Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cromossomos e Reprodução Celular Estrutura do DNA. O DNA é uma macromolécula de ácido nucleico polimérica com duas fitas, compostas por nucleotídeos feitos de: um açúcar de 5 carbonos(desoxirribose), um grupo fosfato e uma base nitrogenada, que pode ser de dois tipo: purinas(A,G) e pirimidinas(T,C). Essa cadeia polimérica encontra-se na forma de dupla hélice, mantendo-as unidas por meio de pontes de H entre as bases adjacentes. Nucleotídeos de uma mesma fita se ligam por meio da ligação fosfodiéster, no qual o OH do C3 da desoxirribose se junta com o grupo fosfato ligado ao C5 do próximo nucleotídeo, e assim por diante. Devido à natureza complementar das duas fitas, ao conhecer a sequência nucleotídica de uma sabe-se também a outra. Além disso, permite que elas repliquem duas novas fitas sem prejuízo. Cromossomos humanos Nós possuímos 46 cromossomos(22 pares somáticos e 1 par sexual). Dentro da célula, o DNA é empacotado como cromatina, no qual o DNA está conjugado com vária classes de proteínas especializadas. A cromatina forma um complexo com uma família de proteínas denominadas histonas. São 5 tipos de histonas, duas cópias de cada uma das 4 principais(H2A, H2B, H3, H4) constituem um octâmero, ao redor do qual se enrola a dupla hélice de DNA, dando 2 voltas ao redor do octâmero, esse pacote é denominado nucleossomos(unidade estrutural básica da cromatina) ,que se formam um após o outro. A quinta histona, H1, se liga no final de cada nucleossomo. Os nucleossomos também se compactam em uma estrutura helicoidal secundária denominada solenóide. Os solenóide, por sua vez, se compactam em alças em uma proteína-acabouça. Cromossomo mitocondrial Os genes mitocondriais são de origem exclusivamente materna. Os produtos dos genes mitocondriais(37) atuam nas mitocôndrias. Organização do genoma humano De acordo com o Projeto Genoma Humano, menos de 1,5% dos pares de base codificam proteínas. Cerca de metade do genoma humano é composto de DNA de cópia única(DNA cuja ordem de nucleotídeos está escrita algumas poucas vezes), o restante do genoma é composto por várias classes de DNA repetitivo. A maioria dos genes são de DNA de cópia única, acredita-se que o DNA repetitivo contribuam para manter a forma do cromossomo e como forma de variação entre os indivíduos. Obs: cerca de 0,5% do genoma de dois indivíduos aleatórios vai ser diferente um do outro. Ciclo Celular Imediatamente após uma mitose, a célula entra em uma fase chamada de G1, em que não há síntese de DNA, mas há intensa síntese de RNA, proteínas e aumento do citoplasma. Algumas células, após serem totalmente diferenciadas, entram na fase G0, no qual elas não se dividem, exemplos dessas células são as hemácias, os neurônios e as células do fígado(após alguma lesão no órgão elas podem entrar no G1). Após cada etapa a célula tem pontos de controle que verificam se o genoma e a divisão estão corretos, se for encontrada algum erro, a célula entra em apoptose. À medida que a célula entra em divisão, ela começa a fase S(6-8hrs), que é a fase de síntese de DNA, que se replica criando duas cromátide-irmãs, juntas fisicamente no centrômero(mantidas pela família coensina), uma região do DNA que se liga a proteínas para formar o cinetócoro, além da duplicação do centrossomo e da síntese de histonas. As extremidades de cada cromossomo são marcadas por telômeros, que consistem em sequências especializadas de DNA repetitivo que garantem a integridade do cromossomo durante a divisão. A manutenção das extremidades dos cromossomos é feita por uma enzima denominada telomerase. Com o final da fase S, a célula entra na fase G2, na qual a célula duplica a sua massa celular e há o início da condensação da cromatina. A junção das fases G1, S e G2 é chamado de interfase(16-24hrs). Mitose Na mitose ocorre o processo de segregação cromossômica, distribuição de uma cópia de cada cromossomo para cada célula-filha. Prófase: condensação gradual dos cromossomos, formação do fuso mitótico com os centrossomos (começam a se mover para lados opostos). Início da condensação com da cromatina. Prometáfase: a membrana nuclear se rompe e os cromossomos se fixam, pelos seus cinetócoros, aos microtúbulos. Os centrossomos já estão no fuso mitótico. Cromossomos começam a migrar para a região equatorial. Metáfase: máxima condensação e alinhamento no plano equatorial da célula. Uma família de proteínas topoisomerases começam a desestabilizar as coensinas. Anáfase: a coensina é rompida pelas separases; os cromossomos se separam e se dirigem para os pólos opostos da célula. Início da organização da carioteca. Telófase: os cromossomos começam a se descondensar, é formada uma membrana nuclear em cada núcleo-filho e o processo de citocinese termina (citoplasma é clivado pelo anel contrátil, inicia na anáfase). Reaparecimento do nucléolo Meiose Divisão celular que ocorre em organismos com reprodução sexual. Formação de células haplóides. Meiose I Prófase I: ● Pré-Leptóteno ● Leptóteno: núcleo aumenta de tamanho, cromatina começa a se condensar, aproximação dos cromossomos homólogos. Associação ao envoltório nuclear (telômeros) ● Zigóteno: pareamento(ou sinapse) dos cromossomos homólogos, início da formação do complexo sinaptonêmico(estabiliza o pareamento dos cromossomos homólogos e facilita sua recombinação) ● Paquíteno: cromossomos mais condensados e totalmente emparelhados, recombinação genética(crossing-over) ● Diplóteno: Complexo sinaptonêmico se desorganiza, quiasmas(prendiam os cromossomos homólogos em vários pontos) começa a se desfazer ● Diacinese: quiasmas continuam se desfazendo, cromossomos continuam se condensando. Metáfase I: alinhamento dos cromossomos homólogos o plano equatorial da célula, quiasmas estão quase totalmente desfeitos; cromossomo têm o máximo de condensação; envelope e nucléolo desorganizados; centrossomos nos polos; fibras de fuso conectam-se aos cinetócoros-irmãos Anáfase I: separação dos cromossomos homólogos(reduz a metade do número de cromossomos, Divisão Reducional) Telófase I: cromossomos descondensam, envoltório nuclear formado; ocorre a citocinese. Intercinese: reorganização do envoltório para a próxima fase, semelhante a interfase(sem duplicação do DNA). Meiose II(igual a mitose). Replicação do DNA Ocorre na fase S, um dos processos mais rápidos(cerca de 3000 nucleotídeos/seg). Há poucas falhas na replicação do DNA, 1 a cada 1 bilhão de nucleotídeos. O modelo de replicação do DNA é semiconservativo, pois cada DNA duplicado tem uma fita que veio do DNA-mãe, já a outra fita foi criada. Replicação em outros seres Procariotos: DNA circular, 1 ponto de origem, a cada divisão é 40 min. Eucariotos : replicação coordenada para mais de um cromossomo ao mesmo tempo, múltiplos pontos de origem, tempo de replicação depende de cada tecido e organismo. Ponto de início da replicação Tem início em um sítio específico do cromossomo denominado origem de replicação(Complexo de Reconhecimento de Origem, ORC, existem vários no mesmo cromossomo em eucariotos). A partirdaí, forma-se uma bolha de replicação que se expande bidirecionalmente, formando forquilhas de replicação até encontrar o ponto terminal. Síntese da nova fita de DNA Só ocorre no sentido 5’ => 3’ da nova fita, ou seja no sentido 3’ => 5’ da fita molde(processo feito pela enzima DNA polimerase). No final de cada nucleotídeo, da nova fita, com final livre 3’, há sempre um grupo hidroxila, que rapidamente se liga ao próximo nucleotídeo adjacente e assim por diante. Como o sentido de replicação das novas fitas é 5’ => 3’, uma das novas fitas vai ser formada de maneira contínua(fita líder), enquanto a outra vai ser de forma descontínua(fita retardada), a DNA polimerase vai indo e voltando para manter ordem correta. A existência de fragmentos descontínuos de DNA foram denominado fragmentos de Okasaki Enzimas envolvidas ● Helicases: auxiliam na abertura da dupla hélice do DNA. Promovem o rompimento das pontes de hidrogênio entre os nucleotídeos(c/ ATP). ● Proteína SSB: estabilizam as fitas simples abertas, até qua a DNA polimerase comece a polimerizar a nova fita. ● Primases: inicia a polimerização da nova fita em fragmentos específicos do DNA(18-20 nucleotídeos), chamados de primers, a partir desse ponto, a DNA polimerase continua o processo. Na fita líder, é necessário apenas um primer, já na fita lenta é feito um primer em cada início de fragmento de Okazaki. ● DNA polimerase: catalisa a reação de replicação do DNA. polimeriza a nova fita e pode corrigir alguns erros possivelmente feitos. ● DNA ligase: atua unindo os fragmentos de Okazaki, liga os nucleotídeos entre a extremidade P-5’ de um com a extremidade OH-3’ de outro(ligação fosfodiéster). ● Topoisomerases(somente em procariotos): quando abre as forquilhas do DNA circular pela helicase são geradas torções que precisam ser removidas, ação feita pela topoisomerase. ● Telomerase: o final da extremidade(telômero) da fita lenta não tem primer, assim essa extremidade não é feita pela DNA polimerase. Dessa forma, a telomerase leva um RNA, que se transforma em DNA(transcriptase reversa) e atua como primer na extremidade da fita molde, para a polimerase terminar a síntese da fita. Transcrição do DNA A transcrição e a tradução são as maneiras pelas quais as células leem ou expressam as instruções genéticas dos seus genes, sendo que cada gene é transcrito com a intensidade que a célula necessita da sua proteína. Moléculas de RNA O RNA é um polímero linear composto por 4 tipos diferentes de subunidades nucleotídicas ribonucleotídeos), unidas entre si por ligações fosfodiéster. Esses ribonucleotídeos diferem do desoxirribonucleotídeos (DNA) em dois aspectos: o RNA apresenta açúcar ribose (em vez de desoxirribose) e suas bases nitrogenadas são C, G, A, U (em vez de T). O RNA sempre aparece em forma de fita simples, podendos se enovelar de diferentes formas e terem diversas funções, como mensageiros, catalisadores (ribozima) e estruturadores. Todo o RNA é formado a partir da transcrição do DNA. Visão geral da transcrição A transcrição se inicia com a abertura de uma pequena porção da fita de DNA, onde uma das fitas serve como molde síntese para a formação do RNA, sendo que os nucleotídeos do DNA-molde faz complementaridade com as bases do RNA formado O RNA mensageiro sempre cresce no sentido 5’ => 3’ , ou seja, no sentido 3’=>5’ da fita de DNA, aumentando de um em um ribonucleotídeo. Os estágios da transcrição são: ● Iniciação ● Alongamento ● Término RNA-polimerases As enzimas que catalisam as reações da transcrição são as RNA-polimerases, por meio da formação das ligações fosfodiéster que conectam os nucleotídeos entre si formando uma cadeia linear. A RNA polimerase se desloca passo a passo sobre o DNA, desespiralizado a dupla-hélice à frente do sítio ativo de polimerização e expondo uma nova região da fita molde para o pareamento dos ribonucleotídeos. A direção de formação do RNA é de 5’ para 3’. A partir do momento em que uma região da fita de RNA é transcrita, ela já vai se soltando do DNA, permitindo que outro RNA já comece a ser sintetizado enquanto o outro processo ainda não terminou, potencializando a capacidade de produção proteica. As diferenças entre a RNA-polimerase e a DNA-polimerase são que a primeira catalisa ribonucleotídeos, podem começar a síntese de uma cadeia sem um iniciador, fazem mais erros (1 erro a cada 10^4 contra 1 erro a cada 10^7), são processuais (fazem a sua síntese sem se dissociar do molde de DNA). Se um ribonucleotídeo for colocado erroneamente, a RNA-pol pode retroceder e realizar um processo de excisão, que é a substituição de um pirofosfato por uma H2O liberando o ribonucl. Diferentes moléculas de RNA A maioria dos genes do DNA têm como produto final proteínas; assim, as moléculas de RNA formadas desses genes são os RNAs mensageiros (mRNA). Todavia, certos genes têm como produto final o próprio RNA, essas moléculas de RNA são os RNAs não codificadores, que podem formar componentes estruturais, enzimáticos e reguladores na célula. Identificação do início do gene Esse processo é diferente nos procariotos e eucariotos. PROCARIOTOS A RNA-pol dos procariotos apresenta diversas subunidades, como o fato sigma (formando a holoenzima RNA-polimerase), o qual auxilia a leitura do DNA e indica onde iniciar a transcrição, local chamado de promotor. A holoenzima RNApol se liga ao promotor e abre a dupla-hélice, expondo um pequeno trecho de nucleotídeos de cada fita. Nesse momento, o complexo holoenzima arrasta o DNA (enquanto está preso ao promotor), criado um estresse na fita de DNA e aumentando a bolha de transcrição; nesse arraste há a síntese de cerca de 10 nucleotídeos de RNA, que são posteriormente abortados; após essa síntese o fator sigma (subunidade da holoenzima) se desprende do RNApol. A partir de então RNApol se desloca pelo DNA (a cada nucleotídeo), sintetizando o DNA, durante esse processo, a bolha de transcrição aumenta à frente e se retrai posteriormente (processo de alongamento); isso continua até que a enzima encontra a região do terminador, a qual libera a molécula de RNA formada e o DNA. O terminador consiste em uma sequência de pares A-T, precedida por uma sequência de DNA duplamente simétrica, a qual, quando transcritas, formam um grampo, que ajuda a desligar o transcrito de RNA do sítio ativo. EUCARIOTOS Os eucarioto necessitam de uma complexo gigante de proteínas para iniciar o processo de transcrição. Existem 3 tipos de RNApol nos eucariotos, sendo que a RNApol II é a que transcreve a maioria dos genes. Esse RNA necessita de diversos fatores para a iniciação, chamados de fatores gerais e transcrição (fgt). Os fgt posicionam a RNApol sobre o promotor, auxiliando a separação da dupla-hélice e permitir o alongamento. As proteínas dos fgt são as famílias da proteína TFII (TFIIA, TFIIB … TFIIF). De maneira geral, a TFIID se liga a uma região do DNA com muito T e A, chamada de TATA-box, que está, normalmente, 25 nucleotídeos antes do sítio de início da transcrição.Então, os outros diversos fatores e a RNApol II se juntam à essa proteína para formar o Complexo de Iniciação da Transcrição(CIT). Assim, a TFIIH, por meio da DNA-helicase (uma das suas subunidades), desespiraliza o DNA e expõe a fita-molde. A seguir a RNApol II se liga ao promotor e faz o mesmo processo de arraste abortivo, para se soltar do promotor e iniciar a fase de alongamento. Uma etapa chave para esse processo é a adição de grupos fosfatos à “cauda” da RNApol (CTD), que faz os componentes da maquinaria de processamento do RNA se associarem à polimerase e estarem em posição quando o RNA emergir da RNApol. Quando o processo de alongamento é iniciado, a maioria dos fgt são liberados. Outrossim, é necessário destacar que a RNApol II necessita de diversas outras enzimas para iniciar, como: ● proteínas ativadoras transcricionais: ligam-se a sequências específicas do DNA (estimuladores) e auxiliam a atrair a RNApol para a transcrição daquele gene. ● Mediador: permite a comunicação entre as proteínas ativadoras transcricionais e a RNApol e seus fgt. ● Enzimas modificadoras da cromatina e enzimas modificadoras de histonas (facilita o acesso ao DNA) O Alongamento No processo de alongamento, a RNApol II dos eucariotos vai se deslocando pelo DNA com o auxílio de diversas proteínas que não a permitem se desgrudar do DNA antes do fim do gene, chamado de fatores de alongamento. Além do mais, o alongamento causa uma supertorção do DNA, causado pela tensão super-helicoidal criado com a bolha de transcrição; essa tensão pode à frente da polimerase pode dificultar a abertura do DNA, mas deve facilitar o desenrolamento parcial do DNA nos nucleossomos. Essas tensões criadas são removidas por enzimas, como a DNA-topoisomerases. Processamento de RNA Com o alongamento e a emersão do pré-mRNA, há o seu processamento, por meio das proteínas ligados ao CTD da RNApol. O processamento é caracterizado pelo capeamento, splicing e poliadenilação. Assim que tenha sido transcrito aproximadamente 25 nucleotídeos de RNA, a sua extremidade 5’ é modificada pela adição de um quepe (ou capa), que consiste em nucleotídeo guanina modificado, processo feito por 3 enzimas diferentes. Esse capeamento é importante para distinguir o mRNA dos outros tipos de RNA presentes na célula, além de ter papel na tradução dos mRNAs no citosol. Nos genes eucarióticos apresentam pequenos pedaços de sequências codificadoras, os éxons, intercaladas por sequências longas de DNA, os introns; assim, a porção codificadora de um gene eucariótico é, em geral, apenas uma pequena fração do comprimento total do gene. No splicing, os íntrons do pré mRNA são retirados da molécula de RNA e os éxons são agrupados. As diferentes formas de organizar os éxons garantem criar diferentes proteínas de um mesmo gene. Após o splicing, o mRNA maduro é formado. Cada evento de splicing remove um íntron por meio de 2 reações sequenciais de transferência fosforil (transesterificações). Para encontrar o local de íntrons e assegurar um correto processamento do splicing são utilizadas diversas enzimas e proteínas, como os snRNAs (pequenos RNAs nucleares, U1, U2...), que formam um grande arranjo de RNA e proteínas chamado de spliceossomo. A reação do splicing é da seguinte forma: 1. Uma adenina do íntron que fica entre dois éxons (ponto de forquilha) ataca a região de encontro do íntron com éxon da extremidade 5’ livre e corta a cadeia de RNA nesse ponto, se ligando com a sua própria extremidade do íntron. 2. A extremidade 3’-OH livre liberada pelo éxon cortada reage com o início do éxon seguinte, unindo-os 3. Liberação da alça do íntron formado 4. Degeneração dos nucleotídeos do íntron para serem reutilizados. OBS! O splicing alternativo ocorre em certo genes e é quando a maquinaria do spliceossomo muda a ordenação dos éxons do mRNA formado (criando diferente proteínas), enquanto o splicing normal apenas junta todos os éxons. OBS! Para o splicing é necessário 3 sinais no RNA: junções 5’ e 3’ do splicing e o ponto de forquilha. OBS! Possíveis mutações no íntrons podem trazer variações de splicings que podem ser benéficas para a célula, trazendo um aumento na variabilidade genética. (plasticidade do splicing do RNA). Todavia, alguma mutações causam condições perigosíssimas. Término e poliadenilação A posição da extremidade 3’ do mRNA é especificada por sinais codificados no genoma, sendo reconhecida por uma série de proteínas de ligação ao RNA e enzimas do processamento do RNA; 2 proteínas são importantíssimas para esse processo: fator de estimulação de clivagem (CstF) e fator de especificidade de clivagem e poliadenilação (CPSF). Após a ligação da CstF e da CPSF às sequência de reconhecimento na molécula de RNA emergente, proteínas adicionais se ligam a elas para clivar e criar a extremidade 3’ do mRNA. Depois, um enzima denominada poli-A-polimerase (PAP) adiciona, um a um, 200 nucleotídeos A à essa extremidade (direção 5’ => 3’, mas sem molde), sintetizando assim a cauda poli-A. Após a clivagem do mRNA, a RNA-polimerase II ainda continua a transcrever; todavia, como a RNA que começa emergir não tem um quepe 5’, ele é rapidamente degradado por uma exonuclease 5’ => 3’ presente na cauda da polimerase, que faz a RNApol II se dissociar do molde. A célula apresenta certas defesas para se proteger de mRNA errados, como a certificação de certas proteínas que acompanham o mRNA, por exemplo: uma proteína snRNP significará um splicing incompleto ou aberrante. Apenas quando as proteínas presentes sobre uma molécula de mRNA coletivamente indicarem que o processamento foi adequadamente finalizado é que o mRNA será exportado do núcleo rumo ao citosol. Os mRNAs processados indevidamente são retidos no núcleo, onde são degradados no exossomo nuclear (contém enzimas exonucleases de RNA 5’ => 3’). OBS! Vale destacar que durante a transcrição do mRNA formado vai ganhando e perdendo diversas proteínas que se conjugam a ele. As mais importantes são a família das hnRNPs, que desenrolam as hélices em grampo no RNA de tal forma que os sinais de splicing e outros sinais no RNA podem ser lidos mais facilmente ou podem desempenhar um papel importante na distinção entre mRNAs maduros e restos do processamento de RNA. Os mRNAs adequadamente processados são transportados através dos complexos do poro nuclear. Para que ocorra a exportação do mRNA, um receptor de transporte nuclear específico deve ser ligado ao mRNA, uma etapa que, em muitos organismos, ocorre simultaneamente à clivagem e poliadenilação 3’. OBS! A junção do mRNA-proteína após seu processamento cria uma estrutura enovelada. OBS! A RNA-polimerase I se dedica à produção dos rRNAs, feitos no nucléolo Tradução A tradução feita do mRNA para a formação de proteína é feita a partir das regras do código genético. A sequência do mRNA é lida em conjuntos de 3 nucleotídeos, chamado de códon, que especifica um aminoácido ou determina a finalização do processo de tradução. O tRNA O mRNA não consegueidentificar quais códons designam quais aa, para isso,utiliza-se o tRNA, que se liga aos códons e reconhecem o aa, por meio dos pareamento a partir dos seus anticódons. Os tRNA são polimerizados pela RNApol III. Existem aa que são codificados por mais de um tRNA, e alguns tRNA são construídos de uma forma que só é necessário o seu pareamento com as duas primeiras posições do códon (permitindo uma oscilação na última casa). OBS! Necessário lembrar que existem 64 possibilidade de códons (4x4x4), assim, existem aa que tem mais de um códon correspondente. O reconhecimento e a ligação ao aminoácido correto dependem de enzimas denominadas aminoacil-tRNA-sintetases, as quais acoplam covalentemente cada aminoácido ao seu conjunto apropriado de moléculas de tRNA, geralmente, nos eucariotos, existem 20 sintetases, uma para cada aminoácido a ser identificado. A tRNA-sintetase tem um sítio de síntese e um sítio de edição para algum aa que tenha sido colocado de forma errada. Ligação dos aas Os proteína é sintetizada da extremidade N-terminal para a C-terminal, sendo adicionado os aa de um em um; durante todo o processo, a extremidade carboxila em crescimento permanece ativada por meio da ligação covalente a uma molécula de tRNA. Ribossomos A síntese de proteínas é feita nessas organelas, formados de duas subunidades (uma maior e a outra menor), que se associam. O ribossomo é formado de proteínas = rRNA os rRNAs – e não as proteínas – são os responsáveis pela estrutura geral do ribossomo, por sua capacidade de posicionar tRNAs sobre o mRNA e por sua atividade catalítica de formação de ligações peptídicas covalentes. A subunidade menor fornece uma região sobre a qual os tRNAs são pareados de maneira eficiente aos códons do mRNA, enquanto a subunidade maior catalisa a formação das ligações peptídicas que unem os aminoácidos, formando uma cadeia polipeptídica. O mRNA fica entre as duas subunidades e vai sendo puxada, 3 nucleotídeos por vez. Com a penetração dos códons, a informação genética vai sendo traduzida em aa pelo transporte do tRNA. O ribossomo contém 4 sítios de ligação: um para o mRNA e 3 para os tRNAs (A, P e E). No início, dois tRNAs se ligam aos sítios A e P (são muito próximos) se os seus anticódons serem complementares ao códon do mRNA. A síntese da proteína tem as seguintes etapas: 1. ligação do tRNA: um tRNA carregando o próximo aminoácido da cadeia liga-se ao sítio A ribossômico, formando pares de bases com o códon do mRNA lá posicionado 2. formação da ligação peptídica: a extremidade carboxila da cadeia polipeptídica é liberada do tRNA no sítio P (pelo rompimento da ligação de alta energia entre o tRNA e seu aminoácido) e é ligada ao grupo amino livre do aminoácido ligado ao tRNA no sítio A, formando uma nova ligação peptídica. Essa reação central da síntese de proteínas é catalisada por uma peptidiltransferase contida na subunidade ribossômica maior. 3. translocação da subunidade maior: a subunidade maior se move em relação ao mRNA que está ligado à subunidade menor, o que interfere nas hastes aceptoras dos dois tRNAs que se encontram nos sítios E e P da subunidade maior 4. translocação da subunidade menor: uma nova série de alterações conformacionais move a subunidade menor e o mRNA a ela ligado exatamente três nucleotídeos, ejetando o tRNA ligado ao sítio E e reinicializando o ribossomo para que ele esteja pronto para receber o próximo aminoacil-tRNA (tRNA + aa). Fatores de alongamento promovem a tradução e aumentam a exatidão do processo Dois fatores de alongamento atuam na tradução, cada um hidrolisando o GTP em GDP e induzindo modificações conformacionais no processo. São eles o EF-Tu e EF-G em bactérias e os EF1 e EF2 em eucariotos. Os EF-Tu aumentam a precisão da tradução, pois ela leva o tRNA ao sítio A e confere a exatidão do pareamento de bases, por meio da hidrólise do GTP quando a base é confirmada pelo rRNA (enovelamento), do firmamento da ligação códon-anticódon (quanto está errado a ligação não é tão forte), e pela associação lenta e dissociação rápida dos tRNA colocados erroneamente (não dão tempo de fazer a transcrição). A EF-G se liga ao ribossomo, sofre hidrolização do GTP leva ao rearranjo da estrutura do ribossomo, movendo o mRNA exatamente 3 nucleotídeos. Onde iniciar a síntese proteica e a tradução A mudança de apenas 1 nucleotídeo para um lado ou outro no início da tradução muda todo o produto final da tradução, sendo necessário especificações de onde iniciar tal processo. A tradução sempre iniciar com um códon AUG, e um tRNA especial é necessário para iniciá-la (tRNA iniciador), que carrega a metionina (nas bac. é o aa formilmetionina). O metil-tRNAi se liga À subunidade menor do ribossomo, atraindo os fatores de iniciação eucarióticos (eIFs); a seguir a unidade menor do ribossomo se liga à extremidade 5’ do mRNA (reconhecida pelo seu quepe, que se ligou anteriormente a dois eIFs (eIF4E e eIF4E). . A subunidade ribossômica menor então, move-se para frente (de 5’ para 3’) ao longo do mRNA, à procura do primeiro AUG, com a ajuda da eIFs. Em alguns casos a proteína pode deixar passar um AUG, processo chamado de escape de verificação, esse mecanismo permite que alguns genes produzam a mesma proteína com e sem uma sequência-sinal ligada ao seu N-terminal, por exemplo, de tal modo que a proteína é direcionada para dois compartimentos diferentes na célula Nos procariotos, por eles não terem o quepe para o reconhecimento, utilizam de uma sequência Shine-Dalgarno, que localiza o local de início da tradução. Além disso, o ribossomo bacteriano pode ligar-se em um local de iniciação no meio do mRNA, permitindo, assim, que seja formado diferentes proteínas de uma mesma proteína. Localização do término O término da tradução é indicado por um dos 3 códons de terminação, UAA, UAG ou UGA; eles não caracterizam uma proteína, mas sim, ao chegarem no sítio A, se ligam a proteínas denominadas fatores de liberação, que força a peptidiltransferase no ribossomo a catalisar a adição de uma molécula de água em vez de um aminoácido no peptidil-tRNA, liberando o grupo carboxílico da proteína, liberando todo o complexo enzimático e proteico. A proteína em formação já começa a se enovelar antes do final da tradução, mas o termina apenas com o desacoplamento dos ribossomos. As proteínas são sintetizadas em polirribossomos (aglomerados de ribossomos em um mRNA), pois na cadeia do mRNA, são acoplados diversos ribossomos para fazerem tal proteína, permitindo que a célula produz diversas proteínas de uma vez. OBS! Existem algumas pequenas variações do código genético na natureza. OBS! Muitos antibióticos impedem a tradução proteica.
Compartilhar