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Trabalho fenomenologia - Mariana

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ORIENTAÇÕES – TRABALHO 2 – SEGUNDA ETAPA
 Participantes: Marília Cristina Gomes do Nascimento
 Wilmaly Rodrigues de Oliveira
1) Na fenomenologia, estudamos que a escuta e a fala se fundam no sentido, que se dá na condição de compreensibilidade.
 Reescreva situações que revelam a fala da psicoterapeuta como refletora de vivências emocionais da cliente a fim de promover vínculo terapêutico.
V- Está bem. Marcamos a próxima sessão e cobrei-lhe a consulta. Ela, então pediu-me para preencher o cheque. Preenchi e o devolvi para que ela assinasse. Assinou com certa dificuldade e ao acabar, me disse:
V- Hum-hum. E como você está hoje?
V- Terminada a sessão, nos despedimos. Mariana disse que quando voltasse continuaria, nas suas palavras, “vindo aqui, gostei da senhora”. Acertou o pagamento, deu-me um forte abraço e disse: Muito obrigado, doutora.
V- Ok, você pode me telefonar, caso isso aconteça
V- Alô doutora, é a Mariana, estou passando o Natal e o Ano Novo aqui com minha família. Estou telefonando para lhe desejar um muito feliz Ano de 1998. Como foi de Natal?
Fui bem e você?
Também, tá tudo bem, sinto saudades das nossas conversas.
Tudo de bom para você e também muito Feliz 1998.
 Reescreva uma situação em que a psicoterapeuta apreende a vivência do cliente como má-fé e tenta promover angústia
MF- Sempre quis ser livre, porém, hoje, você não quer viver as consequências dessa liberdade.
 Reescreva situações que a fala da psicoterapeuta como condição de risco do próprio psicoterapeuta na relação com a cliente 
R- Mais especificamente, o que você teme hoje?
R- Adora sua profissão, faz bem, porém sente-se sozinha.
R- Não existe outra saída, daí a grande dor frente ao fato de não se sentir tão só.
R- Não sei, não sei o que desenhar peru quer dizer. E você sabe?
R- Repliquei: Não sabe sobre seus desenhos?
R- Se você arranjasse um namorado, de mais você sentiria falta, nem da companheira, nem da família.
R- O que eu posso ver são as minhas possibilidades, as suas não posso ver, só você pode enxergá-las.
R- O que você gostaria que tivesse acontecido?
R- E o outro cliente que aguardava lá fora?
R- E o outro a seguir?
R- E eu?
R- Você só sabe do que você precisava. Os outros que esperassem, resolvessem ou não os seus problemas, não importa – desde que você resolvesse os seus.
R- Precisava, precisava, assim como você precisava cuidar do seu namorado, não importa como ele se sentiria. Você julgava que era assim que era bom para você, da mesma forma que queria sua companheira, para resolver tuas coisas, e que cobrava da sua família a atenção que você precisava e não a medida da preocupação que eles tinham por você. Por isto, talvez, você se sinta sempre sozinha, tudo o que o outro faz só tem importância se for na medida do que você precisa...
 Reescreva situações em que a psicoterapeuta tenta levar a cliente a fazer uma síntese dos seus paradoxos existenciais 
S- Casada, com filhos, sem nada para esconder, é como você gostaria de ser hoje. Ver-se da mesma forma que vê suas irmãs.
S- Parece que você já fez tudo o que pode fazer: tentar ao máximo evitar ficar sozinha.
MF- Sua amiga vai casar e aí? Como você vai ficar?
S- O que te leva a temer tanto e o que pode te acontecer?
S- Neste momento, você se deu conta de que aquilo que acontece ao outro, também pode lhe acontecer. E acredita que estando acompanhada, de alguma forma, está protegida.
S- Há coisas na tua vida que você faz, pensa, sente e que você mesma desconhece.
S- Não sabe de seus desenhos, não sabe de sua solidão, não sabe de suas escolhas...
S- Você me disse logo que logo que chegou aqui: Não sei o que está acontecendo comigo, doutora.
S- Atrevo-me a aprofundar seu sentimento de vulnerabilidade frente ao mundo:
S- Sabendo doo que te pode acontecer, você prefere recuar, não continuar e, desta forma, tentar proteger-se de tudo que pode te acontecer.
S- Como você sempre foi prostituta, agora não pode mais exercer nenhum outro tipo de trabalho.
S- Sempre fez bem, mas agora você tem medo, já não pode mais ser aquela profissional.
S- Se estas coisas todas...
S- Esta relação era tudo o que você precisava: era livre e tinha a segurança, livre da solidão e livre para a ação.
S- Neste momento, você sente que deu muito mais do que esta recebendo agora.
S- E aí o sentimento de solidão aumenta...- novamente lancei mão de um clarificadora das emoções
S- Entendi o que você falou sobre sua solidão. E quanto á culpa por causa de sua família, a que você se referiu no início da sessão?
S- Parece que esta é a única possibilidade que você vê.
2 )A morte em Heidegger é uma situação limite do homem, que como possibilidade concreta lança a vivência para a inautenticidade. Em Sartre a morte é uma situação que aniquila o projeto. 
 Reescreva a posição da cliente sobre a morte
CM- É isto que me apavora. Tenho de trabalhar, preciso ainda ganhar dinheiro. Minhas economias estão acabando e eu não tenho coragem de viajar sozinha, de viajar de avião, de receber os clientes. Eu não sei quem é. È perigoso. Quanta coisa acontece! Eu posso ficar com os clientes certos, mas sem anúncio, eu não sei...Eu não posso. Eu tenho dignidade ,não sou qualquer uma. Escolho meus clientes. São homens direitos, têm família. Mas pode acontecer; vê o anúncio, chama á porta. Eu sempre vejo pela janela, se não gosto da aparência, aviso ao porteiro, para dizer que não estou. Mas sabe como é, doutora, tudo pode acontecer. Por isso doutora, eu não quero mais, tenho medo, é arriscado.
CM- Não sei, doutra. Eu não sei fazer mais nada. Não estudei, não casei, odeio cuidar de casa, não dou para vendas. Não sei fazer nada. Como vou viver?
CM- É, eu não quero correr risco, tenho de me cuidar. Não volto mais a trabalhar.
CM- Já está chegando a hora de voltar, e eu não consigo doutora. Me dá até calafrios só em pensar. Ficar naquele apartamento sozinho. Só eu e Deus. Em uma terra estrangeira, sem ninguém. Sem saber o que vai acontecer. Eu não quero voltar.
CM- É, doutora, vou ter que voltar. O dinheiro está acabando, tenho que trabalhar. Fico pensando em ter de pegar o avião. Tanto acidente, tenho medo. Já pensou?
CM- Se o avião cair. Tenho medo.
CM- Não sei estar sozinha.
CM- É, não gosto de ficar sozinha, pode acontecer um acidente?
CM- Não, sim. È, só estaria com alguém.
CM- Não tenho medo de morrer. Sou católica.
CM- Não, não quero, não quero morrer. Tenho muito que viver
CM- Mas, doutora, eu nunca deixei de viver. Era alegre, gostava da vida, viva rindo, nada me abalava. Eu quero ser a mulher que eu era.
CM- Eu não quero morrer. Por isso vou continuar a me esconder.
CM- Isso é triste, eu não quero.
CM- Posso evitar.
CM- Eu ainda não consigo aceitar que eu vou morrer. Já sei todo mundo morre, mas eu...O filme é legal. A moça morre com tranquilidade. Mas porque a gente nasce para morrer assim não vale.
CM- Quando aconteceu aquilo no salão, aquele sangue todo, foi ali que eu vi que podia morrer. Fiquei desesperada. Fico até hoje quando penso nisto. Foi horrível. O sangue não parava, sujou tudo.
CM- Vi, doutora. Vi como sou frágil, vi tudo que pode me acontecer, e eu não quero, quero viver muito. Tenho muito que viver.
CM- Passear, me divertir, fazer muita coisa. Tenho muita coisa a fazer.
CM- É horrível! Por que a vida tem que ser assim? Tenho medo, não quero morrer...
CM- È, eu já ouvi dizer que só tem medo de morrer, quem não vive.
CM- Vivo como morta?
CM- É também não te nenhuma garantia de que não vai morrer.
CM- Pois é, mas evito. Só em pensar nisto fico nervosa. Já está chegando a hora de voltar para o trabalho. Tenho que pegar o avião. Não tenho ninguém para ir comigo. Teenho medo. E se o avião cair, doutora?
CM- Poxa, a senhora ainda diz isso! Assim eu não viajo.
 Reescreva as intervenções da psicoterapeuta frente è vivência de morte do cliente
M- Que outras formas de viver seriam possíveis para você?
M- Como viver sem risco eis a tua questão.
M- E como você vai fazer para sobreviver?
M- O que vai fazer para não voltar?
M- E o que você pode fazer para mudar esta situação?M- Já pensou o que?
M- Medo de que?
M- Estar sozinha no avião.
M- Um acidente sozinha seria diferente de um acidente acompanhada.
M- E o que pode acontecer se você estiver no avião e ocorrer um acidente?
M- De que você tem medo, então?
M- O máximo que pode acontecer é que você pode morrer.
M- Todos dirão: Mariana morreu.
M- Viver não saindo de casa, não viajando, não se relacionando. È isto não é viver. È brincar de viver. Dizem que ter medo da morte é ter medo da vida.
M- Mantendo a ilusão de que era imortal.- pontuei.
M- Era alegre, vivia rindo, acreditando que você nunca iria morrer
M- Era uma vez um homem careca, sem um fio de cabelo na cabeça. A morte resolveu avisá-lo que naquele dia ele, o careca, iria embora com ela. Este, pretendendo ser muito astuto, comprou uma peruca e foi-se para uma festa. Assim esperava que a morte não o encontrasse. Aconteceu que, já estando na festaa, bateram-lhe no ombro e para seu espanto era a morte, que lhe disse: eu vim buscar um careca mas, como não o encontrei, resolvi levar mesmo um cabeludo...É parece que foi nisso que você acreditou: que poderia enganar a vida, fugindo e que, assim, a morte não existiria para você.
M- Vai continuar a não viver, se escondendo. E assim mesmo vai morrer. A morte é inevitável
M- Como se você pudesse não querer
M- Até quando?
M- Mas é assim que acontece
M- E foi ai que você pode ver que também podia morrer
M- Viver o que?
M- Fazer muita coisa desde que você esteja segura de que nada vai acontecer
M- Pode ser que até todos queiram, mas também é verdade que ninguém consegue. Este teu projeto está fadado a não dar certo. Não dá para viver sem morrer.
M- Porque não quer morrer, evita viver
M- E hoje o que você menos faz é viver. Fugindo da morte, vive como tal.
M- Para evitar morrer. Não morre, mas também não vive.
M- É uma possibilidade
M- É uma possibilidade: não viajar e assim não arriscar morrer nesse avião, porém não evitará morrer para sempre.
M- Não dá para não morrer. Isto não dá para escolher, quer se queira ou não, se vai morrer.
M- Você quer ocupar no mundo um lugar especial, tão especial que até quer ser imortal
M- E o avião?
 Como o cliente vivencia sua liberdade? 
Ela entende que tem a capacidade de ser aquilo que ela quer ser, escolheu então ser prostituta, mas no relato presente não vê mais está possibilidade, nega sua responsabilidade ao admitir que não tenha outra opção, limita possibilidades, não assumi sua profissão aos outros, preferindo continuar sustentando uma mentira, para comportar-se como os outros querem. Não decidindo pela sua própria vida e não assumindo a responsabilidade que ela própria fez.
3) No processo psicoterapêutico da cliente, vão se delineando características do seu projeto existencial, que de acordo com Sartre, é o que nos move, é o sentido perseguido por cada um de nós. Qual projeto vai sendo revelado nas atitudes e denunciado no próprio sintoma da cliente?
O projeto de ser prostituta, sendo a profissão escolhida por Mariana, foi o que ela sempre quis e até mesmo admirou, quando nem sabia ao certo do que se tratava, ela se realizo e ainda resolveu seus problemas financeiros, ou seja conseguiu perseguir e realizar o projeto que traçou quando criança. O sintoma que a cliente apresenta é de má-fé, não busca decidir por sua própria vida, buscando o que fazer na terapeuta, não assumi a responsabilidade da escolha que fez, colocando a reponsabilidade no fato de não saber fazer mais nada, não ter estudado e nem ter se casado, negando a liberdade quem tem de ser o que quiser ser neste momento assim como teve ela no passado, quando montou seu projeto querendo ser prostituta mesmo quando não sabia o que realmente era a profissão.

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