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GEOLOGIA - Unidade V - Processos Erosivos e as Rochas Sedimentares - teorico

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Geologia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Carlos Eduardo Martins 
Revisão Textual:
Prof. Esp. Tiago Araújo Vieira
Processos Erosivos e as Rochas Sedimentares
5
• Introdução
• Intemperismo
• Sedimentação ou deposição
• Estratificação ou acamamento
• Classificação granulométrica dos sedimentos
 · A unidade tem por objetivo analisar as causas e processos que levam à 
formação das rochas sedimentares, bem como enumerar e analisar alguns 
tipos de rochas sedimentares.
Nesta unidade, assim como nas anteriores, você terá acesso a diversos recursos que o (a) 
auxiliarão a entender melhor o nosso tema: os processos erosivos e as rochas sedimentares.
Veja o mapa mental, que sintetiza a estrutura do assunto tratado neste módulo.
Fique atento aos prazos das atividades que serão colocadas no ar.
Recorra sempre que possível às videoaulas e ao PowerPoint narrado para tirar eventuais 
dúvidas sobre o conteúdo teórico.
Participe do fórum de discussão proposto para o tema.
No seu tempo livre, procure pesquisar as fontes do material complementar.
Além disto, procure pesquisar o máximo que puder sobre o tema: Processos erosivos e 
as rochas sedimentares. Há inúmeros conteúdos na internet que são bastante úteis para o 
seu estudo e para a sua formação profissional.
Processos Erosivos e as Rochas Sedimentares
6
Unidade: Processos Erosivos e as Rochas Sedimentares
Contextualização
Avanço das dunas no Litoral do Piauí faz moradores abandonar casas
Problema acontece na Praia de Maramá, cidade de Luís Correia. A Secretaria do Meio 
Ambiente diz que projetos não contemplam a área.
O avanço das dunas no litoral piauiense está obrigando algumas famílias a abandonarem 
suas casas. Segundo a aposentada Maria Evangelista Almeida, o problema está afligindo os 
moradores da Praia de Maramá, na cidade de Luís Correia. Ela explica que teve a casa invadida 
pela areia e que o avanço das dunas foi muito rápido.
7
Introdução
A origem das rochas sedimentares está ligada à dinâmica que ocorre na superfície terrestre 
à qual denominamos de intemperismo ou meteorização.
O intemperismo diz respeito às transformações pelas quais passam as massas rochosas 
originadas pela atividade das forças endógenas ou tectônicas, devido à ação química, física e 
biológica das forças exógenas chamadas de intempéricas, ou meteóricas, de meteorização, isto 
é, a radiação solar, o vento, a chuva, os rios, a vegetação, e a vida animal, incluindo o homem.
A decomposição dos processos formadores e modeladores pode induzir à ideia de que as 
forças endógenas constroem as formas da superfície enquanto as forças exógenas as degradam. 
Este tipo de percepção é o mesmo que afirma a existência de um processo cíclico que regulam 
a paisagem. Sob essa perspectiva podemos inter-relacionar a tectônica de placas aos climas 
atuantes na superfície terrestre.
Intemperismo
Do ponto de vista cíclico, o intemperismo 
seria a origem do processo de formação das 
rochas sedimentares, supondo-se que uma 
massa rochosa pré-existente seja exposta 
à ação degradadora das forças exógenas, 
lideradas pela água e pelo ar.
Pressupostamente entende-se que o 
intemperismo age diretamente nas camadas 
mais externas das rochas, podendo atuar no 
seu interior devido à porosidade pré-existente 
(planos de estratificação, fraturas, falhas, 
diáclases etc., os quais serão mencionados 
mais à frente).
O granito é a rocha que apresenta uma 
resposta inequívoca e clássica ao intemperismo. 
Seu comportamento apresenta uma tendência 
a descamar-se em corpos arredondados 
(esfoliação esferoidal) cada vez menores até 
que a massa rochosa seja completamente 
denudada (rebaixada) e dê lugar a uma 
depressão aplainada (Figura 1).
Figura 1. Esfoliação esferoidal do granito.
Adaptado de Small, 1978
8
Unidade: Processos Erosivos e as Rochas Sedimentares
Intemperismo físico ou mecânico
O intemperismo físico ou mecânico é caracterizado pela desagregação dos cristais por 
meio de abrasão, choque, tração, dilatação-contração, entre outras forças; teoricamente, sem 
alteração química dos componentes. Os produtos do intemperismo físico ou mecânico são 
denominados de terrígenos ou epiclásticos.
Podemos subdividir o intemperismo físico em:
Termoclastia: 
é a desagregação das camadas superiores das rochas devido 
à amplitude térmica diária, no caso dos climas áridos, que 
podem alcançar os 50°C; ou sazonal (Figura 2).
Figura 2. Intemperismo físico termoclástico.
Fonte: Wikimedia Commons
Crioclastia:
é a desagregação promovida pela oscilação água-gelo 
decorrente da sazonalidade dos climas frios. A água penetra 
nas fissuras da rocha no período mais quente e congela na 
estação fria. O gelo dilata e produz uma pressão de até 14 
kg/m² (POMEROL et al, 2013) sobre as paredes das fissuras, 
promovendo, então, a desagregação das camadas superiores 
ou mesmo de blocos de rochas (Figura 3).
Figura 3. Intemperismo físico por crioclastia.
Fonte: Wikimedia Commons
9
Haloclastia:
é a desagregação, muito similar à crioclastia, devida ao 
crescimento por hidratação de cristais salinos, migrados para a 
parte interna da rocha por meio da porosidade pré-existente, 
pela água de circulação intersticial (percolação). Esta dilatação 
dos minerais provoca a eliminação da coesão progressiva dos 
minerais das rochas.
Há diversas formas de intemperismo abrasivo decorrentes de choque de partículas contra 
a superfície rochosa. Estes processos geram formas bastante peculiares e que refletem a 
ausência do trabalho da água, em se tratando de regiões áridas, ou, pelo contrário, do trabalho 
excessivamente mecânico da água, especialmente em regiões costeiras.
O Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa, Paraná, guarda remanescentes de 
intemperismo físico, predominantemente, eólico, sobre arenitos do período Carbonífero da 
era Paleozoica. A Figura 4 apresenta a feição considerada símbolo da significância dessa 
morfologia tão peculiar.
Figura 4. A Taça. Feição residual de arenito sob intenso intemperismo físico.
Fonte: Wikimedia Commons
Intemperismo químico
O intemperismo químico se dá pela decomposição ou alteração ao nível molecular dos 
cristais das rochas.
No intemperismo químico, a decomposição ocorre quando os minerais agregados, aqueles 
que são solúveis, encontram-se na presença de um solvente como a água, e são removidos 
e migram para fora da composição mineral que caracterizava a rocha. Normalmente, a fase 
sólida ou não solúvel permanece dando origem à cobertura pedológica, solo ou manto de 
alteração. Nestes é que podem ocorrer as concentrações minerais de interesse econômico 
como, por exemplo: o alumínio, o ferro, o manganês, o urânio etc..
10
Unidade: Processos Erosivos e as Rochas Sedimentares
Os elementos residuais podem não permanecer perpetuamente no seu local de origem, 
podendo ser removidos mecanicamente por forças abrasivas, ou de tração, para ambientes 
deposicionais. Podemos subdividir os processos de alteração química das rochas em:
Figura 5. Paisagem cárstica, Eslovênia.
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 6. Caverna Dominica, Eslovênia.
Fonte: Wikimedia Commons
Hidrólise::
é a decomposição mineral pela adição de uma molécula de água 
(H-O-H), a partir da qual o H (positivo) se liga ao ânion, e o OH 
(negativo) se liga ao cátion da molécula quebrada. Este processo 
solubiliza os minerais residuais do processo de dissolução.
Como exemplo do processo de quebra por hidrólise, a passagem abaixo representa o 
processo de eliminação do potássio (k) no ambiente, quando da transformação do feldspato 
em caulinita, na presença da água.
4KAlSi3O8(fedspato) + 22H2O → Al4Si4O16(OH)8(caulinita) + 4K + 4OH
-+8H4SiO4
11
Um aspecto que deve ser levando em conta em relação à alteração das rochas é a temperatura. 
Quanto mais quente é o clima, desde que haja disponibilidade de água percolante, maior é a 
velocidade das reações de quebra mineral. A Figura 7 apresenta um esquema da relação entre 
as variáveis exógenas, preferencialmenteclimatobotânicas, e os produtos de intemperismo.
Intemperismo biológico
O intemperismo biológico deve-se à ação química ou física dos seres vivos, isto é, tanto 
plantas, como animais dos mais diversos portes, podem atuar tanto na desagregação física, 
quanto na decomposição química das rochas.
Esta modalidade de transformação das rochas apresenta um espectro escalar que vai da ação 
química microbiológica na síntese de minerais, para a respiração anaeróbica e consequente 
liberação de compostos ácidos (Figura 8), até a ação mecânica de arvores e animais de grande 
porte (Figura 9).
Figura 8. Ação intempérica bioquímica sobre a rocha. Figura 9. Ação intempérica mecânica sobre a rocha.
Wikimedia Commons Wikimedia Commons
Figura 7. Variáveis exógenas e produto de intemperismo.
Fonte: POMEROL et al (2013, p. 666)
12
Unidade: Processos Erosivos e as Rochas Sedimentares
A ação humana pode ser responsabilizada pela transformação das rochas na escala desta 
atividade e na sua área de influência, que pode ser de alguns metros, a algumas dezenas de 
quilômetros, como os casos dos desastres tecnológicos, por exemplo.
De qualquer forma, o intemperismo, seja ele físico, químico ou biológico, é responsável pela 
alteração das camadas superiores das rochas, disponibilizando os minerais ou os fragmentos 
de rocha para as próximas etapas do processo.
Os produtos do intemperismo químico e biológico são, em geral, difíceis de serem 
distinguidos, pois podem ter sofrido ação química ou biológica. Assim são denominados de 
forma geral, de alobioquímicos. Os sedimentos que dão origem às rochas carbonáticas são um 
bom exemplo deste processo.
Erosão
A erosão atua no âmbito da mobilização dos produtos do intemperismo precedente, agora, 
considerados materiais sedimentares como solutos e fragmentos de rocha, disponibilizando-os 
para o transporte.
Transporte
O transporte de material sedimentar é o conjunto de forças responsável pela remoção (por 
suspensão, saltação e arrasto) do material sedimentar da área de ocorrência do intemperismo 
e erosão carreando-o para os ambientes de sedimentação ou de deposição. Os meios de 
transporte de sedimentos são os classificados por: ação dos movimentos de massa, ação dos 
fluidos e ações gravitacionais em encostas e em geleiras.
Os movimentos de massa são os deslizamentos e escorregamentos frequentemente 
observados em vertentes montanhosas muito declivosas. Determinadas condições como a 
umidade excessiva podem eliminar a coesão da cobertura pedológica, vegetal e até, de gelo 
sobre a rocha sã. Como consequência, o material desliza ou escorrega pela vertente abaixo até 
ser depositado na base da vertente, onde a ruptura de declive marca a mudança na direção e 
de velocidade do deslocamento dos sedimentos.
Os fluidos, no caso, a água e o vento, são agentes de transporte de sedimentos pela superfície.
Transporte pela 
água:
neste caso, tanto a água como os próprios sedimentos, estão à mercê 
da ação gravitacional, entretanto a força da corrente vai determinar 
o alcance horizontal da viagem e o porte dos sedimentos. Quanto 
mais forte o fluxo, maior a distância e a diversidade de sedimentos 
transportados (Figura 10).
 
13
Figura 10. Transporte pela água (fluvial), rio Betsiboka, Madagascar.
Fonte: nasa.gov
Transporte pelo 
vento:
a energia cinética presente nas correntes de ar é capaz de colocar 
partículas sólidas (sedimentos) em suspensão e deslocá-las por 
grandes distâncias até finalmente depositá-las (Figura 11)
Figura 11. Intemperismo físico pela ação do vento. 
A Onda, erosão eólica do Arenito Navajo, Arizona – Utah, EUA.
Fonte: nasa.gov
Transporte por 
movimento de 
geleira:
a mobilidade das geleiras também é responsável pelo 
transporte de solutos e fragmentos de rochas. Sob a 
influência da gravidade, a geleira está sempre sendo 
empurrada para as depressões do terreno. Neste 
trajeto, a geleira cumpre todas as ações anteriormente 
atribuídas aos outros elementos (Figura 12).
14
Unidade: Processos Erosivos e as Rochas Sedimentares
Figura 12. Intemperismo físico resultante da movimentação e recuo de uma geleira, com a formação 
do relevo em U (1) e estriamento da superfície do embasamento cristalino (2).
Fonte: opengeography.org, education.usgs.gov
De forma mais abrangente, além das ações já descritas, as geleiras são responsáveis pela modelagem 
do terreno que as abriga. Após grandes mudanças climáticas que encerram períodos glaciais, o gelo 
desaparece revelando a forma em U, típica dos relevos que sustentaram as geleiras por centenas ou 
milhares de anos, e a forma fica gravada na paisagem, como mostra a Figura 12-1.
As marcas deixadas pela geleira são encontradas pontualmente em afloramentos rochosos 
(Figura 12-2), nos quais a direção do deslocamento da geleira produz o atrito dos fragmentos 
de rocha sobre o embasamento cristalino. O resultado deste processo é o aparecimento de 
feições do tipo: estriamento glacial. As estrias glaciais existentes em vários continentes foram 
utilizadas por Alfred Wegener, em 1914, para a defesa da sua teoria da Deriva dos Continentes, 
primeira tentativa da história na defesa da mobilidade da superfície terrestre. O Município 
de Salto, estado de São Paulo, detém um dos poucos remanescentes de estriamento glacial 
encontrados no mundo, situado nas dependências do Parque Rocha Moutonnée.
A Rocha Moutonnée de Salto, é um granito róseo, remanescente do embasamento cristalino 
atingido pela movimentação de uma geleira que cobriu a porção centro-sul da América do Sul, 
na Era Paleozoica (Figura 13).
Figura 13. Rocha Moutonnée, Salto, São Paulo, 
os traços sub-horizontais e paralelos são estriamentos paleozoicos.
15
É importante salientar que, tanto o fluxo d’água, quanto o vento atuam como agentes 
intempéricos físicos, já que os materiais transportados estão em contato permanente com a 
superfície da rocha por onde passam, contribuindo para o seu desgaste, por abrasão.
Os movimentos de massa são fenômenos de movimentação gravitacional natural (podendo 
também ser induzidos pela atividade humana), irregular e de escalas variadíssimas, que têm 
como característica o transporte de solo, de vegetais e de rocha.
O que se deve considerar, em todos os casos, é que em determinada ocasião o material 
que compõe a cobertura pedológica das encostas íngremes deve mover-se e, no geral, esse 
movimento é instantâneo e de grande magnitude morfológica, isto é, pode causar grandes 
mudanças na paisagem.
A maior problemática causada pelos movimentos de massa são as perdas humanas e 
materiais. A Figura 14 apresenta o movimento de massa ocorrido em uma comunidade rural 
do Afeganistão, em 02/05/2014.
Figura 14. Movimento de massa em encosta 
íngreme sobre vilarejo no Afeganistão.
Fonte: cdn.theatlantic.com
16
Unidade: Processos Erosivos e as Rochas Sedimentares
Sedimentação ou deposição
A deposição dos sedimentos transportados é o resultado de uma combinação de fatores 
adversos à capacidade de transporte dos fluidos e dos fluxos gravitacionais, e isso implica 
no que chamamos de redução da competência de transporte dos agentes. Podemos 
generalizar esse processo como resultante da diminuição ou cessação da força motriz 
anteriormente presente, nos agentes transportadores.
Com a diminuição ou cessação da força e consequente mudança para o estado de repouso dos 
agentes intempéricos, os sedimentos mais grosseiros vão sendo depositados primeiro, Esses são 
seguidos dos mais leves que estavam em suspensão. Evidentemente que o local da deposição não é 
o mesmo da origem dos detritos sedimentares. Estes, agora, encontram-se sobre porções do terreno 
que, dadas as suas condições topográficas e morfológicas, são receptáculos desses detritos e, por este 
motivo, são denominadas de depressões ou bacias sedimentares.
Pode ser que a deposição ocorra devido à água tornar-se supersaturada em solutos (os 
sedimentos de origem química). A Figura 15 apresenta as bacias sedimentares existentes no 
Brasil e queocupam escalas de ordem regional.
Figura 15. Bacias sedimentares existentes no território brasileiro.
Fonte: cprm.gov.br
17
Ambientes de sedimentação
O que denominamos de fase de sedimentação, deposição ou, ainda, acumulação de detritos 
sedimentares, ocorre em ambiente subaquático e/ou, subaéreo, em geral, sob condições 
gravitacionais positivas, ou algo próximo disso.
Normalmente, há uma tendência à deposição dos detritos sedimentares nas depressões do terreno, 
ou na base das encostas mais íngremes que sofrem a os processos gravitacionais devido à elevada 
declividade do terreno. São múltiplas as situações em que a deposição pode acontecer.
Ambientes continentais
 · Ambiente aluvial: deposição no talvegue (fundo do canal do rio principal); margem 
e área de inundação (várzea) de cursos d’água que recebem sedimentos a partir da 
cessão da corrente;
 · Ambiente lacustre: deposição em lagos naturais e artificiais que recebem sedimentos 
de afluentes;
 · Ambiente desértico: deposição em depressões de relevo ocupadas com dunas que 
recebem sedimentos terrígenos de planaltos adjacentes;
 · Ambiente glacial: deposição em depressões de terreno que recebem sedimentos 
tracionados por geleiras.
Ambiente costeiro
 · Ambiente deltaico: deposição na foz em delta que recebe os sedimentos com a cessão 
da corrente;
 · Ambiente de planícies de maré: deposição que combina sedimentos fluviais com os 
trazidos pelo mar;
 · Ambiente de praia: deposição de sedimentos depositados pelas ondas ou cursos 
d’água pontuais.
Ambiente marinho
 · Ambiente de plataforma continental: recebe os sedimentos fluviais;
 · Ambiente de recifes orgânicos: sedimentação essencialmente biogênica;
 · Ambiente de margem continental: deposição de precipitados alobioquímicos difusos;
 · Ambiente abissal: deposição de resíduos de derrames fissurais.
Em síntese, os ambientes de sedimentação são muito diversos. Para efeito de elucidação dos 
conceitos básicos, objetivo deste material, os ambientes foram subdivididos da seguinte forma:
18
Unidade: Processos Erosivos e as Rochas Sedimentares
Soterramento
Devemos considerar que o processo de deposição é subsequente, isto é, após um ciclo 
de deposição se encerrar, inicia-se outro. Formam-se camadas sobrepostas de detritos 
sedimentares correspondentes a cada nova fase de deposição. Assim, tanto a depressão ou a 
bacia sedimentar, quanto as camadas mais profundas, vão sendo soterradas. 
Há bacias sedimentares, como a Amazônica, que podem ter profundidades de mais de 
3.000 metros de sedimentos.
Diagênese
A diagênese é a fase de constituição da 
rocha sedimentar propriamente dita. A 
Figura 16 apresenta o esquema que sintetiza 
o processo.
O aumento da pressão (1 atm a cada 4,5 
metros) exercida pelas camadas superiores 
sobre as camadas subjacentes leva à 
progressiva eliminação da porosidade e a 
diminuição da participação da água nos 
compostos, que cai de 50 a 60%, para 10 
a 15%. A Combinação desses processos ao 
aumento da profundidade concomitante ao 
aumento da temperatura (+ 1°C a cada 30 
metros) produz a precipitação de minerais 
como a calcita ou a sílica. Estes minerais 
recristalizam-se entre as partículas mais 
resistentes, cimentando-as. Podemos afirmar 
que, a partir daí, o processo de litificação, ou, 
a formação da rocha, esteja completo.
Este mesmo processo segue ocorrendo nas camadas subsequentes até que toda a coluna de 
material sedimentar converta-se em uma sequência litoestratigráfica.
Rochas sedimentares
As rochas sedimentares são originadas a partir do acúmulo de sedimentos depositados em 
depressões do terreno, em diferentes escalas geográficas, na superfície terrestre. Lembrando 
que os sedimentos podem ser de origem terrígena, alobioquímica ou ambos.
São exemplos de rochas sedimentares: arenito; argilito; calcário; chert; conglomerado; 
folhelho; ritmito; siltito; tempestito e turbidito.
Figura 16. Diagênese de rochas sedimentares.
Fonte: Adaptado de Small, 1978
19
O esquema a seguir, mostrado na Figura 17, representa as matérias primas sedimentares 
e as rochas correspondentes, incluindo a formação de rochas com minerais energéticos, 
como o petróleo: uma mistura de sedimentos com restos de vida orgânica precipitada em 
bacias sedimentares oceânicas rasas, da era mesozoica, posteriormente cobertas por rochas 
capeadoras. Boa parte desse recurso encontra-se sob diversas camadas sedimentares, na 
plataforma continental sul-americana, que corresponde ao litoral brasileiro.
Figura 17. As matérias primas e as rochas sedimentares correspondentes.
Estratificação ou acamamento
Estratos ou camadas são faixas que representam fases de sedimentação. Segundo Otto 
(1935), apud Suguio (1980), os extratos podem ser considerados unidades de sedimentação. 
São fisicamente diferenciados e delimitados dos extratos, ou camadas subjacentes, ou 
sobrejacentes, por intervalos determinados pelos seguintes aspectos:
 · Variação nas dimensões da granulação do material depositado;
 · Variação na composição mineralógica do material depositado;
 · Variação na forma das partículas do material depositado;
 · Orientação das partículas do material depositado;
 · Se depositado em planos de estratificação cruzados ou paralelos.
20
Unidade: Processos Erosivos e as Rochas Sedimentares
Estratificação cruzada
A estratificação cruzada é aquela que se apresenta descontínua e com os estratos inclinados 
entre si e em relação ao embasamento cristalino. No geral, a estratificação cruzada origina-se em 
depósitos deltaicos, depósitos costeiros de praia, dunas eólicas, canais fluviais anastomosados 
e em leques aluviais. A título de exemplo, a Figura 18 apresenta um ambiente de sedimentação 
deltaico do rio Lena, Rússia. A imagem foi registrada pelos sensores multiespectrais do 
Landsat, em 2000.
Os depósitos formados nas porções da superfície acabaram gerando rochas sedimentares 
com perfis extremamente irregulares, como mostra a Figura 19 e também a Figura 11, que 
retrata a Onda, no Arizona, EUA.
Figura 18. Delta do rio Lena, Rússia 
(Landsat, 2000).
Figura 19. Corte de rocha sedimentar de 
estratificação cruzada de arenito. Jackson 
County, Ohio, EUA.
Fonte: Wikimedia Commons
Estratificação plano-paralela
A estratificação plano-paralela apresenta um comportamento tipicamente horizontal. As 
primeiras classificações estratigráficas ainda utilizadas como forma de datação relativa, utilizam 
este tipo para determinar sequências deposicionais, afinal, caso a coluna estratigráfica não 
tenha sofrido nenhum distúrbio pós-diagenético, os estratos mais baixos serão mais velhos do 
que aqueles que os sobrejazem. Em geral, afirma-se que a deposição plano-paralela ocorre em 
ambiente calmo, quando a energia do fluxo praticamente cessou.
Os estratos planos paralelos, como a própria denominação indica, são paralelos entre si 
e em relação ao embasamento cristalino. Ainda que a depressão, ou bacia de sedimentação, 
apresentasse anteriormente ao início do soterramento, um relevo irregular, a deposição plano-
paralela subsequencial vai retificar este fundo até o aplainamento total da superfície sedimentar. 
A Figura 20 representa o comportamento típico da estratificação plano-paralela.
21
Outros tipos de sedimentos que, por suas 
peculiaridades, merecem ser destacados, 
são os ritmitos. Esses depósitos denotam a 
sazonalidade do clima, na época em que a 
deposição estava em curso. No município 
de Itu, São Paulo, ocorre um tipo de ritmito 
denominado de varvito (do termo sueco 
varv, que significa repetição).
No caso do varvito de Itu, trata-se de uma 
rocha sedimentar formada por estratos duplos 
ou de duas matrizes sedimentares: uma de 
origem arenítica-síltica e outra argilosa. Trata-
se de uma depressão lacustre periglacial, isto é, que se situava muito próximo a uma geleira e que 
durante o inverno, expandia-se e cobria o lago. Com a superfície congelada e a água praticamente 
em estado de repouso, as partículas de argila suspensas eram depositadas em camadasfiníssimas no 
fundo do lago. Sobre as camadas finas de argilas, observam-se icnofósseis, isto é, marcas dos corpos 
e do rastro de duas espécies de invertebrados bentônicos (vermes).
Durante o verão, quando a geleira recuava, o escoamento superficial do entorno do lago 
despejava ali, grande quantidade de silte e areia, arrastados dos arredores, formando estratos 
mais espessos sobre as argilas. 
Atualmente, após décadas de explotação minerária, a área que compreende este depósito 
encontra-se protegida da degradação e abriga um parque que recebe centenas de visitantes 
todos os dias. A Figura 21 apresenta uma das paredes da antiga cava de mineração que 
permite visualizar a perfeita horizontalidade dos estratos duplos, que caracterizam o varvito, 
um típico registro paleozoico glacial.
Figura 20. Estratificação perfeitamente plano-
paralela. Grand Canyon N. P. Arizona, EUA.
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 21. Ritmito do tipo varvito. Itu, São Paulo.
Fonte: Wikimedia Commons
22
Unidade: Processos Erosivos e as Rochas Sedimentares
Classificação granulométrica dos sedimentos
A granulometria é a técnica de classificação da espessura das partículas sedimentares. Ela 
vai da partícula microscópica, àquelas tão grandes quanto um automóvel. A classificação 
apresenta quatro níveis básicos: cascalho, areia, silte e argila, além de uma subclassificação a 
partir da diferenciação de espessuras dentro do nível anterior. O quadro abaixo, da Figura 22, 
apresenta a classificação oficial.
Figura 22. Classificação granulométrica das partículas sedimentares.
Intervalo 
granulométrico 
(mm)
Classificação nominal
Proposição original (inglês) Tradução usual (português)
>256
256-64
64-4,0
4,0-2,0
GRAVEL
Boulder
Cobble
Pebble
Granule
CASCALHO 
(ou balastro em 
Portugal)
Matacão
Bloco ou calhau
Seixo
Grânulo
2,0-1,0 SAND Very coarse sand AREIA Areia muito grossa
1,0-0,50 Coarse sand Areia grossa
0,50-0,25 Medium sand Areia média
0,250-0,125 Fine sand Areia fina
0,125-0,062 Very fine sand Areia muito fina
0,062-0,031 SILT Coarse silt SILTE Silte grosso
0,031-0,016 Medium silt Silte médio
0,016-0,008 Fine silt Silte fino
0,008-0,004 Very fine silt Silte muito fino
<0,004 CLAY Clay ARGILA Argila
Fonte: TEIXEIRA et al (2000)
Como mostra o quadro da Figura 22, chamamos de argila as partículas com espessura 
inferior a 0,004 mm e de matacão, qualquer partícula com mais de 256 mm.
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Material Complementar
Livros:
Varvito, segundo o SIGEP: http://sigep.cprm.gov.br/sitio062/sitio062.pdf
Erosão eólica no arenito de Vila Velha: http://sigep.cprm.gov.br/sitio029/sitio029.pdf
Sites:
Banco de dados sobre rochas sedimentares:
http://www.rc.unesp.br/museudpm/rochas/index.html
Intemperismo, segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM):
http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1313&sid=129
Varvito, segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM):
http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=2659&sid=129
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Unidade: Processos Erosivos e as Rochas Sedimentares
Referências
LEINZ, V. e AMARAL, S. E. Geologia Geral. 13ª Edição revisada. Ed. Nacional. São Paulo, 1998.
POMEROL, C; LAGABRIELLE, Y; RENARD, M; GUILLOT, S. Princípios de Geologia: 
Técnicas, Modelos e Teorias. 14ª Edição. Bookman. Porto Alegre, 2013.
PRESS, F, SIEVER R., GROTZINGER, J. & JORDAN, T. H. Para Entender a Terra. 4ª 
Edição. Editora Bookman. Porto Alegre, 2006.
SUGUIO, K. Geologia Sedimentar. Ed. Edgard Blücher. São Paulo, 2003.
SUGUIO, K. Rochas Sedimentares. Ed. Universidade de São Paulo. São Paulo. 1980.
TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. Companhia Editora Nacional São Paulo, 2009.
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Anotações

Outros materiais