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115 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS Unidade II 3 ARTROLOGIA Ao notar uma manobra de um esquiador estilo livre em uma montanha, ou um jogador driblando e deixando os defensores para trás, se está observando as articulações em ação. Os músculos puxam os ossos para movê‑los, entretanto, o movimento não seria possível sem as articulações entre os ossos. O local onde dois ou mais ossos se encontram, existindo ou não movimento entre eles, é chamado de articulações ou junturas. Figura 121 – Esquiador Figura 122 – Drible no futebol Ainda que sempre reflitamos sobre as articulações como móveis, esse nem sempre é o caso. Muitas possibilitam apenas movimentos limitados e outras não consentem nenhum tipo de movimento aparente. A estrutura de uma determinada articulação está diretamente relacionada com o seu grau de movimento. 116 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 Unidade II As articulações móveis são locais do corpo onde os ossos se movimentam em contato próximo um com o outro. Ao trabalhar com máquinas, compreendemos que as peças que fazem contato entre si demandam maior conservação. Contudo, em nossos corpos, damos pouca importância às articulações móveis até que patologias ou danos tornem a mobilidade muito precária. Se a mobilidade for limitada, mesmo em uma articulação altamente móvel, a qualquer instante uma articulação móvel pode ser transformada em uma articulação imóvel. Os três tipos principais de articulações podem ser subdivididos em sinartroses, anfiartroses e diartroses. As partes ósseas das sinartroses são conectadas por um tecido de preenchimento. Nas sinartroses encontram‑se as articulações fibrosas, cuja conexão óssea é constituída por tecido conjuntivo. Já nas anfiartroses encontram‑se as articulações cartilagíneas, cuja conexão óssea é composta por cartilagem. As diartroses se caracterizam pela presença de uma cavidade articular entre os ossos articulados, preenchida por líquido sinovial ou sinóvia. As articulações fibrosas e cartilagíneas são estabelecidas pela continuidade dos ossos articulantes por meio do tecido interposto. As articulações sinoviais se fazem por contiguidade. 3.1 Articulações fibrosas Nas articulações fibrosas os ossos são conectados entre si por fibras de tecido conjuntivo, e desse modo é possível muito pouco movimento. Consideram‑se os seguintes tipos de articulações fibrosas: suturas, sindesmoses, gonfoses e esquindileses. 3.1.1 Suturas Nas suturas existe um pequeno afastamento entre os ossos e, consequentemente, uma pequena quantidade de tecido conjuntivo interposto. As suturas da calota craniana são exemplos desse tipo de articulação. A morfologia dessas suturas diferem entre si, são elas: sutura serrátil, sutura escamosa e sutura plana. Sutura sagital Figura 123 – Vista superior do crânio 117 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS Sutura escamosa Figura 124 – Vista lateral do crânio Sutura palatina mediana Figura 125 – Palato duro (vista inferior) Na sutura serrátil as margens apresentam dentículos que se engrenam de forma simples inicialmente, mas posteriormente pode apresentar a extremidade mais dilatada que a base, o que impede o afastamento dos ossos. A sutura escamosa apresenta as margens ósseas cortadas em bisel, às custas das faces opostas dos ossos. Já na sutura plana as margens ósseas são planas e lisas. 118 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 Unidade II 3.1.2 Sindesmoses Essas articulações fibrosas ocorrem quando o afastamento entre os ossos é grande e há consequentemente grande quantidade de tecido conjuntivo interposto. Os dois ossos vizinhos são conectados por fibras colágenas de tecido conjuntivo, como, por exemplo, a membrana interóssea do antebraço, entre os ossos rádio e ulna; ou a sindesmose tibiofibular, conforme ilustram as figuras a seguir; a membrana interóssea da perna, entre os ossos: tíbia e fíbula; ou por fibras elásticas de tecido conjuntivo, como, por exemplo, nos ligamentos amarelos entre os arcos de vértebras vizinhas. Membrana interóssea Figura 126 – Sindesmose Sindesmose tibiofibular Figura 127 – Sindesmose 3.1.3 Gonfoses Nas gonfoses temos a união das raízes de um dente com as paredes dos alvéolos dentários. As fibras colágenas de tecido conjuntivo conectam o periósteo do osso alveolar ao periodonto. 119 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS Articulação dentoalveolar (gonfose) Figura 128 – Corte vestibulolingual do primeiro molar inferior e da mandíbula 3.1.4 Esquindilese As esquindileses ocorrem quando a margem óssea aguda é inserida em uma fenda, como, por exemplo, do corpo do esfenoide que se aloja em uma superfície em forma de fenda entre as asas do osso vômer. Esquindilese esfenovomeral Figura 129 – Vista inferior do crânio 120 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 Unidade II Nas articulações fibrosas, o movimento entre os ossos é reduzido. Elas podem ser classificadas em: suturas, sindesmoses, gonfoses e esquindileses. 3.2 Articulações cartilagíneas As articulações cartilagíneas conectam dois ossos por meio de cartilagem hialina ou fibrosa. Podem ser divididas em dois tipos: primária e secundária. Uma articulação primária, como acontece nas sincondroses, é aquela na qual os ossos são unidos por uma lâmina ou barra de cartilagem hialina. Desse modo, a união entre a epífise e a diáfise de um osso em crescimento e a que ocorre entre a costela I e o manúbrio do esterno são exemplos de tal articulação. Na região da base do crânio localiza‑se a sincondrose esfenoccipital, conforme ilustra a figura a seguir. Nela nenhum movimento é possível. Uma articulação cartilagínea secundária é aquela na qual os ossos são unidos por uma lâmina de fibrocartilagem e as faces articulares dos ossos são cobertas por uma fina lâmina de cartilagem hialina. Esse tipo encontra‑se na sínfise púbica, entre os ossos do quadril, e nos discos intervertebrais, entre os corpos das vértebras. Nela uma pequena quantidade de movimento é possível. Sutura incisiva Sincondrose esfenocciptal Figura 130 – Vista inferior de um crânio infantil 121 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS Sínfise púbica (a cartilagem foi removida) Figura 131 – Vista anterior da pelve óssea Sínfise intervertebral Figura 132 – Corte sagital paramediano da cabeça e do pescoço (vista medial) Algumas articulações cartilagíneas possibilitam pequenos movimentos entre os ossos. Elas são classificadas em dois tipos: sincondroses e sínfises. 3.3 Articulações sinoviais As articulações sinoviais, ou também chamadas de diartroses, têm grande mobilidade e possuem diversas estruturas anatômicas essenciais. Nelas as as terminações ósseas articulares são recobertas por cartilagem hialina, de maneira a compor uma superfície lisa, o que leva a uma diminuição máxima do atrito, chamadas de superfícies articulares. 122 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 Unidade II Suas superfícies articulares podem ser convexas, ou seja, esse formato de corpo articular é chamado de cabeça articular; ou côncavas, nesse caso, diz‑se um acetábulo. O acetábulo pode estar elevado em tamanho em virtude de uma protuberância de suas margens, por meio do lábio glenoidal, como, por exemplo, as articulações do ombro e do quadril. A incongruência de algumas superfícies articulares é contrabalançada por discos ou meniscos. Lembrete A cartilagem articular, formada por tecido conjuntivo, consiste em uma camada protetora de 1 a 5 milímetros de espessura desse materialque reveste as extremidades dos ossos, que se articulam nas articulações sinoviais. Durante o crescimento normal, a cartilagem articular em uma articulação sinovial, como o joelho, aumenta em volume conforme a criança vai ficando mais alta. A segunda estrutura anatômica que encontraremos nas articulações sinoviais é a cápsula articular. Ela forma um folheto de tecido conjuntivo em torno da articulação, isolando‑a de modo hermético. A cápsula articular encontra‑se presa aos dois ossos articulares, em geral, na margem das superfícies articulares recobertas por cartilagem. Ela é formada por uma camada interna e outra externa. A camada interna de uma cápsula interna é a terceira característica anatômica, que define a articulação sinovial, pois é formada de uma membrana sinovial que produz e aprisiona o líquido sinovial dentro da cavidade articular. A membrana sinovial é altamente vascularizada e transporta muitas das trocas fisiológicas necessárias para manter as superfícies articulares em funcionamento. Assim, a quarta estrutura anatômica que encontraremos nas articulações sinoviais é a cavidade articular. Ela, na realidade, não existe como uma cavidade, uma vez que entre as duas partes articuladas há apenas uma fenda capilar em razão da pressão negativa existente ou da tração dos músculos que passam sobre a articulação. A quinta estrutura anatômica que compõe as articulações sinoviais é o líquido sinovial ou sinóvia. Ele é um líquido viscoso, claro ou amarelo‑claro, assim chamado por sua semelhança em aspecto e consistência com a clara do ovo. Como visto anteriormente, o líquido sinovial é secretado por células sinoviais na membrana sinovial e líquido intersticial filtrado do plasma sanguíneo. O líquido sinovial tem três papéis principais: • Fornecer lubrificação: a fina camada de líquido sinovial que reveste a face interna da cápsula articular e as faces expostas das cartilagens articulares oferece lubrificação e diminui o atrito. Isso é alcançado pelo ácido hialurônico e pela lubricina do líquido sinovial, que diminuem o atrito entre as superfícies das cartilagens articulares em uma articulação sinovial até cerca de um quinto daquele visto entre dois pedaços de gelo. 123 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS • Nutrir os condrócitos: a quantidade total de líquido sinovial em uma articulação é normalmente inferior a 3 mililitros, mesmo em uma articulação grande como, por exemplo, a do joelho. Esse volume relativamente pequeno de líquido deve circular para oferecer nutrientes e uma via de rejeite de resíduos para os condrócitos das cartilagens articulares. A circulação do líquido sinovial é estimulada pelo movimento articular, que também traz ciclos de compressão e expansão nas cartilagens articulares contrárias. À compressão, o líquido sinovial é forçado para fora das cartilagens articulares; à reexpansão, o líquido sinovial é trazido de volta para as mesmas cartilagens. Esse fluxo de líquido sinovial para fora e para dentro das cartilagens articulares provê nutrição para seus condrócitos. • Agir como amortecedor de impactos: o líquido sinovial amortece os impactos nas articulações sujeitas à compressão. Por exemplo, as articulações de quadril, joelho e tornozelo são contidas durante a deambulação e intensamente contidas durante a deambulação acelerada ou a corrida. Quando a pressão eleva abruptamente, o líquido sinovial concentra o impacto e o dissemina de maneira invariável sobre as faces articulares. Lembrete O líquido sinovial também contém células fagocíticas que retiram micróbios e resíduos resultantes do uso e desgaste da articulação. As articulações sinoviais podem apresentar uma diversidade de estruturas anatômicas acessórias, como, por exemplo, o disco de fibrocartilagem e os corpos adiposos, os ligamentos, os tendões, as bolsas sinoviais e as bainhas tendíneas sinoviais. Elas são as mais numerosas no organismo e apresentam a superfície articular, a cápsula articular, a cavidade articular, a membrana sinovial, o líquido sinovial, os ligamentos, os meniscos e os discos articulares. Os ligamentos conectam os ossos uns aos outros. Todas as articulações sinoviais são reforçadas por ligamentos de tecido conectivo elástico, mas não muitos. Cápsula articular Figura 133 – Articulação sinovial 124 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 Unidade II Ligamento extracapsular Cartilagem articular Ligamento intracapsular Menisco Figura 134 – Articulação sinovial Cápsula articular Faces articulares Cavidade articular Figura 135 – Articulações sinoviais Nas articulações complexas, como, por exemplo, a do joelho, estruturas anatômicas acessórias podem localizar‑se entre as faces articulares opostas e alterar as formas dessas faces, como os que são citados a seguir. • Os meniscos e discos articulares são estruturas fibrocartilagíneas em forma de meia lua e localizadas no joelho. Os papéis dos meniscos e discos articulares não são totalmente entendidos, contudo as conhecidas incluem: (1) absorção de impacto; (2) melhor encaixe entre as superfícies ósseas da articulação; (3) oferecimento de superfícies amoldáveis para movimentos combinados; (4) distribuição de peso sobre uma superfície de contato maior e (5) propagação do líquido sinovial pelas faces articulares da articulação. 125 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS • Os corpos adiposos, geralmente, estão localizados próximo à periferia da articulação, delicadamente revestidos pela membrana sinovial. Os coxins de corpos adiposos oferecem proteção para as cartilagens articulares e servem como material de arranjo para a articulação como um todo. Eles ocupam os espaços produzidos quando os ossos se movimentam e a cavidade articular altera de formato. • A cápsula articular que circunda toda a articulação é contínua com o periósteo dos ossos que se articulam. Os ligamentos são estruturas anatômicas acessórias que amparam, fortalecem e reforçam as articulações sinoviais. Os ligamentos intrínsecos, ou ligamentos capsulares, são adensamentos da própria cápsula articular. Os ligamentos extrínsecos são separados da cápsula articular. Esses ligamentos podem ser encontrados externa ou internamente à cápsula articular e são chamados ligamentos extracapsulares e intracapsulares, respectivamente. • Os tendões, ainda que caracteristicamente não componham parte da articulação como uma estrutura anatômica essencial ou acessória, geralmente atravessam a articulação ou em sua proximidade. A tonicidade muscular normal mantém os tendões tensos e a tensão pode restringir a amplitude de movimento. Em algumas articulações, os tendões são partes complementares da cápsula articular e oferecem resistência significativa à cápsula. • As bolsas sinoviais são pequenas estruturas anatômicas preenchidas por líquido sinovial no tecido conectivo. São recobertas pela membrana sinovial e podem comunicar‑se ou não com a cavidade articular. Elas constituem‑se onde o tendão ou os ligamentos entram em atrito contra outros tecidos. Seu papel é diminuir o atrito e atuar como amortecedor de choque. Elas são localizadas ao redor da maioria das articulações sinoviais, como, por exemplo, a do ombro. • As bainhas tendíneas sinoviais são bolsas tubulares que rodeiam os tendões onde eles atravessam as superfícies ósseas. Elas também podem surgir embaixo da pele que recobre um osso ou no interior de outros tecidos conectivos sujeitados a atrito ou pressão. As bolsas que se desenvolvem em situação anormal ou devido a pressões anormais são chamadas de bolsas adventícias. Disco articular Figura 136 – Articulações sinoviais 126 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 Unidade II As crianças que realizam atividades esportivas vigorosasacumulam cartilagem articular de forma mais rápida que as que não realizam as mesmas atividades. Já os meninos tendem a adquirir cartilagem articular no joelho mais rapidamente que as meninas. Observação As inflamações dos tendões são chamadas de tendinites. A inflamação da bolsa sinovial é chamada de bursite. Na presença de cargas elevadas, pode acontecer uma inflamação da bainha tendínea, chamada de tendovaginite. Saiba mais Para saber mais sobre as articulações sinoviais do corpo humano e sua classificação: LAROSA, P. R. R. Sistema articular. In: ___. Anatomia humana: texto e atlas. São Paulo: Guanabara‑Koogan, 2016, p. 68‑69. Exemplo de aplicação Vamos associar o detalhes ósseos estudados com as articulações? Relembre os principais detalhes ósseos dos esqueletos axial e apendicular e das cinturas escapular e pélvica. Na escápula, por exemplo, encontramos a cavidade glenoide, a qual se une com o úmero, ou seja, pela cabeça, formando a articulação do ombro ou glenoumeral. Já a articulação do ombro é classificada morfologicamente como esferoide e funcionalmente realiza movimentos nos três eixos, ou seja, flexão, extensão, adução, abdução e rotação. Esportes de alto rendimento provocam lesões nas articulações, como, por exemplo, as luxações e as entorses. Partindo desses exemplos, faça uma descrição de algumas articulações sinoviais: quadril, joelho, tornozelo, ombro, cotovelo, punho e mão, contendo os principais componentes anatômicos, os movimentos que podem ocorrer e sua significância clínica. 4 MIOLOGIA A miologia é o estudo dos músculos, que quimicamente consistem em água e sólidos. Tais sólidos são as proteínas, os carboidratos, os sais inorgânicos, abrangendo o cloreto de cálcio, o ferro, o magnésio, o fósforo, o potássio e o sódio; além das enzimas, dos glóbulos de gordura, dos extrativos nitrogenados, como o ácido úrico e a creatina; e os extrativos não nitrogenados, como o ácido láctico e o glicogênio. Sem os músculos nós, seres humanos, seríamos pouco mais do que bonecos de lojas de shopping, 127 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS impossibilitados de deambular, articular as palavras, piscar os olhos ou até mesmo segurar uma bola de futebol. Todavia, nenhuma dessas inconveniências nos importunaria, porque também permaneceríamos inábeis de respirar. Uma das principais qualidades dos seres humanos é a nossa competência de se mover. Porém, também utilizamos os músculos esqueléticos quando não estamos em movimento. Os músculos chamados posturais estão constantemente se contraindo para nos manter nas posturas sentado ou em pé. Os músculos chamados respiratórios estão constantemente trabalhando para nos manter respirando, mesmo durante o sono. A nossa comunicação depende dos músculos esqueléticos, seja para escrever, digitar ou conversar. Mesmo a comunicação silenciosa, utilizando sinais manuais ou expressões faciais, carece do trabalho dos músculos esqueléticos. A quantidade de músculos em nosso corpo depende de uma série de fatores e nem todos os indivíduos apresentam exatamente a mesma quantidade. Alguns podem surgir em um lado do corpo, entretanto, não no lado oposto, como, por exemplo, o músculo psoas menor. Outros estão totalmente ausentes em certos indivíduos, como o músculo palmar longo. Essas características, como visto anteriormente, são chamadas variações anatômicas. Assim, em conjunto, encontraremos aproximadamente 700 músculos no corpo humano, sendo eles controlados voluntariamente com variações de tamanho e formato. Manter bons estoques de glicogênio muscular é essencial para o desempenho esportivo e a recuperação muscular pós‑treino. A fim de ter um melhor desempenho diversos atletas e desportistas estão buscando a utilização dos recursos ergogênicos, tratamentos ou substâncias usadas para melhorar a performance. Elas são classificadas em diferentes tipos, sendo recursos mecânicos, fisiológicos, farmacológicos, psicológicos ou nutricionais. Dentre os diversos recursos está a creatina. Saiba mais Para saber mais sobre o uso dos recursos ergogênicos. OLIVEIRA, L. M. et al. Efeitos da suplementação de creatina sobre a composição corporal de praticantes de exercícios físicos: uma revisão de literatura. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo, v. 11, n. 61, p. 10‑15, 2017. Disponível em: <https://dialnet.unirioja.es/servlet/ articulo?codigo=5771924>. Acesso em: 13 mar. 2019. 4.1 Tipos de músculos Quando a contração de um músculo resulta de uma ação de vontade dizemos que esse é um músculo voluntário, mas quando a contração muscular escapa ao controle consciente do indivíduo, chamamos o músculo de involuntário. 128 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 Unidade II Os músculos voluntários diferenciam‑se histologicamente dos involuntários por possuírem estriações transversais, sendo por isso chamados de estriados. Já os músculos involuntários não possuem estriações, sendo por esse motivo lisos. Há ainda outro tipo de músculo, o cardíaco, que se assemelha histologicamente ao músculo esquelético, ainda que apresente uma ação involuntária, conforme ilustra a figura a seguir. Estriação Estriação Fibra muscular Fibra muscular Núcleo Núcleo Núcleo Músculo estriado cardíaco Disco intercalar Fibra de músculo liso Músculo liso (não estriado) Músculo estriado esquelético Figura 137 – Tipos de músculos Podemos também distinguir os músculos estriados dos lisos pela topografia, já que os estriados são, na maioria das vezes, fixados ao menos por uma de suas extremidades ao esqueleto. Já os músculos lisos são viscerais, isto é, são localizados na parede das vísceras de vários sistemas do organismo. O principal papel do tecido muscular estriado esquelético é movimentar o organismo ao executar tração sobre os ossos do esqueleto, permitindo‑nos diversas atividades, como, por exemplo, andar, dançar ou tocar um instrumento musical. O músculo estriado cardíaco impulsiona o sangue para os vasos do sistema cardiovascular; o tecido muscular liso conduz líquidos e sólidos ao longo do canal alimentar e exerce papéis variados em outros sistemas, portanto, não serão agora foco deste livro. 129 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS Observação Anatomicamente, os músculos são classificados como esqueléticos quando possuem pelo menos uma extremidade ligada a osso; ou viscerais, quando formam a parede de órgãos moles e cavitários. 4.2 Papéis dos músculos Desses três tipos de músculos, aquele que nos interessa diretamente é o estriado ou voluntário. A lista a seguir resume os principais papéis de todos os três tipos de músculos: • Manutenção da postura e posicionamento do organismo: as contrações de músculos específicos sustentam a postura corporal, como, por exemplo, conservar a cabeça em posição durante a leitura de um livro ou equilibrar a massa corporal sobre os pés ao caminhar compreende a contração de músculos que estabilizam as articulações. Sem a constante contração muscular, não seria possível sentar em postura ereta sem cair nem levantar sem tombar para frente. • Sustentação de tecidos moles: a parede abdominal e o assoalho da cavidade pélvica consistem em camadas de músculos estriados esqueléticos. Esses músculos suportam o peso das vísceras e protegem os tecidos internos contra lesões. • Regulação da entrada e saída de materiais: aberturas ou orifícios do canal alimentar e das vias urinárias são circundados por músculos estriados esqueléticos. Esses músculos possibilitam o controle voluntário da deglutição, defecação e micção. • Manutenção da temperatura corporal: a contração muscular necessita de energia e sempre que o organismo usa energia, quando transforma parte dela em calor. A perda de calor pela contração muscular conserva nossa temperatura corporaldentro do intervalo indispensável para o seu funcionamento normal. • Reserva de nutrientes: os lipídios são armazenados nos músculos estriados esqueléticos como elementos de reserva e usados nas reações energéticas. Já as substâncias minerais influenciam as alterações químicas musculares e a sua contração. Além disso, o glicogênio é armazenado em grande quantidade nas fibras musculares, transformando‑se em glicose quando há necessidade de energia para as células. 4.3 Componentes macroscópicos dos músculos estriados esqueléticos O músculo estriado esquelético possui uma porção carnosa, vermelha no vivente, chamada ventre muscular, em que prevalecem as fibras musculares, sendo, portanto, a parte contrátil do músculo. Apresenta também extremidades que, quando são cilíndricas ou possuem formato de fita, chamamos de tendões, e quando têm formato de lâminas são chamadas aponeuroses, conforme ilustram as figuras a seguir. 130 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 Unidade II Tendões Ventre muscular Figura 138 – Vista anterolateral Ventre muscular Fáscia muscular (rebatida) Aponeuroses Figura 139 – Vista lateral da cabeça do braço 131 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS Os tendões e as aponeuroses são esbranquiçados, brilhantes e muito resistentes, formados por tecido conectivo denso, rico em fibras colágenas, sendo responsáveis pela fixação dos músculos ao esqueleto. Contudo, podem estar fixados também em cartilagens, cápsulas articulares, tendões de outros músculos e na derme. Os tendões possuem um ponto de fixação. Já as aponeuroses apresentam diversos pontos de fixação. Frequentemente, a fixação de um tendão muscular ao osso estacionário é chamada de origem; a fixação do outro tendão muscular ao osso móvel é chamada de inserção. Uma boa associação de ideias é a mola de uma porta. Nesse exemplo, observamos a parte da mola fixada à estrutura é a origem; a parte presa à porta representa a inserção. Geralmente, a origem é proximal e a inserção distal; a inserção normalmente é tracionada em direção à origem. Lembrete A porção carnosa do músculo entre os tendões é chamada ventre muscular, ele representa a porção espiral do meio da mola do nosso exemplo. É importante lembrarmos também que existem alguns poucos músculos em que temos tendões interpostos a seus ventres, todavia, esses tendões não servem para fixação no esqueleto. Envolvendo o músculo, existe uma lâmina de tecido conectivo com espessura variável, às vezes muito espessa, outras não, a fáscia muscular. Ela desempenha os papéis de: • Bainha elástica de contenção: esse papel desempenhado pela fáscia, de conter ou manter próximas as fibras musculares entre si, é relevante para possibilitar que o músculo possa executar um trabalho competente de tração ao se contrair. • Facilitar o deslizamento dos músculos entre si: relevante para impedir o atrito entre os músculos durante a contração. • Retináculo: alças de sustentação compostas de tecido conjuntivo, que sustentam os tendões em seu lugar e, em parte, agem como apoio. São locais de desvio de músculos em seu caminho de origem até a inserção, como, por exemplo, o retináculo extensor dos músculos extensores longos da mão e dos dedos que, durante uma extensão dorsal, evita o afastamento do tendão em sentido dorsal. Lembrete Os músculos estriados esqueléticos fixam‑se normalmente aos ossos por meio de suas extremidades. O ponto fixo (origem) do músculo não se desloca durante a ação muscular, enquanto a extremidade contrária, que se desloca, é o ponto móvel (inserção). 132 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 Unidade II Saiba mais Para saber mais sobre os seguintes tópicos: tecido muscular estriado esquelético e organização muscular; anatomia macroscópica; anatomia microscópica das fibras musculares estriadas esqueléticas; contração muscular; unidades motoras e controle muscular; nota clínica (rigor mortis); tono muscular e tipos de fibras musculares estriadas esqueléticas: MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLISTSCH, R. B. Sistema muscular. In: ___. Anatomia humana. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009, p. 238‑251. 4.4 Nomenclatura dos músculos estriados esqueléticos Os músculos estriados esqueléticos são classificados de acordo com suas diversas características, incluindo localização, tamanho, forma, disposição das fibras musculares, origem, inserção, número de cabeças, embriologia e função. 4.4.1 Localização Alguns nomes de músculos lembram o osso ou a região do organismo na qual o músculo está integrado, por exemplo, o músculo temporal localiza‑se sobre o osso temporal; o músculo peitoral está localizado no tórax; ou, ainda, o músculo glúteo está nas nádegas; e um músculo braquial que está no braço. 4.4.2 Tamanho relativo Termos como máximo, mínimo, longo e curto são comumente usados em nomes de músculos. Um músculo longo é mais comprido do que um curto. Além disso, uma segunda parte do nome imediatamente nos fala se existe mais de um músculo relacionado. Se existe um músculo curto, muito possivelmente um músculo longo está presente na mesma região, por exemplo, o músculo palmar longo. Ainda podemos citar o músculo glúteo máximo, como mostra a figura a seguir, sendo ele o maior músculo das nádegas, e o músculo glúteo mínimo, o menor. 4.4.3 Forma Alguns músculos são chamados conforme sua forma, como o músculo pronador quadrado, que apresenta um formato que lembra essa figura geométrica. 133 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS Músculo glúteo máximo Figura 140 – Região glútea Músculo deltoide Figura 141 – Vista lateral de membro superior 4.4.4 Disposição das fibras musculares Geralmente os músculos apresentam as fibras dispostas paralela ou obliquamente à direção de tração exercida por eles. Há, ainda, os músculos dispostos de forma circular. Assim, os músculos estriados esqueléticos podem ser classificados quanto a disposição paralela, a disposição oblíqua e a disposição circular. Dentre os músculos que apresentam disposição paralela pode‑se citar: os músculos longos, nos quais o comprimento é predominante, como, por exemplo, o músculo sartório; os músculos largos, nos quais o comprimento e a largura são equivalentes, por exemplo, o músculo glúteo máximo; os músculos fusiformes, predominantemente nos membros e que são longos, mas que se nota uma convergência das fibras em direção aos tendões de origem e inserção, por exemplo, o músculo braquial; e os músculos em formato de leque, que são largos, mas cujas fibras convergem para um tendão em uma das extremidades, dando‑lhes a aparência de um leque, por exemplo, o músculo temporal. O músculo que possui fibras dirigidas obliquamente e inseridas apenas em um lado do tendão, à semelhança da metade de uma pena de ave, é classificado como reniforme. Um exemplo disso é 134 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 Unidade II o músculo extensor longo do hálux. Músculos bipeniformes são os que têm o formato de uma pena inteira, como, por exemplo, o músculo reto femoral. Músculo sartório Figura 142 – Vista anterior da coxa Músculo braquial Músculo bíceps braquial Figura 143 – Vista anterolateral do braço 135 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS Músculo extensor longo do hálux Figura 144 – Vista anterior da perna Músculo reto femoral Figura 145 – Vista anterior da coxa e do dorso do pé Os músculos orbiculares da boca e dos olhos (linhas azul‑claro), conforme ilustra a figura a seguir, têm seus fascículos dispostos em círculo em torno de uma abertura, atuando como esfíncteres para fechar a abertura. 136 Re vi sã o:Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 Unidade II Músculo orbicular dos olhos Músculo orbicular da boca MZM MZM CGS CGS Figura 146 – Peças de cadáver fresco com compartimento de gordura superficial (CGS) e músculos zigomático maior (MZM) expostos 4.4.5 Número de origens Quando bíceps, tríceps ou quadríceps compõem parte do nome de um músculo, pode‑se adotar que o músculo tem duas, três ou quatro origens, por exemplo, o músculo bíceps femoral, o tríceps da perna e o quadríceps femoral. O músculo bíceps femoral é formado por duas cabeças de origem: o músculo bíceps femoral cabeça longa e o músculo bíceps femoral cabeça curta. Já o músculo tríceps da perna é formado por três cabeças de origem: os músculos gastrocnêmios (medial e lateral) e o músculo sóleo. Por fim, o músculo quadríceps femoral é formado por quatro cabeças de origem: o músculo reto femoral, os músculos vastos (medial, intermédio e lateral). M. sartório M. reto femoral Músculos quadríceps femoral: M. vasto intermédio M. vasto lateral M. vasto medial Figura 147 – (A) Vista anterior da coxa. (B) Vista anterior da coxa com o músculo reto femoral rebatido 137 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS Observação A expressão “calcanhar de Aquiles”, em sentido amplo, significa qualquer ponto desprotegido. Em anatomia, ele se chama tendão do calcâneo, é o ponto de inserção do músculo tríceps da perna. Na mitologia grega, o herói Aquiles foi tornado inatingível pela mãe ao ser banhado nas águas do rio Estige. Porém, como foi segurado pelos calcanhares para não afundar, essa parte continuou a ficar vulnerável. Mais tarde, na Guerra de Troia, foi mortalmente golpeado por Páris com uma flechada justamente no calcanhar. 4.4.6 Número de inserções Os músculos também podem se inserir por mais de um tendão, sendo eles classificados como: bicaudado, quando existirem dois tendões de inserção, por exemplo, músculo flexor curto do hálux; ou policaudado, quando existirem três ou mais tendões de inserção, por exemplo, músculo extensor dos dedos. 4.4.7 Localização de suas fixações Alguns músculos são nomeados conforme os seus pontos de origem e inserção. A origem é sempre o primeiro nome, por exemplo, o músculo esternocleidomastoideo tem duas origens, no esterno e na clavícula, e sua inserção é no processo mastoide do osso temporal. Músculo flexor curto do hálux Figura 148 – Músculos da planta do pé 138 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 Unidade II Músculo extensor dos dedos Figura 149 – Vista posterior do antebraço Músculo esternocleidomastoideo Figura 150 – Vista anterolateral da cabeça e do pescoço 4.4.8 Número de ventres Existem músculos que apresentam mais de um ventre muscular, com tendões intermediários entre eles. Eles podem ser: digástrico, quando possuem dois ventres musculares, por exemplo, músculo 139 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS digástrico; ou, ainda, poligástrico, quando apresentam três ou mais ventres musculares, por exemplo, músculo reto do abdome. Músculo digástrico Músculo temporal Figura 151 – Vista lateral da cabeça Músculo reto do abdome Figura 152 – Vista anterior do tronco 140 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 Unidade II 4.4.9 Embriologia Os músculos podem ser divididos em mioméricos, ou seja, derivados de miótomos, que são a grande maioria; e branquioméricos, ou seja, derivado dos arcos branquais (faríngeos), como, por exemplo, os músculos da mastigação, face, faringe, laringe e os músculos trapézio e esternocleidomastoideo. 4.4.10 Ação Quando os músculos são chamados por suas ações, são utilizadas palavras como flexor, extensor ou adutor no nome do músculo, por exemplo, o músculo extensor longo do hálux. Como visto, os nomes dos músculos são dados conforme certos critérios, a figura a seguir ilustra e resume alguma das classificações estudadas. Tendão de origem Bíceps Ventre Ventre Tendão intermediário Tendão intermediário Intersecções musculares Superfície de corte do músculo esfincter Tendão de inserção Quadríceps Secção anatômica do músculo Origens musculares Aponeurose (inserção) Secção transversal fisiológica do músculo Tríceps Ângulo de inclinação das fibras C D A B E Figura 153 – Tipos de músculos estriados esqueléticos. (A) Número de origens (pontos fixos). (B) Direção das fibras. (C) Músculo poligástrico. (D) Fibras horizontais. (E) Origem e inserção de um músculo largo 141 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS Resumo As articulações são formadas quando os ossos vizinhos se articulam. Elas são classificadas de acordo com o tecido interposto em fibrosas, cartilagíneas e sinoviais. As articulações fibrosas são de quatro tipos: suturas, sindesmoses, gonfoses e esquindileses. Os dois tipos de articulações cartilagíneas são as sincondroses e as sínfises. As articulações sinoviais com liberdade de movimentos apresentam estruturas anatômicas, como a cápsula articular, a membrana sinovial, o líquido sinovial, a cartilagem articular, os ligamentos, os meniscos e os discos articulares. Os músculos estriados esqueléticos possuem características macroscópicas, como o ventre muscular, os tendões, as aponeuroses e as fáscias musculares. Os nomes que os músculos estriados esqueléticos receberam foram baseados na forma, no tamanho, na direção das fibras, no número de origens, na localização de suas fixações e ações. Os músculos do esqueleto axial incluem aqueles responsáveis pela expressão facial, mastigação, parede abdominal e coluna vertebral. Os músculos do esqueleto apendicular incluem os músculos dos membros superiores e inferiores. Exercícios Questão 1. As articulações podem ser classificadas de acordo com os movimentos que são capazes de realizar. Denominam‑se de diartroses aquelas que permitem grandes movimentos dos ossos e de sinartroses aquelas que permitem pouca ou nenhuma movimentação. Dentre as articulações citadas abaixo, marque a única que é um exemplo de diartrose: A) Articulações dos ossos do crânio. B) Articulações da vértebra lombar e o osso sacro. C) Articulação da costela com o esterno. D) Articulações do púbis. E) Articulação entre úmero e ulna. Resposta correta: alternativa E. 142 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 05 /1 9 Unidade II Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: denominada sutura, essa é um tipo de sinartrose, articulação composta de tecido fibroso e, portanto, imóvel, com grau de movimento muito pequeno e quase imperceptível. B) Alternativa incorreta. Justificativa: articulação semimóvel entre os ossos conectada por discos de fibrocartilagem (entre as vértebras), denominados anfiartroses. C) Alternativa incorreta. Justificativa: trata‑se de uma anfiartrose do tipo sincondrose que mantém os ossos articulados por cartilagem hialina. Podem ser tipo temporário (placas epifisárias) e permanente (cartilagem costal). D) Alternativa incorreta. Justificativa: trata‑se de uma anfiartrose do tipo sínfise, que mantém os ossos articulados por tecido fibrocartilaginoso. E) Alternativa correta. Justificativa: a articulação entre o úmero e a ulna permite a movimentação do braço. Questão 2. Existem três tipos de tecidos musculares: estriado esquelético, estriado cardíaco e não estriado. Eles diferenciam‑se por sua morfologia e localização no corpo. Sobre o tecido muscular estriado cardíaco, assinale a alternativa incorreta. A) O tecido muscular estriado cardíaco apresenta contração involuntária. B) O tecido muscular estriado cardíaco apresenta estriaçõestransversais. C) O tecido muscular estriado cardíaco apresenta células multinucleadas. D) No tecido muscular estriado cardíaco é possível observar os chamados discos intercalares, que são complexos juncionais. E) O tecido muscular estriado cardíaco é encontrado apenas no coração. Resolução desta questão na plataforma.
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