Prévia do material em texto
Revisão TOP TEMAS - Discursivas Dinâmicas da urbanização e da população nos espaços mundo e Brasil (PARTE 2) QUESTÃO 1 Leia com atenção ao texto a seguir: Tempos de clausura Os condomínios se expandem em vários países do mundo, mas com muito mais musculatura no Brasil, onde a violência, a presença da pobreza e o destrato com a paisagem são fatores adversos aos segmentos médios e ricos. É oportuno sistematizar os condomínios fechados: a) situam-se nas periferias urbanas ou metropolitanas, devido à maior necessidade de espaços livres, sendo muitas vezes vizinhos a bairros pobres ou favelas; b) muros altos ou cercas reforçam a proteção dos condôminos, onde o acesso é controlado 24 horas do dia, muitas vezes completada por rondas que fiscalizam a unidade de vizinhança em igual período de tempo; c) como os segmentos sociais pertencem às classes mais altas, isso lhes confere maior poder de reivindicação e pressão junto aos órgãos públicos; d) os padrões dominantes são norte-americanos ou, em certos casos, com adereços arquitetônicos evocativos da Europa, notadamente França, Inglaterra e região Alpina, conforme o gosto da clientela e dos modismos; e) neles ocorrem identidade social e regras de condomínio de alta sofisticação contra sinais de barbárie urbana; f) seus espaços “públicos” são restritos, mesmo quando repassados ao domínio público; g) sua legislação, a primeira do mundo, tem servido de modelo para outros países; h) possuem centros de animação, desportivos, comerciais e outros, para uso dos residentes e eventualmente de visitantes; i) podem ser de habitações verticais ou horizontais. [...] De acordo com o censo de 2000, estima-se em mais de um milhão o número de cidadãos residentes em condomínios fechados. Mas o Brasil tem outra instituição adicional que vem tomando vulto: o bolsão residencial, com ruas fechadas ao trânsito comum. Os intramuros, enfim, representam o sonho da paz aldeã, mas com um shopping bem próximo. Yázigi, Eduardo. Civilização urbana. São Paulo: Contexto, 2003. p. 140-141. Condomínio Alfa Barra – Rio de Janeiro (RJ) a) Os condomínios fechados representam e expressam a segregação urbana? Justifique sua resposta. b) O que leva a população de média e alta renda a residir em condomínios fechados? QUESTÃO 2 Leia com atenção a reportagem e o texto a seguir: Rio terá força-tarefa para cuidar da revitalização do centro histórico O Rio de Janeiro passará a contar com uma força-tarefa permanente para revitalizar e fazer a manutenção das áreas públicas do centro histórico da cidade. Segundo o secretário municipal de Conservação, Carlos Osório, o Grupamento de Revitalização do Centro Histórico ficará responsável pela reforma e manutenção de pontos de luz, calçadas e ruas do entorno de edifícios e monumentos históricos. A primeira tarefa do grupo é a revitalização do entorno do Museu Nacional de Belas Artes e da Biblioteca Nacional, na Cinelândia. Esse trabalho deverá durar cerca de dez dias. Os trabalhos do grupamento serão complementares às obras de reforma de prédios e monumentos, como o Teatro Municipal, reinaugurado na semana passada, e os Arcos da Lapa, cujas obras de reforma começaram também na última semana, segundo Osório. Entre as regiões do centro histórico do Rio de Janeiro estão a zona portuária, que passa por um grande processo de revitalização, a Lapa, onde se concentram bares e casas noturnas, a Cinelândia e a Praça 15, onde se localizam vários prédios públicos antigos. Fonte: Jornal O Globo, 30 de maio de 2010. "Os projetos de recuperação e preservação de centros históricos, associados a processos de reestruturação urbana, têm sido uma constante no Brasil, principalmente a partir do final da década de 1980 e início de 1990. Pelourinho em Salvador, Bairro do Recife na capital pernambucana e o corredor cultural no Rio de Janeiro são alguns exemplos nacionais de locais que vêm sofrendo esse tipo de intervenção. Barcelona, Nova Iorque, Boston, Manchester, Paris e Buenos Aires estão entre os exemplos internacionais que marcam o fenômeno mundial de revitalização ou remodelação urbana." (Disponível em: www.comciencia.br/reportagens/cidades/cid02.htm, 05/11/2007.) a) Por que ocorre a chamada "decadência" dos centros tradicionais das cidades? b) Quais são as principais estratégias utilizadas nas cidades brasileiras para "revitalizar" as áreas consideradas decadentes? QUESTÃO 3 Economia informal representa 18,3% do PIB do Brasil Economia informal no Brasil equivale a uma Argentina, ou a 578,4 bilhões de reais por ano. Também conhecida como economia subterrânea, a informalidade compreende toda a produção de bens e serviços não informada aos governos. A perda de arrecadação anual chega a 200 bilhões de reais. Esse conjunto de atividades foi mensurado em um estudo inédito do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), encomendado pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco). A FGV calculou o Índice da Economia Subterrânea. A proporção em relação ao PIB apresentou queda em relação a 2003, quando o índice chegou a 21% do PIB. André Franco Montoro Filho, presidente executivo do instituto Etco, diz que em outros países da América Latina o índice de informalidade é ainda mais preocupante, chegando a 30% do PIB. Em sua avaliação, a redução da economia subterrânea indica a evolução do nível de desenvolvimento da economia. Ele pondera que o termo economia informal é uma espécie de eufemismo para a economia ilegal, que comporta quem não paga impostos por suas atividades. "Isso é ruim, pois emite sinais negativos para os empresários formais e gera um mau ambiente de negócios", comentou. Segundo ele, a economia subterrânea inibe investimentos, pois parte das empresas não encontra incentivos para ampliar suas atividades se os concorrentes não pagam tributos. "Considerando a carga tributária, é possível estimar que há sonegação de aproximadamente 200 bilhões de reais por ano no país", diz Montoro Filho. "Muitos empregos poderiam ser gerados, pois todo o investimento do governo federal no ano chega a 30 bilhões de reais." Fonte: Folha de São Paulo, 23/07/2010. a) Justifique a identificação desses trabalhadores das atividades de menor porte na chamada economia informal. b) Apresente três fatores que justifiquem a queda da informalidade no Brasil nos últimos anos. QUESTÃO 4 O retorno da xenofobia O fenômeno da xenofobia está de volta. Ou ele nem sequer foi superado? Normalmente só se discute sobre isso quando um perigo emergente já se torna tão perceptível que a situação possa vir a piorar. Até então, costuma-se acreditar que esse problema seja coisa passada e que a discriminação nos últimos anos tenha diminuído. Mas a realidade, que novamente confirma o caráter contraditório da existência humana, demonstra que a história não necessariamente ruma numa direção positiva, como se quer acreditar, mas que avanços contrastam com recuos. [...] Na Europa, muitas pessoas estão chocadas com o avanço do neofascismo. A maioria não queria acreditar que partidos de extrema direita pudessem ter sucesso nos “democráticos” países industrializados europeus. Na Alemanha, onde especialmente o antissemitismo marcou a história, impera o silêncio diante do avanço da extrema direita nos países vizinhos. O NPD (Partido Democrático Nacional da Alemanha), que, segundo o atual governo, deveria ser proibido, comemora o sucesso da extrema direita na Europa, especialmente na França e na Holanda. Apesar de os partidos de extrema direita na Alemanha estarem fragmentados e até agora não terem conseguido o mínimo de 5% de votos necessários para ocupar uma vaga no Congresso, eles vislumbram, agora, boas perspectivas para a frente. A organização da extrema direita também cresceu com a utilização da internet. Mais de 800 sites na internet oferecem textos, músicas e informações sobre demonstraçõesneonazistas, o que o governo não pode proibir, pois muito do que é oferecido provém do exterior. É notável, também, que o fenômeno do neonazismo tem aumentado nas escolas. Aproximadamente 10% da população alemã é composta por estrangeiros, dos quais 28% são turcos, os mais atingidos pela discriminação. A discriminação é especialmente visível em demonstrações da extrema direita e músicas, sendo que estas últimas já criaram um novo mercado: o mercado do rock de direita. Felizmente, ocorrem, paralelo a muitas demonstrações nazistas – que já há bastante tempo vêm acontecendo, com ódio a imigrantes e resistência contra o governo alemão – , manifestações contrárias de combate a um possível crescimento da xenofobia. [...] Evidentemente, o avanço da extrema direita não ocorre por acaso. A crise da economia e do Estado de Bem-Estar Social, associada às rápidas transformações tecnológicas, ocasionou um crescente desemprego e colocou a competitividade a qualquer custo como única alternativa de sobrevivência. Esta conjuntura gera insegurança, ressentimento e violência. Com o gradativo desmonte do Estado de Bem-Estar Social por parte dos governos social-democratas, os quais até agora se apresentaram como alternativa contra os partidos de direita, a população ficou desorientada, especialmente os desempregados, trabalhadores e jovens. Se, nestas circunstâncias, as alianças de “centro esquerda” ainda estão sem perspectiva e não oferecem uma clara linha e alternativas políticas [...], a extrema direita procura enfocar os problemas dos países que afetam diretamente a maioria da população e propõe soluções simples e discriminadoras, mas que exercem um forte poder de atração. É, por exemplo, mais fácil responsabilizar os estrangeiros pelo desemprego, pela criminalidade e pela insegurança, do que entender as complexas razões dos problemas. As soluções apresentadas são, então, também bem simples e conduzem à xenofobia, quando os estrangeiros são tratados como concorrência indesejada. Mas a xenofobia expõe os países europeus a uma séria contradição econômica. Por causa do baixo índice de natalidade e da crescente expectativa de vida da população, existe a tendência de que a Europa venha a ser a sociedade mais idosa do mundo. Nessa perspectiva, conforme um estudo da ONU (Organização das Nações Unidas), publicado em 2000, 1,5 milhão de estrangeiros teriam de imigrar para a Europa por ano somente para sustentar o atual número de pessoas em idade de trabalho até 2050. Para manter constante a proporção entre trabalhadores e pensionistas, seriam necessários 13,5 milhões de imigrantes por ano. As evidências demonstram o absurdo e a contradição da xenofobia na Europa, quando a extrema direita, com seu discurso nacionalista, se coloca contra os próprios interesses de seus países. Pode ser também que, em função da sua superficialidade, a ideologia do racismo seja tão difícil de ser combatida. [...] Andrioli, Antonio I. Revista Espaço Acadêmico. ano II, n. 13, jun. 2002. Disponível em: <http://www.espacoacademico.com. br/013/13andrioli1.htm>. Acesso em: 21 nov. 2009. a) O texto expressa qual tendência relacionada à xenofobia na Europa? b) Exponha os fatores que alimentam a tendência apresentada acima. c) Que contradição se configura por meio das manifestações xenofóbicas? Leia o texto a seguir e responda às questões 5 e 6 A força da identidade entre muitos grupos migrantes é um dos principais fatores da coesão mantida pelo grupo, mesmo longe de seu território de origem. Isto faz com que muitos, ao contrário do discurso corrente da desterritorialização, acabem se envolvendo em processos claros de reterritorialização, ou seja, de recomposição de seus territórios em outras bases, territórios esses recriados por meio do amálgama proporcionado pela força das redes mantidas no interior da dinâmica migratória. (Adaptado de Rogério Haesbaert. "Migração e desterritorialização", em Helion Povoa Neto e Ademir Pacelli Ferreira (orgs.), "Cruzando fronteiras disciplinares: um panorama dos estudos migratórios". Rio de Janeiro: Revan, 2005. p. 40) QUESTÃO 5 Os gaúchos no Nordeste e Centro-Oeste e os nordestinos na capital paulista têm encontrado estratégias de manutenção de sua identidade cultural-regional. Dê três exemplos de estratégias de manutenção da identidade desses grupos. QUESTÃO 6 Por que a emigração de brasileiros tem aumentado significativamente nas últimas décadas? QUESTÃO 7 No Brasil, a dinâmica e a distribuição da população economicamente ativa (PEA), por setores de atividades econômicas, apresentou alterações no período de 1940 a 2001. Observe o gráfico a seguir. Brasil: Distribuição da população economicamente ativa por setores de produção (em %) – 1940 a 2001 Tomando como referência as informações apresentadas no gráfico e o processo de industrialização do Brasil, explique a dinâmica da população economicamente ativa do setor primário no período focalizado. Leia o texto a seguir e responda às questões 8 e 9: Os indicadores de renda do município do Rio de Janeiro mostram uma tendência de aprofundamento da segregação social do espaço. Enquanto a Zona Oeste ampliou a presença dos mais pobres, concentrados de forma homogênea principalmente na área de Santa Cruz, no outro extremo, a Barra da Tijuca concentrou, também de forma homogênea, os mais ricos. QUESTÃO 8 Como esse processo de segregação espacial se diferenciou do padrão habitual observado na cidade do Rio de Janeiro? QUESTÃO 9 Como os agentes responsáveis pela produção empresarial de moradias atuaram nesse processo? QUESTÃO 10 A expressão "pobreza é igual a violência" é questionada por muitos pesquisadores que exemplificam situações de países mais pobres e com índices de violência menores que os encontrados no Brasil. Comente as causas socioespaciais da violência urbana no Brasil. GABARITO 1) – a) Sim, pois constituem uma forma de a população de média e alta renda se esquivar parcialmente dos problemas sociais e urbanos ocorridos nas cidades, como a violência, a pobreza, a marginalidade social e o descuido com a paisagem. b) A procura por maior garantia de segurança e proteção e a possibilidade de desfrutar de melhores condições de vida, pois são espaços desprovidos dos problemas urbanos existentes nas grandes cidades. 2) - a) A decadência dos centros tradicionais das cidades associa-se à saturação dessas áreas ao longo do tempo. A excessiva concentração de serviços (comerciais e financeiros) e infra-estrutura (terminais de transportes públicos) fazem com que os centros tradicionais se tornem áreas repulsivas para residências, que se estabelecem em novas porções do espaço urbano e acabam atraindo a parcela mais refinada do comércio. Também saem os serviços mais qualificados (financeiros e empresariais), que se aglomeram em novos locais, formando subcentros, a exemplo da avenida Paulista, na metrópole paulistana. Esse processo desvaloriza os centros tradicionais em termos de especulação imobiliária e estes acabam sendo sucateados. Contrastando com sua antiga função centralizadora das dinâmicas socioeconômicas das cidades, hoje os centros são marcados pela expansão do setor informal. b) As edificações mais antigas dos centros tradicionais, que perderam suas funções originais ao longo do tempo, vão sendo novamente incorporadas à dinâmica urbana quando adquirem novas funções, desenvolvidas com o objetivo de revitalizá-las e reintegrá-las. Esse processo é notável, na metrópole paulistana, pela criação de um "shopping" no antigo prédio da Light, localizado no centro da cidade, assim como pela revitalização da estação da Luz, onde foi instalado um centro cultural. A participação do poder público nessas obras, geralmente, visa beneficiar a sociedade e, ao mesmo tempo, resgatar importantes patrimônios histórico-culturais do país. 3) – a)São trabalhadores sem trabalho regular e sem vínculos empregatícios, desprotegidos da legislação trabalhista. b) Dentre os fatores, podemos destacar: o aumento do crescimento do PIB, a elevação do número de pessoas formalizadas no mercado de trabalho e a expansão do crédito. Outros elementos importantes estão relacionados à modernização da economia, à maior abertura comercial, com o avanço das exportações, e à evolução de sistemas de arrecadação, como as notas fiscais eletrônicas. A redução da burocracia tributária, também colaborou para a formalização. 4) - a) O texto mostra que ao contrário do que muitos possam pensar a xenofobia é ainda um fenômeno presente na Europa e com indícios de recrudescimento. Alguns desses indícios são o avanço dos movi- mentos neofascistas e neonazistas e dos partidos de extrema direita, além das manifestações discrimina- tórias contra imigrantes. b) O crescimento do desemprego decorrente das crises econômicas e das reestruturações produtivas está relacionado ao aumento da xenofobia na Europa. O crescimento do desemprego aguça a competitividade, favorecendo posturas discriminatórias como forma de desqualificação das pessoas com origem estrangeira. Outro fator relacionado à ampliação da xenofobia é o desmantelamento do Estado de Bem-Estar Social, eliminando ou restringindo o acesso da população pobre, em grande parte composta de imigrantes, aos serviços e benefícios públicos, aumentando a pobreza e os problemas sociais, que, mais uma vez, servem de pretexto para discursos discriminatórios que acusam os imigrantes de responsáveis por essa situação. c) A contradição reside no fato de os países europeus necessitarem da mão de obra fornecida pelos mesmos imigrantes que sofrem preconceito e são acusados de roubarem os empregos dos europeus. Com o envelhecimento da população europeia, em decorrência da diminuição da natalidade e da extensão da expectativa de vida, houve uma diminuição da PEA e um comprometimento do equilíbrio dos sistemas previdenciários, o que gerou uma demanda em parte suprida pela mão de obra de imigrantes. O desemprego que ocorre na Europa atualmente pode ser caracterizado, em grande parte, como desemprego estrutural, decorrente das reestruturações produtivas e tecnológicas, não tendo, assim, influência dos imigrantes provenientes dos países pobres, que geralmente ocupam os postos que exigem menor qualificação. 5) - Grupos de migrantes fundam grêmios culturais, casas que reproduzem padrões de comportamento e tradições regionais. Outra estratégia é a comemoração de datas significativas, realização de eventos, festas típicas, festivais e shows de músicas locais. Uma terceira é o estabelecimento de comércio de comida típica, como as popularmente chamadas "Casas do Norte", ou as churrascarias e restaurantes típicos. 6) - Sucessivas crises econômicas fazem os jovens com poucas perspectivas buscarem em países mais desenvolvidos melhores oportunidades de vida e trabalho como no Japão e nos EUA. Muitos brasileiros adquiriram a cidadania dos seus ascendentes, o que facilita o fluxo para a Europa. 7) - Segundo as informações apresentadas no gráfico e o processo de industrialização do Brasil, pode-se dizer que houve uma expressiva diminuição da PEA no setor primário que foi acompanhada pelo processo de mecanização no campo. Esse, por sua vez, se mostrou poupador de mão de obra, contribuindo para o declínio da ocupação da força de trabalho no setor primário e intensificando o êxodo rural. Como se pode ver, de acordo com o gráfico, em 1940, quando o Brasil ainda era um país rural, a PEA no setor primário chegava a 70% e no ano de 2001 essa participação diminui para 20,6%. 8) - Diferenciou-se pelo fato das favelas localizarem-se nos mesmos bairros das residências dos grupos de renda alta e média, parecendo um espaço urbano não segregado. 9) - A valorização de determinadas áreas da cidade, em função de vantagens ambientais ou socioeconômicas, diferenciou o valor do solo urbano como mercadoria, como no caso da Barra da Tijuca. Nas áreas de menor valor, como Santa Cruz, temos construções populares, com materiais de pior qualidade ou na forma de mutirão, cabendo ao Estado a implantação da infra-estrutura urbana. 10) - As grandes cidades brasileiras passaram por processos de crescimento desordenado com ocupação de áreas desprezadas pelo capital imobiliário em locais de risco de deslizamentos ou inundações. Além disso a localização de muitos bairros longe dos principais centros de trabalho, acaba dificultando ou inviabilizando o deslocamento populacional e a relação entre oferta de emprego e sua localização. O resultado é uma massa de jovens com pouca perspectiva que acabam se envolvendo com o tráfego de drogas e outras subocupações.