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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE CIENCIAS HUMANAS - DCH CAMPUS VI – CAETITÉ – BAHIA COLEGIADO DE GEOGRAFIA Fichamento Caetité, 20/02/2012 TEXTO: AS CORRENTES DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO /REGIÃO: UM CONCEITO COMPLEXO CORRÊA, R. C. As correntes do pensamento geográfico. In: Região e Organização Espacial. 7ª Edição. São Paulo: Ática, 2000. CORRÊA, R. C. Região: um conceito complexo. In: Região e Organização Espacial. 7ª Edição. São Paulo: Ática, 2000. 1. Introdução 1.1 O proposito do estudo é introduzir o estudante de geografia em dois conceitos fundamentais: o de região e o de organização espacial. 1.2 Os conceitos de região é o de organização espacial são básicos para compreender o caráter de geografia no âmbito das ciências sociais. 1.3 A segunda parte aborda os diversos conceitos de região, enquanto a terceira apresenta a questão da organização espacial. 2. As correntes do pensamento geográfico 2.2 As principais correntes de pensamento geográfico ou paradigma da geografia são os seguintes: o determinismo ambiental, o possibilismo, o método regional, a nova geografia e a geografia crítica. 2.3 O determinismo ambiental e o possibilismo não desapareceram totalmente, mas perderam destaque, sobretudo o determinismo ambiental. 2.4 O materialismo histórico e a dialética marxista são métodos de incorporação recente à geografia. 3 O determinismo Ambiental 3.1 A geografia emerge como uma disciplina acadêmica a partir de 1870. 3.2 O capitalismo passa a apresentar uma progressiva concentração de capitais gerando poderosas corporações monopolistas e uma expansão territorial. 3.3 Foi o determinismo o primeiro paradigma a caracterizar a geografia que emerge no final do século XIX, com a passagem do capitalismo concorrencial para uma fase monopolista e imperialista. 3.4 Defensores afirmam que as condições naturais, especialmente climáticas, determinamo comportamento do homem, interferindo na sua capacidade de progredir. 3.5 As teses do determinismo ambiental estavam às teorias naturalistas de Lamarche e Darwn. Estas teorias foram adotadas pelas ciências sociais. 3.6 O geografo alemão FredericRatzal, o fundador da ecologia, que o introduziu o darwinismo, no entanto o determinismo ambientalista foi amenizado pela influência humanista de Ritter. Criou desta forma a geografia humanista. 3.7 A Inglaterra tornava-se, a grande metrópole imperialista. O determinismo ambiental justificava a expansão territorial através da criação das colônias de exploração no continente africano, e de povoamento. 4.0 O positivismo 4.1 Vidal de La Blanche, o mestre do positivismo, as relações entre o homem e a natureza eram bastante complexas. A natureza foi considerada como fornecedora de possibilidade para o que o homem a modificasse; o homem é o principal agente geográfico. 4.2 O objeto da geografia possibilista é, portanto, a região, e a geografia confundem-se então com a geografia regional. 4.3 Por outro lado, o conceito de paisagem, que acaba se confundindo com o de região. 5.0 O método regional 5.1 O método regional consiste no terceiro paradigma da geografia, opondo-se ao determinismo ambiental e ao possibilismo. 5.2 O método regional focaliza assim o estudo das áreas, erigindo a sua diferenciação de por si como objeto da geografia. 5.3 O método regional tem merecido a atenção de geógrafos desde pelo menos o século XVII, com Varenius. 5.4 O método regional evidencia a necessidade de produzir uma geografia regional. 5.5 Para Harstshone, o cerne da geografia é a regional que, como vimos, busca a integração entre os fenômenos heterogêneos em seções de espaço terrestre. 5.6 Para ele, o importante é o método de identificar as diferenciações de áreas. 6.0 A nova geografia 6.1 Após social e territorial de trabalho é posta em ação envolvendo capitalismo. Envolvendo maior concentração de capital e progresso tecnológico. 6.2 Não se trata mais de uma expansão marcada pela conquista territorial, como ocorreu no final do século passado. 6.3 Uma nova divisão social e territorial do trabalho é posta em ação envolvendo introdução, industrialização e urbanização. TEXTO:REGIÃO: A TRADIÇÃO GEOGRÁFICA CORRÊA, R. L. Região: a tradição geográfica. In: Trajetórias Geográficas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997. 1. Região: A Tradição Geográfica 1.1. O termo região deriva do latim régio, que se referea unidade política-territorial. 1.2. O termo passou a designar uma dada posição da superfície terrestre. O termo região faz parte da linguagem do homem comum. 2. Tradição e Pluralismo 2.1. O conceito de região tem se constituído, ao longo da historia moderna do pensamento geográfico, e em outros sendo os de paisagem, espaço, lugar, e território. 2.2. A região natural e conhecida como uma porção da superfície terrestre identificada por uma especifica combinação de elementos da natureza como, o clima, a vegetação, o relevo, a vegetação. 2.3. A ação combinados processor naturais e os impactos da ação humana sobre a região natural são ainda hoje grande interesse para os geógrafos. 2.4. A segunda concepção de região origina-se de uma matriz positivista que sustentava a leitura determinista da região natural. 2.5. A região passa a ser vista como uma área de ocorrência de uma mesma paisagem cultural. Trata-se agorade uma região paisagem. 2.6. A região agora é entendida como o resultado de um longo processo de transformação da paisagem cultural. 2.7. A região é vivenciada pelos seus habitantes conhecem sua existência concreta. 2.8. A década de 1950 foi marcada, na geografia, sobretudo nos países da língua inglesa, pela denominada revolução teorética – quantitativa, de base eminentemente lógica positivista. 2.9. A região constitui para os geógrafos lógica positivista em uma criação intelectual. 2.10. Conceitualmente a região é uma classe de área, isto é, um conjunto de unidades de área. 2.11. Por volta de 1970 o pluralismo conceitual estava plenamente estabelecido entre os geógrafos que diz respeito ao conceito de região. 2.12. A partir da década de 70, o âmbito da incorporação de novos paradigmas à geografia, o conceito de região reaparece no interior da geografia crítica fundamentada no materialismo histórico e dialético. 2.13. Segundo Ame Gilbert três conceitos de região foram desenvolvidos após 1970. O primeiro refere-se como uma região com uma resposta ao processo capitalista, sendo a região entendida como organização. 2.14. No segundo conceito de região é conhecida como foco de identificação, sendo definida como um conjunto especifico de relações culturais. 2.15. A região como meio para a integração social constitui-se no terceiro modo de sua conceituação pós 1970. 3. As regiões do Pluralismo 3.1. Os três conceitos de região que emergiram após 1970, tem em comum o fato de estar apoiado na ideia de persistência da diferenciação de áreas. 3.2. A globalização, estava superior da espacialidade capitalista, que emergirá a partir dp final da segunda guerra, torna-se mais complexa a fragmentação articulada da superfície terrestre. 3.3. A fragmentação exprime na divisão territorial do trabalho que se caracteriza pela especializações produtivas, mas também por características sociais, culturais e politicas. 3.4. A economia mundial, a globalização econômica não geraram a homeiginização global, mas ora ratificaram, as diferenças espaciais. TEXTO: A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA GEOGRAFIA BRASILEIRA ANDRADE, M. C. A institucionalização da geografia brasileira. In: Geografia, ciência da sociedade: uma introdução á análise do pensamento geográfico. São Paulo: Atlas, 1987. A Institucionalização da Geografia Brasileira 1.1. Antecendentes 1.2. O ensino e a pesquisa na Geografia no Brasil só se institucionalizaram após a Revolução de Trinta, quando a Burguesia e a classe média urbana passaram a ter mais influencia sobre o governo e aterriar o poder da burguesia agrária-exploradora. 1.3. Nos grandes projetos da geografia universal francesa, nos fins do século XIX e inicio do século XX, o Brasil esteve presente,estudando a nível com sua importância e dimensão territorial. 1.4. O estudo e o ensino de geografia no Brasil, em nível superior, só seriam internacionalizados após a revolução de trinta, quando foram criadas as faculdades de filosofia, ciências, e letras na universidade de São Paulo e na universidade do Distrito Federal, atual universidade do Rio de Janeiro. 1.5. O IBGE seria a instituição que primeiro admitiria a existência de profissionais de geografia, não dedicados ao ensino, mas a pesquisa. 1.6. A AGB que durante alguns decênios presta notáveis serviços ao desenvolvimento da geografia no Brasil. 1.7. O IBGE, a AGB e as universidades foram responsáveis pela difusão do pensamento clássico. 2.0. A Ação das Universidades 2.1. o início do ensino superior da geografia desse a partir de 194 em São Paulo, e de 1925, no Rio de Janeiro. 2.2. O ensino e geografia em São Paulo estavamligados ao da história e da Sociologia. 2.3. A universidade de São Paulo desmembrou a cadeia de geografia em disciplina, que foram confiadas a professor nacionais e incentivou a produção da tese de doutorado. 2.4. A USP desmembrou-se não só ampliado os seus cursos de graduação, fornecendo o ensino médio mestre bem formado, como também instituir cursos de especialização para graduandos e incentivos a criação de doutorado. 2.5. Sem dispor de recursos da USP, a universidade de Brasil teve também seu corpo docente formado pelos professoresestrangeiros como Pierre Deffontaires e Francis Ruellan. 2.6. A universidade do Brasil teria grandes ligações com o IBGE, de vez que os geógrafos recém formados foram trabalhar nesse intuito. 2.7. Também o movimento iniciado nas universidades do centro-Sul se expandiram, com menor intensidade, por outros do País, onde já havia maturidade cientifica. 2.8. É importante destacar que entre os grandes benefícios trazidos a geografia brasileira pelo XVIII congresso internacional de geografia, podem ser salientados os vários cursos ministrados pelos grandes mestres europeus e Norte -Americanos, , em universidades brasileiras. 3. A contribuição do IBGE 3.1. Fundada em 1937, quando as faculdades de formação de geógrafos davam os primeiros passos. 3.2. Para a formação de geógrafos no Brasil o IBGE organizou duas publicações que tiveram a maior importância: o boletim geográfico, a revista brasileira de geografia ainda em circulação, que são divulgados as resenhas e obras dos geográficos. 3.3. A Amazônia, então conhecida apenas pela navegação fluvial, foi considerada fisicamente homogênea. 3.4. Sua contribuição foi positiva, embora mereça e deva ser criticada e corrigida. Há, porém, grande preocupação do IBGE com estudos regionais. 3.5. O IBGE não foi apenas uma escola de formação de geógrafos, ele forneceu as mesmas condições de maior segurança de seu trabalho. 4. A contribuição da AGB 4.1. A associação dos geógrafos dos brasileiros foi fundada por Pierre Fontaine, em São Paulo em 1934, ano que se iniciava o curso de geografia na USP. 4.2. Em 1944, os geógrafos de São Paulo se reuniram com os do Rio de Janeiro e resolveu dar a associação dimensões nacional. 4.3. A grande contribuição da AGB ao desenvolvimento da geografia brasileira, decorre do fato de que ela reunia geógrafos de pontos diversos do País, para debaterem temas e questões, em conjunto. 4.5. A realização do congresso internacional foi o grande marco de desenvolvimento do pensamento geográfico no Brasil e do potencial do geografo brasileira, para procurar encontrar os seus próprios caminhos. TEXTO: SUBSÍDIOS PARA UMA NOVA DIVISÃO POLÍTICA 1. Evolução Histórica da Divisão Territorial 1.1 a primeira divisão territorial do Brasil ocorreu em 1934 e foi realizada por D. Joao III, rei de Portugal, que dividiu a colônia prosseguindo a técnica, em capitanias com 50 léguas de costa cada uma. 1.2 O regime das capitanias hereditárias, não deu resultados previstos. 1.3 Em 1621 procedeu-se aa grande divisão, o estado de Maranhão. E Grão Pará, com administração autônoma e os estados do Brasil. 1.4 A medida que as terras eram desmembradas, conquistadas pelos índios ou estrangeiros, a metrópole criava novas unidades administrativas. 1.5 Esta constituição foi ampliada pelo ato adicional de 12 de Agosto de 1834 que, entre outras medidas de caráter administrativo, criou o município neutro, constituído pela cidade no Rio de Janeiro e Cercanias, a fim de separar a capital do império. 1.6 Após a revolução de 1930, foi ventilada a ideia de melhor dividir o quadro politico do Brasil. 1.7 A necessidade de redivisão foi exposta por seus defensores em artigos nos jornais, em Revistas e Livros. 1.8 Considera-se como principio cientifico fundamental as subdivisões do território de um País a equipolência. As diversas partes constitutivas do todo devem ser mais ou menos equivalentes. 1.9 A origem do problema da geopolítica foi, a divisão da colônia em capitanias ao longo da costa. 1.10 A divisão deveria ser realizada parcela do mapa físico do Brasil sem nenhum modo entender aos atuais limites contratuais. 1.11 Sua divisão baseia-se nos paralelos e Meridianos formando retângulos de área igual a 100.000 quilômetros quadrado. 1.12 Para Teixeira de Freitas, o mais importante é a equivalência das áreas. Oúnico elemento que possa satisfatoriamente fundamentar o equilíbrio da estrutura política. 1.13 As opiniões a respeito da subdivisão territorial do País são as mais diversas, adotando princípios diferentes, como por exemplo a da equivalência, a da equipotências da área, e de fracionais inteiramente o País, sem respeitar as atuais divisões politicas. 1.14 No ano de 1943, por efeito do decreto de numero 5812 então o Presidente Getúlio Vargas foram criados cinco territórios Federais na Zona fronteiriça sendo três no Norte e dois no Sul. 1.15 A principal crítica movida à organização vigente é o fato de os governadores serem escolhidos pelo Presidente da República, se non entanto, ter um período físico de administração. Fichamento: A divisão regional do brasileira- uma revisão bibliográfica TEXTO: A DIVISÃO REGIONAL BRASILEIRA – UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA MAGNAGO, A. A. A divisão regional brasileira – uma revisão bibliográfica. In: Geografia de Departamento de Geografia – DEGEO – DA Diretoria de Geociências do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – DGC/IBGE. R. bras. Geogr., Rio de Janeiro, v. 57, n. 4, p 67-94, 1995. Introdução: 1.1. A divisão do espaço geográfico brasileiro em regiões é uma tarefa de caráter cientifico ditada tanto para os interesses acadêmicos, quanto para as necessidades do planejamento. 1.2. A divisão regional, entretanto, é também uma tarefa execultada para subsidiar o planejamento, no que se refer a definição de uma base territotial. 1.3. No caso brasileiro, as primeiras tentativas de criação de modelos de recortes regionais datam no início de século XX. 1.4. A definição do conceito de região, assim como formulação de uma metodologia capaz de identificar, delimitar, descrever e interpretar sua forma de conteúdo. 1.5. O autor Delgrado de Carvalho, como forte influencia de Escola possibilista francesa, reconhecida a ação de homem sobre a natureza. Entretanto, a sua proposta de divisão regional, elaborada em 1913, com fins didáticos, enfatizando a correlação de elementos do meio físico, privilegiando a visão da escola Determinista Ambiental. 1.6. Esse autor apoiava-se na premissa de que uma divisão regional deveria ter um caráter duradouro. O que não podia ser obtido através da analise de fatores naturais. 1.7. A divisão proposta por Delgrado, baseava-se apenas em elementos do meio físico, como clima, relevo, vegetação definindo cinco grandes unidades naturais. 1.8. As transformações na organizaçãodo espaço geográfico brasileiro, apos a Revolução de 1930 e a instauração do Estado Novo, deram ensejo a uma ampla discursão, nos meios de militares e acadêmicos sobre a divisão regional e territorial. Em 19933, o major João Segadas chamava a atenção do poder público para a necessidade de rever a formade organização territorial do País, demostrando grande preocupação com a formação de blocos políticos de resistência, especialmente em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. 1.9. O resultado final de sua divisão territorial seria a fragmentação do espaço nacional em 67 unidades administrativas. 1.10. De acordo com os órgãos públicos, a divisão regional do Brasil em regiões de daria da seguinte forma: Norte( Acre, Amazonas, Pará, Maranhão e Piauí. E no nordeste( Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, e Alagoas. Este(Sergipe, Bahia, e Espírito Santo; no Sul(Rio de Janeiro, Distrito Federal, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, e Rio Grande do Sul; Centro(Mato Grosso, Goias e Minas Gerais). 1.11. No final da década de 30, e princípios da década de 40, o IBGE, através de seu órgão especializado, o conselho Nacional de Geografia- CNG- encetou uma campanha no sentido de que fosse adotada, para práticos e, sobretudo, estatísticos, uma única divisão regional para o País. 1.12. O presidente da República, de posse da proposta de divisão regional apresentada pelo IBGE, solicitou ao conselho Técnico de Economia e Finanças, que conclui pela adoção da proposta do CNG, moldada por princípios científicos. 1.13. A primeira divisão regional oficial sofreria duas alterações, devido as modificações ocorridas na divisão territorial do País. Em 1942/1943 ocorreu com criação de novas unidades politicas-administrativas que passaram a fazer parte da união. E assim as alterações realizadas em 1943 e 1946, a divisão regional representava: Região Norte: Ocidental – Estados do Maranhão e Piauí,; Oriental- Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas e Territórios de Fernando de Noronha. 1.14. Na região Leste: Setentrional – Estados de Sergipe e Bahia; Meridional – Estados de Sergipe e Bahia; Meridional- Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro por uma politica de redemocratização do País e pela transformação e Distrito Federal; e o Sul, Estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e Região Centro-Oeste: Estados de Mato Grosso e Goiás. 1.15. Essa divisão pode ser considerada uma divisão regional, do ponto de vista da abordagem metodológica, como imperialista. A metodologia empregada baseava-se no principio da divisão, isto é, partia do todo. Esses espaços foram então subdivididos em 30 regiões que apresentava características homogêneas, quanto ao aspecto físico. 1.16. A divisão de 1942, constitui o primeiro modelo, de caráter oficial, de uma base territorial para fins práticos de divulgação de dados estatísticos. 1.17. Os anos de 40 e 50 anos, foram marcados por uma politica de redemocratização do País e pela transformação de sua economia, antes apoiada em atividades rurais, para o contexto urbano-industrial. 1.18. Os estudos regionais mostravam uma tendência á revisão teórica metodológica, passando os autores a trabalhar como o conceito da região geográfica. 1.19. Na historia da regionalização a expressão “região” teria duas interpretações, sendo na primeira uma sistemetizacao regional, e na segunda, uma área com certos atributos definidos, ou seja, uma entidade real e concreta. 1.20. O autor Guimaraes discutia alguns problemas clássicos da geografia regional, dentre eles a divisão, a delimitação duas e a nomenclatura das áreas. Em relação a divisão regional, admitia que grandes áreas poderiam ser subdivididas, tanto pela pratica do parcelamento(método dedutivo), pelo quanto agrupamento(método indutivo). 1.21. E questão da delimitação, Guimaraes sustentava que o problema principal não era a delimitação, mas sim o da delimitação nas próprias regiões. 1.22. Outra contribuição de Guimaraes, referia-se ao problema da escolha de nomenclatura regional. Segundo o autor, a ideia seria dar a região nome de sua característica principal, individualizadora. 1.23. O modelo de região natural, entronizado pela escola determinista ambiental e ampliado pelos possibilistas para região geografia, estava definitivamente superado. As novas tendências no pensamento regional, muito voltadas para a questão do planejamento, estava inserida no conjunto de transformações socioeconômicas desencadeadas após a segunda guerra mundial 1.24. Uma nova divisão social e territorial é posta em ação. 1.25. Sabe-se que tantos os censo demográfico de 1950 quanto os de 1960, foram divulgados a partir da divisão regional de 1946, ultilizando-se igualmente, para esse fim, as subdivisões das regiões em zonas fisiograficas. 1.26. Nos anos 60 o IBGE envolveu-se novamente com a questão regional. Levando em conta que duas décadas já haviam passado, concluiu que uma nova divisão territorial teria que ser elaborada. 1.27. Segundo o conceito de Geiger identificava três macrorregiões, no Brasil: a Amazônia, o Nordeste e o Centro-sul, que por sua vez foram subdivididos em regiões menores atrás da analise histórica de alguns elementos como recursos naturais, movimentos populacionais, estrutura social, entre outros. 1.28. Em 1969 e 1970, as regiões homogêneas eram tratadas como forma de organização em torno da produção, e regiões funcionais ou áreas distintas, analisadas segundo os fenômenos de interação e da vida de relação. 1.29. Em 1969 devido a dificuldades estatísticas e didáticos, foi aprovada uma nova divisão regional que oficializava cinco novas Grandes Regioes: Norte, nordeste, sudeste, sul e centro-oeste. As microrregiões homogêneas. 1.30. Visando da uma maior flexibilidade na escolha de unidades observacionais, o IBGE definiu em 1976,um novo conjunto de regiões brasileiras – as mesorregiões homogêneas. Tais unidades espaciais, em escala intermediaria entre as micros e macrorregiões. 1.31. Ate o final da década de 80, a macrorregião era oficialmente adotada, porem devido a impossibilidade de se redefinir naquele momento, o departamento de geografia do IBGE passou, em 1988 a rever esses conceitos, assim passaram então a ter denominação geográficas em lugar de homogêneas. 1.32. Mesorregião geográfica passou-se a denominar uma área individualizada em uma unidade da federação, que apresentasse formas do espaço geográfico definidas. Já as microrregiões, consideradas como partes das mesorregiões, foram definidas por suas especialidades quanto a estrutura da produção agropecuária, industrial, extrativa mineral e pesqueira. 1.33. O novo modelo de meso e microrregiões geográficas resultou em um quadro final bastante diferente daquele definido em 1968, apresentando um numero maior de unidades de menor área quanto de espaços intermediários. TEXTOS: A CATEGORIA DE ANALISE NÃO É O TERRITÓRIO EM SI, MAS O TERRITÓRIO UTILIZADO. O TERRITÓRIO BRASILEIRO: DO PASSADO AO PRESENTE. AS DIFERENCIAÇÕES NO TERRITÓRIO. SANTOS, M. A categoria de analise não é o território em si, mas o território utilizado. O território brasileiro: do passado ao presente.As diferenciações no território.In: O brasil: território e sociedade no inicio do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001. 1.0- A categoria de analise não é o território em si, mas o território utilizado. 1.1- Para o autor, quando quisermos definir qualquer pedaço de território, devemos levar em conta a interdependência e a inseparabilidade entra a materialidade, que incluí a natureza e o seu uso, que inclui a ação humana, isto é, o trabalho e a politica. 1.2- Defrontando-se com o território vivo, vivendo, deve-se considerar os fixos e os fluxos. Os fixos são, geralmente, constituintes da ordem publica ou social, enquanto os fluxos são formados por elementos públicos ou privados. 2.0- O território brasileiro: do passado ao presente 2.0- Sabe-se que hoje o Brasil dispõe de um território fisiograficamente diferenciado, com uma grande variedade de sistemas naturais sobre os quais a historia foi se fazendo de um modo também diferenciado. 2.1- A partir das heranças, isto é, das solicitações originais próprias a cada momento do passado, e da participação das diversas parcelas do pais nas logicas econômicas, demográficas e politicas contemporâneas, produz-seo verdadeiro mosaico de regiões que hoje constitui a formação socioterritorial brasileira. 2.2- Durante pelo menos três séculos o povoamento do Brasil da-se mediante uma contribuição relativamente pequena de recursos da técnica. As condições naturais eram quase diretamente solicitadas a fornecer respostas a uma ação humana que buscava refletir demandas locais e forâneas, utilizando-se das facilidades oferecidas pela própria natureza. 2.3- O século XX é marcada por uma vocação industrial, que já se vinha revelando. Primeiro a indústria se difunde em estreita relação com o tamanho das populações concentradas. 2.4- Sabe-se que a dinâmica globalizada não apaga restos do passado, mas modifica seu significado e acrescenta, ao já existente, os novos objetos e as novas ações características do novo tempo. 2.5- A criação de um território unificado foi, numa primeira fase, acompanhada de um reforço das logicas do interesse nacional, enquanto agora a unificação do território constitui um suporte para, exatamente, o contrario, isto é, extraversão e fragmentação. 2.6- Como resultado da globalização da economia, o espaço nacional é organizado para servir as grandes empresas hegemônicas e paga por isso um preço, tornando-se fragmentado, incoerente, anárquico para todos os demais atores. 2.7- Cabe ressaltar que as grandes empresas nacionais se tornam também multinacionais, sendo levadas a adotar logicas globais dentro e fora do território brasileiro. 3.0- As diferenciações no território 3.0- O território mostra diferenças de densidades quanto as coisas, aos objetos, aos homens, aos movimentos das coisas, dos homens, das informações do dinheiro e também quanto as ações. 3.1- Nos países de maior extensão territorial e que também são países com grandes disparidades regionais e de renda, o processo de criação de fluidez é seletivo e não-igualitário. 3.2- O autor define fluidez virtual e efetiva do território. A virtual, é medida em função dos respectivos sistemas de engenharia. E a efetiva é dada pelo uso efetivo dessas vias. 3.3- Santos também fala sobre espaços da rapidez e de espaços da lentidão e de situações intermediarias. 3.4- Os espaços da rapidez são, do ponto de vista material, os dotados de maior numero de vias, de mais veículos privados, de mais transportes públicos. 3.5- Do ponto de vista social, os espaços de rapidez serão aqueles onde é maior a vida de relações, fruto da sua atividade econômica ou sociocultural. 3.6- O espações da rapidez e os da lentidão se distinguem também em função da importância da divisão do trabalho, sobretudo quando ela é interna a região e também da variedade e da densidade de consumos. 3.7- A ideia de espaços da rapidez e espaços da lentidão também pode ser cotejada com a noção de espaços do mandar e do fazer e de espaços do manda e do obedecer, admitindo-se que o fazer sem mandar e o obedecer podem produzir a necessidade da existência de vias sem, obrigatoriamente, ostentar a mesma presença que nos espaços do mandar. 3.8- Um outro ponto abordado pelo autor, são os espaços luminosos aqueles que mais acumulam densidades técnicas e informacionais, mais aptos a atrais atividades com maior conteúdo em capital, tecnologia e organização. Por oposição, os subespaços onde tais características são ausentes seriam os espaços opacos. 3.9- Enfocando os quatro Brasis, o autor propõe uma discussão em torno das possibilidades de uma divisão regional baseada pela difusão diferencial do meio técnico-cientifico-informacional e nas heranças do passado. 3.10- Podemos reconhecer a existência de quatro Brasis como uam região concentrada, formada pelo sudeste e pelo sul, o Brasil do nordeste, o centro-oeste e a Amazônia. 3.11- Sabe-se que todas as áreas do país conheceram um revigoramento do seu processo de urbanização, ainda que em níveis e formas diferentes, graças as diversas modalidades do impacto da modernização sobre o território. TEXTO: EM TORNO DO CONCEITO DE REGIÃO FONSECA, AntonioAngelo Martins da.Em torno do conceito de região. Feira de Santana, Julho/Dezembro 1999. · Segundo o autor, o crescente processo de planetarização das relações econômicas, políticas, de finanças e de poder, tradicionais concepções de análise geográfica estão sendo revistas, dentre as quais a de região. Nesse sentido as tradicionais concepções de região baseadas na individualidade e na singularidade devem ceder espaços para as regiões particulares. · Para tanto propõe-se a substituição do conceito de região pela de rede, pois as redes pressupõe as articulações funcionais através da informação, do capital, ideias, pessoas e mercadorias. A questão é que, apesar do crescente processo de globalização, observa-se também, hoje, o recrudescimento dos fenômenos e decisões nas escalas regionais e locais, tanto em países desenvolvidos como nos subdesenvolvidos, inclusive no Estado da Bahia. · Diante disso, no contexto do pensamento geográfico, entende-se que prevalece cinco concepções de região, como: a região singular, região como classes de áreas, região de vivencia, região do capital e região do poder. · O estudo regional no âmbito da geografia inicia-se a partir do final do século XIX, principalmente na França e na Alemanha. Na Alemanha, o conceito de destaque, neste momento, foi o de região natural, divulgado por Ratzel. Nessa concepção a existência das diferenças regionais estava vinculada ao poder que a natureza exercia sobre o homem. · O autor ressalta a contribuição de Alfred Hettner, Carl Sauer e Hartshorne. Sendo o primeiro considerado o maior expoente da geografia alemã. E Carl Sauer, desenvolveu suas analises valorizando a dimensão cultural das regiões-paisagens. · A partir da década de 50, os estudos regionais sofrem mudanças, devido à revolução teorético-quantitativa. A nova concepção que emerge apóia-se no positivismo lógico e na dedução. A região deixa de ser um objeto concreto de analise para se transformar numa criação intelectual, definida a partir de procedimentos classificatórios, originário das ciências naturais. · A região é uma classe de área, definida como um conjunto de lugares onde as diferenças entre esses lugares são menores que as existentes entre eles. · A Geografia que emergiu a partir de 1970 redirecionou as bases teóricas e conceituais referentes à questão regional. O ponto de partida foi a ferramenta crítica às posturas anteriores, em virtude da força empirista e do positivismo. · A região de vivência, região como resultante de articulações e embates entre atores sociais, na busca de poder e dominação. É o que o autor chama de região de poder, ou seja, região resultante da dinâmica de acumulação capitalista. · Região de vivência é uma via alternativa para o entendimento da questão regional em que se busca a identificação do indivíduo, classe, lugar através da dimensão psicológica alicerçada nas terias behavioristas. O importante é a valorização subjetiva da região. · Portanto, a região é onde o homem está integrado, ambientado. É onde expressa seus desejos, aspirações e afeições, e emite juízos. É o universo do indivíduo, visto enquanto espaço de vivência, esses espaços vividos em toda a sua espessura e complexidade aparece assim como revelador das realidades. · A região do capital ancorada num rígido edifício teórico-meodológico de base materialista dialética, a região passa a ser analisada no contexto da totalidade. A regiao é entendida como clivagem socioeconômica materializadas, devido adinamica de acumulação capitalista desigual. · Para LIPIETZ (1988), a região é resultante de modos e produção diferente, que faz gerar espaços desiguais. E já OLIVEIRA (1981) na sua análise sobre a realidade nordestina, vê a região como fruto das diferentes formas pelas quais o capitalismo se reproduz. Além disso enfatiza o papel da politica como aspecto importantena analise regional. · Segundo (CORRÊA, 1986, p.45) “ A região é entendida também como : resultado da lei do desenvolvimento desigual e combinado, caracterizada pela sua inserção na divisão nacional einternacional do trabalho e pela associação de relações de produção distintas”.( Duarte, 1980, p. 25) · Região do poder tem a postura política, vista como uma dimensão omitida pelas análises regionais, mas que representa relevante papel na dinâmica das regiões. O poder para esses autores, não inerente somente ao estado, mas também aos grupos individuais e coletivos. Hoje se percebe a ampliação da polissemia que ronda o referido conceito devido às ocorrências de decisões e estratégias nas escalas locais e regionais, inclusive no Brasil, fazendo com que tradicionais concepções de análise geográfica sejam revistas, dentre as quais a de região. · As novas estratégias regionais, mesmo apresentando pouca visibilidade para análise, notam-se o envolvimento de vários segmentos sociais, de base local e regional. Essas estratégicas podem ser definidas como sendo ações socialmente articulados em torno de interesse especifico. · Uma dessas estratégias foi analisada por FONSECA (1995). Foi o seminário de desenvolvimento Socioeconômico de Jacobina e região. Organizados pelos empresários da região, teve a participação de vários atores sociais, individuais e coletivos. · Portanto, entende-se que esses são exemplos concretos e atuais que expressam a dinâmica pela qual vem passando as regiões, num mundo cada vez mais globalizado.