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GEOMORFOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cláudia Maria Santos Gonçalves 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COLEÇÃO FORMANDO EDUCADORES 
EDITORA NUPRE 
2009 
GEOMORFOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REDE DE ENSINO FTC 
 
William Oliveira 
PRESIDENTE 
 
Reinaldo Borba 
VICE-PRESIDENTE DE INOVAÇÃO E EXPANSÃO 
 
Fernando Castro 
VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO 
 
João Jacomel 
COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO 
 
Cristiane de Magalhães Porto 
EDITORA CHEFE 
 
Francisco França Souza Júnior 
CAPA 
 
Mariucha Silveira Ponte 
PROJETO GRÁFICO 
 
Cláudia Maria Santos Gonçalves 
AUTORIA 
 
Tacila Santos 
DIAGRAMAÇÃO 
 
Tacila Santos 
ILUSTRAÇÕES 
 
Corbis/Image100/Imagemsource/Stock.Xchng 
IMAGENS 
 
Hugo Mansur 
Márcio Melo 
Paula Rios 
REVISÃO 
 
 
 
 
COPYRIGHT © REDE FTC 
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/98. 
É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização 
prévia, por escrito, da REDE FTC - Faculdade de Tecnologia e Ciências. 
www.ftc.br 
 
 
SUMÁRIO 
1 PROCESSOS FORMADORES DO RELEVO TERRESTRE ....................................................................... 9 
1.1 TEMA 1. PROCESSOS ENDÓGENOS DE ESTRUTURAÇÃO DO RELEVO ............................................ 11 
1.1.1 CONTEÚDO 1. A GEOMORFOLOGIA E A ESCALA ESPAÇO - TEMPORAL .............................. 11 
1.1.2 CONTEÚDO 2. FORMAS DE RELEVO DERIVADAS DA TECTÔNICA DE PLACAS .................... 17 
1.1.3 CONTEÚDO 3. FORMAS DE RELEVO DERIVADAS DOS PROCESSOS ÍGNEOS E 
METAMÓRFICOS .................................................................................................................. 25 
1.1.4 CONTEÚDO 4. FORMAS DE RELEVO EM ESTRUTURAS SEDIMENTARES .............................. 30 
MAPA CONCEITUAL ................................................................................................................................ 39 
ESTUDO DE CASO ................................................................................................................................... 40 
EXERCÍCIOS PROPOSTOS ........................................................................................................................ 41 
1.2 TEMA 2. PROCESSOS EXÓGENOS DE ESCULTURAÇÃO DO RELEVO ............................................... 47 
1.2.1 CONTEÚDO 1. PRINCIPAIS PROCESSOS DO CICLO SUPERFICIAL .......................................... 47 
1.2.2 CONTEÚDO 2. MODELADO DAS VERTENTES ....................................................................... 49 
1.2.3 CONTEÚDO 3. PROCESSOS INTEMPÉRICOS ......................................................................... 52 
1.2.4 CONTEÚDO 4. PROCESSOS EROSIVOS ................................................................................. 56 
MAPA CONCEITUAL ................................................................................................................................ 65 
ESTUDO DE CASO ................................................................................................................................... 66 
EXERCÍCIOS PROPOSTOS ........................................................................................................................ 67 
2 ESTUDOS E APLICAÇÕES DA GEOMORFOLOGIA ........................................................................... 73 
2.1 TEMA 3. ATUAÇÃO DOS AGENTES DA DINÂMICA EXTERNA ......................................................... 75 
2.1.1 CONTEÚDO 1. GEOMORFOLOGIA FLUVIAL ......................................................................... 75 
2.1.2 CONTEÚDO 2. GEOMORFOLOGIA CÁRSTICA ....................................................................... 83 
2.1.3 CONTEÚDO 3. GEOMORFOLOGIA COSTEIRA E OCEÂNICA .................................................. 86 
2.1.4 CONTEÚDO 4. GEOMORFOLOGIA CLIMÁTICA ..................................................................... 92 
MAPA CONCEITUAL .............................................................................................................................. 105 
ESTUDO DE CASO ................................................................................................................................. 106 
EXERCÍCIOS PROPOSTOS ...................................................................................................................... 107 
2.2 TEMA 4. GEOMORFOLOGIA E MEIO AMBIENTE .......................................................................... 113 
2.2.1 CONTEÚDO 1. COMPARTIMENTAÇÃO GEOMORFOLÓGICA BRASILEIRA .......................... 113 
2.2.2 CONTEÚDO 2. RELAÇÃO ENTRE GEOMORFOLOGIA E MEIO AMBIENTE ........................... 122 
2.2.3 CONTEÚDO 3. DEGRADAÇÃO AMBIENTAL ........................................................................ 128 
2.2.4 CONTEÚDO 4. ESTUDO DA GEOMORFOLOGIA NOS ENSINOS MÉDIO E FUNDAMENTAL . 133 
MAPA CONCEITUAL .............................................................................................................................. 145 
ESTUDO DE CASO ................................................................................................................................. 146 
EXERCÍCIOS PROPOSTOS ...................................................................................................................... 146 
GLOSSÁRIO ....................................................................................................................................153 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................155 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
A disciplina Geomorfologia de acordo com o seu arcabouço teórico busca entender a 
dinâmica que ocorre no espaço geográfico através do entendimento sobre a gênese e a evolu-
ção das diferentes formas dos relevos que se encontram na superfície terrestre. 
Sua concepção se faz mediante exposição teórica e conceitual dos elementos do relevo 
terrestre, bem como a aplicabilidade destes conceitos no cotidiano social, utilizando-se de 
exemplos reais e ou estudos de casos, para sua concretização. Desta forma, exposto o conteú-
do da disciplina Geomorfologia, torna-se possível vinculá-la a um tema transversal, uma vez 
que a leitura realizada ressalta a interação do homem com o meio físico e as conseqüências 
desta interação em escala local, regional, nacional e global. 
O conhecimento da Geomorfologia neste material didático, objetiva oferecer noções 
fundamentais ao estudante de licenciatura como forma de instrumentalizá-lo para o exercício 
da docência na Geografia, o que constitui um esforço conjunto, entre professores e coordena-
ção do curso, em torno de um único objetivo que é, estruturar a disciplina voltada para prática 
docente a partir da organização das informações de forma adequada a essa prática. 
Para tanto, o objetivo principal é levar aluno (a) a compreensão da estruturação e escul-
turação do modelado terrestre, assim como, a identificação dos agentes responsáveis pelas 
constantes mudanças deste modelado. Pois, é sobre este modelado que os seres vivos se esta-
belecem e estabelecem relações dinâmicas acelerando os processos erosivos no relevo. 
Nesse sentido, a Geomorfologia tem a função de desvendar, o que e quais fatores inter-
ferem nas modificações do relevo da Terra, além de mostrar que os processos são ações se-
qüenciais e permanentes, elaborando assim, um sistema geomorfológico cujas formas, os pro-
cessos e as suas relações estão em constante atividade e sujeitos a interferência de outros 
sistemas. 
Este material de cunho didático e técnico vem contribuir de forma significativa para o 
leitor mediante os conhecimentos e atividades aqui propostas. 
 
Boa Leitura 
Profª Cláudia Maria Santos Gonçalves 
 
 
 
 
1 
PROCESSOS FORMADORES DO RELEVO 
TERRESTRE 
BLOCO 
TEMÁTICO 
 
 
 
 
11 
GEOMORFOLOGIA 
PROCESSOS FORMADORES DO RELEVOTERRESTRE 
1.1 
TEMA 1. 
PROCESSOS ENDÓGENOS DE ESTRUTURAÇÃO DO RELEVO 
1.1.1 
CONTEÚDO 1. 
A GEOMORFOLOGIA E A ESCALA ESPAÇO - TEMPORAL 
De acordo com Christofoletti (1980), a geomorfologia é a ciência que estuda as formas 
de relevo, as quais representam as feições da paisagem natural. Entretanto, estudar essa ciência 
do ramo físico do conhecimento geográfico requer uma compreensão apurada de outros ra-
mos da geografia física e até humana, para poder estabelecer relações pertinentes a evolução e 
modificação do relevo terrestre. 
Entender Geomorfologia é compreender como se constitui as feições topográficas exis-
tentes a partir dos processos elaboradores e modeladores. A geomorfologia tem como objeto 
de estudo as formas e os processos que definem o relevo ou feição topográfica. As formas cor-
respondem à estrutura elaborada, já os processos, demandam ações paralelas e seqüenciais 
que modelam o relevo. 
...as formas, os processos e as suas relações constituem o sistema geomorfo-
lógico, que é um sistema aberto, pois, recebe influências e também atua sobre 
outros sistemas componentes de seu universo. (CHRISTOFOLETTI, 1980, 
pg1) 
A ciência Geomorfológica estuda as formas do relevo a partir da sua gênese. Antes ape-
nas descrevia essas formas atualmente busca explicar os processos que formam o relevo, obje-
tivando assim: 
 
 
12 
CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES 
• Compreender as formas do relevo elaborados a partir dos fenômenos internos da 
terra e do material de origem; 
• Compreender a evolução do relevo terrestre a partir dos eventos climáticos; 
• Compreender os processos modeladores do relevo terrestre. 
 
A análise das formas e dos processos fornece conhecimento sobre os aspectos 
e a dinâmica da topografia atual e sob as diversas condições climáticas, pos-
sibilitando compreender as formas esculpidas pelas forças destrutivas e as o-
riginadas nos ambientes deposicionais. (CHRISTOFOLETTI, 1980, pg1) 
Na Geomorfologia há uma necessidade de em seu estudo compreender um pouco sobre 
sistemas, ou seja, as noções sobre teoria dos sistemas. Aos relacionados à geomorfologia, tem 
fornecido dados para os estudiosos desta ciência, conhecer e compreender as relações nela 
existente, bem como, esclarecer o caráter integrador que esta ciência exerce no campo das 
Geociências ( ciências da terra). 
 
A Teoria dos Sistemas Gerais (General Systems Theory) foi inicialmente introduzida 
na geomorfologia pelos trabalhos de Artur N. Strahler (1950; 1952). 
Fonte: (Christofoletti, 1980, pg1). 
Para a compreensão de sistemas nas ciências, faz-se necessário conhecer alguns concei-
tos como: 
Matéria – corresponde ao material que vai ser remanejado. 
Energia – compreende a força que auxilia no remanejamento da matéria, podendo divi-
dir-se em: Potencial e Cinética. 
Nos estudos geomorfológicos, os sistemas são classificados conforme alguns critérios, 
dos quais cabe ressaltar aqui, o critério funcional e os respectivos sistemas: 
Sistemas isolados 
Sistemas não-isolados: abertos e fechados 
Sistemas morfológicos 
Sistemas em seqüência 
Sistemas de processos-respostas 
Sistemas controlados 
 
 
13 
GEOMORFOLOGIA 
A compreensão desses sistemas leva a percepção de que a ciência geomorfológica não 
está solta no tempo e no espaço. Ela estabelece relações para o entendimento das formas de 
relevo (origem e evolução). 
Sendo assim, a expansão do conhecimento geomorfológico, utiliza-se de outras ciências 
para fortalecer o seu entendimento. Por isso, as relações com a Geologia, a Climatologia, a 
Biogeografia, a Pedologia a Oceanografia e a Geofísica. 
Com a Geologia a relação se faz mediante a compreensão das características da rocha, 
dos processos internos (vulcanismo e tectonismo), da disposição estrutural das rochas e esta-
tigrafia; com a Climatologia, estabelece-se uma relação de conhecimento do estado atmosféri-
co e suas interferências na temperatura,umidade e características morfoclimáticas; com a Bio-
geografia, conhece-se as características da vegetação e sua distribuição espacial, estabelecendo 
a relação da intensidade da cobertura vegetal e os processos erosivos no relevo, bem como, da 
fauna; com a Pedologia, a relação compreende a disposição do solo no relevo, suas caracterís-
ticas físicas e susceptibilidade a erosão; a oceanografia quanto a dinâmica das vagas, correntes 
e marés e a Geofísica e o conhecimento de prospecção e coeficiente de declividade. 
 
A geomorfologia surgiu no final do século XIX, entretanto seus fundamentos datam 
do século XVIII com o trabalho dos geólogos: Hutton, Playfair e Lyel. 
Fonte: (Penteado, 1974). 
Entre os séculos XVI e XVII, algumas observações surgiram a respeito do conhecimento 
geomorfológico, porém, no século XVIII, estas se fizeram pertinentes. As contribuições de 
James Hutton (1744-1829), foram catalisadoras para a construção da geomorfologia. Seus es-
tudos basearam-se nas observações dos fenômenos naturais que lhe serviram de base para a 
criação da teoria do “Actualismo”, onde explica que “o presente é a chave do passado”. Hut-
ton, (1744-1829). O trabalho deste estudioso foi desenvolvido por Playfair (1802) e Lyel 
(1797-1875). 
No final do século XIX, pesquisadores estadunidenses, reformularam o pensamento ge-
omorfológico, permitindo assim o isolamento da Geomorfologia do âmbito geológico. Entre-
tanto, o geólogo William Morris Davis (1858-1934), contribuiu, sistematizando e definindo 
uma sequência normal de acontecimentos num ciclo ideal, e procurou uma terminologia para 
uma classificação genética das formas do relevo terrestre, assim, criou o “Ciclo de Erosão e a 
Erosão Normal”, baseado no método de análise cíclica das paisagens. (Christofoletti, 1980). 
O Ciclo de Erosão Normal- Resume-se em uma superfície plana deformada 
bruscamente por uma ação tectônica e sobre o relevo então formado, age a 
 
 
14 
CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES 
erosão que o reduz, lenta e progressivamente através das fases de juventude, 
maturidade e senilidade até a nova superfície plana, a peneplanície, ponto de 
partida para o novo ciclo, (CHRISTOFOLETTI, 1980, p.8). 
 
Representação do Ciclo de Davis, 
 
FIGURA 01 - EVOLUÇÃO PROVÁVEL DE UMA ESCARPA DE FALHA. A TERMINOLOGIA E AS FORMAS SÃO DAVISIANAS E A SEQUÊNCIA 
TEMPORAL É AMPLAMENTE UTILIZADA EM GEOMORFOLOGIA (STRAHLER, 1971, APUD CASSETI). 
FONTE: CASSETI, V. GEOMORFOLOGIA. DISPONÍVEL EM WWW./UNAPE.ORG. BR ACESSO EM 04/12/2009. 
Essa concepção do ciclo geográfico considera as formas resultantes do controle estrutu-
ral (litologia), dos processos dominantes (erosão), e do tempo. Nesse contexto, surge a Geo-
morfologia Dinâmica, que considera a Geomorfologia estrutural X Geomorfologia Climática. 
A Geomorfologia é uma ciência da terra, que apresenta princípios básicos, leis gerais e 
objeto de estudo próprio, (Penteado, 1974). 
A Geomorfologia no Brasil. 
Embora os primeiros passos desta ciência datam no século XIX, as contribuições de fa-
to pertencem ao século XX, que se fazem notar por publicações (artigos) como: 
Lester C. King (1956), “a A Geomorfologia do Brasil Oriental; Aziz A’Saber (1949), 
Regiões de circundesnudação pós-cretáceas do Planalto Brasileiro”; Ruellan (1952), Os 
dobramentos de fundo no Escudo Brasileiro; Jean Tricart (1959), A Divisão Morfológica 
do Brasil Atlântico Central e os Problemas Geomorfológicos do Litoral Oriental do Brasil. 
Esses trabalhos contribuíram para o avanço dos estudos geomorfológicos no território 
brasileiro, assim como, o desencadeamento de novos trabalhos. 
 
 
15 
GEOMORFOLOGIA 
� O Estudo da Geomorfologia e a Escala Espaço /Temporal 
As diversas formas do relevo terrestre remetem ao entendimento de que estas surgem 
conforme determinadas condições morfogenéticas, morfoclimáticas, associadas as condições 
estruturais (geológicas), a que são submetidas. Assim, a evolução do relevo, que resulta das 
forças internase externas, expressa uma dependência entre a intensidade e a duração dos fe-
nômenos para a elaboração do modelado. 
Uma divisão topográfica demonstra as relações processuais e suas implicações tectôni-
co-estruturais, traçadas temporalmente e espacialmente, ou seja, a dimensão espaço/tempo na 
geomorfologia. Sendo assim, a noção de escala espaço/temporal, remete a priori as seguintes 
dimensões: 
• Quanto menor a escala espacial (cartográfica) de observação de um fenômeno geo-
morfológico: 
� Maior é a influência dos processos endógenos; 
� Lenta é a transformação, essa dimensão espacial, proporciona uma divi-
são generalizada dos fenômenos e processos geomorfológicos. 
• Quanto maior a escala espacial de observação, ou seja, menor a dimensão espacial; 
maior será a percepção dos fenômenos e processos. Portanto: 
� Maior a influência dos processos; 
� Mais rápida é a transformação. 
Vamos a um exemplo? 
Fenômenos ligados a Tectônica, Vulcanismo, representam uma dimensão muito abran-
gente, em escala ao milionésimo. Estudos de vertentes, por exemplo, apresentam uma dimen-
são mais restrita, ou seja, só é possível em escalas em metros. 
 
FIGURA 02 - EVENTO VULCÂNICO 
FONTE: WWW.PORTALSAOFRANCISCO.COM.BR/.../VULCOES-20.JPG 
 
 
16 
CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES 
 
FIGURA 03 - AÇÃO TECTÔNICA 
FONTE: WWW.BRASILESCOLA.COM/UPLOAD/E/FOSSA-OCEANICA.JPG 
Há também estudos da divisão topográfica que apresentam a dimensão da esca-
la/temporal através de classificações taxonômicas como a de Ross, (1992) e a escala de grande-
za segundo Tricart, (1965). 
Tricart (apud, Penteado, 1974), apresenta em seus estudos geomorfológicos a seguinte 
escala: 
1ª Ordem- Corresponde às grandes áreas, onde atuam as forças antagônicas (internas 
e externas). 
2ª Ordem- Corresponde às grandes unidades estruturais que caracterizam subdivisões 
das grandes zonas morfoclimáticas. 
3ª Ordem – Corresponde a unidades menores. Nesta ordem, a paisagem é estudada 
sob o prisma da evolução com ênfase nos estágios de desnudação. 
4ª Ordem – Correspondem as pequenas unidades estruturais como, por exemplo: Os 
maciços do Planalto Central, os pré-alpes da cadeia Alpina. 
5ª Ordem - Corresponde aos relevos de escalas de 1:20.000. 
6ª Ordem – Correspondem aos Relevos, resultantes de processos erosivos. 
7ª Ordem - Correspondem as microformas, como os matacões. 
8ª Ordem – Correspondem as formas milimétricas como os sedimentos, poros das ro-
chas. 
 
Já a proposta Taxonômica de Ross (1992): 
Primeiro Táxon – Suas características estruturais definem um padrão de formas gran-
des do relevo. Está ligado ao conceito de unidade morfoestrutural. 
Segundo Táxon – Correspondem as unidades morfoesculturais geradas pela ação cli-
mática ao longo do tempo geológico na morfoestrutura. 
 
 
17 
GEOMORFOLOGIA 
Terceiro Táxon – Correspondem às unidades dos padrões de formas semelhantes do 
relevo, identificadas em função do índice de dissecação do relevo, formato dos topos, ver-
tentes e vales. Podem-se ter várias unidades de padrões de formas semelhantes em cada 
unidade morfoescultural. 
Quarto Táxon – Correspondem as formas de relevo individualizadas dentro de cada 
unidade de padrão de formas semelhantes. As formas de relevo tanto podem ser de agra-
dação, como planícies, terraços, ou de denudação, como colinas, morros, cristas, etc. 
Quinto Táxon - Correspondem as vertentes ou setores das vertentes de gêneses distin-
tas, pertencentes a cada uma das formas individualizadas do relevo. 
Sexto Táxon – Correspondem às formas menores, produzidas por processos erosivos 
ou depósitos recentes. São exemplos às voçorocas, ravinas, cicatrizes de deslizamentos, 
bancos de sedimentação atual, formas antrópicas como: cortes, aterros, desmonte de mor-
ros, etc. 
1.1.2 
CONTEÚDO 2. 
FORMAS DE RELEVO DERIVADAS DA TECTÔNICA DE PLACAS 
 
� Composição da Crosta Terrestre 
As rochas influenciam na forma e no tamanho do relevo, através de suas características 
físicas e químicas. Sendo assim, a ciência geológica é de fundamental importância para a com-
preensão da evolução da terra, uma vez que o nosso planeta é constituído por camada de ro-
cha denominada de Crosta ou Litosfera. 
A crosta ou litosfera é constituída por matérias consolidados e agregados (rochas e mi-
nerais) e classificam-se segundo suas origens (condição de formação) em: 
1-Rochas Magmáticas ou Ígneas essas se subdividem em: 
1.1 - Intrusivas ou Plutônicas- Correspondem ao material magmático consolidado no 
interior da terra. São intrusivas porque penetram nos corpos rochosos já existentes. 
1.2 - Extrusivas ou Vulcânicas- Correspondem as rochas, cujo resfriamento rápido do 
magma (consolidação) ocorre próximo a superfície, não havendo, portanto, tempo de cristali-
zação dos minerais, adquirindo uma textura vítrea. 
 
 
 
 
18 
CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES 
 
O resfriamento lento das rochas ígneas desenvolve bem os cristais e a textura torna-se 
Equigranular. Já as rochas cujo resfriamento é rápido a textura resultante é Vítrea. 
Quando há resfriamento interno os cristais em vias de formação são levados pelo 
magma, à superfície, resfriando-se rapidamente, adquirindo uma textura Porfirítica. 
2-Rochas Sedimentares – resulta da desagregação de outras rochas ou acúmulo de detri-
tos orgânicos. A deposição desses fragmentos rochosos ou de minerais, constitui depósitos 
sedimentar. 
As rochas sedimentares classificam-se em: 
2.1- Clásticas ou mecânicas- Correspondem às rochas constituídas por fragmentos de-
sagregados das diversas rochas existentes, transportadas e depositadas em estratos. 
Exemplos: Arenitos, Tilito. 
2.2- Orgânicas- Constituídas por restos de seres vivos, vegetais e animais. 
2.3- Químicas- Formadas pela precipitação química, dissolução, enfim, por reações 
químicas. 
3-Rochas Metamórficas- Rochas que resultam da transformação de rochas já existentes, 
através de processos metamórficos, cuja modificação da estrutura e composição da rocha o-
corre pela variação de temperatura e pressão. 
Essa modificação estrutural classifica-se em: 
3.1- Metamorfismo regional- Atinge grandes áreas, acompanhando os grandes dobra-
mentos, proporcionando metamorfoses nas rochas magmáticas. 
3.2- Metamorfismo de Contato- Atinge apenas superficialmente a rocha, devido ao 
processo de emanações gasosas e térmicas do corpo rochoso pré-existentes. Esse metamorfis-
mo muda apenas o “externo”, o”corpo” da rocha permanece intacto, (Salles,1997). 
Outras propriedades litológicas, que também influenciam na geomorfologia, são elas: 
 
Quanto à decomposição mecânica: 
• Coesão 
• Macividade 
• Tamanho dos grânulos 
 
 
 
 
19 
GEOMORFOLOGIA 
Quanto à decomposição química: 
• Solubilidade 
• Homogeneidade dos constituintes minerais 
 
Quanto à capacidade de escoamento da água: 
• Plasticidade 
• Permeabilidade 
 
Leucocráticas- rochas ricas em minerais claros. 
Melanocrática- rochas ricas em minerais escuros. 
Mesocrática- rochas intermediárias 
 
� Fenômenos Geológicos – Dinâmica Interna da Terra 
O relevo terrestre é resultante da ação de duas forças, denominadas de: 
Endógenos- Processos internos que transformam física e quimicamente a estrutura in-
terna da terra. Esses estão relacionados a geodinâmica interna representadas pelos falhamen-
tos, tectônicas, dobramentos, vulcões e terremotos. 
Exógenos- Processos externos que promovem o desgaste e a deposição. Esses processos 
modeladores do relevo a partir da ação da água, do vento e do gelo. 
Segundo Penck, (1894), o relevo é um produto de ações simultâneas das forças inter-
nas e externas, atuando as primeiras, em geral, no sentido de acentuar o relevo, e as segun-
das no sentido de atenuá-lo. O resultado são as formas atuais. Para Davis, (1858-1934), as 
forças exógenas só iniciavam o trabalho após cessamento das forças endógenas. 
As formas resultantes do primeiro processo são estruturais, enquantoas segundas são 
denominadas esculturais e sobrepostas que também são denominadas de secundárias. 
As forças tectônicas são responsáveis pela formação de formas elevadas como: Cadeias 
Montanhosas e formas deprimidas (depressões e fossas tectônicas), essas passam por estágios 
evolutivos, sendo, portanto, instáveis do ponto de vista geomorfológico, já que tendem ao re-
baixamento (nivelamento das formas). 
 
 
 
20 
CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES 
� A Ação Tectônica 
De acordo com (Salles, 1997), os movimentos tectônicos são agentes erosivos importan-
tes e classificam-se em: 
Orogênicos- Movimentos que causam o soerguimento das camadas rochosas, instáveis, 
que por sua vez provocam o dobramento e o falhamento destas. Esses movimentos originaram 
as grandes cadeias montanhosas como: Himalaia, Andes, Alpes. 
 
FIGURA 04 - SIMULAÇÃO DE UM FALHAMENTO. 
FONTE: WWW.MUNDOEDUCACAO.COM.BR/.../FALHAMENTOS12.JPG 
 
 
FIGURA 05 - TIPOS DE DOBRAMENTOS. 
FONTE: HTTP://EGEO.INETI.PT/EDICOES_ONLINE/DIVERSOS/CARTAS/CAPITULO6/FIG42.GIF 
 
 
 
21 
GEOMORFOLOGIA 
 
FIGURA 06 - CADEIA MONTANHOSA DO HIMALAIA 
FONTE: FLORESLIVROSELUA.FILES.WORDPRESS.COM/2009/07/... 
 
Houve quatro períodos de internas movimentações Orogênicas: 
Huroniano- no final da era Pré-Cambriana. (Lago Huron, no Canadá); 
Laureniano- no Arqueano. (Rio São Lourenço); 
Taconicano- Fim do Ordoviciano. (Nova York e Pensilvânia); 
Caledoniano- inicio da era paleozóica. (Montes Cledonianos na Grã – Bretanha); 
Herciniano- final da era Paleozóica. (Floresta da Alemanha, a Hercínia); 
Alpino- final da era Mesozóica e início da cenozóica. (os Alpes). 
Fonte: (SALLES, 1997. p.56) 
Epirogênicos- São movimentos lentos que abrangem grandes áreas. Corresponde a so-
erguimentos e abaixamento de grandes placas tectônicas. De caráter continental, não produ-
zem falhamentos ou dobramentos, mas formam arqueamentos ou intumescência de grandes 
conjuntos geológicos. 
 
Os movimentos epirogênicos causam movimentos que alteraram o nível do mar, que 
são chamados eustáticos, podendo ser do tipo transgressão ou regressão. 
 
 
22 
CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES 
Transgressão- Transgressão marinha - avanço dos mares por sobre as terras emersas, 
gerando uma consequente elevação do nível do mar. Pode ser causado por fatores diversos, 
como por exemplo, o abatimento de algumas regiões ou pelo derretimento de grandes ex-
tensões da calota polar. É o contrário de regressão marinha. 
Regressão- Regressão marinha - retração ou contração dos mares em relação às terras, 
gerando um consequente rebaixamento do nível do mar. Pode ser causado por fatores di-
versos, como por exemplo, soerguimento de algumas regiões ou por glaciações. É o con-
trário de transgressão marinha. 
Fonte: Disponível: 
http://www.fgel.uerj.br/dgrg/webdgrg/Timescale/Glossario.html, acesso 12/12/2009. 
 
� Geomorfologia e sua classificação 
Os estudos Geomorfológicos constatam que as formas de relevo derivam de algumas ca-
racterísticas de ordem estrutural e de processos. Sendo assim, de acordo com esses critérios, 
pode-se classificar a Geomorfologia (relevo) em: 
1. Geomorfologia Estrutural, cujas formas derivam das atividades tectônicas, resul-
tando em estruturas falhadas, dobradas inclinadas, ígneas e vulcânicas. 
2. Geomorfologia Cásrtica, corresponde aos relevos resultantes de processos quí-
micos sofridos pelas rochas. 
3. Geomorfologia Costeira, resultante da ação marinha e continental na elaboração 
das formas ao longo da faixa litorânea. 
4. Geomorfologia Climática, formas originadas por influencia do clima (tempera-
tura, umidade), determinando todo um sistema natural. 
5. Geomorfologia Fluvial,resultante do trabalho dos rios. 
6. Geomorfologia Glacial, formas resultantes da ação do gelo. 
De acordo com Christofoletti,(1980), para compreender essas formas do relevo, deve-
se levar em consideração os seguintes fatores: Climáticos,biogeográficos, geológico e an-
trópico. 
Entretanto, cabe ao estudioso em geomorfologia estabelecer o critério ao qual queira pa-
ra classificar e dividir a Geomorfologia. 
 
 
 
23 
GEOMORFOLOGIA 
� Estruturas Falhadas 
Resultam das forças que comprimem os blocos rochosos (a crosta), originando estrutu-
ras falhadas e formas escarpadas, em degraus e formas dobradas. Exemplo Horst , Graben, e 
Cadeias montanhosas. 
As áreas submetidas a forças epirogenéticas são mais propícias ao surgimento de relevos 
formados por blocos falhados, resultantes da movimentação de um bloco em relação a outro, 
levando a formação de zonas elevadas e rebaixadas. A essas estruturas falhadas denominamos 
de Horst e Graben. Os horsts constituem as partes altas da topografia falhada e os grabens são 
as áreas rebaixdas, ou seja, os vales alongados. 
Essas formas expressadas pela estrutura geológica estão associadas a eventos tectônicos, 
resumidas a três grandes unidades estruturais, a saber: 
• Escudos Antigos 
• Bacias Sedimentares 
• Dobramentos Modernos 
As estruturas falhadas resultam do choque de placas. Esta colisão provoca manifestações 
tectônicas como dobramentos, falhamentos e reativação das antigas falhas, (Casseti, 1995). 
 
Tectônica de Placas 
A teoria da tectônica de placas desenvolveu-se a partir da observação de dois fenôme-
nos geológicos: a deriva continental, observada já no final do século XIX, e a expansão do 
fundo oceânico, constatada na década de 1960. Essa teoria desenvolveu-se desde então, 
sendo universalmente aceita e provocando uma revolução nos conceitos relacionados com 
as ciências da Terra. 
A tectônica de placas baseia-se nas diferenças mecânicas entre a litosfera (mais fria e 
rígida) e a astenosfera (mais quente e menos rígida). A litosfera é constituída por um con-
junto de placas tectônicas, separadas e independentes, que “flutuam” e movimentam-se 
sobre a astenosfera. Uma placa tectônica, comumente, inclui a crosta oceânica e a crosta 
continental, como é o caso da placa sul-americana, onde se situa o Brasil. Devido ao prin-
cípio de isostasia (condição de busca do equilíbrio densitométrico de massas litosféricas 
sobre a astenosfera com empuxos principais verticalizados, á semelhança de corpos flutu-
antes sobre um líquido), a crosta continental, menos densa, encontra-se emersa, enquanto 
a crosta oceânica, mais densa, está normalmente, submersa. 
Os principais eventos geológicos, como Terremotos, Vulcões e formação de Cadeias 
de Montanhas (implicando, também, dobramentos e falhamentos dos corpos rochosos, 
 
 
24 
CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES 
metamorfismo, magmatismo etc.) e Fossas Ooceânicas, estão associados aos limites das 
placas tectônicas, ou seja, resulta da forma como as placas se contactam. 
As relações de contato entre as placas tectônicas podem ser sintetizadas em três tipos 
de limites: transformantes ou conservativos, divergentes ou construtivos, convergentes ou 
destrutivos. 
Os limites transformantes ou conservativos são caracterizados pelas denominadas fa-
lhas transformantes, por onde as placas apenas se deslocam lateralmente, uma e relação à 
outra. Devido à fricção, uma grande quantidade de energia potencial é deliberada quando 
a força de atrito é superada pela movimentação das placas tectônicas, provocando terre-
motos, que são muito comuns nesse tipo de limite. O exemplo mais famoso de limites 
transformantes entre placas tectônicas em atividade é dada pela falha de San Andreas, na 
Califórnia, EUA. 
Os limites divergentes ou construtivos são caracterizados pelo afastamento de uma 
placa tectônica em relação á outra, pelo preenchimento do espaço formado e por um novo 
material crustal. A origem desse tipo de limites entre placas tectônicas é associada aos 
chamados pontos quentes, que marcariam o inicio da quebra da litosfera. 
As dorsais oceânicas são típicos limites divergentes entre placas tectônicas. È o caso da 
dorsal Meso-Atlântica, que marca o limite orientalda placa sul-americana. A velocidade 
de expansão da dorsal meso-atlântica é da ordem de 2 cm por ano. 
Os limites convergentes ou destrutivos ocorrem entre uma placa tectônica com crosta 
oceânica e outra com crosta continental. Nesse caso, normalmente, a primeira mergulha 
sob a segunda através de uma zona de subducção, em uma fossa oceânica, e constitui uma 
cadeia de montanhas no lado continental. Essa situação ocorre no limite ocidental da placa 
sul-americana. A placa de Nazca mergulha sob o continente sul-americano, e a cadeia de 
montanhas dos Andes é o resultado continental dessa subducção da placa oceânica resulta 
na formação de um magma que pode chegar à superfície na forma de vulcões como é mui-
to comum nos Andes. Quando os limites convergentes ou destrutivos ocorrem entre duas 
placas tectônicas com crosta continental, ou elas se comprimem ou uma delas mergulha 
sob a outra. 
Fonte: Texto extraído de Geomorfologia; conceitos e tecnologias atuais/ Teresa Gallot-
ti Florenzano, (org.). São Paulo: Oficina de textos, 2008, pg.130-132. 
 
 
25 
GEOMORFOLOGIA 
1.1.3 
CONTEÚDO 3. 
FORMAS DE RELEVO DERIVADAS DOS PROCESSOS ÍGNEOS E 
METAMÓRFICOS 
Para compreender a origem dessas formas, necessário se faz algumas considerações so-
bre as rochas ígneas ou magmáticas, sedimentares e metamórficas, bem como, os processos 
que sucedem. 
As rochas magmáticas elaboradas a partir do resfriamento e consolidação do magma são 
consideradas principais ou primárias. Essas segundo a sua composição química, ou seja, o teor 
de sílica, SiO2 (o de silício e dois de oxigênio), classificas-e em: ácidas com mais de 65% de 
silício; intermediária com o teor de SiO2 entre 52 a 65%; básicas de 45 a 52% e ultrabásicas, 
com menos de 45%. 
As rochas magmáticas apresentam diferenças estruturais conforme disposição dos mi-
nerais, textura e condições de formação. Sendo assim, denominamos-as em Intrusivas ou Plu-
tônicas; Extrusivas ou Vulcânicas, (vide conteúdo 2). 
As rochas sedimentares, também chamadas de estratificadas, originam-se a partir da 
deposição de materiais de outras rochas. Sua disposição ocorre em estratos ou camadas evi-
denciando a seqüência da sedimentação ao longo do tempo, (Salles, 1997). 
As rochas metamórficas, correspondem as rochas alteradas físico/quimicamente em 
função das condições de calor e pressão do ambiente ao qual as rochas (magmáticas ou sedi-
mentar) estiverem expostos. 
 
� Quadro Esquemático das Rochas 
 
Classificação/Tipo Exemplos 
Magmática 
Intrusiva ou Plutônica Granito 
Extrusiva ou Vulcânica Basalto 
Sedimentar 
Detrítica Areia 
Química Estalactite 
Orgânica Calcário 
Metamórfica 
 
 
26 
CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES 
Formada a partir de outras rochas Mármore 
FONTE: COELHO, MARCOS AMORIM E SOARES LYGIA TERRA, 2001. 
ADAPTADO POR CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES, 2009. 
 
� Eventos Magmáticos e Metamórficos 
Plutonismo 
Esse fenômeno de ordem magmática, remete a formação das rochas plutônicas no inte-
rior da terra devido as condições elevadas da temperatura. 
Metamorfismo 
Corresponde a metamorfose da rocha, passando de um estágio natural para uma condi-
ção mineralógica e textural. 
As formas derivadas /Estruturas Cristalinas 
Provenientes de rochas cristalinas apresentam características pertinentes do ambiente de 
formação e consequentemente da estrutura e textura. São impermeáveis, rígidas, porém, fissu-
radas, diaclasadas, contribuindo para a formação de uma rede de drenagem dendrítica. 
As formas evidenciadas dessa estrutura são: 
• Vales em “V”, determinando uma topografia dissecada - Os vales em “V”, essas 
formas de vales encaixados muito próximos determinam uma topografia dissecada, 
cujas cristas apresentam-se convexas. 
• Formas de vertentes convexas-concavas, retilíneas- Essas formas variam conforme 
sua evolução, caracterizando-se em: Formas suavizadas convexas-côncavas, carcterís-
ticas das regiões temperadas e mares de morros das regiões quentes e úmidas. 
 
FIGURA 07 - MARES DE MORRO 
FONTE: HTTP://BR.OLHARES.COM/MARES_DE_MORROS_FOTO1540315.HTML 
 
 
27 
GEOMORFOLOGIA 
• Matacões- São formas paralelepipédicas ou arredondadas arranjadas em blocos de-
salinhados. 
• Formas em Domos- São formas resultantes da erosão diferencial, elaboradas a partir 
de rochas resistentes envolta de rochas friáveis. Essa forma de vertente apresenta ân-
gulos íngremes, lisos do tipo pães de açúcar. 
• Escarpas abruptas- Configuram-se paredões lisos dissecados ou não pelo ataque e-
rosivo, fazendo surgir faces criadas por deslocamentos de blocos ou por falhamentos. 
Um exemplo são as escarpas de serras. 
• Corpos Plutônicos: Batólitos,- São formas intrusivas, cuja resistência se faz presente 
pelo processo de metamorfismo. Dos corpos plutônicos, destacam-se os Batólitos, 
que são formas essencialmente graníticas que cortam as rochas encaixantes, podendo 
ser antigos ou recentes, conforme o grau da intrusão. 
As rochas cristalinas apresentam um grau de resistência que varia conforme o clima 
em que estará exposta, sendo assim, as formas resultantes também sofre com esta variação, 
resultando em tipos específicos. 
• Estruturas Vulcânicas- Provenientes, do processo de vulcanismo (erupções vulcâni-
cas), apresentam estrutura variada devido à textura mais ou menos coerentes, resis-
tentes e diaclasadas, um exemplo são os Arcos de Ilhas. 
Parte da superfície terrestre é composta por rochas vulcânicas, isto é, derivadas de lavas, 
que chegam à superfície terrestre através de Vulcanismo. (Salles, 1997). 
 
FIGURA 08 - ESTRUTURA DE UM VULCÃO. 
FONTE: HTTP://WWW.CPRM.GOV.BR/APARADOS/VULC_PAG01.HTM 
 
 
28 
CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES 
 
Vulcanismo e Vulcões - Generalidades 
De acordo com Leinz (1963), “o termo vulcanismo aborda todos os processos e even-
tos que permitam, e provoquem, a ascensão de material magmático juvenil do interior da 
terra à superfície”. 
Os magmas são definidos como substâncias naturais, constituídas por diferentes pro-
porções de líquidos, cristais e gases, cuja natureza depende de suas propriedades químicas, 
físicas e do ambiente geológico envolvido. Atualmente, classificam-se como magmas pri-
mários quando estes representam o líquido inicial obtido imediatamente à fusão da fonte, 
e parentais, quando representam o líquido primário já modificado por mecanismos de di-
ferenciação. 
Historicamente, os processos responsáveis pelo vulcanismo foram atribuídos a dife-
rentes causas; Platão (427-347 a.C) suspeitava da existência de uma corrente de fogo no 
interior da terra como fonte causadora dos vulcões. Poseidônio (século II a.C.) acreditava 
que o ar comprimido em cavernas subterrâneas seria a causa do fenômeno, e durante a I-
dade Média, relacionava-se o fogo eterno do inferno com as profundezas da crosta terres-
tre. 
No início do século XIX ficou definitivamente estabelecido que os vulcões são forma-
dos quer pelo acúmulo externo de material juvenil, quer pelo soerguimento das camadas 
pré-existentes por forças do interior da terra. A. Geike em 1897 postulava a possibilidade 
da ascensão ativa de material magmático ao longo da crosta, podendo, neste processo, 
formar um conduto explosivo. Em 1902/03, houve a explosão do Mont Pelée, Martinica, 
formando um enorme cone vulcânico, o que confirmou a veracidade da proposta de Gei-
ke. 
Os vulcões são responsáveis pela liberação de magmas acima da superfície terrestre e 
funcionam como válvula de escape para magmas e gases existentes nas camadas inferiores 
da litosfera. Magmas primários provêm de câmaras magmáticas posicionadas a profundi-
dades da fonte que normalmente oscilam entre os 50 a 100 km, onde ocorrem concentra-
ções de calor, fusões e fluxo de voláteis, condições estas que levam ao aumento da pressão 
necessária à subida do magma através de condutos, que por sua vez levam à formação dos 
vulcões. 
Fonte: Texto extraído da internet: disponível:http://www.cprm.gov.br/Aparados/vulc_pag01.htm, acesso em 22/01/2010 
 
 
 
 
29 
GEOMORFOLOGIA 
� Os tipos de formas provenientes desta estrutura vulcânica são: 
Os relevos Cônicos, que conforme Penteado, 1980, dependem dos materiais constituin-
tes: Cones de detritos e de cinzas, construídos por erupções do tipo vulcaniano ou strambolia-
no, por projeções em torno de uma chaminé; Domos ou cúmulos-vulcões, correspondendo a 
erupções tipo peleano; Relevos abruptos de pico convexo e vertentes verticais até a base; Es-
trato vulcões corresponde a vulcões complexos resultantes de alternância de projeções e cor-
ridas de lavas. São constituídos de camadas alternadamente duras e tenras. 
Os Campos de Escória correspondem a projeções vulcânicas que recobrem áreas irre-
gulares do relevo vulcânico, suavizando as suas formas. 
As Corridas de Lavas, estas percorrem um substrato plano ou sub-horizontal, podendo 
constituir planalto ou percorrer vales. 
 
FIGURA 09 - VULCÃO EL MISTI - PERU, CARACTERÍSTICO EXTRATO-VULCÃO, COMPOSTO POR UMA SUCESSÃO DE CAMADAS DE ROCHAS 
PIROCLÁSTICAS E LAVAS ESTRUTURANDO O CONE VULCÂNICO. 
FONTE: HTTP://WWW.CPRM.GOV.BR/APARADOS/VULC_PAG01.HTM 
 
� Relevo de rochas metamórficas 
As estruturas metamórficas são intermediarias entre as rochas ígneas intrusivas e as se-
dimentares. 
As rochas sedimentares quando constituem um pacote muito espesso, apro-
fundam-se por subsidência e passam, por transformações. Sofrem metamor-
fismo, ligados a fenômeno térmicos ou dinâmicos(...). As rochas se trans-
formam, mas a origem sedimentar ainda é reconhecida na estrutura. 
(PENTEADO, 1980). 
A resistência deste relevo vai depender do grau de metamorfismo sofrido, as formas ori-
ginárias, são as monoclinais, as vertentes cuja conexidade é regular. 
 
 
30 
CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES 
1.1.4 
CONTEÚDO 4. 
FORMAS DE RELEVO EM ESTRUTURAS SEDIMENTARES 
A estrutura sedimentar, dispõem-se de camadas que se sobrepõem de forma concordan-
te ou discordante, resultando em um pacote de sedimentos, cujas formas são : Planícies Estru-
turais, Relevo de Cuesta, Depressões periféricas, estruturas Tabulares. 
 
Sedimentação é o processo pelo qual ocorre a deposição de sedimentos e ou substân-
cias a serem mineralizadas. A origem do material para sedimentação pode ser: fluvial, plu-
vial, marinha, lacustre, eólica, glacial vulcânica. 
 
� As Estruturas Sedimentares 
Apresentam-se conforme a posição das camadas em: Concordante horizontal, Concor-
dante inclinada ou monoclinal e Discordante. 
A Estrutura Concordante Horizontal, constituem-se em superfícies horizontalizadas ou 
quase horizontais, classificando-se em: Plataformas estruturais, morros testemunhos, vale em 
manjedoura e mesas. 
As camadas desta estrutura podem ter resistência diferente, possibilitando a erosão dife-
rencial, iniciada pelo entalhe fluvial, sobre as áreas de fraqueza da rocha. O trabalho prolon-
gado sobre as rochas resistentes cavam os vales separando a plataforma estrutural; prosse-
guindo o trabalho erosivo até as rochas mais friáveis, os vales alargam-se, há solapamento nas 
bases e conseqüente desmoronamento do topo e recuo da escarpa. 
Essas formas tabulares apresentam como características a simetria e se apresentam co-
mumente no interior das bacias sedimentares. Como exemplos têm os Chapadões, Chapadas, 
Mesas. 
 
 
31 
GEOMORFOLOGIA 
 
FIGURA-10 - RELEVO TABULAR - CHAPADA DIAMANTINA-BA 
FONTE: WWW.SKYSCRAPERCITY.COM/SHOWTHREAD.PHP?T=778856 
 
 
FIGURA 11 - EVOLUÇÃO DO RELEVO TABULAR E SEUS ELEMENTOS. 
FONTE: CASSETI, V. GEOMORFOLOGIA. DISPONÍVEL EM WWW./UNAPE.ORG. BR ACESSO EM 04/12/2009. 
As Estruturas Concordantes Inclinadas ou Monoclinais apresentam-se dissimétricos, 
cuja inclinação compreende de 2° a 10° graus, com camadas de resistência diferente. Sua ela-
boração se da a partir da retomada erosiva através da superimposição da drenagem. As for-
mas derivadas desta estrutura são: Cuestas, Costão, Hog-backs e Cristas Isoclinias 
O Relevo de Cuesta 
Diferencia-se do relevo tabular por apresentar seções de sua forma inclinadas. Esse rele-
vo dissimétrico, cuja camada resistente é inclinada e a camada tenra é erodida, sofrendo um 
recuo. 
 
 
32 
CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES 
Sua ocorrência se dá junto a periferia de bacias sedimentares interiores em contato com 
escudos antigos; em áreas costeiras (planícies); periferia de dobras e de domos. È um relevo, 
constituído por perfil côncavo e por um planalto inclinado suavemente, que se desenvolve por 
erosão diferencial, (Penteado, 1980). 
A cuesta apresenta os seguintes elementos: 
 
� Front 
Corresponde à frente da cuesta (escarpa erosiva). È composta pelos elementos: 
• Tálus- Corresponde ao setor abaixo da cornija, constituído de material detrítico. 
• Cornjia – Localizada na parte superior do front, é constituída de material resistente 
e forma convexa ou retilínea. 
 
� Depressão Ortoclinal 
Corresponde a área rebaixada, no setor frontal da cuesta delimitando-a. 
 
� Reverso 
Este setor da cuesta situa-se no topo com inclinação voltada párea o centro da bacia se-
dimentar. Pode ser classificada conforme o mergulho das camadas em; estrutural ou escultu-
ral. 
O relevo de cuesta apresenta uma rede de drenagem disposta de acordo com a estrutura. 
São assim os rios denominados: 
• Rios Cataclinais ou Conseqüentes são os primeiros a surgirem, abrindo gargantas 
(Percées) e cortando a depressão ortoclinal. Estes seguem a inclinação das camadas. 
• Rios Ortoclinais, surgem paralelos as direções das camadas e perpendiculares ao 
mergulho, adaptando-se a litologia. 
• Rios Anaclinais ou Obsequentes esses canais de segunda ordem instalam-se no sen-
tido contrario das camadas, retalhando o front da cuesta. 
• Rios Cataclinais de reverso ou ressequentes originam-se no reverso da cuesta e cor-
rem de acordo com o mergulho das camadas. 
• A cuesta também apresenta traçados variados e segundo Penteado, 1980, o traçado 
das cuestas varia na forma: retilínea, festonada e em arcos. Essas formas correspon-
dem a fatores de ordem estrutural e escultural. No que concerne a ordem estrutural, 
está voltada para a resistência, espessura e mergulho; a ordem escultural relaciona-se 
a sistema morfoclimático, organização da drenagem: cíclica ou policlica. 
 
 
33 
GEOMORFOLOGIA 
 
FIGURA 12 - RELEVO DE CUESTA SEUS ELEMENTOS. 
FONTE: CASSETI, V. GEOMORFOLOGIA. DISPONÍVEL EM WWW./UNAPE.ORG. BR ACESSO EM 04/12/2009. 
 
O Costão 
È uma estrutura concordante inclinada que se distingue da cuesta do direcionamento do 
mergulho das camadas que tem o mesmo sentido do front. 
 
Hog-Back 
È o tipo de relevo cuja inclinação é superior a 3° graus apresentando uma forte dissime-
tria com os elementos de cornija e reverso mais curtos. Enquanto que uma cuesta encontra-se 
bordejando uma bacia sedimentar, o hog-back surge na periferia de relevo dômico ou estrutu-
ra dobrada. 
Outra estrutura inclinada é a crista isoclinal, que corresponde a estruturas cujas cama-
das são verticais e relacionadas a processos tectônicos. 
As estruturas Discordantes são as que discordam do plano estratigráfico. Suas formas 
resultam de causas tectônicas ou de transgressão marinha. 
 
� As Estruturas Dobradas 
São estruturas provenientes de momentos tectônicos, orogenéticos, característicos de 
rochas plásticas. As pressões horizontais dos blocos rochosos provocam o diastrofismo da 
rocha, ou seja, a distorção, consequenciando no dobramento. 
As formas dobradas variam em função: 
 
 
34 
CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES 
• Das condições litológicas; 
• Das condições tectônicas (estilo de dobramentos); 
• Da ação erosiva 
No que concerne ao estilo do dobramento há diferentes tipos de dobras relacionadas às 
forças compressoras, agrupando-as em: Simétricas e Dissimétricas. Um relevo dobrado apre-
senta os seguintes elementos: 
Anticlinais – São ondulações convexas.Sincliniais – São os setores côncavos 
Charneiras- Setor encurvado da sinclinal e da anticlinal. 
Plano axial- Plano que divide a dobra em duas partes similares 
Flanco da dobra- São os lados que ligam uma sinclinal a anticlinal. Como exemplo desta 
estrutura dobrada tem-se o relevo Jurássico e o Apalachiano. 
 
� Relevo Jurássico 
Corresponde a uma forma de relevo simples, derivado de sucessão regular de dobras, 
com camadas de diferentes resistências. Essa denominação provém da região do Jura na Fran-
ça. 
Compondo os elementos do relevo Jurássico tem-se: 
1. Combe – Depressão alongada de uma anticlinal, escavada pela erosão. 
2. Crêt- Escarpa de material resistente situada no flanco de uma anticlinal e voltada 
para o interior da combe. 
3. Ruz- Localizado no flanco da anticlinal configura-se como uma vale entalhado 
pela drenagem cataclinal. 
4. Cluse – Passagem de um rio através de um mont (dobra anticlinal que não foi 
atacada pela erosão) cortando o eixo da anticlinal. 
De acordo com Penteado, 1980, a evolução de um relevo Jurássico procede da seguinte 
forma: 
Inicia-se com o Ruz o ataque erosivo regressivo que evolui para a formação de uma clu-
se, capturando uma ravina menor. O sucessivo alargamento da cluse faz surgir a combe sob as 
rochas tenras; surge várias ravinas afluentes da cluse, que em função da erosão acelerada abre 
a combe, evidenciando os flancos internos da mesma ( o crêt). 
A evolução das camadas rochosas menos resistentes da anticlinal é acelerada, aprofun-
dando o nível de base abaixo dos rios situados na sinclinal. Nesse momento atinge-se a inver-
são de relevo onde a anticlinal é arrasada e a sinclinal composta por rochas mais resistentes 
 
 
35 
GEOMORFOLOGIA 
domina a paisagem, surgindo as sinclinais alçadas, ou seja, o fundo do vale passa a constituir o 
topo do planalto, nesse momento há uma inversão do relevo. 
 
FIGURA 13 - EVOLUÇÃO DO RELEVO JURÁSSICO 
FONTE: CASSETI, V. GEOMORFOLOGIA. DISPONÍVEL EM WWW./UNAPE.ORG. BR ACESSO EM 04/12/2009. 
 
 
FIGURA-14 - EVOLUÇÃO DO RELEVO JURÁSSICO 
FONTE: CASSETI, V. GEOMORFOLOGIA. DISPONÍVEL EM WWW./UNAPE.ORG. BR ACESSO EM 04/12/2009. 
 
 
36 
CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES 
 
FIGURA-15 - EVOLUÇÃO DO RELEVO JURÁSSICO 
FONTE: CASSETI, V. GEOMORFOLOGIA. DISPONÍVEL EM WWW./UNAPE.ORG. BR ACESSO EM 04/12/2009. 
 
� Relevo Apalacheano 
Segundo Casseti, 1995, o relevo Jurássico é entendido como o resultado de inversão do 
relevo a partir de uma sucessão regular de dobras, o relevo Apalacheano, se caracteriza pelo 
paralelismo de cristas de vales, originados a partir de total aplainamento de estrutura dobrada. 
Para a evolução deste relevo, algumas condições devem ser levadas em consideração 
como: 
• Material heterogêneo arrasado, expondo afloramentos paralelos, tanto de camadas 
duras e tenras; 
• Fenômeno tectônico de soerguimento; 
• Características do relevo Apalacheano: 
• Paralelismo dos vales (rochas duras); 
• Paralelismo dos vales (rochas Tenras). 
A evolução deste relevo resulta de uma retomada erosiva do terreno aplainado e soer-
guido o qual em função de um período úmido, tem seu sistema de drenagem reorganizado, 
que promove o ataque erosivo, entalhando o fundo dos vales. 
 
Na estrutura Apalacheana, distingue-se os seguintes tipos de rios: 
 
 
37 
GEOMORFOLOGIA 
Rios Sinclinais- que acompanham a direção das camadas, alojando-se no fundo das 
sinclinais. 
Rios Anticlinais – envolvem em uma anticlinal, mais precisamente na Combe. 
Rios Ortoclinais ou monoclinais – rios que se localizam na base de uma camada resis-
tente. Acompanha a direção das camadas. 
Rios Cataclinais – escoam nos flancos dos anticlinais ou de cristas monoclinais, se-
guindo o mergulho das camada. 
Rios Anaclinais- fluem nos flancos exteriores dos sinclinais alçados ou dos antincli-
nais, seguindo como afluentes dos rios anticlinais, contrários ao mergulho das camadas. 
 
� Relevo de Domos 
Constitui a estrutura dômica àquelas resultantes do arqueamento convexo de estratos 
sedimentar, originando zonas circulares ou ovais. 
 
FIGURA- 16 - ESTRUTURA DÔMICA 
FONTE: CASSETI, V. GEOMORFOLOGIA. DISPONÍVEL EM WWW./UNAPE.ORG. BR ACESSO EM 04/12/2009. 
 
 
 
38 
CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES 
 
 
39 
GEOMORFOLOGIA 
MAPA CONCEITUAL 
 
 
 
 
 
40 
CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES 
ESTUDO DE CASO 
A terra se move! Esta é uma afirmação do geólogo Alfred Wegner. Muitos duvidaram 
desacreditando de sua descoberta, entretanto, sua teoria, reconhecida na década de 60, fez os 
geólogos conhecer os movimentos da terra. Assim, a Teoria da Deriva Continental veio de-
monstrar que há forças que movimentam a crosta terrestre, provocando falhamentos/rupturas 
do assoalho rochoso, contribuindo na elaboração do relevo. O relevo resultante destes eventos 
remetem a regiões cuja estrutura cristalina (dada á rigidez de sua estrutura), sofreu fortes 
compressões. 
a) Analisando o texto acima, relacione as formas do relevo terrestre resultantes da coli-
são entre as placas tectônicas: 
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
 
b) Ainda com base no texto acima, pode-se perceber que os eventos internos contribu-
em muito na origem do relevo terrestre. Portanto , considerando a evolução do relevo Apala-
cheano, estabeleça uma relação com o relevo Jurássico: 
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
 
1-Relevos originados por falhamentos remetem a regiões cuja estrutura cristalina (dada 
à rigidez de sua estrutura), sofreu fortes compressões. Sendo assim, a colisão entre as placas 
tectônicas tem suas conseqüências evidenciadas em quais formas do relevo terrestre? 
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
41 
GEOMORFOLOGIA 
2-Considere a evolução do relevo Apalacheano, uma sequência da evolução do relevo 
Jurássico e então destaque qual o momento exato da retomada erosiva para o desenvolvimen-
to da estrutura Apalacheana: 
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
 
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 
Questões do ENADE, adaptadas do ENADE ou similares 
QUESTÃO 01 
(UFSC), Adaptada. A litosfera ou crosta terrestre é composta de matérias de origem do 
resfriamento instantâneo ou não do magma. Esta composição dá características e recursos 
peculiares a superfície do planeta. Sobre a litosfera, a alternativa falsa é: 
a) A composição dessa camada é de rochas e minerais. 
b) Ela não apresenta recursos minerais que interessam ao homem. 
c) Os agentes internos contribuem para a modelagem das formas da superfície só-
lida. 
d) Conhecida por crosta terrestre é a camada externa sólidada terra 
e) Ela interage com as outras esferas do planeta permitindo a vida. 
 
QUESTÃO 02 
(PUC-SP) No século XX muitas dúvidas sobre a estrutura de nosso planeta começaram 
a ser explicadas de forma convincente e sedutora.Uma das teorias mais importantes que vão 
nessa direção é a célebre teoria da deriva continental. Verificando que os contornos da Améri-
ca do Sul e da África correspondia, Alfred Wegener, geofísico alemão, admitiu a hipótese de 
um continente único (Pangèia), no passado, que teria se dividido em duas partes, devido ao 
movimento de deslocamento das massas sólidas sobre massas liquidas. Essa hipótese abre ca-
minho para a teoria das placas tectônicas. Assim, juntando-se a teoria da deriva continental à 
teoria das placas tectônicas, temos o apoio explicativo para um conjunto de fenômenos de 
nosso planeta. 
Assinale a alternativa incorreta: 
 
 
42 
CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES 
a) A teoria da deriva continental ajuda, em muitos casos, a explicar as semelhanças 
diferenças de espécies animais e vegetais distribuídos nos cinco continentes do 
planeta. 
b) A teoria das placas tectônicas explica a gênese dos dobramentos modernos (An-
des, Montanhas Rochosas, Himalaia etc.), que teriam ocorrido a partir do cho-
que dessas placas. 
c) Apoiado na teoria das placas tectônicas, o entendimento da dinâmica dos terre-
motos se torna mais claro, assim como a identificação das áreas mais afeitas a es-
sas ocorrências. 
d) A divisão do continente único até a configuração atual modificou a distribuição 
das superfícies solidas e liquidas do planeta, resultando em mudanças climáticas 
ao longo do tempo. 
e) Os processos erosivos que esculpem os relevos, dando-lhes as formas conhecidas 
no interior dos continentes, são explicados fundamentalmente, com base na teo-
ria das placas tectônicas. 
 
QUESTÃO 03 
(UFCE) A Geomorfologia é a disciplina de apoio á Geografia na interpretação das con-
dições do espaço geográfico. 
Neste sentido, está correto afirmar que a Geomorfologia : 
a) Analisa as condições de oscilações de temperatura e distribuição das chuvas. 
b) Avalia a qualidade e quantidade de minerais disponíveis nas rochas. 
c) Estuda as formas do relevo terrestre e os diferentes processos erosivos e deposi-
cionais. 
d) Pesquisa as diferentes formações vegetais e sua distribuição espacial. 
e) Contribui para a identificação e quantificação dos mananciais das águas subter-
rânes. 
 
QUESTÃO 04 
(UFPE) “Consiste basicamente numa ruptura das rochas que compõem a crosta terres-
tre e o conseqüente deslocamento de um bloco contra o outro. Essa ruptura é produzida em 
decorrência de um determinado esforço que ultrapassa o limite de plasticidade das rochas”. 
(JATOBA,Le LINS R.C. Introdução à Geomorfologia. Ed. Bagaço, 1998.) 
No texto acima, os autores estão definindo: 
 
 
43 
GEOMORFOLOGIA 
a) Um fenômeno denominado dobramento de rochas plásticas. 
b) A interação entre fatores endógenos e exógenos do relevo. 
c) Uma falha geológica. 
d) A meteorização das rochas que atingiram o limite de plasticidade. 
e) A formação de montanhas de dobramentos. 
 
QUESTÃO 05 
(Unifor-CE) As formas presentes no relevo terrestre resultam da estrutura geológica e 
dos processos geomórficos. As altas montanhas, como o Everest no Himalaia, e as fossas oce-
ânicas são formas que resultam da ação dos fatores: 
a) Internos, tais como vulcanismo e tectonismo, responsáveis pela estrutura do re-
levo. 
b) Externos, tais como erosão e ação humana, responsáveis pela modelagem do re-
levo. 
c) Climáticos, tais como temperatura e pressão atmosférica, responsáveis pela es-
culturação do relevo. 
d) Externos, tais como vulcanismo e erosão, responsáveis pela modelagem do rele-
vo. 
e) Internos, tais como a ação humana e tectonismo, responsáveis pela esculturação 
do relevo. 
 
 
CONSTRUINDO CONHECIMENTO 
 
Dicas para Leitura 
ANTUNES, Celso. A terra e a paisagem. São Paulo, Scipione, 1985. (Coleção Por quê?). 
KOHLER, Pierre. Vulcões, sismos e deriva dos continentes. Portugal, Bertrand editora, 
1985. 
 
Para Assistir 
Vulcões; Coleção National Geographic, Abril Vídeo, 52 minutos. 
Terremoto; Diretor Mark Robson, EUA, 1974, 129 minuros. 
 
 
 
44 
CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES 
Site para pesquisa 
www.angelfire.com/vt/VULCANOticias 
 
Geografia em Questão 
Neste espaço você encontra informações que lhe ajudarão a conhecer melhor sobre os 
conteúdos estudados. Portanto, complementem com a leitura sobre as maiores erupções vul-
cânicas ocorridas nas últimas décadas. 
 
• ERUPÇÕES 
Estima-se que existam atualmente 1.500 vulcões ativos no mundo, 550 em terra e o res-
tante no oceano. Algumas regiões do planeta estão sendo monitoradas continuamente em 
relação à atividade vulcânica, como o Alasca, a Islândia, a Indonésia, o Equador, o Japão, a 
Itália e, mais recentemente, o México. Na Itália há cinco vulcões "preocupantes"; no Japão, 
oitenta e seis... E o número de erupções no mundo vem aumentando já há tempos. 
As maiores erupções mundiais registradas no século XX ocorreram a partir de 1970, o 
que demonstra a extraordinária atividade vulcânica no planeta neste final de século. Estima-se 
que durante a década de 80 pelo menos 450 mil pessoas tiveram de abandonar suas casas em 
razão de atividades vulcânicas. 
Na década de 70 houve 21 grandes erupções vulcânicas registradas. Já na década de 80 
ocorreram 36 erupções desse porte. Apenas nos primeiros cinco anos da década de 90 (1990 a 
1994), houve nada menos que 55 grandes erupções vulcânicas. Algumas erupções registradas 
no nosso século causaram espanto pela súbita entrada em atividade de vulcões "adormecidos" 
há décadas ou séculos, e também pela inusitada violência das explosões e conseqüências ad-
vindas. Cita-se, portanto, algumas erupções consideradas violentas: 
• Depois de mais de 175 anos de inatividade, o monte St. Helens, na região sudes-
te do Estado americano de Washington, entrou repentinamente em atividade na 
manhã do dia 18 de maio de 1980. Foi a maior erupção da história dos Estados 
Unidos. O estrondo foi ouvido e sentido num raio de 300 quilômetros. A força 
da explosão atirou a mais de 10 quilômetros de altura uma massa compacta de 
rocha e espalhou cinzas pela área de seis Estados americanos e três Províncias 
canadenses, deixando em algumas localidades uma camada de quase um metro. 
A erupção escureceu o céu em grande parte do Estado de Washington, tendo si-
do considerada equivalente à mais potente detonação nuclear já feita. Pelo me-
nos 57 pessoas morreram, além de aproximadamente 7 mil animais de grande 
porte. Até então, em toda a história americana, apenas duas pessoas haviam per-
dido a vida em decorrência de erupções vulcânicas. 
 
 
45 
GEOMORFOLOGIA 
• Em 1983, o vulcão Kilauea (Havaí) entrou em erupção, e até fins de 1997 per-
manecia nesta situação. 
• Em 1985, a erupção do Nevado del Ruiz, na Colômbia, matou pelo menos 25 
mil pessoas. 
• A erupção do vulcão Pinatubo, nas Filipinas, ocorrida em junho de 1991 depois 
de mais de 600 anos de inatividade, foi considerada a segunda maior erupção 
vulcânica do século, acarretando a morte de aproximadamente 800 pessoas. O 
material lançado na atmosfera circundou o globo em três semanas e cobriu 42% 
do planeta dois meses depois da erupção. O inverno extremamente rigoroso da 
Nova Zelândia em 1992, os violentos ciclones daquele ano (como o Andrew e o 
Iniki), assim como as chuvas torrenciais que alagaram o meio-oeste dos Estados 
Unidos em 1993, foram atribuídos aos efeitos atmosféricos ocasionados pelo Pi-
natubo. Em julho de 1995, chuvas torrenciais transformaram em rios de lama as 
cinzas e as rochas depositadas na encosta do vulcão durante a erupção de 1991; 
cerca de 7.800 pessoas tiveram de fugir da lama, que invadiu várias localidades 
com uma altura de até três metros e cobriu pelo menos 266 casas. 
• Também em julho de 1995, um vulcãodas montanhas Soufrière, na ilha de 
Montserrat, acordou violentamente depois de 400 anos sem dar sinal de vida. 
Cerca de 6 mil pessoas tiveram de abandonar suas casas. Desde aquela época o 
vulcão permanece em atividade. 
• Em outubro de 1996, um vulcão inativo há 70 anos na Rússia entrou em ativida-
de, ao mesmo tempo em que na Islândia um vulcão entrou em erupção sob uma 
capa de gelo de cerca de mil metros de espessura, provocando uma enchente de 
água e enxofre e formando uma espessa nuvem escura sobre o país. 
• Em 1997, o vulcão Popocatépetl, no México, teve a maior erupção dos últimos 
72 anos, lançando fumaça e cinzas a 13 quilômetros de altura. 
• Em fins de 1997, geólogos descobriram que um vulcão próximo de Roma, extin-
to há dois mil anos, estava despertando. Uma enorme bolha de magma formara-
se a 5km da superfície. De acordo com uma matéria publicada no jornal Sunday 
Times, estava-se observando nos últimos anos um recrudescimento da atividade 
vulcânica em toda a Europa. 
 
Fonte: Texto extraído e adaptado da Internet. 
Disponível em: http://www.library.com.br/Filosofia/erupes.htm 
 
 
 
46 
CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES 
 
 
47 
GEOMORFOLOGIA 
 
1.2 
TEMA 2. 
PROCESSOS EXÓGENOS DE ESCULTURAÇÃO DO RELEVO 
1.2.1 
CONTEÚDO 1. 
PRINCIPAIS PROCESSOS DO CICLO SUPERFICIAL 
Os condicionantes da geodinâmica externa estão atrelados a fatores que dimensionam 
os processos do ciclo superficial. Sendo assim, destacam-se fatores: 
Geológico, através da disposição estrutural da rocha, sua litologia tipo de rocha e suas 
propriedades minerais. Essas características permitem explicar as formas do modelado e a 
ação erosiva sobre elas ou pelo menos a que fora submetidas. 
As propriedades das rochas podem influenciar na forma do escoamento, no processo de 
desagregação. Essas propriedades são aqui classificadas em: coesão, permeabilidade, plastici-
dade, maciez, tamanho dos grãos, solubilidade, heterogeineidade. 
Coesão – refere-se ao grau de cimentação da rocha ou compacidade. Uma rocha bem 
cimentada dificilmente sofrerá o ataque dos processos areolares. 
Permeabilidade – consiste na estrutura da rocha quanto ao número de fraturas, dia-
clases. A permeabilidade facilita ou não o escoamento superficial. Quando permeável há 
uma diminuição do escoamento superficial; Quando impermeável tende ao aumento do 
escoamento. 
Plasticidade – Dificulta a infiltração, aumentando o escoamento superficial. 
Maciez – A rocha apresenta-se lisa sem aspereza. 
Tamanho dos Grãos – Corresponde a granulação e sua resistência á ação erosiva 
química ou mecânica. 
Solubilidade – Refere-se a natureza química dos minerais constituintes das rochas. 
Heterogeneidade – Determina a velocidade da ação química, quando homogênea sua 
estrutura resiste mais do que a heterogênea que apresenta elementos minerais variados de 
pouca ou muita solubilidade. 
O fator climático consiste na ação direta e indireta dos eventos atmosféricos. No que 
concerne uma ação direta refere-se à falta da cobertura vegetal no relevo; uma ação indireta 
procede ao inverso. A temperatura intervém junto a ação química (vide processos intempéri-
cos), associado ao tipo climático correspondente, onde áreas quentes e alta temperatura causa 
 
 
48 
CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES 
variações térmicas que favorecem a dilatação e desagregação das estruturas rochosas, bem 
como as alterações químicas. Em áreas frias de temperaturas baixas, procede a ação mecânica 
de desagregação. 
Esses fatores reagem de forma conjunta no modelado, uma vez que o relevo está exposto 
na superfície e ocupa ambientes de características climáticas diferentes. 
A dinâmica externa processa-se de forma contínua, permanente e a ela denominamos de 
processos morfogenéticos que compreende mudanças físicas ou químicas as quais provocam 
mudanças no relevo. 
Esses processos são de ordem simples e complexos, constituindo assim o sistema morfo-
genético. Entende-se por Sistema Morfogenético, o conjunto de processos simples e comple-
xos responsáveis pela esculturação do relevo, são eles: 
Processos de Meteorização 
Processos de Erosão/ Transporte 
Processos de Acumulação 
 
� Dinâmica Superficial 
Meteorização ou Intemperismo 
Transformações físicas e químicas que uma rocha é submetida quando em contacto com 
os agentes atmosféricos. Segundo, Penteado,1980, pg 65, o intemperismo apresenta variadas 
conceituações, porém a autora destaca a proposta por Reiche,1945,pg12 (apud Penteado): 
Intemperismo é a resposta dos materiais que estavam em equilíbrio no inte-
rior da litosfera às solicitações da atmosfera, hidrosfera e talvez ainda a bios-
fera. 
Classificamos os processos meteóricos em: 
• Físico 
• Químico 
• Biológico 
• Processos de Erosão / Transporte 
Estes correspondem aos processos areolares e lineares sobre o modelado terrestre, classi-
ficando-se em: 
• Erosão Pluvial 
• Erosão Fluvial 
• Movimentos de Massa/erosão por gravidade 
• Erosão Eólica 
 
 
49 
GEOMORFOLOGIA 
• Erosão Glacial 
• Erosão Marinha 
• Processos de Acumulação 
São resultantes da deposição de material via escoamento ação eólica, glacial, marinha e 
fluvial. As principais formas de relevo conseqüentes da acumulação da água pluvial são: Tálus, 
os Cones de dejeção, dunas , deltas... . 
Todos esses processos têm como principal agente a atmosfera e seus componentes des-
truindo e construindo formas de relevo. 
 
A morfodinâmica refere-se aos processos atuais (ativos), endógenos e exógenos que 
atuam nas formas de relevo. Os tipos de processos que definem as formas de relevo, classi-
ficadas de acordo com a sua gênese, não são necessariamente os mesmos que ocorrem nos 
dias atuais. Em muitos casos, a informação sobre os processos atuais pode sobrepor-se em 
uma cagra morfogenética. Informações referentes os processos exógenos dominantes de 
uma área (erosão laminar e em sulcos, ravinas, movimentos de massa, acumulação fluvial 
etc.) podem ser obtidas por meio da interpretação de fotografias aéreas e imagens orbitais, 
bem como da análise de cartas topográficas, morfométricas e de dados de campo e labora-
tório. 
Fonte: Texto extraído de Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais/ Teresa Gal-
lotti Florenzano, (org.). São Paulo: Oficina de textos, 2008, pg.23 
1.2.2 
CONTEÚDO 2. 
MODELADO DAS VERTENTES 
As vertentes constituem um sistema aberto que recebe e perde matéria e energia cons-
tantemente. Na geomorfologia o estudo das vertentes é um dos mais complexos já que envolve 
processos variados em sua evolução (formação e remoção de material detritico). 
A vertente é uma superfície inclinada, resultante da influência dos processos morfogené-
ticos. Seus tipos são variados desde as encostas retilíneas, os penhascos até as mais suaves. 
Porém a adjetivação mais comum para as formas das vertentes é a convexa-côncava. Es-
se é um modelado que apresenta na geomorfologia uma dinâmica constante. 
De acordo com sua origem as vertentes podem ser classificadas em: 
Endogenéticas- originadas dos processos internos (orogênia epirogênia, vulcanismo). 
 
 
50 
CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES 
Exogenética- originadas dos processos externos como: meteorização movimento de 
massa, ablação, transporte e deposição. 
De acordo com Jan Dylik,1968 ( apud Christofoletti,1980, p.26): 
... a vertente é uma forma tridimensional que foi modelada pelos processos 
de denudação atuantes no presente ou no passado, e representando a cone-
xão dinâmica entre o inrerflúvio e o fundo do vale. 
A vertente evolui da rocha, suas fontes primárias são: 
Precipitação 
Rocha 
As fontes secundárias são: 
Radiação solar 
Fluxo superficial 
Uma vertente evolui conforme os processos morfogenèticos associados e a “qualidade” 
das fontes primárias. Sendo assim, destacam-se os processos que contribuem para a elabora-
ção e evolução das vertentes: 
Meteorização – produz detritos a partir da desagregaçãoe decomposição do material 
rochoso. 
Movimentos de massa – deslocamento dos detritos, material intemperizado,sob a influ-
ência da gravidade. Nesse processo a água tem participação fundamental através do escoa-
mento superficial, sua infiltração e conseqüente saturação do solo. 
Dos processos importantes tem-se: 
a) Rastejamento (creep ou reptação) corresponde a movimentos lentos, quase que 
imperceptíveis, em função do pisoteio dos animais gelo, degelo e sistema radicu-
lar. 
b) Solifluxão é um movimento decorrente da saturação do solo por água, deslocan-
do grande quantidade de rególito. 
c) Avalancha corresponde a movimentos rápidos que movimentam grandes volu-
mes de material iniciado por queda livre da massa rochosa. 
d) Deslizamento, escorregamento de material sobre a superfície saturada de água. 
e) Desmoronamentos é o movimento rápido de um bloco de terra, devido à retira-
da de material da parte inferior da vertente. 
 
 
 
 
51 
GEOMORFOLOGIA 
Os fatores que contribuem para desencadear esses processos morfogenéticos são: 
• Topografia 
• Clima 
• Litologia 
• Estrutura da rocha 
• Ação Antrópica 
• Tipo de Solo 
• Cobertura vegetal 
Erosão Pluvial – A partir do efeito das gotas de chuva sobre o solo, que na seqüência e 
intensidade promoverá a esculturação das vertentes. A este processo destaca-se: 
Efeito Splash- ação mecânica da gota de água no solo. 
Escoamento Superficial - processo de transporte que remove o material mobilizado de 
forma: 
• Difusa ou descontínua 
• Em lençol 
• Concentrado 
Formas de Vertentes 
A caracterização das vertentes contribui para determinar o seu perfil. Segundo, Max 
Derruau,1965, o perfil típico de uma vertente apresenta uma convexidade no topo e uma con-
cavidade na parte inferior,sendo que ambas estão separadas por simples ponto de inflexão ou 
um segmento. 
Uma vertente vai variar em seu perfil quanto a declividade, a cobertura detrítica e pro-
cessos atuantes. Assim, podem-se classificar as seguintes formas de vertentes: 
• Côncavas 
• Convexas 
• Retilíneas 
Quanto ao tipo de vertentes, de acordo com Troeh, (1965), resultantes da combinação 
concavidade e convexidade tem-se: 
Vertentes com radias convexas e contornos côncavos; 
Vertentes com radiais côncavas e contornos côncavos; 
Vertentes com radiais convexas e contornos convexos; 
Vertentes com radiais côncavas e contornos convexos. 
 
 
52 
CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES 
 
1.2.3 
CONTEÚDO 3. 
PROCESSOS INTEMPÉRICOS 
O processo de intemperismo ou meteorização constitui na desagregação de decomposi-
ção da rocha. Esse processo ocorre devido às reações das rochas e minerais ao contato com a 
água, o ar de forma a romper um estado de “equilíbrio existente. 
De acordo com Ollier, (1975 apud Christofoletti, 1980), 
O intemperismo é a quebra e alteração de materiais nas proximidades da su-
perfície da terra para produtos que estão mais em equilíbrio com as novas 
condições físicas e químicas impostas... 
Na natureza, o estado de equilíbrio físico-químico é refletido nas fases líquida, gasosa e 
sólida, a estabilidade decorre da condição do ambiente (pressão e temperatura), que uma vez 
em contato a água e ar, provocam-se mudanças nessas condições estáveis. 
Os processos de intemperismo são: 
 
� Intemperismo Mecânico 
Corresponde a desagregação mecânica da rocha in situ, sem alteração química, efetivan-
do a desorganização da estrutura e dos constituintes minerais. 
Os processos do intemperismo físico são: 
a) Diaclasamento- corresponde a expansão dos minerais por alívio de pressão, 
promovendo a esfoliação da rocha. 
b) Termoclástia- expansão e contração da rocha por variação de temperatura devi-
do a insolação durante o dia e o resfriamento durante a noite. Esse processo 
promove a desintegração das rochas, principalmente nas regiões áridas ou semi-
áridas. 
O contraste térmico provoca a dilatação e contração no volume dos minerais e das ro-
chas, facilitando assim, a fragmentação desta em partículas ou escamas. 
O processo de dilatação e contração da rocha resulta na diminuição de sua coesão, facili-
tando a penetração da umidade e consequentemente a sua fragmentação. Esse processo age de 
maneira diferenciada sobre os minerais das rochas, dando-lhes formas alternadas de desinte-
gração (esfoliação em placas, folhas ou chapas). 
 
 
53 
GEOMORFOLOGIA 
 
A coloração dos minerais das rochas também contribui para a diferenciação de calor, 
pois, os minerais mais escuros, absorvem e irradiam mais calor do que os mais claros. 
 
Na desagregação das rochas, não é a magnitude das diferenças térmicas que importa, 
mas sim, a rapidez em que se dá a variação térmica. 
Pois, quanto mais rápido for o processo de termoclástia, maiores serão as tensões; já a 
lenta mudança de temperatura proporciona um tempo de adaptação para que os constituintes 
das rochas obtenham menores tensões. 
Os contrastes de temperatura entre verão e inverno não são importantes na desagrega-
ção das rochas. Já os contrastes entre dia e noite são significativos quando as variações de 
temperatura são muito rápidas, como nas áreas áridas e nos interiores continentais 
(Penck,1972). 
A ação intempérica também tem a participação da água no processo de esfoliação. A es-
foliação é um processo mecânico de desintegração, acompanhado pela alteração química da 
rocha através da hidratação. O intermperismo mecânico é predominante em relevo acidenta-
do cuja gênese granítica é característica e encontra-se desprovido de vegetação. 
a) Gelivação – A expansão da rocha por este processo decorre do congelamento da 
água dentro da rocha, o que provoca o aumento do seu volume. Este processo 
também compreende as alternâncias diárias de temperatura, porém, nas regiões 
frias e temperadas acompanhadas pelo congelamento e descongelamento da á-
gua, efetivando a desagregação das rochas. 
As rochas que se submetem ao processo de gelivação, presença de água nos poros fen-
das, diáclases, são expostas ao levantamento do material detrítico que é mais eficaz quando a 
textura do solo é fina (argila e silte), em função da capacidade de reter água na superfície. De 
acordo com Putmam (1964), o levantamento de material detrítico pelo congelamento pode ser 
mais eficaz onde os poros ou intestícios estão alinhados, facilitando a atuação da força da capi-
laridade. 
A água presente na superfície, congela, expandindo-se livremente, deixando em suspen-
são os seixos. Enquanto, a água presente nas fendas das rochas congela-se superficialmente, 
confinando o material liquido abaixo. Na medida em que ocorre o congelamento, ocorre a 
expansão do material sólido envolto e, por conseguinte a desagregação. 
 
 
 
 
54 
CLÁUDIA MARIA SANTOS GONÇALVES 
 
Para que a ação do gelo seja efetiva é essencial que haja impregnação pronunciada de 
água nos poros. 
Fonte: (CORRENS, 1969). 
 
� Intemperismo Químico 
Decomposição da rocha, que implica na quebra da estrutura química dos minerais. Esse 
é um processo muito lento e complexo que depende de alguns fatores: 
• Tamanho das partículas das rochas 
• Permeabilidade do manto rochoso 
• Cobertura vegetal (quantidade) 
• Relevo 
• Temperatura 
• Condições climáticas 
• Tempo de ação química 
Algumas rochas são mais susceptíveis a alteração química do que outras, devido a pre-
sença de minerais facilmente intemperizaveis, como os que contêm ferro. 
Nas regiões tropicais úmidas a intemperização química é bem maior devido a presença 
da umidade e da água. A alteração das rochas processa-se pela ação das águas pluviais que 
levam ao solo pequenas quantidades de CO2 atmosférico, que ao se dissolver na água, origina o 
ácido carbônico (H2CO3). A água que percola nas fendas das rochas, atua como ácido (reagen-
te químico). 
O intemperismo químico apresenta os seguintes processos: 
 
1. Dissolução 
Representa o primeiro estágio do intemperismo químico. Neste estágio os sais minerais

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