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Síndrome do Esgotamento Profissional Burnout e Ferramentas de Coaching

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SÍNDROME DO
ESGOTAMENTO
PROFISSIONAL
BURNOUT!
Incluindo ferramentas de Coaching
que irão transformar a sua vida
BÁRBARA RÂMISSA
A Deus, por seu infinito amor e misericórdia, que me capa-
cita diariamente para fazer parte de seus planos aqui na terra 
para minha geração.
Aos meus pais, Antônio Reinaldo e Maria Madalena, por 
todo o investimento e a contribuição na minha formação, 
por todo o sacrifício e a dedicação em prol da minha educa-
ção.
A minha irmã, Pâmela Francine, que desde sempre me apoia 
com todo seu conhecimento e amor.
E, finalmente, ao meu marido, Igor Magalhães Pinto, que 
me sustenta em oração e amor.
AGRADECIMENTOS
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................................
9
BURNOUT.........................................................................................................................................................................................
17
DEFINIÇÃO.....................................................................................................................................................................................
31
CARACTERÍSTICAS................................................................................................................................................................
43
SÍNDROME DE BURNOUT NÃO É DOENÇA.........................................................................................
51
SINTOMAS E DIAGNÓSTICO...................................................................................................................................
69
APPROACH.....................................................................................................................................................................................
95
DEPRESSÃO: UMA BREVE E NECESSÁRIA ANÁLISE........................................................................
125
A DEPRESSÃO NO AMBIENTE LABORAL ...................................................................................................
147
A LINHA TÊNUE ENTRE DEPRESSÃO E O BURNOUT...................................................................
161
DIMINUINDO O ESTRESSE ...........................................................................................................................................
169
REFERÊNCIAS...............................................................................................................................................................................
175
SUMÁRIO
Copyright © 2019 por Bárbara Râmissa
 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser 
utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem 
autorização por escrito da Autora.
ISBN 978-65-901036-0-4
RÂMISSA, Bárbara. Síndrome do Esgotamento Profissional, 
Burnout. 2019. 180 folhas. Paranaguá/Paraná. 
Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. 
No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu 
venci o mundo.
João 16.33
 Durante seis anos trabalhei como vendedora e posso 
garantir que a rotina era uma loucura, não apenas por ter que 
ficar 12 horas em pé nas datas festivas como o Natal, Dias das 
Mães e Dia dos Namorados, sem conseguir parar para comer, 
ouvindo os clientes pedindo desconto na base do grito, mas, 
porque muitas metas que nos eram impostas eram simples-
mente incompatíveis com a realidade. Além disso, o lema do 
comércio é “tempo é dinheiro”, portanto era comum ouvir de 
nossos gerentes que tirar férias definitivamente não era uma 
boa escolha.
 Apesar disso, quando a Síndrome se desenvolveu eu 
já estava em um contexto um tanto quanto diferente, não era 
todos vinham prontos para transformar a sala de audiência 
em um ringue, eu estava sempre com um sorriso no rosto. 
Sempre procurei tratar todos com muito amor e cuidado 
porque sabia que a situação para eles era extremamente 
desconfortável. Eles estavam lá para dar fim a uma história de 
amor, através do divórcio ou discutir a guarda dos filhos, valor 
de pensão alimentícias, entre outros casos.
 Nenhuma audiência era mais tensa quanto a da infân-
cia. Tais audiências eram realizadas sempre na presença da 
Juíza e do Promotor de Justiça. Eram audiências extensas e 
desgastantes. Conversar com famílias sobre a situação de risco 
das crianças era sempre algo muito delicado. Não era raro 
sairmos emocionalmente abalados depois de ver uma criança 
sendo separada da mãe por causa do processo de Destituição 
Familiar. Trabalhávamos em equipe, ainda que eu não pudesse 
decidir nada, a minha opinião era sempre muito bem-vinda 
para os profissionais.
 Apesar de trabalhar em um ambiente com pessoas 
amigáveis e solícitas e, sem muita pressão e competitividade, 
por ser órgão público, ainda mais eu que era uma estagiária 
que trabalhava apenas 6 horas por dia, isso não foi empecilho 
para o Burnout surgir na minha vida.
 Depois de quase um ano e meio trabalhando naquela 
rotina, fui percebendo que algo estava errado. Quando chega-
va na sala de audiência para preparar meu material de traba-
lho, meu coração começava acelerar. Por vezes, com um nó na 
garganta, eu chegava a querer chorar sem motivos. Cheguei ao 
ponto de ir conversar com uma Servidora que era espírita, 
mesmo eu não seguindo essa doutrina, queria entender de 
qualquer forma o que estava acontecendo comigo, naquela 
época eu tinha certeza que era algo espiritual que estava me 
deixando desestabilizada emocionalmente. Sentia algo muito 
ruim quando entrava na sala de audiência, algo que eu nunca 
havia sentido antes. Lembro que ela falou para eu imprimir o 
Salmo 23 e deixar na minha mesa e sempre fazer uma oração 
antes de iniciar meu trabalho e antes de ir embora.
 Comecei a fazer o que ela havia me falado, mas aquele 
sentimento ruim não passava. Cada dia parecia ser mais tenso. 
Eu só tinha aquela sensação quando pensava em ir para o 
trabalho ou quando chegava na porta do Fórum. Quando eu 
começava a ler o resumo dos processos que teria audiência no 
dia o meu coração acelerava ao ponto de eu pensar no pior. 
Aquelas audiências diárias começaram a abalar o meu emo-
cional. As audiências que, até então, eram comuns do nosso 
dia-a-dia começaram a me deixar arrasada, desmoronada e 
não era rara às vezes que eu ia para casa chorando.
 Alguns meses depois a juíza com quem eu trabalhava 
foi transferida e outra equipe veio para o departamento que 
eu trabalhava. Lembro que comecei a sentir algo muito estra-
nho em relação àquela equipe. Eram pessoas maravilhosas, a 
juíza que ficou no lugar era tão competente quanto a outra, 
mas algo me incomodava na forma que a equipe dela traba-
lhava e eu não sabia identificar o que era, mas percebi que algo 
estava acontecendo comigo. Não estava disposta a mudanças 
na forma de trabalhar, além disso tudo me irritava, queria 
seguir minha rotina, meus pensamentos. Porém, um belo dia 
percebi que eu já estava tratando mal as pessoas dentro 
daquele ambiente. Não era eu, até porque nunca falaria de 
forma tão ríspida com o Sr. Joãoa, ele sempre foi tão calmo, 
mas a até a tranquilidade dele estava me incomodando. Foi 
quando percebi a minha despersonalização. Não era a mesma 
Bárbara naquele ambiente.
 Quando passei no Exame de Ordem, ainda sem ter 
concluído a faculdade de Direito, não tive nenhum sentimento 
de alegria, conquista, realização, não consegui comemorar e 
nem esboçar um sorriso, foi quando procurei uma psicóloga e 
falei para ela que eu deveria estar com depressão ou com 
transtorno de ansiedade, relatei tudo que estava acontecendo 
comigo, o meu coração acelerado, minha labilidade emocional, 
impaciência com as pessoas o que, na maioria das vezes, torna-
va minha fala grosseira, frequentes dores musculares e de 
cabeça, uma angústia sem fim, mas, apesar disso tudo, ela 
afirmou que eu não tinhaindício algum de depressão ou ansie-
dade.
 Naquela época decidi pedir para sair do estágio já que 
estava no último ano da faculdade. Já havia escolhido meu 
tema para o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), falaria 
sobre a importância da audiência de conciliação no ambiente 
familiar, mas decidi mudar o tema na última hora. Precisava 
entender o que estava acontecendo comigo, tinha certeza que 
o ambiente em que eu trabalhava estava me adoecendo. Foi aí 
que procurei meu orientador e perguntei se ele me ajudaria 
com o novo tema. Decidi falar sobre Doença Ocupacional.
 Me dediquei a finco nas pesquisas, comprei vários 
livros de psicologia, assisti vídeos, li revistas, documentários. 
Com o meu TCC concluído, fui estudar a apresentação e 
percebi que de fato o que eu tinha não era depressão. Mas o 
que eu tinha? O que poderia explicar tudo o que eu estava 
passando? O que poderia explicar aquele estresse emocional 
sem fim? Foi quando eu descobri a chamada Síndrome de 
Burnout. Fiz um estudo de caso completo e vi a importância 
de conhecer sobre a síndrome. Depois de muito estudo, já 
fora do ambiente laboral, consegui identificar o Burnout e 
superá-lo. Foi quando decidi escrever um livro falando não 
somente da minha experiência, mas quais são seus sintomas e 
qual o caminho que pode ser percorrido para a prevenção e 
superação do Esgotamento Profissional.
 Apesar da singularidade desse fenômeno, acredito 
que, no meu caso, o Burnout ocorreu porque eu não estava 
preparada emocionalmente para receber diariamente tantos 
estímulos negativos das experiências de outras pessoas, isso 
porque minha mente não era blindada contra esses excessos. 
Percebi que ficar 6 horas, trancada em uma sala auxiliando as 
pessoas a resolverem seus conflitos, começou a me trazer 
INTRODUÇÃO
9
sérios problemas emocionais e se tornou uma verdadeira 
tortura permanecer naquele ambiente. Mas quando é que o 
trabalho se torna prejudicial a nossa saúde? 
 Durante seis anos trabalhei como vendedora e posso 
garantir que a rotina era uma loucura, não apenas por ter que 
ficar 12 horas em pé nas datas festivas como o Natal, Dias das 
Mães e Dia dos Namorados, sem conseguir parar para comer, 
ouvindo os clientes pedindo desconto na base do grito, mas, 
porque muitas metas que nos eram impostas eram simples-
mente incompatíveis com a realidade. Além disso, o lema do 
comércio é “tempo é dinheiro”, portanto era comum ouvir de 
nossos gerentes que tirar férias definitivamente não era uma 
boa escolha.
 Apesar disso, quando a Síndrome se desenvolveu eu 
já estava em um contexto um tanto quanto diferente, não era 
um ambiente cheio de responsabilidades e pressão do merca-
do competitivo como o comércio, nem em uma multinacional 
ou banco. A Síndrome foi ocasionada durante um estágio de 
graduação, isso mesmo, um estágio!
 Inconformada com as situações de desgaste dentro 
do mercado de trabalho, me surgiu a vontade de fazer o curso 
de Direito e, quando estava no terceiro ano da faculdade 
comecei um estágio, que, aparentemente, não demonstrava 
risco nenhum para minha saúde, exceto os cabos enrolados e 
amontoados que ligava o meu computador com os outros 
monitores, correndo um risco de curto a qualquer momento. 
Isso porque eu trabalhava como estagiária em um Tribunal de 
Justiça. Era meu primeiro estágio em um órgão público. A 
Juíza Titular para qual eu estagiava era uma mulher fantástica, 
sempre alto astral, não tinha tempo ruim com ela. Uma cario-
ca divertida que me deixava a vontade para fazer meu trabalho 
sem cobranças ou pressões. Sabia que ela confiava em mim e 
isso era maravilhoso, eu simplesmente amava o que fazia.
 Como mediadora, realizava audiências na área da 
família e todos os dias era uma história diferente para contar 
e, apesar do ambiente tenso na maioria das vezes, porque 
todos vinham prontos para transformar a sala de audiência 
em um ringue, eu estava sempre com um sorriso no rosto. 
Sempre procurei tratar todos com muito amor e cuidado 
porque sabia que a situação para eles era extremamente 
desconfortável. Eles estavam lá para dar fim a uma história de 
amor, através do divórcio ou discutir a guarda dos filhos, valor 
de pensão alimentícias, entre outros casos.
 Nenhuma audiência era mais tensa quanto a da infân-
cia. Tais audiências eram realizadas sempre na presença da 
Juíza e do Promotor de Justiça. Eram audiências extensas e 
desgastantes. Conversar com famílias sobre a situação de risco 
das crianças era sempre algo muito delicado. Não era raro 
sairmos emocionalmente abalados depois de ver uma criança 
sendo separada da mãe por causa do processo de Destituição 
Familiar. Trabalhávamos em equipe, ainda que eu não pudesse 
decidir nada, a minha opinião era sempre muito bem-vinda 
para os profissionais.
 Apesar de trabalhar em um ambiente com pessoas 
amigáveis e solícitas e, sem muita pressão e competitividade, 
por ser órgão público, ainda mais eu que era uma estagiária 
que trabalhava apenas 6 horas por dia, isso não foi empecilho 
para o Burnout surgir na minha vida.
 Depois de quase um ano e meio trabalhando naquela 
rotina, fui percebendo que algo estava errado. Quando chega-
va na sala de audiência para preparar meu material de traba-
lho, meu coração começava acelerar. Por vezes, com um nó na 
garganta, eu chegava a querer chorar sem motivos. Cheguei ao 
ponto de ir conversar com uma Servidora que era espírita, 
mesmo eu não seguindo essa doutrina, queria entender de 
qualquer forma o que estava acontecendo comigo, naquela 
época eu tinha certeza que era algo espiritual que estava me 
deixando desestabilizada emocionalmente. Sentia algo muito 
ruim quando entrava na sala de audiência, algo que eu nunca 
havia sentido antes. Lembro que ela falou para eu imprimir o 
Salmo 23 e deixar na minha mesa e sempre fazer uma oração 
antes de iniciar meu trabalho e antes de ir embora.
 Comecei a fazer o que ela havia me falado, mas aquele 
sentimento ruim não passava. Cada dia parecia ser mais tenso. 
Eu só tinha aquela sensação quando pensava em ir para o 
trabalho ou quando chegava na porta do Fórum. Quando eu 
começava a ler o resumo dos processos que teria audiência no 
dia o meu coração acelerava ao ponto de eu pensar no pior. 
Aquelas audiências diárias começaram a abalar o meu emo-
cional. As audiências que, até então, eram comuns do nosso 
dia-a-dia começaram a me deixar arrasada, desmoronada e 
não era rara às vezes que eu ia para casa chorando.
 Alguns meses depois a juíza com quem eu trabalhava 
foi transferida e outra equipe veio para o departamento que 
eu trabalhava. Lembro que comecei a sentir algo muito estra-
nho em relação àquela equipe. Eram pessoas maravilhosas, a 
juíza que ficou no lugar era tão competente quanto a outra, 
mas algo me incomodava na forma que a equipe dela traba-
lhava e eu não sabia identificar o que era, mas percebi que algo 
estava acontecendo comigo. Não estava disposta a mudanças 
na forma de trabalhar, além disso tudo me irritava, queria 
seguir minha rotina, meus pensamentos. Porém, um belo dia 
percebi que eu já estava tratando mal as pessoas dentro 
daquele ambiente. Não era eu, até porque nunca falaria de 
forma tão ríspida com o Sr. Joãoa, ele sempre foi tão calmo, 
mas a até a tranquilidade dele estava me incomodando. Foi 
quando percebi a minha despersonalização. Não era a mesma 
Bárbara naquele ambiente.
 Quando passei no Exame de Ordem, ainda sem ter 
concluído a faculdade de Direito, não tive nenhum sentimento 
de alegria, conquista, realização, não consegui comemorar e 
nem esboçar um sorriso, foi quando procurei uma psicóloga e 
falei para ela que eu deveria estar com depressão ou com 
transtorno de ansiedade, relatei tudo que estava acontecendo 
comigo, o meu coração acelerado, minha labilidade emocional, 
impaciência com as pessoas o que, na maioria das vezes, torna-
va minha fala grosseira, frequentesdores musculares e de 
cabeça, uma angústia sem fim, mas, apesar disso tudo, ela 
afirmou que eu não tinha indício algum de depressão ou ansie-
dade.
 Naquela época decidi pedir para sair do estágio já que 
estava no último ano da faculdade. Já havia escolhido meu 
tema para o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), falaria 
sobre a importância da audiência de conciliação no ambiente 
familiar, mas decidi mudar o tema na última hora. Precisava 
entender o que estava acontecendo comigo, tinha certeza que 
o ambiente em que eu trabalhava estava me adoecendo. Foi aí 
que procurei meu orientador e perguntei se ele me ajudaria 
com o novo tema. Decidi falar sobre Doença Ocupacional.
 Me dediquei a finco nas pesquisas, comprei vários 
livros de psicologia, assisti vídeos, li revistas, documentários. 
Com o meu TCC concluído, fui estudar a apresentação e 
percebi que de fato o que eu tinha não era depressão. Mas o 
que eu tinha? O que poderia explicar tudo o que eu estava 
passando? O que poderia explicar aquele estresse emocional 
sem fim? Foi quando eu descobri a chamada Síndrome de 
Burnout. Fiz um estudo de caso completo e vi a importância 
de conhecer sobre a síndrome. Depois de muito estudo, já 
fora do ambiente laboral, consegui identificar o Burnout e 
superá-lo. Foi quando decidi escrever um livro falando não 
somente da minha experiência, mas quais são seus sintomas e 
qual o caminho que pode ser percorrido para a prevenção e 
superação do Esgotamento Profissional.
 Apesar da singularidade desse fenômeno, acredito 
que, no meu caso, o Burnout ocorreu porque eu não estava 
preparada emocionalmente para receber diariamente tantos 
estímulos negativos das experiências de outras pessoas, isso 
porque minha mente não era blindada contra esses excessos. 
Percebi que ficar 6 horas, trancada em uma sala auxiliando as 
pessoas a resolverem seus conflitos, começou a me trazer 
sérios problemas emocionais e se tornou uma verdadeira 
tortura permanecer naquele ambiente. Mas quando é que o 
trabalho se torna prejudicial a nossa saúde? 
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 Durante seis anos trabalhei como vendedora e posso 
garantir que a rotina era uma loucura, não apenas por ter que 
ficar 12 horas em pé nas datas festivas como o Natal, Dias das 
Mães e Dia dos Namorados, sem conseguir parar para comer, 
ouvindo os clientes pedindo desconto na base do grito, mas, 
porque muitas metas que nos eram impostas eram simples-
mente incompatíveis com a realidade. Além disso, o lema do 
comércio é “tempo é dinheiro”, portanto era comum ouvir de 
nossos gerentes que tirar férias definitivamente não era uma 
boa escolha.
 Apesar disso, quando a Síndrome se desenvolveu eu 
já estava em um contexto um tanto quanto diferente, não era 
todos vinham prontos para transformar a sala de audiência 
em um ringue, eu estava sempre com um sorriso no rosto. 
Sempre procurei tratar todos com muito amor e cuidado 
porque sabia que a situação para eles era extremamente 
desconfortável. Eles estavam lá para dar fim a uma história de 
amor, através do divórcio ou discutir a guarda dos filhos, valor 
de pensão alimentícias, entre outros casos.
 Nenhuma audiência era mais tensa quanto a da infân-
cia. Tais audiências eram realizadas sempre na presença da 
Juíza e do Promotor de Justiça. Eram audiências extensas e 
desgastantes. Conversar com famílias sobre a situação de risco 
das crianças era sempre algo muito delicado. Não era raro 
sairmos emocionalmente abalados depois de ver uma criança 
sendo separada da mãe por causa do processo de Destituição 
Familiar. Trabalhávamos em equipe, ainda que eu não pudesse 
decidir nada, a minha opinião era sempre muito bem-vinda 
para os profissionais.
 Apesar de trabalhar em um ambiente com pessoas 
amigáveis e solícitas e, sem muita pressão e competitividade, 
por ser órgão público, ainda mais eu que era uma estagiária 
que trabalhava apenas 6 horas por dia, isso não foi empecilho 
para o Burnout surgir na minha vida.
 Depois de quase um ano e meio trabalhando naquela 
rotina, fui percebendo que algo estava errado. Quando chega-
va na sala de audiência para preparar meu material de traba-
lho, meu coração começava acelerar. Por vezes, com um nó na 
garganta, eu chegava a querer chorar sem motivos. Cheguei ao 
ponto de ir conversar com uma Servidora que era espírita, 
mesmo eu não seguindo essa doutrina, queria entender de 
qualquer forma o que estava acontecendo comigo, naquela 
época eu tinha certeza que era algo espiritual que estava me 
deixando desestabilizada emocionalmente. Sentia algo muito 
ruim quando entrava na sala de audiência, algo que eu nunca 
havia sentido antes. Lembro que ela falou para eu imprimir o 
Salmo 23 e deixar na minha mesa e sempre fazer uma oração 
antes de iniciar meu trabalho e antes de ir embora.
 Comecei a fazer o que ela havia me falado, mas aquele 
sentimento ruim não passava. Cada dia parecia ser mais tenso. 
Eu só tinha aquela sensação quando pensava em ir para o 
trabalho ou quando chegava na porta do Fórum. Quando eu 
começava a ler o resumo dos processos que teria audiência no 
dia o meu coração acelerava ao ponto de eu pensar no pior. 
Aquelas audiências diárias começaram a abalar o meu emo-
cional. As audiências que, até então, eram comuns do nosso 
dia-a-dia começaram a me deixar arrasada, desmoronada e 
não era rara às vezes que eu ia para casa chorando.
 Alguns meses depois a juíza com quem eu trabalhava 
foi transferida e outra equipe veio para o departamento que 
eu trabalhava. Lembro que comecei a sentir algo muito estra-
nho em relação àquela equipe. Eram pessoas maravilhosas, a 
juíza que ficou no lugar era tão competente quanto a outra, 
mas algo me incomodava na forma que a equipe dela traba-
lhava e eu não sabia identificar o que era, mas percebi que algo 
estava acontecendo comigo. Não estava disposta a mudanças 
na forma de trabalhar, além disso tudo me irritava, queria 
seguir minha rotina, meus pensamentos. Porém, um belo dia 
percebi que eu já estava tratando mal as pessoas dentro 
daquele ambiente. Não era eu, até porque nunca falaria de 
forma tão ríspida com o Sr. Joãoa, ele sempre foi tão calmo, 
mas a até a tranquilidade dele estava me incomodando. Foi 
quando percebi a minha despersonalização. Não era a mesma 
Bárbara naquele ambiente.
 Quando passei no Exame de Ordem, ainda sem ter 
concluído a faculdade de Direito, não tive nenhum sentimento 
de alegria, conquista, realização, não consegui comemorar e 
nem esboçar um sorriso, foi quando procurei uma psicóloga e 
falei para ela que eu deveria estar com depressão ou com 
transtorno de ansiedade, relatei tudo que estava acontecendo 
comigo, o meu coração acelerado, minha labilidade emocional, 
impaciência com as pessoas o que, na maioria das vezes, torna-
va minha fala grosseira, frequentes dores musculares e de 
cabeça, uma angústia sem fim, mas, apesar disso tudo, ela 
afirmou que eu não tinha indício algum de depressão ou ansie-
dade.
 Naquela época decidi pedir para sair do estágio já que 
estava no último ano da faculdade. Já havia escolhido meu 
tema para o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), falaria 
sobre a importância da audiência de conciliação no ambiente 
familiar, mas decidi mudar o tema na última hora. Precisava 
entender o que estava acontecendo comigo, tinha certeza que 
o ambiente em que eu trabalhava estava me adoecendo. Foi aí 
que procurei meu orientador e perguntei se ele me ajudaria 
com o novo tema. Decidi falar sobre Doença Ocupacional.
 Me dediquei a finco nas pesquisas, comprei vários 
livros de psicologia, assisti vídeos, li revistas, documentários. 
Com o meu TCC concluído, fui estudar a apresentação e 
percebi que de fato o que eu tinha não era depressão. Mas o 
que eu tinha? O que poderia explicar tudo o que eu estava 
passando? O que poderia explicar aquele estresse emocional 
sem fim? Foi quando eu descobri a chamada Síndrome de 
Burnout. Fizum estudo de caso completo e vi a importância 
de conhecer sobre a síndrome. Depois de muito estudo, já 
fora do ambiente laboral, consegui identificar o Burnout e 
superá-lo. Foi quando decidi escrever um livro falando não 
somente da minha experiência, mas quais são seus sintomas e 
qual o caminho que pode ser percorrido para a prevenção e 
superação do Esgotamento Profissional.
 Apesar da singularidade desse fenômeno, acredito 
que, no meu caso, o Burnout ocorreu porque eu não estava 
preparada emocionalmente para receber diariamente tantos 
estímulos negativos das experiências de outras pessoas, isso 
porque minha mente não era blindada contra esses excessos. 
Percebi que ficar 6 horas, trancada em uma sala auxiliando as 
pessoas a resolverem seus conflitos, começou a me trazer 
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sérios problemas emocionais e se tornou uma verdadeira 
tortura permanecer naquele ambiente. Mas quando é que o 
trabalho se torna prejudicial a nossa saúde? 
 Durante seis anos trabalhei como vendedora e posso 
garantir que a rotina era uma loucura, não apenas por ter que 
ficar 12 horas em pé nas datas festivas como o Natal, Dias das 
Mães e Dia dos Namorados, sem conseguir parar para comer, 
ouvindo os clientes pedindo desconto na base do grito, mas, 
porque muitas metas que nos eram impostas eram simples-
mente incompatíveis com a realidade. Além disso, o lema do 
comércio é “tempo é dinheiro”, portanto era comum ouvir de 
nossos gerentes que tirar férias definitivamente não era uma 
boa escolha.
 Apesar disso, quando a Síndrome se desenvolveu eu 
já estava em um contexto um tanto quanto diferente, não era 
todos vinham prontos para transformar a sala de audiência 
em um ringue, eu estava sempre com um sorriso no rosto. 
Sempre procurei tratar todos com muito amor e cuidado 
porque sabia que a situação para eles era extremamente 
desconfortável. Eles estavam lá para dar fim a uma história de 
amor, através do divórcio ou discutir a guarda dos filhos, valor 
de pensão alimentícias, entre outros casos.
 Nenhuma audiência era mais tensa quanto a da infân-
cia. Tais audiências eram realizadas sempre na presença da 
Juíza e do Promotor de Justiça. Eram audiências extensas e 
desgastantes. Conversar com famílias sobre a situação de risco 
das crianças era sempre algo muito delicado. Não era raro 
sairmos emocionalmente abalados depois de ver uma criança 
sendo separada da mãe por causa do processo de Destituição 
Familiar. Trabalhávamos em equipe, ainda que eu não pudesse 
decidir nada, a minha opinião era sempre muito bem-vinda 
para os profissionais.
 Apesar de trabalhar em um ambiente com pessoas 
amigáveis e solícitas e, sem muita pressão e competitividade, 
por ser órgão público, ainda mais eu que era uma estagiária 
que trabalhava apenas 6 horas por dia, isso não foi empecilho 
para o Burnout surgir na minha vida.
 Depois de quase um ano e meio trabalhando naquela 
rotina, fui percebendo que algo estava errado. Quando chega-
va na sala de audiência para preparar meu material de traba-
lho, meu coração começava acelerar. Por vezes, com um nó na 
garganta, eu chegava a querer chorar sem motivos. Cheguei ao 
ponto de ir conversar com uma Servidora que era espírita, 
mesmo eu não seguindo essa doutrina, queria entender de 
qualquer forma o que estava acontecendo comigo, naquela 
época eu tinha certeza que era algo espiritual que estava me 
deixando desestabilizada emocionalmente. Sentia algo muito 
ruim quando entrava na sala de audiência, algo que eu nunca 
havia sentido antes. Lembro que ela falou para eu imprimir o 
Salmo 23 e deixar na minha mesa e sempre fazer uma oração 
antes de iniciar meu trabalho e antes de ir embora.
 Comecei a fazer o que ela havia me falado, mas aquele 
sentimento ruim não passava. Cada dia parecia ser mais tenso. 
Eu só tinha aquela sensação quando pensava em ir para o 
trabalho ou quando chegava na porta do Fórum. Quando eu 
começava a ler o resumo dos processos que teria audiência no 
dia o meu coração acelerava ao ponto de eu pensar no pior. 
Aquelas audiências diárias começaram a abalar o meu emo-
cional. As audiências que, até então, eram comuns do nosso 
dia-a-dia começaram a me deixar arrasada, desmoronada e 
não era rara às vezes que eu ia para casa chorando.
 Alguns meses depois a juíza com quem eu trabalhava 
foi transferida e outra equipe veio para o departamento que 
eu trabalhava. Lembro que comecei a sentir algo muito estra-
nho em relação àquela equipe. Eram pessoas maravilhosas, a 
juíza que ficou no lugar era tão competente quanto a outra, 
mas algo me incomodava na forma que a equipe dela traba-
lhava e eu não sabia identificar o que era, mas percebi que algo 
estava acontecendo comigo. Não estava disposta a mudanças 
na forma de trabalhar, além disso tudo me irritava, queria 
seguir minha rotina, meus pensamentos. Porém, um belo dia 
percebi que eu já estava tratando mal as pessoas dentro 
daquele ambiente. Não era eu, até porque nunca falaria de 
forma tão ríspida com o Sr. Joãoa, ele sempre foi tão calmo, 
mas a até a tranquilidade dele estava me incomodando. Foi 
quando percebi a minha despersonalização. Não era a mesma 
Bárbara naquele ambiente.
 Quando passei no Exame de Ordem, ainda sem ter 
concluído a faculdade de Direito, não tive nenhum sentimento 
de alegria, conquista, realização, não consegui comemorar e 
nem esboçar um sorriso, foi quando procurei uma psicóloga e 
falei para ela que eu deveria estar com depressão ou com 
transtorno de ansiedade, relatei tudo que estava acontecendo 
comigo, o meu coração acelerado, minha labilidade emocional, 
impaciência com as pessoas o que, na maioria das vezes, torna-
va minha fala grosseira, frequentes dores musculares e de 
cabeça, uma angústia sem fim, mas, apesar disso tudo, ela 
afirmou que eu não tinha indício algum de depressão ou ansie-
dade.
 Naquela época decidi pedir para sair do estágio já que 
estava no último ano da faculdade. Já havia escolhido meu 
tema para o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), falaria 
sobre a importância da audiência de conciliação no ambiente 
familiar, mas decidi mudar o tema na última hora. Precisava 
entender o que estava acontecendo comigo, tinha certeza que 
o ambiente em que eu trabalhava estava me adoecendo. Foi aí 
que procurei meu orientador e perguntei se ele me ajudaria 
com o novo tema. Decidi falar sobre Doença Ocupacional.
 Me dediquei a finco nas pesquisas, comprei vários 
livros de psicologia, assisti vídeos, li revistas, documentários. 
Com o meu TCC concluído, fui estudar a apresentação e 
percebi que de fato o que eu tinha não era depressão. Mas o 
que eu tinha? O que poderia explicar tudo o que eu estava 
passando? O que poderia explicar aquele estresse emocional 
sem fim? Foi quando eu descobri a chamada Síndrome de 
Burnout. Fiz um estudo de caso completo e vi a importância 
de conhecer sobre a síndrome. Depois de muito estudo, já 
fora do ambiente laboral, consegui identificar o Burnout e 
superá-lo. Foi quando decidi escrever um livro falando não 
somente da minha experiência, mas quais são seus sintomas e 
qual o caminho que pode ser percorrido para a prevenção e 
superação do Esgotamento Profissional.
 Apesar da singularidade desse fenômeno, acredito 
que, no meu caso, o Burnout ocorreu porque eu não estava 
preparada emocionalmente para receber diariamente tantos 
estímulos negativos das experiências de outras pessoas, isso 
porque minha mente não era blindada contra esses excessos. 
Percebi que ficar 6 horas, trancada em uma sala auxiliando as 
pessoas a resolverem seus conflitos, começou a me trazer 
sérios problemas emocionais e se tornou uma verdadeira 
tortura permanecer naquele ambiente. Mas quando é que o 
trabalho se torna prejudicial a nossa saúde? 
12
 Durante seis anos trabalhei como vendedora e posso 
garantir que a rotina era uma loucura, não apenas por ter que 
ficar 12 horas em pé nas datas festivascomo o Natal, Dias das 
Mães e Dia dos Namorados, sem conseguir parar para comer, 
ouvindo os clientes pedindo desconto na base do grito, mas, 
porque muitas metas que nos eram impostas eram simples-
mente incompatíveis com a realidade. Além disso, o lema do 
comércio é “tempo é dinheiro”, portanto era comum ouvir de 
nossos gerentes que tirar férias definitivamente não era uma 
boa escolha.
 Apesar disso, quando a Síndrome se desenvolveu eu 
já estava em um contexto um tanto quanto diferente, não era 
todos vinham prontos para transformar a sala de audiência 
em um ringue, eu estava sempre com um sorriso no rosto. 
Sempre procurei tratar todos com muito amor e cuidado 
porque sabia que a situação para eles era extremamente 
desconfortável. Eles estavam lá para dar fim a uma história de 
amor, através do divórcio ou discutir a guarda dos filhos, valor 
de pensão alimentícias, entre outros casos.
 Nenhuma audiência era mais tensa quanto a da infân-
cia. Tais audiências eram realizadas sempre na presença da 
Juíza e do Promotor de Justiça. Eram audiências extensas e 
desgastantes. Conversar com famílias sobre a situação de risco 
das crianças era sempre algo muito delicado. Não era raro 
sairmos emocionalmente abalados depois de ver uma criança 
sendo separada da mãe por causa do processo de Destituição 
Familiar. Trabalhávamos em equipe, ainda que eu não pudesse 
decidir nada, a minha opinião era sempre muito bem-vinda 
para os profissionais.
 Apesar de trabalhar em um ambiente com pessoas 
amigáveis e solícitas e, sem muita pressão e competitividade, 
por ser órgão público, ainda mais eu que era uma estagiária 
que trabalhava apenas 6 horas por dia, isso não foi empecilho 
para o Burnout surgir na minha vida.
 Depois de quase um ano e meio trabalhando naquela 
rotina, fui percebendo que algo estava errado. Quando chega-
va na sala de audiência para preparar meu material de traba-
lho, meu coração começava acelerar. Por vezes, com um nó na 
garganta, eu chegava a querer chorar sem motivos. Cheguei ao 
ponto de ir conversar com uma Servidora que era espírita, 
mesmo eu não seguindo essa doutrina, queria entender de 
qualquer forma o que estava acontecendo comigo, naquela 
época eu tinha certeza que era algo espiritual que estava me 
deixando desestabilizada emocionalmente. Sentia algo muito 
ruim quando entrava na sala de audiência, algo que eu nunca 
havia sentido antes. Lembro que ela falou para eu imprimir o 
Salmo 23 e deixar na minha mesa e sempre fazer uma oração 
antes de iniciar meu trabalho e antes de ir embora.
 Comecei a fazer o que ela havia me falado, mas aquele 
sentimento ruim não passava. Cada dia parecia ser mais tenso. 
Eu só tinha aquela sensação quando pensava em ir para o 
trabalho ou quando chegava na porta do Fórum. Quando eu 
começava a ler o resumo dos processos que teria audiência no 
dia o meu coração acelerava ao ponto de eu pensar no pior. 
Aquelas audiências diárias começaram a abalar o meu emo-
cional. As audiências que, até então, eram comuns do nosso 
dia-a-dia começaram a me deixar arrasada, desmoronada e 
não era rara às vezes que eu ia para casa chorando.
 Alguns meses depois a juíza com quem eu trabalhava 
foi transferida e outra equipe veio para o departamento que 
eu trabalhava. Lembro que comecei a sentir algo muito estra-
nho em relação àquela equipe. Eram pessoas maravilhosas, a 
juíza que ficou no lugar era tão competente quanto a outra, 
mas algo me incomodava na forma que a equipe dela traba-
lhava e eu não sabia identificar o que era, mas percebi que algo 
estava acontecendo comigo. Não estava disposta a mudanças 
na forma de trabalhar, além disso tudo me irritava, queria 
seguir minha rotina, meus pensamentos. Porém, um belo dia 
percebi que eu já estava tratando mal as pessoas dentro 
daquele ambiente. Não era eu, até porque nunca falaria de 
forma tão ríspida com o Sr. Joãoa, ele sempre foi tão calmo, 
mas a até a tranquilidade dele estava me incomodando. Foi 
quando percebi a minha despersonalização. Não era a mesma 
Bárbara naquele ambiente.
 Quando passei no Exame de Ordem, ainda sem ter 
concluído a faculdade de Direito, não tive nenhum sentimento 
de alegria, conquista, realização, não consegui comemorar e 
nem esboçar um sorriso, foi quando procurei uma psicóloga e 
falei para ela que eu deveria estar com depressão ou com 
transtorno de ansiedade, relatei tudo que estava acontecendo 
comigo, o meu coração acelerado, minha labilidade emocional, 
impaciência com as pessoas o que, na maioria das vezes, torna-
va minha fala grosseira, frequentes dores musculares e de 
cabeça, uma angústia sem fim, mas, apesar disso tudo, ela 
afirmou que eu não tinha indício algum de depressão ou ansie-
dade.
 Naquela época decidi pedir para sair do estágio já que 
estava no último ano da faculdade. Já havia escolhido meu 
tema para o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), falaria 
sobre a importância da audiência de conciliação no ambiente 
familiar, mas decidi mudar o tema na última hora. Precisava 
entender o que estava acontecendo comigo, tinha certeza que 
o ambiente em que eu trabalhava estava me adoecendo. Foi aí 
que procurei meu orientador e perguntei se ele me ajudaria 
com o novo tema. Decidi falar sobre Doença Ocupacional.
 Me dediquei a finco nas pesquisas, comprei vários 
livros de psicologia, assisti vídeos, li revistas, documentários. 
Com o meu TCC concluído, fui estudar a apresentação e 
percebi que de fato o que eu tinha não era depressão. Mas o 
que eu tinha? O que poderia explicar tudo o que eu estava 
passando? O que poderia explicar aquele estresse emocional 
sem fim? Foi quando eu descobri a chamada Síndrome de 
Burnout. Fiz um estudo de caso completo e vi a importância 
de conhecer sobre a síndrome. Depois de muito estudo, já 
fora do ambiente laboral, consegui identificar o Burnout e 
superá-lo. Foi quando decidi escrever um livro falando não 
somente da minha experiência, mas quais são seus sintomas e 
qual o caminho que pode ser percorrido para a prevenção e 
superação do Esgotamento Profissional.
 Apesar da singularidade desse fenômeno, acredito 
que, no meu caso, o Burnout ocorreu porque eu não estava 
preparada emocionalmente para receber diariamente tantos 
estímulos negativos das experiências de outras pessoas, isso 
porque minha mente não era blindada contra esses excessos. 
Percebi que ficar 6 horas, trancada em uma sala auxiliando as 
pessoas a resolverem seus conflitos, começou a me trazer 
a Nome fictício.
13
sérios problemas emocionais e se tornou uma verdadeira 
tortura permanecer naquele ambiente. Mas quando é que o 
trabalho se torna prejudicial a nossa saúde? 
 Durante seis anos trabalhei como vendedora e posso 
garantir que a rotina era uma loucura, não apenas por ter que 
ficar 12 horas em pé nas datas festivas como o Natal, Dias das 
Mães e Dia dos Namorados, sem conseguir parar para comer, 
ouvindo os clientes pedindo desconto na base do grito, mas, 
porque muitas metas que nos eram impostas eram simples-
mente incompatíveis com a realidade. Além disso, o lema do 
comércio é “tempo é dinheiro”, portanto era comum ouvir de 
nossos gerentes que tirar férias definitivamente não era uma 
boa escolha.
 Apesar disso, quando a Síndrome se desenvolveu eu 
já estava em um contexto um tanto quanto diferente, não era 
todos vinham prontos para transformar a sala de audiência 
em um ringue, eu estava sempre com um sorriso no rosto. 
Sempre procurei tratar todos com muito amor e cuidado 
porque sabia que a situação para eles era extremamente 
desconfortável. Eles estavam lá para dar fim a uma história de 
amor, através do divórcio ou discutir a guarda dos filhos, valor 
de pensão alimentícias, entre outros casos.
 Nenhuma audiência era mais tensa quanto a da infân-
cia. Tais audiências eram realizadas sempre na presença da 
Juíza e do Promotor de Justiça. Eram audiências extensas e 
desgastantes.Conversar com famílias sobre a situação de risco 
das crianças era sempre algo muito delicado. Não era raro 
sairmos emocionalmente abalados depois de ver uma criança 
sendo separada da mãe por causa do processo de Destituição 
Familiar. Trabalhávamos em equipe, ainda que eu não pudesse 
decidir nada, a minha opinião era sempre muito bem-vinda 
para os profissionais.
 Apesar de trabalhar em um ambiente com pessoas 
amigáveis e solícitas e, sem muita pressão e competitividade, 
por ser órgão público, ainda mais eu que era uma estagiária 
que trabalhava apenas 6 horas por dia, isso não foi empecilho 
para o Burnout surgir na minha vida.
 Depois de quase um ano e meio trabalhando naquela 
rotina, fui percebendo que algo estava errado. Quando chega-
va na sala de audiência para preparar meu material de traba-
lho, meu coração começava acelerar. Por vezes, com um nó na 
garganta, eu chegava a querer chorar sem motivos. Cheguei ao 
ponto de ir conversar com uma Servidora que era espírita, 
mesmo eu não seguindo essa doutrina, queria entender de 
qualquer forma o que estava acontecendo comigo, naquela 
época eu tinha certeza que era algo espiritual que estava me 
deixando desestabilizada emocionalmente. Sentia algo muito 
ruim quando entrava na sala de audiência, algo que eu nunca 
havia sentido antes. Lembro que ela falou para eu imprimir o 
Salmo 23 e deixar na minha mesa e sempre fazer uma oração 
antes de iniciar meu trabalho e antes de ir embora.
 Comecei a fazer o que ela havia me falado, mas aquele 
sentimento ruim não passava. Cada dia parecia ser mais tenso. 
Eu só tinha aquela sensação quando pensava em ir para o 
trabalho ou quando chegava na porta do Fórum. Quando eu 
começava a ler o resumo dos processos que teria audiência no 
dia o meu coração acelerava ao ponto de eu pensar no pior. 
Aquelas audiências diárias começaram a abalar o meu emo-
cional. As audiências que, até então, eram comuns do nosso 
dia-a-dia começaram a me deixar arrasada, desmoronada e 
não era rara às vezes que eu ia para casa chorando.
 Alguns meses depois a juíza com quem eu trabalhava 
foi transferida e outra equipe veio para o departamento que 
eu trabalhava. Lembro que comecei a sentir algo muito estra-
nho em relação àquela equipe. Eram pessoas maravilhosas, a 
juíza que ficou no lugar era tão competente quanto a outra, 
mas algo me incomodava na forma que a equipe dela traba-
lhava e eu não sabia identificar o que era, mas percebi que algo 
estava acontecendo comigo. Não estava disposta a mudanças 
na forma de trabalhar, além disso tudo me irritava, queria 
seguir minha rotina, meus pensamentos. Porém, um belo dia 
percebi que eu já estava tratando mal as pessoas dentro 
daquele ambiente. Não era eu, até porque nunca falaria de 
forma tão ríspida com o Sr. Joãoa, ele sempre foi tão calmo, 
mas a até a tranquilidade dele estava me incomodando. Foi 
quando percebi a minha despersonalização. Não era a mesma 
Bárbara naquele ambiente.
 Quando passei no Exame de Ordem, ainda sem ter 
concluído a faculdade de Direito, não tive nenhum sentimento 
de alegria, conquista, realização, não consegui comemorar e 
nem esboçar um sorriso, foi quando procurei uma psicóloga e 
falei para ela que eu deveria estar com depressão ou com 
transtorno de ansiedade, relatei tudo que estava acontecendo 
comigo, o meu coração acelerado, minha labilidade emocional, 
impaciência com as pessoas o que, na maioria das vezes, torna-
va minha fala grosseira, frequentes dores musculares e de 
cabeça, uma angústia sem fim, mas, apesar disso tudo, ela 
afirmou que eu não tinha indício algum de depressão ou ansie-
dade.
 Naquela época decidi pedir para sair do estágio já que 
estava no último ano da faculdade. Já havia escolhido meu 
tema para o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), falaria 
sobre a importância da audiência de conciliação no ambiente 
familiar, mas decidi mudar o tema na última hora. Precisava 
entender o que estava acontecendo comigo, tinha certeza que 
o ambiente em que eu trabalhava estava me adoecendo. Foi aí 
que procurei meu orientador e perguntei se ele me ajudaria 
com o novo tema. Decidi falar sobre Doença Ocupacional.
 Me dediquei a finco nas pesquisas, comprei vários 
livros de psicologia, assisti vídeos, li revistas, documentários. 
Com o meu TCC concluído, fui estudar a apresentação e 
percebi que de fato o que eu tinha não era depressão. Mas o 
que eu tinha? O que poderia explicar tudo o que eu estava 
passando? O que poderia explicar aquele estresse emocional 
sem fim? Foi quando eu descobri a chamada Síndrome de 
Burnout. Fiz um estudo de caso completo e vi a importância 
de conhecer sobre a síndrome. Depois de muito estudo, já 
fora do ambiente laboral, consegui identificar o Burnout e 
superá-lo. Foi quando decidi escrever um livro falando não 
somente da minha experiência, mas quais são seus sintomas e 
qual o caminho que pode ser percorrido para a prevenção e 
superação do Esgotamento Profissional.
 Apesar da singularidade desse fenômeno, acredito 
que, no meu caso, o Burnout ocorreu porque eu não estava 
preparada emocionalmente para receber diariamente tantos 
estímulos negativos das experiências de outras pessoas, isso 
porque minha mente não era blindada contra esses excessos. 
Percebi que ficar 6 horas, trancada em uma sala auxiliando as 
pessoas a resolverem seus conflitos, começou a me trazer 
sérios problemas emocionais e se tornou uma verdadeira 
tortura permanecer naquele ambiente. Mas quando é que o 
trabalho se torna prejudicial a nossa saúde? 
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 Durante seis anos trabalhei como vendedora e posso 
garantir que a rotina era uma loucura, não apenas por ter que 
ficar 12 horas em pé nas datas festivas como o Natal, Dias das 
Mães e Dia dos Namorados, sem conseguir parar para comer, 
ouvindo os clientes pedindo desconto na base do grito, mas, 
porque muitas metas que nos eram impostas eram simples-
mente incompatíveis com a realidade. Além disso, o lema do 
comércio é “tempo é dinheiro”, portanto era comum ouvir de 
nossos gerentes que tirar férias definitivamente não era uma 
boa escolha.
 Apesar disso, quando a Síndrome se desenvolveu eu 
já estava em um contexto um tanto quanto diferente, não era 
todos vinham prontos para transformar a sala de audiência 
em um ringue, eu estava sempre com um sorriso no rosto. 
Sempre procurei tratar todos com muito amor e cuidado 
porque sabia que a situação para eles era extremamente 
desconfortável. Eles estavam lá para dar fim a uma história de 
amor, através do divórcio ou discutir a guarda dos filhos, valor 
de pensão alimentícias, entre outros casos.
 Nenhuma audiência era mais tensa quanto a da infân-
cia. Tais audiências eram realizadas sempre na presença da 
Juíza e do Promotor de Justiça. Eram audiências extensas e 
desgastantes. Conversar com famílias sobre a situação de risco 
das crianças era sempre algo muito delicado. Não era raro 
sairmos emocionalmente abalados depois de ver uma criança 
sendo separada da mãe por causa do processo de Destituição 
Familiar. Trabalhávamos em equipe, ainda que eu não pudesse 
decidir nada, a minha opinião era sempre muito bem-vinda 
para os profissionais.
 Apesar de trabalhar em um ambiente com pessoas 
amigáveis e solícitas e, sem muita pressão e competitividade, 
por ser órgão público, ainda mais eu que era uma estagiária 
que trabalhava apenas 6 horas por dia, isso não foi empecilho 
para o Burnout surgir na minha vida.
 Depois de quase um ano e meio trabalhando naquela 
rotina, fui percebendo que algo estava errado. Quando chega-
va na sala de audiência para preparar meu material de traba-
lho, meu coração começava acelerar. Por vezes, com um nó na 
garganta, eu chegava a querer chorar sem motivos. Cheguei ao 
ponto de ir conversar com uma Servidora que era espírita, 
mesmo eu não seguindo essa doutrina, queria entender de 
qualquer forma o que estava acontecendo comigo, naquelaépoca eu tinha certeza que era algo espiritual que estava me 
deixando desestabilizada emocionalmente. Sentia algo muito 
ruim quando entrava na sala de audiência, algo que eu nunca 
havia sentido antes. Lembro que ela falou para eu imprimir o 
Salmo 23 e deixar na minha mesa e sempre fazer uma oração 
antes de iniciar meu trabalho e antes de ir embora.
 Comecei a fazer o que ela havia me falado, mas aquele 
sentimento ruim não passava. Cada dia parecia ser mais tenso. 
Eu só tinha aquela sensação quando pensava em ir para o 
trabalho ou quando chegava na porta do Fórum. Quando eu 
começava a ler o resumo dos processos que teria audiência no 
dia o meu coração acelerava ao ponto de eu pensar no pior. 
Aquelas audiências diárias começaram a abalar o meu emo-
cional. As audiências que, até então, eram comuns do nosso 
dia-a-dia começaram a me deixar arrasada, desmoronada e 
não era rara às vezes que eu ia para casa chorando.
 Alguns meses depois a juíza com quem eu trabalhava 
foi transferida e outra equipe veio para o departamento que 
eu trabalhava. Lembro que comecei a sentir algo muito estra-
nho em relação àquela equipe. Eram pessoas maravilhosas, a 
juíza que ficou no lugar era tão competente quanto a outra, 
mas algo me incomodava na forma que a equipe dela traba-
lhava e eu não sabia identificar o que era, mas percebi que algo 
estava acontecendo comigo. Não estava disposta a mudanças 
na forma de trabalhar, além disso tudo me irritava, queria 
seguir minha rotina, meus pensamentos. Porém, um belo dia 
percebi que eu já estava tratando mal as pessoas dentro 
daquele ambiente. Não era eu, até porque nunca falaria de 
forma tão ríspida com o Sr. Joãoa, ele sempre foi tão calmo, 
mas a até a tranquilidade dele estava me incomodando. Foi 
quando percebi a minha despersonalização. Não era a mesma 
Bárbara naquele ambiente.
 Quando passei no Exame de Ordem, ainda sem ter 
concluído a faculdade de Direito, não tive nenhum sentimento 
de alegria, conquista, realização, não consegui comemorar e 
nem esboçar um sorriso, foi quando procurei uma psicóloga e 
falei para ela que eu deveria estar com depressão ou com 
transtorno de ansiedade, relatei tudo que estava acontecendo 
comigo, o meu coração acelerado, minha labilidade emocional, 
impaciência com as pessoas o que, na maioria das vezes, torna-
va minha fala grosseira, frequentes dores musculares e de 
cabeça, uma angústia sem fim, mas, apesar disso tudo, ela 
afirmou que eu não tinha indício algum de depressão ou ansie-
dade.
 Naquela época decidi pedir para sair do estágio já que 
estava no último ano da faculdade. Já havia escolhido meu 
tema para o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), falaria 
sobre a importância da audiência de conciliação no ambiente 
familiar, mas decidi mudar o tema na última hora. Precisava 
entender o que estava acontecendo comigo, tinha certeza que 
o ambiente em que eu trabalhava estava me adoecendo. Foi aí 
que procurei meu orientador e perguntei se ele me ajudaria 
com o novo tema. Decidi falar sobre Doença Ocupacional.
 Me dediquei a finco nas pesquisas, comprei vários 
livros de psicologia, assisti vídeos, li revistas, documentários. 
Com o meu TCC concluído, fui estudar a apresentação e 
percebi que de fato o que eu tinha não era depressão. Mas o 
que eu tinha? O que poderia explicar tudo o que eu estava 
passando? O que poderia explicar aquele estresse emocional 
sem fim? Foi quando eu descobri a chamada Síndrome de 
Burnout. Fiz um estudo de caso completo e vi a importância 
de conhecer sobre a síndrome. Depois de muito estudo, já 
fora do ambiente laboral, consegui identificar o Burnout e 
superá-lo. Foi quando decidi escrever um livro falando não 
somente da minha experiência, mas quais são seus sintomas e 
qual o caminho que pode ser percorrido para a prevenção e 
superação do Esgotamento Profissional.
 Apesar da singularidade desse fenômeno, acredito 
que, no meu caso, o Burnout ocorreu porque eu não estava 
preparada emocionalmente para receber diariamente tantos 
estímulos negativos das experiências de outras pessoas, isso 
porque minha mente não era blindada contra esses excessos. 
Percebi que ficar 6 horas, trancada em uma sala auxiliando as 
pessoas a resolverem seus conflitos, começou a me trazer 
15
sérios problemas emocionais e se tornou uma verdadeira 
tortura permanecer naquele ambiente. Mas quando é que o 
trabalho se torna prejudicial a nossa saúde? 
 Durante seis anos trabalhei como vendedora e posso 
garantir que a rotina era uma loucura, não apenas por ter que 
ficar 12 horas em pé nas datas festivas como o Natal, Dias das 
Mães e Dia dos Namorados, sem conseguir parar para comer, 
ouvindo os clientes pedindo desconto na base do grito, mas, 
porque muitas metas que nos eram impostas eram simples-
mente incompatíveis com a realidade. Além disso, o lema do 
comércio é “tempo é dinheiro”, portanto era comum ouvir de 
nossos gerentes que tirar férias definitivamente não era uma 
boa escolha.
 Apesar disso, quando a Síndrome se desenvolveu eu 
já estava em um contexto um tanto quanto diferente, não era 
todos vinham prontos para transformar a sala de audiência 
em um ringue, eu estava sempre com um sorriso no rosto. 
Sempre procurei tratar todos com muito amor e cuidado 
porque sabia que a situação para eles era extremamente 
desconfortável. Eles estavam lá para dar fim a uma história de 
amor, através do divórcio ou discutir a guarda dos filhos, valor 
de pensão alimentícias, entre outros casos.
 Nenhuma audiência era mais tensa quanto a da infân-
cia. Tais audiências eram realizadas sempre na presença da 
Juíza e do Promotor de Justiça. Eram audiências extensas e 
desgastantes. Conversar com famílias sobre a situação de risco 
das crianças era sempre algo muito delicado. Não era raro 
sairmos emocionalmente abalados depois de ver uma criança 
sendo separada da mãe por causa do processo de Destituição 
Familiar. Trabalhávamos em equipe, ainda que eu não pudesse 
decidir nada, a minha opinião era sempre muito bem-vinda 
para os profissionais.
 Apesar de trabalhar em um ambiente com pessoas 
amigáveis e solícitas e, sem muita pressão e competitividade, 
por ser órgão público, ainda mais eu que era uma estagiária 
que trabalhava apenas 6 horas por dia, isso não foi empecilho 
para o Burnout surgir na minha vida.
 Depois de quase um ano e meio trabalhando naquela 
rotina, fui percebendo que algo estava errado. Quando chega-
va na sala de audiência para preparar meu material de traba-
lho, meu coração começava acelerar. Por vezes, com um nó na 
garganta, eu chegava a querer chorar sem motivos. Cheguei ao 
ponto de ir conversar com uma Servidora que era espírita, 
mesmo eu não seguindo essa doutrina, queria entender de 
qualquer forma o que estava acontecendo comigo, naquela 
época eu tinha certeza que era algo espiritual que estava me 
deixando desestabilizada emocionalmente. Sentia algo muito 
ruim quando entrava na sala de audiência, algo que eu nunca 
havia sentido antes. Lembro que ela falou para eu imprimir o 
Salmo 23 e deixar na minha mesa e sempre fazer uma oração 
antes de iniciar meu trabalho e antes de ir embora.
 Comecei a fazer o que ela havia me falado, mas aquele 
sentimento ruim não passava. Cada dia parecia ser mais tenso. 
Eu só tinha aquela sensação quando pensava em ir para o 
trabalho ou quando chegava na porta do Fórum. Quando eu 
começava a ler o resumo dos processos que teria audiência no 
dia o meu coração acelerava ao ponto de eu pensar no pior. 
Aquelas audiências diárias começaram a abalar o meu emo-
cional. As audiências que, até então, eram comuns do nosso 
dia-a-dia começaram a me deixar arrasada, desmoronada e 
não era rara às vezes que eu ia para casa chorando.
 Alguns meses depois a juíza com quem eu trabalhava 
foi transferida e outra equipe veio para o departamento que 
eu trabalhava. Lembro que comecei a sentir algo muito estra-nho em relação àquela equipe. Eram pessoas maravilhosas, a 
juíza que ficou no lugar era tão competente quanto a outra, 
mas algo me incomodava na forma que a equipe dela traba-
lhava e eu não sabia identificar o que era, mas percebi que algo 
estava acontecendo comigo. Não estava disposta a mudanças 
na forma de trabalhar, além disso tudo me irritava, queria 
seguir minha rotina, meus pensamentos. Porém, um belo dia 
percebi que eu já estava tratando mal as pessoas dentro 
daquele ambiente. Não era eu, até porque nunca falaria de 
forma tão ríspida com o Sr. Joãoa, ele sempre foi tão calmo, 
mas a até a tranquilidade dele estava me incomodando. Foi 
quando percebi a minha despersonalização. Não era a mesma 
Bárbara naquele ambiente.
 Quando passei no Exame de Ordem, ainda sem ter 
concluído a faculdade de Direito, não tive nenhum sentimento 
de alegria, conquista, realização, não consegui comemorar e 
nem esboçar um sorriso, foi quando procurei uma psicóloga e 
falei para ela que eu deveria estar com depressão ou com 
transtorno de ansiedade, relatei tudo que estava acontecendo 
comigo, o meu coração acelerado, minha labilidade emocional, 
impaciência com as pessoas o que, na maioria das vezes, torna-
va minha fala grosseira, frequentes dores musculares e de 
cabeça, uma angústia sem fim, mas, apesar disso tudo, ela 
afirmou que eu não tinha indício algum de depressão ou ansie-
dade.
 Naquela época decidi pedir para sair do estágio já que 
estava no último ano da faculdade. Já havia escolhido meu 
tema para o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), falaria 
sobre a importância da audiência de conciliação no ambiente 
familiar, mas decidi mudar o tema na última hora. Precisava 
entender o que estava acontecendo comigo, tinha certeza que 
o ambiente em que eu trabalhava estava me adoecendo. Foi aí 
que procurei meu orientador e perguntei se ele me ajudaria 
com o novo tema. Decidi falar sobre Doença Ocupacional.
 Me dediquei a finco nas pesquisas, comprei vários 
livros de psicologia, assisti vídeos, li revistas, documentários. 
Com o meu TCC concluído, fui estudar a apresentação e 
percebi que de fato o que eu tinha não era depressão. Mas o 
que eu tinha? O que poderia explicar tudo o que eu estava 
passando? O que poderia explicar aquele estresse emocional 
sem fim? Foi quando eu descobri a chamada Síndrome de 
Burnout. Fiz um estudo de caso completo e vi a importância 
de conhecer sobre a síndrome. Depois de muito estudo, já 
fora do ambiente laboral, consegui identificar o Burnout e 
superá-lo. Foi quando decidi escrever um livro falando não 
somente da minha experiência, mas quais são seus sintomas e 
qual o caminho que pode ser percorrido para a prevenção e 
superação do Esgotamento Profissional.
 Apesar da singularidade desse fenômeno, acredito 
que, no meu caso, o Burnout ocorreu porque eu não estava 
preparada emocionalmente para receber diariamente tantos 
estímulos negativos das experiências de outras pessoas, isso 
porque minha mente não era blindada contra esses excessos. 
Percebi que ficar 6 horas, trancada em uma sala auxiliando as 
pessoas a resolverem seus conflitos, começou a me trazer 
sérios problemas emocionais e se tornou uma verdadeira 
tortura permanecer naquele ambiente. Mas quando é que o 
trabalho se torna prejudicial a nossa saúde? 
16
BURNOUT
18
 Exercemos muitos papéis ao longo do dia. Somos 
pais, filhos, amigos, irmãos e por aí vai, mas a maior parte do 
tempo estamos exercendo o papel profissional. Ainda, que 
todos os outros papeis sejam extremamente relevantes e 
importantes para a nossa vida, vinculamos a profissão com o 
sucesso e a busca por sua excelência com o trabalho árduo 
que, na maioria das vezes, nos leva para um caminho oposto 
ao desejado, isso porque pessoas que se sentem pressionadas 
para atingir o sucesso e o auto rendimento, vivem exigências 
altas demais que pode causar uma ambição associada as 
necessidades psicológicas disfuncionais e, assim, desenvol-
vem a Síndrome do Esgotamento Profissional ou Síndrome 
de Burnout.
 Todos passamos por momentos estressantes durante 
a vida, alguns dias são mais difíceis que os outros, contudo, a 
síndrome do esgotamento profissional, que trataremos nesse 
livro, está longe de ser um estresse normal do dia-a-dia e não 
é fácil identificar as razões específicas do seu surgimento.
 A síndrome de Burnout é um transtorno que apresen-
ta os mais variados sinais e sintomas em nosso corpo e mente, 
como, por exemplo, a perda de interesse para desenvolver 
qualquer atividade, dores musculares sem causa aparente, 
irritação, insônia, baixa autoestima, depressão e vários outros 
sinais, indicando que há um problema, podendo tornar-se 
crônico se não for dado a devida atenção para o seu tratamen-
to.
 A vida sedentária, a gestão por estresse nas empresas, 
o ritmo acelerado de vida, a cobrança desmesurada no traba-
lho, ambiente laboral tenso, e outros, são fatores que poten-
cializam a ocorrência de transtornos do humor e da mente. O 
ambiente laboral é o local onde passamos a maior parte de 
nosso dia e, um ambiente de trabalho carregado como descri-
to, faz campo propício para o aparecimento da Síndrome do 
Esgotamento Profissional. Além de trazer o conceito e anali-
sar a existência da Síndrome de Burnout no indivíduo, este 
livro veio para mostrar que, através de uma mudança de com-
portamento e da mente, podemos evitar, prevenir e, em 
alguns casos, até curar o profissional que está passando por 
esse Esgotamento Profissional durante a relação de emprego.
 Quantas vezes você acordou com o despertador 
tocando e desejou não se levantar para trabalhar? Queria 
desligar não só o despertador, mas também o resto do mundo 
e dos problemas? 
 O esgotamento mental não abala somente o prazer de 
levantar-se da cama e viver, mas atinge também a sua saúde 
emocional e o desenvolvimento da inteligência cognitiva.
 No artigo “Globalização e melancolia: a depressão 
como doença ocupacional”, Susanne Rüdiger menciona 
dados revelados pela Organização Internacional do Trabalho 
que alerta quais as consequências que o estresse relacionado 
com o trabalho traz para a saúde do trabalhador, ressaltando 
ainda que a crise econômica e a recessão como principais 
desencadeadores da ansiedade, da depressão e de outros 
distúrbios mentais, senão vejamos: 
O BURNOUT
 Diante disso, faz-se relevante discutir acerca do 
desenvolvimento da síndrome de Burnout no ambiente labo-
ral, buscando analisar até que ponto o esgotamento mental e 
o trabalho refletem um sobre o outro, tendo em vista que 
somos um ser único e raramente conseguimos fazer uma 
divisão clara dos nossos papeis dentro dos ambientes que 
estamos inseridos.
 Sou advogada e coach e toda minha experiência abriu 
uma janela singular para trabalhar este material. O objetivo 
deste livro não é apenas fornecer conhecimento, esclarecendo 
a situação do trabalhador atingido pelo infortúnio e quais os 
fatores, atitudes e comportamentos na empresa que são o 
gatilho para a ocorrência da Síndrome de Burnout no ambien-
te de trabalho, mas também tem como foco transformar 
verdadeiramente seu estilo de vida.
 Para ajudá-lo, ao final de cada capítulo teremos uma 
ferramenta de coaching para você já iniciar essa jornada de 
transformação 
19
 Exercemos muitos papéis ao longo do dia. Somos 
pais, filhos, amigos, irmãos e por aí vai, mas a maior parte do 
tempo estamos exercendo o papel profissional. Ainda, que 
todos os outros papeis sejam extremamente relevantes e 
importantes para a nossa vida, vinculamos a profissão com o 
sucesso e a busca por sua excelência com o trabalho árduo 
que, na maioria das vezes, nos leva para um caminho oposto 
ao desejado, isso porque pessoas que se sentem pressionadas 
para atingir o sucesso e o auto rendimento, vivem exigências 
altas demais que pode causar uma ambição associada as 
necessidades psicológicasdisfuncionais e, assim, desenvol-
vem a Síndrome do Esgotamento Profissional ou Síndrome 
de Burnout.
 Todos passamos por momentos estressantes durante 
a vida, alguns dias são mais difíceis que os outros, contudo, a 
síndrome do esgotamento profissional, que trataremos nesse 
livro, está longe de ser um estresse normal do dia-a-dia e não 
é fácil identificar as razões específicas do seu surgimento.
 A síndrome de Burnout é um transtorno que apresen-
ta os mais variados sinais e sintomas em nosso corpo e mente, 
como, por exemplo, a perda de interesse para desenvolver 
qualquer atividade, dores musculares sem causa aparente, 
irritação, insônia, baixa autoestima, depressão e vários outros 
sinais, indicando que há um problema, podendo tornar-se 
crônico se não for dado a devida atenção para o seu tratamen-
to.
 A vida sedentária, a gestão por estresse nas empresas, 
o ritmo acelerado de vida, a cobrança desmesurada no traba-
lho, ambiente laboral tenso, e outros, são fatores que poten-
cializam a ocorrência de transtornos do humor e da mente. O 
ambiente laboral é o local onde passamos a maior parte de 
nosso dia e, um ambiente de trabalho carregado como descri-
to, faz campo propício para o aparecimento da Síndrome do 
Esgotamento Profissional. Além de trazer o conceito e anali-
sar a existência da Síndrome de Burnout no indivíduo, este 
livro veio para mostrar que, através de uma mudança de com-
portamento e da mente, podemos evitar, prevenir e, em 
alguns casos, até curar o profissional que está passando por 
esse Esgotamento Profissional durante a relação de emprego.
 Quantas vezes você acordou com o despertador 
tocando e desejou não se levantar para trabalhar? Queria 
desligar não só o despertador, mas também o resto do mundo 
e dos problemas? 
 O esgotamento mental não abala somente o prazer de 
levantar-se da cama e viver, mas atinge também a sua saúde 
emocional e o desenvolvimento da inteligência cognitiva.
 No artigo “Globalização e melancolia: a depressão 
como doença ocupacional”, Susanne Rüdiger menciona 
dados revelados pela Organização Internacional do Trabalho 
que alerta quais as consequências que o estresse relacionado 
com o trabalho traz para a saúde do trabalhador, ressaltando 
ainda que a crise econômica e a recessão como principais 
desencadeadores da ansiedade, da depressão e de outros 
distúrbios mentais, senão vejamos: 
 Diante disso, faz-se relevante discutir acerca do 
desenvolvimento da síndrome de Burnout no ambiente labo-
ral, buscando analisar até que ponto o esgotamento mental e 
o trabalho refletem um sobre o outro, tendo em vista que 
somos um ser único e raramente conseguimos fazer uma 
divisão clara dos nossos papeis dentro dos ambientes que 
estamos inseridos.
 Sou advogada e coach e toda minha experiência abriu 
uma janela singular para trabalhar este material. O objetivo 
deste livro não é apenas fornecer conhecimento, esclarecendo 
a situação do trabalhador atingido pelo infortúnio e quais os 
fatores, atitudes e comportamentos na empresa que são o 
gatilho para a ocorrência da Síndrome de Burnout no ambien-
te de trabalho, mas também tem como foco transformar 
verdadeiramente seu estilo de vida.
 Para ajudá-lo, ao final de cada capítulo teremos uma 
ferramenta de coaching para você já iniciar essa jornada de 
transformação 
20
 Exercemos muitos papéis ao longo do dia. Somos 
pais, filhos, amigos, irmãos e por aí vai, mas a maior parte do 
tempo estamos exercendo o papel profissional. Ainda, que 
todos os outros papeis sejam extremamente relevantes e 
importantes para a nossa vida, vinculamos a profissão com o 
sucesso e a busca por sua excelência com o trabalho árduo 
que, na maioria das vezes, nos leva para um caminho oposto 
ao desejado, isso porque pessoas que se sentem pressionadas 
para atingir o sucesso e o auto rendimento, vivem exigências 
altas demais que pode causar uma ambição associada as 
necessidades psicológicas disfuncionais e, assim, desenvol-
vem a Síndrome do Esgotamento Profissional ou Síndrome 
de Burnout.
 Todos passamos por momentos estressantes durante 
a vida, alguns dias são mais difíceis que os outros, contudo, a 
síndrome do esgotamento profissional, que trataremos nesse 
livro, está longe de ser um estresse normal do dia-a-dia e não 
é fácil identificar as razões específicas do seu surgimento.
 A síndrome de Burnout é um transtorno que apresen-
ta os mais variados sinais e sintomas em nosso corpo e mente, 
como, por exemplo, a perda de interesse para desenvolver 
qualquer atividade, dores musculares sem causa aparente, 
irritação, insônia, baixa autoestima, depressão e vários outros 
sinais, indicando que há um problema, podendo tornar-se 
crônico se não for dado a devida atenção para o seu tratamen-
to.
 A vida sedentária, a gestão por estresse nas empresas, 
o ritmo acelerado de vida, a cobrança desmesurada no traba-
lho, ambiente laboral tenso, e outros, são fatores que poten-
cializam a ocorrência de transtornos do humor e da mente. O 
ambiente laboral é o local onde passamos a maior parte de 
nosso dia e, um ambiente de trabalho carregado como descri-
to, faz campo propício para o aparecimento da Síndrome do 
Esgotamento Profissional. Além de trazer o conceito e anali-
sar a existência da Síndrome de Burnout no indivíduo, este 
livro veio para mostrar que, através de uma mudança de com-
portamento e da mente, podemos evitar, prevenir e, em 
alguns casos, até curar o profissional que está passando por 
esse Esgotamento Profissional durante a relação de emprego.
 Quantas vezes você acordou com o despertador 
tocando e desejou não se levantar para trabalhar? Queria 
desligar não só o despertador, mas também o resto do mundo 
e dos problemas? 
 O esgotamento mental não abala somente o prazer de 
levantar-se da cama e viver, mas atinge também a sua saúde 
emocional e o desenvolvimento da inteligência cognitiva.
 No artigo “Globalização e melancolia: a depressão 
como doença ocupacional”, Susanne Rüdiger menciona 
dados revelados pela Organização Internacional do Trabalho 
que alerta quais as consequências que o estresse relacionado 
com o trabalho traz para a saúde do trabalhador, ressaltando 
ainda que a crise econômica e a recessão como principais 
desencadeadores da ansiedade, da depressão e de outros 
distúrbios mentais, senão vejamos: 
 Diante disso, faz-se relevante discutir acerca do 
desenvolvimento da síndrome de Burnout no ambiente labo-
ral, buscando analisar até que ponto o esgotamento mental e 
o trabalho refletem um sobre o outro, tendo em vista que 
somos um ser único e raramente conseguimos fazer uma 
divisão clara dos nossos papeis dentro dos ambientes que 
estamos inseridos.
 Sou advogada e coach e toda minha experiência abriu 
uma janela singular para trabalhar este material. O objetivo 
deste livro não é apenas fornecer conhecimento, esclarecendo 
a situação do trabalhador atingido pelo infortúnio e quais os 
fatores, atitudes e comportamentos na empresa que são o 
gatilho para a ocorrência da Síndrome de Burnout no ambien-
te de trabalho, mas também tem como foco transformar 
verdadeiramente seu estilo de vida.
 Para ajudá-lo, ao final de cada capítulo teremos uma 
ferramenta de coaching para você já iniciar essa jornada de 
transformação 
21
 Exercemos muitos papéis ao longo do dia. Somos 
pais, filhos, amigos, irmãos e por aí vai, mas a maior parte do 
tempo estamos exercendo o papel profissional. Ainda, que 
todos os outros papeis sejam extremamente relevantes e 
importantes para a nossa vida, vinculamos a profissão com o 
sucesso e a busca por sua excelência com o trabalho árduo 
que, na maioria das vezes, nos leva para um caminho oposto 
ao desejado, isso porque pessoas que se sentem pressionadas 
para atingir o sucesso e o auto rendimento, vivem exigências 
altas demais que pode causar uma ambição associada as 
necessidades psicológicas disfuncionais e,assim, desenvol-
vem a Síndrome do Esgotamento Profissional ou Síndrome 
de Burnout.
 Todos passamos por momentos estressantes durante 
a vida, alguns dias são mais difíceis que os outros, contudo, a 
síndrome do esgotamento profissional, que trataremos nesse 
livro, está longe de ser um estresse normal do dia-a-dia e não 
é fácil identificar as razões específicas do seu surgimento.
 A síndrome de Burnout é um transtorno que apresen-
ta os mais variados sinais e sintomas em nosso corpo e mente, 
como, por exemplo, a perda de interesse para desenvolver 
qualquer atividade, dores musculares sem causa aparente, 
irritação, insônia, baixa autoestima, depressão e vários outros 
sinais, indicando que há um problema, podendo tornar-se 
crônico se não for dado a devida atenção para o seu tratamen-
to.
 A vida sedentária, a gestão por estresse nas empresas, 
o ritmo acelerado de vida, a cobrança desmesurada no traba-
lho, ambiente laboral tenso, e outros, são fatores que poten-
cializam a ocorrência de transtornos do humor e da mente. O 
ambiente laboral é o local onde passamos a maior parte de 
nosso dia e, um ambiente de trabalho carregado como descri-
to, faz campo propício para o aparecimento da Síndrome do 
Esgotamento Profissional. Além de trazer o conceito e anali-
sar a existência da Síndrome de Burnout no indivíduo, este 
livro veio para mostrar que, através de uma mudança de com-
portamento e da mente, podemos evitar, prevenir e, em 
alguns casos, até curar o profissional que está passando por 
esse Esgotamento Profissional durante a relação de emprego.
 Quantas vezes você acordou com o despertador 
tocando e desejou não se levantar para trabalhar? Queria 
desligar não só o despertador, mas também o resto do mundo 
e dos problemas? 
 O esgotamento mental não abala somente o prazer de 
levantar-se da cama e viver, mas atinge também a sua saúde 
emocional e o desenvolvimento da inteligência cognitiva.
 No artigo “Globalização e melancolia: a depressão 
como doença ocupacional”, Susanne Rüdiger menciona 
dados revelados pela Organização Internacional do Trabalho 
que alerta quais as consequências que o estresse relacionado 
com o trabalho traz para a saúde do trabalhador, ressaltando 
ainda que a crise econômica e a recessão como principais 
desencadeadores da ansiedade, da depressão e de outros 
distúrbios mentais, senão vejamos: 
“O stresse relacionado com o trabalho e as suas consequ-
ências para a saúde tornaram-se numa questão extrema-
mente preocupante. As empresas estão cada vez mais a ser 
confrontadas com casos de assédio psicológico, intimida-
ção, assédio moral, assédio sexual e outras formas de 
violência. Numa tentativa de lidar com o stresse, os traba-
lhadores poderão recorrer a comportamentos pouco 
saudáveis, tais como o abuso de álcool e drogas. Foram 
identificadas relações entre o stresse e doenças músculo-
-esqueléticas, cardíacas e do sistema digestivo. Se prolon-
gado, o stresse relacionado com o trabalho pode contri-
buir para o surgimento de doenças cardiovasculares 
graves. Além disso, a crise econômica e a recessão levaram 
a um aumento do stresse relacionado com o traba-
lho, da ansiedade, da depressão e de outros distúrbios 
mentais, tendo mesmo conduz ido algumas pessoas ao 
extremo do suicídio”.40 
 
 Diante disso, faz-se relevante discutir acerca do 
desenvolvimento da síndrome de Burnout no ambiente labo-
ral, buscando analisar até que ponto o esgotamento mental e 
o trabalho refletem um sobre o outro, tendo em vista que 
somos um ser único e raramente conseguimos fazer uma 
divisão clara dos nossos papeis dentro dos ambientes que 
estamos inseridos.
 Sou advogada e coach e toda minha experiência abriu 
uma janela singular para trabalhar este material. O objetivo 
deste livro não é apenas fornecer conhecimento, esclarecendo 
a situação do trabalhador atingido pelo infortúnio e quais os 
fatores, atitudes e comportamentos na empresa que são o 
gatilho para a ocorrência da Síndrome de Burnout no ambien-
te de trabalho, mas também tem como foco transformar 
verdadeiramente seu estilo de vida.
 Para ajudá-lo, ao final de cada capítulo teremos uma 
ferramenta de coaching para você já iniciar essa jornada de 
transformação 
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 Exercemos muitos papéis ao longo do dia. Somos 
pais, filhos, amigos, irmãos e por aí vai, mas a maior parte do 
tempo estamos exercendo o papel profissional. Ainda, que 
todos os outros papeis sejam extremamente relevantes e 
importantes para a nossa vida, vinculamos a profissão com o 
sucesso e a busca por sua excelência com o trabalho árduo 
que, na maioria das vezes, nos leva para um caminho oposto 
ao desejado, isso porque pessoas que se sentem pressionadas 
para atingir o sucesso e o auto rendimento, vivem exigências 
altas demais que pode causar uma ambição associada as 
necessidades psicológicas disfuncionais e, assim, desenvol-
vem a Síndrome do Esgotamento Profissional ou Síndrome 
de Burnout.
 Todos passamos por momentos estressantes durante 
a vida, alguns dias são mais difíceis que os outros, contudo, a 
síndrome do esgotamento profissional, que trataremos nesse 
livro, está longe de ser um estresse normal do dia-a-dia e não 
é fácil identificar as razões específicas do seu surgimento.
 A síndrome de Burnout é um transtorno que apresen-
ta os mais variados sinais e sintomas em nosso corpo e mente, 
como, por exemplo, a perda de interesse para desenvolver 
qualquer atividade, dores musculares sem causa aparente, 
irritação, insônia, baixa autoestima, depressão e vários outros 
sinais, indicando que há um problema, podendo tornar-se 
crônico se não for dado a devida atenção para o seu tratamen-
to.
 A vida sedentária, a gestão por estresse nas empresas, 
o ritmo acelerado de vida, a cobrança desmesurada no traba-
lho, ambiente laboral tenso, e outros, são fatores que poten-
cializam a ocorrência de transtornos do humor e da mente. O 
ambiente laboral é o local onde passamos a maior parte de 
nosso dia e, um ambiente de trabalho carregado como descri-
to, faz campo propício para o aparecimento da Síndrome do 
Esgotamento Profissional. Além de trazer o conceito e anali-
sar a existência da Síndrome de Burnout no indivíduo, este 
livro veio para mostrar que, através de uma mudança de com-
portamento e da mente, podemos evitar, prevenir e, em 
alguns casos, até curar o profissional que está passando por 
esse Esgotamento Profissional durante a relação de emprego.
 Quantas vezes você acordou com o despertador 
tocando e desejou não se levantar para trabalhar? Queria 
desligar não só o despertador, mas também o resto do mundo 
e dos problemas? 
 O esgotamento mental não abala somente o prazer de 
levantar-se da cama e viver, mas atinge também a sua saúde 
emocional e o desenvolvimento da inteligência cognitiva.
 No artigo “Globalização e melancolia: a depressão 
como doença ocupacional”, Susanne Rüdiger menciona 
dados revelados pela Organização Internacional do Trabalho 
que alerta quais as consequências que o estresse relacionado 
com o trabalho traz para a saúde do trabalhador, ressaltando 
ainda que a crise econômica e a recessão como principais 
desencadeadores da ansiedade, da depressão e de outros 
distúrbios mentais, senão vejamos: 
 Diante disso, faz-se relevante discutir acerca do 
desenvolvimento da síndrome de Burnout no ambiente labo-
ral, buscando analisar até que ponto o esgotamento mental e 
o trabalho refletem um sobre o outro, tendo em vista que 
somos um ser único e raramente conseguimos fazer uma 
divisão clara dos nossos papeis dentro dos ambientes que 
estamos inseridos.
 Sou advogada e coach e toda minha experiência abriu 
uma janela singular para trabalhar este material. O objetivo 
deste livro não é apenas fornecer conhecimento, esclarecendo 
a situação do trabalhador atingido pelo infortúnio e quais os 
fatores, atitudes e comportamentos na empresa que são o 
gatilho para

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