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CONTABILIDADE NAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E DE SEGUROS Operações de Câmbio Professor: Carlos Figueiredo Veiga UniabeuRJ uniabeuvideos UniabeuRJ www.uniabeu.edu.br CONTABILIDADE NAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E DE SEGUROS Operações de Câmbio 1. Operações de Câmbio Câmbio é toda operação em que há troca de moeda nacional por moeda estrangeira ou vice-versa. Mercado de câmbio é o lugar abstrato onde se realizam as operações de câmbio. Operações de Câmbio trata-se do ato de comprar ou vender moedas estrangeiras e fazer transferências internacionais para o exterior – podem parecer coisas difíceis, mas na verdade são operações simples. 1.1 Câmbio Turismo x Câmbio Comercial Existem dois tipos de cotação de moeda estrangeira: turismo e comercial. O Dólar, moeda mais transacionada no mundo, influencia no poder de compra de outras moedas, sendo o Dólar Comercial uma referência de partida. Normalmente o Dólar Comercial apresenta uma cotação mais baixa, enquanto o Dólar Turismo apresenta uma cotação maior. Já já vamos explicar o motivo. A grande diferença entre o preço no mercado Comercial e de Turismo é que o Dólar Comercial é usado em transações de valores moderados até altos, como as de Importação, Exportação e de Serviços Internacionais entre pequenos, médios e grandes players do mercado financeiro (Bancos e Corretoras de Câmbio autorizados pelo Banco Central do Brasil). O Banco Central atua na regulamentação e fiscalização dessas instituições, bem como na definição dos Dealers de Câmbio – quando ele, o BC compra ou vende dólares atuando como balizador do preço. O valor do Dólar Comercial é mais baixo para tornar a transação mais atraente, sem contar que o montante envolvido não será visto em papel moeda, o dinheiro será somente transacionado de uma instituição para outra, o que diminui os custos. Quando qualquer pessoa física no Brasil precisa comprar a moeda estrangeira, ela recorre a instituições autorizadas pelo Banco Central do Brasil. Essas instituições acrescentam taxas “extras” sobre o valor do Dólar Interbancário influenciando de forma direta a cotação da moeda. O “Dólar Interbancário” é o valor pelo qual a moeda é transacionada entre os bancos, seja na compra ou venda de Moedas Estrangeiras. Este valor é o mais baixo que a Moeda Estrangeira pode ser transacionada, mais baixo até CONTABILIDADE NAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E DE SEGUROS Operações de Câmbio que o Dólar Comercial. O Dólar Turismo nada mais é do que o Dólar Comercial, que já é mais alto do que o Interbancário, mais taxas e custos da instituição financeira para comercialização. Mas, o que compõe essas taxas? Nestas taxas estão envolvidas o spread e outras tarifas que as instituições possam ter, tais quais, logística, seguro, importação do papel moeda, gastos com a infraestrutura da empresa, entre outros. 1.2 Spread Spread é a diferença entre a taxa interbancária e a taxa cobrada pelas instituições financeiras, ou seja, o dólar turismo e comercial. Estão incluídos, por exemplo, custos de logística, espaço, entre outros que cada instituição possui e por isso é variável de uma para outra. O Banco Central busca dar transparência nestes custos, obrigando instituição à informar o Valor Efetivo Total (VET). Conforme esclarece o BC, “o VET é o total de reais entregues ou recebidos por unidade de moeda estrangeira em uma operação de câmbio (exemplo: R$ 3,00 por dólar dos Estados Unidos). O VET considera a taxa de câmbio, o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e as tarifas eventualmente cobradas. O VET fornece ao cliente condições de comparar os preços disponíveis no mercado para compra e venda de moeda estrangeira. As instituições autorizadas a operar no mercado de câmbio devem informar o VET ao cliente ANTES da operação ser realizada. A regra vale para todas as operações de liquidação pronta (até dois dias úteis) de até o equivalente a USD 100.000,00 (cem mil dólares dos Estados Unidos). O VET também deve constar no contrato de câmbio ou no recibo da operação entregue ao cliente.” 1.3 Mercado de Câmbio no Brasil O mercado cambial brasileiro está sob o regimento do Banco Central do Brasil. A instituição é a responsável por manter a funcionalidade do mercado financeiro e a estabilidade do poder de compra do Real. Além disso, fiscaliza as instituições financeiras nacionais, monitorando todas os operações do mercado para garantir que todas estão de acordo com suas normas e também para saber quanto de dinheiro está saindo e entrando no país. Também vale ressaltar que existe uma lei que estabelece o “Curso Forçado da CONTABILIDADE NAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E DE SEGUROS Operações de Câmbio Moeda”, que torna obrigatória a utilização do Real e cabendo apenas às instituições autorizadas pelo Banco Central a comercialização de Moedas Estrangeiras. O “BC” ou “Bacen”, como é conhecido no mercado, possui Reservas Cambiais, e, uma vez que é ciente de todo o fluxo de entrada e saída de dinheiro do país, tem total poder e autoridade para intervir no mercado de câmbio, influenciando o preço (para cima ou para baixo). Esse processo é feito por meio de instrumentos como os Leilões de “Swaps Cambiais”, os quais podem ser realizados sem qualquer aviso prévio e sem limite de valor, mas apenas pelos Dealers de Câmbio (definidos mensalmente pelo BC). A população, e também agentes do mercado, somente sabe das atitudes do Banco Central por meio das declarações públicas que realizam de tempos em tempos. Em seu site é possível encontrar a cotação atual sobre o “Dólar Comercial” e demais moedas estrangeiras, além de todas as regras envolvidas nesse mercado e o nome de cada instituição financeira apta a operar no mercado de câmbio brasileiro. 1.4 Swap Cambial Como foi dito, o Banco Central pode intervir no mercado cambial sempre que achar necessário, uma dessas formas de intervenção é por meio do leilão de swap e leilão de swap reverso, ambos os tipos acontecem quando o BC acredita que o dólar está muito valorizado perante ao real ou vice versa. No caso do swap cambial, o BC se compromete a pagar ao mercado a variação do câmbio no período de vigência dos contratos, mais um cupom cambial (como são chamadas as taxas de juros em dólar no Brasil). Como contrapartida, os investidores ficam obrigados a entregar ao BC a oscilação dos juros DI – taxa utilizada nos empréstimos entre instituições financeiras, próxima à taxa Selic). Nesse contrato específico, diferentemente das demais operações de swap, o ajuste das posições ocorre diariamente e não apenas ao final do prazo. 1.5 Impostos Além das taxas envolvidas, como o spread, alguns impostos também são cobrados no momento de fechar uma compra de moeda estrangeira. O IOF, Imposto sobre CONTABILIDADE NAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E DE SEGUROS Operações de Câmbio Operações Financeiras, já tem se tornado mais conhecido da população, mas nem sempre todos tem ciência de que ele é obrigatório, ou seja, nenhuma instituição financeira pode fugir do IOF. O imposto age de formas diferentes de acordo com o tipo de compra. Por exemplo, sua alíquota é de 1,1% sobre o valor total comprado de moedas estrangeiras em papel moeda, já no cartão de crédito, débito ou cartão viagem, ele incide sobre 6,38% do valor total. Esse é um dos motivos que que torna a compra de dinheiro em espécie mais vantajosa do que as outras. 1.6 Cotação Após entender como funciona o básico das operações cambiais no Brasil e quem está no comando por trás delas, chegou o momento de efetivar a compra da moeda estrangeira. Para que a compra seja feita da melhor forma possível, é preciso estar atento à alguns fatores, o principal dele é a cotação. A cotação da moeda é o “valor da moeda”, toda vez que ouvimos “a moeda X caiu ou subiu” significa que a cotação está mais baixa ou mais alta, ou seja, a quantidadeem reais necessária para que tal moeda seja comprada está menor ou maior, melhor dizendo, a moeda está mais barata ou mais cara. Muitos se perguntam quando é melhor realizar essa compra. A resposta certeira é: não existe, uma vez que ninguém consegue premeditar uma queda ou subida da moeda. Dito isso, comprar a quantia desejada, aos poucos, garante que a pessoa gaste um valor médio, uma vez que assim ela está exposta a menos riscos. Por esse motivo é tão importante fazer o acompanhamento da cotação quando for necessário comprar moedas estrangeiras, assim, o comprador toma a melhor decisão de acordo com os valores que vem acompanhando. 1.7 Como comprar Por conta da lei – Curso forçado da moeda, somente instituições autorizadas pelo Banco Central do Brasil podem comercializar moedas estrangeiras, são elas: CONTABILIDADE NAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E DE SEGUROS Operações de Câmbio Correspondentes cambiais O modelo foi criado há menos de 8 anos pelo Banco Central e nasceu com o intuito de facilitar e ampliar a troca de moedas estrangeiras no Brasil. Uma correspondente atua como uma extensão de bancos e corretoras – obrigatoriamente, ele deve estar filiado a alguma instituição. O formato é, hoje, um dos mais seguros e cômodos, tendo aumentado o acesso da população e de turistas ao mercado oficial e possibilitado processos mais transparentes nas operações de compra e venda de moedas estrangeiras. Corretoras de câmbio As corretoras podem ser definidas como “uma perninha dos bancos”. Elas realizam a compra e venda de moedas estrangeiras e fazem o meio campo entre clientes e bancos. As corretoras também podem realizar operações vinculadas à importação e exportação, mas com valores de até 100 mil reais. Bancos A diferença entre um banco e as corretoras é que os bancos atuam com operações sem limites de valor e com diferentes modalidades – que somente eles podem operar. Além disso, eles são os únicos que podem adiantar contratos de câmbio e operações no mercado futuro de dólar. A lista completa de Instituições Autorizadas a operar em Câmbio no Brasil pelo Banco Central encontra-se no site do BC, bem como a lista de todas as Instituições autorizadas a Intermediar operações de Câmbio. Mercado Futuro O mercado futuro é nada mais do que o valor futuro da moeda, só que negociado hoje. Por meio dele é possível travar a cotação hoje de alguma operação que será realizada depois, ou seja, no futuro. Referências: Manual de Contabilidade Bancária – Autor: Claudio Filgueiras, Editora Elsevier http://www.bcb.gov.br/rex/IAMC/Port/Instituicoes/inst_autorizadas.asp http://www.bcb.gov.br/rex/IAMC/Port/Instituicoes/inst_intermediarias.asp
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