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Direito Penal I

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DIREITO PENAL I
Álvaro Homero Huertas dos Santos
alvarohomero@yahoo.com.br
mailto:alvarohomero@yahoo.com.br
BIBLIOGRAFIAS:
1) Cezar Roberto Bitencourt, Tratado de Direito Penal, Parte 
Geral, volume 1, Editora Saraiva;
2) Rogério Greco, Curso de Direito Penal, Parte Geral, Volume I, 
Editora Impetus;
3) Luiz Regis Prado, Curso de Direito Penal Brasileiro, Parte Geral, 
volume 01, Editora Revistas dos Tribunais;
4) Guilherme de Souza Nucci, Código Penal Comentado, Editora 
Revistas dos Tribunais;
5) Fernando Capez, Código Penal Comentado, Editora Saraiva. 
6) Luigi Ferrajoli, Direito e razão, Teoria do Garantismo penal, 
editora revista dos tribunais.
AVALIAÇÕES
1º – Avaliação parcial I (aberta) – 26/09 – toda a matéria até a semana anterior a prova;
2º - Avaliação oficial I (fechada) – 03/10 – toda a matéria até a semana anterior a prova; 
3º - Avaliação parcial II (fechada) – 21/11 – toda a matéria até a semana anterior a prova;
4ª - Avaliação oficial II (fechadas) – 05/12 – toda a matéria do semestre. 
5ª - Avaliação de segunda chamada (fechada) – 16/12 – toda a matéria do semestre.
6ª - Exame final (prova fechada) – 18 e 19/12 – toda a matéria do semestre. 
CHAMADA - Ao final do primeiro horário.
RECURSO – até 7 dias após a entrega e correção das provas;
PONTO EXTRA - Proibido
CÓDIGO PENAL – Parte Geral 
PRIMEIRA PARTE – Teoria da norma penal
SEGUNDA PARTE – Interpretação e integração da lei penal
TERCEIRA PARTE – Princípios penais
QUARTA PARTE – Teoria do crime
I – Conceito e evolução da teoria do crime;
II – Tipicidade;
III – Ilicitude;
IV – Culpabilidade;
QUINTA PARTE – Concurso de pessoas 
TEORIA DA NORMA PENAL
1) Apresentação do direito penal
2) Finalidade do direito penal
a. Proteger os bens mais importantes da sociedade;
b. Prof. Gunter Jakobs – A garantia da vigência da norma (os bens jurídicos já 
foram atacados);
3) A seleção dos bens jurídicos
a. Seleção politica;
b. Limites na Constituição da República (liberdade, segurança, igualdade, 
justiça, etc...);
TEORIA DA NORMA PENAL
4) Direito penal objetivo e direito penal subjetivo
a. Direito penal objetivo - “É o conjunto de normas editadas pelo Estado, 
definindo crimes e contravenções, isto é, impondo ou proibindo determinadas 
condutas” – Rogério Greco.
b. Direito penal Subjetivo – É a possibilidade exclusiva do Estado de cumprir suas 
normas. IUS PUNIENDI.
 Ius puniendi positivo – O poder exclusivo do Estado para criar normas e 
executar suas decisões condenatórias.
 Ius puniendi negativo – “A faculdade de derrogar preceitos legais ou bem 
restringir o alcance das figuras delitivas” – Antônio Cuenda Riezu. – Ex. ADI 
pelo STF
TEORIA DA NORMA PENAL
5) Modelo garantista de Luigi Ferrajoli
a. O código penal (norma inferior) tem que obedecer a constituição federal (norma 
superior);
b. Cabe ao Juiz a interpretação da Constituição Federal e análise da constitucionalidade da 
lei; 
c. Dez axiomas do garantismo penal de Luigi Ferrajoli;
1. Nulla poena sine crimine – Não há pena sem havido um crime;
2. Nullum crimen sine lege – Não há crime sem lei penal anterior;
3. Nulla lex (poenalis) sine necessitate – Não se criam leis sem necessidade;
4. Nulla necessitas sine injuria – Sem lesão não há necessidade da lei penal; 
5. Nulla injuria sine actione – Não há lesão sem conduta (ação);
6. Nulla actio sine culpa – Não há ação típica sem culpa;
7. Nulla culpa sine judicio – Não há culpa sem jurisdição penal
8. Nulla judicium sine accusatione – Não há jurisdição penal sem acusação
9. Nulla accusatio sine probatione – Não há acusação sem provas
10. Nulla probatio sine defensione – Não há prova sem defesa (ampla defesa e 
contraditório);
TEORIA DA NORMA PENAL
6) Fontes do direito penal
a. Fontes de produção 
 Art. 22, I da CF – “Compete privativamente à União legislar sobre direito penal”.
b. Fontes de conhecimento
 Art. 5º, XXXIX da CF – “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena 
sem prévia cominação legal”
• A LEI é a única fonte de cognição e de conhecimento do direito penal 
brasileiro, e se subdivide em imediatas e mediatas.
 Imediatas – A LEI
 Mediatas – Costume (mais que habitualidade) e princípios gerais do 
direito. Ex. Repouso noturno, honra, etc...
TEORIA DA NORMA PENAL
7) Classificação das normas penais
a. Normas penais incriminadoras – Definem as infrações penais – Norma penal por excelência;
 Preceito primário – Contém a descrição detalhada da conduta; 
 Preceito secundário - Cominação da pena em abstrato;
b. Normas penais não incriminadoras
 Finalidade da norma penal não incriminadora
 Tornar lícita determinadas condutas
 Afastar a culpabilidade do agente, descrevendo causas de isenção de pena
 Esclarecer determinados conceitos
 Fornecer princípios gerais para a aplicação da lei penal 
 Subdivisão das normas penais não incriminadoras
 Permissivas - Permissivas Justificantes – Afasta a ilicitude – Ex. Art. 23 e 24 do CP
 Permissivas Exculpantes – Afasta a culpabilidade – Ex. Art. 26, caput 
e art. 28 do CP
 Explicativas – Explicar conceitos – Ex. art. 327 e art. 150 , §4º do CP
 Complementares – Princípios gerais do direito – Ex. art. 59 do CP
TEORIA DA NORMA PENAL
c. Normas penais em branco
 Normas penais em branco homogêneas (em sentido amplo ou homólogas) – 
mesma fonte legislativa
 Ex. Art. 237 do CP – “Contrair casamento, conhecendo a existência de 
impedimento que lhe cause a nulidade absoluta”- Complemento no Código 
Civil
 Homovitelinas – Mesmo ramo do direito – Ex. CP e CP
 Heterovitelinas – Ramos do direito diferente – Ex. CP e CC
 Normas penais em branco heterogêneas (em sentido estrito ou heterólogas) – 
fonte legislativa diferente
 Ex. Lei de drogas e ANVISA
 Ofensa ao princípio da legalidade pelas normas penais em branco heterogêneas 
 Posição majoritária e de não ferir o princípio da legalidade
TEORIA DA NORMA PENAL
d. Normas penais incompletas ou imperfeitas
 Luiz Regis Prado – “É aquela em que se encontra prevista tão somente a 
hipótese fática (preceito incriminador), sendo que a consequência 
jurídica localiza-se em outro dispositivo da própria lei ou em diferente 
texto legal” . 
 Ex. art. 304 do CP
8) Anomia e antinomia
a. Anomia – Quando por falta de normas ou por excesso (inflação legislativa), a 
sociedade continua praticando as ações ilícitas como se não existisse a 
norma.
b. Antinomia – Quando existem duas normas contrárias no mesmo 
ordenamento jurídico. Por exemplo uma ação descrita como permissiva e 
proibitiva no mesmo dispositivo legal. 
TEORIA DA NORMA PENAL
9) Conflito aparente de normas
a. Princípio da especialidade – A norma especial afasta a aplicação da norma geral.
a. Ex. Art. 121 e 123
b. Ex. art. 155 e 312, §1º
b. Princípio da subsidiariedade - Somente se aplica a norma subsidiária se não for 
cabível a norma principal. 
 Utiliza sempre a expressão – “se o fato não constituir crime mais grave”.
 Ex. art. 238, 239, 249 e 307 do CP
c. Principio da consunção
 Hipóteses de aplicação do princípio da consunção
 Quando o crime é meio necessário ou fase de preparação ou de execução 
de outro crime
TEORIA DA NORMA PENAL
 Nos casos de antefato e pós-fato impuníveis 
• Ex. de Antefato impunível – Preencher um cheque de terceiros 
para praticar um estelionato (não caracteriza a falsidade 
ideológica).
• Súmula 17 do STJ – “Quando o falso se exaure no estelionato, 
sem mais potencialidade lesiva, é por este absolvido”.
• Ex. de pós-fato impunível – Ex. Ladrão que vende coisa furtada 
como própria (não é estelionato) – Ex2: Põe em circulação moeda 
falsificada pelo mesmo agente.
d. Principio da alternatividade – Mirabete – “O principio da alternatividade indica que 
o agente só será punido por uma das modalidades inscritas nos chamados crimes de 
ação múltiplas, embora possa praticar duas ou mais condutas do mesmo tipo penal” 
– ex. art. 33 da lei 11.343/06.
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL
1) A interpretação da leipenal - É a atividade consistente em identificar o alcance e 
significado da norma penal.
2) Espécies de interpretação 
a. Quanto ao sujeito
 Autêntica – A interpretação feita pelo próprio texto legal
 Contextual - A interpretação realizada no momento em que a norma foi 
editada – ex. art. 327 do CPB (conceito de funcionário público) e art. 150, 
§4º do CP (conceito de casa);
 Posterior – A interpretação realizada pela lei após a edição do diploma 
legal.
 Doutrinária – A interpretação elaborada pelos estudiosos do direito, visando 
emitir opiniões pessoais sobre a lei e apontar falhas e acertos legislativos. Não é 
de obediência obrigatória;
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL
 Judicial (vinculante e não vinculante) – A interpretação feita pelos aplicadores 
do direito, sendo assim, pelos juízes de direito. Tanto os magistrados de 
primeiro grau, quanto os magistrados dos tribunais.
 Somente será interpretação judicial quando feita nos autos do processo. 
 Quando a interpretação for feita por juiz de direito em palestra, 
congressos ou em livros, ela será doutrinária;
 Diferença entre súmula não vinculante e súmula vinculante (art. 103–A 
da CF) – Emenda constitucional nº 45.
• Súmula não vinculante – Todos os tribunais;
• Súmula vinculante - somente o STF (voto de 2/3 dos ministros);
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL
b. Quanto aos meios;
 Literal (gramatical) – É aquela que o interprete preocupa simplesmente em 
saber o sentido da palavra. 
 Ex. Matar alguém (significado de alguém);
 Teleológica – O interprete busca alcançar a finalidade da lei, aquilo ao qual a 
norma de destina. 
 Ex. Interpretar a lei 11.343/06 (lei de drogas) para combater o tráfico de 
drogas ilegais;
 Sistêmica (sistemática) – A interpretação feita através de todo o sistema jurídico 
e não somente através da norma penal.
 Ex. Crime de latrocínio - morte da vítima – Júri (crimes dolosos contra a 
vida);
 Histórica - Verifica-se a época da criação da lei, os fundamentos da criação da 
norma para entender os motivos justificadores.
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL
c. Quanto ao resultado;
 Declaratória – A declaração que não amplia, tampouco restringe a interpretação da 
norma. Somente declara a vontade da lei;
 Ex. O art. 141, III do CP –Causa de aumento de pena quando o crime de calúnia, 
injúria e difamação é praticado na presença de várias pessoas (a partir de três 
pessoas).
• Art. 155, §4º, IV do CP – Duas pessoas ou mais;
• Art. 288 e art. 146, §1º do CP – Mais de três;
 Extensiva - O interprete aumenta o alcance da lei, visto que ela disse menos do que 
pretendia.
 Art. 235 do CP – Crime de bigamia (também proibiu a poligamia);
 Restritiva – O interprete diminui o alcance da lei, visto que ela disse mais do que queria 
dizer.
 Ex. Art. 28, II do CP – A embriaguez voluntária ou culposa não exclui a 
imputabilidade penal. Exceto – Embriaguez patológica;
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL
3) Interpretação conforme a constituição
a. “Reconhece-se a supremacia da constituição sobre todo o ordenamento jurídico, não 
só estabelecendo uma hierarquia de uma lei superior sobre outra inferior, como 
também, exercendo uma vigilância da constitucionalidade das leis” – Manoel Messias 
Peixinho”.
 Declaração de inconstitucionalidade da lei de crimes hediondos – regime 
integralmente fechado – princípio da individualização da pena;
4) Dúvidas em matéria de interpretação
a. In dubio pro societate;
b. Decisão livre do magistrado;
c. In dubio pro reo (corrente majoritária);
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL
5) Analogia – Auto integração da norma
a. Consiste em aplicar a uma hipótese não prevista em lei a disposição legal de um caso 
semelhante;
 Analogia in bonam partem;
 Permitido no direito penal – a favor do réu;
 Ex. art. 181, I CP – Causa de isenção de pena nos crimes contra o patrimônio, 
sem violência ou grave ameaça, em prejuízo do cônjuge.
• Analogia in bonam partem para o companheiro;
 Analogia in malam partem;
 Não é permitido no direito penal – (Toda ação que não é proibida é permitida);
 Princípio da legalidade;
 Diferença entre analogia e interpretação analógica (art. 121, §2º, III do CP – outro 
meio insidio ou cruel) 
PRINCÍPIOS PENAIS
1) Princípio da intervenção mínima ou ultima ratio
a. Indicação dos bens jurídicos mais importantes para a sociedade (criminalização e 
descriminalização);
b. O direito penal somente se aplica quando os demais ramos do direito não são 
capazes de protegê-lo;
c. Criticas a alguns tipos penais que não observam o princípio da intervenção mínima;
 Punição de quem emite cheques sem fundos;
 Punição das contravenções penais;
2) Princípio da lesividade
a. Somente terá uma intervenção do direito penal, quando a ação ferir um bem jurídico 
de terceiro;
PRINCÍPIOS PENAIS
b. Finalidades (separação de moral e direito):
 Proibir a incriminação de uma atitude interna;
 Não poderá ter punição pelos pensamentos ou sentimentos pessoais.
 Proibir a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio autor;
 Autolesão
 Tentativa de suicídio
 Despenalização do uso de drogas
 Crimes impossível
• Absoluta ineficácia do meio – Ex. Matar alguém com uma flor. Ex. 
Matar alguém com uma arma de fogo sem percursor.
• Absoluta impropriedade do objeto – Ex. Matar o cadáver
PRINCÍPIOS PENAIS
 Proibir a incriminação de simples estados ou condições existenciais;
 Direito penal do autor
• Punição do agente por aquilo que ele é ou representa, mesmo não 
praticando uma ação;
• Ex. Por ele ser Judeu, por ser homossexual, etc..
 Proibir a incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem 
jurídico;
 Condutas que causam desprezo, repulsa ou afetam a moral, mas não 
afetam os bens jurídicos elencados no direito penal.
• Deixar de tomar banho;
• Se entregar as práticas sexuais anormais, caso seja maior;
PRINCÍPIOS PENAIS
3) Princípio da adequação social
a. Visa limitar o poder punitivo do estado, evitando que se torne típica condutas 
socialmente aceitas, mesmo que cause risco a sociedade;
 Ex. Usinas atômicas, tráfico terrestre e aéreo;
b. Mesmo que a conduta seja socialmente aceita, não tem o condão de revogar a lei;
 Jogo do bicho; 
 Caça niqueis;
 Venda de produtos pirateados;
4) Princípio da fragmentariedade
a. Consequência da adoção dos princípios da intervenção mínima, da lesividade e da 
adequação social.
b. Significa que o direito penal se preocupa somente com uma parte do ordenamento 
jurídico, somente um fragmento;
PRINCÍPIOS PENAIS
5) Princípio da insignificância
a. Apesar de o crime estar descrito na norma penal, tem-se que analisar a gravidade do delito;
 Ex. Lesão culposa no trânsito – leve arranhão na perna;
 Ex. Furto de um biscoito no Walmart;
b. Tipicidade penal
 Tipicidade formal
 É a adequação da conduta do agente ao tipo penal.
 Tipicidade conglobante
 Conduta antinormativa
• Fato Típico + Ilícito 
 Fato materialmente típico
• Princípio da insignificância
PRINCÍPIOS PENAIS
c. Rejeição ao principio da insignificância
 Se a ação for típica não poderá ser aplicado o princípio da insignificância;
 Art. 155, §4º, IV do CP – Dois namorados subtraem e dividem um bala; 
d. Entendimento dos tribunais superiores
 Possibilidade nos crimes patrimoniais sem violência 
 Impossibilidade nos crimes patrimoniais com violência
 Não se aplica as todos os crimes do ordenamento jurídico;
6) Princípio da individualização da pena
a. Inicia-se quando o legislador encolhe determinada pena para determinada ação 
típica;
b. Fases da individualização da pena – obediência ao art. 68 do CP
c. Individualização da pena e a lei 8072/90 (crimes hediondos).
PRINCÍPIOS PENAIS
Súmula vinculante nº 26 – “Para efeitos de progressão de regime 
no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o 
juízo de execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da lei 
8.072/90, sem prejuízode avaliar se o condenado preenche, ou não, 
os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo 
determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de 
exame criminológico”.
PRINCÍPIOS PENAIS
7) Princípio da proporcionalidade
a. Relação proporcional entre o crime e a pena, duplo destinatário;
 Poder legislativo
 Juiz de direito
b. Proibição de excesso e proibição de proteção deficiente
 Art. 303 do CTB – Lesão corporal culposa no trânsito – Pena: Detenção de seis 
meses a dois anos;
 Art. 129 do CP – Lesão corporal dolosa – Pena: detenção de três meses a um 
ano;
 Art. 213 do CP – Beijo lascivo forçado com violência;
PRINCÍPIOS PENAIS
8) Princípio da responsabilidade pessoal
Art. 5º, XLV da CF – “Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a 
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da 
lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do 
patrimônio transferido”.
 As penas de multa não poderão ser cobradas de terceiros, mas poderão ser pagas por 
terceiros;
9) Princípio da limitação de penas – art. 5º, XLVII da CF e art. 1º, III da CF (Dignidade da 
Pessoa Humana).
a. Penas de morte, salvo em caso de guerra declarada. 
b. Caráter perpetuo
c. Penas de trabalho forçado
d. Penas de banimento
e. Penas cruéis
PRINCÍPIOS PENAIS
10) Princípio da culpabilidade
a. A exigência de um juízo de reprovação jurídica que se apoia sobre a crença de que 
o homem é dada a possibilidade de, em certas circunstâncias, agir de outro modo.
b. Três sentidos fundamentais:
 Culpabilidade como elemento integrante do conceito analítico de crime
 Culpabilidade como princípio medidor da pena – art. 59 do CP
 Culpabilidade como princípio impedidor da responsabilidade penal objetiva, 
ou seja, o da responsabilidade penal sem culpa – (tem que ter dolo ou culpa).
PRINCÍPIOS PENAIS
11)Princípio da legalidade
a. Introdução ao princípio da legalidade
 Art. 5ª, XXXIX – “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena 
sem previa cominação legal”
 Art. 39 da Magna Carta Inglesa/1215 – “Nenhum homem livre será 
detido, nem preso, nem despojado de sua propriedade, de suas 
liberdades ou livre usos, nem posto fora da lei, nem exilado, nem 
perturbado de maneira alguma; e não poderemos, nem faremos pôr a 
mão sobre ele, a não ser em virtude de um juízo legal de seus pares e 
segundo as leis do País”.
PRINCÍPIOS PENAIS
b. Funções do princípio da legalidade
 Proibir a retroatividade da lei penal;
 A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
 Proibir a criação de crimes e penas pelos costumes;
 Somente se cria crimes através de lei;
 Proibir o emprego de analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas
 Proibição de analogia in malan partem;
 Proibir incriminações vagas e indeterminadas;
 A lei deve ser taxativa (conduta proibitiva com definição precisa);
 Art. 9º da lei 7.170/83 – Tentar submeter o território nacional, ou parte 
dele, ao domínio ou à soberania de outro país: Pena – reclusão, de 04 a 20 
anos.
PRINCÍPIOS PENAIS
c. Legalidade formal e legalidade material
 Legalidade formal – respeito as normas constitucionais de elaboração 
da lei (lei ordinária – lei complementar);
 Legalidade material – respeito as limitações constitucionais que 
garantem a dignidade da pessoa humana (ex. proibição de penas 
degradantes e cruéis); 
d. Vigência e validade da lei
 Vigência – Lei penal formalmente editada e transcorrido o período de 
vacatio legis; 
 Validade – Verificação da conformidade da lei penal com o texto 
constitucional; (interpretação conforme a constituição feita pelo juiz);
PRINCÍPIOS PENAIS
e. Termo inicial de aplicação da lei penal
 Iniciativa do projeto – discussão – votação – sanção ou veto – promulgação – 
publicação e vigência;
 Ente a publicação e vigência se encontra a vacatio legis;
 A lei somente é valida após o fim da vacatio legis;
f. Medidas provisórias regulando matérias penais
 Art. 62, §1º, inciso I, b – Em casos de relevância e urgência, o Presidente da 
República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo 
submetê-las de imediato ao Congresso Nacional:
 §1º - É vedado a edição de medidas provisórias sobre matéria:
 I – relativa a: 
 b) direito penal, processual penal e processual civil;
PRINCÍPIOS PENAIS
12) Princípio da extra-atividade da lei penal
a. Tempo do crime
 Teoria da atividade;
 O tempo do crime é o da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento 
do resultado;
 Art. 4º do CP – Considera-se praticado o crime no momento da ação ou 
omissão, ainda que outro seja o momento do resultado;
 Teoria do resultado;
 O tempo do crime é o do resultado, não importando quando ocorreu a ação 
ou omissão;
 Teoria mista ou da ubiquidade
 O tempo do crime é no momento da ação ou omissão, bem como do 
resultado.
PRINCÍPIOS PENAIS
b. Espécies de extra-atividade da lei penal
 Ultra-atividade - a possibilidade da lei, mesmo que revogada, continuar 
a regular os fatos que ocorreram durante a sua vigência;
 Retroatividade – A possibilidade da lei de regular fatos que ocorreram 
anteriores a sua vigência;
c. Novatio legis in mellius (alteração legal que trás benefícios ao réu) e 
novatio legis in pejus (alteração legal que trás prejuízo ao réu);
 Ex. Causas de aumento e diminuição de pena, ampliação ou diminuição 
do rol de circunstâncias agravantes e atenuantes, aumento ou 
diminuição dos prazo prescricionais, aumento ou diminuição da pena, 
etc... 
PRINCÍPIOS PENAIS
 Aplicação da novatio legis in pejus nos crimes permanentes e 
continuados
 Crime permanente – É aquele que a sua execução de prolonga no 
tempo. Ex. Extorsão mediante sequestro - art. 159 do CP;
 Crime continuado – Art. 71 do CP – Quando o agente mediante uma 
ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécies e, 
pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras 
semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuado 
do primeiro.
 Súmula 711 do STF – A lei penal mais grave aplica-se ao crime 
continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à 
cessação da continuidade ou da permanência.
PRINCÍPIOS PENAIS
d. Abolitio criminis – Descriminalização de uma conduta que até então era considerado 
como crime;
 Efeito da abolitio criminis
 Extinção da punibilidade;
 Retirado o nome do rol dos culpados;
 Extinção da reincidência ou mais antecedentes;
 Extinção da possibilidade de indenização civil pelo prática do crime;
 Abolitio criminis temporalis
 Suspensão da norma por um período determinado;
 Lei de armas – posse ilegal de arma de fogo de uso permitido – abolitio criminis 
temporalis de 23/12/2003 à 31/12/2009 – NÃO RETROAGE;
 Principio da continuidade normativa-típica
 Quando existe a extinção de um tipo penal incriminador, mas seus elementos 
são transferidos para outra norma penal. NÃO OCORRE A ABOLITIO CRIMINIS. 
 Ex. art. 213 e 214 (somente art. 213 do CP), art. 12 da lei 6368/76 e art. 33 da 
lei 11.343/06;
PRINCÍPIOS PENAIS
e. Sucessão de leis no tempo
 A cada modificação da lei, deverá analisar as regras da ultra atividade da lei 
penal ou da retroatividade; 
 Sucessão de leis temporárias ou excepcionais
 Lei temporária é a que traz o dia inicial da vigência e o termo final da 
vigência;
• Ex. Lei 12.663/12 – Lei da Copa das Confederações, FIFA 2013 e Copa 
do Mundo FIFA 2014;
 Lei excepcional é aquela editada diante de fatos excepcionais e sua vigência 
está condicionada a duração da aludida situação.
• Estado de guerra, calamidade pública, etc...
 Art. 3º do CP – A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período 
de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-
se ao fato praticado durante a sua vigência.
• Discussão se o art. 3ª do CP foi recepcionado pela CF;
PRINCÍPIOS PENAIS
f. Combinações de leis
 Utilização de uma parte da leirevogada mais benéfica, com a parte de uma 
segunda lei também mais benéfica;
 1ª Lei - pena menor / 2ª lei, pena maior, mas existe causa de diminuição de pena 
que não tinha na primeira = Aplicação da ultra atividade da lei penal com a causa 
de diminuição de pena. Ex. lei de drogas.
 Existe discussão doutrinaria sobre a aplicabilidade da combinação de leis;
g. Apuração da maior benignidade da lei
 Se o juiz tiver dúvida sobre qual é a lei mais benéfica deverá ouvir o réu.
h. Irretroatividade da lex gravior e medidas de segurança
 Não se aplica a irretroatividade da lei penal mais grave para as medidas de 
segurança;
PRINCÍPIOS PENAIS
i. Aplicação da lex mitior durante o período de vacatio legis
 Existe discussão doutrinaria sobre a aplicabilidade da retroatividade da lei pena 
mais benéfica na vacatio legis;
j. Vacatio legis indireta
 É a lei que prevê em seu corpo outra vacatio legis, além do período normal de 
vacatio legis.
 Lei 10826/03 – Disse no seu art. 30, que poderia registrar as armas até o dia 
31 de dezembro de 2008, sendo ampliado posteriormente até 2009. Essa 
vacactio legis indireta também caracterizou uma abolitio criminis 
temporalis. 
k. A retroatividade da jurisprudência
 Poderá retroagir para beneficiar o réu – Ex. Topless – ato obsceno.
PRINCÍPIOS PENAIS
13) Princípio da territorialidade
a. Lugar de crime
 Teoria da atividade;
 O lugar do crime é o da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do 
resultado;
 Teoria do resultado;
 O lugar do crime é o do resultado, não importando quando ocorreu a ação ou 
omissão;
 Teoria mista ou da ubiquidade
 O lugar do crime é o da ação ou omissão, bem como do resultado;
 Art. 6º do CP – “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a 
ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou 
deveria produzir-se o resultado”;
 Crime a distância;
PRINCÍPIOS PENAIS
b. Territorialidade
 Art. 5º do CP – Teoria Temperada de territorialidade (pode ser 
afastada por tratados, convenções e regras de direito internacional);
 Mar territorial – 12 milhas náuticas ou 22 quilômetros
14) Princípio da extraterritorialidade – art. 7º do CP
a. Aplicação do direito penal brasileiro além das fronteiras terrestres, 
marítimas e aéreas;
b. Extraterritorialidade Incondicional - Art. 7º, I do CP;
c. Extraterritorialidade Condicionada – Art. 7º, II do CP;
 Condições – art. 7ª, §2º e §3º do CP.
PRINCÍPIOS PENAIS
15) Disposição sobre a aplicação da lei penal
a. Eficácia da sentença estrangeira
 Art. 9º do CP
 Compete ao STJ a homologação de sentença estrangeira;
b. Contagem de prazo
 Art. 10 do CP – Prazo material (penal)
c. Frações não computáveis na pena
 Art. 11 do CP
 Não computa as frações de dia ou as frações de reais;
d. Legislação especial
 Art. 12 do CP
CONCEITO E EVOLUÇÃO DA TEORIA DO CRIME
1) Infração Penal
a. Crime = Delito
b. Crime/Delito  Contravenção Penal
c. Infração penal = crime/delito ou contravenção
2) Conceito do crime
a. Conceito formal – Será crime toda ação ou omissão contraria a lei penal;
b. Conceito material – Somente ocorrerá crime quando a conduta do agente 
ferir o os bens mais importantes da sociedade;
c. Conceito analítico – Três teorias
CONCEITO E EVOLUÇÃO DA TEORIA DO CRIME
c. Conceito analítico
 Conceito de crime adotado por Mirabete, Dámasio, Dotti e Delmanto – Teoria 
Bipartite;
 Crime = Fato típico + antijurídico
 A culpabilidade é pressuposto da aplicação da pena
• Art. 26 e art. 21 do CP – Expressão é isento de pena, se refere a causa 
de exclusão da culpabilidade;
 Toda a teoria é pressuposto para aplicação da pena (Rogério Greco);
 Teoria quadripartite de crime – Mezger e Basileu Garcia
 Fato típico + Antijurídico + Culpável + Punível
 Teoria tripartite – Maioria da Doutrina brasileira e estrangeira
 Fato típico + Antijurídico + Culpável
CONCEITO E EVOLUÇÃO DA TEORIA DO CRIME
c. Conceito analítico – Segue a sequência
CRIME
FATO TÍPICO ANTIJURÍDICO CULPÁVEL
1) Conduta
 - Dolosa/Culposa
 - Comissiva/Omissiva
2) Resultado
3) Nexo de Causalidade
4) Tipicidade
 
 - Formal
 - Conglobante
Quando o agente não atua 
em:
1) Legitima defesa
2) Estado de necessidade
3) Estrito cumprimento do 
dever legal
4) Exercício regular de 
direito
5) Causa supralegal de 
exclusão de ilicitude 
 - Consentimento do ofendido 
1) Imputabilidade
2) Potencial consciência da 
ilicitude
3) Exigibilidade de conduta 
diversa
CONDUTA
1) Conduta
a. Toda ação ou comportamento humano (comissiva ou omissiva – dolosa ou culposa);
b. Poderá ser considerado a conduta da pessoa jurídica nos crimes ambientais;
2) Conceito de ação – Causal, final e social
a. Concepção causalista (Liszt e Beling) – “Conduta é a ação que repousa sobre a 
vontade humana, a mudança do mundo exterior referível à vontade humana”. 
 Crítica 
 Não solucionou a omissão punível; 
 Não prevê os crimes formais
b. Concepção finalista (Welzel) – “É a ação ou omissão, portando um comportamento 
humano voluntário, dirigido a uma finalidade”; - Adotado pelo CP;
c. Concepção social – “Um comportamento humano social e juridicamente relevante, 
segundo os padrões de uma determinada época, dominada ou dominável pela 
vontade”.
CONDUTA
3) Conduta dolosa (quando o agente quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo) ou 
culposa (quando o agente dá causa ao resultado em virtude de sua imprudência, 
imperícia e negligência);
a. Art. 18 parágrafo único do CP – “Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser 
punido por fato previsto como crime, senão quando o praticado dolosamente”
4) Conduta comissivas (conduta ou ação direcionada a um resultado) e omissivas (inação ou 
abstenção de uma atividade que era imposta pela lei ao agente);
a. Omissão própria – Dever genérico de proteção – não fazer o que a lei determinada. 
Ex. Omissão de Socorro;
b. Omissão imprópria – Dever especial de proteção – art. 13, §2º do CP – O autor está 
na posição de garante e não pratica a conduta determinada; 
5) Ausência de conduta – Quando a ação não está dirigida a uma finalidade (não tem dolo 
ou culpa);
a. Força irresistível – Ex. Força da natureza (vento, água, terremoto, etc...), força de 
terceira pessoas (É jogado contra outras pessoas, acidente de carro); 
CONDUTA
b. Movimentos reflexos – Movimentos corporais instintivos (ex. Movimento após um 
choque, causando lesão a terceiro);
c. Estado de inconsciência – Sonambulismo, ataques epiléticos, hipnose, etc..
6) Fases da realização da ação – Para o agente atingir a finalidade;
a. Fase interna – esfera do pensamento;
 Pela representação e pela antecipação mental do resultado a ser alcançado 
(qual crime);
 Pela escolha dos meios alcançados;
 Pela consideração dos efeitos colaterais ou concomitantes à utilização dos 
meios escolhidos (Se poderá ter outros resultado);
b. Fase externa – Coloca na prática todos os fatos arquitetados na fase interna.
 Para ser penalmente válido o agente tem que ter iniciado a fase externa (atos 
de execução), salvo nos casos em que o CP puniu em crime autônomo a fase de 
preparação. Ex. Associação criminosa ou falsificação de documentos.
TIPO PENAL
1) Conceito 
Descrição de uma conduta (comissiva ou omissiva), em lei (sentido estrito), com o fim de 
proteger determinado bem, cuja tutela mostrou-se insuficiente pelos demais ramos do 
direito, atribuindo uma pena para quem lhe desobedece.
2) Tipicidade penal = tipicidade formal + tipicidade conglobante
 Tipicidade formal
 É a adequação da conduta do agente ao tipo penal.
 Ex. Jogo de encaixar as peças
 Tipicidade conglobante
 Conduta antinormativa
• Fato típico + não ser imposta ou fomentada pelo estado (Estrito cumprimento do 
dever legal) – A lei não poderá punir uma ação e obrigar que uma pessoa 
pratique essa ação; 
o Ex. Oficial de justiça que cumpre a penhora ou sequestro de um bem;
o Ex. Carrasco que mata a pessoa por determinação legal;
o Ex. Médico que causalesão corporal em paciente para salvar a sua vida;
o Ex. Policial que prende uma pessoa por ordem judicial;
TIPO PENAL
 Fato materialmente típico (lesão mais graves ao bem jurídico)
• Princípio da insignificância
3) Adequação típica ou tipicidade formal (Encaixe perfeito entre a conduta e o tipo 
legal);
a. Adequação típica de subordinação imediata ou direta – Quando a conduta 
do agente se encaixa perfeitamente ao tipo incriminador. Ex. Homicídio 
(art. 121 do CP), furto (art. 155 do CP), roubo (art. 157 do CP);
b. Adequação típica de subordinação mediata ou indireta (utiliza norma de 
extensão) – precisa de uma norma de extensão para haver o encaixe da 
ação no tipo penal. Ex. Tentativa de homicídio (art. 121 c/c art. 14, II do CP), 
estupro em concurso de pessoas (art. 213 c/c art. 29 do CP);
TIPO PENAL
4) Fases da evolução do tipo
a. 1- ª Fase - Tipo descritivo (sem valoração) – Analisava somente a conduta 
proibida (comissivas ou omissivas);
b. 2ª Fase (Ratio cognoscendi - Welzel) – Caráter indiciário da antijuridicidade 
– Se o fato é típico existe indícios que é antijurídico – onde há fumaça há 
fogo – Doutrina Majoritária;
c. 3ª Fase (ratio essendi) – Fusão entre o fato típico e antijurídico (ou o fato é 
típico e antijurídico ou o fato é atípico e lícito); Ex. Matar alguém 
ilicitamente. 
5) Teorias dos elementos negativos do tipo – Consequência da adoção da ratio 
essendi.
a. Tipo total do injusto – A licitude é causa de exclusão da tipicidade.
TIPO PENAL
6) Injusto penal (injusto típico) – Ação típica + antijurídica (sem causa de justificação); 
Faltando somente a análise da culpabilidade;
a. Tipo total do injusto (analise em conjunto)  Injusto penal (analisa primeiro a 
tipicidade, depois a antijuridicidade);
7) Tipo básico (tipo inicial – art. 121, art. 122, art. 123, art. 124, art. 320 do CP) e tipos 
derivados (complementa o inicial – Ex. art. 121, §1º do CP, art. Art. 142,§1ª do CP, art. 157, 
§2º do CP);
8) Tipos fechados (São aqueles que possuem a descrição completa da conduta proibida pela 
lei penal. Ex. matar alguém, subtrair para si ou para outrem coisa alheia móvel) e tipos 
abertos (são aqueles que precisam da interpretação do julgador para aplicar o tipo. Ex. Os 
delitos culposos, art. 121,§3º do CP, os delitos omissivos impróprios – art. 13, §2º do CP);
9) Tipos congruentes (Tipo congruente é aquele que não exige qualquer requisito subjetivo 
especial ou transcendental do agente (além do dolo). Em outras palavras, não exige 
qualquer intenção especial além do dolo normal do crime; por exemplo, homicídio 
simples – art. 121, caput, art. 129, caput do CP.) e tipos incongruentes (O tipo penal 
incongruente, por sua vez, exige além do dolo uma intenção especial, um requisito 
subjetivo transcendental; por exemplo, o crime de extorsão, crime preterdoloso);
TIPO PENAL
10) Tipo simples (Aquele que prevê somente um comportamento, um único núcleo típico, 
Ex. homicídio, furto, apropriação indébita); 
Tipo misto alternativo (existe mais de um comportamento ou núcleo do tipo, e se 
praticado mais de núcleo, responderá por um só crime, ex. art. 180 do CP, art. 33 da lei 
11.343/06);
Tipo misto acumulativo (existe mais de um comportamento ou núcleo do tipo, e se 
praticado mais de núcleo, responderá pela mesma infração em concurso material, ex. art. 
244 do CP, art. 213 do CP);
Tipo complexo (Com a adoção da teoria finalista – o dolo e a culpa passaram para a 
tipicidade, fazendo com o tipo penal tenha a fusão entre os elementos objetivos e 
subjetivos);
11) Elementares
“Elementares são dados essenciais à figura típica, sem os quais ocorre uma atipicidade 
absoluta ou um atipicidade relativa”
TIPO PENAL
a. Atipicidade Absoluta – Quando por falta de uma elementar do tipo o fato 
deixa de ser crime. 
 Ex. Alguém que subtrai o próprio guarda chuva (não é furto, falta a 
elementar coisa alheia móvel);
b. Atipicidade relativa ou desclassificação – Quando por falta de uma 
elementar o crime é modificado para outro. 
 Ex. Um funcionário público que não se valendo de seu cargo subtrai um 
computador da repartição pública. (não é peculato-furto, é furto, por 
que o funcionário não utilizou da condição de funcionário para praticar 
o crime); 
 Ex2. Homicídio e infanticídio – Elementar do estado puerperal;
TIPO PENAL
12) Elementos que integram o tipo
a. Elementos objetivos – Tem por finalidade fazer com que o agente tome conhecimento 
de todos os dados necessários à caracterização da infração penal.
I. Elementos descritivos – São elementos que traduzem claramente o tipo penal, 
não precisam de valoração pelo interprete; 
II. Elementos normativos – São aqueles elementos cuja a compreensão se faz 
necessário socorrer uma valoração ética ou jurídica. Ex. Dignidade, decoro, sem 
justa causa, etc...
b. Elementos subjetivos (vontade do agente) – Dolo (Elementos subjetivo por 
excelência) e culpa (Falta de observação subjetiva de cuidado);
13) Elementos específicos dos tipos penais
a. Núcleo do tipo – São os verbos descritos no tipo.
 Uninucleares – Tem somente um verbo ou núcleo no tipo – ex. art. 121 do CP
 Plurinucleares – Tem vários verbos ou núcleos do tipo – ex. art. 33 da lei 
11.343/06 ; 
TIPO PENAL
b. Sujeito ativo – São as pessoas que praticam a conduta descrita no tipo. 
 Comum ou próprio;
 Discussão entre a possibilidade de ter no sujeito passivo a pessoa jurídica.
 STJ - Pode, mas desde que a pessoa física responsável pelo ato também seja 
punida juntamente com a pessoa jurídica.
c. Sujeito passivo 
 Formal – É o Estado 
 Material - É o titular do bem jurídico que sofreu a lesão causada pelo sujeito 
ativo. 
d. Objeto material – É o objeto, coisa ou pessoa sobre o qual recai a ação do agente. Ex. 
No furto, o objeto será a coisa alheia móvel subtraída e no homicídio será o ser 
humano com vida (não confundir com bem juridicamente protegido); 
TIPO PENAL
14) Funções do tipo 
a. Função de garantia – O agente somente poderá ser punido se praticar 
alguma das condutas proibidas no tipo, ou deixar de fazer alguma conduta 
imposta pela lei;
b. Função de fundamentadora – A prática das condutas descritas no tipo 
fundamenta a possibilidade do Estado de exercitar o seu direito de punir, 
tendo em vista que o tipo penal foi violado; 
c. Função selecionadora de condutas – O tipo ira selecionar as condutas que 
o direito penal irá proteger, devendo observar os princípios da intervenção 
mínima, da lesividade e da adequação social;
TIPO DOLOSO
1) Conceito de dolo
 Art. 18 do CP – Diz-se o crime doloso: 
 I – doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.
a. “Dolo é a vontade e consciência dirigida a realizar a conduta prevista no tipo penal 
incriminador. É constituído de dois elemento, a consciência e a vontade.
I. Consciência – O agente deve saber aquilo que está fazendo para que se 
caracterize o dolo.
 Ex. Se o agente atira em uma pessoa pensando que um animal, não 
caracteriza o dolo.
II. Vontade – O agente tem que querer praticar a conduta. A vontade é mais que 
um simples desejo.
 Se o agente é coagido fisicamente a matar terceiro, ele não tem a vontade 
de praticar a conduta. 
b. Art. 18, paragrafo único: “Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido 
por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente”;
TIPO DOLOSO
2) Teorias do dolo
a. Teoria da vontade – O dolo é somente a vontade livre e consciente de querer praticar 
a infração penal; 
b. Teoria do assentimento – O dolo é aquele que antevendo como possível o resultado 
lesivo com a prática de sua conduta, mesmo não o querendo de forma direta, não 
importa com a sua ocorrência, assumindo o risco de produzi-la.
c. Teoria da representação – O dolo é toda vez que o agente tendo a previsão da 
ocorrência do resultado, resolve continuar na conduta. Não existe diferença entre 
dolo eventual (assumir o risco do resultado) e culpa consciente (prevendo o 
resultado, acredita que nãoirá ocorrer).
d. Teoria da probabilidade – O dolo é quando a conduta do agente está 
estatisticamente provado que ocorrerá o resultado (dolo eventual).
e. Teoria adotada pelo CPB – Teoria da vontade e do assentimento (Pratica o crime 
dolosamente tanto o agente que quer a produção do resultado, quanto aquele que 
assume o risco de produzi-lo);
TIPO DOLOSO
3) Espécies de dolo
a. Dolo direito – Quando o agente quer efetivamente praticar a conduta típica. 
É uma conduta dirigida a um resultado (dolo por excelência).
I. Dolo direto de primeiro grau – É quando o agente quer um resultado e 
consegue atingi-lo sem colocar qualquer outra pessoa em risco.
II. Dolo direto de segundo grau – É quando o agente querendo atingir um 
resultado, atinge também o bem jurídico de terceiros, sabendo que a 
lesão à terceiros é um meio necessário para atingir o seu resultado.
 Um terrorista querendo matar o Presidente do Brasil coloca várias 
bombas no palácio do planalto e mata além do Presidente, vários 
funcionários públicos. Em relação ao presidente é dolo direto de 
primeiro grau, em relação ao demais funcionários é dolo direito de 
segundo grau.
TIPO DOLOSO
b. Dolo indireto 
I. Dolo indireto alternativo – Quando o agente quer um resultado 
alternativo em relação ao resultado (alternatividade objetiva) ou em 
relação a pessoa (alternatividade subjetiva).
 Ex. Alternatividade objetiva – O agente ao atirar em um terceiro 
quer matá-lo ou feri-lo;
 Ex. Alternatividade subjetiva – O agente efetua um disparo de 
arma de fogo em direção a duas pessoas, querendo matar uma ou 
outra.
II. Dolo indireto eventual – Quando o agente prevê o resultado, não quer 
atingi-lo, mas assume o risco de produzi-lo. O autor verifica a 
possibilidade de realizar uma conduta típica, mas mesmo não 
querendo, se conforta com a sua produção”
TIPO DOLOSO
4) Dolo geral – Welzel “Quando o autor acreditando haver consumado o delito 
quando na realidade o resultado somente se produz por uma ação posterior, com 
o qual busca encobrir o fato”.
 Ex. Um agente querendo matar terceiro, efetua dois disparos de arma de 
fogo em sua direção, acreditando que a vítima esteja morta, a enterra em 
local ermo, matando-a por sufocamento. 
5) Dolo genérico (Quando o tipo não especifica o elemento subjetivo do agente – 
sua intenção. Ex. art. 121 do CP) e dolo específico – (Quando o tipo especifica 
qual a finalidade do crime. Ex. art. 159, art. 288, art. 299 do CP – “com o fim 
de”). 
6) Dolo normativo (dolus malus) – Na teoria causal (dolo e culpa fazem parte da 
culpabilidade – elementos psicológicos e normativos), e este dolo tem a natureza 
normativa real, tem a vontade e conhecimento da conduta proibida (teoria 
extremada do dolo) ou potencial (teoria limitada do dolo).
TIPO DOLOSO
7) Dolo subsequente (dolus subsequens) – Quando o agente pratica uma conduta 
sem dolo ou culpa, ou somente por culpa, mas depois se alegra ou aceita o 
resultado. 
 Ex. O agente deixa cair um jarro de planta do décimo andar (imprudência), 
mas depois verifica que matou sem querer seu vizinho e inimigo e fica feliz 
com a morte. Responderá por homicídio culposo.
8) Ausência de dolo em virtude de erro de tipo
a. Art. 20 do CP – O erro sobre o elemento constitutivo do tipo legal de crime 
excluiu o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. 
Ex. do Caçador que mata seu colega em vez de um animal bravio.
 Erro de tipo escusável ou invencível – Exclui o dolo; 
 Erro de tipo inescusável ou vencível - Responde por culpa; 
TIPO DOLOSO
9) Dolo e crime de perigo – Quando o CP puni condutas que mesmo não 
atingindo um bem jurídico de terceiro cria um perigo concreto ou abstrato a 
este bem.
 art. 311 do CTB – Trafegar em velocidade incompatível com a segurança 
nas proximidades de escolas, hospitais, estacionamentos de embarque e 
desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande 
movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano. 
Pena – detenção, de 06 (seis) meses a 1 (um) ano, ou multa.
 Art. 130 do CP – Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer 
ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve 
saber que está contaminado: Pena – detenção de três meses a um ano , 
ou multa.
TIPO CULPOSO
1) Conceito e elementos do delito culposo
a. Conceito : art. 18 do CP – Diz-se o crime culposo: 
I – culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou 
imperícia .
Parágrafo único – Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato 
previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. 
b. Elementos:
I. Conduta humana voluntária, comissiva ou omissiva
II. Inobservância de um dever objetivo de cuidado
 Negligência – “É deixar de fazer aquilo que a diligência normal impunha”;
 Ex. Deixa a arma de fogo ao alcance de seus filhos menores
TIPO CULPOSO
 Imprudência – “Conduta positiva praticada pelo agente que, por não observar 
o dever de cuidado, causa um resultado lesivo que lhe era previsível”.
 Ex. Motorista que ultrapassa um sinal vermelho; 
 Imperícia – “Quando ocorre a inaptidão para arte, profissão ou ofício. Está 
ligada a atividade profissional do agente.”
 Ex. Cirurgião plástico que deixa de observar os deveres de cuidado e 
causa uma lesão no paciente. 
III. O resultado lesivo não querido, tampouco assumido, pelo agente
IV. Nexo de causalidade entre a conduta do agente que deixa de observar o seu dever 
de cuidado e o resultado lesivo dela advindo
V. Previsibilidade – O fato deve previsto pelo agente
 previsibilidade objetiva - Analise sobre o homem médio 
 previsibilidade subjetiva - Analise sobre as condições pessoais do agente
VI. Tipicidade – Somente se penaliza o crime culposo se houver previsão legal; 
TIPO CULPOSO
2) Crime culposo e crime aberto
 “Nos delitos culposos a ação do tipo não está determinada legalmente. Seus 
tipos são, por isso abertos ou com necessidade de complementação, já que o 
juiz tem que completá-los para o caso concreto”. Ex. art. 121; §3º do CP, art. 
129, §6º do CP;
 Exceção – art. 180, §3º do CP e art. 38 da lei 11.343/06;
3) Culpa consciente (Quando o agente prevê o resultado, mas não deixa de praticar 
a conduta acreditando sinceramente que o resultado não irá ocorrer – Culpa 
com previsão) e culpa inconsciente (Quando o agente deixa de prever o 
resultado que era previsível - Culpa sem previsão);
4) Diferença ente culpa consciente (Na culpa consciente o agente acredita que 
pode evitar o resultado) e dolo eventual (O agente não quer diretamente 
produzir o resultado, mas se este vier a acontecer, pouco importa, assumindo o 
risco de produzi-lo);
TIPO CULPOSO
5) Culpa imprópria – Quando o agente, nas hipóteses de descriminantes putativas, 
causa um resultado doloso, mas responde como se tivesse praticado um crime 
culposo.
a. Art. 20, §1º do CP – É isento de pena quem, por erro plenamente justificado 
pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação 
legitima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é 
punível como crime culposo. 
 Ex. Policial disfarçado é alertado que seu disfarce foi descoberto e 
acredita que esta correndo risco de vida, neste instante uma pessoa vem 
em sua direção sem dizer nada e o policial mata esse terceiro, mas 
descobre depois que era somente um transeunte.
 Erro inevitável – Isento de pena; 
 Erro evitável - Responde por culpa; 
TIPO CULPOSO
6) Compensação e concorrência de culpas
a. Compensação – impossibilidade – Dois motoristas ultrapassam o sinal de 
trânsito vermelho, causam a colisão e consequente lesão corporal de ambos 
– Os dois serão autores e vítimas do processo.
b. Concorrência – possibilidade – Um motorista em alta velocidade atropela 
um pedestre que atravessava a rua fora da faixa de pedestre, 
imprudentemente. O juiz deverá analisar a conduta do pedestre para reduzir 
a pena do motorista.
7) Excepcionalidade decrime culposo (crime doloso regra, crime culposo exceção)– 
Art. 18, paragrafo único – Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser 
punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. 
8) Tentativa nos delitos culposos – Não é permitido pelo CPB, exceção nos crimes 
praticados com culpa imprópria (parte da doutrina);
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE (Nexo Causal)
1) Dispositivo Legal
Art. 13 do CP – O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável 
a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não 
teria ocorrido.
§1º A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, 
por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os 
praticou.
§2º A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar 
o resultado. O dever de agir incumbe a quem: 
a) Tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) De outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) Com o seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado; 
2) Relação de Causalidade – “É o elo (ligação) entre a conduta (dolosa ou culposa) praticada 
pelo agente ao resultado por ele produzido”.
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE (Nexo Causal)
3) Do resultado de que trata o caput do art. 13 do CP (“o resultado, de que depende a 
existência do crime”)
a. Sheila Bierrenbach e Ronaldo Tanus – A relação de causalidade descrita no caput do 
art. 13 se refere somente aos crimes materiais (causam modificação do mundo 
exterior); 
b. Luiz Flavio Gomes e Rogério Greco - A relação de causalidade descrita no caput do art. 
13 se refere tanto aos crimes materiais quanto ao crimes formais – Resultado jurídico - 
(Crimes que não modificam o mundo exterior, não sendo passível de percepção dos 
sentidos) ;
4) Teorias sobre a relação de causalidade
a. Teoria da causalidade adequada (Von Kries) – “Causa é a condição necessária e 
adequada a determinar a produção do evento”.
 Conduta adequada e idônea;
 Exclui os eventos extraordinários, fortuitos, excepcionais e anormais;
 Ex. Não existe relação entre a conduta de acender a churrasqueira e o incêndio 
devido as fagulhas carregadas pelo vento; 
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE (Nexo Causal)
b. Teoria da relevância jurídica (Mezger) – “É causa a condição relevante para o 
resultado”;
 Engloba o juízo de adequação;
 Tem que analisar a previsibilidade de um homem médio (previsibilidade 
objetiva);
 Ex. Se uma pessoa joga um balde de água em uma represa cheia e rompe o 
dique, ele não irá se responsabilizar pelo crime de inundação (art. 254 do CP); 
c. Teoria da equivalência dos antecedentes causais (ou conditio sine qua non) Von Buri 
– ADOTADA PELO CP - “Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado 
não teria ocorrido”.
 Verifica se o fato que antecede é causa do resultado por meio de uma 
eliminação hipotética (suprime mentalmente o fato, se vier uma modificação do 
resultado, é sinal de que o fato é causa do resultado); 
 Ex. 1) produção da arma de fogo, 2) aquisição da arma de fogo pelo 
comerciante, 3) aquisição da arma pelo autor, 4) refeição tomada pelo autor, 5) 
emboscada, 6) disparo de arma de fogo, 7) resultado morte; 
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE (Nexo Causal)
5) Processo hipotético de eliminação de thyrén
a. Temos que pensar no fato que entendemos como influenciador do resultado;
b. Devemos suprimir mentalmente esse fato da cadeia causal;
c. Se, como consequência dessa supressão mental, o resultado vier a se modificar, é 
sinal de que o fato suprimido mentalmente deve ser considerado com causa deste 
resultado; 
6) Regressão em busca das causas do resultado
a. Crítica a teoria da equivalência dos antecendentes causais (regressão infinita) – Se 
voltarmos no tempo para analisar todas as causas que poderiam causar um crime, 
poderiamos chegar a culpar o proprietário da empresa que fabricou a arma ou até os 
pais do agente;
b. Proibição do regresso – “Não poderá retroceder além da vontade livre e consciente 
dirigida a um resultado (dolo ou culpa); 
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE (Nexo Causal)
7) Ocorrência do resultado
a. Devemos incluir o termo “como ocorreu” no art. 13 do CP – “ Considera-se causa a 
ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido como ocorreu”;
b. Ex. o autor encontra seu desafeto pendurado por um galho quase se partindo, e ao 
verificar que não tinha ninguém por perto acaba de quebrar o galho. Responde pelo 
crime de homicídio;
8) Espécies de causas
a. Causa absolutamente independente – É a causa que teria acontecido, vindo a 
produzir o resultado, mesmo se não tivesse havido qualquer conduta por parte do 
agente;
I. Preexistente – É aquela que ocorreu anterior à conduta do agente;
 Não pode imputar o fato ao agente;
 Autor efetua disparo na vítima, mas esta já teria tomado um veneno, e 
morre por causa do veneno – responde por tentativa de homicídio;
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE (Nexo Causal)
II. Concomitante – É aquela que ocorre no mesmo instante da conduta do agente;
 Não pode imputar o fato ao agente;
 Autor “A” efetua disparo na vítima, no mesmo momento em que o autor 
“B” também efetua disparo contra a mesma vítima (calibre diferente e 
descartada a coautoria), e a vítima morre em decorrência do disparo de 
“B” – “A” responde por tentativa de homicídio;
III. Superveniente – É aquela que ocorre posterior a conduta do agente e não tem 
relação de dependência; 
 Não pode imputar o fato ao agente;
 Autor efetua disparo na vítima que lhe causa lesão grave, que certamente 
o levará a morte, mas antes, o prédio onde a vítima está desaba, 
verificando posteriormente que a vítima morreu por soterramento – O 
autor responde por tentativa de homicídio
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE (Nexo Causal)
b. Causa relativamente independente – É a causa que somente tem a possibilidade de 
produzir o resultado se for conjugada com a conduta do agente;
I. Preexistente – É aquela que ocorreu anterior à conduta do agente, mas conjuga 
com a ação deste para produzir o resultado;
 Hemofílico que recebe um soco na barriga (tem que saber que a vítima é 
hemofílica).
 Se queria matar – homicídio doloso
 Se queria lesionar – lesão corporal seguida de morte
II. Concomitante – É aquela que ocorre no mesmo instante da conduta do agente, 
mas conjuga com a ação deste para produzir o resultado;
 Autor desfere um tiro na vítima no mesmo momento que ela esta sofrendo 
um colapso cardíaco e o disparo contribuiu para a parada cardíaca – 
responde por homicídio doloso consumado;
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE (Nexo Causal)
III. Superveniente – É aquela que ocorre posterior a conduta do agente e tem relação 
de dependência (art. 13, 1º do CP); 
 Exclui a imputação quando por si só causa o resultado;
 Somente será imputado ao agente quando a causa relativamente 
independente superveniente for um desdobramento natural da ação;
 Ex. A vítima recebe um disparo e vai para o hospital, no local a vítima morre em 
decorrência de um atentado terrorista - (tentativa de homicídio);
 Ex.2. A vítima recebe um disparo e no caminho para o hospital a ambulância 
capota e a vítima morre em decorrência do acidente - (tentativa de homicídio);
 Ex. 3. A vítima recebe um disparo e vai para o hospital, no local a vítima morre 
de uma infecção hospitalar - (Homicídio);
 Ex. 4. A vítima recebe um disparo e vai para o hospital, no local a vítima morre 
durante a cirurgia para subtrair o projetil - (Homicídio);
 Linha de desdobramento físico e significância da lesão – Além de o resultado 
ser um desdobramento natural da ação, a lesão causada tem que ser relevante.
 Ex. Produz um leve corte no dedinho e a vítima morre de tétano;
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE (Nexo Causal)
9) Omissão como causa do resultado – A inação poderá ser juridicamente relevante quando 
o agente abster de fazer aquilo que a lei determina;
10) Crimes omissivos próprios e impróprios
a. Crime omissivoprópria – Dever genérico de proteção – não fazer o que a lei 
determinada. Ex. Omissão de Socorro, prevaricação, abandono material, etc..;
b. Crime omissivo imprópria ou comissivo por omissão – Dever especial de proteção – 
art. 13, §2º do CP – O autor está na posição de garante e não pratica a conduta 
determinada; 
c. Relevância da omissão
d. A posição de garantidor;
11) Crimes omissivos por comissão – Aquele que através de um comportamento positivo, 
impede que terceira pessoa realize a conduta que esta obrigado, com o fim de atingir um 
resultado;
a. Ex. Autor impede que salva vidas entre na piscina para salvar seu desafeto, causando 
sua morte; - Responde como crime doloso por comissão.
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE (Nexo Causal)
12) Teoria da imputação objetiva – Tem por finalidade a limitação da chamada teoria da 
equivalência dos antecedentes causais, sem contudo, abrir mão desta última. É mais uma 
teoria da não imputação do que uma teoria da imputação;
a. Teoria geral da imputação (Claus Roxin) – Crimes de resultado;
I. Diminuição do risco – Se o agente diminui o risco do resultado lesivo, ele não 
poderá ser responsabilizado;
 Se “A” verifica que “B” vai ser atingido por uma pedra na região da cabeça, 
e o empurra, sendo que pedra a tinge o seu braço, “A” não poderá ser 
responsabilizado pela lesão menos grave no braço. 
II. Criação de um risco juridicamente relevante - Para caracteriza o crime o autor 
tem que criar um risco juridicamente relevante. 
 Se “A” querendo matar seu tio compra uma passagem de avião e este vem 
a morrer com a queda do avião, “A” não poderá ser responsabilizado pela 
conduta, visto que comprar uma passagem de avião não cria um risco 
juridicamente relevante;
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE (Nexo Causal)
III. Aumento do risco permitido – Se a conduta do agente não aumentar o risco da 
ocorrência do resultado, este não lhe poderá ser imputado; 
 Um fabricante de pinceis compra pelos de cabra para fazer os seus pinceis. 
Mesmo após ter sido orientado pelo exportador que os pelos da cabra 
deveriam ser desinfetados antes do fabrico dos pinceis, o importador 
coloca seus operários em contato com os pelos, morrendo dois por 
contaminação da bactéria que estavam nos pelos. Contudo, 
posteriormente verificou-se que mesmo se o importador tivesse feito a 
desinfecção, seus funcionários morreriam, porque a bactéria já estava 
resistente. O fato não poderá ser atribuído ao importador; 
IV. Esfera de proteção da norma como critério de imputação - Mesmo que o 
agente aumente o risco permitido, somente poderá ser lhe imputado, se estiver 
na esfera de proteção da norma;
 Se o agente atropela negligentemente um transeunte, matando-o. Em 
seguida a mãe da vítima teve ciência da morte de seu filho e tem uma 
parada cardíaca. Este segundo fato não será imputado ao motorista 
negligente.
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE (Nexo Causal)
b. Teoria da imputação objetiva sob o argumento de que o comportamento social do 
homem é vinculado a papeis (Jakobs);
I. Risco permitido – A sociedade está em constante evolução, e os contratos 
sociais geram riscos permitidos que devem ser tolerados. 
 Se o agente comportar de acordo com o seu papel na sociedade, e mesmo 
assim gerar um resultado lesivo, não será lhe imputado o fato. 
 Ex. dirigir dentro da velocidade permitida pela via, com cinto de segurança, 
sem ter ingerido bebida alcoólica e causar um acidente. 
II. Princípio da confiança – O agente confia que terceiros da mesma sociedade 
cumpram o seu papel determinado em lei, assim, se este terceiro não cumpri o 
seu papel, o agente não poderá ser responsabilizado.
 Ex. Um cirurgião confia que o anestesista faça seu trabalho devidamente, 
mas se não for feito, e o cirurgião causar dor desnecessária ao paciente ou 
até um lesão grave em decorrência da dor, este fato não poderá ser-lhe 
imputado;
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE (Nexo Causal)
III. Proibição de regresso – Se o agente exerce seu papel social dentro dos limites 
para qual foi incumbido, não poderá ser responsabilizado, mesmo que sua 
conduta contribua para um resultado lesivo;
 Se um padeiro vender o pão para um agente que tinha a intenção de 
envenenar uma pessoa, o padeiro não responde pelo crime, mesmo 
sabendo da intenção do agente (proíbe o regresso ad infinitum); 
IV. Competência ou capacidade da vítima - 
 Consentimento do ofendido – Dentro dos bens jurídicos disponíveis, 
deixará de ser crime;
 Ações de próprio risco – Quando o agente conhece os risco e resolve 
praticar a conduta.
 Ex. Sabe dos risco de fazer montanhismo ou Rapel, mesmo assim 
pratica o esporte radical, e morre o sofre lesões, este fato não poder 
ser imputado ao instrutor, caso este cumpra o seu dever de cuidado;
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
1) Dispositivo Legal
Art. 14 – Diz–se o crime:
I – Consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
II – Tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à 
vontade do agente.
Parágrafo único – Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena 
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. 
2) Iter criminis (somente para crimes dolosos) – “O caminho do crime, que significa o 
conjunto de etapas que se sucedem, cronologicamente, no desenvolvimento do delito”. – 
Zaffaroni e Pierangeli
a. Cogitação – Fase mental do agente
b. Preparação (atos preparatórios)
c. Execução (atos de execução)
d. Tentativa ou Consumação
e. Exaurimento
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
3) Consumação - quando se reúnem, no crime, todos os elementos de sua definição legal. A 
consumação varia de acordo com o tipo de infração penal;
a. Crimes materiais e culposos – Quando ocorre a modificação do resultado 
naturalístico – Ex. art. 121 do CP (Homicídio); 
b. Crimes omissivos próprios – Com a abstenção do comportamento do agente – Ex. art. 
135 do CP (Omissão de socorro); 
c. Crimes de mera conduta – Com a prática do simples comportamento previsto no tipo. 
Ex. art. 150 do CP (Violação de domicílio);
d. Crimes formais – Com a prática da conduta prevista no tipo, independente da 
obtenção do resultado querido, caso ocorra será mero exaurimento do crime – art. 
131 do CP (perigo de contágio de moléstia grave);
e. Crimes qualificados pelos resultado – Quando da ocorrência do resultado agravado – 
art. 129, §2º, V do CP (lesão corporal qualificada pelo aborto); 
f. Permanentes – Enquanto durar a permanência do crime – Ex. Sequestro e cárcere 
privado; 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
4) Não punibilidade da cogitação e dos atos preparatórios – Crime tentado é quando, iniciada a 
execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente
a. OBS – O CP, em determinadas condutas, eleva a crime autônomo o ato preparatório de 
outro crime. Ex. Associação criminosa;
5) Diferença entre atos preparatórios e atos de execução (teorias)
a. Teoria subjetiva – Haveria tentativa quando o agente mostrasse de forma inequívoca a 
sua intenção de praticar a infração penal. Não separa os atos preparatórios dos atos de 
execução;
 Ex. O agente pega uma arma para matar seu desafeto e vai para o caminho de 
passagem habitual, mas, por desconfiança, o agente muda seu rumo e passa por 
outro local. Haveria a tentativa.
b. Teorias objetivas
I. Teoria objetiva-formal (Beling) – Somente poderíamos falar de tentativa, quando o 
agente já estiver praticado a conduta descrita no núcleo do tipo. Qualquer ato 
anterior é atos preparatório.
 Inicia-se a execução de um homicídio com emprego de arma de fogo quando o 
agente aperta o gatilho em direção da vítima;
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
II. Teoria objetiva-material (teoria complementar a objetivo-formal) – Soma a 
teoria anterior, os fato integrantes da ação típica ou que produzem imediato risco 
ao bem jurídico. 
 O fato de apontar a arma para a vítima;
c. Teoria da hostilidade ao bem jurídico (Mayer) – Ocorre a tentativa quando a conduta 
ataca efetivamente o bem jurídico (atos de execução); Atospreparatórios é o que 
possibilita, mas ainda não é, um ataque ao bem jurídico; 
6) Dúvida se o ato é preparatório ou de execução – Hungria – Se existir dúvida na 
interpretação se o ato é preparatório ou de execução, devemos interpretar a favor do réu;
7) Tentativa e adequação típica de subordinação mediata – Norma de extensão – art. 14, II do 
CP. Ex. tentativa de homicídio (art. 121 c/c art. 14 II do CP);
8) Elementos que caracterizam o crime tentado 
a. A conduta deve ser dolosa (vontade direcionada a um resultado)
b. Ter iniciado os atos de execução
c. Não ter chegado a consumação, por fatos alheios a vontade do agente
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
9) Tentativa perfeita (quando o agente esgota todos os meios de execução ao seu alcance, 
visando atingir um resultado, mas o crime não se consuma por fatos alheios a sua 
vontade); 
Tentativa imperfeita (Quando o agente é interrompido durante a prática de seus atos de 
execução, não chegando a praticar todos os atos que intencionava);
10) Tentativa e contravenção penal – Não poderá ocorrer;
Art. 4º da lei 3688/41 – “Não é punível a tentativa de contravenção”;
11) Crime que não admitem a tentativa
a. Crimes habituais (doutrina majoritária) – Ex. Casa de prostituição, Curandeirismo, 
exercício ilegal da medicina;
 Rogério Greco – Caberá tentativa – Ex. Instala uma clínica médica, e inicia a 
primeira consulta, sem ter CRM, quando é detido;
b. Crimes preterdolosos (dolo na conduta e culpa no resultado)
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
c. Crimes culposos – Exceto. Culpa imprópria (Descriminante Putativa – art. 20, §1º do 
CP)
d. Crimes nos quais a simples prática da tentativa é punida com as mesmas penas do 
crime consumado – Ex. art. 352 do CP; 
e. Crime unissubsistente – Ex. Injuria verbal;
f. Crimes omissivos próprios – Ex. Omissão de socorro;
12) Tentativa e crime complexo
a. Crime complexo – Quando há a fusão de dois ou mais tipos penais.
 Ex. Roubo (furto + lesão corporal ou ameaça) e Latrocínio (furto + lesão corporal 
ou ameaça + homicídio);
b. Consumação – Somente ocorrerá quando for preenchida toda a figura típica;
 Ex. Para ser roubo consumado tem que ter concluído a violência ou grave 
ameaça e ter ocorrido a subtração do bem móvel;
 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
c. Tentativa no crime de latrocínio
 Homicídio consumado e subtração consumada – Latrocínio consumado
 Homicídio tentado e subtração tentada - Latrocínio tentado
 Homicídio consumado e subtração tentada – Latrocínio consumado – Súmula 610 do STF
 Homicídio tentado e subtração consumada - Latrocínio tentado (Greco, Noronha e Fragoso);
13) Tentativa branca (incruenta) – Quando o agente pratica uma conduta direcionada a um fim 
almejado, mas ao final o bem jurídico continua intacto – Ex. Desfere quinze tiros em direção a 
uma pessoa e erra todos; 
14) Teorias sobre a punibilidade do crime tentado
a. Objetiva – Terá uma redução na pena dos crimes tentados em relação ao crime 
consumado – redução de 1/3 a 2/3;
 CP Brasil – Teoria Objetiva Temperada – Existe exceção a regra. Quando o CP pune o 
crime tentado com a mesma pena do crime consumado. Ex. art. 352 do CP;
b. Subjetiva – Se o agente inicia a execução do ato planejado, mesmo que o resultado não se 
consuma por fatos alheios a sua vontade, será atribuída a pena do crime consumado ao 
crime tentado;
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
15) Punição da tentativa como delito autônomo
a. Não utiliza a norma de extensão do art. 14, II do CP;
b. Não tem a redução da pena;
c. Ex. art. 352 do CP, art. 9ª e art. 11º da lei 7.710 do CP;
16) Tentativa e aplicação da pena
a. Redução de 1/3 a 2/3;
b. Quando mais próximo se chegar a consumação do crime, menor será o percentual da 
redução;
17) Tentativa e dolo eventual
a. Rogerio Greco – Não – Impossibilidade no caso concreto – Ex. Dirigir embriagado;
b. STJ – SIM – Equiparação do Dolo Eventual ao Dolo Direto – RHC 6797/RJ;
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ 
1) Dispositivos Legal
Art. 15 do CP – “O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na 
execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já 
praticados”
2) Desistência voluntária
a. Introdução
 Diferença ente crime tentado e desistência voluntária
b. Desistência voluntária e política criminal
 “Por política criminal, na desistência voluntária, o agente não responde 
o crime praticado na forma tentada, mas sim por outro crime 
consumado pelos atos já praticados”.
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ 
c. A desistência deve ser voluntária, e não espontânea
 Voluntária – “Toda iniciativa promovida por vontade própria, sem qualquer 
imposição, mesmo que o ato executado seja indicado por terceira pessoa”;
 Autor efetua um disparo de arma de fogo contra a vítima na perna, depois 
quando vai executar o tiro de misericórdia, se sensibiliza com o pedido de 
clemência da vítima e desiste; 
 Espontaneidade - “Qualidade de espontâneo, que ocorre sem intervenção 
humana, natural”; 
d. Fórmula de Frank 
 Desistência Voluntária – “Posso prosseguir, mas não quero”
 Crime tentado – “Quero prosseguir, mas não posso”
 Claus Roxin – A desistência tem que ser interpretada normativamente – Ex. “O 
autor levanta o machado para dar o golpe fatal, mas desiste porque não tem 
coragem para concluir”. Também terá a desistência voluntária. 
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ 
e. Responsabilidade do agente somente pelos atos já praticados
 Não responderá pelo crime inicialmente querido na forma tentado, mas 
sim, pelo crime meio já praticado;
 Autor atira em sua vítima, e quando ela se encontra no chão, e 
contendo ainda munição em seu revólver, desiste da empreitado 
criminosa, porque se solidarizou com pedido de terceiro – responde 
por lesão corporal (leve, grave ou gravíssima);
 Autor invade uma casa para furtar, mas vendo que a vítima se 
assemelha com a sua mãe, desiste do crime e vai embora – 
responde por invasão de domicilio;
f. Agente que possui um único projetil em seu revólver
 Não caracteriza a desistência voluntária e sim tentativa de homicídio;
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ 
3) Arrependimento eficaz
 Autor executa todos os atos necessários para a consumação do crime, mas após, se 
arrepende e tenta evitar a consumação – responde somente pelos atos já praticados;
 Ex. Joga a vítima no mar (ela não sabe nadar), depois volta e resgata;
4) Natureza jurídica da desistência voluntária e do arrependimento eficaz
 Hungria – Causa de exclusão de punibilidade não prevista no art. 107 do CP;
 Frederico Marques e Rogério Greco – Atipicidade do fato (O CP não permitiu a punição do 
crime na forma tentada);
5) Diferença entre a desistência voluntária e arrependimento eficaz
 Desistência voluntaria – O crime ainda está em execução e o autor desiste voluntariamente 
de continuar – a execução não tinha terminado;
 Arrependimento eficaz – O autor executa todos os meios necessários para a consumação do 
crime, mas depois se arrepende e impede a produção do resultado – Já tinha acabado a 
execução;
6) Não impedimento da produção do resultado - responde pelo crime praticado.
ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
1) Dispositivos Legal
Art. 16 – Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparando o 
dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato 
voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. 
2) Natureza jurídica – Causa geral de diminuição de pena
3) Politica criminal – Estimula o autor a reparar o dano a vítima
4) Momentos para a reparação do dano ou restituição da coisa
a. Durante a fase pré-processual – Inquérito Policial (investigação);
b. Após a conclusão do Inquérito policial e antes do recebimento denúncia ou 
queixa;
ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
5) Infrações penais que possibilitam a aplicação do arrependimento posterior
a. Todos os crimes que não tenha violência ou grave ameaça – Ex. Furto
b. Se a violência for direcionada a coisa,poderá ter o arrependimento posterior – Ex. 
Dano;
6) Ato voluntário do agente
a. O ato é voluntário e não espontâneo – pode ser sugerido por outra pessoa;
b. Cabe o arrependimento posterior mesmo após a descoberta da autoria do crime 
pelo Delegado de Polícia;
c. Se o bem for apreendido pela polícia – não cabe o arrependimento posterior;
d. Entrega por terceiros
 1ª corrente – Não pode – Ato voluntário do agente;
 2º corrente – Pode – Exige ato voluntário do agente e não ato pessoal;
ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
7) Reparação ou restituição total, e não parcial
a. STJ – Tem que ser total;
8) Extensão da redução aos coautores – Se a restituição for total, o ato será 
estendido aos demais coautores;
9) Cooperação dolosa distinta e arrependimento posterior
Art. 29, §2º do CP – Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos 
grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até a metade, 
na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave;
 Envolvido 1 – Furto – Cabe o arrependimento posterior
 Envolvido 2 – Roubo – Não cabe o arrependimento posterior
ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
10) Diferença entre arrependimento posterior e arrependimento eficaz
a. Arrependimento posterior 
 O crime já se consumou
 Não pode ter violência ou grave ameaça
b. Arrependimento eficaz 
 O crime ainda não se consumou 
 Pode ter violência ou grave ameaça
11)A súmula 554 do STF (anterior a modificação da parte geral do CP)
“o pagamento de cheque emitido sem suficiente provisão de fundos, após o 
recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal”; 
 STF – No crime de estelionato previsto no art. 171, §2º, VI do CP, não se aplica o 
arrependimento posterior, mas sim a súmula 554 do CP;
ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
12) Reparação do dano após o recebimento da denúncia
a. Circunstancia atenuante – art. 65, III, b do CP;
13)Reparação dos danos e a lei 9.099/95
Lei 9.099/95, art. 74, parágrafo único – Tratando-se de ação penal de inciativa 
privada ou de ação penal pública condicionada a representação, o acordo 
homologado acarreta a renúncia de queixa ou representação.
a. Extinção da punibilidade
14)Arrependimento posterior e crime culposo
a. Rogério Greco – Cabível – mesmo no crime de lesão corporal
CRIME IMPOSSÍVEL 
1) Dispositivos Legal
Art. 17 do CP – Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por 
absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
a. Tem que ter iniciado a execução do crime;
b. Tentativa inidônea, inadequada ou quase crime;
2) Teorias sobre o crime impossível
a. Teoria objetiva
 Teoria objetiva pura – Se o meio ou o objeto forem integralmente ou 
parcialmente inidôneo o agente não responde pelo crime; 
 Teoria objetiva temperada (CPB) – Somente será crime impossível quando o 
meio e o objeto forem integralmente inidôneo;
b. Teoria subjetiva (Von Buri) – Se o agente tentar praticar o crime, mesmo que o meio 
seja ineficaz ou o objeto impróprio, o agente tem que responder por tentativa – Ele 
quis;
CRIME IMPOSSÍVEL 
3) Absoluta ineficácia do meio
a. Meio é tudo aquilo utilizado pelo agente capaz de ajudá-lo a produzir o 
resultado pretendido – ex. Faca, revólver, veneno, taco de beisebol;
4) Meio relativamente ineficaz
a. O agente responde por tentativa;
 Ex. munição velha, remédio abortivo vencido, falsificação parcialmente 
grosseira, etc...
5) Absoluta impropriedade do objeto
a. Objeto ou coisa que recai a conduta do agente;
b. Ex. matar pessoa morta, transmitir doença para pessoa já infectada, 
praticar aborto em mulher que não esta grávida;
CRIME IMPOSSÍVEL 
6) Objeto relativamente impróprio
a. Ex. Um ladrão tenta furtar um dinheiro no bolso esquerdo da vítima, mas o dinheiro 
está no bolso direito – responde por tentativa;
7) O crime impossível e a súmula 145 do STF 
Súmula 145 do STF - “Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna 
impossível a sua consumação”
 Flagrante preparado – crime impossível
 Flagrante esperado – Flagrante válido
 Flagrante forjado – Crime do funcionário público
8) Diferença entre crime impossível e crime putativo
a. Crime impossível – Existe o crime, mas é impossível praticá-lo por ineficácia do meio 
ou impropriedade do objeto;
b. Crime putativo – Não existe crime, o agente acredita que está praticando um crime, 
mas sua conduta é atípica;
AGRAVAÇÃO PELO RESULTADO 
1) Dispositivos Legal
Art. 19 do CP – Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o 
agente que o houver causado ao menos culposamente.
2) Crimes qualificados pelo resultado
a. Crime preterdoloso (dolo na conduta e culpa no resultado) – ex. Lesão 
corporal seguida de morte;
b. Dolo + Dolo (dolo tanto na conduta quando no resultado) – Ex. lesão 
corporal agravada pela perda dos membros, sentido ou função;
3) Finalidade do art. 19 do CP
a. Afastar a responsabilidade objetiva, somente poderá responder por dolo ou 
culpa (previsibilidade);
b. Ex. Rasteira de um capoeirista em uma duna ou em cima do rochedo – 
resultado morte – queria lesionar e matou;
AGRAVAÇÃO PELO RESULTADO 
4) Crítica aos crimes preterdolosos
Art. 18 CP – Salvo nos casos expressos em lei, ninguém pode ser punido 
por fato previsto como crime, senão quando o praticado dolosamente;
 Não existe previsão legal para os crimes preterdolosos, porque 
está agravando a pena de um crime com resultado culposo sem 
previsão expressa;
ERRO DE TIPO 
1) Dispositivos Legal
Art. 20 do CP – O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui 
o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
§1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas 
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. 
Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como 
crime culposo.
§2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.
§3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de 
pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, 
senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
ERRO DE TIPO 
2) Erro de tipo
 O erro de tipo é quando o agente não conhece, ao cometer o fato, uma circunstância 
que pertence ao tipo penal (elementares, circunstâncias ou qualquer outro dado da 
figura típica);
 Ex. Manter relação sexual com menor de 14 anos acreditando que ela tenha seja 
maior;
 Ex2. Quando toma coisa alheia como própria;
 Ex2: Quando o agente contrai um casamento com pessoa casada, desconhecendo o 
matrimônio anterior;
3) Consequências do erro de tipo
 Erro de tipo – Afasta o dolo (tipo penal complexo);
 Erro de tipo invencível/ escusável/ inevitável – Afasta o dolo e a culpa.
 Erro de tipo vencível/ inescusável/ evitável – Afasta o dolo, mas poderá ser 
responsabilizado por culpa caso haja previsão legal;
ERRO DE TIPO 
4) Erro de tipo essencial e erro de tipo acidental
a. Erro de tipo essencial – Quando o agente erra sobre as elementares, circunstâncias 
ou qualquer outro dado da figura típica – conforme citado acima; 
b. Erro de tipo acidental – Quando o agente erra sobre elementos não essenciais do 
tipo;
I. Erro sobre o objeto – Quando o agente erra sobre o objeto que pretendia 
praticar a conduta. Não irá modificar a definição jurídica do bem.
 O autor queria furtar um relógio de ouro, e furta uma bijuteria.
 O autor queria furtar uma caminhão com eletrodomésticos e furta um 
caminhão com carvão. 
II. Erro sobre a pessoa – art. 20, § 3º do CP – Quando agente erra a pessoa contra 
a qual queria praticar o crime. Responde com se tivesse praticado o crime 
contra a pessoa da vontade inicial.
 O autor queria matar o seu genitor, e ao atirar na pessoa que acreditava 
ser seu pai, mata um terceiro. O autor irá responder como se tivesse 
acertado o próprio pai.
ERRO DE TIPO 
III. Erro na execução (aberratio ictu) – pessoa para pessoa – art. 73 do

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