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Dermatite em Aves 2 0

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Dermatite em Aves 
 
Figura 1.1. Frango de corte, 30 dias, macho. Dermatite necrosupurativa acentuada. Na pele da face ventral da asa e com extensão para o torax e abdomen lateral há necrose úmida, perda das penas e exsudação viscosa amarelada.
Fonte: Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 86 - dezembro de 2017
· Dermatite:
É a inflamação da pele. Pode ser provocada por agentes físicos, químicos e biológicos, incluindo irritantes externos, queimaduras, alérgenos, traumatismos e infecções bacterianas, virais, micóticas e parasitárias. Pode estar associada a uma doença interna ou sistema intercorrente e hereditária. Clinicamente, a coceira é um sinal de alerta. A intensidade desta pode piorar ou complicar mais ainda a lesão da pele. “A coceira é o prelúdio da dor”. Macroscopicamente, na dermatite vesicular as lesões progridem a partir de um edema, depois hiperemia, em seguida pápula, vesícula, pústula, formação de crostas e escamas. Nas aves não há exsudato purulento liquefeito como nos mamíferos. O heterofilo não tem enzimas proteolíticas capazes de liquefazer o pus. Portanto, nessa érea pode haver a presença de massa caseosa ressecada. Microscopicamente, na dermatite sempre há intenso infiltrado leucocitário que se acumula no tecido conjuntivo da derme.
· Dermatite Gangrenosa:
 Enfermidade aguda septicêmica caracterizada por necrose seguida de gangrena, edema e celulite dos tecidos vizinhos. É causada por Clostridium septicum, Clostridium perfringens tipo A e Staphylococcus aureus, isoladamente ou associados. Essa doença 17 pode ocorrer ainda como sequela de outras enfermidades como hepatite por inclusão e bursite infecciosa. Clinicamente as aves acometidas aprestam-se letárgicas, prostradas e morrem entre 8 e 24 horas. A mortalidade varia entre 10 e 60%. Macroscopicamente, ocorre perda de penas e deslocamento epidérmico, necrose, gangrena; acumulo de exsudato sero-sanguinolento e presença de bolhas na região subcutânea. A coloração da pele se torna negra, purpura ou verde escura. O fígado e o baço aumentados de volume e os rins hiperêmicos. Microscopicamente, as áreas de necrose e gangrena da pele apresentam grande quantidade de bactérias cocoides ou bastonetes gram positivos. Edema, enfisema e hemorragia também estão presentes no musculo esquelético. 
· Dermatite Traumática:
 Inflamação da pele por traumatismos de diversas naturezas. Geralmente na região da articulação coxofemoral, na coxa, cristas e barbelas. As principais causas são os arranhões, resultando na invasão de germes secundários. A redução do espaço populacional e do galpão contribui para maior contato entre as aves e comedouros, o que favorece todo o processo. Os músculos da perna são frequentemente afetados, resultando na condenação da carcaça. Macroscopicamente, as lesões na pele são representadas por cristas secas. A pele afetada apresenta-se espessa, com a coloração amarelo acastanhada. Microscopicamente há necrose da epiderme e inflamação grave dos tecidos vizinhos, podendo-se observar a presença de esporos e hifas na camada de queratina. O diagnóstico pode ser feito pela observação das lesões macro e microscópica.
· Destino das carcaças:
Segundo o RIISPOA
Qualquer órgão ou outra parte da carcaça que estiver afetado por um processo inflamatório deverá ser condenado e, se existir evidência de caráter sistêmico do problema, a carcaça e as vísceras na sua totalidade deverão ser condenadas.
Segundo o decreto 9.013, de 29 de março de 2017:
 Art. 175. As carcaças de aves ou os órgãos que apresentem evidências
 de processo inflamatório ou lesões características de artrite, aerossaculite,
 coligranulomatose, dermatose, dermatite, celulite, pericardite, enterite, ooforite,
 hepatite, salpingite, síndrome ascítica, miopatias e discondroplasia tibial devem
ser julgados de acordo com os seguintes critérios:
I - quando as lesões forem restritas a uma parte da carcaça ou somente a
um órgão, apenas as áreas atingidas devem ser condenadas; ou
II - quando a lesão for extensa, múltipla ou houver evidência de caráter
sistêmico, as carcaças e os órgãos devem ser condenados.
Parágrafo único. Para os estados anormais ou patológicos não previstos
no caput a destinação será realizada a critério do SIF.
Art. 176. Nos casos de endoparasitoses ou de ectoparasitoses das aves,
quando não houver repercussão na carcaça, os órgãos ou as áreas atingidas
devem ser condenados.
Art. 177. No caso de lesões provenientes de canibalismo, com
envolvimento extensivo repercutindo na carcaça, as carcaças e os órgãos
devem ser condenados.
Parágrafo único. Não havendo comprometimento sistêmico, a carcaça
pode ser liberada após a retirada da área atingida.
Parágrafo único. As lesões superficiais determinam a condenação parcial
com liberação do restante da carcaça e dos órgãos.
Fontes: 
· Patologia das aves,2° edição, Humberto coelho;
· Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 86 - dezembro de 2017

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