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Auditoria das 
Demonstrações Contábeis
1ª edição
2017
Auditoria das 
Demonstrações Contábeis
Presidente do Grupo Splice
Reitor
Diretor Administrativo Financeiro
Diretora da Educação a Distância
Gestor do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas 
Gestora do Instituto da Área da Saúde
Gestora do Instituto de Ciências Exatas
Autoria
Parecerista Validador
Antônio Roberto Beldi
João Paulo Barros Beldi
Claudio Geraldo Amorim de Souza 
Jucimara Roesler
Henry Julio Kupty
Marcela Unes Pereira Renno
Regiane Burger
Luis Fernando Conduta
Nathalia Laffin
Geraldo Francisco
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte 
desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos 
direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
44
Sumário
Unidade 1
Características e funções do auditor ..........................6
Unidade 2
Controle de qualidade e normas de auditoria .........23
Unidade 3
Testes e controles internos .........................................39
Unidade 4
Papéis de trabalho .......................................................55
Unidade 5
Planejamento de auditoria .........................................72
Unidade 6
Programas de auditoria: ativo, passivo e 
patrimônio líquido .......................................................88
Unidade 7
Programas de auditoria: contas de resultado e 
verificação complementar ........................................109
Unidade 8
Relatórios ....................................................................126
5
Palavras do professor
Caro, aluno (a)! Seja bem-vindo à disciplina de Auditoria das Demons-
trações Contábeis. Mas, afinal, o que é auditoria contábil? O que faz um 
auditor contábil? Quais são os órgãos que regulamentam o trabalho do 
auditor? Como ocorre o processo de planejamento de auditoria? E como 
são os relatórios?
Todas essas questões serão sanadas ao longo do nosso estudo, em que 
apresentaremos toda a contextualização a respeito desses questiona-
mentos e, além disso, você, aluno, terá a oportunidade de ficar imerso em 
um novo mundo, cheio de novas questões e novos posicionamentos.
O objetivo da disciplina é proporcionar a visão prática e teórica da audito-
ria, demonstrando os principais procedimentos e técnicas de auditagem 
aplicáveis em diferentes segmentos das atividades empresariais. 
Dividida em oito unidades de aprendizagem, nesta disciplina, vamos refle-
tir sobre as características e funções do auditor; conhecer os órgãos rela-
cionados ao campo da auditoria no Brasil; além de aprender sobre o con-
trole de qualidade e as normas de auditoria, os testes e controles internos, 
bem como os papéis de trabalho. Por fim, também será estudado o plane-
jamento de auditoria, os programas e os relatórios. Como você pode per-
ceber, tais conhecimentos são fundamentais para a sua futura atuação 
profissional. Aproveite ao máximo todo conteúdo e recursos disponíveis, 
pois certamente enriquecerá os seus estudos e conhecimentos.
1
6
Unidade 1
Características e funções 
do auditor
Para iniciar seus estudos
Iniciamos agora a nossa primeira unidade. Ela oferecerá um panorama geral 
a respeito da auditoria – como um todo – e também uma abordagem inicial 
com um olhar para o universo contábil. Trataremos a respeito dos conceitos 
que embasam a auditoria, apresentando o seu momento histórico, além de 
contextualizar a sua evolução como ferramenta de controle e averiguação 
de processos operacionais, mas principalmente contábeis. 
Abordaremos a auditoria interna e a independente, trazendo à tona detalhes 
que permitem construir sua distinção. Também apresentaremos uma discus-
são a respeito da atuação do auditor independente no contexto brasileiro. 
Para fecharmos a nossa primeira unidade de estudo, teremos uma dis-
cussão inicial a respeito das normas de auditoria vigentes no Brasil, apre-
sentando quais são elas, como podemos encontrá-las e seus pontos prin-
cipais de análise e acompanhamento.
Vamos lá?
Objetivos de Aprendizagem
• Entender os principais conceitos e a finalidade da auditoria.
• Conhecer as principais características do auditor, bem como seu 
perfil ético.
• Conhecer os órgãos relacionados com o campo da auditoria no 
Brasil.
7
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 1 - Características e funções do auditor
1.1	 Os	conceitos	e	a	finalidade	da	auditoria
Para começar, é importante sabermos que o processo de auditoria e a atividade do auditor remontam mui-
tos anos e são quase tão antigos quanto a contabilidade. Para solidificar isso, podemos olhar para o passado, 
no Império Persa, em que, por exemplo, Dario I, ao realizar a reforma político-administrativa, criou a função de 
“olhos e ouvidos do rei” (IBRACON, [s.d.]). Os funcionários que a exerciam eram encarregados de vigiar a ação dos 
sátrapas, que eram as pessoas responsáveis por governar as províncias persas. Essa função dos “olhos e ouvidos 
do rei” tinha como propósito garantir o cumprimento das ordens imperiais e fiscalizar a cobrança de impostos e 
o uso do tesouro real. 
 Dario I foi o responsável por governar e ampliar as fronteiras do Império Persa, de 521 a 
486 a.C., além disso, promoveu a reorganização da estrutura desse Império e a regulari-
zação das legislações.
Glossário
A figura da auditoria e do auditor também estiveram presentes durante o Império Romano, período em que os 
imperadores nomeavam funcionários com a função de supervisionar as operações financeiras dos gestores pro-
vinciais e prestar contas a eles de modo verbal. 
Quanto à utilização do termo auditor, podemos afirmar que ocorreu no fim do século XIII, na Inglaterra, pelo rei 
Eduardo I. Durante o seu reinado, deu aos barões o poder de nomear representantes oficiais e, então, ordenou 
a conferência das contas do testamento da esposa morta. A aprovação do “auditor” era atestada por meio de 
documentos que constituíram os primeiros relatórios de auditoria, em que, naquele período, foram denomina-
dos de Probatur sobre as Contas (IBRACON, [s.d.]).
Já na Grã-Bretanha, os primeiros passos da auditoria foram dados seguindo duas tipologias, a primeira relacio-
nada à auditoria de cidades, e a segunda à auditoria de vilas, as quais eram realizadas publicamente sob a pre-
sença de funcionários do Estado e de cidadãos. O processo era basicamente ouvir as contas das cidades e vilas 
emanadas pelo tesoureiro (O’REILLY et al., 1990).
8
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 1 - Características e funções do auditor
Figura 1.1: Apresentação inicial da auditoria 
Legenda: A figura apresenta uma mão escrevendo em uma prancheta.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Desse modo, a auditoria pode ser definida como o exame das demonstrações contábeis por um profissional habi-
litado, para emitir um parecer técnico sobre sua veracidade e adequabilidade às normas contábeis.
Por fim, entendemos que a auditoria nas demonstrações contábeis, ou auditoria contábil, tem como finalidade 
confirmar se os registros foram realizados seguindo os preceitos contábeis básicos e se as demonstrações contá-
beis oriundas desses registros também foram corretamente desenvolvidas.
A seguir, exploraremos a evolução da auditoria contábil ao longo dos anos.
1.1.1	Evolução	da	auditoria	contábil
Consideramos que o primeiro auditor contábil provavelmente foi um guarda-livros competente, isso em torno do 
século XV ou XVI, sendo que a auditoria se fixou como profissão no momento em que o especialista em escritu-
rações contábeis deixou de praticar a atividade contábil para um usuário único e passou a prestar assessoria aos 
demais especialistas e mercadores (IBRACON, [s.d.]).
Ao final do século XVII e com a ascensão da Revolução Industrial no século seguinte, houve uma propulsão no 
crescimento das empresase a consequente expansão dos mercados; assim, começaram a emergir as necessida-
des de financiamentos. Com isso, o mercado de capitais iniciou sua formação, e tornou-se relevante a divulgação 
de informações contábeis e financeiras das companhias envolvidas. Foi a partir desse momento que o papel do 
auditor contábil adquiriu ainda mais forma e contornos, pois a necessidade de controle e de averiguação das 
informações disponíveis nas demonstrações contábeis se tornou mais relevante. 
Em 1845, a Railway Companies Consolidation Act instituiu a verificação anual de todos os seus balanços, tendo 
em vista que essa tarefa foi realizada por auditores contábeis. Com isso, pode-se dizer que a moderna auditoria 
cresceu na Inglaterra e foi exportada junto com seus investimentos a uma série de outros países (IBRACON, [s.d.]).
9
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 1 - Características e funções do auditor
Nos Estados Unidos, com a crise de 1929, a auditoria contábil tomou novas formas. Após essa crise, foram cria-
dos grupos de trabalho para construir regras para as companhias listadas na bolsa de valores, tornando obrigató-
ria a auditoria contábil em suas demonstrações. Podemos considerar que os EUA foram um exemplo de aplicação 
da auditoria, mas há uma imensidão de outras contextualizações que também contribuíram com a sua evolução 
no mundo e no Brasil, para moldar e proporcionar as ferramentas disponíveis atualmente. 
Para fechar a discussão a respeito da evolução da auditoria contábil, cabe enfatizar o papel desempenhado pela 
Junta de Normas Internacionais de Contabilidade ou, em inglês, International Accounting Standards Board (IASB).
Esse órgão foi o responsável pela criação do International Federation of Accountants (IFAC), que é a autoridade 
máxima “[...] no estabelecimento de normas internacionais de Auditoria, de Contabilidade para o setor público, 
de ética e de educação contábil, usualmente utilizadas como referência ou simplesmente adotadas pelos países” 
(IBRACON, [s.d.], p. 46).
Para atuar como auditor contábil, é necessário antes possuir registro ativo no Conselho 
Regional de Contabilidade do seu Estado. Para obtê-lo, a partir de 2010, é obrigatória a reali-
zação do Exame de Suficiência, prova organizada pela Fundação Brasileira de Contabilidade; 
essa obrigatoriedade foi instituída pela Lei nº 12.249/2010 (CONSELHO FEDERAL DE CON-
TABILIDADE, 2010).
No próximo tópico, vamos conhecer os órgãos e as entidades relacionadas à auditoria contábil.
1.2	 Órgãos	e	entidades	da	auditoria	contábil
Agora que já vimos os conceitos, a finalidade e a evolução da auditoria, chegou o momento de conhecer alguns 
órgãos e entidades relacionadas à auditoria contábil. Temos a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Instituto 
dos Auditores Independentes do Brasil, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e os Conselhos Regionais de 
Contabilidade (CRC). Vamos conhecer cada um deles?
1.2.1	A	Comissão	de	Valores	Mobiliários	(CVM)
A CVM foi criada em 1976 e instituída pela Lei nº 6.385/1976 (BRASIL, 1976). A CVM é uma entidade autárquica 
e está vinculada ao Ministério da Fazenda, sendo que seu objetivo é fiscalizar o mercado de capitais no Brasil, 
evitando possíveis distorções nas informações fornecidas aos usuários das demonstrações contábeis. 
Além disso, esse órgão fiscaliza os auditores externos, pois, para exercer essa atividade no Brasil, eles são sub-
metidos a um registro específico, lembrando que a atividade de auditor externo só poderá ser executada por um 
contador devidamente registrado, junto ao Conselho Regional de Contabilidade (CRC) de sua jurisdição. 
10
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 1 - Características e funções do auditor
Figura 1.2: Apresentação do trabalho de auditoria
Legenda: A figura apresenta duas mulheres fazendo o trabalho de auditoria com uso de calculadora, papéis e caneta.
Fonte: Plataforma Deduca (2018). 
Conforme estabelecido na Lei nº 6.385/1976, no Artigo 8º, cabe à CVM:
I. Regulamentar, com observância da política definida pelo Conselho Monetário Nacional, as 
matérias expressamente previstas nesta Lei e na lei de sociedade por ações;
II. Administrar os registros instituídos por esta Lei;
III. Fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado de valores mobiliários, 
de que trata o Art. 1º, bem como a veiculação de informações relativas ao mercado, às pes-
soas que dele participem, e aos valores nele negociados;
IV. Propor ao Conselho Monetário Nacional a eventual fixação de limites máximos de preço, comis-
sões, emolumentos e quaisquer outras vantagens cobradas pelos intermediários do mercado;
V. Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas dada prioridade às que não apresentem lucro 
em balanço ou às que deixem de pagar o dividendo mínimo obrigatório. (BRASIL, 1976, s.p.).
Para conhecer mais sobre essa entidade, acesse a seguinte página na web e fique por dentro 
da história da CVM e de todas as novidades: <http://www.cvm.gov.br/>.
http://www.cvm.gov.br/
11
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 1 - Características e funções do auditor
A CVM ainda estabelece determinadas regras aos auditores externos, também chamados de auditores inde-
pendentes, bem como as normas de contabilidade, que deverão ser seguidas pelas organizações com atividades 
no Brasil. 
Além disso, é relevante destacar que as informações trazidas pela Instrução nº 308/1999 fazem referência direta 
ao auditor independente, descrevendo os processos de registro, as categorias de auditor e as condições para 
atuar como tal (BRASIL, 1999).
Como emanado no Art. 1º da respectiva instrução “[...] o auditor independente, para exercer atividade no âmbito 
do mercado de valores mobiliários, está sujeito ao registro na CVM, regulado pela presente Instrução” (BRASIL, 
1999, s.p.). Vale ressaltar que esse registro é obtido por meio da realização e sua respectiva aprovação em uma 
prova de qualificação técnica. 
1.2.2	Instituto	dos	Auditores	Independentes	do	Brasil	(Ibracon)
O Ibracon foi constituído em 13 de dezembro de 1971 e é uma entidade jurídica de direito privado e sem fins 
lucrativos, que surgiu a partir:
[...] da união de dois institutos que congregavam contadores que trabalhavam com auditoria 
independente: o Instituto dos Contadores Públicos do Brasil (ICPB) e o Instituto Brasileiro de Audi-
tores Independentes (IBAI), que se uniram para a obtenção de uma melhor estrutura e represen-
tatividade em benefício da profissão. Assim foi criado o Instituto dos Auditores Independentes do 
Brasil. (IBRACON, [s.d.], s.p.).
O Ibracon possui determinados objetivos, entre eles: fixar princípios de contabilidade e elaborar normas e proce-
dimentos relacionados com auditoria (externa e interna) e perícias contábeis.
Ele tem como missão “[...] manter a confiança da sociedade na atividade de auditoria independente e a relevância 
da atuação profissional, salvaguardando e promovendo os padrões de excelência em contabilidade e auditoria 
independente” (IBRACON, [s.d.], s.p.).
1.2.3	Conselho	Federal	de	Contabilidade	(CFC)	e	os	Conselhos	Regionais	de	
Contabilidade	(CRC)
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e os Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs) são os órgãos res-
ponsáveis por regular e fiscalizar a atividade profissional dos contadores, tanto em nível federal (CFC) quanto 
estadual (CRC), e, além disso, ambos são entidades sem fins lucrativos e constituídos por decretos.
12
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 1 - Características e funções do auditor
Figura 1.3: Acompanhamento dos órgãos ligados à auditoria no Brasil
Legenda: A figura ilustra uma lupa visualizando dados numéricos.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Para que você entenda melhor, podemos afirmar que o CFC é:
[...] uma Autarquia Especial Corporativa dotada de personalidade jurídica de direito público. 
Criado e regido por legislação específica, o Decreto-Lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946, o CFC 
possui estrutura, organizaçãoe funcionamento regulamentados pela Resolução CFC nº 1.370, de 
8 de dezembro de 2011, que aprova o Regulamento Geral dos Conselhos de Contabilidade. 
O CFC é integrado por um representante de cada estado e mais o Distrito Federal, no total de 27 
conselheiros efetivos e igual número de suplentes – Lei nº 11.160/05 -, e tem, dentre outras fina-
lidades, nos termos da legislação em vigor, principalmente a de orientar, normatizar e fiscalizar o 
exercício da profissão contábil, por intermédio dos Conselhos Regionais de Contabilidade , cada 
um em sua base jurisdicional, nos Estados e no Distrito Federal; decidir, em última instância, os 
recursos de penalidade imposta pelos Conselhos Regionais, além de regular acerca dos princípios 
contábeis, do cadastro de qualificação técnica e dos programas de educação continuada, bem 
como editar Normas Brasileiras de Contabilidade de natureza técnica e profissional. (CONSELHO 
FEDERAL DE CONTABILIDADE, [s.d.], s.p.).
Mas quais são as atribuições dos fiscais do CFC e dos CRCs? Entendemos que o fiscal é um contabilista e, por isso, 
também deve seguir a legislação da profissão contábil. Para começar, ele deve ser registrado no Conselho Regio-
nal de Contabilidade e estar em dia com as suas obrigações com o órgão. Além de, assim como qualquer outro 
contabilista, estar sujeito a todas as penalidades ético-disciplinares.
Entre as atividades desenvolvidas pelos fiscais dos CRCs, temos as diligências de parâmetros “[...] estabelecidos 
pela Vice-presidência de Registro e Fiscalização do CFC por intermédio da Coordenadoria de Fiscalização Nacio-
nal. Os parâmetros são divididos em qualificados e não qualificados” (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 
[s.d.], s.p.). 
13
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 1 - Características e funções do auditor
De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade ([s.d.], s.p.), na diligência dos parâmetros não qualifica-
dos, os fiscais “[...] desenvolvem trabalhos de combate ao leigo e a obediência ao Art. 12 do Decreto-lei que esta-
belece que todos os contabilistas só podem desenvolver trabalhos contábeis desde que devidamente registrados 
nos CRCs”. Já na diligência dos parâmetros qualificados, eles “[...] desenvolvem trabalhos de fiscalização aos 
trabalhos técnicos desenvolvidos pelos contabilistas”. Esses trabalhos são:
• Fiscalização de Auditoria Contábil;
• Fiscalização de Contrato de Prestação de Serviço;
• Fiscalização de DECORE;
• Fiscalização de Demonstração Contábil;
• Fiscalização de Escrituração Contábil;
• Fiscalização de Perícia Contábil. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, [s.d.], s.p.).
Para conhecer mais sobre o Conselho Federal de Contabilidade e os Conselhos Regionais, 
acesse a seguinte página na web: <http://cfc.org.br/>.
A seguir, vamos compreender a diferença entre auditoria interna e auditoria independente.
1.3 A auditoria interna e a independente
Podemos considerar que a auditoria interna nas organizações surgiu devido à grande expansão do mundo dos 
negócios. Com isso, houve a necessidade de priorizar determinados processos e procedimentos internos com o 
propósito de melhorar as atividades internas da organização.
Para que esses procedimentos e processos funcionassem corretamente, era necessário um acompanhamento 
mais de perto. Portanto, essa é a atividade da auditoria interna, em que um determinado colaborador supervi-
siona a implantação e a gestão das novas atividades. 
Foi a partir dessa necessidade de gestão que surgiu a figura do auditor interno, o qual exerce uma atividade 
vinda do desdobramento da auditoria externa e, por consequência, do contador. A diferença básica entre o audi-
tor interno e o externo (independente) é que o primeiro é um colaborador efetivo da empresa, já o segundo não 
possui vínculo empregatício com a organização auditada. 
Outro ponto interessante de se apresentar é que o auditor interno geralmente se encontra apenas abaixo da pre-
sidência da companhia. Na prática, isso facilita o seu trabalho, pois ele não está subordinado a nenhum departa-
mento específico, ou seja, tem autonomia para desenvolver suas averiguações e apontamentos. 
http://cfc.org.br/
14
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 1 - Características e funções do auditor
No Quadro 1.1, podemos observar as principais diferenças nas características do auditor interno e externo.
Quadro 1.1: Comparativo entre auditor interno e auditor independente
Auditor Interno Auditor Externo
É empregado da empresa auditada.
Não tem vínculo empregatício com a 
empresa auditada.
Menor grau de independência. Maior grau de independência.
Executa auditoria contábil e operacional. Executa apenas auditoria contábil.
Os principais objetivos são:
• Verificar se as normas internas estão 
sendo seguidas.
• Verificar a necessidade de aprimorar as 
normas internas vigentes.
• Verificar a necessidade de novas normas 
internas.
• Efetuar auditoria das diversas áreas das 
demonstrações contábeis e em áreas 
operacionais.
O principal objetivo é emitir um parecer ou 
opinião sobre as demonstrações contábeis, 
no sentido de verificar se estas refletem 
adequadamente a posição patrimonial 
e financeira, o resultado das operações, 
as mutações do patrimônio líquido e 
as origens e aplicações de recursos da 
empresa examinada. Também, se essas 
demonstrações foram elaboradas de acordo 
com os princípios contábeis e se eles foram 
aplicados com uniformidade em relação ao 
exercício social anterior.
Maior volume de testes (tem maior tempo 
na empresa para executar os serviços de 
auditoria).
Menor volume de testes, já que o auditor 
externo está interessado em erros que 
individualmente ou cumulativamente 
possam alterar de maneira substancial as 
informações das demonstrações contábeis.
Fonte: Almeida (2008, p. 30).
Ainda a respeito da auditoria interna, as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC T 12), do CFC, por meio da 
Resolução nº 986/2003, declaram que:
12.1.1.3 - A Auditoria Interna compreende os exames, análises, avaliações, levantamentos e 
comprovações, metodologicamente estruturados para a avaliação da integridade, adequação, 
eficácia, eficiência e economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de controles 
internos integrados ao ambiente e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à administra-
ção da entidade no cumprimento de seus objetivos. 
12.1.1.4 - A atividade de Auditoria Interna está estruturada em procedimentos, com enfoque téc-
nico, objetivo sistemático e disciplinado, e tem por finalidade agregar valor ao resultado da orga-
nização, apresentando subsídios para o aperfeiçoamento dos processos, da gestão e dos contro-
les internos, por meio da recomendação de soluções para as não conformidades apontadas nos 
relatórios. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2003, s.p.).
15
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 1 - Características e funções do auditor
 Será que a auditoria interna trata apenas dos aspectos contábeis de uma companhia?
Entendemos que a auditoria interna envolve vários aspectos contábeis e, por isso, deve ser realizada priorita-
riamente por uma equipe com uma série de profissionais e de diversas áreas. Com esse time interdisciplinar, os 
resultados serão ainda mais potencializados. Além disso, salientamos que o relatório da administração não é de 
obrigação do auditor independente.
Agora que realizamos uma reflexão da auditoria interna e da independente, no próximo tópico, exploraremos as 
características da auditoria externa.
1.4 A auditoria externa
No tópico anterior, iniciamos uma discussão a respeito do trabalho do auditor independente, também deno-
minado auditor externo. Nesse sentido, independência remete à imunidade, que está presente no contexto de 
autonomia para realizar averiguações nas demonstrações contábeis e nos processos. Já a independência dos 
trabalhos está relacionada às condições que ameaçam a capacidade de conduzir as atividades de auditoria inde-
pendente de maneira imparcial.
Além disso,o auditor independente (externo) precisa ter a capacidade de formar uma opinião (com ou sem res-
salva) de modo que não seja interferido por influências que poderiam comprometer tal concepção emanada. 
O fator independência provoca uma melhora na capacidade do auditor de atuar com total integridade, objetivi-
dade, competência, zelo, sigilo e comportamento profissional sobre todas as atividades executadas, assim como 
esclarece a Norma Brasileira de Contabilidade – NBC PG 100. 
Há requisitos éticos que se relacionam com o auditor externo e que estão presentes na norma NBC TA 200, de 
2009, que trata dos objetivos gerais do auditor independente e a condução da auditoria em conformidade com 
normas de auditoria. Essa norma destaca que o auditor externo deverá cumprir as mesmas exigências éticas que 
os demais profissionais da contabilidade, inclusive as relacionadas à independência. A NBC TA 200 aborda com 
profundidade duas questões: 
• Ceticismo profissional: é relevante e indispensável para a avaliação crítica das evidências apontadas na 
auditoria. Além disso, o auditor poderá questionar evidências contraditórias e também a confiabilidade 
dos documentos que lhe foram apresentados.
• Julgamento profissional: faz-se necessária a interpretação de exigências éticas e profissionais, além 
de normas e decisões que não podem ser efetuadas sem aplicação de conhecimento e experiência 
(BRASIL, 2009). 
16
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 1 - Características e funções do auditor
Figura 1.4: Análise de todos os detalhes
Legenda: A figura apresenta uma lupa visualizando cálculos matemáticos ao 
fundo, o que remete à análise detalhada realizada pelo auditor.
Fonte: Plataforma Deduca (2018). 
Sendo assim, a auditoria externa tem independência total em relação à companhia auditada. Diferentemente 
da auditoria interna, que possui relação empregatícia com a empresa, impossibilitando total imunidade sobre as 
questões apontadas e averiguadas.
No próximo tópico, trataremos de questões iniciais das normas de auditorias vigentes no Brasil.
	Estamos	chegando	ao	final	da	Unidade	1.	Lembre-se	de	rever	o	conteúdo	estudado	para	
participar	do	Fórum	Desafio!
1.5	 Abordagem	 inicial	das	normas	de	auditorias	vigentes	
no	Brasil
Para ampliar as nossas aprendizagens, vamos conhecer agora as normas relacionadas à auditoria vigentes no 
país. Cabe salientar que essa apresentação se dará de modo sintético, ou seja, teremos um panorama sobre a 
atual posição da atividade de auditoria.
Temos as normas de auditoria: para os profissionais; para as demonstrações contábeis; e interna. Veremos os 
detalhes de cada uma delas a seguir.
17
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 1 - Características e funções do auditor
1.5.1	Normas	de	auditoria	para	os	profissionais
As normas de auditoria inerentes aos profissionais que executam tal atividade são: NBC P 1: Normas Profissionais 
de Auditor Independente – Resolução CFC nº 821/1997; NBC P 3: Normas Profissionais do Auditor Interno – 
Resolução CFC nº 781/1995; e NBC P 5: Normas de Qualificação Técnica – Resolução CFC nº 1.109/2007.
A NBC P1 trata da competência técnico-profissional do auditor. Engloba as suas responsabilidades na execução 
do trabalho; os honorários para a execução dos serviços; a guarda de toda a documentação; a responsabilidade 
pela utilização do trabalho do auditor interno, das informações anuais prestadas aos Conselhos Regionais de 
Contabilidade; e o compromisso com a educação continuada e a manutenção dos líderes da equipe de auditoria 
(CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 1997b).
Já a NBC P3 discute a respeito do auditor interno. Os seus apontamentos são semelhantes aos do auditor inde-
pendente, mas com determinadas peculiaridades, em que, inicialmente, apresenta-se a discussão em torno da 
competência técnico-profissional, da autonomia do profissional, da responsabilidade do auditor interno perante 
a execução dos seus trabalhos, o seu relacionamento com profissionais de outras áreas, o seu sigilo profissional, 
bem como a sua cooperação com o auditor independente (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 1995).
E, por último, temos a NBC P5, que trata da realização do exame de qualificação técnica para registro no Cadas-
tro Nacional de Auditores Independentes (CNAI), sendo administrado pelo Conselho Federal de Contabilidade 
(CFC). Nessa norma, são apresentados a conceituação, os objetivos, a administração, a estrutura, o controle e a 
aplicação do exame. São expostos ainda a sua forma e o seu conteúdo, a aprovação, a respectiva periodicidade, 
a certidão de aprovação, os recursos, os impedimentos, a sua divulgação, as questões para as provas e demais 
critérios específicos (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2007).
Figura 1.5: Visualização das normas brasileiras de auditoria 
Legenda: A figura revela um grupo de pessoas com papéis e lápis discutindo sobre o que leem.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
18
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 1 - Características e funções do auditor
1.5.2	Norma	de	auditoria	para	as	demonstrações	contábeis
A norma de auditoria inerente às demonstrações contábeis é a NBC T 11 – Normas de Auditoria Independente 
das Demonstrações Contábeis, Resolução CFC nº 820/1997. Ela trata da conceituação e das disposições gerais 
do trabalho da auditoria independente sobre as demonstrações contábeis, além das normas de execução dos 
trabalhos e das normas do parecer dos auditores independentes. Nela também consta o modelo de parecer dos 
auditores independentes (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 1997a).
O Conselho Federal de Contabilidade disponibiliza em seu portal eletrônico uma série de 
materiais e legislações inerentes à auditoria, acesse o site e acompanhe: <http://portalcfc.
org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/livro_auditoria-e-pericia.pdf>.
1.5.3 Norma de auditoria interna
A norma de auditoria interna relacionada às demonstrações contábeis é a NBC T 12 – Da Auditoria Interna – 
Resolução CFC nº 986/2003. Ela apresenta a construção da auditoria interna, visto que seu objetivo descreve 
os papéis de trabalho do auditor interno, bem como o processo de fraude e erro e as normas de execução do 
trabalho do auditor interno. 
Nesse contexto, estão incluídos o planejamento dos trabalhos, os riscos e procedimentos da auditoria interna e 
o processo de amostragem. Além disso, essa norma apresenta as regras relativas ao relatório da auditoria interna 
e descreve os itens mínimos que o relatório do auditor interno deve conter: a metodologia adotada, a descrição 
dos fatos constatados, os riscos associados a esses fatos e as conclusões e recomendações resultantes dos fatos 
constatados (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2003). 
Chegamos ao final da primeira unidade e esperamos que os conteúdos abordados tenham despertado interesse 
e motivação para as novas aprendizagens que estão por vir.
http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/livro_auditoria-e-pericia.pdf
http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/livro_auditoria-e-pericia.pdf
19
Considerações finais
Concluímos nossa primeira unidade de estudo, a respeito das característi-
cas da autoria e funções do auditor, em que abordamos a conceituação e 
evolução da auditoria contábil no Brasil e no mundo, além de apresentar os 
órgãos relacionados diretamente e indiretamente com a auditoria no Brasil.
Apresentamos também o trabalho do auditor independente e, por fim, as 
normas de auditoria vigentes no Brasil, ou seja, nesta unidade, você teve 
a oportunidade de:
• identificar a construção e evolução da auditoria no mundo;
• conhecer os órgãos e as entidades relacionadas com a auditoria;
• conhecer o papel e o trabalho do auditor interno e do independente 
(externo); e
• identificar as principais normas de auditoria vigentes no Brasil.
Os conhecimentos adquiridos certamente enriquecerão a sua trajetória 
acadêmica e profissional! Siga em frente!
Referências
20
ALMEIDA, M. C.Auditoria: Um curso moderno e completo. 6. ed. São 
Paulo: Atlas, 2008. 
BRASIL. Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976. Dispõe sobre o mercado de 
valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários. Diário Oficial 
da União, Brasília, DF, 7 dez. 1976. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/Ccivil_03/leis/L6385.htm>. Acesso em: 16 de abr. 2018.
______. Instrução nº 308 de 14 de maio de 1999. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 14 maio 1999. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br/
export/sites/cvm/legislacao/instrucoes/anexos/300/inst308consolid.
pdf>. Acesso em: 15 abr. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Lei nº 12.249 de 11 de junho 
de 2010. Altera os Decretos-Lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946, 1.040, 
de 21 de outubro de 1969. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 jun. 
2010. Disponível em: <http://cfc.org.br/wp-content/uploads/2015/12/
lei_12249.pdf>. Acesso em: 27 abr. 2018.
______. Resolução CFC n.º 781/95. Aprova NBC PI 01 – Normas Profis-
sionais do Auditor Interno. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 mar. 
1995. Disponível: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_781.
pdf>. Acesso em: 27 abr. 2018.
______. Resolução CFC nº 820/97. Aprova a NBC T 11 – Normas de Audi-
toria Independente das Demonstrações Contábeis com Alterações e dá 
outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 dez. 1997a. 
Disponível em: <http://cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_820.doc>. Acesso 
em: 27 abr. 2018.
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L6385.htm
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L6385.htm
http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/instrucoes/anexos/300/inst308consolid.pdf
http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/instrucoes/anexos/300/inst308consolid.pdf
http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/instrucoes/anexos/300/inst308consolid.pdf
http://cfc.org.br/wp-content/uploads/2015/12/lei_12249.pdf
http://cfc.org.br/wp-content/uploads/2015/12/lei_12249.pdf
http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_781.pdf
http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_781.pdf
http://cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_820.doc
Referências
21
______. Resolução CFC n.º 1.109/07. Dispõe sobre a NBC P 5 − Norma sobre 
o Exame de Qualificação Técnica para Registro no Cadastro Nacional de 
Auditores Independentes (CNAI) do Conselho Federal de Contabilidade 
(CFC). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 nov. 1997b. Disponível 
em: <http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2012/12/
RES_1109.emvigor.pdf>. Acesso em: 27 abr. 2018.
______. Resolução CFC nº 986/03. Aprova a NBC TI 01 – Da Auditoria 
Interna. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 21 nov. 2003. Disponível 
em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_986.doc>. Acesso em: 
27 abr. 2018.
______. Resolução CFC nº. 1.203/09. Aprova a NBC TA 200 – Objetivos 
Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Confor-
midade com Normas de Auditoria. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 
27 nov. 2009. Disponível em: <http://www.oas.org/juridico/portuguese/
mesicic3_bra_res1203.pdf>. Acesso em: 27 abr. 2018.
INSTITUTO BRASILEIRO DE AUDITORES INDEPENDENTES (IBRACON). Dis-
ponível em: <http://www.ibracon.com.br>. Acesso em: 17 abr. 2018.
______. Auditoria: registros de uma profissão. Disponível em: <http://www.
ibracon.com.br/ibracon/Portugues/detInstitucional.php?cod=2>. Acesso 
em: 27 abr. 2018.
O’REILLY, J. et al. Effects of time intervals and tone durations on auditory 
stream segregation. Percept. Psychophys, v. 62, n. 2, p. 626–636, 1990. 
http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2012/12/RES_1109.emvigor.pdf
http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2012/12/RES_1109.emvigor.pdf
http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_986.doc
http://www.oas.org/juridico/portuguese/mesicic3_bra_res1203.pdf
http://www.oas.org/juridico/portuguese/mesicic3_bra_res1203.pdf
http://www.ibracon.com.br
http://www.ibracon.com.br/ibracon/Portugues/detInstitucional.php?cod=2
http://www.ibracon.com.br/ibracon/Portugues/detInstitucional.php?cod=2
2
23
Unidade 2
Controle de qualidade e normas 
de auditoria
Para iniciar seus estudos
Você está iniciando o estudo da segunda unidade da disciplina Auditoria 
das Demonstrações Contábeis. Preparado para mais questões, aponta-
mentos e reflexões? 
Esta unidade diz respeito à qualidade nas atividades de auditoria, em 
especial, como ela é garantida, tendo em vista que toda empresa tem 
suas particularidades e peculiaridades. Você ainda conhecerá as normas 
que norteiam as técnicas e práticas de auditoria atualmente em nosso 
país. Vamos lá?
Objetivos de Aprendizagem
• Entender como se desenvolve o processo de controle de qualidade 
no exercício de auditoria.
• Conhecer as normas de auditoria geralmente aceitas.
• Compreender a responsabilidade do auditor, bem como da 
empresa auditada.
24
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 2 - Controle de qualidade e normas de auditoria
2.1 Qualidade
Para iniciar, partimos da ideia de que a Comissão de Valores Mobiliários, por meio de sua Instrução n. 308 de 
1999, estabelece nos artigos 32 e 33 que os auditores independentes devem implementar um programa interno 
de controle de qualidade e se submeter à revisão do seu controle de qualidade – que será realizada por outro 
auditor independente (BRASIL, 1999). Mas o que é qualidade?
Figura 2.1: Simbolização da qualidade
Legenda: A figura apresenta duas mãos, uma prancheta, uma caneta e um 
check-list de conferência, simbolizando a qualidade de algo.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
No senso comum, análogo às nossas rotinas, a qualidade é vista como uma garantia de que algo está em con-
formidade com um padrão específico. E, em auditoria contábil, como podemos definir a qualidade? No Brasil, ela 
é abordada, pela primeira vez, na Resolução n. 910 de 2001 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), na qual 
sua definição consiste em:
A qualidade, neste contexto, é medida pelo atendimento das normas técnicas e profissionais, 
estabelecidas pelo Conselho Federal de Contabilidade e, na insuficiência destas, pelos pronun-
ciamentos do Instituto de Auditores Independentes do Brasil – Ibracon e, eventualmente, das 
normas emitidas por órgãos reguladores. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2001, s.p.)
O controle de qualidade está intimamente ligado às normas aplicadas à auditoria. Essa é 
uma correlação básica que já podemos fazer. Fique atento, pois ainda nesta unidade aborda-
remos as normas de auditoria geralmente aceitas e você deverá conhecer e compreendê-las 
para aproveitar ao máximo esta primeira etapa do conteúdo.
25
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 2 - Controle de qualidade e normas de auditoria
Desta forma, compreende-se que a qualidade, em auditoria, está relacionada ao atendimento às normas geral-
mente aceitas. Portanto, para atingir a qualidade nos processos de auditoria, é importante que o auditor tenha 
pleno conhecimento e entendimento acerca da legislação vigente.
Agora que você já sabe o que é qualidade e como seu conceito se adequa à contabilidade e à auditoria, vamos 
compreender o controle de qualidade, que é o primeiro conteúdo-foco desta unidade?
2.2 Controle de qualidade
É importante considerar que as firmas de auditoria devem adotar procedimentos que assegurem que seus ser-
viços estão de acordo com os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes e demandados pelos usuários. 
Para tanto, são criadas estratégias para verificar, implementar e manter sistemas que garantam a qualidade de 
seus serviços. Esses sistemas são chamados de controle de qualidade, o qual é realizado por pessoal interno ou 
externo, e consiste em um esforço dos auditores e/ou firmas de auditoria para manter o nível de seus serviços e 
de sua responsabilidade perante a atividade que presta.
O controle de qualidade, portanto, constitui uma medida utilizada para definição de procedimentos, políticas e 
rotinas uniformes dentro de uma organização. É uma estratégia adotada muito comum e eficiente,disseminada 
em todo o mundo e praticada por diferentes empresas, que variam em tamanho, área de atuação e localização. 
Na contabilidade, ele é um mecanismo que garante que as informações apresentadas são idôneas e resultantes 
de um trabalho que observou normas e procedimentos específicos. Especificamente quanto à auditoria, temos 
alguns exemplos de normas que abordam o contexto de controle de qualidade: 
• a Norma Brasileira de Contabilidade Profissional de Auditoria 01 – Controle de Qualidade para Firmas 
(Pessoas Jurídicas e Físicas) de Auditores Independentes;
• a Norma Brasileira de Contabilidade Profissional de Auditoria 11 – Revisão Externa de Qualidade pelos 
Pares; 
• a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica de Auditoria 220 – Controle de Qualidade da Auditoria das 
Demonstrações Contábeis.
Essas normas abordam conceitos e objetivos da qualidade e as técnicas que devem ser observadas para o desen-
volvimento e a manutenção de um adequado sistema de controle de qualidade. Dessa forma, vislumbram-se, 
por meio das normas, as metas e os objetivos dos controles de qualidade, além dos procedimentos específicos 
que o auditor deve adotar.
A Norma Brasileira de Contabilidade Profissional de Auditoria 01 (NBC PA 01) do CFC apresenta a estrutura con-
ceitual, os objetivos e as orientações no que diz respeito ao controle de qualidade em auditoria. De acordo com 
ela, o controle de qualidade:
É composto por políticas desenhadas para alcançar [...] um sistema de controle de qualidade para 
obter segurança razoável de que: (a) a firma e seu pessoal cumprem as normas técnicas e as exi-
gências regulatórias e legais aplicáveis; e os relatórios sobre demonstrações contábeis e demais 
relatórios emitidos pela firma e pelos sócios encarregados do trabalho são apropriados nas cir-
cunstâncias. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2009, s.p.)
Segundo essa norma, deve-se estabelecer e manter um sistema de controle de qualidade que apresente segu-
rança razoável para que a firma e seu pessoal cumpram a legislação vigente aplicável à empresa e seus relatórios 
sejam fidedignos ao reflexo da empresa auditada. 
26
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 2 - Controle de qualidade e normas de auditoria
O termo “firma de auditoria” é uma nomenclatura bastante difundida pelo CFC e corres-
ponde a um único profissional ou sociedade de pessoas que atuam como auditores inde-
pendentes. Para saber mais, leia o documento “Guia de controle de qualidade para firmas 
de auditoria de pequeno e médio porte”, disponível em: <http://cfc.org.br/tecnica/normas-
-brasileiras-de-contabilidade/guia-de-implementacao/>.
Com base na NBC PA 01, um sistema de controle de qualidade inclui políticas e procedimentos realizados pela 
firma, que podem ser visualizados no Quadro 2.1:
Quadro 2.1: Sistema de controle de qualidade
Responsabilidades da liderança pela qualidade na firma.
• Recursos humanos
• Análise prévia para aceitação e continuidade do relacionamento com clientes e de trabalhos específicos
• Exigências éticas relevantes
• Execução do trabalho
• Monitoramento
Fonte: Adaptado de Conselho Federal de Contabilidade (2009).
É importante destacar que tanto as normas NBC PA 01 quanto as NBC TA 220 exploram as características de cada 
um desses procedimentos, os quais veremos a seguir. 
a. Responsabilidades da liderança pela qualidade na firma: o sócio encarregado pela qualidade geral do 
trabalho em auditoria precisa agir corretamente e comunicar, de forma apropriada, aos demais membros 
da equipe de trabalho, suas ações e expectativas. Essa responsabilidade é importante para que os 
trabalhos sejam realizados sob as premissas de qualidade, dando margem para que a equipe de trabalho 
fique à vontade para abordar todos os assuntos, sem medos de represálias (seja de pessoas da firma de 
auditoria, seja de pessoas da empresa auditada).
Nesse contexto, a equipe de trabalho corresponde a todos os sócios e quadro técnico envolvidos no 
trabalho, assim como quaisquer pessoas contratadas pela firma que executam procedimentos de 
auditoria. Os especialistas externos e auditores internos não fazem parte dessa equipe. 
b. Recursos humanos: conjunto responsável pela análise anteriormente realizada. A firma deve estabelecer 
políticas e procedimentos que forneçam segurança de que seu pessoal é capacitado para executar os 
trabalhos de acordo com as legislações exigidas e emitir relatório de auditoria (ou outros tipos de 
relatórios) de acordo com as demandas e características da empresa auditada.
http://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/guia-de-implementacao/
http://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/guia-de-implementacao/
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Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 2 - Controle de qualidade e normas de auditoria
c. Aceitação e continuidade do relacionamento com clientes e de trabalhos específicos: antes de 
aceitar um novo cliente ou continuar os trabalhos com algum que já exista, a firma de auditoria deve 
analisar quatro pontos específicos: 
• a integridades dos principais membros desse cliente; 
• se a equipe de auditoria tem competência, habilidade e disponibilidade necessárias para a realização 
dos trabalhos; 
• se a equipe de trabalho pode cumprir as exigências éticas relevantes, não tendo nenhum conflito 
entre diferentes clientes; e 
• se assuntos importantes abordados durante os trabalhos de auditoria podem ter implicações para a 
continuidade do relacionamento. 
A partir dessa análise, a firma deve tomar sua decisão de aceitar ou continuar o relacionamento, pois, 
observados esses requisitos, vislumbra-se maior clareza quanto à qualidade da relação entre auditor e 
auditado.
d. Exigências éticas relevantes: são as características éticas essenciais para um controle de qualidade, as 
quais são alicerceadas pelo Código de Ética Profissional do Conselho Federal de Contabilidade, sendo 
os princípios fundamentais da ética profissional a integridade, a objetividade, a competência e o zelo 
profissional, a confidencialidade e o comportamento profissional. Vamos destacar o que significa cada 
um desses princípios, pois é importante e inerente às práticas do auditor. 
• Integridade: significa ser franco e honesto em todos os relacionamentos profissionais e comerciais. 
• Objetividade: é não ser influenciado por comportamentos tendenciosos, conflitos de interesse ou 
outros que afetem o julgamento profissional ou do negócio. 
• Competência e zelo profissional: consiste em manter o conhecimento e a habilidade profissionais nos 
níveis adequados para garantir um serviço competente. 
• Confidencialidade: por sua vez, diz respeito ao sigilo das informações obtida.
• Comportamento profissional: determina o cumprimento das leis e dos regulamentos pertinentes, 
evitando qualquer ação que desacredite a profissão. 
e. Execução do trabalho: a execução do trabalho está ligada à organização de políticas e procedimentos 
que incluam assuntos relevantes que promovam a consistência na qualidade da execução dos serviços 
de auditoria, bem como a delegação de responsabilidades pela supervisão e revisão dos trabalhos de 
auditoria.
f. Monitoramento: consiste na verificação contínua de que o sistema de controle de qualidade é eficiente 
e eficaz. Envolve avaliação do sistema de qualidade, comunicação de possíveis falhas e/ou deficiências 
observadas e as correções. No monitoramento, inclui-se, também, uma inspeção periódica de alguns 
trabalhos concluídos pela firma de auditoria como forma de garantia de que o sistema de controle de 
qualidade é efetivo. Entendemos que um controle de qualidade bem estruturado demonstra que o 
pessoal que realiza a auditoria possui competência, independência, aderência às exigências regulatórias 
aplicáveis e um bom convívio com os clientes. Esses itens reforçam a qualidade no serviço prestado.
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Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 2 - Controle de qualidade e normas de auditoria
Figura 2.2: Controle de qualidadeLegenda: A figura expressa um homem conferindo dados, com uso de uma lupa, calculadora, prancheta, pasta e papéis, 
simbolizando o controle de qualidade dentro das organizações. Ao lado estão os seus óculos e uma xícara de café.
Fonte: Plataforma Deduca (2018). 
Sabemos que uma das etapas de controle de qualidade consiste na delegação de revisão dos trabalhos de audi-
toria, a qual tem tamanha importância que o Conselho Federal de Contabilidade emitiu uma norma profissional 
para melhor instruir os auditores nesse processo. 
A Norma Brasileira de Contabilidade Profissional de Auditoria 11 (NBC PA 11) passa a vigorar a partir de 1 de 
janeiro de 2019 e seu conteúdo aborda a revisão externa de qualidade pelos pares, que consiste em um acom-
panhamento do controle de qualidade dos trabalhos e procedimentos realizados por auditores independentes. 
Ela aplica-se, exclusivamente, ao auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários. De acordo com o CFC, a 
revisão de controle de qualidade do trabalho:
[...] é um processo estabelecido para fornecer uma avaliação objetiva, na data ou antes da data do 
relatório, dos julgamentos relevantes feitos pela equipe de trabalho e das conclusões atingidas ao 
elaborar o relatório. O processo de revisão de controle de qualidade do trabalho é somente para 
auditoria de demonstrações contábeis de entidades listadas e de outros trabalhos de auditoria 
para os quais a firma tenha determinado a necessidade de revisão de controle de qualidade do 
trabalho. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2012, p. 71)
O revisor de controle de qualidade do trabalho será: 
a. um sócio; ou 
b. outro profissional da própria firma; ou 
c. uma pessoa externa adequadamente qualificada; ou 
d. uma equipe composta por todas essas pessoas, desde que nenhuma delas faça parte da equipe de 
trabalho, devendo ter experiência, além de autoridade suficientes e apropriadas para verificar com 
objetividade os julgamentos e as conclusões realizadas pela equipe de trabalho.
Aplicam-se, assim, ao programa de revisão do controle de qualidade, confidencialidade, independência e com-
petência para realização do trabalho.
29
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 2 - Controle de qualidade e normas de auditoria
A revisão pelos pares ocorrerá, pelo menos, uma vez a cada quatro anos, tendo como produto um relatório, que 
deverá apresentar o escopo e as limitações, quando existir, da revisão; a emissão de uma carta de recomendação; 
e uma opinião sobre as políticas e os procedimentos de controle de qualidade no que diz respeito às exigências 
das legislações cabíveis à empresa revisada. 
O relatório emitido deve ser elaborado a partir do tipo de conclusão apresentada: a) se o sistema de qualidade 
for adequado, mostra-se o relatório de revisão de sistema de qualidade adequado; b) se o sistema de qualidade 
apresentar problemas, expõe-se o relatório de revisão de sistema de qualidade com deficiências; c) já se o sis-
tema de qualidade for inadequado às demandas da auditoria, apresenta-se um relatório de revisão de sistema 
de qualidade inadequado; e d) se o auditor tiver seu trabalho limitado a um ou mais dados, impossibilitando de 
formar conclusões, apresenta-se o relatório de revisão de sistema de qualidade com limitação de escopo ao tra-
balho do revisor. 
O controle de qualidade não é matéria específica da auditoria. Ele está presente no nosso 
cotidiano mais do que você imagina. Pare um pouco e reflita: quais atividades da sua rotina 
passam por algum controle de qualidade?
Em relação à execução do trabalho de auditoria, vale ressaltar que o auditor externo “[...] tem acesso a mui-
tas informações confidenciais da empresa [...]. Como qualquer outro profissional, o auditor externo deve manter 
sigilo dessas informações, mesmo dentro da própria empresa” (ALMEIDA, 2008, p. 16).
2.3 Normas de auditoria
Como sabemos, as normas auxiliam e orientam o contador em suas atividades profissionais. A prática da 
auditoria, por si só, carrega muitas subjetividades, pois cada empresa tem suas peculiaridades e cada auditor 
conhece e entende os procedimentos de acordo com seus próprios conhecimentos. Portanto, para que haja um 
padrão mínimo e, para manter a qualidade dos serviços prestados, existem normas que regulamentam as práti-
cas técnicas e profissionais dos auditores independentes.
As normas harmonizam as práticas, como, no caso específico da auditoria, as práticas e condutas profissionais 
do contador, quando na figura de auditor independente. Nesse sentido, as Normas Brasileiras de Contabilidade 
(NBC) são elaboradas pelo Conselho Federal de Contabilidade e estão de acordo com as Normas Internacionais 
de Contabilidade, a fim de permitir uma contabilidade integrada em todo o mundo. 
30
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 2 - Controle de qualidade e normas de auditoria
Atualmente, as NBC classificam-se como normas profissionais e como normas técnicas e, nessas categorias, 
abordam especificidades dentro do campo da ciência contábil, como é possível verificar no Quadro 2.2.
Quadro 2.2: Estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade
Normas Brasileiras de Contabilidade
• Normas Profissionais
• Geral
• Do Auditor Independente
• Do Perito Contábil
• Normas Técnicas
• Geral
• Completas
• Simplificadas para Pequenas e Microempresas
• Aplicadas ao Setor Público
• De Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica
• De Revisão de Informação Contábil Histórica
• De Serviço Correlato
• De Auditoria Interna
• De Perícia
Fonte: Elaborado pela autora (2018).
Podemos entender que as normas profissionais estabelecem regras do exercício profissional. Já as normas técni-
cas, por sua vez, estabelecem conceitos, regras e procedimentos que devem ser utilizados nas práticas contábeis. 
Na auditoria, essas normas abrangem qualidade, independência, revisão dos trabalhos e exigências e qualifica-
ções para o registro do contador como auditor independente, responsabilidades, procedimentos e estratégias 
que devem ser consideradas quando do exercício da auditoria.
31
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 2 - Controle de qualidade e normas de auditoria
2.3.1 Normas profissionais 
No que diz respeito à auditoria, existem cinco normas profissionais vigentes, além de uma resolução que trata do 
Cadastro Nacional de Auditores Independentes, conforme exposto no Quadro 2.3:
Quadro 2.3: Esquema resumido das Normas Profissionais de Auditoria Independente
Sigla da norma Nome da norma
NBC PA 01
Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e 
Físicas) de Auditores Independentes
NBC PA 290 (R2) Independência – Trabalhos de Auditoria e Revisão
NBC PA 291 (R2) Independência – Outros Trabalhos de Asseguração
NBC PA 11 Revisão Externa de Qualidade pelos Pares
NBC PA 13 (R2) Exame de Qualificação Técnica
- Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI)
Fonte: Elaborado pela autora (2018).
As normas perpassam conceitos e práticas a serem observadas pelos auditores no que diz respeito: a) à quali-
dade, ao controle de qualidade e à revisão externa de qualidade; b) à independência do auditor, dos trabalhos de 
revisão e asseguração; e c) às qualificações e exigências técnicas de um auditor.
Agora, vamos aprofundar nossos conhecimentos no que diz respeito à independência e às qualificações e exi-
gências técnicas do auditor?
2.3.1.1 Independência 
Consideramos que a auditoria deve ser executada por um profissional legalmente habilitado. Além disso, “[...] o audi-
tor deve ser independente em todos os assuntos relacionados com seu trabalho; o auditor deve aplicar o máximo de 
cuidado e zelo na realização de seu exame e na exposição de suas conclusões” (ALMEIDA, 2008, p. 16). 
Ser independente, em auditoria, possui duas características: sê-lo e aparentar sê-lo. E o que isso significa? 
32
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 2 - Controle de qualidade e normas de auditoria
Figura 2.3: Independência em auditoria
Legenda: A figuraexpressa um homem e dois balões de pensamento refletindo o 
certo e o errado, o que simboliza a independência em auditoria.
Fonte: Plataforma Deduca (2018). 
Há duas normas vigentes que abordam a independência em auditoria: a Norma Brasileira de Contabilidade Pro-
fissional de Auditoria 290 (segunda revisão) e a Norma Brasileira de Contabilidade Profissional de Auditoria 291 
(segunda revisão). 
A NBC PA 290 (R2) e a NBC PA 291 (R2) abordam os requisitos de independência para trabalhos de auditoria, 
de revisão limitada ou especial e outros de asseguração. A partir disso, a norma objetiva auxilia as firmas e suas 
esquipes na aplicação dos conceitos de independência de pensamento e aparência de independência para 
que a empresa conquiste e mantenha sua independência. E o que isso significa?
A independência de pensamento é a postura do auditor que não cede às influências de terceiros. Assim, ele age 
de forma profissional, íntegra, objetiva e cética. A aparência de independência, por sua vez, consiste no entendi-
mento de terceiros de que o auditor está sendo independente. De acordo com a NBC PA 290 (R2), para aparentar 
ser independente, o contador não deve incidir em situações e circunstâncias que sejam significativas o suficiente 
para que terceiros, com conhecimento, experiência e bom senso, possam considerar que a independência do 
auditor esteja comprometida.
Nos trabalhos de auditoria, o contador deve aplicar o conceito de independência para identificar ameaças, como, 
por exemplo, interesses financeiros que podem influenciar o julgamento ou comportamento do auditor e, assim, 
ser capaz de eliminá-las ou reduzi-las a um nível aceitável. 
Ameaças à independência podem ser criadas de diferentes formas, relações e circunstân-
cias. Elas enquadram-se em uma ou mais categorias: de interesse próprio, de autorrevisão, 
de defesa de interesse do cliente, de familiaridade e de intimidação.
Glossário
33
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 2 - Controle de qualidade e normas de auditoria
2.3.1.2 Qualificações e exigências técnicas do auditor independente
Você já sabe que, para ser auditor, antes de tudo, o profissional deve ser um contador e precisa obter o registro no 
Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) do Conselho Federal de Contabilidade, certo? A partir de 
agora, vamos conhecer a norma que regulamenta esse cadastro e quais os requisitos necessários para registro nele.
A Resolução n. 1.019 de 2005 do Conselho Federal de Contabilidade, atualizada em 2015 pela Resolução n. 
1.495 do mesmo órgão, regulamenta o Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI), apresentando 
como primeiro requisito o registro no Conselho Regional de Contabilidade e a aprovação no Exame de Qualifica-
ção Técnica (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2005).
A manutenção do registro do auditor no CNAI demanda sua participação em Programa de Educação Profissio-
nal Continuada, que é instituído pelo Conselho Federal de Contabilidade com o objetivo de atualizar e aprimorar 
os conhecimentos e as competências técnico-profissionais, ressaltando comportamentos éticos e morais, além 
de expandir a multidisciplinaridade dos profissionais da contabilidade, incluindo os auditores independentes.
O Exame de Qualificação Técnica, orientado pela Norma Brasileira de Contabilidade Profissional de Auditoria 
13 (segunda revisão), tem por objetivo verificar o nível de conhecimento e competência técnico-profissional do 
contador para o exercício da auditoria independente. São realizadas, pelo menos anualmente, quatro provas 
objetivas e quatro discursivas, nas quais o candidato precisa obter, no mínimo, 60% de acertos:
a. prova de qualificação técnica geral para atuação em entidades em geral;
b. prova específica para atuação em instituições reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM); 
c. prova específica para atuação em instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil (BCB); e 
d. prova específica para atuação em sociedades supervisionadas pela Superintendência de Seguros Privados 
(Susep).
2.3.2 Normas técnicas 
Sabemos que todos os processos e as atividades desenvolvidas em uma auditoria são regulamentados por nor-
mas específicas para que sejam disciplinados conceitos, regras e procedimentos que devem ser utilizados no 
dia a dia do auditor. Atualmente, existem, no Brasil, aproximadamente 40 Normas Brasileiras de Contabilidade 
Técnicas de Auditoria. Na Tabela 2.1, há um resumo que relaciona o conteúdo abordado à quantidade de normas 
técnicas existentes e vigentes.
Tabela 2.1: Normas Técnicas de Auditoria
Conteúdo abordado Quantidade de normas
Estrutura conceitual 1
Objetivos do auditor e condução de auditoria 1
Trabalhos de auditoria 4
Controle de qualidade 1
Documentação de auditoria 1
Responsabilidade do auditor 6
34
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 2 - Controle de qualidade e normas de auditoria
Conteúdo abordado Quantidade de normas
Leis e regulamentos 1
Planejamento 2
Riscos e distorções 3
Evidência de auditoria 6
Estimativas contábeis, partes relacionadas e eventos subsequentes 3
Formação de opinião e emissão de relatório 6
Outros 4
Fonte: Elaborada pela autora (2018).
Dentre essas normas, cabe destacar aquelas que envolvem a responsabilidade do auditor, também pautadas na 
Instrução n. 308 de 1999 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) (BRASIL, 1999).
 Estude os conteúdos abordados. Eles serão muito importantes para que você participe 
com êxito do Fórum Desafio!
O auditor deve analisar as demonstrações contábeis e as informações que servirão de base para elaboração des-
sas normas, a fim de averiguar se correspondem às normas geralmente aceitas de auditoria. É responsabilidade 
do auditor comunicar, por escrito, dentro do prazo de 20 dias, à CVM, caso perceba irregularidades relevantes no 
que tange ao cumprimento da lei pela empresa auditada.
O auditor tem a responsabilidade, também, de identificar e avaliar os riscos de distorção relevante nas demons-
trações contábeis que possam advir de fraude ou outras informações, obtendo evidências de auditoria suficien-
tes e apropriadas sobre esses riscos.
Figura 2.4: Responsabilidade do auditor
Legenda: A figura apresenta uma calculadora, uma caneta, um bloco de anotações 
e uma lupa segurada por uma mão, visualizando um papel ao fundo.
Fonte: Plataforma Deduca (2018). 
35
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 2 - Controle de qualidade e normas de auditoria
Ainda que os administradores das entidades auditadas sejam os responsáveis pelas informações publicadas nas 
demonstrações contábeis ou informações fornecidas, isso não exime o auditor independente de seguir à risca 
seu trabalho e procedimento de auditoria.
É dever da firma de auditoria resguardar as informações que foram adquiridas, informando somente a quem tiver 
competência para tanto. Todas as documentações, correspondências, papéis de trabalho, relatórios e pareceres 
relacionados ao exercício da função de auditoria são de responsabilidade da firma de auditoria e/ou auditor, que 
deve mantê-los em boa guarda por, pelo menos, cinco anos (ou prazo superior se a CVM assim determinar). Caso 
a sociedade de auditoria venha a causar danos a terceiros, será responsável pela reparação de tais danos, seja por 
culpa, seja por dolo, enquanto no exercício de atividade profissional, respondendo, os sócios, solidária e ilimita-
damente, caso esgotados os bens da sociedade.
Desta forma, ao concluir sobre a responsabilidade do auditor, destaca-se: o relatório de auditoria é o produto 
da auditoria realizada e que deve ser elaborado com fidedignidade, refletindo de fato aquilo que foi verificado 
durante a auditoria. Franco e Marra (2001) acrescentam que a responsabilidade do auditor é para com os usuá-
rios das demonstrações contábeis e para a sociedade em geral, podendo, quando agir em discordância à lei e aos 
preceitos profissionais, ser punido profissional, civil e criminalmente.
As normas não determinamespecificamente a responsabilidade de pessoas dentro da firma por questões rela-
cionadas à independência, pois esse tipo de responsabilidade pode diferir em razão do porte, da estrutura e da 
organização da firma. Essa questão é considerada intrínseca ao sistema de controle de qualidade da firma.
A norma técnica que aborda a auditoria interna apresenta técnicas que visam à melhoria dos 
controles internos e sistemas de informação. Você pode acessar o site do Conselho Federal 
de Contabilidade: <http://www.cfc.org.br> e pesquisar a Norma Técnica de Auditoria Interna, 
entre outras.
Para finalizar, vale destacar que a auditoria interna é uma das áreas da auditoria na qual o escopo consiste 
no exame dos controles internos, das informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da empresa 
(ALMEIDA, 2008).
http://www.cfc.org.br
36
Considerações finais
Nesta unidade, estudamos o que é e como fazer o controle de qualidade em 
auditoria. Também conhecemos as normas de auditoria vigentes e geral-
mente aplicadas. Contudo, no desenvolver da leitura, você deve ter perce-
bido que esses conceitos são correlatos, certo? Vamos retomar os principais 
pontos estudados até aqui e verificar essa correlação?
• A qualidade da auditoria está relacionada à adequação ao trabalho 
de auditoria realizado. O contexto global da auditoria percebe a 
qualidade como uma garantia de que a informação apresentada 
seja razoavelmente livre de erro, apresentando fidedignamente 
aquilo que se propõe a representar. 
• A qualidade da auditoria, conforme traz o próprio Conselho 
Federal de Contabilidade, é medida pelo atendimento às normas 
técnicas e profissionais estabelecidas e, quando estas faltarem, 
por pronunciamentos de órgãos competentes para tanto. A 
qualidade, portanto, está intimamente ligada às normas de 
auditoria.
• No Brasil, a normas de auditoria geralmente aceitas fazem parte 
de um contexto geral de normas brasileiras, as chamadas Normas 
Brasileiras de Contabilidade, as quais se apresentam como 
normas profissionais e normas técnicas. Desta forma, vimos que 
nossa legislação possui tanto normas técnicas quanto normas 
profissionais aplicadas à auditoria.
• Conhecer e compreender essas normas é ponto primordial para 
os auditores, pois todo seu trabalho deve ser pautado em suas 
diretrizes e orientações.
Referências
37
ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 6. ed. São 
Paulo: Atlas, 2008. 590p. 
BRASIL. Instrução n. 308 de 14 de maio de 1999. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 14 maio 1999. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br/
export/sites/cvm/legislacao/instrucoes/anexos/300/inst308consolid.
pdf>. Acesso em: 28 abr. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC). Resolução n. 910 de 2001.
Aprovada NBC T 14 – Normas sobre a revisão externa de qualidade. Diário 
Oficial da União, Brasília, DF, 12 set. 2001. Disponível em: <http://www1.
cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_910.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2018.
_____. Resolução n. 1.019 de 2005. Dispõe sobre o Cadastro Nacional de 
Auditores Independentes (CNAI) do Conselho Federal de Contabilidade 
(CFC), e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 
fev. 2005. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/
RES_1019.pdf>. Acesso em: 27 abr. 2018.
_____. Resolução n.. 1.201 de 2009. Aprova a NBC PA 01 – Controle de 
Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) de Auditores Indepen-
dentes. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 nov. 2009. Disponível em: 
<http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_1201.pdf>. Acesso em: 
26 abr. 2018.
_____. Normas brasileiras de contabilidade: NBC TA – de auditoria inde-
pendente: NBC TA estrutura conceitual, NBC TA 200 a 810/ Conselho 
Federal de Contabilidade. Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 
2012. Disponível em: <http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/
uploads/2013/01/NBC_TA_AUDITORIA.pdf>. Acesso: 10 maio 2018.
FRANCO, H; MARRA, E. Auditoria Contábil. São Paulo: Atlas, 2001.
http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/NBC_TA_AUDITORIA.pdf
http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/NBC_TA_AUDITORIA.pdf
3
39
Unidade 3
Testes e controles internos
Para iniciar seus estudos
Você está iniciando o estudo da terceira unidade da disciplina Auditoria 
das Demonstrações Contábeis. Preparado para mais questões, aponta-
mentos e reflexões? Nesta unidade, estudaremos os testes e os controles 
internos inerentes às práticas de auditoria.
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender o conceito e funcionamento dos testes de auditoria.
• Conhecer o funcionamento do levantamento do sistema de 
controle interno.
• Compreender a relação entre testes de auditoria e controles 
internos.
40
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 3 - Testes e controles internos
3.1 Testes de auditoria: conceito e funcionamento
Para iniciar nossos estudos, propomos que você se imagine como um contador que atua com auditoria indepen-
dente. Sua função principal consiste na verificação das demonstrações contábeis publicadas pela empresa, certo? 
Portanto, você deverá analisar as demonstrações contábeis, além de registros e dados que foram a base para sua 
elaboração. Para realizar essas análises, você aplicará metodologias que irão ajudá-lo na verificação da fidedigni-
dade das informações evidenciadas pela empresa. Essas metodologias são chamadas de testes de auditoria.
Os testes de auditoria consistem em um conjunto de técnicas que permitem ao auditor obter evidências ou pro-
vas suficientes ou adequadas para fundamentar a sua opinião sobre as demonstrações contábeis. Esse conjunto 
envolve testes de observância e testes substantivos.
De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (2016b), evidências de auditoria com-
preendem as informações utilizadas pelo auditor para chegar às conclusões em que se fun-
damentam a sua opinião. São obtidas na execução dos procedimentos. No site do Conselho 
Federal de Contabilidade, você poderá acessar conteúdos sobre evidências de auditoria e 
muitos outros: disponível em: <http://www.cfc.org.br>.
Os testes de observância, também chamados de testes de controle, têm relação com os controles internos e 
buscam prover segurança razoável para que os controles internos de uma empresa estejam ou não funcionando 
de acordo com o previsto. Assim, servem para a prevenção, detecção e correção de distorções relevantes no nível 
da afirmação obtida. 
O Conselho Federal de Contabilidade (2016b, s.p.) esclarece que a definição de “[…] testes de controles para 
obtenção de evidência de auditoria inclui a identificação de condições (características ou atributos) que indi-
quem a realização de controle, e condições de desvio que indiquem desvios da execução apropriada”. Nesse 
sentido, a presença ou a ausência dessas condições podem/devem ser testadas pela firma de auditoria.
Os testes substantivos (ou testes de detalhes), por sua vez, buscam obter evidências quanto à suficiência, exa-
tidão e validade das informações geradas pela contabilidade. Neles, busca-se, em linhas gerais, constatar a exis-
tência física do patrimônio da empresa e suas condições e valores reais, conferindo a integridade e a totalidade 
dos registros efetuados. Esses testes incluem testes de detalhes e procedimentos analíticos substantivos. Assim 
como nos testes de controle, a definição dos testes substantivos deve incluir a identificação de condições rele-
vantes para o seu propósito.
A Norma Brasileira de Contabilidade Técnica de Auditoria n. 200 – R1, que fala sobre os objetivos gerais do audi-
tor independente e da condução da auditoria em conformidade com normas de auditoria, determina que o audi-
tor deve planejar a auditoria de modo que ela seja realizada de forma eficaz, concentrar seus esforços em áreas 
com maior expectativa de distorções relevantes e aplicar testes e outros meios para examinar populações em 
busca de distorções (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2016a). Desta forma, o auditor precisarátestar as 
informações obtidas para verificar se elas são suficientes e se representam adequadamente a auditoria realizada. 
http://www.cfc.org.br
41
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 3 - Testes e controles internos
Figura 3.1: Testes de auditoria
Legenda: A figura mostra uma pessoa fazendo cálculos, com papéis, canetas e 
calculadoras sobre a mesa, simbolizando a aplicação de testes de auditoria.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Vimos o que são os testes, mas agora fica a pergunta: como o auditor deve realizá-los? Deve testar todas as evi-
dências obtidas?
Para determinar os itens que serão selecionados para testes, é necessário que o auditor considere a relevância, 
a confiabilidade e a suficiência das informações (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2016b). Os meios à 
disposição do auditor para a seleção de itens a serem testados são:
• seleção de todos os itens (exame de 100%);
• seleção de itens específicos; e
• amostragem de auditoria.
Franco e Marra (2001) utilizam a nomenclatura revisão integral, revisão analítica e auditoria por testes, respecti-
vamente, para abordar os meios para seleção de itens a serem testados. 
A utilização da revisão integral é, geralmente, mais apropriada quando a população constitui um número 
pequeno de itens de grande valor ou quando há um risco significativo de distorções e outros meios que não for-
necem evidência confiável para análise.
 Você sabia que, entre os dois tipos de testes que trouxemos, de observância e substantivos, 
é mais comum que os substantivos tenham a seleção de todos os itens para teste? O próprio 
Conselho Federal de Contabilidade (2016b) destaca isso em suas normas. Você imagina o 
porquê disso?
42
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 3 - Testes e controles internos
Quando o auditor opta por selecionar itens específicos para testes, ele sujeita-se ao risco de não amostragem. 
Alguns exemplos de itens específicos para testes podem ser: o auditor decide que testará todos os itens que pos-
suem registros com valores superiores a R$ 100.000,00, por exemplo, para verificar o valor total de uma classe de 
transações ou de saldos contábeis. Outro exemplo é o auditor verificar todas as transações incomuns à empresa, 
buscando eventuais erros ou fraudes existentes nessas transações.
A amostragem de auditoria, por sua vez, consiste em gerar conclusões de uma população inteira com base em 
uma parte dessa população, ou seja, a amostra. 
3.1.1 Procedimentos de auditoria
O Conselho Federal de Contabilidade (2016b) apresenta procedimentos de auditoria que podem ser utilizados 
como testes de observância ou testes substantivos, dependendo do contexto em que sejam aplicados pelo auditor.
Os procedimentos de auditoria têm a finalidade de obter evidências suficientes e competentes para fundamen-
tar a opinião do auditor. São procedimentos de auditoria, de acordo com o Conselho Federal de Contabilidade 
(2016b): inspeção, observação, confirmação externa, recálculo, re-execução, indagação e procedimentos analí-
ticos. Vamos estudar cada um desses procedimentos?
Figura 3.2: Procedimentos de auditoria
Legenda: A figura mostra pessoas fazendo cálculos e apontamentos, há papéis, caneta, calculadora 
e ao centro uma lupa, simbolizando a aplicação de procedimentos de auditoria.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
• Inspeção: a inspeção fornece evidência de auditoria com graus variáveis de confiabilidade e eficácia 
dos controles sobre a sua produção. Inclui exames físicos, documentais (para verificar a autenticidade 
e se estão dentro da normalidade, isto é, referem-se aos objetivos da empresa ou enquadram-se como 
transações comuns), de escrituração e de registros auxiliares. Pode-se citar como exemplo a inspeção de 
ativos tangíveis, que fornece evidência sobre a existência física dos ativos registrados na contabilidade.
• Observação: apresenta evidência de auditoria sobre a execução de processos ou procedimentos 
realizados por terceiros. Consiste em uma constatação visual do auditor e depende de conhecimentos e 
experiências prévias do auditor. Em razão disso, não é prática indicada para auditores iniciantes.
• Confirmação externa: a confirmação externa, também chamada de circularização, é um procedimento 
que representa evidência de auditoria obtida por informações escritas de terceiro. Ela proporciona maior 
segurança para a auditoria quando comparada à informação gerada internamente. Por exemplo, o auditor 
pode solicitar termos de contratos ou de transações a fornecedores da empresa, bem como termos de 
pagamento para verificar se os registros contábeis estão corretos. 
43
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 3 - Testes e controles internos
Existem dois tipos de confirmação externa: 
• Positiva: quando sempre espera obter resposta.
• Negativa: quando a auditoria só recebe resposta caso a empresa questionada discorde da informação.
• Recálculo: embora as empresas tenham prática de conferência interna sobre os valores registrados, o recálculo 
é uma prática comum em auditoria que visa verificar a exatidão matemática de documentos ou registros. 
Destaca-se a importância desse procedimento para fins de confiabilidade de evidência obtida em auditoria.
• Re-execução: similar ao recálculo, a re-execução consiste na execução pelo auditor independente de 
procedimentos ou controles que foram realizados pela entidade como parte de seus controles internos. 
Ela auxilia na percepção da eficiência dos controles internos.
Imagine uma grande empresa que tem transações no mercado de capitais. Agora, pense 
em uma aplicação de recálculo de re-execução em um processo de auditoria. É um processo 
moroso e custoso, certo? Quais estratégias podem ser definidas pelo auditor para que ele 
seja mais rápido e continue com sua efetividade e funcionalidade?
• Indagação: é a busca de informações sobre diferentes temas junto a pessoas que tenham conhecimento 
sobre, podendo ser questões financeiras ou não, com pessoas de dentro ou externas à empresa. Essas 
indagações podem ser realizadas de forma escrita e formal ou oral e informal. Ambas têm validade para 
a auditoria. Um exemplo de indagação é a consulta a um gerente financeiro acerca de um registro de alto 
valor que não é comum às atividades da empresa.
• Procedimentos analíticos: consistem na avaliação de informações feitas por meio de estudo das 
relações plausíveis entre dados financeiros e não financeiros. Um procedimento analítico relacionado à 
folha de pagamento da empresa consiste em estabelecer uma relação entre a quantidade de funcionários 
constantes na folha de pagamento e o valor desembolsado para cobri-la. Eles envolvem flutuações e 
relações identificadas que sejam inconsistentes, isto é, que não estejam de acordo com o objetivo ou as 
rotinas da empresa; e flutuações e relações que se desviem significativamente dos valores previstos por 
ela.
3.1.2 Utilização dos testes
A grande questão que envolve a utilização dos testes de auditoria consiste em determinar a natureza e a exten-
são da verificação necessária. Vimos que o auditor pode utilizar meios para essa coleta de informações, como o 
exame de 100% dos dados, a seleção de itens específicos e a amostragem de auditoria. No entanto, perguntas 
como quanto é necessário investigar ou quais são as variáveis a considerar fazem parte das rotinas do auditor.
A escolha por um ou outro meio (ou até a combinação deles) ficará a critério do auditor, que examinará as cir-
cunstâncias específicas do objeto auditado, dos riscos de distorção relevantes e associados à informação testada, 
à conveniência e à praticidade de testar os itens etc.
44
Auditoria das Demonstrações Contábeis | Unidade 3 - Testes e controles internos
Portanto, um auditor com mais experiência terá mais facilidade e maior agilidade em fazer esses julgamentos e 
optar por um ou outro meio, definindo a natureza e a extensão dos testes. O que é indispensável, contudo, é que os 
testes possam ser aplicados e expressem resultados

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