Buscar

Exceção de Pr-e-Executividade atualizado (Naara Souza)

Prévia do material em texto

FAMEC-Faculdade Metropolitana de Camaçari
Bacharelado em Direito 
9º Semestre Noturno 2019.1
Disciplina: DIREITO PROCESSUAL CIVIL III
Profª Juliana Medina Costa
 
Componentes da Equipe: 
Amanda Fortuna Ferreira
Ana Cristina Jesus
Antônio Aldene Mota de Almeida 
Deliana de Jesus Pestana Souza
Edna Maria Elias dos Santos 
Renata Santos de Jesus
Késia de Oliveira Cruz 
Magnólia dos Santos Silva
Naara dos Santos Souza
Nadja Lane Holtz Cruz
Natali Brito Barbosa
2ª Avaliação Processual: SEMINÁRIO SOBRE MEIO DE DEFESA DO EXECUTADO
Exceção de Pré-Executividade
Embargos de Terceiro
Exceção de Pré-Executividade
Conceito
A exceção de pré-executividade é um meio de defesa específica do processo de execução, sendo uma espécie excepcional. Como bem esclarece Didier, possui três característica, são elas: atipicidade, pelo fato de que não existe amparo normativo sobre o instituto; limitação probatória, apoiada na proibição de dilação probatória ( que é o prazo que se concede aos litigantes a fim de que produzam as provas, pedidas inicialmente, na petição e na contestação, e por fim a informalidade, devendo apresentada no processo executivo por simples petição, sem regras que estabelecem de prazos ou rigor em seu procedimento. Darlan Barroso conceitua:[...] a objeção ou exceção de pré-executividade é um meio de defesa incidental, em que o executado, munido de prova documental e sem a necessidade de dilação probatória, provoca o julgador dentro do processo de execução para arguir questão de ordem pública relativa às condições da ação ou a pressupostos processuais, isso sem necessidade de embargos. 
Natureza jurídica
 
Quanto a sua natureza jurídica, não se pode considerar que tenha natureza de ação assim como os embargos à execução, pois não permite dilação probatória, a doutrina e jurisprudência, caminham para o entendimento de que a sua natureza jurídica seja de incidente processual, Sendo assim, não existe dúvidas ou discordância quando a natureza jurídica da exceção de pré-executividade, a doutrina e jurisprudência compartilham do mesmo entendimento.
 
Prazo
 
Há prazo para a exceção de pré-executividade no NOVO CPC ? SIM. no entanto, é especificamente para os casos do art. 525,§ 11, NCPC. Logo, para as questões de ordem pública , assim como era no CPC/73, NÃO há prazo, sendo que permanece podendo ser alegado a qual qualquer tempo. 
 Hipóteses de cabimento da Exceção de Pré-Executividade
 
 Não observando os requisitos relativos admissibilidade , não é correto o executado sofrer qualquer tipo de constrição patrimonial para posteriormente poder alegar a carência do titulo.
Falta de algum dos requisitos de admissibilidade da execução (Art. 783 do CPC);
 
falta ou vício do título executivo (Art. 515 do CPC);
 
nulidade da penhora
 
pagamento da dívida;
 
ocorrência de prescrição ou decadência;
 
As etapas do procedimento no processo ao receber a Exceção
 Omissão legislativa
 Efeito suspensivo da objeção ou exceção de pré-executividade
 Julgamento da exceção de pré-executividade
 Omissão legislativa
Mesmo a exceção de pré-executividade ser um instituto em uso desde antes a reforma das Leis n. 11.232/2005 e 11.382/2006 o legislador não estabeleceu nenhum regramento quanto ao seu procedimento no processo de execução.
Contudo a doutrina comungou no intuito de nortear o operador do direito para um melhor uso deste instituto que a priori verifiquemos quem são os legitimados para oferecer à exceção de pré-executividade, sendo aqueles que figuram no pólo passivo da demanda, os executados e terceiros atingidos pelo título, não sendo possível exequente legitimar de maneira ativa.
A exceção de pré-executividade é interposta por meio de uma simples petição, não sendo aplicado o formalismo dos embargos, não se submetendo a prazo ou preparo.
No ato de sua apresentação, abre-se prazo fixado pelo juiz, para que o exequente se pronuncie a respeito do instituto em tela, ainda que seu conteúdo seja fundamentado em matérias de ordem pública deve ser respeitado o princípio do contraditório.
Depois de impetrada a petição, o juiz irá analisar as matérias em que essa é fundamentada, neste caso se são aquelas onde deve ser analisadas de ofício por se tratarem de objeções, ou se são matérias em sede de exceção devem ser aparadas por provas pré-constituídas.
 Efeito suspensivo da objeção ou exceção de pré-executividade
O executado apresentando qualquer tipo de defesa pode obter o efeito suspensivo desde que estejam presentes os requisitos para tanto, são eles: requerimento do executado; garantia do juízo; verossimilhança das alegações e perigo de dano irreparável ou de difícil reparação. Em fim não existe um óbice ainda que legal, para que não seja concedida a suspensão da execução quando da existência desses pressupostos, garantindo assim um processo útil e isonômico.
  Julgamento da exceção de pré-executividade
Julgando magistrado por acolher a exceção e a decisão vindo por extinguir a execução o recurso cabível será a apelação, neste caso o credor ser compelido a pagar as despesas do processo e honorários. Mas se ocorrer de a sentença acabar por não extinguir a execução, será recorrível por meio de agravo de instrumento, pois trata-se de decisão de natureza interlocutória.
Vale salientar que o juiz vindo sentenciar por rejeitar as alegações firmadas na exceção de pré-executividade, ficam proibidas de serem novamente arguidas em sede de impugnação ao cumprimento de sentença e de embargos à execução, não pelo fato de ter ocorrido o fenômeno da preclusão consumativa, mas sim porque a decisão interlocutória que rejeita a exceção de pré-executividade se reveste de coisa julgada material, segundo Daniel Amorim Assumpção Neves (2011).
 Procedimento do juiz ao receber a Exceção
 
Ao receber a Exceção de Pré-Executividade, o juiz, curvando-se aos princípios do contraditório e da ampla defesa, deve abrir prazo ao Exequente para que ele se manifeste acerca do petitório do Executado.
Obs.: Tal prazo é de livre arbítrio do juiz, diante da ausência de dispositivo legal, devendo estabelece-lo dentro da razoabilidade necessária.
 Durante todo o interregno (intervalo) da proposição até a decisão do juiz, o que é sensato e prudente para a Execução e Por quê? 
 
Durante todo o interregno da proposição até a decisão do juiz, é sensato e prudente que a Execução permaneça SUSPENSA, 
pois seria um ato abusivo e ilegal invadir o patrimônio do Executado que está, justamente, se valendo daquela ação para provar a inexigibilidade da dívida cobrada. 
 
Qual é a forma mais recomendável como garantia de que haverá uma decisão sobre a questão?
 
A forma mais recomendável é a de que fique documentada nos autos, como garantia de que haverá decisão do juiz sobre a questão suscitada, seja arguída verbalmente, na audiência, seja através de simples petição.
 
Conforme doutrinas dominantes, como se entende que a Exceção de Pré-Executividade deverá ser proposta
 
Entende-se, conforme as doutrinas dominantes, que a Exceção de Pré-Executividade, deverá ser proposta através de uma petição simples, nos próprios autos do processo de Execução, devendo ser instruída com os documentos necessários à comprovação da matéria ora alegada.
 
Qual a diferença entre a Exceção de Pré-Executividade e os Embargos de Terceiros (Do Devedor ou à Execução)?
 
Dentre as principais diferenças detectadas entre a Exceção de Pré-Executividade e os Embargos do Devedor ou à Execução, destacam-se as seguintes: 
a Exceção de Pré-Executividade tem natureza jurídica incidental, enquanto que os embargos são uma ação autônoma de conhecimento incidental ao processo de Execução;  
a Exceção não é condicionada à prévia segurança do juízo, os Embargos são;
 
  
 a Exceção não tem forma específica, os Embargos têm que obedecer aos requisitos do art. 282 do CPC; 
 
a Exceção pode ser oposta em qualquer tempo, os Embargos têm prazo preclusivo assinado pela legislaçãode regência; 
a Exceção não comporta dilação probatória, os Embargos não estão limitados a qualquer espécie de prova.
 
O que se pode razoavelmente concluir sobre a Exceção de Pré-Executividade em relação à doutrina-jurisprudencial?
 
É razoável concluir que: 
a Exceção de Pré-Executividade é uma criação doutrinária-jurisprudencial, decorrente da necessidade de se permitir que o Executado apresente defesa independentemente da garantia do juízo, ou seja, uma defesa diferente da dos embargos, que por muito tempo foi visto como um único meio de defesa do executado.
 
A Execução de Pré-Executividade não estar prevista no Código de Processo Civil e qual a consequência desta condição?
 
 A Exceção de Pré-Executividade, por não estar prevista no Código de Processo Civil, não é tão conhecida pelos operadores do direito, quanto os Embargos do Devedor ou à Execução. Poucos são os juristas que se dedicam, devidamente, ao estudo da matéria. Observa-se que a Exceção de Pré-Executividade é um meio muito simples e eficaz de defesa do Executado, que através de simples petição pode arguir matéria que entende prejudicial à execução e cujo conhecimento pelo juiz enseja a sua extinção.
Como estar a consolidação da via excepcional da Exceção de Pré-Executividade na doutrina e na jurisprudência?
 
Esta via excepcional vem se consolidando cada vez mais na doutrina e na jurisprudência, sendo frequentemente admitida em nossos tribunais, sobretudo pelo Superior Tribunal de Justiça, que não só admite o instrumento processual, como em decisão recente manifestou-se no sentido de ser possível, também, a sua utilização para arguição de matérias que não são de ordem pública, passíveis de serem conhecidas de ofício, desde que os bens do executado não sejam penhoráveis.
 
 
 
 
 
 
 
 O que são Embargos de terceiro?
Embargos de terceiro é um tipo de ação judicial que visa proteger a posse ou propriedade de um bem apreendido por decisão judicial proferida em processo do qual o possuidor ou proprietário não fez parte.
 
Exemplo:
 Durante um processo de execução, Carlos teve seus bens penhorados. Contudo, no momento da penhora, o oficial de justiça penhorou um carro que se encontrava na residência de Carlos, mas pertencia a João. Nesse caso, João tem direito a ajuizar embargos de terceiro para reaver seu bem.
Em quais artigos do Código de Processo Civil estão previstas as regras referentes aos embargos de terceiro?
As regras referentes aos embargos de terceiro estão previstas nos artigos 674 ao 681 do Código de Processo Civil, pertencentes ao título “Procedimentos Especiais”. Portanto, os embargos de terceiro, apesar de serem ajuizados no decorrer de um processo, NÃO possuem natureza de recurso, mas SIM de ação.
 A diferença entre Embargos de Terceiro e Embargo Execução
Os embargos de terceiro é uma ação de conhecimento que tem por fim livrar da constrição judicial injusta bens que foram apreendidos em um processo no qual o seu proprietário ou possuidor não é parte. Como regra, apenas os bens das partes podem ser atingidos por ato de apreensão judicial. 
Já o embargo à execução é uma ação independente, ou seja, autônoma, em que o executado se manifesta, apresentando sua discordância referente ao valor cobrado e/ou em relação ao teor da ordem requerida na Ação de Execução.
Os embargos de terceiro, assim como outros procedimento especiais, possuem efeitos diversos.
 São eles:
efeito declaratório, pois visa declarar ilegítimo o ato executivo que constringe o bem.
 
Em seguida, a ação possui efeito constitutivo, uma vez que reconhece a existência de um direito.
 
Por fim, a ação também conta com efeitos executórios, pois poderá determinar, de forma prática, a liberação de um bem.
 
 
 Quem pode ajuizar embargos de terceiro?
O artigo 674, em seus §1º e §2º do Código de Processo Civil demonstra quem possui legitimidade ativa para ajuizar embargos de terceiro:
 
Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor.
Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:
 
O cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843;
 
O adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução;
 
Quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte;
 
O credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos.
Quais os requisitos para o ajuizamento de embargos de terceiro?
 
O ajuizamento dos embargos de terceiro depende de dois requisitos:
 
O primeiro é a existência de medida executória em processo no qual o possuidor ou proprietário do bem não faz parte;
 
O segundo é a incompatibilidade do bem com execução.
O que cabe ao embargante?
 Cabe ao embargante a comprovação das hipóteses de cabimento para a propositura da ação.
Qual o procedimento dos embargos de terceiro?
Segundo o artigo 677 do Código de Processo Civil, a petição inicial dos embargos deverá conter provas da condição de terceiro do embargante, além de provas posse ou domínio do bem.
Qual o valor da causa, que deverá ser, nos embargos de terceiro?
 
O valor da causa nos embargos de terceiro deverá ser o valor do bem constrito.
Como deverá ser a citação do embargado?
  
A citação do embargado será pessoal caso não exista procurador constituído nos autos do processo principal (no qual a execução do bem foi determinada)
 
Qual o prazo em que os embargos poderão ser contestados e o que acontecerá após?
 
Os embargos poderão ser contestados no prazo de 15 dias. Após, a ação seguirá pelo procedimento comum.
No caso de procedência o que fará o juiz?
 
No caso de procedência, o juiz suspenderá as medidas constritivas sobre os bens reivindicados e, caso necessário e requerido, a manutenção ou reintegração da posse.
É possível o ajuizamento de embargos de terceiro preventivos e justificado legalmente? 
 
Os embargos de terceiro podem ser preventivos. O caput do artigo 674 do Código de Processo Civil é claro ao prever que:
 
 “Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro”.
O Superior Tribunal de Justiça já possui decisões afirmando que a averbação (registro oficial) da existência de execução sobre determinado bem já é um fundamento suficiente que autoriza o ajuizamento de embargos de terceiro de forma preventiva.
O prazo para ajuizamento dos embargos de terceiro conforme o Código de Processo Civil.
 
Conforme previsão do artigo 675 do Código de Processo Civil, os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.
 
Qual o juízo competente para julgar os embargos de terceiro
 
Mesmo sendo uma ação autônoma, os embargos de terceiro possuem uma relação de acessoriedade com o processo que determinou a constrição do bem. Assim, os embargos de terceiro deverão ser opostos perante o mesmo juízo responsável pela execução.
Nos casos em que a execução for realizada por carta precatória, qual é o juízo competente para avaliar os embargos?
 
Nos casos em que a execução for realizada por carta precatória, o juízo competente para avaliar os embargos deverá ser aquele que determinou, de forma específica, a constrição do bem debatido.
  
 
 
 
Os embargos de terceiro são utilizados nos processos trabalhistas?
Sim. Os embargos de terceiro também são utilizados nos processos trabalhistas atravésda aplicação subsidiária das regras de processo civil, conforme previsão do artigo 769 da Consolidação das Leis do Trabalho.
 E por fim....

Continue navegando