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Função pancreática endócrina - distúrbio do metabolismo dos carboidratos Prof.: Raniere Fagundes Introdução Carboidratos como moléculas energéticas Monossacarídeos e Polissacarídeos Glicoproteínas Função de Sinalização Celular Hemoglobina glicada Glicogênio Glicose Conceitos importantes: (1) Glicogênese (2) Glicogenólise (3) Gliconeogênese (4) Glicólise Regulação da Concentração de Glicose Sanguínea Controle Hormonal Insulina Hormônios Contra-Reguladores Glucagon Cortisol Hormônio do Crescimento Regulação da Concentração de Glicose no sangue A captação da glicose depende: 1 – Habilidade do pâncreas em secretar insulina; 2 – Capacidade da insulina em promover a captação tecidual da glicose; 3 – Habilidade da insulina em suprimir a produção de glicose hepática. Transporte Celular de Glicose O transporte de Glicose para o interior das células ocorrer mediado por 2 famílias de receptores: 1 – Co-transportador de Sódio e/ou Glicose 2 – Transportador de Glicose Facilitada (GLUTs) Transporte Celular de Glicose Mecanismo da Insulina na internalização celular da glicose Efeito do Diabetes Tipo I no metabolismo no Transporte e Metabolismo da Glicose Diabetes Mellitus Definição Clínica: Distúrbio metabólico do metabolismo dos carboidratos no qual a glicose é subutilizada. Situação que desencadeia um quadro de hiperglicemia. Classificação: Classificação do Diabetes Mellitus e outras Categorias de Intelerância à Glicose Diabetes tipo 1 A Imunomediado B Idiopático Diabestes tipo 2 Outros tipos específicos de diabetes Diabetes mellitus gestacional (GDM) Tolerância à glicose prejudicada (IGT) Glicose de Jejum prejudicada (IFG) Fonte: Burts, C.A.; Ashwood, E. R.; Bruns, D. E. Tietz Fundamento de Química Clínica. 6ed. Elservier. 2008 Diabetes Mellitus tipo 1 Anteriormente… IDDM (Diabetes dependente de insulina), diabetes tipo 1, ou diabetes juvenil Características: Sintomas clínicos: Aparecem de forma aguda (Poliúria, Polidipsia e Perda rápida de peso) Insulinopenia Podem ser: Imunomediado Idiopático Perda das célula β pancreáticas Causa dependência da insulina Diabetes Mellitus tipo 1 Patogênese do Diabetes Mellitus tipo 1 Grande parte ocorre devido a destruição auto-imune da células β da ilhota pancreática. Anticorpos Associados: Marcadores da auto-imunidade contra as células β: Anticorpos anticélulas das ilhotas (ICAs) Auto-anticorpos antiisulina (IAAs) Diabetes Mellitus tipo 1 Patogênese do Diabetes Mellitus tipo 1 Genética: Suscetibilidade hereditária (complexa) Porém, apenas cerca de 10% dos pacientes com tipo 1 tem parente de primeiro grau afetado Cromossomos 6 e 9 e genes relacionados ao HLA Ambiente: Vírus Produtos químicos Diabetes Mellitus tipo 2 Anteriormente… NIDDM (diabetes mellitus não dependente de insulina) Características: Sintomas Clínicos: Sintomas mínimos Concentração de Insulina Dentro, acima ou abaixo do intervalo de referência → Pode necessitar de tratamento adicional com insulina Obesidade Associada Diabetes Mellitus tipo 2 Patogênese do Diabetes tipo 2 Patologia associada a diabetes tipo 2 é a resistência a insulina e a disfunção das células β Resistência a Insulina Perda da função da Células β Diabetes Mellitus tipo 2 Patogênese do Diabetes tipo 2 Resistência a Insulina: Diminuição da capacidade da insulina em atuar no sangue periférico. Ou seja, diminuição da resposta biológica às concentrações normais de insulina circulante. Síndrome de Resistência a Insulina (Síndrome Metabólica ou Síndrome X) Resistência a Insulina Hiperinsulinemia Obesidade Dislipidemia Hipertensão Defeito na AÇÃO da insulina Diabetes Mellitus tipo 2 Síndrome de Resistência a Insulina (Síndrome Metabólica ou Síndrome X) Diabetes Mellitus tipo 2 Patogênese do Diabetes tipo 2 Genes Diabetogênicos: Busca difícil (multifatorial) Ambiente: Dieta Exercícios físicos Diabetes Gestacional Diabetes Mellitus Gestacional (GDM) Intolerância a carboidratos de gravidade variável com primeiro aparecimento durante o período gestacional. Função do Laboratório Clínico no Diabetes Mellitus Papel fundamental: No DIAGNÓSTICO E no CONTROLE DIAGNÓSTICO PRÉ-CLÍNICO (TRIAGEM) CLÍNICO Marcadores Imunológicos ICA IAA Outros anticorpos e antígenos Marcadores Genéticos HLA Secreção da Insulina Jejum Pulsos Em resposta à carga de glicose Glicose sanguínea Glicose Sanguínea Hiperglicemia OGTT Cetonas Urina Sangue Outros Insulina Peptídeo C teste de estímulo CONTROLE AGUDA CRÔNICA Glicose Sangue Urina Cetona Sangue Urina Estado Ácido/Básico Glicose Sangue (Jejum-aleatório) Urina Proteínas Glicadas GHb Frutosamina Produtos da glicação avançada Proteína urinária UAE (microalbuminúria) Proteinúria Função do Laboratório Clínico no Diabetes Mellitus Principais métodos Diagnóstico do Diabetes Mellitus Concentração de Glicose Plasmática de Jejum Concentrações de glicose plasmática de jejum superior a 100 mg/dL em mais de uma ocasião são um alerta para um diagnóstico de diabetes mellitus Glicose plasmática de jejum < 100 mg/dL é suficiente para descartar o diagnóstico de diabetes mellitus. Diagnóstico do Diabetes Mellitus Teste Oral de Tolerância à Glicose: Deve-se realizar o TTOG em 2 ocasiões separadas antes de serem considerados anormais Procedimento: Antes do teste: Descontinuar medicamentos Período matutino após 3 dias de dieta de rotina Realizar o teste após jejum de 10 a 16h somente em indivíduos ambulatoriais Durante o teste: Medir a glicose plasmática de jejum Ingerir uma carga de glicose Adulto, consumir 75g de glicose em 300 mL de água em 5 minutos. Medir a cada 30 minutos a glicose plasmática (4 ou 5x) Diabetes Mellitus Monitoramento a Longo prazo Hemoglobina Glicada (GHb) Reflete as concentrações de Glicose sanguínea a longo prazo e medida de risco de complicações graves em pacientes diabéticos. Diagnóstico do Diabetes Mellitus Diabetes Mellitus Demostração de Hiperglicemia METODOLOGIA ANALÍTICA Relacionada à determinação de: Glicose; Corpos Cetônicos; Hemoglobina Glicada; Frutosamina; Produtos Finais da Glicação Avançada Determinação da Glicose Coleta e Armazenamento de Amostra Utiliza-se plasma ou soro para maioria das determinações Auto-monitoramento medição em sangue total Atenção após carga de glicose (TTOG) Atividade para Casa Métodos de Automonitoramento Determinação da Glicose Coleta e Armazenamento de Amostra Glicólise diminiu a concentração de glicose (5 a 10 mg/dL em 1h, a temperatura ambiente) Atenção para amostras com contaminadas (bactérias) ou com leucocitose Uso de Inibidores de Glicólise (NaF ou Iodoacetato de sódio) Soro (ou plasma) estéril não hemolisado a concentração de glicose é estável por 8h em 25 ºC e até 72h em 4 ºC Recomendado é a dosagem em até 1h (caso ocorra atraso armazenar a amostra em 4 ºC a -20 ºC). Determinação da Glicose Dosagem de Glicose Métodos: Métodos com HEXOQUINASE Métodos com GLICOSE OXIDASE Dosagem de Glicose sanguínea Método que utiliza Hexoquinase Baseado no uso de Hexoquinase e Glicose-6-fosfato desidrogenase Dosagem de Glicose sanguínea Método que utiliza Hexoquinase Quantidade de NAD(P) reduzida (NADH) é proporcional a quantidade de glicose na amostra Ou seja, aumento da absorbância em 340 nm Pode-se usar métodos que medem: No término da reação (Equilíbrio dinâmico ou “ponto final”); Ou Início da reação (Cinética de tempo fixo) NAD Dosagem de Glicose sanguínea Método que utiliza Hexoquinase Algumas interferências Amostras hemolisadas Bilirrubina Lipemia (TG>500 mg/dL – interferência positiva) Drogas Composto aceptor de oxigênio (incolor) Dosagem de Glicose sanguínea Métodos que utilizam GLICOSE OXIDASE Utiliza-se GLICOSE OXIDASE e PEROXIDASE Composto OXIDADO (colorido) Dosagem de Glicose sanguínea Métodos que utilizam GLICOSE OXIDASE Interferências: Ácido Úrico Ácido ascórbico Bilirrubina Hemoglobina Tetraciclina Ácido Ascórbico Tetraciclina Valores de Referência Intervalos de Referência para Glicose de Jejum (mg/dL) por tipo de amostra PLASMA/SORO Adulto 74 – 99 (4,1 a 5,5 mmol/L) Criança 60 – 100 (3,5 a 5,5 mmol/L) Recém nascido a termo 30 – 60 (1,7 a 3,3 mmol/L) Sangue total 65 – 95 (3,6 a 5,3 mmol/L) URINA 24 horas 1 a 15 mg/dL (0,1 a 0,8 mmol/L) Fonte: Burts, C.A.; Ashwood, E. R.; Bruns, D. E. Tietz Fundamento de Química Clínica. 6ed. Elservier. 2008 Corpos Cetônicos Condições Metabólicas para formação de Corpos Cetônicos Baixas concentrações de Insulina Relacionado ao aumento da concentrações de Glucagon Aumento da Lipólise Aumento dos Ácidos Graxos Livres no plasma Aumento da Oxidação dos Ácidos Graxos no Fígado Diminuição da Reesterificação dos Ácidos Graxos (em TG) Oxidação dos Ácidos Graxos: - β-oxidação - Formação de Acetil-CoA Corpos Cetônicos Principais Corpos Cetônicos Acetoacetato Acetona β-hidroxibutirato β-oxidação (Etapa final) Determinação de Corpos Cetônicos Corpos Cetônicos no soro Nenhum método detecta os 3 corpos cetônicos Os mais usados medem o acetoacetato Determinação de Corpos Cetônicos Testes usados: ACETEST KETOSTIX Acetoacetato (ou acetona) + Nitroprussiato Formação de um complexo roxo Na presença de Glicina Usados para Soro ou Urina Determinação de Proteínas Glicadas Proteínas Glicadas Monitoramento do controle de glicose a longo prazo (notadamente a hemoglobina glicada) Formação da Hemoglobina Glicada Condições de Formação da Hb-Glicada (GHb) A glicação da Hb é um processo irreversível e depende de: Tempo de Vida do Eritrócito Concentração de Glicose Sanguínea GHb representa os valores integrados da glicose ao longo de 6 a 8 semanas precedentes A GHb é diretamete proporcional a concentração glicose sanguínea Importante para Monitoramento da Doença e Tratamento do Diabetes Determinação de Proteínas Glicadas Hemoglobina Glicada Métodos diferenciam as GHb baseados: Diferença de carga Cromatografia de troca iônica HPLC Eletroforese e Isoeletrofocalização Diferença de Estrutura Cromatografia de Afinidade Imunoensaio Análise Química Fotometria ou Espectrofotometria Massa Espectrometria de Massa Determinação de Proteínas Glicadas Hemoglobina Glicada Método baseado na diferença de carga Cromatografia de troca catiônica rápida Princípio do teste (Ex.: glicohemoglobinainlab) Hemolisado obtido a partir de sangue total Misturado a resina de troca iônica (catiônica) HbAO (não glicosilada) liga-se a resina Flitro usado para separar a Resina do Líquido sobrenadante HbAO – fica ligada à resina HbA1 – sobrenadante (não ligada a resina) Medir as absorbâncias (do sobrenadante e retido) Proporção das absorbâncias da Hb total e HbA1 da amostra e a proporção de ambas as Hb no padrão + Resultado em % 415 nm Determinação de Proteínas Glicadas Hemoglobina Glicada Intervalo de Referência Para HbA1c o intervalo de referência é de < 7% Mesmo em diabetes mellitus descontrolado raramente excede 15% Objetivo do tratamento de indivíduos com Diabetes Mellitus é a HbA1c < 7% Determinação de Proteínas Glicadas Frutosamina Frutosamina é um nome genérico para as cetoaminas Glicose + grupo ε-amino da lisina da albumina Método utilizado para verificações à curto prazo (2 a 3 semanas) Albumina sérica glicada MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO: - Cromaografia de Afinidade - HPLC - Outros Determinação de Proteínas Glicadas Produtos finais da glicação avançada Glicação de proteínas teciduais Proteínas glicadas sofrem rearranjos e reações de fragmentação Formação de Produtos Finais da Glicação Avançada (AGE) Métodos de detecção: - Fluorescência (antigo) - Anticorpos Rearranjo de Amadori
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