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Super-Guia-ENEM-Atualidades-2019pdf

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FIQUE POR DENTROI 
REfORMA TRABALHISTA. 
ESCASSEZ DE ALIMENTOS. 
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RESUMO 
COM OS PRINCIPAIS 
ACONTECIMENTOS 
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FEMINISMO. REf UGIADOS. 
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SUP'ERGUIA 
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Sul)<'rgui• E nem Aluali<lades -Edi\,o l -2018- ISBII 918-B5--8241H12H) 
Edlt()ra,.(he-fe VlvlMie Campos Editor Rlc.ardG Pkdna10 Redaç!o Marisa Séi Imagens e ilu$1Jaç6es Geny lmages, Shune,stod'. lmag,es, Ful!Case e 
YM:imtdia Commons 
Design Josemara llascimento Impressão MAR MAR Grãfica Oistriooição Total Express Publicações 
Fica proibida a reprodll{ÕO parcial ou total de quolquer 
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ESTA ( UMA PUBLI CAÇÃO DA 
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edilo ra 
©2018 EOllORA AlJOASTRAL LTOA. rooos os DIREITOS RESERVADOS 
PRESIDENTE JO,jo C.rlos de Almeida 
DIRETOR EXECUTIVO Pedro José O,~uito 
DIRETOR COMERCIAL Sdvino Brasolotto)unior 
DIRETOR OE REDAÇÃO s .. dro Pavelo>ki 
EDITORIAL Gerente Mara Oe Santi 
PUBLICIDADE Gere-nte Samanllw Pestana Equipe {o,mercial Ana Piwta Maia, José Santos e Mareio Costa 
Mercado Regional (OF} ARIAAZiM OE COIAUNlúlÇAO (61} ll21- 3440, (RI) PLUS R!PRESEll!,AÇÃO (21) 2240- 92ll 
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Fone (1 1} 3048-2900 / E-m•il publítid•de;iastral.com.br 
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fone (14) 3235-3878:Tax (14) 3235-3879 SÃO PAULO Rua r .. erife, Ir 31, Coni 21 e 22, B10<0 A. CEP 04148-904, 
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ATENDIM E.NTO AO LEITOR <Z>(14) J2l5--l885 Oe segunda a sexta, das 8h âs 11111 E-mail •tendinento@aSlfal.com.br 
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Produtos 
Editoriais 
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Cootd~ a~ o Ed1to1l.al: JulJilnil Klên 
Supervisão Geral: Angri ka!l'IIO 
Revisão: Adriana Giusti 
Uustratões: Bruno Castro 
í'IP-R1u~ 11. C>T,u or .. u;.lo ,i,. i>r11u r .. u;-ln 
SlNl>H '.ATO NA( '.N Jr\ AI. IK IS n n1 0 1os 1n:1 JVKUS. tu 
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Superguia l·XI~ : Atu.o.lidod~s; Rieunlo Piocinato. · 3. t-d. -Sãü Poulo: A ho Aslr.il 
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8-1 p. : •. : :?7 cm. 
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\ INTRODUÇÃO [i) 
O Exame Nacional do Ensino Médio, conhecido 
popularmente como Enem, foi criado no ano de 
1998 a f im de aval iar ha bilidades básicas dos 
estudantes brasileiros. E, com o passar do tempo, 
a prova acabou se tornando um dos principais 
meios de se ingressar em uma universidade e, 
assim, conquistar o diploma do Ensino Superior. 
Para isso, os alunos que prestam a avaliação 
podem, caso atinjam uma determinada nota, 
optar por entrar em uma instituição pública 
que aceite os resultados do Enem no processo 
seletivo ou, ainda, uma faculdade particular pelo 
Programa Universidade Para Todos, o ProUni. 
Conforme informa o edital: "Os resultados 
do Enem 2018 poderão ser utilizados como 
mecanismo único, alternativo ou complementar 
de acesso à educação superior, desde que exista 
adesão por parte das Instituições de Educação 
Superior (IES). A adesão não supre a faculdade 
legal concedida a órgãos públicos e a 
instituições de ensino de estabelecer regras 
próprias de processo seletivo para ingresso na 
educação superior". 
Para se ter uma ideia da importância 
dessa alternativa para alcançar uma vaga 
na universidade, 7.603.290 de pessoas se 
inscreveram no Enem de 2017, superando a 
estimativa do Instituto Nacional de Estudos e 
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (lnep) de 
7,5 milhões de inscritos. Deste número, 59,3% já 
concluíram o Ensino Médio, 31,9% completariam 
o nível escolar em 2017 e 7,8% finalizariam 
posteriormente. Na edição de 2018, segundo 
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• 
dados do lnep, mais de 5,5 milhões de estudantes 
tiveram suas inscrições confirmadas para realizar 
a prova nos dias quatro e 11 de novembro. 
Com a reformulação da prova feita em 2009, 
cresceu o número de faculdades que passaram 
a aceitar o exame como meio de ingresso em 
seus cursos. Por isso, quem prestou o Enem 
2017 concorreu a 239.601 vagas referentes a 
130 instituições públicas de Ensino Superior, 
tanto federais quanto estaduais, para o primeiro 
semestre de 2018. Lembrando que a relação de 
quantidade de vagas e instituições disponíveis 
é realizada pelo Sistema de Seleção Unificada 
(Sisu), podendo ser acessada em sisu.mec.gov.br. 
Nesta coleção SUPERGUIA ENEM, preparamos 
o conteúdo necessário para o aluno que deseja 
garantir uma das 239.601 vagas disponíveis, 
buscando reforçar tudo aquilo que aprendeu em 
sala de aula ou estudando em casa . Nas próximas 
páginas, você poderá conferir uma seleção 
das principais teorias explicadas e exercícios 
comentados por professores especialistas. 
Ao todo, são seis apostilas que abrangem os 
temas trabalhados no Enem: Ciências Humanas 
e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e 
suas Tecnologias; Linguagens, Códigos e suas 
Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias. 
Em cada edição você encontrará dicas especiais 
e teorias bem explicadas que vão abrir caminho 
para seu ingresso no Ensino Superior, garantindo 
uma posição de destaque no mundo profissional. 
Bons estudos! 
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Organize sua rotina de estudos e, se necessário, faça um cronograma para não deixar 
passar nenhum conteúdo e conseguir dar conta das atividades cotidianas. 
Livre-se de distrações na hora dos estudos. Celu)ar, redes sociais, televisão ou 
rádio podem ser empecilhos para a concentração e o foco. 
Faça simulados ou provas de anos anteriores. Dessa forma, você ficará 
habituado com o estilo da avaliação e não terá surpresas na hora. 
Treine seu tempo, pois a prova é longa e o período para sua realização é curto. Em 2018, no 
primeiro domingo de exame, os candidatos terão cinco horas e meia para a realização das 90 
questões de linguagens e ciências humanas, além da redação. No segundo, serão 30 minutos a 
mais do que em 2017: cinco horas para as 90 perguntas de matemática e ciências da natureza. 
Foque no seu objetivo. Tenha consciência da nota necessária para ingressar na 
universidade e curso desejados, assim poderá se esforçar visando sua meta. 
Leia os enunciados com atenção. Interpretar aquilo que se pede na pergunta é 
essencial para escolher a resposta certa. 
Responda primeiro às perguntas mais fáceis, aquelas que você sabe a opção correta. 
Leia. O hábito da leitura constrói um vocabulário melhor, auxilia a interpretação de 
texto e desenvolve o raciocínio crítico. 
Mantenha-se informado. Notícias atuais são temas de redação em potencial. 
Descanse e durma bem. A mente precisa de um tempo para que os conteúdos 
sejam assimilados. 
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MARCIO SCARPELLINI VIEIRA 
Pedagogo. cientistasocial e ad ministrador de empresas e diretor de 
colégio em São Paulo 
TEXTO: MARA MAGANA 
Jornalista pela Cásper Libero. formada em Letras pelt USP, com pós em 
Jorna lismo e Comunicação. Foi coordenadora e direto ra de colég io em São Paulo . 
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3. Reforma Trabalhista • •••••••••••••••••••••••• ••••••••• •••••••••• •••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 14 
4. Questão Agrária .. ................................................ . •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 15 
5. Questão Indígena .......................... ............. ........................................................................ 16 
6.A , crise carcerar1a ••••••••••••••••••• • • • ••• • •••••••••••••••••••••• •••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 
7. Estatuto do Desarmamento ........................................ . •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• • 
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21 
8. Mobilidade ............................................................. ............. ~ ................................................. 22 
9. Habitação ............................................................................................................................ , 23 
1 O. Adoção ......................................................................... . •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 27 
11. 1 srael e Palestina ......... ' .................................................................................................. . 28 
12. Estado Islâmico e a Síria •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 30 
13. A primavera árabe ......................................................................................................... 33 
14. Coreia do Norte ............................................................................................................... 34 
15. A década da China .......................................................................................................... 38 
16. A Era Trump •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 41 
17. A privacidade na internet ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 43 
18. Racismo no Brasi l e no mundo .................................................................................... 45 
19. Legalização da maconha .............................................................................................. 48 
20. Migrações •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 50 
21. Desenvolvimento Sustentável ..................................................................................... 53 
22. Biotecnologia .................................................................................................................. 54 
23. Desigualdade de gênero ............................................................................................... 57 
24. Base nacional comum curricular ................................................................................ 59 
Atualidades permeiam a prova inteira do ENEM e dos 
principais vestibulares do país, embora não apareçam 
como "disciplina".E está correto, porque atualidades são 
inerentes a qualquer área do conhecimento humano. O 
, segredo é ler, ler muito, revistas, jornais, ficar ligado nos 
noticiários, mas saber separar o verdadeiro das chamadas, 
hoje, "fake news'; notícias falsas espalhadas, principalmen-
te, pelas redes sociais. Mas, em meio a tanta notícia, ao que 
dar prioridade? Alguns temas têm a possibilidade de esta-
rem presentes nos exames, como A Crise Política no Brasil, 
A Situação da Coreia do Norte, A Era Trump, as contendas 
do mundo árabe, a crise eterna de judeus e palestinos. Cla-
ro que a Lava Jato é primordial, bem como questões sociais 
como a legalização da maconha. Abordamos tudo isso nes-
te guia. Ponha-se em dia! 
, 
] . AS INCERTEZAS DE UM PAIS QUASE 
A DERIVA 
Fazer alguma revisão sobre o futuro do Brasil na área 
política é tarefa para um gênio da lâmpada. Do final de 
2015 para cá, o imbróglio a que o país se meteu fica cada 
vez mais confuso. Dilma Rousseff chegou, no final daque-
le ano, praticamente fortalecida. E todos acreditavam que 
ela iria salvar o mandato. Mas já no começo de 2016, ana-
listas apontavam a fragilidade do então vice-presidente 
Michel Temer. Temia-se que ele não chegasse ao próximo 
réveillon. Mas o que se viu foi o impeachment de Dilma e 
um fõlego de gato em Temer, que já sobreviveu a vários 
episódios, onde podia em todos os casos ficar sem o man-
dato. 
Estamos em um ano de eleições. O mundo está de olho 
em nós. Se compararmos com o cenário da última eleição, 
veremos que muita coisa mudou: em 2014 não tínhamos 
ainda Lava Jato, a economia não havia saído totalmente 
dos trilhos e havia outra figura de proa no cenário políti-
co, admirada por muitos: Aécio Neves. Mais: era certo que 
Rousseff tentaria a reeleição, e Luiz Inácio Lula da Silva era 
aclamado como um grande estadista, de prestígio interna-
cional. As campanhas políticas ainda se beneficiavam do 
dinheiro das empreiteiras, e o que mais rendia matérias era 
PSDB x PT, que polarizavam politicamente. 
Em 2018, a economia anda a marcha lenta, o líder nas 
pesquisas ainda é Lula, mas em uma situação legal precá-
ria. O presidente atual, o Temer cai não cai, não tem força 
política para indicar quem quer que seja ao cargo de seu 
sucessor. Geraldo Alckmin, o candidato oficial do PSDB, 
não vai bem nas pesquisas e enfrenta uma campanha pe-
sada contrária à sua eleição nas redes sociais. Tudo isso é 
fruto dos escândalos que atingiram em cheio PT e PSDB, 
majoritariamente. 
Logo após Lula, há um candidato de direita, Jair Bolso-
naro, que vem agradando com suas ideias radicais a boa 
parte dos eleitores, mas alguns analistas políticos ainda 
colocam em cheque essa posição, não a legitimando até a 
hora das urnas. Com a pulverização do cenário, que agora 
se apresenta, há o grande risco de repetirmos 1989, quan-
do quase vinte candidatos se apresentaram ao pleito. E, 
para fechar, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu que 
as empresas financiem as campanhas de seus eleitos. 
1 
A Operação Lava Jato 
Por que o nome "Lava Jato"? Devido ao uso de uma 
rede de postos de combustíveis e lava jato, utilizada para 
movimentar recursos ilícitos de uma das organizações cri-
minosas que, inicialmente, foi investigada. O processo ca-
minhou para averiguação de outras organizações, mas o 
• nome permaneceu. 
É a maior operação de investigação de corrupção e la-
vagem de dinheiro pela qual o Brasil já passou. Só da Petro-
bras, estima-se que o volume dos recursos desviados tenha 
alcançado a casa dos bilhões de reais. 
Iniciada em 2014 pela Justiça Federal de Curitiba, ten-
do o juiz federa l Sérgio Fernando Moro à frente, foram in-
vestigadas e processadas quatro organizações criminosas 
lideradas por doleiros. Depois, o Ministério Público Federal 
recolheu provas de um imenso esquema criminoso de cor-
rupção envolvendo a Petrobras. 
É nesse esquema que grandes empreiteiras, organiza-
das em cartel, pagavam, a altos executivos da Petrobras e 
outras personalidades públicas, as propinas investigadas, 
que variavam de 1 o/o a 5% do montante total de contratos 
bilionários superfaturados. A pilhagem era distribuída por 
meio de operadores financeiros do esquema, onde os do-
leiros se encaixam. 
As empreiteiras têm um papel fundamental no esque-
ma. Em um cenário ideal, essas empreiteiras concorreriam, 
para as diversas licitações, entre si. E a Petrobras contrataria 
a empresa que oferece o menor custo. O que aconteceu foi 
que as empreiteiras se cartelizaram, formaram uma espécie 
de clube, substituindo uma concorrência real por uma pa-
rente. Os valores a serem cobrados da Petrobras eram pre-
viamente discutidos em reuniões secretas. Nesse momen-
to, definia-se quem ganharia o contrato e qual o valor. A 
história foi tão grandiosa que as empreiteiras criaram uma 
espécie de manual de regras, parecido com um campeona-
to de futebol, para a distribuição das obras entre si. 
Para que somente as empresas que participavam do 
cartel fossem convidadas para as licitações, entram em 
cena os funcionários da Petrobras, que restringiam a entra-
da de novas empresas e asseguravam que a "ganhadora" da 
• 
licitação constasse na lista das convidadas. Cartas marca-
das. Inflavam-se esses contratos com aditivos desnecessá-
rios, negociações diretas injustificadas e todos com preços 
altíssimos. As informações sigilosas começaram a vazar. 
Quem ficou com a função de pagar as propinas foram 
os operadores financeiros. Além de pagar a propina, esses 
operadores estavam encarregados de "lavar" o dinheiro, de 
forma que fosse entregue como dinheiro limpo aos benefi-
ciários. Em um primeiro momento, o dinheiro ia em espécie 
das empreiteiras até o operador financeiro. As formas uti-
lizadas para isso eram variadas: contratos simulados com 
empresas de fachada, movimentação no exterior, paga-
mento de bens. 
Em março de 2015, o Procurador-Geral da República 
apresentou ao Supremo Tribunal Federal 28 petições pe-
dindo a abertura de inquéritos criminais de fatos atribu-
ídos a 55 pessoas, das quais 49 são titulares de foro por 
prerrogativa de função ("foro privilegiado"). 
Nesse rol, pessoas relacionadas a partidos políticos que 
eram responsáveis por indicar e manter diretores na Petro-
bras foram citadas por meio de colaborações premiadas 
feitas na 1 • instância mediante delegação d_g Procurador-
-Geral. A primeira instância investiga os agentes políticos 
por improbidade, na área cível, e na área criminal aqueles 
sem prerrogativa de foro. 
Os principais envolvidos foram as diretorias: de Abas-
tecimento, ocupada por Paulo Roberto Costa entre 2004 e 
2012, de indicação do PP, com posterior apoio do PMDB; 
de Serviços, ocupada por Renato Duque entre 2003 e 2012, 
de indicação do PT; e Internacional, ocupada por Nestor 
Cerveró entre 2003 e 2008, de indicação do PMDB. Para o 
Procurador-Geral da República, esses grupos políticos agiam 
em associação criminosa, de forma estável, com comunhão 
• 
de esforços e unidade de desígnios para praticar diversos 
crimes, dentre os quais corrupção passiva e lavagem de di-
nheiro. 
1 
O fenômeno Lula 
Carlos Melo, cientista político do lnsper (Instituto de 
Ensino e Pesquisa), afirmou recentemente: "Nem mesmo o 
grid de largada da eleição está definido. A começar pelo 
primeiro colocado nas pesquisas. Ninguém é capaz de afir-
mar se Lula será candidato ou não. Nem mesmo, individu-
almente, cada um dos membros da Justiça, envolvidos com 
seu processo". 
Lula, atualmente preso por ter sido condenado, inicial-
mente em regime fechado, em segunda instância pelo Tri-
bunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) no caso do trí-
plex em Guarujá, em São Paulo, em 24 de janeiro de 2018, 
a 12 anos e 1 mês de prisão, pelos crimes de corrupção e 
lavagem de dinheiro. 
Anteriormente, em julho de 2017, o ex-presidente ha-
via sido condenado pelo juiz da lava Jato, Sérgio Moro, em 
primeira instância. Moro determinou a prisão imediata de 
Lula após receber o ofício do TRF-4. 
Foto: RovenaRosa/Agência Brasil 
• 
Até o fechamento desta publicação, Lula registrava cer-
ca de 37% das intenções de voto do povo brasileiro. E mes-
mo estando preso e condenado nos casos do tríplex e do 
Guarujá, o PT não desistiu de sua candidatura. 
De qualquer forma, Lula se enquadra na Lei da Ficha Limpa, 
ou seja, ainda que se candidate, não é descartada a possibilida-
de de ele não poder ser eleito, mesmo que solto. Esse cenário 
pode levar a uma possível vitória do representante de extrema 
direita, Bolsonaro. O analista da Fundação Getúlio Vargas, Oliver 
Stuenkel, confia em uma pulverização caso Lula fique mesmo 
fora da disputa. Segundo o analista, os votos que então seriam 
dele poderiam ficar divididos nas diversas candidaturas no pri-
meiro turno, igualmente ao cenário de 1989. Stuenkel faz ainda 
um alerta para o establishment político. Ele afirma que mesmo 
com a devastação da Lava Jato, o Partido dos Trabalhadores 
(PT) ainda tem uma imensa força e influência sob as eleições, 
e isso também pode impedir que outros candidatos venham 
a vencer o pleito. Em entrevista à emissora de televisão alemã 
Deutsche Welle, ele declarou que: 
"Os partidos tradicionais ainda não implodiram 
como na França, o que abriu espaço para um Em-
manuel Macron. Eles ainda contam com dinheiro, 
influência e a presença nos Estados e municípios 
que são fundamentais em uma disputa nacional. 
Não é a vez dos paraquedistas na política''. 
O mais provável então, de acordo com Oliver Stuenkel, 
é que um candidato como Alckmin, por exemplo, que faz 
as vezes de centro e geralmente possui apoio de máquinas 
partidárias, chegue a vencer. E isso por causa da imprevi-
sibilidade e radicalismo que marcam a política brasileira. 
Stuenkel declarou que, neste caso, é mais provável um 
cenário chi leno que com a eleição de Sebastián Pinera, não 
mudou nada no rumo político do Chile, mas que mesmo 
assim trouxe alguns novos movimentos na sociedade. Ele 
disse à Deutsche Welle: "No Brasil, devemos ver a mesma 
coisa, só não vai ser dessa vez que eles vão assumir o pro-
tagonismo. Isso deve ficar para 2022". 
Contudo, mesmo se Alckmin vencer as eleições, o Brasil 
não verá um breque na polarização política. Pois no caso 
dos Estados Unidos, por exemplo, quando Barack Obama 
assumiu em 2008, teve que se deparar com a radicalização 
de grupos opositores e em virtude disso levou à vitória de 
Donald Trump nas últimas eleições. 
Congresso não irá se renovar 
Nem mesmo a Lava Jato derrotou a classe política que 
está no poder. Sem o dinheiro das empresas, deputados e 
senadores criaram regras para continuarem em seus man-
datos ou apoiarem àqueles que seguem sua cartilha. Entre 
as novidades encontra-se um fundo eleitoral portentoso. 
Esse fundo vai distribuir fatias milionárias aos partidos que 
já possuem bancadas na Câmara, além da diminuição de 
tempo na TV das campanhas, levando vantagem para os 
candidatos já conhecidos. Nâo se contará mais com clipes 
cinematográficos no horário político, mas quem comanda-
rá a cena ainda serão os velhos e conhecidos candidatos . 
Haverá ainda um índice de renovação inferior a 49% 
segundo o Departamento lntersindical de Assessoria Parla-
mentar (Diap). Essa, inclusive, foi a média das últimas cinco 
eleições no Brasil. A Diap aponta ainda que, na tentativa de 
se manter o foro privilegiado, diversos deputados e sena-
dores tentarão a reeleição. 
O caso Temer 
Foto: NurPhoto/ Getty lmages 
O entâo presidente Temer, na ocasião em que assumiu 
o cargo, pretendia compor um ministério de, como ele 
mesmo dizia, "notáveis''. Mas os brasileiros viram que tudo 
ficou bem longe disso. Um exemplo já foi a nomeação no 
início do ano da filha de Roberto Jefferson, Cristiane Brasil 
para pasta do Trabalho. Seu pai foi um dos protagonistas 
do caso do mensalâo. 
Temer ainda aumentou o número de ministérios, para 
beneficiar aliados como Moreira Franco, Ministro de Minas 
e Energia do Brasil e que foi também ministro-chefe da 
Secretaria-Geral da Presidência de Temer. Falta a reforma 
da Previdência, outro nó que vem dividindo políticos e opi-
nião pública. Corre o risco de se tornar um problema de 
seu sucessor. 
• 
Temer tenta deixar o cargo apresentando uma melhora 
da economia, mas o Banco Central derrubou, em julho, a 
estimativa de 2,6% de crescimento para 1,6%, atribuindo a 
queda ao impacto da greve dos caminhoneiros e às ativi-
• dades que não conseguiram, ainda, se recuperar. O cenário 
fica, assim, mais pessimista e mostra a face perturbadora 
da recessão mais grave que o país já passou. 
O Brasil deve crescer 2% em 2018 de acordo com o rela-
tório da Comissão Econômica para a América Latina e o Ca-
ribe (Cepal). O crescimento de 2017 avançou 1,2% e, para 
fins estatísticos, colocou um ponto final na recessão que 
marcou 2015 e 2016. 
Mas nem mesmo essa mostra de refrigeração na eco-
nomia fez subir a popularidade de Temer que, em junho, 
registrou 82% de rejeição, segundo pesquisa do Datafolha, 
colocando-o como o presidente mais impopular de todos 
os tempos no Brasil. 
2. A CRISE DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
Um seguro público, a Previdência Social trabalha de for-
ma coletiva e é obrigatória atualmente. Ou seja, todos os 
trabalhadores considerados economicamente ativos são 
obrigados a aderir ao sistema. 
De acordo com o artigo 201 da Constituição, fica esta-
belecido que: 
A previdência social seró organizada sob a forma de re-
gime geral, de caróter contributivo e de filiação obrigatória, 
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e 
atuarial, e atende ró, nos termos da lei, a: 
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e 
idade avançada; 
li - proteção à maternidade, especialmente à gestante; 
Ili - proteção ao trabalhador em situação de desemprego 
involuntório; 
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependen-
tes dos segurados de baixa renda; 
A Previdência Social faz parte também do Sistema de 
Seguridade Social Brasileiro, que comporta programas 
voltados à saúde como o Sistema Único de Saúde (SUS) e 
os de assistência social, como o Bolsa Família. Os recursos 
para esses programas vêm da União, como de contribui-
ções sociais entre outras fontes. 
Essas contribuições são oriundas dos empregados bra-
sileiros, por meio de suas rendas, ou seja, de uma série de 
tributos sobre o seu salário-de-contribuição que podem 
variar de 7,65% a 20%. Entre os tributos estão a Contribui-
ção Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição para 
o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e a contri -
buição previdenciária que gira em torno de 20% sobre o 
valor total da folha de pagamento. 
Mas também existem outras fontes de financiamento, 
por exemplo, 50% da arrecadação surge dos bens desapro-
priados dos ,crimes ligados a trabalho escravo, tráfico de 
drogas, renda das loterias, etc. E, ainda, 40% da origem dos 
leilões de bem que são confiscados pelo Departamento da 
Receita Federal. Mas, no caso, esses valores financiam tam-
bém programas de crédito educacional como o Fundo de 
Financiamento Estudantil (FIES). 
A própria lei permite que o fundo da Seguridade Social 
seja gasto ainda para o custeio da própria Previdência. No 
entanto, áreas como de assistência social e da saúde públi-
ca poderiam ficar de fora . 
É também responsável pela administração do Regime 
Próprio de Previdência Social (RPPS), para os trabalhado-
res do setor privado, a União, sem contar o Regime Geral 
de Previdência Social (RPGS). Este também é voltado para 
gerenciar as contribuições para o sistema de pensões das 
Forças Armadas e para os funcionários públicos federais. 
No País, o sistema previdenciário funciona como repar-
tição simples, ou seja, os contribuintes vão pagar um prê-
mio para aqueles que já estão aposentados. No entanto, 
tais contribuintes esperam que, quando chegar a sua hora 
de se aposentar, serão outros contribuintes que pagarão o 
seu "prêmio". 
-E preciso uma reforma? 
O Brasil começou a viver uma enorme fase de desacele-ração de natalidade por volta do início da década de 1970. 
Esse cenário chega a uma estabilização nos dias atuais, 
contudo, com uma taxa muito menor que o essencial para 
haver um crescimento populacional, ou seja, que seria aci-
ma de dois filhos por família. Isso acarreta em um grande 
problema para o nosso sistema previdenciário. É uma in-
cógnita o seu futuro, mas já podemos concluir que o gasto 
será muito maior daqui a uns anos, justamente por conta 
do pagamento das aposentadorias e de outras despesas 
como o SUS, em função da maior longevidade das pessoas 
e decréscimo de nascidos. 
A tão fa lada Reforma da Previdência, inclusive, já recebe 
propostas muito antes dos ex-presidentes Dilma e Luiz Inácio 
Lula da Silva, e até mesmo do atual presidente Temer quere-
rem mudanças. Desde a época de Fernando Henrique Cardo-
so surgiam projetos com alterações no sistema previdenciário, 
que acarretavam inúmeras mudanças para a aposentadoria. 
O próprio Ministro da Fazenda Henrique Meirelles em 
2017 - que foi substituído este ano por Eduardo Guardia 
-, evidenciou sua preocupação com o momento, dizendo 
que no ritmo que continuamos, chegaremos à beira de 
• um colapso, pois vamos ter só 131 milhões de brasi leiros 
em idade ativa até 2026. Hoje, esse número chega a 141 
milhões. Esse cenário gerará uma carga tributária ainda 
maior para os brasileiros que a atual. E, ainda, poderemos 
chegar a um cenário até pior: o povo brasileiro ficará sem 
qualquer tipo de assistência, seja em relação a segurança, 
saúde e social. 
Ainda de acordo com o economista do Instituto de Eco-
nomia e Pesquisa (lnsper}, Marcos Lisboa, se não houver 
uma solução o quanto antes, R$1 em cada R$4 gerados no 
Brasil será apenas para pagar aposentadorias e pensões. 
Com isso teremos uma baixa em investimentos no País e 
nos tornaremos cada vez mais pobres. Esse resultado ain-
da terá consequências desastrosas, como greves por atra-
sos em salários, sucateamento da saúde e outros serviços 
sociais, maior crescimento de crime organizado, entre 
outros fatores que levarão o País definitivamente para 
o fundo do buraco. 
Proposta do Governo 
A proposta atual da Reforma da Previdência sugere 
manter o tempo mínimo de contribuição de 180 meses 
(15 anos) para aqueles que se aposentarão no futuro 
pelo INSS. Em contrapartida, eleva para 25 o tempo dos 
funcionários públicos. O objetivo é corrigir uma distor-
ção no sistema atual. No entanto, já temos uma enor-
me gama de trabalhadores da iniciativa privada que 
enfrentam a informalidade e o desemprego e muitos 
deles não têm suas contribuições recolhidas ao INSS, 
sem contar que é algo praticamente inexistente no fun-
cionalismo público. 
Outra mudança é a idade para se aposentar: de 65 
anos para os homens e 62 anos para as mulheres. Exis-
tem, no entanto, algumas exceções. Para professores, 
a idade é de 60 anos para ambos os sexos, policiais de 55 
anos para ambos os sexos também e o segurado especial 
de 55 anos para mulheres e 60 anos para os homens. 
A modificação prevê ainda uma idade mínima de 53/55 
anos para o INSS e 55/60 para servidores. Além disso, as 
idades vão subir um ano a cada dois anos. Exemplo, 54/56 
anos em 2020 no INSS. Isso é para alcançar o previsto le-
galmente em 2028 para os funcionários públicos e para os 
homens do setor privado em 2038. 
Foram excluídos do texto da reforma a aposentadoria 
rural e o Benefício de Prestação Continuada. Eles pagariam 
um salário mínimo aos idosos e às pessoas com deficiência 
6% 
5% 
4% 
3% 
2% 
1% 
0% 
que fossem pobres, mas segundo os técnicos do governo, 
isso foi de~virtuado. 
A npva legislação também prediz que as contribuições 
sociais não devem ficar submetidas à Desvinculação de 
Receitas da União (DRU) e proíbe, inclusive, o acúmulo de 
pensões que somem a aposentadoria acima de dois salá-
rios mínimos. 
Consequências da reforma não acontecer 
O que significaria não fazer uma Reforma na Previ-
dência? 
Na última década, houve um enorme crescimento nos 
gastos da Previdência Social. De acordo com dados do 
Anuário Estatístico da Previdência Social, de 2005 a 2015, 
o crescimento anual médio foi de 5,3%, ou seja, muito mais 
que o dobro do crescimento do PIB, que como mostra o 
gráfico abaixo fo i de 2,5% neste mesmo período. 
Previdência x PIB entre 2005 e 2015 
.. 
• 
. Crescimento médtO dos gastos de RGPS Crescimento médio do PIB 
Fonte: AEPS 2005 e 20 7 5; /BGE 
Esse crescimento acontece devido ao rápido envelheci-
mento populacional, que leva a um aumento contínuo da 
parcela de aposentados, pressionando os gastos previden-
. ' . C1arios. 
É possível fazer uma previsão dos gastos com aposenta-
doria de acordo com as projeções demográficas a partir de 
uma decomposição contábi l. Em 2015, elas custaram 5,3% 
do PIB no ano de 2015. Tal despesa pode ser decomposta 
em três fatores: a proporção de aposentados dentre os ido-
• 
sos (taxa de atendimento); a proporção de idosos dentre 
a população geral (taxa de dependência-idosos); e a pro-
porção entre o valor médio das aposentadorias e o PIB per 
capita. 
Já em 2016, somadas todas as despesas com aposen-
tadorias, pensões por morte, benefícios assistenciais e aci-
dentários do INSS e de servidores da União, o Brasil gastou 
com Previdência em torno de 13% do PIB (Produto Interno 
Bruto), segundo dados do então ministro da Fazenda, Hen-
rique Meirelles. 
3. REFORMA TRABALHISTA 
Em 11 de novembro de 2017, entrou em vigor a reforma 
trabalhista aprovada pelo governo Temer. Com isso, hou-
ve uma série de modificações na Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT). Dentre vários projetos criados pelo gover-
no, esse foi um dos mais controversos. Isso porque pregava 
as mudanças como uma forma para flexibilizar a legislação, 
facilitar as contratações e até mesmo corrigir distorções. 
No entanto, há uma boa parte de especialistas no merca-
do que afirmam que essas mudanças tornarão tudo ainda 
mais precário e enfraquecerão a Justiça Trabalhista. 
Foram cem pontos da legislação alterados, que modi-
ficam as regras relacionadas a jornada de trabalho, planos 
de carreira, férias, modalidades de trabalho como o home 
office, trabalho intermitente, contribuição sindical, etc. 
Abaixo algumas das principais mudanças': 
Acordos coletivos 
Antes, alguns acordos coletivos não eram permitidos se 
sobrepor ao que é garantido pela CLT. Agora, essa flexibili-
dade é permitida, como jornadas de trabalho de até 12 ho-
ras, licenças maternidade e paternidade, planos de carreira, 
entre outras, desde que seja no limite de 48 horas semanais 
e não ultrapasse 220 horas por mês. 
Jornada parcial 
Em relação às jornadas parciais, antes eram permiti-
das apenas 25 horas semanais, e sem hora extra. Agora, 
podem ser de até 30 horas semanais, sem hora extra, e 
de até 26 horas semanais, mas com acréscimo de até seis 
horas extras. 
1 Fonte: http://trabalho.gov.br/ images/Documentos/ASCOM/cartilha_mo-
dernizacao.pdf<acesso em 24.07.2018> 
Férias 
As novas determinações permitem agora que as férias 
possam ser parceladas em até três vezes. Antes, só era 
permitido o parcelamento em duas vezes. No entanto, ne-
nhum dos períodos pode ser inferior a cinco dias e, tam-
bém, um deles precisa ter pelo menos mais que 14 dias. 
Grávidas e lactantes 
Antes da nova lei entrar em vigor, elas eram proibidas 
de trabalhar em locais e atividades considerados insalu-
bres, agora, em locais de grau "mínimo" e "médio'; as grá-
vidas e lactantes são permitidas, a não ser que a pedido de 
seus médicos devam ser afastadas. Já os locais considera-
dos de grau "máximo" continuam proibidos. 
• 
Contribuição sindical 
Passa a não ser mais obrigatória. Antes, o desconto era 
realizado automaticamente, uma vez por ano em folha de 
pagamento. Agora, será cobrado apenas de trabalhadores 
que autorizarem. 
Autônomos 
Antes das novas regras, se houvesse relação de exclu-
sividade e continuidade na prestação de serviços por pes-
soas autônomas, era constatado vínculo empregatício.Agora, empresas podem contratar autônomos e, mesmo 
se a exclusividade acontecer, não será considerado como 
vínculo. 
Home office 
Passa a não existir mais controle de jornada. O traba-
lho que for realizado em casa será remunerado agora por 
tares. E, inclusive, no contrato, deverão constar as regras 
para equipamentos e definições de responsabilidade pelas 
despesas, além das atividades que o funcionário vir a de-
sempenhar. Já o comparecimento à empresa para a realiza-
ção de algumas atividades específicas não descaracterizam 
também o home office. 
Trabalho intermitente 
Antes, a CLT não previa esse tipo de vínculo. Agora pas-
sarão a ser permitidos aqueles contratos em que o trabalho 
não terá continuidade. No caso da convocação do colabo-
rador, essa deverá ocorrer com pelo menos três dias de an-
tecedência. E a remuneração acontecerá por hora de traba-
lho, mas é determinado que ela não poderá ser inferior ao 
• 
valor da hora sobreposta no salário mínimo. Além disso, os 
colaboradores, mesmo que nessas condições, terão direito 
a férias, previdência, 13° salário e FGTS. 
Almoço 
Antes, a CLT determinava um período obrigatório de 
pelo menos uma hora de almoço. Agora, a regulamentação 
flexibiliza a negociação entre o empregador e o empre-
gado. Ou seja, em caso de redução desse tempo, deve ser 
descontado da jornada de trabalho. 
Ações na Justiça: 
Fica estabelecido que o trabalhador que não compare-
cer às audiências ou que também perder ações na Justiça 
terá que pagar os custos processuais e honorários da par-
te contrária, além de multa e pagamento de indenizações. 
Isso caso o juiz interprete que o trabalhador agiu de má fé. 
Já nas ações por danos morais, o empregador terá que pa-
gar uma indenização de no máximo 50 vezes o último salá-
rio do funcionário. Além disso, será obrigado a especificar 
os valores solicitados nas ações da petição inicial. 
- I 
4. QUESTAO AGRARIA 
Problema com raízes históricas, a questão da reforma 
agrária revela aspectos econômicos, políticos e sociais. A 
situação abrange um quarto da população brasileira, que 
trabalha no campo, sendo pequenos e grandes agriculto-
res, trabalhadores rurais, pecuaristas e os sem-terra. 
Foto: Brazil Photos/Getty lmages 
Realizar uma reforma agrária, que traga em seu bojo 
uma plataforma j usta e economicamente viável, é um 
dos maiores desafios do Brasil. O país tem mais de 371 
milhões de hectares, o equivalente aos territórios de Ar-
gentina, França, Alemanha e Uruguai somados, para a 
agricultura 'no país, mas só uma porção re lativamente pe-
quena dessa terra tem algum tipo de plantação. Cerca da 
metade destina-se à criação de gado. O que sobra é o que 
os especialistas chamam de terra ociosa, nada se produ-
zindo nesse espaço. 
A concentração de terra ainda é uma realidade brasi-
leira e um dos maiores problemas: até a década passada, 
quase metade da terra cult ivável ainda estava nas mãos de 
1% dos fazendeiros, enquanto uma parcela ínfima, menos 
de 3%, pertencia a 3, 1 milhões de produtores rurais. 
• Comparando-se com os vizinhos latino-americanos, o 
Brasil é um campeão em concent ração de terra. Vence ain-
da Índia ou Paquistão, onde a situação é calamitosa. Desse 
cenário impensável para o século XXI, nascem as explo-
sões, as guerras fundiárias, os crimes, uma contenda que 
parece não ter data para terminar. 
Um pouco de história 
Os problemas com a terra no Brasil começaram em 
1850, quando acabou o tráfico de escravos, e o Império, 
sob pressão dos fazendeiros, resolveu mudar o regime de 
propriedade. Até então, ocupava-se a terra e pedia-se ao 
imperador um título de posse. Dali em diante, com a ame-
aça de escravos virarem proprietários rurais, deixando de 
se constituir num quintal de mão-de-obra quase gratuita, 
o regime passou a ser o da compra, e 
não mais de posse. 
Os Estados Unidos, que à época, 
discutiam o mesmo problema, fize-
ram exatamente o contrário. Em vez 
de impedir o acesso à terra, abriram 
o oeste do país para quem quisesse 
ocupá-lo - só ficavam excluídos os 
senhores de escravos do sul. Foi as-
sim que conseguiram criar e manter 
uma potência agrícola, um mercado 
consumidor e uma cultura mais de-
mocrát ica. 
Na Europa, Ásia e América do Nor-
te, observando algumas variações, 
o que predomina é a propriedade 
fami liar, aquela em que pais e fi lhos 
pegam na enxada de sol a sol e rara-
mente são assalariados. Sua produ-
ção é suficiente para o sustento da família e o que sobra, 
em geral, é vendido para uma grande empresa agrícola 
comprometida com a compra dos seus produtos. Algo se-
melhante acontece com os produtores de uva do Rio Gran-
• de do Sul, que vendem sua produção para as vinícolas do 
norte do Estado. 
Em Santa Catarina, os aviários são de pequenos proprie-
tários. Têm o suficiente para sustentar a família e vendem sua 
produção para grandes empresas, como Perdigão e Sadia. 
Esse sistema é tão produtivo que, só no Brasil, boa parte 
dos alimentos vem de parte da população que possui até 
1 O hectares de terra. Proprietárias de terras com mais 1.000 
hectares produzem, relativamente, uma parte pequena do 
que se come. 
Mesmo se os pequenos proprietários não conseguissem 
produzir para o mercado, mas apenas o suficiente para seu 
sustento,já seria uma saída pelo menos para a miséria urbana. 
Um olhar sobre os assentamentos 
Os assentamentos, que causam tanta preocupação ao 
país, podem se tornar uma solução para a tremenda migra-
ção que existe no Brasil. O problema agrário está por trás 
de qualquer fluxo migratório, como o caso dos gaúchos 
que foram para Rondônia na década de 70 ou os nordes-
tinos que buscam emprego em São Paulo. Não podemos 
nos esquecer daqueles que parecem invisíveis, como o que 
acontece na região de Ribeirão Preto, a chamada Califór-
nia brasileira, onde 50.000 boias-frias trabalham no corte 
de cana das usinas de álcool e açúcar durante nove me-
ses. Nos meses restantes, retornam para casa, grande parte 
deles é da região do Vale do Jequitinhonha, no norte de 
Minas Gerais, que apresenta um baixíssimo IDH (Índice de 
Desenvolvimento Humano). 
Segundo dados do Governo, assentar uma família não 
é barato: o custo chega a 30 mil reais por pedaço de terra. 
Mesmo assim é mais barato que a criação de um emprego 
no comércio, que custa 40 mil reais ou na indústria, que 
sobe para 80 mil reais. Mas a diferença é que esses não são 
gastos públicos, já os do campo, em se tratando de assen-
tamento, tem de vir do governo. Mas o retorno é alto: de 
cada 30 mil reais investidos, estima-se que 23 mil voltem 
a seus cofres após alguns anos, na forma de impostos e 
mesmo de pagamentos de empréstimos adiantados. Mas, 
enquanto não se faz a reforma agrária, o que enfrentamos 
é a urbanização selvagem, a criminalidade em alta, a de-
gradação das grandes cidades. 
Conflitos agrários 
O Brasil tem visto crescer os conflitos nos últimos anos. 
Isso é consequência das contradições do modelo agrícola/ 
agrário em curso. Em destaque, temos a violência contra os 
camponeses, os povos indígenas e outras populações tra-
dicionais, denunciando práticas coloniais, principalmente 
na expansão territorial do capital que, para essas popula-
ções, não são frentes de expansão, mas sim frentes de in-
vasao. 
O processo de desenvolvimento agrário brasileiro neste 
início de século caracteriza-se: 
(1) pela persistência da concentração fundiária e as de-
sigualdades a ela associadas; 
(2) pela crescente internacionalização da agricultura 
com seu expoente na aquisição de terras, processamento 
agroindustrial, controle da tecnologia e da comercialização 
da produção-agropecuária; 
• (3) pelas transformações na produção agropecuária, 
que provoca insegurança alimentar; 
(4) pela continuidade da violência, da exploração do 
trabalho e da devastação ambiental no campo. 
As populações tradicionais são as que mais se envolvem 
nos conflitos agrários, segundo dados oficiais. Na maioria 
dos casos, são vítimas de processos expropriatóriosde seus 
territórios tradicionais. 
Movimentos sociais têm ressignificado o conceito de 
território, que era entendido como base natural do Estado-
· Nação. Suas reivindicações são, para além da terra, por ter-
ritório. Esses movimentos entendem que a terra é recurso 
(parcela produtiva) e deve fazer parte de um contexto que 
possibilite viabilidade social, econômica, política e cultural 
para as populações tradicionais, camponesas, quilombolas 
e indígenas. 
O cenário político ganha, assim, novas formações po-
lítico-identitárias, como os remanescentes de quilombos, 
os indígenas e mulheres (benzedeiras, camponesas, que-
bradeiras de coco babaçu) e outras identidades associa-
das a gênero. 
- , 
5. QUESTAO INDIGENA 
As estimativas da população indígena por ocasião do 
descobrimento do Brasil chegam a cinco milhões. Com a 
chegada dos portugueses, o extermínio dos povos nativos 
foi preponderante, devido às doenças que os europeus 
trouxeram em seus navios, a escravização a que os índios 
foram submetidos e os conflitos armados. A mão de obra 
indígena foi a base da formação da nossa economia, no iní-
cio da colonização brasi leira. 
Com a colonização adentrando o interior do país, a 
• 
violência aumentou. Os indígenas entraram em conflito 
com os bandeirantes e sertanistas, que ansiavam por en-
contrar as jazidas de ouro e pedras preciosas. Para que 
isso acontecesse, explorassem minas, era necessário a 
mão escrava. A resposta para isso foi a organização do 
que esses "desbravadores" chamaram de bandeiras, ex-
pedições formadas para capturar os índios. Mas eles não 
se revelaram "adequados" para o trabalho escravo e, na 
década de 1750, a Coroa Portuguesa aboliu a escravidão 
indígena, trocando-a pela africana. 
A colonização traz em seu bojo, também, a catequiza-
ção, que acontece entre os séculos 16 e 18. A missão fica 
a cargo dos padres jesuítas vindos de Portugal. Essa ideia 
de catequização, de que os indígenas deviam abandonar 
sua cultura e tornarem-se "civilizados'; abraçando a cultura 
ocidental, chega até o século 20. 
Criou-se, em 191 O, o Serviço de Proteção ao Índio. Sua 
principal função era contatar as tribos isoladas com a inten-
ção de promover a coexistência pacífica entre indígenas e 
colonizadores. O principal coordenador desse projeto foi 
Marechal Rondon que, além de liderar o instituto, partici-
pou de expedições às fronteiras do Brasil. Rondon instalou 
postos telegráficos e procurou manter contato amigável 
com as populações indígenas. 
Os irmãos Vi llas-Boas, durante a ditadura de Getúlio 
Vargas e seu Estado Novo, de 1937 a 1945, atra iram e 
pacificaram os povos isolados, que ocupavam o Brasil 
Central. O plano do governo brasi leiro era incorporar o 
território e economia dessa região na chamada "Marcha 
para o Oeste". Os Vi lias-Boas foram preponderantes para 
a criação do Parque Indígena do Xingu, em 1961, volta-
do para as etnias dessa região, tornando-se um marco 
histórico para o Brasil pois, até o momento, não havia 
uma legislação que protegesse os direitos territoriais 
dos índios. 
Na década de 1970, com a ditadura, os olhos voltaram-
-se para a Amazônia, na tentativa de uma expansão em 
suas atividades produtivas. A criação da Transamazônica, 
estrada com 5.000 quilômetros que atravessaria a flores-
ta Amazônica, a partir de João Pessoa no Nordeste até a 
fronteira com o Peru, era o sonho dourado do presidente 
Emílio Garrastazu Médici, e transformou-se num dos maio-
res fracassos da história recente do País. Mas não foi só da 
maior estrada que o Brasil teria notícia que se projetou nes-
se período: hidrelétricas, desmatamento para a pecuária e 
conflitos nas regiões expulsaram comunidades indígenas 
inteiras de suas terras. 
Em 1973, o governo aprovou o Estatuto do Índio. So-
mente em 1988, com a promulgação da nova Constituição 
Federal, estabeleceu-se o direito originário dos índios sobre 
as terras que tradicionalmente ocupam e reconheceram-se 
oficialmente direitos de cidadania, respeito à identidade e 
organização social, costumes, línguas, crenças e tradições. 
Os indígenas passaram a fazer parte como categoria 
do censo do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística - a partir de 1992. A categoria revelou que 
apenas 0,2% do total da população brasileira se decla-
rava como indígena, tota lizando 294 mil pessoas. No 
censo de 201 O, o Brasil t inha 890 mil índios, pertencen-
tes a 305 etnias, que se diferem entre si em culturas, 
crenças e hábitos. São 274 línguas já catalogadas, o 
que configura uma das maiores diversidades cu ltura is 
do mundo. 
A Amazônia legal, formada pelos estados do Amazonas, 
Acre, Roraima, Rondônia, Mato Grosso e Pará, concentra 
70% da população indígena, sendo que 57% deles vivem 
em terras indígenas oficialmente reconhecidas. Outras fa-
mílias moram na zona rural e em cidades, a maioria em si-
tuação de pobreza. 
As principais regiões que concentram os índios hoje são 
Amazonas, Nordeste, Centro-sul e o estado do Mato Grosso 
do Sul. Segundo dados da FUNAI - Fundação Nacional do 
Índio - cerca de 40 povos se encontram isolados, sem ter 
tido contato com o branco. 
A situação atual 
Um dos maiores entraves da população indígena, para 
que façam valer seus direitos, está na língua e nos costu-
mes: para ter acesso a saúde e educação, precisam adquirir 
os conhecimentos e culturas externos. 
Mas o maior problema tem sido a demarcação de terras 
indígenas, o que já ocasionou inúmeros conflitos. Para re-
solver essa questão da demarcação, a Funai deve elaborar 
estudos de identificação e delimitação, que precisam obe-
decer a critérios técnicos que levam em conta toda a histó-
ria de ocupação daquela terra. Depois o processo deve ser 
aprovado pela Justiça. 
Os maiores conflitos acontecem no Mato Grosso do 
Sul, que tem provocado mortes entre os índios Guarani-
-Kaiowá. A maior dificuldade entre a disputa de terra com 
fazendeiros é a demora da decisão judicial porque, até que 
a justiça não se pronuncie, não é possível comprovar que a 
terra é indígena. 
Preservar a cultura, hoje, tem sido o grande desafio, 
graças à convivência desses povos com a cultura branca. 
Convivência forçada, porque essas áreas de preservação 
ambiental são exploradas ilegalmente. Lembrando que 
qualquer exploração e aproveitamento de recursos hídri-
cos e riquezas minerais só podem ser feitos com autoriza-
ção do Estado. 
Plenário da Câmara dos Deputados durante sessão solene em homenagem ao Dia do Índio, comemorado em 19 de abril. Desde que deram início ao 
Acampamento Terra Livre, as lideranças indígenas cumpriram a agenda no Parlamento onde apresentam suas reivindicações. 
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado 
O garimpo é um dos maiores problemas. Em 2015 a 
Polícia Federal descobriu atividades garimpeiras ilegais 
na terra indígena dos Yanomami, em Roraima. O esquema 
movimentou cerca de 1 bilhão de reais no período de dois 
anos, e o caso já tinha sido denunciado pelos indígenas 
que vivem no local. 
No Baixo Xingu, o maior problema é a Usina Hidrelétrica 
de Belo Monte em Alta mira, Pará. A barragem foi motivo de 
oposição entre os habitantes da bacia do Xingu,já que a hi-
drelétrica pode afetar o meio ambiente, provocando mor-
tandade de peixes e afetando os rios de maneira geral. Mas 
em 2015 a FUNAI autorizou o Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA - a 
conceder licença para barragem operar. 
Havia, ainda no governo Dilma Rousseff, o projeto de 
construir 40 barragens no Rio Tapajós, no Pará. Atingiria 19 
territórios indígenas e afetaria florestas inteiras preserva-
das. O projeto estava em fase de licenciamento ambiental. 
Outra obra que estava planejada no governo de Dilma 
Rousseff em 2015 era construir 40 barragens no Rio Tapa-
jós, no Pará, que afetaria florestas preservadas e 19 territó-
rios indígenas. Na época, o projeto estava em fase de licen-
ciamento ambiental. 
I 
6. A CRISE CARCERARIA NO BRASIL 
Em 1º de janeiro de 2017, aconteceuo segundo maior 
massacre do sistema prisional brasileiro, no Complexo 
Penitenciário Anísio Jobim (Compaj). Trata-se da maior 
penitenciária de Manaus. Naquela data, foi detonado um 
motim, que durou cerca de 17 horas e teve o saldo de 56 
presos brutalmente assassinados. O motivo apontado para 
o motim foi o conflito entre diversas facções criminosas, 
mas especialistas apostam suas fichas no descaso das au-
toridades com o sistema carcerário do país. 
• 
O caso não foi isolado. Outras rebeliões tomaram diver-
sos estados, atingindo o total de 130 mortes, superando o 
maior massacre até então conhecido, o Carandiru, aconte-
cido em 1992 . 
Com a deflagração desses massacres, governos federal 
e estaduais e diversas instituições apresentaram projetos 
para a solução do caso, que passam, necessariamente, por 
novas políticas encarceradoras. 
Um ano depois, a história se repetia: 14 prisioneiros 
morreram em Goiânia, no Complexo Prisional de Apareci-
da, num conflito entre facções. No Ceará, 1 O caíram mortos 
na Cadeia Pública de ltapajé, cidade que fica a 124km de 
Fortaleza - somente nessa unidade, segundo agentes car-
cerários, essa cadeia contabilizava 113 presos, mas só tinha 
capacidade para abrigar 25 pessoas. 
País é o terceiro que mais prende 
O último Levantamento Nacional de Informações Peni-
tenciárias (INFOPEN), publicado em dezembro de 2017, re-
vela um total de 726. 172 pessoas presas e coloca o Brasil na 
terceira posição em números da população-carcerária do 
mundo. Esse novo levantamento levou mais de dois anos 
para ser divulgado - o último havia sido em 2015. O grande 
problema vai além do número excessivo de presos: desses 
- - -
,. 
( 
726.172, há um excedente de 358.663 vagas, revelando a 
face mais cruel do sistema prisional brasileiro. Isso significa 
que o crescimento da população prisional não foi acom-
panhado pelo número de vagas necessárias para abrigar 
adequadamente esse contingente. Algumas taxas de ocu-
pação assustam: no Amazonas, o registro é de 484% - é a 
maior do país até o momento - ; no Ceará bateu em 385,6%; 
em Goiás, 236,6% e no Rio Grande do Norte, 206,5%. 
Esses dados são somados à grande violência que pre-
domina em nosso sistema carcerário. E acresce-se ainda 
mais: há um altíssimo índice de pessoas aprisionadas ain-
da sem condenação. Amazonas, Ceará e Sergipe lideram o 
ranking do encarceramento provisório: Ceará comparece 
com 66%, Sergipe com 65% e Amazonas com 64%. A eles 
seguem Maranhão, Bahia e Minas Gerais (58,6%, 58,2% e 
57,8%). A média nacional segue em 40%, semelhante ao 
levantamento 'anterior, de 2014. 
Sem educação, sem trabalho 
O sistema carcerário brasileiro não garante o direito à 
educação e ao trabalho na prisão. Apenas 12% da popu-
lação prisional, ou 87.140 pessoas, estão envolvidas em 
atividades educacionais. A melhor taxa está em Tocantins 
(25%), as piores ficam com Rio Grande do Norte e Amapá, 
Foto: Marie Tama/Getty lmages 
apenas 2%. Quanto ao trabalho, só 15% do total da popu-
lação carcerária exerce alguma at ividade. 
O Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD) argu-
menta que a solução para o sistema carcerário brasileiro está 
' na redução da superlotação e em propostas que fomentem 
o trabalho e a educação. O IDDD elaborou um documento, 
em fevereiro de 2017, que propõe várias medidas para com-
bater essa questão da superpopulação carcerária, e incluem 
políticas de segurança pública e política prisional. Esse do-
cumento foi apresentado ao STF (Supremo Tribunal Federal) 
e STJ (Superior Tribunal de Justiça). Segundo o IDDD, ganha-
ram apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB SP), da 
seccional paulista da Defensoria Pública de São Paulo, do 
Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM), e do Ins-
tituto dos Advogados de São Paulo (IASP). 
Abaixo estão listadas as principais propostas 
do documento: 
REGULAMENTAÇÃO DAS AUDIÊNCIAS DE CUSTÓDIA 
POR MEIO DE LEI 
Regulamentada via Resolução nº213 de 2.Q,15 do Conse-
lho Nacional de Justiça (CNJ), a audiência de custódia con-
siste no contato entre o custodiado e autoridades j udiciais 
em menos de 24 horas após a prisão em flagrante para veri-
ficar se há a necessidade de prisão provisória ou mesmo se 
houve qualquer t ipo de ilegalidade na abordagem policial. 
Também pode ser visto enquanto mecanismo que busca 
frear o crescimento de prisões provisórias. 
PROIBIÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA PARA CASOS DE 
TRÁFICO PRIVILEGIADO 
Tal medida visa a alterar a chamada "Lei de Drogas" (Lei 
11.343/06), vedando a prisão preventiva em casos em que 
o réu seja primário e não esteja envolvido em atividade cri-
minosa ou associado ao crime organizado. 
PROIBIÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA PARA CRIMES SEM 
VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA COM PENA IGUAL OU ME-
NOR A 4 ANOS 
A proposta resultaria na modificação do art. 313 do 
Código de Processo Penal, prevendo a proibição da prisão 
preventiva para crimes sem violência ou grave ameaça 
com pena mínima igual ou inferior a 4 anos, levando em 
conta que em condenações até esse limite a pena privativa 
de liberdade poderá ser substituída por medidas restritivas 
de direitos. De modo que muitas prisões preventivas são 
permitidas em casos em que não haveriam legalidade para 
aplicar a pena de prisão. 
EDIÇÃO DE RESOLUÇÃO PELO CNJ PARA CONTROLE 
DAS PRISdES PROVISÓRIAS E MEDIDAS CAUTELARES 
O IDDD propõe a redação, pelo Conselho Nacional de 
Justiça (CNJ), de resolução por meio da qual se determi-
ne que o magistrado periodicamente passe a reavaliar a 
necessidad~ de manutenção da prisão cautelar. Idêntica 
providência se propõe para ser adotada no âmbito dos tri-
bunais. Além disso, sugere-se a expedição de ofício aos Tri-
bunais Estaduais e Tribunais Regionais Federais reclaman-
do-se a aplicação do estabelecido no art. 1 O da resolução 
n° 213 do CNJ com re lação às medidas cautelares diversas 
da prisão: 
Art. 10. A aplicação da medida cautelar diversa da prisão 
prevista no art. 319, inciso IX, do Código de Processo Penal, 
seró excepcional e determinada apenas quando demonstra-
da a impossibilidade de concessão da liberdade provisória 
sem cautelar oµ de aplicação de outra medida cautelar me-
nos gravosa, sujeitando-se à reavaliação periódica quanto 
à necessidade e adequação de sua manutenção, sendo des-
tinada exclusivamente a pessoas presas em flagrante delito 
por crimes dolosos puníveis com pena privativa de liberdade 
máxima superior a 4 (quatro) anos ou condenadas por outro 
crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalva-
do o disposto no inciso Ido cap. do art. 64 do Código Penal, 
bem como pessoas em cumprimento de medidas protetivas 
de urgência acusadas por crimes que envolvam violência do-
méstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, ido-
so, enfermo ou pessoa com deficiência, quando não couber 
outra medida menos gravosa. 
EDIÇÃO DE SÚMULAS VINCULANTES QUE PACIFIQUEM 
ENTENDIMENTOS CONSOLIDADOS PELO STF E CRIAÇÃO DE 
MECANISMOS URGENTES QUE GARANTAM O CUMPRIMEN-
TO DAS SÚMULAS DO STJ 
O IDDD propõe a edição de súmulas vinculantes pelo 
Supremo Tribunal Federal em matéria penal envolvendo 
questões mais urgentes que visam a garantir a igualdade 
de tratamento de toda a população e em todos os tribunais 
do país. Além disso, sugere adoção de medidas que exijam 
dos juízes e tribunais estaduais o cumprimento irrestrito 
das súmulas do STJ. 
ALTERAÇÕES NA LEI DE EXECUÇÃO PENAL PARA GA-
RANTIR DIREITOS DO APENADO 
O IDDD propõe a votação em separado e em regime de 
urgência do Projeto de Lei do Senado n° 513/13, que al-
tera a Lei de Execuções Penais. Entre as sugestões, está a 
aproximação das regras de progressão de regime com as 
regras da prisão temporária: vencido o prazo, o juiz precisa 
atuar, caso contrário a pessoa é liberada automaticamente. 
Isso significaria que, em relação ao 
cumprimento de pena, alcançado 
o lapso, o sentenciado seguiria 
automaticamente ao próximo re-
• gime; se o diretor da prisão ou o 
Ministério Público entenderem 
que nãoé caso de progressão, 
devem buscar decisão nesse sen-
tido do juiz competente. Assim, a 
demora ou omissão do Estado e/ 
ou dos operadores do sistema de 
justiça criminal não prejudica o di-
reito do sentenciado, que terá um 
alvará de progressão garantido, a 
menos que o juiz diga que não faz 
jus à próxima. 
70,0 
60,0 
Efeito do estatuto do 
desarmamento sobre 
as armas de fogo 
56,3 59,5 
50 4 53,2 
45 1 47,6 , 
160 mil 
vidas 
poupadas 
- SO,O ~ ., 
E 40,0 -~ 
o 30,0 
:!! 
~ 
40 3 42,6 ' 38,2 • 
33 5
36,1 34 2 33 434 
9 34 1 3S,736,636,8 36,7 31 1 ' ' • ' ' 
40,1 
E 20,0 
o 
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26 7 28,8 ' 
24 8 ' 
19821,3 23,0 ' 
17,018,3 ' 4 10,0 
0,0 .. "' "' "' a, a, a, a, 
"' a, a, "' .... .... .... .... 
7. ESTATUTO DO DESARMAMENTO 
O Estatuto do Desarmamento, sancionado em dezem-
bro de 2003, remete a um Fla-Flu em final de campeonato. 
De um lado, números que defendem a legislação vigente 
e, do outro, os que querem a revogação das normas atuais 
sobre porte e posse de armas de fogo no Brasil. De um lado, 
dados que relacionam o número de armas e o crescimento 
do índice de homicídios; do outro uma argumentação cal-
cada na impossibilidade de se estabelecer um paralelo de 
causa e consequência entre as duas situações. 
O Instituto Sou da Paz tem como principal defesa do 
desarmamento um gráfico com dados do Mapa da Violên-
cia que apontam que, desde 2003 - quando o estatuto foi 
criado - até 2012, 160 mil vidas teriam sido poupadas no 
Brasil. 
Veja os gráficos a seguir: 
,._ 
a, 
a, .... 
50,0 2003=46,S 
-
E - Jovem 
g 40,0 ... - Total 
E 
41 -u. < 30,0 
~ 
o 2003=22,2 e. 
41 
"0 
"' 20,0 ..., "0 ______ / -"' t: 
_/ --o E 1980=12,8 41 10,0 
"0 
"' "' X 
{?. 
1980=7,3 
0,0 
1980 1984 1988 1992 1996 2000 2004 
00 a, o .... N "' ;g "' "' 
,._ 00 a, o .... N o o o o o o o o o .... .... .... a, a, o "' "' o o o o o o o o o o o o .... .... N N N N N N N N N N N N N 
Previstos .,..Registrados 
Com dados do Instituto Sou da Paz 
• 
Deputado pelo PMDB/SC, Rogério Peninha Mendonça 
é autor do PL 3722/2012, que propõe a revogação do Es-
tatuto do Desarmamento, questiona o gráfico divulgado 
pelo instituto, afirmando que a linha chamada por ele de 
ad aeternum não funciona, pois se uma criança mostrar 
crescimento normal, terá 1 O metros de altura aos 60 anos. 
Do outro lado, pesquisadores de várias áreas, como 
saúde pública, relações internacionais, direito, economia 
e sociologia defendem a continuação do estatuto de de-
sarmamento. Para tanto, lançaram um manifesto assinado 
por 57 desses pesquisadores. Um dos trechos do manifes-
to apregoa o seguinte: "Estudos científicos que lograram 
abordar esse problema de forma estatisticamente adequa-
da geraram evidências empíricas robustas sobre a relação 
entre armas de fogo e violência. Esses estudos, conduzidos 
em inúmeras instituições de pesquisa domésticas e inter-
-
2008 
nacionais, levam à conclusão inequí-
voca de que uma maior quantidade 
2012= 47,6 de armas em circulação está associa-
2012= 21,9 
20 12 
da a uma maior incidência de homicí-
dios cometidos com armas de fogo': 
diz um trecho do texto. 
Fonte: SIM/ SVS/ MS. 
Fonte: https:/ / www.mapadaviolencia.org. 
br/ pdf2015/ mapaViolencia2015.pdf 
Já a presidente do Movimento Viva Brasil diz que não é 
possível estabelecer uma relação precisa entre a quantidade 
de armas disponíveis e o índice de homicídios. A afirmação 
tem o respaldo de um estudo da ONU, publicado em 2011, 
• o Global Stud on Homicide (Estudo Global sobre Homicídios), 
do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes. 
Mas o estudo também chega à conclusão de que as 
armas podem facilitar que criminosos em potencial come-
tam crimes e transformar'simples' disputas familiares ou de 
comunidade em tragédias. Um dos trechos do estudo diz 
o seguinte: "De uma perspectiva teórica, não existe teoria 
dominante que explique a relação entre a posse de armas 
e homicídios, ou crimes em geral, já que as armas podem 
tanto dar poder a um potencial agressor quanto a uma ví-
tima que busca meios de resistir à agressão'; diz o Estudo. 
O Instituto Sou da Paz ainda cita dados obtidos por 
meio da Lei de Acesso à Informação, segundo os quais, en-
tre 201 O e 2014, o número de armas registradas para "cida-
dãos comuns" teve um salto de 100%. 
8. MOBILIDADE 
Mobilidade urbana é a condição que a população tem 
de deslocamento no espaço geográfico das cidades. Nor-
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malmente se usa esse termo como referência ao trânsito 
de veículos e de transportes, seja por meio de carros, mo-
tos, na modalidade individual, ou seja, por meio de ônibus, 
trens, na modalidade coletivo. 
Os congestionamentos maciços, a falta de um transpor-
te público adequado, tem colocado a questão da mobilida-
de urbana na pauta de qualquer discussão sobre políticas 
públicas. As grandes cidades não têm encontrado a saída 
para desenvolver meios práticos para resolver os conges-
tionamentos e estrangulamentos do trânsito ao longo do 
dia. Há, também, outro grave problema a ser solucionado: 
a grande presença em áreas centrais dos espaços urbanos. 
De outro lado, o excesso de veículos traz problemas 
ambientais, gerando poluição e interferindo em problemas 
naturais e climáticos. Uma das consequências é o aumento 
das ilhas de calor. 
• Mas o que causa toda essa problemática na mobilida-
de urbana no Brasil? A quantidade de carros particulares 
em circulação nas ruas das grandes metrópoles é uma das 
respostas. E isso se deve a fatores como ao aumento da 
renda média do brasileiro nos últimos anos, à redução de 
impostos por parte do Governo Federal sobre produtos in-
dustrializados (o que inclui os carros), à má qualidade do 
transporte público no Brasil e à herança histórica da políti-
ca da rodoviária do país . 
• • • 
, 
Foto: Getty I mages 
Dados do Observatório das Metrópoles sinalizam que, 
entre 2002 e 2012, enquanto a população brasileira cres-
ceu 12,2%, o número de automóveis pulou 138,6% em sua 
escala de crescimento. Há cidades que registram menos de 
' 2 habitantes por veículo. 
E quais seriam as soluções? Especialistas do assunto 
apontam os transportes coletivos adequados e eficientes 
como a resposta mais plausível e necessária. Utilização de 
outros veículos não poluentes, como as bicicletas, também 
está na pauta do dia, com a construção de ciclovias e cic lo-
faixas que respeite um projeto realista. 
Pedro pedreiro penseiro 
Esperando o trem 
Manhã parece carece 
De esperar também ... 
Exerto de Pedro Pedreiro, de Chico Buarque 
Há outros problemas que atrapalham a mobilidade do 
cidadão nas grandes cidades e fora delas também. Com 
uma política de transportes voltada quase que exclusiva-
mente à malha rodoviária intensificada no século XX, o país 
padece, hoje, de modos alternativos de locomoção, tanto 
nas metrópoles quanto fora delas, na ligação de uma ci-
dade a outra ou um estado a outro. A diversificação modal 
de transporte é uma necessidade premente da nova socie-
dade. 
Há, ainda, outras questões a serem examinadas, como 
o tempo de deslocamento, que só faz aumentar nas gran-
des cidades, devido justamente a congestionamentos e ao 
avanço das periferias, resultado do boom da especulação 
imobiliária de anos recentes. E outras soluções também 
são propostas pelos especialistas em Urbanismo e Geogra-
fia Urbana, como os rodízios de veículos, já utilizados por 
algumas cidades como São Paulo. 
Uma ideia bastante polêmica fala da adoção dos pedá-
gios urbanos. Segundo defensores desse projeto, isso dimi-
nuiria sensivelmente os veículos em trânsito. 
Problemas que o Estatuto das Cidades tem de discutir 
com a sociedade e propor soluções: fóruns de mobilidade 
urbana, a própria melhoria do estatuto, criação e fisca liza-
ção de ciclovias e ciclofaixas, mão única em avenidas nas 
horas de congestionamento. O debate está aberto. 
9. A QUESTÃO DA MORADIA NO BRASIL 
Um dos maiores problemas sociais do Brasil diz respeito 
à questãoda moradia. Mas, para entender esse assunto, é 
preciso compreender, primeiro, como se deu a urbanização 
das principais cidades brasileiras. Como todos os proble-
mas urbanos, a questão da moradia remonta a um século 
de políticas que não olham para a população mais pobre, 
em muitos casos como se elas nem existissem. São Paulo 
será o exerriplo para essa explicação. 
No começo do século passado, tem início o desenvol-
vimento urbano do Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo 
Maricato2: 
1 
O fim da escravidão fez com que milhares de negros fos-
sem expulsos do campo e migrassem para a cidade. Con-
comitantemente, imigrantes europeus chegaram ao Brasil 
para trabalhar no campo e na nascente indústria brasi lei-
ra. Esses fatores provocaram o aumento da população nas 
cidades, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, 
fato que acarretou uma demanda por moradia, transporte 
e demais serviços urbanos, até então inédita. 
Com ci chegada de mais e mais pessoas aos centros 
desenvolvidos, que vinham para trabalhar nas fábricas, 
principalmente imigrantes italianos e espanhóis, no caso 
de São Paulo, esses trabalhadores passaram a morar em 
cortiços e pensões e é também nesse período que surgem 
as primeiras vi las operárias - conjunto de casas oferecidas 
aos empregados pelas fábricas, descontando o aluguel em 
seus salários. 
A construção de moradias oferecidas pelas empresas fez 
parte de um projeto do governo que oferecia crédito a essas 
empresas para a empreitada. Mas como os empresários não 
obtiveram grandes lucros com a construção de habitações 
individuais - havia uma diferença de preço enorme entre es-
sas moradias e as informais--, alguns proprietários começa-
ram a construir habitações para as populações mais pobres, 
os cortiços e vi las operárias, enquanto outros se dedicaram 
a loteamentos para as classes mais altas. 
Essas primeiras moradias populares são próximas aos 
locais de trabalho - como Brás e Mooca, em São Paulo. Ou 
seja, os trabalhadores viviam perto de seus locais de traba-
lho. As periferias, portanto, ainda nâo existiam. 
Mas, a partir de 1940, o cenário começa a mudar com os 
movimentos migratórios internos, trazendo grande parte 
da população do campo para a cidade. Cortiços começam 
a ser demolidos, preço dos aluguéis sobe e até as vilas ope-
rárias começam a desaparecer. 
Maricato3 afirma que o poder público, apesar de finan-
ciar a construção das habitações coletivas, não via os cor-
tiços com bons olhos, considerando-os "degradantes, imo-
rais e uma ameaça à ordem pública". Assim, o novo poder 
republicano, que tem sua base formatada nos ideais po-
2 MARICATO, Ermínia. Brasil 2000: qual p lanejamento urbano? Cadernos 
IPPUR, Rio de Janei ro, Ano XI, n. 1 e 2, p. 113, 1997. 
3 Idem 
/, 
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/, 
/; 
./ 
/; 
IÍ 
Foto: Getty I mages 
sitivistas, promove uma reforma urbana no Rio de Janeiro 
para melhorar a circulação de serviços, mercadorias e pes-
soas na cidade. Devemos lembrar que o Rio, à época, ainda 
era a capital do país. Foram demolidos 590 prédios velhos 
para construção de 120 novos edifícios, o que significou a 
expulsão de diversas famílias pobres de suas moradias, a 
ocupação dos subúrbios e a formação das primeiras favelas 
do Rio de Janeiro. 
Outro movimento surge por essa época: proprietários 
de lotes mais distantes do centro começam a vender essas 
terras para os trabalhadores que, sem conseguirem pagar 
os aluguéis mais próximos ao centro, passam a comprá-las 
e a residir distante do local de trabalho. As periferias pas-
sam a fazer parte do cenário das cidades. 
São regiões afastadas, dominadas pela vegetação, sem 
serviços básicos. Cabe ao governo, então, passar a levares-
ses serviços até essa periferia. Energia elétrica, saneamento 
básico, estradas asfaltadas passaram a fazer parte dos pla-
nos da prefeitura. Devido a isso, as regiões intermediárias, 
que ficam entre o centro e a periferia, também começam a 
receber esses serviços. 
Esses terrenos, ainda desabitados, passam, então, a se-
rem mais valorizados e vão passar a ser a moradia, em fu-
turo próximo, da classe média, ganhando status de bair-
ros nobres, como é o caso, em São Paulo, do Morumbi, 
Vila Sônia, Butantã, na região que fica entre o Centro e o 
Campo Limpo. Esse fato é descrito com mais detalhes no 
livro "Por Que Ocupamos? Uma Introdução À Luta dos Sem-
-Teto'; escrito por Guilherme Boulos, líder do Movimento 
dos Trabalhadores Sem Teto e membro da Frente Povo 
Sem Medo. 
Com os valores dos imóveis em subida acelerada, es-
paços que antes não despertavam interesse no mercado 
imobiliário tornam-se a menina dos olhos para novas cons-
truções, a contínua chegada de novas migrantes, especial-
mente vindos do Nordeste e Norte do país, novos bolsões 
da periferia começam a surgir, cada mais distantes do cen-
tro. Mas, em contrapartida, não são realizadas, à mesma 
medida que crescem, investimentos nos serviços básicos. 
Dessa forma, até a década de 1930, o problema da ha-
bitação agravou-se em diversas cidades brasi leiras, porque 
o poder público não tinha uma atuação eficaz e pertinente. 
Com a Revolução de 30, a industrialização e a urbanização 
ganham impulso e só a partir daí começa a se pensar em 
uma política para a habitação. 
• 
Muitas vezes, fica inviável para um trabalhador atraves-
sar a cidade para chegar ao seu local de trabalho, principal-
mente porque, àquela altura dos anos 1950 e 1960 a malha 
de transporte público ainda é bastante incipiente. 
Programas habitacionais 
A principal marca da política habitacional do governo 
populista foi a criação da Fundação da Casa Popular (FCP), 
em 1946. Os resultados ficaram aquém do imaginado, mas 
há o mérito de ter sido o primeiro órgão nacional criado 
para prover residências para a população pobre. A FCP foi 
uma resposta às fortes pressões dos trabalhadores, reuni-
dos em sindicatos, e do crescimento do Partido Comunista. 
Mas não teve vida longa - devido ao acúmulo de atri-
buições, à falta de recursos e de força política, somadas à 
falta de respaldo legal em 1952, o governo federal redu-
ziu as atribuições da FCP. O governo JK tenta, no final da 
década de 1950, fortalecer a FCP, que estava vivendo seu 
melhor período, tendo mais investimentos e maior núme-
ro de unidades habitacionais construídas. Porém, também 
sucumbiu graças à inconstância de recursos. Azevedo e 
Andrade4 explicam: 
O Estado era o principal financiador e a verba para esse 
órgão dependia da distribuição interna dos recursos e da 
situação econômica do país. Mas destaca-se, nesse perío-
do, um grave problema: as relações clientelistas e o auto-
ritarismo, combinação característica do período populista. 
Os técnicos do FCP é que determinavam as regiões onde 
seriam construídos os conjuntos e os critérios de seleção 
dos candidatos. E, depois da entrega das chaves, visitavam 
os apartamentos para avaliar e orientar o comportamento 
social e individual dos moradores, que poderiam ter seus 
contratos rescindidos caso tivessem conduta nociva "à or-
dem ou à moral do Núcleo Residencial, ou criarem embara-
ço à sua Administração''. 
A história sofre uma mudança durante o período da 
ditadura militar. Como já naquela época o problema da 
moradia mostrava-se insustentável, em agosto de 1964 
foi criado o primeiro programa habitacional brasileiro, 
denominado Banco Nacional da Habitação (BNH). Mas 
não era uma proposta voltada aos mais necessitados e 
nem foi suficiente. Foram financiadas cerca de 5 milhões 
de casas, das quais só 25% foram destinadas a famílias 
com renda menor que 5 salários mínimos. Tempos depois, 
4 AZEVEDO, Sérgio. A crise da política hab itacional: dilemas e perspectivas 
para o final dos anos 90. ln. AZEVEDO, Sérgio de; ANDRADE, luis Aurelia-
no G. de (orgs.). A crise da moradia nas grandes cidades - da questão da 
habitação à reforma urbana. Rio de Janeiro: Editora UFRJ.1996. 
o Governo Lula lança em fevereiro de 2009 o programa 
habitacional Minha Casa Minha Vida. O programa se faz 
presente

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