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MUDE SUA VIDA! 
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SUMÁRIO 
COMPETÊNCIA ................................................................................................................................................... 2 
CRITÉRIO RATIONE PERSONAE .................................................................................................................. 2 
 
 
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COMPETÊNCIA 
CRITÉRIO RATIONE PERSONAE 
Aqui é importante se perguntar: O RÉU POSSUI FORO POR PRERROGATIVA DE 
FUNÇÃO? 
Algumas autoridades, em razão da função do cargo, serão julgadas diretamente por um 
tribunal. Isso em decorrência do que se chama prerrogativa de foro de função. Dentre as 
relações de poderes, o STF julga crimes da alçada Penal, Eleitoral e até mesmo Militar. É 
importante salientar que a competência do Tribunal de Justiça (TJ) e do Tribunal Regional 
Federal (TRF) é excepcionada pela competência do Tribunal Regional Eleitoral para o 
julgamento das infrações eleitorais. Atenção especial também deve se dar aos VEREADORES, 
os quais NÃO DETÉM NENHUM TIPO DE PRERROGATIVA atribuída pela Constituição 
Federal, apenas a imunidade parlamentar. 
 
•PODER EXECUTIVO
•Presidente da República
•Vice-Presidente
•Ministros de Estado (Crimes Comuns + Responsabilidade)
•PODER LEGISLATIVO
•Deputados Federais e Senadores 
•PODER JUDICIÁRIO
•Ministros do STF
•Ministros dos Tribunais Superiores (Crimes Comuns + Responsabilidade)
•OUTRAS AUTORIDADES
•Procurador Geral da República
•Ministros do TCU (Crimes Comuns + Responsabilidade)
•Comandantes das Forças Armadas
•Chefe de Missão Diplomática Permanente (Crimes Comuns + Responsabilidade)
•Presidente do Banco Central
•Chefe da Advocacia Geral da União (Crimes Comuns + Responsabilidade) 
•Controlador Geral da União
STF (Art. 102 da CF/88)
•PODER EXECUTIVO
•Governadores (Crimes Comuns + Eleitoral)
•PODER LEGISLATIVO - NÃO HÁ
•PODER JUDICIÁRIO
•Membros dos TRFs
•Membros dos TJs
STJ (Art. 105 da CF/88)
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ATENÇÃO! Em se falando de membro ocupante de cargo com prerrogativa de 
função aposentado, para o STF (súmula 451), não há que se falar em benefício de foro! 
FORO POR PRERROGATIVA VS DESLOCAMENTO 
No caso de autoridade que possua prerrogativa no TJ ou no TRF cometer um crime fora 
do local em que exerce a prerrogativa de função, de acordo com a Jurisprudência, ainda assim 
será julgada no local em que possui o foro por prerrogativa de função. 
FORO POR PRERROGATIVA VS JÚRI 
As autoridades que possuem foro por prerrogativa de função oriundo diretamente da 
Constituição Federal, quando praticarem crimes dolosos contra a vida, o órgão competente é o 
Tribunal respectivo, e não o Tribunal do Júri (Súmula 721 do STF). O mesmo não ocorre 
quando o privilégio é estabelecido apenas pela Constituição Estadual, como acontece com o 
vice-governador. 
Súmula 721 do STF - A competência constitucional do Tribunal do 
Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido 
exclusivamente pela Constituição Estadual. 
Bastante atenção nesse ponto. Salienta-se que, somente prevalece o foro por 
prerrogativa se houver previsão expressão na Constituição Federal. Do contrário, cai para o 
Tribunal do Júri. É o caso de um procurador do estado ou o vice-governador cometer um 
crime doloso contra a vida, pois será julgado pelo Tribunal do Júri. 
ATENÇÃO! Os deputados estaduais, pelo princípio da simetria, devem ser 
beneficiados pelos mesmos mecanismos que os deputados federais (ou seja, não se 
aplica essa súmula). Portanto, se cometerem eles crimes dolosos contra a vida, não 
estarão sujeitos ao Tribunal do Júri, mas sim à julgamento perante o Tribunal de 
Justiça do respectivo Estado (desde que haja tal determinação na Constituição Estadual, 
por óbvio). 
CUIDADO! Em maio de 2018, o STF entendeu que os agentes com prerrogativa de 
foro só serão acobertados pela prorrogativa quando cometerem crimes envolvendo a 
função do cargo. 
 
 
•PODER EXECUTIVO
•Prefeitos
•PODER LEGISLATIVO
•Deputados Estaduais
•PODER JUDICIÁRIO
•Juízes Estaduais de 1º grau
•OUTRAS AUTORIDADES
•Membros do MPE
Tribunais de Justiça dos Estados (Art. 96 da CF/88)
•PODER EXECUTIVO
•Prefeitos (Que praticarem crime federal)
•PODER LEGISLATIVO
•Deputados Estaduais
•PODER JUDICIÁRIO
•Juiz Federal de 1ª Instância
•OUTRAS AUTORIDADES
•Membros do MPU de 1ª Instância
Tribunais Regionais Federais (Art. 108 da CF/88)
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PRORROGATIVA POR FORO DE FUNÇÃO EXTENSÍVEL AO PARTICULAR 
O cidadão comum originariamente pode ser julgado diretamente em Tribunal, desde que 
em conjunto com um agente público que detenha a prerrogativa do foro (Súmula 704 do STF). 
Não fere a súmula 245 do STF, a qual afirma que “A imunidade parlamentar não se estende ao 
correu sem essa prerrogativa”. 
Súmula 704 do STF - Não viola as garantias do juiz natural, da 
ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência 
ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de 
função de um dos denunciados. 
O STF, em recente entendimento em 2014, determinou como regra ato contrário ao que 
se entende da súmula. Para o Supremo, A REGRA DEVERÁ SER O DESMEMBRAMENTO DO 
PROCESSO, com as respectivas competências divididas. Assim, caso uma pessoa que tenha 
foro por prerrogativa de função no STF pratique um crime em concurso com outros 
indivíduos sem foro privativo, a regra geral é de que haja o desmembramento dos processos e 
a situação fique da seguinte forma: 
 O STF julgará o réu que tem foro privativo (Ex.: Deputado Federal); 
 O juiz de 1ª instância julgará os demais acusados. 
A competência penal do STF é de direito estrito, estando prevista taxativamente na 
CF/88. Logo, não pode ser ampliada indevidamente por normas de direito infraconstitucional, 
como é o caso dos dispositivos do CPP que tratam sobre a reunião de processos em caso de 
conexão. 
No entanto, em casos excepcionais, será possível que os demais réus que não têm foro 
por prerrogativa de função também sejam julgados pelo STF em um único processo (com 
aplicação da Súmula 704). Isso se justifica quando o julgamento em separado puder trazer 
algum PREJUÍZO RELEVANTE À PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. 
Saliente-se que, se o particular cometer um crime em concurso com um agente que 
detenha prerrogativa de função, sendo esse crime julgado pelo Tribunal do Júri, de acordo 
com o STF, todos deverão ser julgados no Tribunal em que houver a prerrogativa funcional. 
No entanto, esse ponto não é harmônico com a doutrina. 
PERPETUAÇÃO NO TEMPO E DECAIMENTO DA PRERROGATIVA 
Se alguém comete um crime antes de ser investido no cargo de deputado estadual, e logo 
após toma posse, ele adquire a prerrogativa de ser julgado no respectivo tribunal em que há 
prerrogativa (regra da atualidade). 
Com a declaração de inconstitucionalidade dos parágrafos 1º e 2º do Artigo 84 do CPP, 
foi determinado que o foro por prerrogativa de função se estende até o término do mandato. 
Após isso, haverá decaimento para o Juízo de primeira instância. No caso de improbidade 
administrativa, não há tramitação perante foro por prerrogativa de função, e a ação já deve 
ser julgada pelo juiz de primeiro grau. Posto isso, o STF norteia a ideia de que vigora o 
princípio da “atualidade da função pública”, a qual afirma que só haverá prerrogativa 
enquanto houver função pública atinente ao cargo com prerrogativa. 
ATENÇÃO! O STF já se manifestou no sentido de que, caso a renúncia ao cargo 
funcione como uma manobra ou fraude processual, na expectativa de se desvencilhar 
do tribunal, tal processo continuará no tribunal onde há o foro. 
PRORROGAÇÃO DA COMPETÊNCIA 
Entende-se como prorrogação de competência, a possibilidade de substituição de um 
juízo por outro, submetendo as partes a um juiz que, originariamente, não seria competente. 
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Ocorre, portanto, a modificação de competência na esfera de um órgão, podendo ser em 
virtude de disposição legal (necessária), ou em consequência da manifestação de vontade 
expressa ou tácita das partes (voluntária). Um exemplo seria a conexão e a continência. 
DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA 
A delegação é a transferência da atribuição jurisdicional de um juízo para o outro. 
Poderá ser externa – se essa transferência ocorre em juízos diferentes (Ex.: cartas precatórias 
citatórias – art. 353, CPP e instrutórias, para interrogatório de testemunhas (arts. 222 e 224, 
CPP); ou interna – na qual não há alteração de juízo, ocorrendo, consequentemente, dentro do 
mesmo juízo (Ex.: juízes auxiliares e substitutos do juiz titular). 
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