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Altas Habilidades e Superdotação Desenvolvimento sócio emocional do SD/AH e inserção no mundo do trabalho Responsável pelo Conteúdo: Profa. Dra. Célia Regina da S. Rocha Revisão Textual: Prof. Ms. Claudio Brites 5 Un id ad e Desenvolvimento sócio emocional do SD/AH e inserção no mundo do trabalho Nesta unidade, discutiremos o desenvolvimento socioemocional das AH/SD, principalmente nas questões relacionadas ao desequilíbrio entre a potencialidade e as emoções. Nesta unidade, abordaremos o desenvolvimento socioemocional dos indivíduos com altas habilidades/superdotação. O principal objetivo desta unidade é entender o desequilíbrio existente entre o potencial, as capacidades e habilidades e os aspectos emocionais, e a forma como cada indivíduo, em grupo social no qual está inserido, lida com essa questão. Veremos também as implicações disso na entrada no mercado de trabalho. Não se esqueça de acessar aos materiais didáticos, onde encontrará o conteúdo e as atividades propostas para esta unidade. Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Desenvolvimento sócio emocional do SD/AH e inserção no mundo do trabalho Fonte: iStock/G etty Im ages 6 Unidade: Processos e áreas de conhecimento em Projetos Para iniciarmos esta unidade, convidamos você a refletir acerca do tema Modalidades e programas de atendimento, adaptações curriculares, assistindo ao vídeo O talento na escola, que nos fornece vários relatos de alunos e professores sobre a importância do papel da escola na descoberta, identificação e atendimento do aluno com AH/SD. Disponível em: http://youtu.be/m7nTgsRkE9w Contextualização http://youtu.be/m7nTgsRkE9w 7 Desenvolvimento sócio emocional do SD/AH e inserção no mundo do trabalho A maioria das pessoas com altas habilidades/superdotação – AH/SD – apresenta grande facilidade na aprendizagem, o que resulta no rápido domínio de conceitos, procedimentos e atitudes (MAIA; AMARAL, 2012). São vários os mitos e as crenças sobre o assunto – geralmente equivocados –, um dos mais recorrentes é o de que esses alunos não necessitam de algum tipo de apoio. Esses mitos e crenças contribuem para a formação de barreiras atitudinais e também para o fracasso escolar, apesar de suas altas habilidades, que impedem que tais alunos sejam identificados e reconhecidos adequadamente nas práticas educacionais. Por isso, é de fundamental importância que tal aluno seja identificado e atendido corretamente para que tenha condições de desenvolver suas potencialidades, pois, muitas vezes, quando a superdotação não é reconhecida, esses alunos são identificados como: agitados, desinteressados e desatentos. Esse cenário faz com que alguns desses alunos recebam diagnósticos variados, equivocados, como o tão em voga Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade – TDAH –, o Transtorno Desafiador e de Oposição, a depressão, ansiedade, o Transtorno Obsessivo- Compulsivo – TOC –, dentre tantos outros problemas. Nesse sentido, a inserção desses alunos nos programas de aceleração, enriquecimento e agrupamento tende a evitar o surgimento desses problemas (GUENTHER, 2006). Assim, mais uma vez, reafirmamos a importância do papel do professor na identificação das possibilidades e das dificuldades de cada aluno, propondo ações pedagógicas voltadas para o atendimento das necessidades e das especificidades de cada aluno com AH/SD (GOULART, 2011). Como já foi dito aqui, principalmente na Unidade 2, o aluno com altas habilidades não será, necessariamente, aquele que tem êxito em todas as áreas do conhecimento, ele pode apenas ter grande destaque em uma área ou em algumas combinadas, com isso, o aluno, ao ser identificado como tal, receberá o atendimento adequado e não perderá o interesse pela escola, desenvolvendo-se de acordo com suas necessidades. Alguns autores argumentam que a superdotação é uma habilidade inata, enquanto outros defendem a teoria de que a influência do meio é que gera indivíduos superdotado; todavia, a maioria dos autores, como Gagné (2009) e Renzulli (2004), defendem a existência de uma habilidade inata que é aprimorada com o meio, a partir do aprimoramento dessa habilidade, a criança vai obtendo melhores resultados e se sobressaindo. Fonte: Thinkstock/Getty Images 8 Unidade: Processos e áreas de conhecimento em Projetos A respeito dos mitos e das crenças que cercam essas pessoas, Pérez (2003, p. 46) afirma: Assim, um dos primeiros aspectos que devem ser aprofundados são os fatores que têm alicerçado a carência e/ou precariedade de atendimento, entre eles, os mitos e crenças populares, alguns decorrentes de características próprias das PAHs, outros, de preconceitos socioculturais e/ou ideológicos e até da própria desinformação sobre as AHs. Eles são fortes empecilhos para a formação de uma identidade própria das PAHs e contribuem para uma representação negativa ou, pelo menos, distorcida destas pessoas. As pessoas com AH/SD – chamadas de gênios, Nerds, CDFs, exibidos, dentre tantos outros apelidos –, embora sejam altamente produtivas e criativas, podem apresentar picos de rendimento, nem sempre de alto nível, nem no mesmo tempo e nas mesmas circunstâncias. A outra causa apontada por Pérez (2003), como responsável pelos “fantasmas” dos mitos, é “o desconhecimento das suas características” e diz respeito à falta de informações sobre as AH/SD. Outro problema presente, segundo Pérez (2003), é o desconhecimento e a falta de informações sobre as características das altas habilidades – o preconceito diante do novo, do diferente, e a rejeição também se mostram presentes. Por outro lado, o indivíduo com a AH/ SD pode sentir-se discriminado por fazer parte de um grupo específico, que recebe atendimento diferenciado dos demais; embora haja uma coerência e precariedade desse tipo de serviço na rede pública. Pérez (2003, p. 47) classifica alguns dos mitos em sete categorias, delineadas a partir das causas enumeradas acima: a) Mitos sobre constituição: vinculam características e origens; b) Mitos sobre distribuição: adjudicam distribuições específicas às altas habilidades; c) Mitos sobre identificação: buscam omitir ou justificar a necessidade dessa identidade; d) Mitos sobre níveis ou graus de inteligência: originados de equívocos sobre esse conceito; e) Mitos sobre desempenho: repassam expectativas e responsabilidades descabidas e irreais; f) Mitos sobre consequências: associam características de ordem psicológica ou de personalidade não vinculadas a esse comportamento; e g) Mitos sobre atendimento: muitas vezes, são a causa da precariedade ou da ausência de serviços públicos eficientes para essa população. Alguns pais e professores sustentam outro mito: que a pessoa com AH/SD apresenta o mesmo elevado potencial intelectual também no aspecto afetivo-emocional; infelizmente, isso nem sempre acontece. O que se espera é que essa pessoa tenha um desempenho uniforme em todos os aspectos e, quando apresenta algum traço de imaturidade ou falta de atenção e adaptação, é descartada a possibilidade dele vir a ter alguma AH/SD por ser imaturo. Isso tem a ver com o assincronismo entre o seu desenvolvimento superior e o desenvolvimento emocional – quadro bastante frequente nas pessoas com AH/SD, como citado na unidade anterior. As pessoas com AH/SD, geralmente, são possuidoras de elevada sensibilidade e intensidades emocionais, empatia com os outros, desejo de ser aceita. Mostram-se sensíveis à crítica e/ou rejeição dos colegas, têm a expectativa de que os outros tenham os mesmos valores que a sua alta capacidade para lidar com assuntos éticos, filosóficos e sociais que envolvem a humanidade. 9 Preferem trabalhar sozinhas e de forma independente, porque, geralmente, tem interesses muito diferentes de seu grupo. Outra característica muito frequente é rejeitar tudo o que é proposto pelos colegas, pais e professores. Possuem acentuada dificuldade de interação com os colegas, geralmente, buscam o isolamento.A vulnerabilidade emocional também é frequente, manifestada por ansiedade excessiva, medo e insegurança. Por isso, como dito acima, as amizades são muito selecionadas e, quando confiam, acabam depositando grande energia nas relações. Alencar (2001) destaca a importância de a família e a escola saberem reconhecer esses descompassos que ocorrem no desenvolvimento do superdotado entre as distintas áreas. É no contexto familiar que a criança, por meio das interações, aprende a se descobrir e a descobrir e explorar o mundo que a cerca, além de exercitar as experiências tanto sociais quanto afetivas. Posteriormente, com a entrada na escola, ampliará suas interações quando se inserir em outros grupos sociais e na própria escola. É, portanto, no âmbito familiar que a criança encontrará um espaço propício e facilitador para o desenvolvimento do potencial de seus filhos, Alencar (2007) salienta que nesse sentido o sistema parental precisa conhecer as principais características das AH/SD, como proceder na educação desses filhos, redefinindo que a curiosidade, os questionamentos, a produção criativa, a iniciativa, a persistência, a produção de muitas ideias, a intolerância a frustrações, a tendência ao perfeccionismo, tão presentes nesse grupo de pessoas, são características e não problemas das AH/SD – mas características que devem ser acolhidas, valorizadas e orientadas para favorecer que as potencialidades e as habilidades possam emergir e ser demonstradas tanto no meio escolar quanto social. ALENCAR (2001) destaca que a produção criativa dessas crianças e sua adequação afetiva e social se devem a contextos familiares em que predominam um padrão interacional adequado, de entusiasmo, de encorajamento e oportunidades para desenvolver suas habilidades, mas há casos em que essas crianças com AH/SD têm de superar os efeitos negativos decorrentes do convívio com pais desajustados e famílias disfuncionais, que influenciam negativamente o seu desenvolvimento global e de suas habilidades. Muitos pais não sabem lidar com as características e potencialidades dos filhos quando percebem que as diferenças em seu comportamento – em relação às crianças e/ou adolescentes da mesma faixa etária –, na contramão do que diz o senso comum – que os pais de filhos com AH/SD sempre se sentem envaidecidos e tranquilos –, faz com que se sintam inseguros e ansiosos pela discrepância entre o desenvolvimento das habilidades das crianças e do desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e motor – ou seja, a Síndrome da Dissincronia. Dissincronia Afetivo-intelectual ocorre quando a maturação emocional e a intelectual da criança talentosa não seguem o mesmo ritmo. Isso pode ser observado em crianças que são encaminhadas para séries mais adiantadas e que, algumas vezes, apresentam dificuldades de relacionamento com seus colegas de turma, por não estarem tão emocionalmente maduras quanto eles. Fonte: Thinkstock/Getty Images 10 Unidade: Processos e áreas de conhecimento em Projetos A grande sensibilidade dos indivíduos com AH/SD caracteriza um tipo de desenvolvimento, no qual quanto maior for o nível intelectual e de desenvolvimento cognitivo apresentado pelo indivíduo, colocando-o em um patamar diferenciado com relação a seus pares, suas necessidades sociais e afetivas tornam-se mais diferenciadas também, aumentando significativamente a possibilidade dessa criança ou adolescente apresentar dificuldades nas relações sociais e afetivas. Esse desenvolvimento assincrônico aponta para as habilidades cognitivas avançadas que se combinam com a grande intensidade com que essas pessoas vivenciam o mundo, criando experiências internas e um grau de consciência que são qualitativamente diferentes da norma. Essa grande sensibilidade é proveniente da facilidade com que elas acumulam informações e emoções, em quantidade maior do que poderiam absorver e processar. Como essa excitabilidade pode sofrer grande variação, em um momento ela pode demonstrar um grande avanço emocional e em outros momentos, grande imaturidade. Dessa forma, a criança precisará aprender a aplicar suas capacidades cognitivas na compreensão de seu mundo emocional, de forma a diminuir sua vulnerabilidade e alcançar um desenvolvimento ótimo. Terrassier (1979 apud ALENCAR, 2007, p. 374), para caracterizar as diferentes esferas do desenvolvimento do superdotado, propõem: a) Ordem interna: diferentes ritmos de desenvolvimento entre a área intelectual, psicomotora, linguística e afetivo-emocional; b) Ordem externa: o ambiente – família, escola e colegas. Dificuldade de expressar seu potencial. Sobrecarga de ter um desempenho além de suas possibilidades. Tanto a família quanto a escola e os amigos criam expectativas além ou aquém das potencialidades do superdotado. É nesse contexto que a criança, através das interações com os seus pares, aprende a se descobrir e a explorar o mundo que a cerca. É a família que encaminha a criança a fazer suas primeiras experiências sociais e afetivas, ampliando suas interações quando os pais a introduzem para conviver e se relacionar com outros grupos sociais e, em especial, com o grupo da escola. Considerando que a família deverá configurar-se como um espaço facilitador para o desenvolvimento dos filhos, entendemos que o sistema parental necessita ter, explicitamente, o conhecimento das características das altas habilidades/superdotação. Além de saber como proceder na educação de seus filhos, redefinindo que a curiosidade, os questionamentos, a produção criativa, a iniciativa, a persistência, a produção de muitas ideias, a intolerância a frustrações, a tendência ao perfeccionismo não são problemas, mas comportamentos comuns nas pessoas com altas habilidades/superdotação e que, ao contrário de serem dificuldades, são características que devem ser acolhidas, valorizadas e orientadas para favorecer que as potencialidades e habilidades possam emergir e serem demonstradas em seu meio social. Os pais, ao perceberem que seu filho apresenta diferenças em seu comportamento com relação aos outros na mesma faixa de idade, ao contrário do que diz o senso comum – de que eles devem se sentir envaidecidos e tranquilos –, podem apresentar frequentemente insegurança e ansiedade, por não saberem como lidar com as características das AH/SD, em especial com a discrepância – Síndrome da Dissincronia – entre o desenvolvimento de sua habilidade e o desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e motor, como dito anteriormente. 11 O contexto familiar é de vital importância para o desenvolvimento global da criança/ adolescente com Altas Habilidades/Superdotação, pois cabe à família oferecer um meio estimulante, acolhedor e de apoio para que suas reais necessidades sejam reconhecidas, compreendidas e efetivamente atendidas. Nesse sentido, Palácios e Rodrigo (2003, p. 36) destacam quatro funções básicas da família em relação aos seus filhos, tais como: 1) Assegurar aos filhos seu saudável crescimento e sua socialização com as condutas básicas de comunicação, diálogo e simbolização; 2) Oferecer a seus filhos um clima de apoio e afeto sem os quais o desenvolvimento da criança ficará prejudicado; 3) Oferecer aos filhos estimulação para que alcancem a capacidade de se relacionar competentemente com o meio social e possam responder às demandas e exigências de adaptação ao mundo em que eles vivem; 4) Tomar decisões de abertura com os outros contextos educativos que vão compartilhar com a família a tarefa de educação dos filhos. Segundo Morin (2003), o desenvolvimento da inteligência é inseparável do mundo da afetividade, segundo ele, não existe pensamento sem afeto, portanto, todo ser humano precisa de afeto. Assim, a emoção é um elemento constitutivo da cognição, age como um poder dominador, pois é inseparável das atividades humanas. Nesse sentido, Cunha (2008) afirma que o desenvolvimento afetivo é a base para os demais desenvolvimentos da pessoa, onde a afetividade é vivenciada ese manifesta por meio das emoções – em todos os estágios do desenvolvimento do sujeito a afetividade exerce influência. Wallon (1971) explica que o afeto apresenta a função de expressão e comunicação desde os primeiros dias de vida. A afetividade é expressa por meio de impulsos emocionais e mantém os primeiros contatos da criança com o mundo exterior e, nessa interação, com o meio. Cada sujeito passa de um estado de elementos culturais para um progressivo processo de desenvolvimento que difere cada ser humano. Nesse processo de crescimento, verifica-se a presença da afetividade na relação de interdependência de cada sujeito – sendo essencial para a construção da identidade. O desenvolvimento afetivo é importante na vida de cada sujeito e, ao realizar a transição entre o estado orgânico do ser e a sua etapa cognitiva racional, só pode ser atingido através da mediação cultural, isto é, social. Para Mahoney e Almeida (2005), o conceito de afetividade está relacionado a emoções, sentimentos e paixão. O papel da afetividade tem extrema importância no contexto escolar, tanto para o professor quanto para o aluno. Durante o processo de ensino-aprendizagem, os sentimentos e as reações socioafetivas podem variar e estão sempre envolvendo os sujeitos, por isso é importante que o professor saiba direcionar o ensino, de forma que o aluno se sinta motivado e interessado em aprender. As motivações que levam o aluno a procurar a escola são variadas, ele traz consigo seus desejos, sonhos, planos para o futuro. Cada aluno tem suas especificidades e características 12 Unidade: Processos e áreas de conhecimento em Projetos próprias de acordo com o momento de seu desenvolvimento, apresenta conhecimento elaborado nas suas condições de existência, age e se expressa de forma interligada a seus aspectos afetivo, intelectual e social. A falta de realização pessoal, baixa autoestima, autoconceito negativo, a insatisfação em relação às necessidades socioafetivas, motoras e cognitivas causam dano tanto para o aluno quanto para o professor (MAHONEY; ALMEIDA, 2005). No âmbito escolar, entende-se que o aluno, como todo ser humano, precisa de afeto para se sentir valorizado, o que pode ocorrer por meio de pequenos gestos de atenção, contribuindo favoravelmente ao seu processo de aprendizagem e desenvolvimento, já que as emoções são manifestações da afetividade e a expressão dos sentimentos, e é por meio dessas emoções que ocorre a aprendizagem (WALLON, 1971). Com isso, queremos enfatizar que as ocorrências de cunho emocional podem oprimir e comprometer o aprendizado, mas, por outro lado, também podem exercer um papel fundamental para fortalecer o processo de aprendizagem. Cunha (2008) acredita que o que vai dar qualidade ou modificar a qualidade do aprendizado será o afeto, já que a emoção não substitui a razão, mas a complementa e equilibra, uma vez que a afetividade faz parte da constituição psíquica do ser humano. Para Vygotsky (2001), o momento da emoção e do interesse deve necessariamente servir de ponto de partida a qualquer trabalho educativo. As reações emocionais têm papel importante ao exercer grande influência sobre todas as formas do nosso comportamento e do processo de ensino e aprendizagem. Para Camargo (2004), a representação que o indivíduo tem de si mesmo, seu autoconceito, vai ser determinante para a realização das atividades. Se seu autoconceito for negativo, esse exercerá a função de bloqueador da atividade, por não conter as condições emocionais necessárias a sua realização; para mover-se e mobilizar-se para a ação, o indivíduo precisa ter um autoconceito positivo. O superdotado é considerado mais sensível que outros jovens pelas características próprias de sua personalidade. Sendo assim, pode reagir de forma negativa em um meio onde seu talento não é reconhecido e, muitas vezes, ignorado pelos seus professores. O conflito interno gera uma grande tensão que impele o indivíduo a níveis mais elevados de funcionamento. Assim, a desintegração positiva se traduz pela passagem do descontentamento com as formas de ser e estar no mundo para uma forma mais altruísta, de maior integridade e maior compaixão. A preocupação com os sentimentos do outro, com outras formas de vida e com o futuro da humanidade são constantemente observados ainda na infância da pessoa superdotada. É a grande complexidade cognitiva que permite a ela assumir o ponto de vista dos outros, a reconhecer injustiças, a criar um Fonte: Wikimedia Commons 13 forte sistema de valores e a se tornar mais emocionalmente reativa ao ver comportamentos que violam esse sistema. Portanto, a representação que tem de si, seu autoconceito, vai ser determinante nessa atividade. Um autoconceito negativo é bloqueador da atividade, por não conter as condições emocionais necessárias à sua realização – para se mover, mobilizar-se para a ação, o indivíduo precisa ter um autoconceito positivo em relação a esta atividade (CAMARGO, 2004, p. 120). O desenvolvimento afetivo ocorre paralelamente ao desenvolvimento cognitivo, sendo que a afetividade é o combustível que move a cognição. Wallon, citado por Dantas (1992), enfatiza que a emoção é o ponto de partida do psiquismo, onde a emoção é capaz de trazer consigo a tendência para reduzir a eficácia do funcionamento cognitivo. As emoções são vistas como um organizador interno das nossas reações, que retêm, excitam, estimulam ou inibem essas ou aquelas reações. Entende-se que, caso o aluno superdotado não seja identificado e não tenha suas habilidades estimuladas, as habilidades podem ser inibidas pelas emoções. Segundo Virgolim (2003), a falta de atendimento às necessidades intelectuais emocionais e sociais do aluno com AH/SD pode tornar-se algo danoso a esse jovem e fazê-lo enfrentar um desajuste socioemocional. O transtorno de déficit de atenção / hiperatividade – TDA/H – tem sido observado. Ourofino (2007) afirma que os alunos com AH/SD têm sido erroneamente identificados como tendo o TODA/H, quando na verdade a fonte do problema pode residir em questões relacionadas a um ambiente escolar pobre em estimulação para o aluno com AH/SD, o que pode levar a problemas de comportamento. O autor ressalta que muitos dos comportamentos característicos de superdotação – como sintomas de TDAH – são, na verdade, características de altas habilidades e estão associados aos traços de intensidade e super-excitabilidade que marcam o comportamento assincrônico do superdotado. Daí a importância de serem identificados precocemente para que possam receber o atendimento individualizado, com o objetivo de desenvolver o aluno ao máximo. Caso essa identificação ocorra de forma incorreta, Moon (2002) nos alerta para o risco dessa criança ou adolescente receber tratamento inadequado, com o uso desnecessário de medicação. Para Moon (2002, p. 4), crianças com dupla excepcionalidade nessa área podem mascarar o déficit de atenção por um tempo, tornando-o menos viável; porém esconder o déficit de atenção traz efeitos negativos para sua autoestima, na medida em que também tentam esconder (sem sucesso) sua desorganização, o sonho acordado, a fala incessante, a inabilidade de ficar quieto e a imaturidade social, características desse transtorno. Segundo Virgolim (2003), o indivíduo com AH/SD pode apresentar reações negativas. Essas reações podem se referir a um comportamento social inadequado, expressa, até mesmo, por meio de agressão a outras pessoas de seu convívio, como professores, colegas e familiares. Em alguns casos extremos, pode ocorrer ações de delinquência social. Essas ações podem referir- se ao próprio sujeito, a partir da formação de um autoconceito negativo, com sentimentos de insegurança, frustração e insatisfação por não conseguir obter a perfeição. A perfeição poderá significar um caminho jamais atingido, uma meta que não poderá ser alcançada e uma frustração por não conseguir realizar algo muito além do próprio potencial.14 Unidade: Processos e áreas de conhecimento em Projetos Apesar de sua sensibilidade aguçada aos fatos vivenciados – quer seja no âmbito escolar, familiar ou em qualquer outro ambiente –, devido às suas próprias características de personalidade, o indivíduo com AH/SD precisa aprender a lidar com seus sentimentos e ter consciência de que é um sujeito limitado, como qualquer outra pessoa, não somente porque tem dificuldades em algumas áreas do conhecimento, mas também porque está propenso a vivenciar situações que o incomodam, principalmente quando está inserido em um ambiente desfavorável no atendimento de suas necessidades e desenvolvimento de suas potencialidades. Já mencionamos que um dos mitos enfrentados pelo aluno com AH/SD é a de que ele não precisa de apoio escolar, muito menos de Atendimento Educacional Especializado – AEE, para atender às suas necessidades. Isso porque suas necessidades nem sempre são conhecidas por seus professores – que invariavelmente estão preparados para lidar com as situações apresentadas pelos alunos com AH/SD. Outras vezes, esse desconhecimento acontece e se traduz em um descaso, porque esses profissionais preferem esconder o fato de ter um aluno com altas habilidades. Um dos motivos desse descaso pode ser o receio de que os seus outros alunos do ensino regular se sintam enciumados por conta de alguma atenção adicional dedicada ao aluno com NEE (ALENCAR, 2007, p.372). O desenvolvimento afetivo da pessoa com AH/SD receba pouca atenção, mesmo que consideremos essa uma área que ainda requer maior atenção por parte dos pais, professores e pesquisadores da área, poucos se atém aos sentimentos, às atitudes e ao autoconceito dos superdotados. Neste sentido, Alencar (2007) afirma que a necessidade afetiva dos alunos com AH/SD continua sendo um campo ainda pouco explorado, salientando que os alunos possam apresentar problemas de falta de sincronia quanto ao seu desenvolvimento intelectual, social e emocional. Ela faz alguns questionamentos: Como planejar atividades que envolvam a todos os que estão aprendendo e também quem está ensinando? Como ter autonomia no preparo das aulas sem afetar os alunos de modo negativo? A partir do momento em que o professor se importa com os interesses e necessidades de seus alunos, esse fato pode se tornar essencial para que a relação professor-aluno se estabeleça e seja bem sucedida. A afetividade envolve as emoções e os diversos sentimentos que os sujeitos podem apresentar no contexto escolar. O aspecto afetivo pode gerar compreensão e motivação em cada sujeito que participa do processo de ensino-aprendizagem. Alencar (1986) afirma que o aspecto socioafetivo pode significar o sucesso ou o fracasso escolar. Quando o aluno está motivado, satisfeito com o atendimento oferecido durante as aulas, que são produtivas, estimuladoras e despertam a sua curiosidade, ele se torna bem sucedido; porém, quando o aluno não consegue produzir por falta de motivação, interesse e estimulação adequada, ele não irá ter uma participação efetiva nas aulas. Nesse sentido, Alencar e Virgolim (2003) afirmam que o afeto é de primordial importância para o processo de aprendizagem de alunos superdotados, as relações interpessoais que acontecem durante esse processo de ensino acontecem, principalmente, por meio do interesse, do desejo e da paixão e, sendo assim, é possível prever condições afetivas que promovam a aprendizagem (ALENCAR, 1986, p. 26). 15 Para MAHONEY: A criança, ao se desenvolver psicologicamente, vai se nutrir principalmente das emoções e dos sentimentos disponíveis nos relacionamentos que vivencia. São esses relacionamentos que vão definir as possibilidades de a criança buscar no seu ambiente e nas alternativas que a cultura lhe oferece, a concretização de suas potencialidades, isto é, a possibilidade de estar sempre se projetando na busca daquilo que ela pode vir a ser (1993, p. 68). A expressão da riqueza emocional das crianças e jovens com AH/SD se dá pela forte ligação com as pessoas em quem confiam, seres vivos ou lugares, pela grande intensidade de sentimentos e a consciência de sua abrangência. As características mais comuns são: forte lembrança afetiva de experiências passadas; preocupação com a morte; intensa solidão; intenso desejo de oferecer amor; preocupação com a justiça; forte senso de certo e errado; identificação com sentimentos dos outros (MAHONEY, 1993, p.68). O grau de diferenciação de sentimentos interpessoais é altíssimo, tornando-se a base da autoavaliação e do autojulgamento, aliados ao senso de compaixão e responsabilidade. Esta grande sensibilidade emocional pode levar a sentimentos extremados, a vivenciar intensamente tanto os sentimentos positivos quanto os negativos, além de inibição (timidez) e excitação (entusiasmo), medos, ansiedades, baixa autoestima, que podem resultar em tensão, depressão, culpa e tendência suicida. É importante que a criança com AH/SD tenha oportunidade de expressar seus sentimentos e compartilhar seu mundo afetivo com as pessoas ao seu redor. Muitas vezes o simples compartilhamento diminui as ansiedades e o sentimento de ser a única pessoa no mundo a se sentir de tal forma. Os pais, como já mencionamos, exercem um papel importante, na medida em que não envolvem a criança em muitas atividades extracurriculares, fazendo com que ela deixe de vivenciar as brincadeiras próprias de seu grupo etário. Esses pais precisam estar sensíveis ao que o filho com AH/SD efetivamente necessita para expressar seu potencial, mostrarem-se interessados genuinamente pelos projetos e auxiliarem, na medida do possível, a manter o elevado nível de interesse e de motivação pela área de conhecimento. Fonte: Thinkstock/Getty Images 16 Unidade: Processos e áreas de conhecimento em Projetos Os pais de crianças com AH/SD que se tornaram adultos eminentes mostraram as seguintes características: (a) Acreditavam na importância do trabalho árduo e ativo, com ênfase na autodisciplina e em dar o melhor de si para alcançar o objetivo proposto; (b) Demonstravam estar orgulhosos das habilidades dos filhos e de suas realizações, inclusive mostrando interesses similares aos deles (como passatempos ou profissões); (c) Ajudavam seus filhos há organizar o tempo, a estabelecer prioridades e a manter altos padrões para que uma tarefa fosse completada. Assim, segundo Virgolim (2009), pais que têm maiores chances de influenciar positivamente no desenvolvimento da inteligência e do potencial de seus filhos são os que: (a) Combinam apoio e altas expectativas com o desempenho dos filhos; (b) Encorajam a criança nos seus esforços para aprender novas habilidades; (c) Providenciam recursos e oportunidades de aprendizagem além daquelas fornecidas pelo ambiente escolar; (d) Estimulam seus filhos a se engajarem na área de interesse o mais cedo possível, escolhendo o primeiro instrutor/professor com cuidado. Alguns desses comportamentos negativos podem ser resultantes das necessidades intelectuais e emocionais do superdotado que, talvez, não estejam sendo devidamente atendidas em casa ou na escola. Embora o comportamento arrogante não deva ser tolerado e o desinteresse acadêmico não deva ser ignorado, é bom saber que a fonte desses problemas pode ser uma frustração intelectual e não uma desordem emocional. As características afetivas diferenciadas desses alunos e suas necessidades especiais podem trazer problemas para o indivíduo. No entanto, conhecê-los pode ajudar pais e professores a delinear um ambiente mais propício ao seu desenvolvimento. Um programa adequado para o desenvolvimento das altas habilidades deve dar oportunidades para que a criança tenha consciência dos seus aspectos emocionais, ajudando-a a aplicar suas habilidades verbais e de compreensão avançadas às suas experiências e ao seu mundo interno, a fim de dar sentido ao mundo externo. Fonte: iStock/Getty Images 17 Características Possíveis problemas concomitantesExemplos de necessidades relacionadas Grande acúmulo de informação sobre emoções que não estão conscientes Má interpretação da informação percebida, afetando negativamente o indivíduo. Processar cognitivamente o significado emocional da experiência; identificar filtros perceptuais e sistemas de defesa em si mesmo e nos outros; expandir e clarificar a consciência do ambiente físico; clarificar a consciência das necessidades e sentimentos dos outros. Sensibilidade incomum às expectativas e sentimentos dos outros Vulnerabilidade acentuada às críticas feitas pelos outros; alto nível de necessidade de sucesso e reconhecimento. Aprender a clarificar os sentimentos e conhecer as expectativas dos outros. Agudo senso de humor Uso do humor para atacar criticamente o outro, resultando em dano para os relacionamentos interpessoais. Aprender como os comportamentos afetam os sentimentos e comportamentos dos outros. Autoconsciência elevada, acompanhada de sentimentos de ser diferente. Isolamento, resultando em ser percebido como distante, o que o faz sentir- se rejeitado; percebe a diferença como um atributo negativo, resultando em baixa autoestima, inibição do crescimento emocional e social. Aprender a evidenciar de forma assertiva suas necessidades e sentimentos de forma não defensiva; compartilhar afetos com outros para auto esclarecimentos. Idealismo e senso de justiça, que aparecem em tenra idade. Tenta reformas e metas não realistas, resultando em intensa frustração (o suicídio resulta de intensa depressão com relação a assuntos desta natureza). Transcender reações negativas, encontrando valores a que possa se comprometer. Desenvolvimento prematuro de um lócus de controle e satisfação internos Tem dificuldade em se conformar; rejeita validação externa e escolhe viver de acordo com valores pessoais, que podem ser percebidos como desafio à autoridade ou tradição. Esclarecer as prioridades pessoais entre valores conflitantes; confrontar e interagir com o sistema de valores dos outros. 18 Unidade: Processos e áreas de conhecimento em Projetos Profundidade e intensidade emocional incomum Vulnerabilidade incomum; tem problemas em focalizar metas realísticas para sua vida futura. Encontrar propósito e direção no sistema de valores pessoais; transformar comprometimento em ação na vida diária. Altas expectativas de si e dos outros, geralmente conduzindo a altos níveis de frustração consigo mesmo, com os outros e com o ambiente; perfeccionismo. Desencorajamento e frustração derivada de altos níveis de criticismo; tem problemas em manter bom relacionamento interpessoal quando os outros falham em manter os altos padrões impostos pelo indivíduo superdotado; imobilização da ação devido aos altos níveis de frustração resultantes de situações que não atingem as suas expectativas de excelência. Aprender a estabelecer metas realísticas e aceitar obstáculos como parte do processo de aprendizagem; ouvir os outros expressarem seu crescimento advindo da aceitação de si próprio. Forte necessidade de consistência entre valores abstratos e ações pessoais Frustração com os outros, levando à inibição de sua autorrealização e de suas relações interpessoais. Encontrar uma profissão que ofereça oportunidades para a realização do sistema de valores pessoais do aluno, assim como um caminho para seus talentos e habilidades. Níveis avançados de julgamento moral Intolerância e falta de entendimento do grupo de pares, levando à rejeição e possível isolamento. Receber validação para moralidade acima da média. Altamente motivado por necessidades de autorrealização Frustração por não se sentir desafiado, perda de talentos idealizados, não trabalhados. Oportunidades para seguir caminhos divergentes, buscar interesses mais fortes, ajuda em entender as demandas da busca pela autorrealização. 19 Avançada capacidade cognitiva e afetiva para conceituar e resolver problemas reais apresentados pela sociedade Tendência a dar soluções rápidas sem levar em conta a complexidade dos problemas; a pouca idade da pessoa superdotada frequentemente torna suspeitas às alternativas por ela usadas; pessoas mais velhas e experientes na solução de problemas podem não as levar a sério. Atentar para os problemas sociais, consciência da complexidade de problemas apresentados pela sociedade, estrutura conceitual para procedimentos de resolução de problemas. Liderança A falta de oportunidade para usar esta habilidade construtivamente pode resultar no desaparecimento deste traço no repertório do jovem ou se tornar uma característica negativa (por exemplo, liderança de gangs). Entendimento dos vários passos da liderança e prática em habilidades de liderança positiva Soluções para problemas sociais e ambientais Perda para a sociedade se não se permitir que estes traços sejam desenvolvidos com orientação e oportunidade de envolvimento significativo Significativo envolvimento com problemas reais Envolvimento com as meta-necessidades da sociedade (como justiça, beleza, verdade). Envolvimento com grupos obscuros com crenças limitadas e perfeccionistas Exploração de níveis mais altos do pensamento humano; aplicação deste conhecimento aos problemas atuais. Fonte: Clark, B. Growing up gifted. 1992. p. 40-42. Traduzido e adaptado de: http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/?p=1364. O aluno com AH/SD também precisa ter suas necessidades especiais atendidas para desenvolver ao máximo suas potencialidades – talento que não é identificado e nem estimulado é perdido. Nesse sentido, a escola também precisa estar atenta para atender as necessidades especiais dos alunos com AH/SD. Assim, é necessário desenvolver um trabalho pedagógico com esses alunos visando a prover as potencialidades, estimulando e orientando os talentos, captando o que os alunos consideram como estimulante, suas áreas de interesse, ouvindo atentamente o que eles expressam, suas inclinações e gostos, e direcionando toda a energia nessa direção. 20 Unidade: Processos e áreas de conhecimento em Projetos O trabalho, segundo Miranda (2004, p.8), como atividade desenvolvida no contexto de relações sociais de produção, é o determinante essencial da formação da identidade pessoal e social de um indivíduo, bem como de sua autoestima e consciência de dignidade. Portanto, pode ser considerado também como um mecanismo de inserção social, meio de sobrevivência – pelo fato de sentirem-se realizadas pessoal, social e profissionalmente –, além de fator de reconhecimento e ascensão social. Por meio dele, ainda, assumem mais responsabilidades, desenvolvendo outros interesses, ampliam seu espectro de relações, o que gera gosto pelo trabalho e contribui para satisfação pessoal. Assim, um programa educacional deve oferecer oportunidades para trazer à consciência o conhecimento emocional, o que certamente irá refletir na aprendizagem cognitiva. É importante ressaltar que ninguém tem altas habilidades no domínio cognitivo a expensas do domínio afetivo. Ao olhar ambos os domínios, o educador encontra material para predizer o tipo de desafio emocional que poderá encontrar na convivência com esses alunos. Infelizmente, os aspectos emocionais das pessoas com AH/SD têm sido pouco relatados na literatura, onde se verifica a preocupação com os aspectos cognitivos. Fonte: iStock/Getty Images O reconhecimento das necessidades socioafetivas do aluno superdotado provavelmente se traduzirá em um futuro promissor, onde esse jovem conseguirá lidar com situações favoráveis e adversas, poderá estar preparado para enfrentar problemas com mais experiência e maturidade e resolver questões específicas em suas relações – que envolvem sentimentos intra e interpessoais e preparo para sua inserção no mercado de trabalho. 21 Material Complementar Leia os textos abaixo para ampliar seus conhecimentos:ALENCAR, E.M.L. Características sócio emocionais do superdotado: questões atuais. Psicologia em Estudo, v. 12, n. 2, p. 371-378, maio/ago., Maringá. 2007. · Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pe/v12n2/v12n2a18.pdf CUNHA, A. M. da S. Emoção e cognição no desenvolvimento de alunos com altas habilidades/ superdotados. 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Disponível em: http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/?p=1364 Assista também ao filme: Mentes que brilham. · Acesso em: http://www.justfilmeseseriados.net/filme-mentes-que-brilham-dublado.html http://www.scielo.br/pdf/pe/v12n2/v12n2a18.pdf http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rle http://www.faders.rs.gov.br/uploads/1209411199DISSERTACAO_DE_MESTRADO_LARICE_BONATO_GERMANI.pdf http://www.faders.rs.gov.br/uploads/1209411199DISSERTACAO_DE_MESTRADO_LARICE_BONATO_GERMANI.pdf http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12679%3Aa-construcao-de-praticas-educacionais-para-alunos-com-altas-habilidadessuperdotacao&catid=192%3Aseesp-esducacao-especial&Itemid=860 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12679%3Aa-construcao-de-praticas-educacionais-para-alunos-com-altas-habilidadessuperdotacao&catid=192%3Aseesp-esducacao-especial&Itemid=860 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12679%3Aa-construcao-de-praticas-educacionais-para-alunos-com-altas-habilidadessuperdotacao&catid=192%3Aseesp-esducacao-especial&Itemid=860 http://www.justfilmeseseriados.net/filme-mentes-que-brilham-dublado.html 22 Unidade: Processos e áreas de conhecimento em Projetos Referências ALENCAR, E. 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