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PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MSc. Francisco José UNIDADE 3 Explicar para que serve o processo de metalurgia do pó. Analisar as diferenças em relação aos demais processos. Identificar a formação dos necks. Explicar o processo de laminação. Analisar as variáveis do processo de laminação. Identificar as aplicações do processo de laminação. Objetivos de Aprendizagem Definir os processos de forjamento direto e indireto. Reconhecer as variáveis do processo de forjamento. Identificar as aplicações do processo de forjamento. Explicar o processo de estampagem. Definir as variáveis do processo de estampagem. Reconhecer as aplicações do processo de estampagem. Objetivos de Aprendizagem METALURGIA DO PÓ Processo de metalurgia do pó - Definição • Processo de mistura de materiais em estado de pó por compactação em uma matriz, criando-se um compacto, o qual é sinterizado por meio de aquecimento para aumentar a força de ligação. • Pode produzir uma grande quantidade de peças de forma complexa. Processo de metalurgia do pó - Vantagens • Rápido e econômico para grandes escalas de produção; • Minimiza desperdícios de matéria-prima; • Permite reproduzir um grande número de peças idênticas ou muito próximas da forma para uso final (sem necessidade de usinagem); • Produz peças com características físicas e estruturais impossíveis de ser obtidas por outros processos; • Possibilita a eliminação de qualquer excesso de material na forma de rebarbas. Processo de metalurgia do pó - Desvantagens • Alto custo do ferramental (produção de grandes lotes); • Tamanho da peça limitada devido a potência de compactação; • Produz porosidade residual. Etapas da metalurgia do pó Controle de porosidade Obtenção do pó - atomização • O metal fundido é vazado por um orifício, formando um filete líquido que é “bombardeado” por jatos de ar, de gás ou de água. Os jatos saem de bocais escolhidos de acordo com o formato de grão desejado e produzem a pulverização do filete de metal fundido e seu imediato resfriamento. Obtenção do pó - eletrólise • O metal, na forma sólida, é colocado em um tanque e dissolvido em uma solução eletrolítica, pela qual passa uma corrente elétrica. Os pós obtidos por esse processo apresentam elevado grau de pureza. Depois de recolhida do tanque de eletrólise, a massa de pó, em forma de lama, é neutralizada, seca, reduzida e classificada por peneiramento. Mistura ou moagem • A moagem geral é feita em um equipamento chamado de moinho de bolas, que consiste em um tambor rotativo contendo esferas metálicas de material resistente ao desgaste. Quando o tambor gira, as esferas se chocam umas contra as outras, desintegrando gradativamente o material que se encontra no interior do tambor. Obtenção do pó - resumo Metalurgia do pó - Compactação • Uma quantidade pré-determinada de pó é colocada na cavidade de uma matriz montada em uma prensa de compressão, que pode ser mecânica ou hidráulica. A compactação ocorre por deslocamentos simultâneos do punção superior e inferior, à temperatura ambiente. Metalurgia do pó - Sinterização • A massa de partículas, na forma de compactado verde ou confinada em moldes, é aquecida a temperaturas altas, mas abaixo do ponto de fusão do metal-base, sob condições controladas de temperatura, velocidade de aquecimento e resfriamento, tempo de permanência e atmosfera. Principais Aplicações • Filtros sinterizados; • Carboneto metálico; • Mancais autolubrificantes. Metalurgia do pó - Diferenças em relação aos demais processos • Bom custo–benefício, tanto em nível material quanto em nível dimensional; • Bons níveis de resistência à tração; • Ecologicamente correto e exerce menor impacto ao meio ambiente; • Alta repetibilidade. Metalurgia do pó - Formação dos necks • As ligações se desenvolvem por meio da ligação atômica entre grãos adjacentes, formando-se a região do neck (também conhecido como pescoço), sem apresentar variação dimensional do material. Os necks surgem na região de contato entre as moléculas, diminuindo a porosidade do material. Com a elevação da temperatura, aumentam as superfícies de ligação, observando-se o crescimento do neck. Metalurgia do pó - Formação dos necks • Na sinterização por fase líquida é possível eliminar totalmente a porosidade quando se tem a presença de fase líquida. Nessa fase, utilizam-se dois materiais com pontos de fusão diferentes; o material com menor ponto de fusão se funde com o outro material, conectando as partículas do pó. Já sinterização por fase sólida ocorre em temperaturas abaixo da temperatura de fusão do pó. Não existe formação de fase líquida, ou seja, a temperatura é responsável por promover a união do pó, resultando na ligação entre as partículas por meio de um pescoço. LAMINAÇÃO • O metal é forçado a passar entre dois cilindros, girando em sentido oposto, com a mesma velocidade superficial, distanciados entre si a uma distância menor que o valor da espessura da peça a ser deformada. Conformação Mecânica - Laminação • Quando o produto é empurrado contra os cilindros, a força normal AB, exercida pelo cilindro sobre o produto, provoca uma componente horizontal AC, que se opõe ao arrastamento. A troca de atrito AT origina uma componente horizontal AD, dirigida no sentido do arrastamento. O produto será agarrado pelos cilindros quando AD for maior do que AC, o que implica em: em que em que φ é o ângulo de contato e μ é o coeficiente de atrito. Detalhes do Processo de Laminação • A relação entre o comprimento final da peça e o seu comprimento inicial é denominada coeficiente de alongamento, dado pela fórmula: ୪ em que: • k = coeficiente de alongamento (1,1 a 1,6); • l = comprimento final; • L = comprimento inicial; • F = área da seção transversal da peça antes da laminação; • f = área da seção transversal da peça após a laminação. Detalhes do Processo de Laminação • A parte fundamental do laminador é a caixa de trabalho, ou gaiola. Nessa parte estão localizados os cilindros de laminação. O posicionamento das gaiolas de trabalho pode ser feito de diferentes maneiras, e o laminador pode ser: linear, escalonado, contínuo ou semicontínuo, conforme a posição das suas gaiolas. Partes de um Laminador Variações do Processo de Laminação Duo Laminador Universal Laminador Trio Laminador Quádruo Laminadores em série (Sendzimir) • Também é possível obter uma variedade de operações de laminação, dependendo do tipo de cilindro utilizado. Operações de laminação Laminação em anel Laminação de rosca Calandragem • Melhora a ductilidade do metal e não altera a dureza; • Aumenta a resistência do metal à tração em determinada direção; • É mais fácil e rápido, pois exige máquinas de potência menor para a sua realização; • O metal pode ser forçado em formas extremas quando quente, já que a reestruturação contínua dos cristais elimina rupturas e trincas; • A temperatura de trabalho deve estar acima da recristalização, mas não muito elevada, a fim de que não se forme granulometria grosseira; • As temperaturas altas oxidam e formam carepa na superfície do metal, de tal forma que tolerâncias rigorosas não podem ser mantidas. Laminação a Quente • Costuma ser precedido pelo trabalho a quente, pela remoção de carepa, pela limpeza da superfície e, possivelmente, pela decapagem; • Obtêm-se com ele tolerâncias rigorosas, bom acabamento superficial e boas propriedades mecânicas; • Deve ser efetuado acima do limite de escoamento do material para que a deformação seja permanente. Laminação a Frio FORJAMENTO • Transformação de metais por prensagem ou martelamento (é a mais antiga forma de conformação existente). Conformação Mecânica - Forjamento • O forjamento a quente tem como vantagens a maior ductilidade e a menor resistência do material de trabalho. A temperatura de trabalho nesse tipo de forjado está acima da zona de recristalização do material.• No forjamento a frio, o material também é aquecido, mas abaixo da temperatura de recristalização. Nos casos em que é desejável criar um endurecimento de tensão favorável da peça, além de precisão nas medidas e no acabamento superficial, o forjamento a frio é o processo mais aconselhável. Depois de forjado, apresenta um ótimo acabamento superficial. Forjamento a Quente x Forjamento a Frio • O material é conformado entre matrizes planas de formatos geralmente simples. São utilizadas geralmente para fabricar peças de grande porte, com formatos relativamente simples. Tipos de Matrizes de Forjamento - Matriz Aberta • Nesse tipo de forjamento, a matriz possui o formato da peça a ser forjada, ocorrendo a deformação sob alta pressão em cavidades. Tipos de Matrizes de Forjamento - Matriz Fechada • O forjamento pode ser dividido em dois métodos, com relação à aplicação de carga sobre o produto a ser desenvolvido: por impacto, conhecido como martelamento, ou por pressão. Nesse tipo de prensagem, os componentes forjados são moldados por martelos ou por prensas mecânicas e hidráulicas. Equipamentos de forjamento • O material a ser forjado; • A resistência mecânica do material; • A quantidade de peças a serem forjadas; • A precisão do dimensionamento e do acabamento superficial; • As máquinas e matrizes a serem utilizadas no processo de forjamento. Variáveis do processo Material a ser forjado • Entre as variáveis mais importantes do processo estão a precisão no dimensionamento, o grau de acabamento superficial e a precisão geométrica da peça obtida. Precisão do Dimensionamento e Acabamento Superficial ESTAMPAGEM • Compreende um conjunto de operações, por intermédio das quais uma chapa plana é submetida a transformações de modo a adquirir uma nova forma geométrica, plana ou oca. Conformação Mecânica - Estampagem Estampagem - Aplicações • Trata-se de uma operação de cisalhamento que permite a produção de peças nos mais variados formatos, determinados pelas formas do punção e da matriz. O punção de corte é pressionado contra a matriz por meio da pressão exercida por uma prensa. Tipos de Estampagem – Estampagem de Corte • Processo de conformação em que o metal é deformado ou dobrado ao longo de um eixo, ocorrendo a deformação por flexão. Tipos de Estampagem – Estampagem de Dobra • Processo em que utilizado para a fabricação de fundos para tanques de aço e outras peças profundas de simetria circular, em que chapas planas são conformadas no formato de um copo. As chapas recebem forças radiais de tração e forças tangenciais de compressão, sem deformar sua espessura. Tipos de Estampagem – Estampagem de repuxo ou Embutimento • O material a ser estampado; • As propriedades mecânicas e os seus requisitos; • As especificações das dimensões e os cálculos aplicados; • As máquinas e ferramentas. Variáveis do processo Estampagem a Frio x Estampagem a Quente Estampagem a frio Estampagem a quente A estampagem a frio convencional, realizada com a chapa metálica na temperatura ambiente, apresenta grande aplicação industrial, por se adaptar facilmente à produção seriada e permitir alta produção, com baixo índice de refugos e boa precisão dimensional. A maioria das peças estampadas utiliza a conformação a frio; no caso de peças mais complexas há a necessidade da conformação à quente. A estampagem a quente tem alcançado sucesso na fabricação de peças com formatos complexos e maior resistência mecânica e corresponde a uma alternativa relativamente nova para a produção de peças a partir de chapas. Esse processo tira proveito tanto da boa conformabilidade decorrente das maiores temperaturas de deformação como das transformações que a austenita sofre durante o resfriamento da peça. OBRIGADO
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