se uma grande variação térmica anual do local em questão. • as barras verticais indicam o volume de precipitação ocorrido em cada mês. Desse modo, podem-se identificar os períodos mais chuvosos ou de seca ao longo do ano. Confira, a título de exemplo, um tipo climático e seu respectivo climograma. 30 Livro de Revisão 1 Geografia Clima equatorial Regime térmico: temperatura constantemente elevada; amplitudes térmicas com pouca variação anual; médias mensais acima dos 25 ºC. Regime pluviométrico: precipitação acima dos 2 500 mm/ano; ocorrência de chuvas de convecção quase que diariamente, no período da tarde. Fonte: NATIONAL DROUGHT MITIGATION CENTER. Annual climatology: Belem, Brazil. Disponível em: <http://drought.unl.edu/archive/iclimographs/ BelemMetric.htm>. Acesso em: 2 jun. 2017. Climograma de Belém – PA, Brasil -28 -23 -18 -13 -8 -3 2 7 12 17 22 27 32 37 0 50 100 150 200 250 300 350 400 Prec. (mm) Temp. (oC) J F M A M J J A S O N D Te m pe ra tu ra (° C) Pr ec ip ita çã o (m m ) 1. (UNIFESP) Clima corresponde à sequência cíclica das variações das condições atmosféricas, no decorrer do ano. É essa sequência que nos permite afirmar o tipo climático de alguma região. Por influência de alguns fatores, o clima não é o mesmo em todo o planeta. a) Quais são os elementos que compõem o clima? Temperatura, precipitação, umidade do ar, regime de ventos, pressão atmosférica e nebulosidade. b) Quais os principais fatores modificadores do clima? Altitude, latitude, maritimidade, continentalidade, relevo e correntes marítimas. 2. (MACKENZIE – SP) Observe o mapa. Principais desertos do mundo http://gigantesdomundo.blogspot.com.br/2011/11/os-10-maiores- desertos-do-mundo.html 31 Tendo como base de análise o mapa e seus conheci- mentos, identifique a alternativa que contenha, apenas, informações corretas. a) O número 1 no mapa corresponde ao deserto do Saara. Tem sua origem nas massas de ar muito secas da região do Sahel e também por ser entrecortado pela Linha do Equador. b) O número 2 no mapa corresponde ao deserto do Kalahari. Tem sua origem devido à influência direta da Corrente Marítima do Atlântico Sul. Sendo fria, pro- voca precipitações sobre o mar e, assim, as massas de ar chegam secas ao continente. X c) O número 3 no mapa corresponde ao deserto do Atacama. Tem sua origem devido à influência direta da Corrente Marítima de Humboldt. Sendo fria, pro- voca resfriamento na atmosfera junto ao oceano e precipitações sobre o mar, fazendo com que as mas- sas de ar cheguem mais secas ao continente. d) O número 1 no mapa corresponde ao deserto do Saara. Tem sua origem devido à influência direta da Corrente Marítima de Benguela. Sendo quente e úmida, ao adentrar no continente condensa e preci- pita completamente ao cruzar o compartimento geo- lógico dos Montes Atlas. e) O número 2 no mapa corresponde ao deserto da Namíbia. Tem sua origem devido à influência direta da Corrente Marítima de Falklands. Sendo quente e úmida, ao penetrar no continente perde sua umi- dade ao ultrapassar as cadeias montanhosas de Drakensberg, onde torna-se seca, permanecendo muito quente. 3. (PUCRS) Analise os climogramas abaixo, que repre- sentam os principais domínios climáticos brasileiros, e preencha os parênteses com a legenda correspondente. Climogramas ( ) Tropical ( ) Subtropical ( ) Equatorial ( ) Tropical semiárido A numeração correta, de cima para baixo, é: a) 1 – 2 – 4 – 3 b) 1 – 3 – 4 – 2 c) 2 – 3 – 1 – 4 X d) 2 – 4 – 1 – 3 e) 3 – 1 – 2 – 4 4. (ENEM) Umidade relativa do ar é o termo usado para descrever a quantidade de vapor de água contido na atmosfera. Ela é definida pela razão entre o conteúdo real de umidade de uma parcela de ar e a quantidade de umidade que a mesma parcela de ar pode armazenar na mesma temperatura e pressão quando está saturada de vapor, isto é, com 100% de umidade relativa. O gráfico representa a relação entre a umidade relativa do ar e sua temperatura ao longo de um período de 24 horas em um determinado local. Considerando-se as informações do texto e do gráfico, conclui-se que: X a) a insolação é um fator que provoca variação da umi- dade relativa do ar. b) o ar vai adquirindo maior quantidade de vapor de água à medida que se aquece. c) a presença de umidade relativa do ar é diretamente proporcional à temperatura do ar. d) a umidade relativa do ar indica, em termos absolutos, a quantidade de vapor de água existente na atmosfera. e) a variação da umidade do ar se verifica no verão, e não no inverno, quando as temperaturas permanecem baixas. 32 Livro de Revisão 1 Geografia 9. Domínios morfoclimáticos do Brasil Climas e massas de ar no Brasil As ações das massas de ar e do clima exercem papel importante na configuração dos domínios morfoclimáticos. DOMÍNIOS CLIMÁTICOS DO BRASIL E ATUAÇÃO DAS MASSAS DE AR Fonte: MENDONÇA, Francisco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. p. 151. Adaptação. Ta lit a Ka th y Bo ra A classificação dos climas do Brasil pode ser descrita da seguinte forma: • Equatorial – elevada temperatura, pouca amplitude térmica diária ou sazonal e grande umidade atmosférica. • Tropical equatorial – associado à vegetação de transição entre a Floresta Amazônica e a Caatinga, apresenta tempera- turas altas e locais com diferentes comportamentos pluviométricos. • Tropical litorâneo do nordeste oriental – clima úmido e quente (litorâneo) com temperaturas elevadas no decorrer do ano e pouca queda no inverno. A maior concentração de pluviosidade ocorre entre o final do verão e o inverno. • Tropical do Brasil Central – apresenta grande variação de características térmicas e pluviométricas no decorrer do ano, por conta da atuação de diversas massas de ar diferentes. • Subtropical úmido – sofre forte influência da atuação de sistemas frontais e apresenta relativa regularidade no regime pluviométrico, além de grande variabilidadetérmica. Tais tipos climáticos são bastante influenciados pelas massas de ar que atuam no território brasileiro. Domínios morfoclimáticos brasileiros Resultante, principalmente, da interação entre as características do relevo e do clima, os domínios morfoclimáticos constituem uma síntese das relações entre os diferentes componentes do meio, como a vegetação, a hidrografia e o solo. O mapa e o quadro trazem as principais características dos seis domínios morfoclimáticos brasileiros. 33 BRASIL: domínios morfoclimáticos Fonte: AB’SÁBER, Aziz Nacib. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. p.16-17. Adaptação. Lu ci an o Da ni el Tu lio Domínio morfoclimático Relevo e hidrografia Clima e vegetação Atividades econômicas e principais impactos ambientais Amazônico Extensa rede hidrográfica, a Bacia Amazônica está sobre um relevo, cuja topografia varia entre planície fluvial, depressões e planaltos residuais. Floresta equatorial, perenifólia (sempre dotada de folhas) e ombrófila (densa e úmida), com exuberante biodiversidade, nutrida pelo clima equatorial. A mineração, a extração ilegal da madeira e a expansão da agropecuária provocam desmatamento. Caatingas Baixos planaltos, serras e chapadas, atravessados pelo Rio São Francisco e seus afluentes. Presença de rios intermitentes ou temporários (com leitos secos durante o longo período em que não há chuvas). Subtipo climático semiárido, caracterizado por escassez de chuvas. Formação vegetal predominantemente arbustiva (savana), adaptada à falta de chuvas (xerófitas) e de árvores decíduas (perdem folhas durante a estiagem). No século XVIII: área de criação de bovinos que abastecia as áreas de mineração. Atualmente: hidroeletricidade e produção de fruticultura. Exploração da água, caça predatória e extração da lenha. Salinização dos solos. Cerrado Extensos planaltos e chapadões com superfície pouco irregular. Divisor de bacias: Amazônica e do Tocantins-Araguaia (ao norte), do São Francisco (ao leste) e Platina (ao sul). Predomínio de savana, com paisagens heterogêneas: campos limpos, campos com presença de arbustos, cerrados, cerradões, veredas, matas ciliares e florestas-galerias. Clima com alternância entre uma estação chuvosa e outra seca. Lixiviação (retirada dos nutrientes do solo) e laterização do solo (formação de uma crosta de ferro e alumínio, a laterita). Mares de Morros Relevo com superfície irregular, composta de morros em meia-laranja, presentes no planalto e serras do Atlântico Leste-Sudeste. Grande umidade trazida pelas massas de ar provenientes do Atlântico, causando chuvas de relevo. Florestas tropicais e biodiversas. Araucárias em altitude e cerrados no interior. No Brasil Colônia: exploração de recursos como pau-brasil, cana-de- -açúcar, tabaco, ouro, entre outros. Atualmente: urbanização, grande concentração demográfica. 34 Livro de Revisão 1 Geografia Pradarias Relevo com topografia suavemente ondulada (coxilhas). Clima subtropical úmido. Campanha Gaúcha: extensas áreas de campos limpos (pampas), interrompidas por matas ciliares. Agropecuária. Degradação do solo (processos de arenização). Araucárias Planaltos e depressões banhados por rios que compõem as bacias do Rio Paraná e do Rio Uruguai (constituindo parte da Bacia Platina). Clima subtropical úmido, com verão ameno e inverno, muitas vezes, rigoroso (ocorrência de geada e, eventualmente, neve). Vegetação original de mata aciculifoliada (de folhas estreitas). Século XIX: extração de madeiras nobres (pinheiro e imbuia). Atualmente: expansão da agricultura e da urbanização. Grande redução da floresta de Araucárias. Faixas de transição As faixas de transição constituem paisagens compostas pela mescla de características das formações vegetais de domí- nios vizinhos ou, ainda, que abrigam ecossistemas originários de condições climáticas, topográficas ou de natureza do solo que resultam em paisagens completamente diversas daquelas encontradas nos domínios que as cercam. Entre as faixas de transição, destacam-se o Agreste, a Mata dos Cocais, os pantanais (como o Mato-Grossense), entre outras. 1. (PUC Minas – MG) O mapa representa a região conhe- cida como Arco do Desmatamento, onde se concentram os maiores índices de desmatamentos da Amazônia brasileira. Adaptado de: http://marte.dpi.inpe.br/col/dpi.inpe.br/ sbsr%4080/2006/11.14.18.49/doc/4421-4423.pdf Baseado no seu conhecimento sobre o assunto e nas informações contidas no mapa, é correto afirmar que o desmatamento amazônico ocorre predominantemente nas áreas: a) das reservas indígenas e unidades de conservação. b) de extrativismo mineral e vegetal. c) de forte expansão urbana e industrial. X d) de expansão da fronteira agrícola e da atividade pecuária. 2. (UFC – CE) A dinâmica da natureza e as combinações entre os seus elementos produziram seis porções relativamente distintas no território brasileiro deno- minadas de domínios morfoclimáticos. Com relação à utilização do solo nos referidos domínios, assinale a alternativa correta. a) O Domínio dos Mares de Morros é utilizado para o plantio de cana-de-açúcar destinada à produção de álcool e corresponde à área menos urbanizada do país. b) O Domínio Amazônico vem sendo intensamente explorado, principalmente pela indústria madeireira e pela agricultura comercial. c) O Domínio dos Cerrados vem sendo pouco utilizado, dada a baixa fertilidade natural dos seus solos e a escassez de água. d) O Domínio das Araucárias se constitui em uma área cuja utilização se faz dominantemente pela pecuária extensiva. X e) O Domínio das Caatingas tem, como um dos fatores limitantes à utilização agrícola do solo, a semiaridez do clima. 35 3. (ENEM) Algumas regiões do Brasil passam por uma crise de água por causa da seca. Mas, uma região de Minas Gerais está enfrentando a falta de água no campo tanto em tempo de chuva como na seca. As veredas estão secando no norte e no noroeste mineiro. Ano após ano, elas vêm perdendo a capacidade de ser a caixa d’água do grande sertão de Minas. VIEIRA, C. Degradação do solo causa perda de fontes de água de famílias de MG. Disponível em: <http://g1.globo.com>. Acesso em: 1 nov. 2014. As veredas têm papel fundamental no equilíbrio hidroló- gico de cursos de água no ambiente do Cerrado, pois: a) colaboram para a formação de vegetação xerófila. b) formam os leques aluviais nas planícies das bacias. c) fornecem sumidouros para as águas de recarga da bacia d) contribuem para o aprofundamento dos talvegues a jusante. X e) constituem um sistema represador de água na chapada. 4. (PUCPR) Em seus trabalhos, Aziz Ab’Saber (1924- 2012) destaca a necessidade de um melhor conhe- cimento sobre a complexa realidade brasileira. O excerto abaixo é uma amostra da lucidez de suas crí- ticas e ideias: Para a infelicidade do destino da biodiversidade amazônica, o mais alto dignitário da nação, através de um ato falho verbal, acenou com uma liberação inoportuna para todos os especuladores devastadores. A frase dele foi ‘a Amazônia não pode ser intocável’. O problema é outro: em primeiro lugar há que se saber como ela vem sendo ‘tocada’. E, ao mesmo tempo, realizar um esforço imenso para planejar um desenvolvimento econômico e social com o máximo de florestas em pé. AB’SABER, Aziz Nacib. Escritos ecológicos. São Paulo: Lazuli, 2006. O texto acima permite entender que Ab’Saber, geógrafo e ambientalista sempre atento às grandes mazelas que assolam o país, insistia que a melhor maneira de se pre- servar a biodiversidade amazônica é por intermédio: X a) de políticas públicas pautadas em estudos científicos que aliem a preservação da biodiversidade com os interesses socioeconômicos. b) de uma série de estudos que priorizem a temática natural do bioma amazônico em detrimento do custo social. c) de uma discussão científica, em que
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