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QUESTÃO 2

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O conjunto ilícito praticado pelo Delegado é extenso. O menor sempre deve ter tratamento diferenciado. Seja na apreensão, apresentação à autoridade policial, na condução, no recolhimento e na apresentação ao juízo competente.
O delegado não podia conduzir um adulto dessa maneira, mais absurdo o ato se torna se tratando de um adolescente. O adolescente deve ser conduzido sentado no banco de trás, acompanhado este, do responsável legal. Na impossibilidade do responsável ser presente, para ser assegurada e respeitados os direitos do jovem infrator, se faz necessário a presença do conselheiro tutelar.
É estritamente vedada a condução do menor no espaço reservado a presos, sabidamente para preservar o adolescente de situação vexaminosa. O Delegado citado foi além, procurou uma maneira de condução ainda mais degradante.
ECA – Lei nº 8.069, art. 232. Submeter a criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento: Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Não há proibição expressa ao uso de algemas. Porém, seu uso só seria lícito em caso de resistência, receio de fuga, ou perigo à integridade física própria ou alheia. Aqui, temos mais um abuso de poder do Delegado.
Outro ato ilícito do Delegado, foi dizer em entrevista na rádio o nome do adolescente, e o possível ato infracional cometido pelo mesmo. O Estatuto da Criança e do Adolescente veda a veiculação de notícias que permitam a identificação do jovem infrator.
O ECA, em seu artigo 143 dispõe: É vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito à criança e adolescente a que se atribua autoria de ato infracional.
Parágrafo único – Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identificar a criança ou adolescente, vedando-se fotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco e residência.
O Delegado também desrespeitou o art. 231, quando deixou de fazer comunicação imediata à autoridade judiciária e à família do apreendido. A família apenas ficou sabendo no outro dia, pela entrevista realizada ao rádio.
Art. 231 – Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada.
Ademais, com menor não cabe prisão preventiva como esboça o Delegado. Apenas seria possível em caso de flagrante, uma internação provisória ou atendimento acautelatório, baseado em indícios suficientes de autoria e materialidade. O que, claramente não vemos nesse caso. O Delegação tem suas convicções baseadas em meros boatos.
O artigo 106 do ECA expressamente declara que: nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.

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