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Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital Autores: Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 20 de Março de 2020 1 37 SUMÁRIO 1 Introdução .................................................................................................................. 1 1.1 O processo de controle externo ............................................................................................. 1 2 Processos de contas .................................................................................................... 7 2.1 Julgamento de contas ........................................................................................................... 7 2.2 Apreciação das contas prestadas pelo Prefeito e pelo próprio TCM ................................... 22 3 Resumo .................................................................................................................... 31 4 Lista das questões .................................................................................................... 33 5 Gabarito ................................................................................................................... 37 6 Referências ............................................................................................................... 37 Fala, meus amigos! Agora, nós vamos para a aula de processos de contas. Já vimos na nossa última aula uma noção geral do processo nos tribunais de contas. Nesta aula, vamos começar com uma parte conceitual, que provavelmente não será objeto de prova, mas que serve para que a gente tenha uma noção do que é um processo de contas e quais os outros tipos de processos tramitam nos tribunais de contas. Encerrada a parte conceitual, vamos falar sobre os processos de contas no âmbito do TCM, falando das contas anuais e das tomadas de contas especiais. Finalmente, teremos um capítulo específico sobre as contas do Prefeito de São Paulo e do próprio tribunal. Vamos resolver um número legal de questões, mas várias serão inéditas, já que não temos questões específicas do Regimento do TCM/SP e as questões sobre o tema geralmente em provas de outros tribunais não se aplicam à legislação do TCM, que é muito diferente dos demais tribunais de contas. Por fim, teremos um resumão esquematizado do assunto, que serve para complementar os resumos em tabelas que aparecerão ao longo de toda a aula! Vamos nesta! 1 INTRODUÇÃO 1.1 O PROCESSO DE CONTROLE EXTERNO Inicialmente, cumpre destacar que este primeiro capítulo é mais doutrinário e introdutório. Por isso, vamos utilizar, na maior parte dos casos, exemplos e decisões jurisprudenciais do TCU. Isso, Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 2 37 porém, não vai gerar nenhum prejuízo, pelo contrário: assim fica mais fácil para a gente contextualizar, inclusive com algumas decisões da Corte de Contas federal. Há bastante discussão na doutrina sobre o conceito de processo. Não nos cabe, neste curso, aprofundar neste tema, mas vamos fazer algumas breves considerações. O sentido da expressão processo remete tanto a um procedimento – um conjunto de atos sucessivos – como a uma relação jurídica complexa – formada por direitos, deveres, competências, capacidades, etc. No primeiro sentido, temos basicamente os atos do processo (autuação, notificações, despachos, decisão, etc.); no segundo sentido, temos os sujeitos e seus direitos (as partes, o Ministério Público, o contraditório e a ampla defesa). É lógico que são conceitos relacionados e não excludentes. Por isso, um faz parte do outro. O Estado é encarregado por conduzir uma série de distintos processos. Temos o processo legislativo, o processo civil, o processo penal, o processo administrativo, etc. Portanto, o processo é um gênero, que, por sua vez, possui diversas espécies. Mesmo dentro dessas espécies, temos novamente subdivisões. Vamos, agora, pegar o processo administrativo. Este também pode ser um gênero, comportando como espécies o processo licitatório, o processo disciplinar, o processo tributário, o processo de controle externo, entre outros tantos casos. Essa nossa discussão doutrinária inicial serve mais para contextualização do tema. O assunto é bastante acadêmico e teórico e, dificilmente, seria objeto de prova. Porém, entendemos que a compreensão do sentido da expressão “processo de controle externo” é importante para uma melhor compreensão da aula e do Regimento como um todo. Em que pese a gente tenha considerado o processo de controle externo como uma espécie do gênero processo administrativo, há autores que entendem que, na verdade, o processo de controle externo tem natureza própria, distinta daquele. Segundo o ex-Ministro do STF Carlos Ayres Britto, os processos instaurados perante os tribunais de contas têm a sua própria ontologia, distinguindo-se dos processos parlamentares, judiciais ou administrativos.1 A despeito da nobre consideração do ex-Ministro, optamos por considerar, ao longo desta aula, que os processos de controle externo são espécies do processo administrativo, mas sujeitos a regime jurídico próprio, fundamentado basicamente nas leis orgânicas e regimentos internos dos tribunais de contas. 1 Britto, 2015. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 3 37 Dada a natureza administrativa das Cortes de Contas, podemos concluir também que o processo de controle externo é uma espécie do gênero processo administrativo, mas com várias particularidades próprias, das quais destacamos duas: (i) o processamento no âmbito dos tribunais de contas; (ii) o regimento jurídico próprio. A primeira característica é muito simples de compreender. Os processos de controle externo são conduzidos no âmbito de um tribunal de contas. Há a participação do seu corpo técnico de servidores, que realizam as fiscalizações e instruem os processos; do relator que conduz os trabalhos e emite o voto inicial; do Ministério Público especial, que emite parecer em determinados processos e diz o direito nas sessões de deliberação; e do colegiado encarregado da apreciação e, por vezes, do julgamento. A segunda característica trata do regime jurídico específico. Os processos de controle seguem um rito especial, definido na lei orgânica e no regimento interno de cada Corte. Não há, atualmente, uma lei nacional sobre “o processo de controle externo”; vale dizer: não existe um “código de processo de controle”, semelhante ao que a gente observa no processo civil e no processo penal, que possuem os seus próprios códigos. Por isso, cada Tribunal de Contas dispõe do seu próprio regime jurídico processual, previsto na correspondente lei orgânica e regulamentado no regimento interno da Corte. Porém, admite-se a aplicação subsidiária de outras normas processuais. Mas temos que definir bem o sentido do que é uma aplicação subsidiária. Nesse caso, primeiro deve ser aplicado o rito principal, definido na legislação processual da própria Corte, especialmente na sua Lei Orgânica. Somente se a legislação do Tribunal for omissa, serão aplicadas outras normas processuais subsidiariamente. Se, por outro lado, o tema for disciplinado tanto na Lei Orgânica como na Lei de Processo Administrativo, deverá prevalecer somente a regra constante na Lei Orgânica. Esse é o sentido da “aplicação subsidiária”. Em regra, costuma-se falar na aplicação subsidiáriado Código de Processo Civil e da correspondente lei de processo administrativo (do ente da Federação ao qual o TC pertence). Atualmente, o Código de Processo Civil consta na Lei 13.105/2015, que possui alcance nacional. Logo, em qualquer TC podemos falar na aplicação subsidiária do Código de Processo Civil – CPC, seja no TCU, TCDF ou nos tribunais de contas estaduais e municipais. Além disso, também podemos ter a aplicação subsidiária da lei de processo administrativo “correspondente”. Vale lembrar, porém, que cada ente da Federação tem a sua própria lei de processo administrativo (ou pelo menos deveria ter). Logo, aplica-se, subsidiariamente, a lei de processo administrativo do ente da Federação ao qual o TC pertence. Por exemplo, no âmbito federal, temos a Lei 9.784/1999, que institui normas de Processo Administrativo para a administração pública federal. Assim, nos processos de controle externo do TCU, aplicam-se as normas processuais próprias e, subsidiariamente, as regras da Lei 13.105/2015 (CPC) e da Lei 9.784/1999 (Lei de Processo Administrativo). Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 4 37 A jurisprudência do STF já consagrou, em alguns julgados, a aplicação subsidiária das normas de processo administrativo. No MS 23.550, o STF determinou que o TCU aplicasse a Lei 9.784/1999 de forma subsidiária aos seus processos:2 A incidência imediata das garantias constitucionais referidas dispensariam previsão legal expressa de audiência dos interessados; de qualquer modo, nada exclui os procedimentos do Tribunal de Contas da aplicação subsidiária da lei geral de processo administrativo federal (L. 9.784/99), que assegura aos administrados, entre outros, o direito a "ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos (art. 3º, II), formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente". O próprio TCU já reconheceu a aplicação subsidiária das normas de Processo Administrativo aos processos que tramitam naquela Corte. Nessa linha, vejamos um importante julgado do TCU sobre o tema: Acórdão TCU-Plenário 868/2008 3. Cabe ressaltar que os processos por meio dos quais esta Corte de Contas exerce a sua competência constitucional de controle externo não são regulados pela Lei nº 9.784/1999, uma vez que há norma específica que disciplina o rito processual do TCU. 4. A referida Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal direta e indireta, sendo aplicável aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa. Ocorre que o Tribunal de Contas da União tem como origens normativas para o desempenho de sua missão a Constituição Federal e a sua Lei Orgânica - Lei nº 8.443/1992. Decorre daí que, quando o TCU estiver no exercício do rol de suas competências constitucionalmente conferidas, não se pode falar em função administrativa, já que se trata de atividade inerente ao Poder Legislativo. Assim, a Lei nº 9.784/1999 deve ser aplicada apenas subsidiariamente aos atos desta Corte de Contas, sempre que não houver disposição específica sobre a matéria na Constituição Federal e na Lei Orgânica do Tribunal. Há também decisões do TCU sobre a aplicação subsidiária do Código de Processo Civil. Vejamos alguns exemplos: Acórdão 3.565/2018 TCU-Primeira Câmara A utilização das regras contidas na Lei 13.105/2015 (Código de Processo Civil) no rito processual do TCU se dá de forma subsidiária, na hipótese de lacunas nas normas que regem o processo no âmbito do Tribunal. No mesmo sentido: 2 STF, MS 23.550, julgado em 4/4/2001. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 5 37 Acórdão 1.080/2015 TCU-Plenário As normas processuais previstas na Lei Orgânica do TCU (Lei 8.443/92) e em seu Regimento Interno estabelecem rito processual próprio, no qual a aplicação do Código de Processo Civil se dá apenas de maneira analógica e subsidiária na falta de normas legais e regimentais específicas. Ok!? Professor, mas o que são os processos de controle externo? Vamos utilizar o artigo de Lima para entendermos melhor o que são os processos de controle externo. O autor cita o conceito de processo da Resolução 259/2014 do TCU, que define processo como o “conjunto de peças que documentam o exercício da atividade do Tribunal”.3 Dessa forma, Lima define processo de controle externo como “aqueles típicos das atividades das Cortes de Contas, em especial de suas funções julgadora, fiscalizadora, opinativa, consultiva e ouvidora”. Devemos lembrar, porém, que os tribunais de contas também desempenham atividades tipicamente administrativas, como a contratação de servidores (em regra, mediante concurso), faz a gestão de recursos humanos (promoções, sanções, aposentadorias de seus servidores), promove licitações, administra seu patrimônio, etc. Na análise desta aula, não vamos tratar desse tipo de processo administrativo. Isso porque o nosso objetivo aqui é analisar o exercício das atribuições próprias do TC, oriundas da Constituição Federal e de normas próprios, excluindo-se as atividades de mera administração da Corte. Nessa linha, os processos de controle externo classificam-se como: a) processos de contas, incluindo contas de governo, contas de gestão e tomadas de contas especiais; b) processos de fiscalização, incluindo auditorias, em suas várias modalidades, inspeções, levantamentos, acompanhamentos e monitoramentos; c) processos de registro de admissões e concessões de aposentadorias, reformas e pensões; d) processos de denúncia, solicitações do Poder Legislativo e representações, incluindo as formuladas por unidades técnicas, por autoridades externas ou pelos legitimados pelo §1º do art. 113 da Lei no 8.666/1993; e) processos de consulta; e f) processo normativo, a exemplo da fixação dos meios de encaminhamento de processos de registro de aposentadoria ou pensão. Ressaltamos que, por organização dos regimentos internos, é muito comum se considerar os processos de denúncia e de representações como processos de fiscalização. Com efeito, as próprias solicitações do Poder Legislativo podem culminar em fiscalizações. 3 Resolução TCU 259/2014 (art. 2º, XVI). Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 6 37 Dessa forma, considerando a estrutura regimental e a importância do tema, vamos analisar os processos de contas e de fiscalização (incluindo denúncias e representações). Os processos de contas serão estudados nesta aula; os de fiscalização serão abordados na próxima aula. Processos de controle externo Processo de controle externo § Espécie de processo administrativo destinado ao cumprimento das competências constitucionais dos tribunaisde contas. Espécies § processos de contas: contas de governo, contas de gestão e tomadas de contas especiais; Processos de controle externo de contas de governo (parecer prévio) de gestão tomadas de contas especiais de fiscalização auditorias inspeções análises acompanhamentos auditorias operacionais auditorias transversais de registro admissões aposentadoria pensão de denúncias, representações e solicitações do Legislativo de consulta normativo Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce 7 37 § processos de fiscalização: auditorias, inspeções, análises, acompanhamentos, auditorias operacionais e auditorias transversais; § processos de registro de admissões e concessões de aposentadorias e pensões; § processos de denúncia, solicitações do Poder Legislativo e representações; § processos de consulta; e § processos normativos. 2 PROCESSOS DE CONTAS 2.1 JULGAMENTO DE CONTAS 2.1.1 Tomada e Prestação de Contas O assunto desta aula vai se relacionar muito com informações que já vimos ao longo do curso. Por isso, não vamos aprofundar alguns assuntos, mas simplesmente mencionaremos o conteúdo previsto na Constituição Federal, na Lei Orgânica do Município de São Paulo (LOM), bem como na Lei Orgânica ou no Regimento do TC. Segundo a LOM, tem o dever de prestar contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, de direito público ou de direito privado, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais o Município responda, ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza pecuniária (LOM, art. 47; §1º). Em regra, são anualmente submetidas a julgamento do TCM/SP as contas da Mesa da Câmara Municipal e das entidades da Administração Indireta do município de São Paulo. Assim, além da Mesa da CM, responsável pela gestão dos recursos da Casa Legislativa, todas as autarquias (IPREM, Serviço Funerário, Hospital do Servidor Público Municipal), a empresa pública (EMURB), as sociedades de economia mista (PRODAM, CET, SPTRANS, ANHEMBI, COHAB), bem como a fundação (Museu de Tecnologia de São Paulo) do município devem encaminhar suas contas ao TCM todos os anos para julgamento. Além dessa prestação de contas que deve ser encaminhada anualmente ao TCM, o Tribunal também pode promover o procedimento especial de tomada de contas, quando for constatada omissão no dever de prestar contas, ou a prática de ato que cause a perda, subtração, extravio ou dano em valores, bens e materiais do Município de São Paulo, por pessoa sujeita à jurisdição do Tribunal (LO, art. 24, § único; RI, art. 79). Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 8 37 Embora o regimento interno do TCM/SP não defina o termo prestação de contas, ele parece aplicar o mesmo conceito utilizado no âmbito do TCU, em que todos os processos de contas constituídos e submetidos regularmente àquela Corte são chamados de prestação de contas (IN TCU 63/2010). Por outro lado, quando um responsável é obrigado, por alguma disposição, a prestar contas, mas não o faz nos prazos legais, o TCM irá “tomar” as contas do responsável. O mesmo ocorrerá no caso de prática de ato que cause a perda, subtração, extravio ou dano em valores, bens e materiais do Município de São Paulo. Daí a designação tomada de contas. Assim, podemos dizer que, no âmbito do TCM/SP, as contas dos administradores e responsáveis subdividem-se em contas anuais e especiais. As contas anuais, também chamadas de ordinárias pela doutrina, são aquelas constituídas anualmente para apresentação ao Tribunal por seus jurisdicionados. Ao final de cada exercício financeiro, o responsável deverá “montar” o seu processo de contas e submetê-lo à apreciação e julgamento pela Corte de Contas. Já as contas especiais acontecem quando o responsável se omite no dever de prestar contas ou ainda quando causa dano ao erário. Nessas condições, a autoridade administrativa competente deverá instaurar uma tomada de contas especial. Também é possível que a tomada de contas seja instaurada por determinação do TC. Tais temas serão objeto de estudo adiante. Em linhas gerais, portanto, os processos de contas especiais ocorrem quando há omissão no dever de prestar contas ou ato que resulte dano ao erário. Prestação de contas Processos de contas Anuais ou ordinárias Apresentadas anualmente ao Tribunal Especiais Omissão no dever de prestar contas Perda, subtração, extravio ou dano ao erário Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 9 37 Obrigação de prestar contas § administradores públicos em geral § todos que gerenciarem recursos públicos § quem der causa a dano ao erário Observações § deverá prestar contas ao órgão repassador: § quem receber recursos por convênios ou instrumentos equivalentes; § quem receber recursos por adiantamento. Subdivisão § Anuais (ordinárias): prestadas anualmente pelos jurisdicionados (prestação de contas); § Especiais: omissão no dever de prestar contas; perda, subtração, extravio ou dano ao erário (tomada de contas). O Prefeito e o próprio tribunal também submetem suas contas ao TCM anualmente, porém não há julgamento pelo TC, mas apenas a emissão de parecer prévio para julgamento no Poder Legislativo. Por isso, trataremos do procedimento de apreciação dessas contas em separado. Sobre as pessoas que terão suas contas anualmente julgadas pelo TCM, o Regimento Interno detalha os procedimentos relativos às contas da Mesa da Câmara e das entidades da Administração Indireta, conforme explicaremos a seguir. 2.1.2 Contas anuais da Mesa da Câmara Conforme já vimos ao longo do curso, segundo a Lei Orgânica do Município de São Paulo, competiria ao TCM/SP apreciar não só as contas do Chefe do Poder Executivo e as do próprio Tribunal, mas também as da Mesa da Câmara Municipal, sendo todas julgadas pela Casa Legislativa. Contudo, pelo princípio da simetria, sabemos que a atribuição de emitir parecer prévio (função meramente opinativa) não alcança as contas anuais prestadas pela Mesa do Poder Legislativo. Nesse sentido, o STF considera inconstitucional que o Poder Legislativo julgue suas próprias contas, as quais devem ser efetivamente julgadas pelo Tribunal de Contas, por força do disposto no inc. II do art. 71 da CF. Nesse contexto, observamos que o regimento interno do TCM prevê os mesmos procedimentos para as contas anuais do Prefeito, as do próprio tribunal e as da Mesa da Câmara, mas o art. 73 dispõe que as contas da Mesa da Câmara são efetivamente julgadas pelo TCM, nos termos do art. 71, II, da Constituição Federal. Ou seja, regimento traz para as contas da Mesa da CM, que serão julgadas pelo TC, os mesmos procedimentos e prazos para as contas do Prefeito e do próprio Tribunal, quando não há julgamento pelo TC, mas apenas a emissão de parecer prévio para julgamento no Poder Legislativo. Portanto, vamos abordar aqui os procedimentos previstos no Capítulo VI doRegimento que entendemos aplicáveis às contas da Mesa da Câmara, retirando aqueles claramente relativos à emissão do parecer prévio. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 10 37 Primeiramente, o Presidente da Câmara Municipal de São Paulo deve enviar ao TCM, até o dia 31 de março, as contas da Mesa da CM relativas ao exercício anterior, em duas vias, compreendendo os seguintes documentos (RI, art. 68, §§1º e 2º): a) balanço geral; b) demonstrativos e anexo exigidos pela legislação pertinente; e c) relatório circunstanciado das gestões financeira, orçamentária e patrimonial. Se até o dia 31 de março, o Tribunal não tiver recebido as contas e o balanço geral, deverá representar à Câmara Municipal, para os fins de direito (LO, § único). No mesmo sentido, a Lei Orgânica do Município estabelece que compete privativamente à Câmara Municipal tomar e julgar as contas do Prefeito, da Mesa da Câmara Municipal e do Tribunal de Contas do Município (LOM, art. 14, XII). Já o regimento inclui a possibilidade de representação ao Ministério Público (RI, art. 68, § 3º). Dessa forma, não cabe ao TC tomar as contas da Mesa da CM de imediato em caso de omissão no dever de prestar contas. As contas anuais da Mesa serão então imediatamente autuadas e encaminhadas ao Conselheiro Relator, que as remeterá, mediante despacho, à Subsecretaria de Fiscalização e Controle, para instrução e análise (RI, art. 69). A instrução deverá ser concluída em 35 dias, quando o processo será remetido à Procuradoria da Fazenda Municipal, para manifestação no prazo de 10 dias. Após pronunciamento prévio da Secretaria Geral (sem prazo no RI), os autos serão encaminhados ao Relator (RI, art. 70). O Relator deverá apresentar seu relatório e voto, em sessão extraordinária especialmente convocada, no prazo total de 90 dias a contar do recebimento das contas (art. 71, caput). Nessa sessão extraordinária, o Plenário efetivamente julga as contas da Mesa da CM, decidindo por sua aprovação ou rejeição. Embora a competência para somente apreciar as contas prestadas anualmente pela Mesa da Câmara seja inconstitucional, vale o prazo de 120 dias para o julgamento das contas, contados do recebimento, disposto no mesmo art. 48, I, da LOM. Composição das contas Balanço geral do exercício Relatório circunstanciado das gestões financeira orçamentária patrimonial Demonstrativos e anexos exigidos pela legislação Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 11 37 2.1.3 Contas anuais da Administração Indireta Aqui observamos pequenas alterações no procedimento e composição das contas. O regimento interno determina que as entidades da Administração Indireta encaminharão suas contas anuais ao Tribunal, para julgamento, no prazo de até cinco meses contados do término do exercício financeiro correspondente. Ou seja, pelo regimento, essas entidades têm até o fim de maio para encaminhar suas contas do ano anterior ao TC (RI, art. 74). Contudo, a Lei Orgânica do Tribunal dispõe que as contas anuais das entidades da Administração Indireta devem ser remetidas ao TC em até 15 dias após a data da Assembleia Geral dos acionistas que aprovar o balanço. Considerando que o prazo legal prevalece sobre o regimental, observamos não há uma data limite fixa para todas essas entidades, devendo cada uma delas encaminhar sua prestação de contas em até 15 dias após aprovação do balanço em Assembleia Geral. Na prestação de contas enviadas anualmente ao TC devem ser incluídos todos os recursos orçamentários e extra orçamentários, gerados ou não pelas entidades cujas contas serão julgadas (art. 74, § único). A diferença entre receita orçamentária e receita extraorçamentária é assunto da disciplina de Administração Financeira e Orçamentária. De forma bem breve, a receita orçamentária é aquela que pode ser utilizada para custear a despesa pública. Por exemplo, os recursos arrecadados por meio de tributos são receitas orçamentárias. Por outro lado, a receita extraorçamentária constitui mero movimento de caixa, não fazendo parte do orçamento e não podendo ser utilizada para custear a despesa pública. Como exemplo temos os depósitos de fiança ou caução como garantia em um contrato administrativo. Esse recurso ingressará nos cofres públicos e, por isso, será objeto de lançamento; entretanto, ele ficará, em regra, apenas de forma transitória com a administração, uma vez que terá que ser devolvido, no caso de adimplemento contratual. Tanto os recursos orçamentários como os extraorçamentários devem ser registrados na prestação de contas. Isso porque, o Estado deverá guardar adequadamente a receita extraorçamentária, sob o risco de ter que responder pelo seu “sumiço”. Logo, a despeito de não servir para o custeio da despesa pública, a receita extraorçamentária deverá ser registrada e deverá constar nos demonstrativos adequados na prestação de contas anual. No caso das entidades da Administração Indireta, as contas deverão conter (RI, art. 75): a) o balanço geral do exercício findo, b) demonstrativos que expressem a situação da entidade, nos aspectos relativos às gestões econômica, financeira e patrimonial. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 12 37 As contas das entidades serão imediatamente autuadas e encaminhadas ao Conselheiro Relator, que as remeterá, mediante despacho, à Subsecretaria de Fiscalização e Controle, para instrução e análise (RI, art. 76). A fase de instrução e análise deverá ser concluída em até 90 dias, quando o processo será encaminhado à Procuradoria da Fazenda Municipal, para manifestação no prazo de 20 dias. Após pronunciamento prévio da Secretaria Geral, os autos serão encaminhados ao Relator (RI, art. 77). Em sessão extraordinária especialmente convocada, o Relator apresentará seu relatório e voto, submetendo-os ao Plenário, que decidirá pela aprovação ou rejeição das contas (RI, art. 78). Por fim, vale notar que o prazo total para julgamento das contas das entidades da administração indireta é de 180 dias, conforme art. 22, IV, da LO do TC. Processos de contas anuais (ordinárias) Jurisdicionado Mesa da Câmara Entidades da Adm. Indireta Apresentação e julgamento § apresentação: até 31/03 do ano seguinte;§ julgamento: até 120 dias contados do recebimento; § se não apresentar as contas no prazo: representação à CM ou ao MP; § apresentação: até 15 dias após aprovação do balanço em Assembleia Geral; § julgamento: até 180 dias contados do recebimento; § se não apresentar as contas no prazo: tomada de contas especial; Composição § balanço geral; § demonstrativos e anexo exigidos pela legislação pertinente; § relatório circunstanciado das gestões financeira, orçamentária e patrimonial. § o balanço geral; § demonstrativos que expressem a situação da entidade, nos aspectos relativos às gestões econômica, financeira e patrimonial. § Composição das contas Balanço geral do exercício Demonstrativos relativos às gestões econômica financeira patrimonial Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 13 37 1. (Cespe – Procurador/TC DF/2013-Adaptada) Em relação à prescrição administrativa e ao processo de investigação e julgamento de contas, julgue o item subsequente. No julgamento de contas de entidades da administração indireta submetidas ao TCM, serão apreciadas, entre outras, as contas públicas relativas a recursos extraorçamentários não geridos pela entidade ou unidade cujas contas estiverem sendo julgadas. Comentário: nas prestações de contas de entidades da administração indireta, devem ser incluídos todos os recursos orçamentários e extraorçamentários, geridos ou não pela entidade (RI, art. 74, parágrafo único). Gabarito: correto. 2. (Cespe – AUFC/TCU/2010-Adaptada) Com relação à legislação do TCM, julgue o item. Na prestação de contas, o administrador de entidade da administração indireta deve incluir somente os recursos orçamentários e os extraorçamentários por ela geridos. Comentário: mais uma? É, esse tema é repetitivo em provas. Por isso, você não pode errar! As contas de entidades da administração indireta serão anualmente submetidas a julgamento do Tribunal, sob a forma de prestação de contas. Nas prestações de contas, devem ser incluídos todos os recursos orçamentários e extraorçamentários, geridos ou não pela entidade (RI, art. 74, parágrafo único). Gabarito: errado. 3. (Estratégia Concursos – Inédita) Com relação ao RI do TCM, julgue o item. As contas anuais do Prefeito, da Mesa da Câmara Municipal e do próprio Tribunal serão submetidas ao Plenário, que emitirá parecer pela sua aprovação ou rejeição. Comentário: embora a LOM disponha que o TCM tem competência para apreciar as contas anuais do Prefeito, da Mesa da Câmara Municipal e do próprio Tribunal, destacamos mais uma vez que a atribuição de emitir parecer prévio não alcança as contas anuais prestadas pela Mesa do Poder Legislativo, visto que devem ser efetivamente julgadas pelo Tribunal de Contas, por força do disposto no inc. II do art. 71, da CF. Nesse sentido, o regimento interno do TC prevê que: Art. 73 - As contas anuais da Mesa da Câmara Municipal de São Paulo serão julgadas pelo Plenário, nos termos do artigo 71, II, da Constituição Federal. Gabarito: errado. 4. (Estratégia Concursos – Inédita) Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 14 37 Integram a prestação de contas anuais das entidades da administração indireta o balanço geral do exercício findo, acompanhado de demonstrativos que expressem a situação da entidade, nos aspectos relativos às gestões econômica, financeira e patrimonial. Comentário: ultimamente, não são tão comuns questões nesse estilo “decoreba”. Porém, temos que dar uma treinada mesmo assim. Então, vamos lá! Sobre a prestação de contas das entidades da administração indireta, o art. 75 do RI dispõe que “as contas consistirão no balanço geral do exercício findo, acompanhado de demonstrativos que expressem a situação da entidade, nos aspectos relativos às gestões econômica, financeira e patrimonial”. Então, está correta a nossa assertiva. Gabarito: correto. 5. (Estratégia Concursos – Inédita) A Mesa da Câmara Municipal e as entidades da administração indireta do município de São Paulo terão suas contas anualmente submetidas a julgamento do TCM, devendo encaminhá- las ao tribunal até o dia 31 de março do ano seguinte. Comentário: a primeira parte da questão está correta, uma vez que são a Mesa da Câmara e as entidades da administração indireta que deverão encaminhar suas contas anualmente ao TC para julgamento. Contudo, o prazo de encaminhamento mencionado se aplica apenas à Mesa da Câmara, devendo as entidades da administração indireta remeter suas contas ao TC até 15 dias após a aprovação do balanço em assembleia geral. Gabarito: errado. 2.1.4 Tomada de Contas Especial Existem diversas pessoas que possuem o dever de prestar contas. Agora, imagine que algum responsável não faça a sua prestação de contas no prazo previsto; ou, então, imagine que a pessoa tenha cometido algum ato que gere prejuízo ao erário. Nessas condições, deverá ser4 instaurada a tomada de contas especial, que é o procedimento destinado a apurar os fatos, identificar os responsáveis e quantificar o dano, com base na escrituração, documentos contábeis, informações e outros dados (RI, art. 79). 4 Apesar da utilização da expressão impositiva “deverá ser”, nós vamos ver adiante que nem sempre será instaurada a tomada de contas especial, uma vez que existem outras medidas administrativas prévias. Porém, se as medidas administrativas não resolverem a situação, haverá o dever de instaurar a tomada de contas especial. O quê? apurar os fatos Quem? identificar os responsáveis Quanto? quantificar o dano Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 15 37 As regras sobre a tomada de contas especial constam nos arts. 79 a 84 do Regimento Interno, que vamos utilizar como referência para explicar o assunto. Então, vamos detalhar os conceitos. A tomada de contas especial será instaurada diante das seguintes situações: a) omissão no dever de prestar contas; b) prática de ato que cause a perda, subtração, extravio ou dano em valores, bens e materiais do Município de São Paulo, por pessoa sujeita à jurisdição do Tribunal. Segundo o Regimento do TC, o tribunal determinará a instauração da Tomada de Contas à autoridade administrativa encarregada do controle interno, no caso de não ter sido o procedimento instaurado “ex officio”, para a apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do dano, na forma estabelecida em Instrução normativa, fixando prazo para cumprimento da determinação (art. 80). Ou seja, se o órgão ou entidade não tiver instaurado o procedimento de ofício, o TCM determinará que o controle interno instaure a tomada de contas especial. Se não promovido pelo controle interno no prazo fixado, o procedimento da tomada de contas será instaurado por proposta do Conselheiro Relator, acolhida pela Câmara ou Plenário. O Relator presidirá a instrução do processo, determinando a intimação do responsável e outras providências consideradas necessárias, fixando prazos para atendimento das diligências. Ao final da instrução, submeterá o feito ao Plenário ou à Câmara respectiva, para decisão de mérito. (RI, arts. 83 e 84) Percebemos,portanto, que a competência para instaurar a tomada de contas especial é da “autoridade administrativa”, que é dirigente do órgão ou entidade no qual ocorreu o fato ensejador de apuração. Porém, se a autoridade não adotar as medidas para a instauração, o Tribunal determinará ao controle interno a instauração de tomada de contas especial, fixando prazo para cumprimento dessa decisão. Logo, o processo de tomada de contas especial poderá ser instaurado por determinação: (i) da autoridade administrativa/controle interno; (ii) do Tribunal, no caso de omissão da autoridade administrativa competente. Ademais, o processo de tomada de contas especial, em regra, divide-se em duas fases: a) fase interna; b) fase externa. Tomada de contas especial Omissão no dever de prestar contas Prática de ato que cause dano ao erário Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 16 37 A fase interna tramita dentro do órgão ou entidade jurisdicionado, inclusive com a participação do controle interno. Logo, esta fase é composta por todos os atos que vão desde a instauração até o momento da remessa dos autos para o TC. Por outro lado, a fase externa tem início com a remessa do processo ao Tribunal de Contas e culmina com o julgamento das contas. Logo, a fase externa é aquela fase que se processa no Tribunal. Nessa fase, portanto, teremos efetivamente um litígio, ou seja, teremos partes que poderão exercer o contraditório e a ampla defesa. Em termos bem simples, na fase interna as autoridades administrativas e o controle interno realizam a apuração dos fatos; na fase externa o TC analisa a tomada de contas especial e realiza o seu julgamento. Dessa forma, o rito completo de uma tomada de contas especial, após todas as medidas ao alcance da autoridade administrativa e do órgão do controle interno estiverem esgotados, a tomada de contas especial será encaminhada ao Tribunal para julgamento (RI, art. 82). Imagine o seguinte: uma organização da sociedade civil – OSC recebeu recursos públicos da Secretaria de Educação para a implementação de um programa de interesse social. Após o término do prazo para a conclusão do programa, o responsável da OSC não realizou a prestação de contas. Ele foi notificado diversas vezes pelo Secretário e, mesmo assim, não prestou contas. Nesse caso, o Secretário de Educação deverá determinar a instauração da tomada de contas especial, de ofício, para os fins legais cabíveis. Agora, imagine que o Secretário não determinou a instauração da tomada de contas especial. Simplesmente, ele “não fez nada”. Nesse caso, quando tomar ciência do caso, o Tribunal de Contas determinará ao controle interno a instauração da tomada de contas especial, fixando prazo para o cumprimento da determinação. Se o controle interno, por sua vez, não promover a tomada de contas no prazo fixado, o procedimento especial será instaurado pelo próprio TCM, por proposta do Conselheiro Relator, desde que acolhida pela Câmara ou Plenário. No caso do exemplo, tanto o controle interno, quanto o Secretário, poderão responder solidariamente com os responsáveis da OSC. Voltando ao regimento, observamos que os procedimentos de tomada de contas, instaurados por determinação da autoridade administrativa ou do Tribunal, deverão conter os mesmos elementos exigidos à análise das prestações de contas, acrescidos de cópia do relatório da Comissão de Sindicância ou de Inquérito, se for o caso, além de outras peças que permitam aferir a responsabilidade pelo prejuízo causado (art. 81). A nosso ver, os mesmos elementos exigidos à análise das prestações de contas, tais como balanços gerais e demonstrativos, somente se aplicariam nos casos de tomadas de contas instauradas em razão da omissão no dever de prestação de contas. Assim, se uma entidade da administração indireta não apresentar suas contas ao TC no prazo legal, o tribunal determinará à autoridade administrativa encarregada do controle interno que instaure a tomada de contas especial, contendo a documentação que a entidade deveria ter apresentado, voluntariamente, como prestação de contas. Já no caso de prática de ato que cause a perda, subtração, extravio ou dano ao erário municipal por um servidor da Prefeitura, por exemplo, a tomada de contas especial deverá ser instruída com Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 17 37 cópia do relatório da Comissão de Sindicância ou de Inquérito, conforme o caso, e qualquer documento que permita aferir a responsabilidade pelo prejuízo causado. A instauração da tomada de contas especial, apesar de ser uma obrigação da autoridade competente, é, na verdade, uma medida de exceção. A tomada de contas especial é basicamente “a última força” a ser utilizada. Antes, no entanto, a autoridade deverá adotar medidas administrativas internas, tais como diligências, notificações, comunicações, sindicâncias ou outros procedimentos. Isso porque, em regra, a própria autoridade administrativa dispõe dos meios para apurar os fatos e obter o ressarcimento, ainda que por meios judiciais. Imagine que um motorista de determinado órgão público, por uma conduta imprudente, bata o carro oficial, causando uma série de prejuízos sem cobertura da seguradora. Nessa situação, o motorista terá que ressarcir o erário dos prejuízos causados. A própria autoridade pública poderá instaurar, por exemplo, uma sindicância para apuração dos fatos e levantamento do prejuízo. Após as apurações, a autoridade poderá lavrar um termo para a regularização da situação. Se o motorista aceitar as condições de ressarcimento, que poderão até ser parceladas, bastará que a autoridade acompanhe se os pagamentos estão sendo realizados. Por outro lado, se o motorista não efetuar o ressarcimento, é possível encaminhar o processo para o setor jurídico competente, que, observando as exigências legais, poderá realizar a cobrança judicial.5 Portanto, em regra, a própria autoridade dispõe de meios para obter o ressarcimento, motivo pelo qual a instauração de tomada de contas especial deve ser uma medida de exceção. Tomada de contas especial Objetivos § apurar os fatos; § identificar os responsáveis; 5 Lembrando que o Tribunal de Contas não executa a cobrança, mas apenas emite um acórdão com eficácia de título executivo. Nesse caso, se não houver a quitação voluntária, a procuradoria da entidade terá que mover uma ação judicial decobrança. Portanto, no final das contas, a efetiva cobrança acabará recaindo, em qualquer caso, nas mãos da procuradoria competente. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 18 37 § quantificar o dano. Quando § omissão no dever de prestar contas; § prática de ato que implique perda, subtração, extravio ou dano ao erário Competência § autoridade administrativa/controle interno; § determinação do Tribunal; Características § medida de exceção: primeiro deve esgotar as medidas administrativas; § fases: interna e externa. 6. (Cespe – Procurador/TCU/2015-Adaptada) Julgue o item de acordo com a LOM-SP, a LO e o RI-TCM/SP. O TC julgará as tomadas e prestações de contas até o término do exercício em que lhe tiverem sido apresentadas, prorrogáveis por mais trinta dias. Comentário: o Tribunal julgará prestações de contas em até 120 dias, no caso da Mesa da Câmara Municipal, ou em até 180 dias, no caso das entidades da administração indireta (LOM, art. 48, I; LO, art. 22, IV). Não foram fixados, na legislação mencionada, prazos para julgamento das tomadas de contas especiais e das demais prestações de contas. Gabarito: errado. 7. (Cespe – Analista Legislativo/Câmara dos Deputados/2014-Adaptada) Acerca da fiscalização das contas dos entes públicos, julgue o próximo item. A tomada de contas especial deve ser encaminhada ao TCM até cento e oitenta dias após o término do exercício financeiro em que tiver sido instaurada. Comentário: conforme previsão do art. 80 do RI-TCM, o prazo de encaminhamento da tomada de contas especial será fixado na própria decisão que determinar sua instauração. Gabarito: errado. 8. (Cespe – Técnico do MPU/MPU/2010-Adaptada) Acerca da atuação do sistema de controle da gestão no âmbito da administração pública, julgue o item que se segue. Diante da ocorrência de extravio ou dano de bens ou valores públicos, a responsabilidade para adotar providências com vistas à instauração da tomada de contas especial cabe inicialmente à autoridade administrativa. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 19 37 Comentário: isso mesmo. Diante da omissão no dever de prestar contas e da prática de ato que cause a perda, subtração, extravio ou dano em valores, bens e materiais do Município de São Paulo, a autoridade administrativa competente deverá adotar providências, com vista à instauração de tomada de contas especial, para apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do dano. Essa responsabilidade está implícita no art. 80 do RI: Art. 80 - O Tribunal determinará a instauração da Tomada de Contas à autoridade administrativa encarregada do controle interno, no caso de não ter sido o procedimento instaurado “ex officio”, para a apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do dano, na forma estabelecida em Instrução normativa, fixando prazo para cumprimento da determinação. Gabarito: correto. 9. (Cespe – Analista Administrativo/TCE ES/2013) Os objetivos do processo de tomadas de contas especiais incluem a) auditar as contas públicas, identificar fraudes e sentenciar os culpados. b) apurar quanto foi o prejuízo ao erário, identificar os responsáveis e apurar o fato ocorrido. c) apurar os fatos, quantificar os danos e sentenciar os responsáveis. d) apurar os fatos, sentenciar os responsáveis e recuperar os valores desviados. e) apurar quanto foi o prejuízo ao erário, identificar os responsáveis e recuperar os valores desviados. Comentário: as alternativas A, C e D estão erradas, pois não há que se falar em “sentenciar” os culpados ou responsáveis. O TC, em tomada especial de contas, não “audita” as contas públicas e nem profere sentença, que é uma decisão própria do Poder Judiciário. Vale lembrar que “auditoria” é um procedimento de fiscalização. Já o erro da alternativa E é dizer que o objetivo da tomada de contas especial é recuperar os valores desviados, o que não procede. Ela é um instrumento que será utilizado nessa recuperação, mas a tomada não recupera, por si só, os valores desviados. Nesse sentido, que a tomada especial de contas tem por objetivo a apuração dos fatos, a identificação dos responsáveis e a quantificação do dano (RI, art. 80). Gabarito: alternativa B. 10. (Cespe – Auditor/TCE ES/2012-Adaptada) No que concerne à responsabilidade do administrador público, julgue o item que se segue. Tomada de contas especial só deve ser adotada pelo administrador público, independentemente das providências administrativas internas, para ressarcimento do dano provocado ao erário e do seu montante, sob pena de responsabilidade solidária. Comentário: a tomada de contas especial deve ser instaurada pelo administrador para apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do dano, na forma do art. 80 do RI. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 20 37 Entretanto, a instauração de tomada de contas depende da prévia realização de medidas administrativas, como a notificação do responsável para que apresente as contas. Por isso que o quesito está incorreto. Gabarito: errado. 11. (Estratégia Concursos – Inédita) A tomada de contas especial somente será instaurada caso haja omissão no dever de prestar contas, no prazo determinado pela legislação. Comentário: não é somente a omissão no dever de prestar contas que enseja a instauração da tomada de contas especial. O RI (art. 79) diz que também enseja esse procedimento especial a prática de ato que cause a perda, subtração, extravio ou dano em valores, bens e materiais do Município de São Paulo. Gabarito: errado. 12. (Estratégia Concursos – Inédita) Segundo o RI do TCM-SP, a tomada especial de contas será instaurada pelo TC sempre que houver omissão no dever de prestar contas ou a prática de ato que cause a perda, subtração, extravio ou dano em valores, bens e materiais do Município de São Paulo. Comentário: de acordo com o art. 79 do RI, o procedimento especial de Tomada de Contas será instaurado quando for constatada omissão no dever de prestar contas, ou a prática de ato que cause a perda, subtração, extravio ou dano em valores, bens e materiais do Município de São Paulo, por pessoa sujeita à jurisdição do Tribunal. Até aqui, tudo certo. Mas, considerando apenas as previsões regimentais, o erro da questão está na palavra “sempre”, uma vez que a instauração de tomada de contas especial pelo TCM só ocorrerá em último caso, na sequência dos seguintes eventos (RI, arts 80, 83 e 84): a) autoridade administrativa encarregada do controle interno não tiver instaurado de ofício; e b) não promovida pelo controle interno no prazo fixado por determinação do TC; e c) a proposta de instauração feita pelo Relator for acolhida pelo Plenário ou Câmara. Gabarito: errado. 13. (Estratégia Concursos – Inédita) A tomada de contas especial será instaurada por determinação da autoridade administrativa competente. Porém, sua omissão acarreta a determinação da instauração, pelo TCM, ao controle interno. Comentário: os procedimentos de Tomada de Contas podem ser instaurados por determinação da autoridade administrativa ou do Tribunal (RI, art. 81). De fato, no caso de o procedimento não ter sido instaurado de ofício pela autoridade competente, o TCM determinará ao controle interno a instauração da tomada de contas, fixando prazo para o cumprimento da determinação (RI, art. 80). Gabarito: correto. Herbert Almeida, Time Herbert AlmeidaAula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 21 37 14. (Estratégia Concursos – Inédita) Somente na instrução do processo de tomada de contas especial instaurada pelo próprio TCM, o relator poderá determinar as providências que entender necessárias, inclusive a intimação do responsável antes de submeter o feito ao colegiado. Comentário: segundo o art. 84 do regimento, o Conselheiro Relator presidirá a instrução do processo, determinando a intimação do responsável e outras providências consideradas necessárias, fixando prazos para atendimento das diligências, após o que submeterá o feito ao Plenário ou à Câmara respectiva, para decisão de mérito. Esse dispositivo trata da fase externa do processo de tomada de contas especial em geral, e não apenas o instaurado pelo próprio TC. Portanto, a palavra “somente” tornou a assertiva incorreta. Gabarito: errado. 15. (Estratégia Concursos – Inédita) Julgue o item de acordo com o RI-TCM/SP. O procedimento de tomada de contas especial, a fim de apurar de fatos e aferir as responsabilidades, terá como base a escrituração, documentos contábeis, informações e outros dados. Comentário: questão perfeita, de acordo com a primeira parte do art. 79 do Regimento: Art. 79 - O procedimento especial de Tomada de Contas, para a apuração de fatos e aferição de responsabilidades, com base na escrituração, documentos contábeis, informações e outros dados, será instaurado quando for constatada omissão no dever de prestar contas, ou a prática de ato que cause a perda, subtração, extravio ou dano em valores, bens e materiais do Município de São Paulo, por pessoa sujeita à jurisdição do Tribunal. Gabarito: correto. 16. (Estratégia Concursos – Inédita) Caso se constate esquema de desvio de recursos públicos em obra custeada pela cidade de São Paulo, a empresa contratada não será alcançada pela tomada de contas especial instaurada para apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do dano, por se tratar de pessoa jurídica alheia à administração pública que não possui o dever de prestar contas ao TCM. Comentário: a situação abordada na questão realmente se enquadra nos casos de instauração de tomada de contas especial, por se tratar de ato que causou extravio de recursos municipais. Por outro lado, já vimos que todo aquele que causar prejuízo ao erário, ainda que não faça parte da administração pública, estará sujeito à jurisdição da Corte de Contas (LO, art. 24, II). Portanto, não está correta a afirmação de que a empresa contratada não seria alcançada pela tomada de contas especial. Gabarito: errado. 17. (Estratégia Concursos – Inédita) Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 22 37 Segundo o regimento do TCM, as tomadas de contas especiais deverão conter os elementos exigidos à análise das prestações de contas, cópia do relatório da Comissão de Sindicância ou de Inquérito, se for o caso, além de outros documentos que permitam apurar a responsabilidade pelo prejuízo causado. Comentário: o item está certo, conforme o art. 81 do RI: Art. 81 - Os procedimentos de Tomada de Contas, instaurados por determinação da autoridade administrativa ou do Tribunal, deverão conter os elementos exigidos à análise das prestações de contas, acrescidos de cópia do relatório da Comissão de Sindicância ou de Inquérito, se for o caso, além de outras peças que permitam aferir a responsabilidade pelo prejuízo causado. Gabarito: correto. 2.2 APRECIAÇÃO DAS CONTAS PRESTADAS PELO PREFEITO E PELO PRÓPRIO TCM Como já mencionamos, o rito de processamento das contas do Prefeito e do próprio tribunal é praticamente o mesmo que estudamos acima para as contas da Mesa da Câmara Municipal. Só não é idêntico porque o TC não julga as contas do Prefeito e do próprio tribunal, mas apenas emite parecer prévio. Ademais, lembramos que a apreciação das contas do Prefeito recebe disposições próprias na Constituição Federal (por simetria) e na Lei Orgânica do Município de São Paulo. Este assunto já foi estudado ao longo do nosso curso, mas agora vamos ver os detalhes, conforme prevê o Regimento Interno e a Lei Orgânica do TCM. Só lembrando o rito geral: O Prefeito e o próprio tribunal deverão apresentar ao TCM a sua prestação de contas, relativa ao ano anterior, até o dia 31 de março (LOM, art. 48, I). No caso do Prefeito, as contas do Executivo deverão ser encaminhadas em duas vias (RI, art. 68, §2º). A Lei Orgânica do TCM dispõe que, se o tribunal não tiver recebido as contas até o dia 31 de março, representará à Câmara Municipal, para fins de direito, enquanto o regimento interno inclui a possibilidade de representação ao Ministério Público (LO, art. 25, §único; RI, art. 68, §3º). A contar da data do recebimento das contas, o Tribunal deve elaborar parecer prévio informativo e enviar à Câmara Municipal no prazo máximo de 120 dias, já contando eventuais diligências e apreciação definitiva de recursos administrativos nesse prazo. O mesmo se aplica às contas do próprio tribunal. Segundo a Lei Orgânica do TCM, que não menciona as contas do próprio tribunal, o parecer sobre as contas do Prefeito consiste em apreciação geral e fundamentada das contas do exercício financeiro e concluirá pela sua aprovação ou rejeição. Caso conclua pela rejeição, o Tribunal deverá especificar os itens impugnados, ou seja, os itens que motivaram a rejeição. Também observamos que o parecer compreende os atos e contratos apreciados no decorrer do exercício financeiro, e que hajam envolvido despesa pública – o que não impede o posterior exame de atos e contratos eventualmente não apreciados e dos quais tenha decorrido despesa no exercício em questão (LO, art. 27). Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 23 37 Por exemplo, na apreciação das contas do Prefeito referentes ao exercício de 2017, também foram abordados os atos e contratos que geraram despesa naquele ano e tinham sido objeto de apreciação pelo TCM. Vamos supor que o Tribunal emitiu, em 2018, parecer prévio pela aprovação das contas de 2017, contemplando os contratos X, Y e Z. Se, em 2019, o tribunal receber uma denúncia sobre pagamentos indevidos, realizados em 2017 em função do Contrato W, o fato de já ter emitido parecer prévio sobre as contas de 2017 não impede o exame do Contrato W. Os pareceres prévios sobre as contas do chefe do Executivo e as do próprio TCM, acompanhados do respectivo relatório, serão remetidos à Câmara Municipal, que é quem tem a competência para julgar anualmente as contas prestadas pelo Prefeito e pelo próprio TCM (LOM, art. 14, XII). Segundo a Lei Orgânica do Município, a Câmara tem o prazo de 120 dias, constados do recebimento do parecer prévio, para realizar o julgamento das contas, sob pena de ficarem sobrestadas (suspensas) todas as demais deliberações (LOM, art. 48, § 6º). Embora em municípios de grande porte, como São Paulo, o chefe do Executivo geralmente se encarregue apenas de atividades de natureza política (relativos às contas de governo), delegando aos seus secretários as funções meramente administrativas (referentes às contasde gestão), notamos que a LO incluiu no parecer prévio sobre as contas anuais do Prefeito eventuais atos de gestão apreciados no exercício. Aproveitamos para lembrar que, ao contrário do que entende a doutrina especializada em controle externo, este é o posicionamento do STF, conforme RE 848.826. Para o Supremo, os tribunais de contas estaduais ou municipais não podem julgar as contas dos prefeitos municipais, limitando-se a emitir parecer prévio, seja em relação aos atos de governo como aos atos de gestão. Vale dizer: para o STF, os tribunais de contas não julgam as contas dos prefeitos municipais, nem mesmo se for uma conta decorrente de ato de gestão. Nesse caso, a competência para julgar é sempre da câmara municipal. Mas o que são as tais contas anuais do prefeito e do próprio TC? Elas contêm os mesmos documentos que estudamos sobre as contas da Mesa da Câmara (RI, art. 68, §1º): d) balanço geral; e) demonstrativos e anexo exigidos pela legislação pertinente; e f) relatório circunstanciado das gestões financeira, orçamentária e patrimonial. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 24 37 Agora vamos ao rito dentro do TCM, desde o recebimento das contas até a emissão do parecer. A primeira parte já vimos quando falamos das contas da Mesa da CM, mas vamos repetir para que você tenha noção do rito de processamento das contas do Prefeito e do próprio tribunal como um todo, e não apenas da parte referente ao parecer prévio. As contas anuais do Prefeito e do próprio TC serão imediatamente autuadas e encaminhadas ao Conselheiro Relator, que as remeterá, mediante despacho, à Subsecretaria de Fiscalização e Controle, para instrução e análise (RI, art. 69). A instrução deve ser concluída em 35 dias, quando o processo será remetido à Procuradoria da Fazenda Municipal, para manifestação no prazo de 10 dias. Após pronunciamento prévio da Secretaria Geral (sem prazo no RI), os autos são encaminhados ao Relator (RI, art. 70). Em até 90 dias contados do recebimento das contas, o Relator deve apresentar seu relatório e voto, em sessão extraordinária, especialmente convocada em tempo hábil a possibilitar a análise pelo Plenário (RI, art. 71, caput). O relatório sobre as contas anuais compreende (RI, art. 71, §1): a) a apreciação da execução orçamentária, financeira, patrimonial e operacional, levando em conta os elementos de instrução obtidos pelos órgãos técnicos; b) a análise do balanço apresentado. Já o voto deve apresentar a conclusão pela aprovação ou rejeição das contas, especificando os itens impugnados no caso de rejeição (RI, art. 71, §2º). Na sessão de apreciação das contas, o Plenário delibera e emite o parecer prévio pela sua aprovação ou rejeição, devendo também indicar os itens impugnados caso decida pela rejeição (RI, art. 72). O parecer é então assinado pelo Presidente, pelo Relator e demais Conselheiros presentes à sessão, anexado ao processo e publicado no Diário Oficial da Cidade. Em seguida, o processo original, com o parecer prévio encartado, é imediatamente encaminhado à Câmara Municipal de São Paulo. Qualquer ato ou incidente processual estranho a esse procedimento não suspende o seu curso e será objeto de autos apartados (RI, art. 72, §§1º e 2º). Destacamos que, conforme a Constituição Federal, a Lei Orgânica do Município estabelece que a Câmara Municipal só pode rejeitar o parecer prévio do TC por decisão de dois terços dos seus membros (LOM, art. 40, §5º, I). Composição das Contas Balanço geral do exercício Demonstrativos e anexos exigidos pela legislação Relatório circunstanciado das gestões financeira orçamentária patrimonial Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 25 37 Ademais, observamos que a Lei Orgânica do TC determina que o tribunal deve enviar ao Prefeito uma cópia do relatório e do parecer sobre suas contas (LO, art. 28). Por fim, o regimento estabelece que contra o parecer prévio cabe apenas o pedido de reexame, uma única vez e sem efeito suspensivo. Não vamos nos aprofundar sobre isso aqui, pois estudaremos os recursos na próxima aula. O Regimento não dispõe sobre as hipóteses de rejeição das contas, mas podemos citar como exemplos que acarretariam um parecer prévio pela rejeição das contas: a não aplicação do mínimo em saúde e educação, o não atingimento das metas fiscais ou descumprimento dos limites da LRF. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce FABIO Realce 26 37 Contas do Prefeito e do próprio TCM Procedimento básico § Prefeito e próprio TC apresentam suas contas: até dia 31 de março; § TCM emite parecer prévio: 120 dias, a contar do recebimento; § CM julga as contas. Competência do TCM § apreciar as contas anuais do Prefeito e do próprio TC; § emitir parecer prévio. Composição das contas § balanço geral; § demonstrativos e anexo exigidos pela legislação pertinente; e § relatório circunstanciado das gestões financeira, orçamentária e patrimonial. Procedimento § Contas são autuadas e encaminhadas ao Relator; § Relator encaminha à Subsecretaria de Fiscalização e Controle p/ instrução; § Procuradoria da Fazenda Municipal se manifesta; § Autos remetidos ao Relator, com pronunciamento da Secretaria Geral; § Relator elabora o relatório e voto (proposta de parecer); § Plenário delibera e emite o parecer prévio, com proposta de aprovação ou rejeição das contas; § O processo é enviado à CM para julgamento. 18. (Cespe – AUFC/TCU/2011-Adaptada) Julgue o próximo item, referente aos sistemas de controle na administração pública brasileira e ao TC. Caso sejam constatadas irregularidades nas contas do Prefeito, o TC deverá emitir parecer prévio pela rejeição dessas contas, o que tornará o chefe do Poder Executivo inelegível para as eleições que se realizarem nos oito anos subsequentes à emissão da referida peça técnica. Comentário: ao Tribunal de Contas compete, na forma estabelecida no Regimento Interno, apreciar as contas prestadas anualmente pelo Prefeito, mediante parecer prévio a ser elaborado em 120 dias, a contar de seu recebimento. A legislação prevê que, aqueles que tiverem suas contas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, ficarão inelegíveis pelos oito anos seguintes, contados a partir da data da decisão. Não cabe ao TC, contudo, declarar a inelegibilidade.O Tribunal apenas julga as contas e envia as informações aos órgãos competentes da Justiça Eleitoral. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 27 37 Gabarito: errado. 19. (Cespe – ACE/TCE PE/2017-Adaptada) Tendo como referência a LOM e as normas do Regimento Interno do TCM, julgue o item subsecutivo. As contas prestadas anualmente pelo prefeito de São Paulo serão apreciadas pelo plenário do TCM/SP, mediante parecer prévio. Comentário: segundo o art. 48, I, da LOM, compete ao tribunal apreciar as contas prestadas anualmente pelo Prefeito e pelo próprio tribunal, que serão apresentadas obrigatoriamente até 31 de março de cada exercício, mediante parecer prévio informativo. O Regimento Interno, por sua vez, dispõe no art. 72, que as contas anuais do Prefeito e do próprio Tribunal serão submetidas ao Plenário, que decidirá, emitindo parecer pela sua aprovação ou rejeição. Gabarito: correto. 20. (Cespe – Técnico Jurídico/TCE-RN/2015 – Adaptada) Na prestação de contas que o TCM deve fazer anualmente à Câmara Municipal, deverão estar incluídos o balanço geral, acompanhado dos demonstrativos e anexo exigidos pela legislação pertinente, e relatório circunstanciado das gestões financeira, orçamentária e patrimonial, bem como o parecer prévio emitido pelo próprio tribunal. Comentário: o tribunal presta contas anualmente à CM, que é quem detém a competência para julgá-las (LOM, art. 14, XII). Mas, antes de encaminhá-las à CM, o Plenário deve emitir parecer prévio informativo sobre as contas, que “consistirão no balanço geral do exercício, acompanhado dos demonstrativos e anexos exigidos pela legislação pertinente, bem como do relatório circunstanciado das gestões financeira, orçamentária e patrimonial” (RI, art. 68, §1º). Após a emissão do parecer prévio, os autos originais contendo toda essa documentação e demais documentos gerados no procedimento de apreciação das contas previsto nos arts. 68 a 72 do RI, incluindo o parecer, serão encaminhados à Câmara Municipal. Portanto, a questão está correta. Gabarito: correto. 21. (Estratégia Concursos – Inédita) As contas anuais do Prefeito e do próprio tribunal serão imediatamente autuadas e encaminhadas ao Conselheiro Relator. Após instrução pela Subsecretaria de Fiscalização e Controle, manifestação da PFM e pronunciamento da Secretaria Geral, os autos serão encaminhados ao Relator, que terá mais 90 dias para apresentar seu relatório e voto ao Plenário. Comentário: o Relator de fato elabora seu relatório e voto após manifestação da Subsecretaria de Fiscalização e Controle, da PFM e da Secretaria Geral. Contudo, o Relator não possui mais 90 dias após tais manifestações para apresentar o relatório e o voto, conforme art. 71 do RI: Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 28 37 Art. 71 - Em sessão extraordinária especialmente convocada em tempo hábil a possibilitar a análise da matéria pelo Plenário, no prazo total de 90 (noventa) dias a contar do recebimento das contas, o Relator apresentará seu relatório e voto. Ou seja, o Relator deve apresentar seu relatório e voto ao Plenário em até 90 dias do recebimento das contas, prazo em que já estão incluídas as manifestações anteriores da Subsecretaria de Fiscalização e Controle (35 dias), da PFM (10 dias) e da Secretaria Geral. Gabarito: errado. 22. (Estratégia Concursos – Inédita) Compete ao TCM apreciar as contas prestadas anualmente pelo Prefeito, mediante parecer prévio, que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento. Comentário: o TCM não segue o prazo de 60 dias fixado no art. 71, I, da CF, pois a Lei Orgânica do Município de São Paulo estabeleceu o prazo de 120 dias para emissão do parecer prévio sobre as contas do Prefeito e remessa à Câmara Municipal (LOM art. 48, I). Gabarito: errado. 23. (Estratégia Concursos – Inédita) O Tribunal de Contas emitirá parecer prévio sobre as contas anuais prestadas pelo Prefeito, no prazo de noventa dias, contados do seu recebimento. Comentário: embora o art. 19, I, da LO estabeleça que compete ao Tribunal dar parecer sobre as contas prestadas pelo Prefeito no prazo de 90 dias, e o art. 26 fale em 60 dias, temos que lembrar que o prazo foi alterado para 120 dias na Lei Orgânica do Município (LOM, art. 48,I). Portanto, o prazo correto é de cento e vinte dias, e não noventa. Gabarito: errado. 24. (Estratégia Concursos – Inédita) O Tribunal de Contas tem o prazo de 120 dias para apreciar e emitir parecer prévio das contas do Prefeito, sendo que desse total, 35 dias competem à instrução pela Subsecretaria de Fiscalização e Controle, e a Procuradoria da Fazenda Municipal possui 10 dias para manifestação. Comentário: isso mesmo. O prazo do TCM é de 120 dias do recebimento das contas (LOM, art. 48, I). No Regimento Interno, temos os prazos de manifestação da Subsecretaria de Fiscalização e Controle (35 dias) e da Procuradoria da Fazenda Municipal (10 dias), antes da elaboração do relatório e voto do Relator, os quais serão levados ao Plenário para deliberação e emissão do parecer prévio (RI, arts. 69 a 71). Gabarito: correto. 25. (Estratégia Concursos – Inédita) O Prefeito de São Paulo deverá prestar suas contas relativas ao ano anterior no prazo de 60 dias após a abertura da sessão legislativa da Câmara Municipal. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 05 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 29 37 Comentário: o Prefeito deverá apresentar a sua prestação de contas ao TCM até o dia 31 de março (LOM, art. 48, I). Gabarito: errado. 26. (Estratégia Concursos – Inédita) O Relator das contas anuais do Prefeito deve apresentar seu relatório e voto ao Plenário, em sessão extraordinária especialmente convocada, no prazo de 90 dias úteis, a contar do recebimento das contas. Comentário: a questão está corretíssima, conforme art. 71 do RI: Art. 71 - Em sessão extraordinária especialmente convocada em tempo hábil a possibilitar a análise da matéria pelo Plenário, no prazo total de 90 (noventa) dias a contar do recebimento das contas, o Relator apresentará seu relatório e voto. O prazo de 90 dias úteis pode gerar alguma dúvida, mas lembre-se que já vimos que os prazos em dias referidos no regimento “serão contados em dias úteis, procedendo-se à sua contagem com a exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento” (art. 119). Gabarito: correto. 27. (Estratégia Concursos – Inédita) O Tribunal emitirá parecer prévio informativo sobre as contas prestadas anualmente pelo Prefeito e pelo próprio tribunal, no prazo máximo de 120 dias úteis, contados da data de seu recebimento. Comentário: agora temos uma pegadinha. Considerando o comentário da questão anterior, você pode ter pensado que a questão está correta, uma vez que o prazo para emissão do parecer prévio é mesmo de 120 dias. Porém, esse prazo está definido na LOM e não é mencionado no regimento interno. Assim, a contagem em dias úteis não se aplica! Esse é o único erro na assertiva. Gabarito: errado. 28. (Estratégia Concursos – Inédita) Caso ocorra qualquer incidente processual estranho ao procedimento previsto no regimento de emissão do parecer prévio sobre as contas do prefeito, o processo será suspenso até a adoção das medidas necessárias. Comentário: após a emissão do parecer prévio pelo Plenário, ele será assinado pelo Presidente, pelo Relator e demais Conselheiros presentes à sessão, anexado ao processo e publicado no Diário Oficial da Cidade, encaminhando-se em seguida os autos originais, ao qual foi encartado, à Câmara Municipal de
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