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PROFESSOR MARLOM FORMIGHERI CONTATO: • E-mail: marlom.formigheri@estacio.br • E-mail alternativo: marlom@defesacrime.com.br • Instagram:@marlomf mailto:marlom.formigheri@estácio.br ▪ INFRAÇÃO PENAL é gênero: são espécies CRIMES/DELITOS e CONTRAVENÇÕES PENAIS. a) Conceito Material: comportamento humano dirigido a causar lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado pelo Direito Penal. b) Conceito Formal: Aquilo que está descrito numa norma incriminadora, sob a ameaça de uma pena. c) Conceito Analítico: analisa os elementos estruturais e características que integram a infração penal. Pelo conceito analítico, crime é um fato típico,antijurídico e culpável. ELEMENTOS QUE INTEGRAM O CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME TÍPICO ANTIJURÍDICO CULPÁVEL Conduta Contrário ao direito. Imputabilidade Tipicidade Não pode ser em: Potencial Consciência da ilicitude Relação de causalidade Estado de necessidade Exigibilidade de conduta diversa. Resultado Legítima defesa Estrito cumprimento de um dever legal Exercício regular de direito ▪ CRIME = FATO TÍPICO + ANTIJURÍDICO + CULPÁVEL ➢ O Art. 1º do Decreto-Lei nº 3.914/41(Lei de Introdução ao Código Penal e das Contravenções Penais) traz uma distinção entre crime e contravenção: Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente. OBS: A Lei 11.343.06, em seu art. 28, acaba afastando/relativizando esse critério de distinção. Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. ▪ De modo geral não há diferença substancial entre crime e contravenção. As contravenções são condutas que apresentam menor gravidade quando comparadas aos crimes, possuindo sanções mais brandas. Os elementos do crime/delito e das contravenções são os mesmos: Fato tipo, antijurídico e culpável. CRIME CONTRAVENÇÃO Penas Privativas de Liberdade Reclusão e Detenção – art. 33 do CP. Prisão simples – art. 6º da LCP. AÇÃO PENAL Pública ou privada (art. 100 do CP) Pública incondicionada (art. 17 da LCP) Tentativa É punível em geral (art.14, parágrafo único do CP) Nunca é punível (art. 4º da LCP) Extraterritorialidade Admiti-se (art. 7º do CP) Não se admite (art. 2º da LCP) Competência Justiça Estadual e Federal Justiça Estadual, salvo os casos de prerrogativa por função Limite da Pena 40 anos (art. 75 do CP) 5 anos (art. 10 da LCP) Regimes de Cumprimento da pena Fechado, semiaberto e aberto Apenas semiaberto e aberto Art. 21. Praticar vias de fato contra alguém: Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de cem mil réis a um conto de réis, se o fato não constitue crime. Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos. Art. 41. Provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tum ulto: Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Art. 42. Perturbar alguém o trabalho ou o sossego alheios: I – com gritaria ou algazarra; II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais; III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos; IV – provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem a guarda: Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ou acessível ao público, mediante o pagamento de entrada ou sem ele: Pena – prisão simples, de três meses a um ano, e multa, de dois a quinze contos de réis, estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis e objetos de decoração do local. Art. 51. Promover ou fazer extrair loteria, sem autorização legal: Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, de cinco a dez contos de réis, estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis existentes no local. §1º Incorre na mesma pena quem guarda, vende ou expõe à venda, tem sob sua guarda para o fim de venda, introduz ou tenta introduzir na circulação bilhete de loteria não autorizada. §2º Considera-se loteria toda operação que, mediante a distribuição de bilhete, listas, cupões, vales, sinais, símbolos ou meios análogos, faz depender de sorteio a obtenção de prêmio em dinheiro ou bens de outra natureza. Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo do bicho, ou praticar qualquer ato relativo à sua realização ou exploração: Pena – prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa, de dois a vinte contos de réis. Art. 59. Entregar-se alguém habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho, sem ter renda que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou prover à própria subsistência mediante ocupação ilícita: Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses. Parágrafo único. A aquisição superveniente de renda, que assegure ao condenado meios bastantes de subsistência, extingue a pena. 1. SUJEITO ATIVO: ▪ Sujeito ativo é quem pratica o fato descrito como infração penal na norma penal incriminadora. ▪ Considerando que o crime é decorrente de uma conduta humana, somente pode ser sujeito ativo o ser humano e não animais ou outro ser qualquer. A conduta (ação ou omissão) é exclusiva do ser humano. ▪ O sujeito ativo não é necessariamente o executor da infração penal, mas todos aqueles que, de qualquer forma, contribuem para a prática da infração penal (autores e partícipes). ▪ Não pode ser sujeito ativo quem não é culpável (ex: menores de 18 anos). ▪ São várias nomenclaturas atribuídas ao sujeito ativo: agente, condenado, réu, apenado, indiciado, denunciado, acusado, querelado, etc. ▪ Em regra apenas a PESSOA FÍSICA pode ser sujeito ativo, sendo que a PESSOA JURÍDICA apenas é sujeito ativo nos crimes/delitos ambientais. 2. SUJEITO PASSIVO: a) Sob o aspecto material: ▪ É o titular o bem jurídico atingido. ▪ Pode ser o ser humano (crimes contra o patrimônio, contra a vida); ▪ Pode ser o Estado (crime contra a administração pública); ▪ Pode ser a coletividade (crimes contra a saúde pública); ▪ Pode ser a PESSOA JURÍDICA (crimes contra o patrimônio). b) Sob o aspecto formal: O Estado sempre é sujeito passivo sob a ótica formal, pois sempre acaba sendo prejudicado com a pratica de uma infração penal. RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA JURÍDICA ▪ Como visto, o crime é decorrente de uma conduta (ação ou omissão) praticada por alguém culpável, dentre outros elementos do conceito analítico de crime. ▪ Existem grandes discussões a nível mundial quanto a possibilidade ou não de atribuir responsabilidade penal às pessoas jurídicas. Países como a Inglaterra e França atribuem responsabilidade penal às pessoas jurídicas pela prática de qualquer crime. ▪ No Brasil, a Constituição Federal, em seu art. 225, §3º, autoriza a responsabilização penal das pessoas jurídicas no caso dos crimes ambientais: Art. 225, §3º, da CF - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas OU JURÍDICAS, A SANÇÕES PENAIS e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. Art. 3º da Lei n. 9.605/98 (Lei crimes ambientais) - As PESSOAS JURÍDICAS serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado,no interesse ou benefício da sua entidade. Art. 21 da Lei n. 9.605/98 (Lei crimes ambientais) . As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente àspessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3º, são: I - multa; II - restritivas de direitos; III - prestação de serviços à comunidade. Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são: I - suspensão parcial ou total de atividades; II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações. § 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo às disposições legais ou regulamentares, relativas à proteção do meio ambiente. § 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou em desacordo com a concedida, ou com violação de disposição legal ou regulamentar. § 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios, subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de dez anos. Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá em: I - custeio de programas e de projetos ambientais; II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas; III - manutenção de espaços públicos; IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas. (...) Da leitura da peça acusatória, diviso que o mínimo necessário ao exercício do direito de defesa foi pormenorizado pelo órgão de acusação, porquanto indicou a exordial que a recorrente e a empresa denunciada "utilizaram o agrotóxico denominado '2.4D Amina' (Aminol) e Roundup Original (Glifosato), substâncias tóxicas, perigosas e nocivas à saúde humana e ao meio ambiente, por meio de aplicação terrestre, não guardando a distância mínima de 250 metros de culturas susceptíveis a danos, portanto, utilizando os mencionados produtos de maneira inadequada e em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos, em especial o artigo 7 da Resolução n. 22/85-SEIN, o Decreto Federal n. 4074/2.002 e contrariando o Receituário Agronômico e Recomendações de Bula (fl.28), tendo ocorrido a deriva dos agrotóxicos para a propriedadevizinha". (...) Ademais, "[...] não sendo o caso de grande pessoa jurídica, onde variados agentes poderiam praticar a conduta criminosa em favor da empresa, mas sim de pessoa jurídica de pequeno porte, onde as decisões são unificadas no gestor e vem o crime da pessoa jurídica em seu favor, pode então admitir-se o nexo causal entre o resultado da conduta constatado pela atividade da empresa e a responsabilidade pessoal, por culpa subjetiva, de seu gestor" (HC n. 498.330/MG, relator Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTATURMA, julgado em 8/10/2019, DJe 11/10/2019). (RHC 115.162/PR, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHAPALHEIRO,SEXTATURMA, julgado em 26/11/2019, DJe 05/12/2019) PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA JURÍDICA POR CRIME AMBIENTAL: DESNECESSIDADE DE DUPLA IMPUTAÇÃO CONCOMITANTE À PESSOAFÍSICA E À PESSOAJURÍDICA. 1. Conforme orientação da 1ª Turma do STF, "O art. 225, § 3º, da Constituição Federal não condiciona a responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese responsável no âmbito da empresa. A norma constitucional não impõe a necessária dupla imputação." (RE 548181, Relatora Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 6/8/2013, acórdão eletrônico DJe-213, divulg. 29/10/2014, public. 30/10/2014). 2. Tem-se, assim, que é possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. Precedentes destaCorte. 3. A personalidade fictícia atribuída à pessoa jurídica não pode servir de artifício para a prática de condutas espúrias por parte das pessoas naturais responsáveis pelasua condução. 4. Recurso ordinário a que se nega provimento. (RMS 39.173/BA,Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 06/08/2015, DJe 13/08/2015) a) Crime doloso, culposo e preterdoloso ; b) Crimes comissivo, omissivo e comissivo-omissivo; c) Crimes instantâneo, permanente e instantâneo de efeitos permanentes; d) Crimes material, formal e de mera conduta; e) Crimes de dano e de perigo; f) Crimes unissubjetivo e plurissubjetivo; g) Crimes unissubsistente e plurissubsitente; h) Crimes uniofensivos e pluriofensivos; i) Crimes comum, próprio e de mão própria; j) Crimes de ação única, de ação múltipla e de dupla subjetividade; k) Crime consumado e crime tentado; l) Crime putativo; m) Crimes simples e complexo; n) Crime habitual; o) Crimes principal e acessório; Crime Doloso: quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; Crime Culposo: Culposo quando o agente deu causa ao resultado por negligência, imprudência ou imperícia (inobservância de um dever objetivo de cuidado); Crime Preterdoloso: Dolo (antes) Culpa (depois) o agente quis um resultado,mas produziu um mais grave. Crime comissivo: Realização de uma ação positiva,realizando o que a lei proíbe de fazer; Crime omissivo (ou omissivo próprio): Quando o agente deixa de realizar uma conduta que tem obrigação de fazer segundo a lei; Exemplo: Omissão de socorro Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada,ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Crime comissivo-omissivo (ou omissivo impróprio): transgressão de um dever jurídico de impedir o resultado. Além do dever de agir, tem o dever de evitar o resultado. Posição de garantidor. Exemplo: Salva-vidas que não socorre uma pessoa na praia e esta pessoa vem a morrer afogada. Responde pelo crime de homicídio e não por omissão de socorro. Crime Instantâneo:O crime se esgota com a ocorrência do resultado; Exemplo: Lesão corporal Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. Crime Permanente:a consumação se alonga no tempo, ficando dependenteda atividade do agente, podendo cessar quando ele quiser. Exemplo: Organização Criminosa Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às demais infrações penais praticadas. Crime Instantâneo com efeitos permanentes: O crime se esgota com a ocorrência do resultado, porém os efeitos do resultado são permanentes e não dependem do agente cessar a conduta. Exemplo: Homicídio simples Art. 121. Matar alguem: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Crime material (ou de resultado): para a consumação do crime é indispensável a ocorrência de um resultado; Exemplo: Homicídio simples Art. 121. Matar alguem: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Crime Formal: Também há descrição de um resultado no tipo penal, porém o resultado naturalístico não é necessário ocorrer para que o crime seja consumado, bastando a ação do agente. Se diz que no crime formal o legislador antecipou a consumação do crime para um momento anterior ao resultado. Exemplo: Extorsão mediante seqüestro Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Pena - reclusão, de oito a quinze anos.. Crime de mera conduta: não há previsão de um resultado, tampouco a necessidade que ocorra algum resultado naturalístico para o crime se consumar, bastando a realização da conduta pelo agente. Exemplo: Violação de domicílio Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Crime de dano: É o crime que exige um resultado material, uma lesão ao bem jurídico tutelado, para que ocorra a consumação. Sem o efetivo dano, o crime não está consumado (tentativa ou indiferente penal). Exemplo: homicídio, lesão corporal. Crime de perigo: O crime se consuma com a simples criação de um perigo real para o bem jurídico tutelado, sem a necessidade de produzir um dano efetivo. Se divide em: a) Perigo concreto: Deve ser comprovado de forma concreta, ou seja, demonstrando o efetivo perigo causado ao bem jurídico tutelado. Exemplo: Art. 309 do CTB Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. b) Perigo abstrato: É um perigo presumido, não necessitando ser comprovado concretamente. Art. 14 da lei 10.826 Exemplo: Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência: Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Crime unissubjetivo: Pode ser praticado pelo agente de forma individual, não necessita de outras pessoas, mesmo que possa ser praticado por mais de uma pessoa. (concurso eventual de agentes) Ex: Homicidio. Crime Plurissubjetivo: É aquele que, para a sua consumação, exige a prática de determinada conduta por duas ou mais pessoas (concurso necessário de agentes). Ex: Associação criminosa Organização Criminosa Crime unissubsistente: O crime será praticado pela prática de um ato único. Não há como fracionar a conduta do agente. O processo de execução do crime vai coincidir temporalmente com a consumação. Exemplo: Injúria Verbal Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Crime plurissubsistente:a execução do crime pode ocorrer por meio de diversas condutas. Ex: homicídio. Crime uniofensivo:que protege apenas um bem jurídico. Exemplos: Homicídio (vida) Furto (patrimônio) Crime pluriofensivo:protege dois ou mais bem jurídicos. Exemplo: Latrocínio (vida e patrimônio). Crime comum: pode ser praticado por qualquer pessoa. Exemplo: homicídio, lesão corporal, roubo, furto... Crime próprio (ou especial): exige determinada qualidade ou condição pessoal do sujeito ativo ou passivo. Exemplo: Infanticídio Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Exemplo: Peculato Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Crime de mão própria: Só pode ser praticado pelo agente pessoalmente, não podendo utilizar de interposta pessoa. Exemplo: Falso testemunho Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Crime de ação única: Existe apenas um tipo de conduta descrita no verbo nucelar do tipo. Exemplo: Homicídio (apenas “matar”) Crime de ação múltipla (ou de conteúdo variado): o tipo penal contém várias modalidades de condutas, podendo ser praticado apenas uma ou mais, caracterizando apenas um único delito. Exemplo: art. 33 da lei 11.343/06 Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósit o, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Crime de dupla subjetividade passiva: quando são vítimas, ao mesmo tempo, dois indivíduos. Ex: violação de correspondência (vítima são o remetente e o destinatário). Violação de correspondência Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem : Crime consumado: quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal. Ex: art. 121 (matar alguém) o crime é consumado com a morte de alguém decorrente da conduta proibida pela norma praticada por outro sujeito. Crime Tentado: quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Ex: Com a intenção de matar, A atira em B, porém acaba errando o tiro e B consegue fugir.Tentativa de homicídio. Crime putativo é aquele que só existe na imaginação do agente, de forma que é considerado um fato atípico. Ex: Mulher pensa que está grávida e toma abortivos. Porém não estava grávida, razão pela qual não pode ser punida pelo crime de aborto. OBS: Não confundir com discriminantes putativas: nesse caso, o agente, levado a erro por circunstâncias do caso. Supõe agir em conformidade com o direito. Crime simples: Aquele que só é possível verificar a existência de um único crime na descrição típica: Ex: Homicídio. Crime complexo: Aquele em que é possível observar uma fusão de dois ou mais crimes dentro do tipo penal. Ex: Roubo (Furto + ameaça) Crime habitual: exige uma prática reiterada de determinada conduta para caracterizar o crime. Uma conduta isolada não constitui crime. Exemplo: Casa de prostituição Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, casa de prostituição ou lugar destinado a encontros para fim libidinoso, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente: IMPORTANTE: Não confundir com habitualidade delitiva (o agente faz do crime seu meio de vida,perpetra crimes com frequência); Não confundir com continuidade delitiva (unidade delitiva por ficção normativa). São crimes que, para sua existência, estão ligados à prática de outros, fazendo incidir uma relação de principal e acessório: Crime principal: Delito que não depende de outro para subsistir, mas o acessório dependerá dele. Crime Acessório: Delito que depende de outro para existir. Ex: Receptação é acessório e furto/Roubo/etc é o principal. Integrar organização criminosa.
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