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[Es RR Potência 4 Edição do Autor 6º Edição ELETRÔNICA DE POTÊNCIA Ivo Barbi INEP - Instituto de Eletrônica de Potência Departamento de Engenharia Elétrica - CTC UFSC — Universidade Federal de Santa Catarina Cx. Postal: 5119 CEP: 88040-970 — Florianópolis — SC Fone: (048) 3331-9204 FAX: (048) 3234-5422 site: http://www .ivobarbi.com E-mail: ivobarbi Oinep.ufsc.br IVO BARBI ELETRÔNICA DE POTÊNCIA FLORIANÓPOLIS EDIÇÃO DO AUTOR 2006 B236e Barbi, Ivo Eletrônica de potência / Ivo Barbi. — 5. ed. — Florianópolis : Ed. Do Autor, 2005. 328 p. : il., grafs. tabs. Inclui apêndices Traz exercícios resolvidos 1.Eletrônica de potência. 2. Retificadores (Eletrônica) 3. Diodos. 4. Tiristores. 5. Retificadores de corrente elétrica. I. Título. CDU: 621.314.22 Catalogação na fonte por Marlene Margarete Elbert CRB14/167 AGRADECIMENTOS Pela valiosa colaboração na revisão, formatação e diagramação da presente edição, o autor agradece às seguintes pessoas: Adriano Marquart Hugo Rolando Estefanero Lariço João Victor de Lara Oliveira Pela colaboração nas edições anteriores, o autor agradece às seguintes pessoas: Arnaldo José Perin Juliano Anderson Pacheco Marco Aurélio Quadros Marlos Gatti Bottarelli Alexandre Ferrari de Souza Antonio José Bento Bottion Romero Leandro Andersen Telles Brunelli Lazzarin PREFÁCIO À SEGUNDA EDIÇÃO (2000) Ao escrever o prefácio da segunda edição de um livro técnico-didático você já não conta com o ineditismo da obra e isto limita seu espaço de excursão na tarefa de transmitir aos leitores uma síntese das virtudes do conhecimento ali contido. Se a primeira edição tiver um histórico de esgotamento em pouquíssimo tempo; se o livro tiver sido adotado a nível de graduação por inúmeras escolas de engenharia no Brasil e América Latina; se estiver ainda sendo empregado como instrumento para nivelamento em outros tantos cursos de pós-graduação, aí então se torna tarefa de enorme responsabilidade. E isto tudo aconteceu com a primeira edição de “Eletrônica de Potência”, de autoria do Profº Ivo Barbi; poder-se-ia a esta altura inferir uma pretensa angústia da minha pessoa frente a tais fatos que me aumentam a responsabilidade. Não é verdade; eu me considero pertencente a uma “casta de privilegiados” que teve a honra (e a sorte) de tê-lo tido como professor no curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Santa Catarina e com auxílio dele e da primeira edição de sua obra, ter aprendido e solidificado conceitos que me ajudaram imensamente, particularmente na vida profissional. Próprio de um caráter cartesiano e insaciável pelo conhecimento, o autor consegue a proeza de melhorar o que já era excelente, mantendo a obra jovem num campo de conhecimento onde a tecnologia aposenta todos os dias o que nos parecia novo. A versão atual melhora as figuras que apresentam formas de onda, que na sua maior parte são obtidas através de programas de simulação, tornando-as muito mais representativas em relação às formas de ondas obtidas na prática. Os ábacos foram efetuados através de programas de análise matemática, tornando-os mais precisos. Foi acrescentando um capítulo que mostra os princípios dos retificadores com carga capacitiva. Ressalta-se que a maneira didática com que o livro foi escrito facilita tanto o trabalho do professor na abordagem do tema retificadores a diodos e tiristores, bem como a assimilação por parte dos alunos. O autor dá ênfase ao cálculo das grandezas elétricas que permitem o dimensionamento dos componentes eletrônicos e o cálculo térmico, de modo que os conversores possam ser de fato projetados. Embora alguns conversores não sejam mais pesquisados, o conhecimento de suas tecnologias ainda é comercialmente muito importante, devido ao seu grande emprego industrial. O que o torna tão importante quanto os modernos conversores que utilizam os novos interruptores estáticos de potência, para o acionamento em corrente alternada. Finalizando, o autor, através do capítulo nove insere importante e inovadores conceitos que hoje já estão sendo explorados e que resultarão em novos paradigmas na área de conversores de potência, deixando evidente a dinâmica do caminho à frente desta ciência importante para o mundo pois processa energia limpa. José Fernando Xavier Faraco Presidente do Sistema FIESC Introdução ........... irc crereecrerence er eneer aaa ra eaae can nare e nntac aaa assa acena ana ara nenennne ad 1 CAPÍTULO 1 - ESTUDO DOS COMPONENTES EMPREGADOS EM ELETRÔNICA 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 DE POTÊNCIA (DIODOS E TIRISTORES) O Diodo................ ni rrrreererrnaceaarecereeranceaasaerra aaa ntaca ce aea racer aaraaa rea crace raca 3 O Tiristor............... e cerecaneeranenertaeeanr aro ennaaa ar oataea ara rca nene aa tan saa saca renan aa 9 Cálculo Térmico.................... rr eeeeeaeaereceeaaneeneneraecerasenraanreaaacanna 12 Curvas para Cálculo Térmico de Diodos e Tiristores ................... ir ecremeeeserseneeens 15 Exemplos de Cálculo Térmico ................. ii eenrererertreeecrereenearaareneeanana 17 CAPÍTULO 2 - RETIFICADORES A DIODO 2.1 Retificador Monofásico de Meia Onda à Diodo ................... irei 23 2.2 Retificador Monofásico de Onda Completa com Ponto Médio................................. 37 2.3 Retificador Monofásico de Onda Completa em Ponte......................c..l.illill.. 44 2.4 Retificador Trifásico à Diodo com Ponto Médio.......................is 47 2.5 Retificador Trifásico de Onda Completa (Ponte de Graetz)......................si..... 57 Exercícios Resolvidos................... e rrrere eee rereracea rear ainrena roncar naaraaareneara nanda 63 Exercícios Propostos..................... nie cereeerereneereara cera aeen arara cine aero rea rena cea rare nearancaaaa 69 CAPÍTULO 3 - RETIFICADORES A TIRISTOR 3.1 Retificador Monofásico de Meia Onda .................ieeeereeeeereerereeeeeererersareneees 73 3.2 Retificadores de Onda Completa Monofásicos......................l. iii 83 3.3 Retificador Trifásico com Ponto Médio à Tiristor ..................n..e rece 101 3.4 Ponte de Graetz à Tiristor..............eeeeeerererrraneorenerercaanecarereraereeeeneresaetereo 105 3.5 Ponte Trifásica Mista ................. e rrereerereeecereraeerereneracaneerencrereraaereraaeeeantaea 108 3.6 Ábaco de Puschlowski........ rrenan enrerete area teeeeeereererae area arenas 111 3.7 Exemplo de Emprego do Ábaco de Puschlowski..........eereeentss RO 113 Exercícios Propostos..................... ni creccere cer eeeeceraneoraranararaanearcenanr ans eneananaannaa 114 CAPÍTULO 4 - ESTUDO DA COMUTAÇÃO 41 42 43 44 45 4.6 Introdução ............... ee rerreceereereneoneraneea ceara aranraata area ae neo eaaen aces eneneraana 119 Descrição da Comutação ................... e rereeeaeereerereanraneareaea res neeeecencaraneaaos 119 Queda de Tensão Devido à Comutação, Provocada pela Indutância L.. ................ 120 Cálculo do Ângulo de Comutação u ............. e rimememeneereereeeereeeeeeereerreenes 122 Ângulo de Comutação para 0.0 ....... aeee reina cerereeeeeeteretano 127 Circuito Equivalente de Saída ............. cer icrrererrareneeacereceraraneraarenes 128 4.7 Estudo da Ponte de Graetz................. a ceerrecrenaraereerereaeanacranaata 129 4.8 Influência do Transformador................. rear eee rereceneernereraro 131 4.9 Influência de L na Corrente de Entrada do Conversor ................... 132 4.10 Observações Finais ................. rec rreeenereacrarcare coracao nana nen anaaaarsanenana 133 Exercícios Resolvidos ................... ires eeererereeeneraanean cara nraneanaaeracenanenaneanana 134 Exercícios Propostos..................... cr rererraereareeeneneaacaranteneancera cen acenenenecaanasa 137 CAPÍTULO 5 - CONVERSORES DUAIS 5.1 Introdução.................. ir ceraeerecrenerana eae aaaieaanana nanacenaaaaneaaana 139 5.2 Princípio do Conversor Dual.................. recta nereeneraneaaana 139 5.3 O Problema da Corrente de Circulação.................... re reereereea 142 5.4 Princípio de Funcionamento com Circulação de Corrente............................... 143 5.5 Cálculo da Corrente de Circulação............... e rrerecerreeee renan 145 5.6 Harmônicas da Tensão de Carga.................. er ceeeeeraaeaas 151 5.7 Outras Estruturas dos Conversores Duais ..................... terrena 152 5.8 Operação sem Circulação de Corrente.................... enterra 153 Exercício Resolvido................... err rearanieneaneeenneanreerraneaneraranano 154 CAPÍTULO 6 - CICLOCONVERSORES 6.1 Introdução................. re rteereace ae eraaaena nara aaar areas ana cnarracanaanana 155 6.2 Princípio de Funcionamento................... nr reeerraeceeeerrenerareeraaaaaa 155 6.3 Equação da Tensão de Saída................. ie eereeereerreareaanaa 157 6.4 Estruturas dos Cicloconversores .................c cics iereeecrreeerreraceereaneareneresananeraseneasa 157 6.5 Harmônicas de Tensão de Saída............ erre rereecereeraereeanana 159 6.6 Limites da Fregiiência de Saída ................ e ereeerereearneeeranaa 163 6.7 Correntes de Entrada dos Cicloconversores............ remete 164 6.8 Freqiiência das Harmônicas da Corrente de Entrada ......................., 165 Exercício Resolvido................c nec iecerrerearerre aee reereacernaeneraneeranaera sa reree near aaearasaaos 166 Exercícios Propostos................eeememeerereereesereceerereeereaeeareeeareneaceneesecneearereeeseranaaaso 168 CAPÍTULO 7 - GRADADORES 71 7.2 7.3 14 7.5 1.6 7.1 Introdução............. ii ireerereeerararenarare nar eranenarenenca senna rea aanes asa nerecanianecnnaasanara 171 Estrutura do Gradador Monofásico................... e ereeeereeeerraeaaaa 171 Análise do Gradador Monofásico para Carga Resistiva Pura....................... 171 Análise do Gradador Monofásico para Carga RL................... ea 175 Estruturas dos Gradadores Trifásicos................... res rceerrreraaas 186 Controle por Ciclos Inteiros .................ce ee ccerrreeerererrererereneneo eee rererareeeenacerana 187 Compensador Estático de Potência Reativa....................... in 189 7.8 Estabilizador de Tensão Alternada Senoidal Baseado no Compensador Estático de Energia Reativa .................nn nr reeererererenreiiacecerraarancaraneeeaaceeacer acer aaare anta 192 7.9 Circuito Estabilizador de McVey-Weber....................n essere 193 7.10 Resistor Variável entre Dois Limites Finitos ..................c. iii 196 7.11 Associação Gradador-Transformador-Retificador ....................c es eeseereerseeserereess 196 Exercício Resolvido.................. rr rrerererarereanererererrarenentaaeaanac nar naeaaanenasaneranseanaada 197 Exercícios Propostos...................... is aseeerererracenineeraneenaacanenaa aeee nen enanananaranaaaa 198 8.1 Função... icerereereeererereceeacanarecanereaa aee ra ana cera raa tran narra ane nana re crer racc err naaas 201 8.2 Comandos Vertical e Horizontal...................... re rereeeeeacereeresacarecerereareracararers 201 8.3 Tensão de Referência Cossenoidal e Dente-de-Serra ..............ccciscs essere 202 8.4 Organização de um Circuito de Comando .................. re 203 8.5 Estágio de Ataque............... ice rererenrencerenereneeea acer neeerenrereneraneanes 204 8.6 Sincronização do Retificador de Meia Onda Monofásico .................ccssesee 205 8.7 Sincronização do Retificador Monofásico de Onda Completa ............................... 206 8.8 Sincronização do Retificador Trifásico de Ponto Médio .........................tti. 207 8.9 Sincronização da Ponte Trifásica Mista...........esceeeeerereeeensrerenrereererenerecnrannoa 209 8.10 Sincronização da Ponte Trifásica Completa...................... 209 8.11 Duração dos Pulsos de Gatilho................... e eceereecnreeeeeeecieeaenerenenanaacaneanea 212 8.12 Módulo de Comando Discreto de Baixo Custo....................... o 213 8.13 Módulos de Comando Integrados .................. ce rereerecerreerenanenea 214 CAPÍTULO 9 - GENERALIZAÇÃO DO CONCEITO DE RETIFICADOR 9.1 Introdução............... e rscererrerenerere are reracaaee re eraeeneanaranaaaseneaa erra tsaaraseneraaeraa 217 9.2 Simbologia Adotada para as Fontes de Energia Elétrica ........................ ii. 217 9.3 Símbolos e Características dos Interruptores ................... e eseerereererereanro 218 9.4 O Conversor Genérico do Tipo Buck ou Abaixador................... 220 9.5 Retificadores Abaixadores para Operação em 2 Quadrantes................................. 221 9.6 Retificadores Abaixadores para Operação em Um Quadrante........................ Ra 221 9.7 Conversor Genérico do Tipo Boost ou Elevador ..................siiiecreees 235 9.8 Retificadores Elevadores para Operação em 2 Quadrantes ...............sestiitee. 235 9.9 Retificadores Elevadores para Operação em um Quadrante...................sstne.. 240 CAPÍTULO 10 - RETIFICADORES COM FILTRO CAPACITIVO PURO 10.1 Retificadores Monofásicos com Filtro Capacitivo................. a 247 10.2 Operação como Retificador Monofásico de Onda Completa............................... 247 10.3 Análise Detalhada do Retificador Monofásico com Filtro Capacitivo ................... 257 10.4 Operação do Retificador Monofásico como Dobrador de Tensão.......................... 264 10.5 Resultados Experimentais para o Retificador Monofásico de Onda Completa....... 267 10.6 Retificador Trifásico com Filtro Capacitivo .................. een 269 10.7 Análise Harmônica da Corrente de Entrada................. remete 219 10.8 Limitação da Corrente Transitória de Partida ................ ra 287 10.9 Circuito de Disparo do Triac................. errei neereraneada 292 CAPÍTULO 11 - RETIFICADORES DE 12 PULSOS 11.1 Introdução................ sec crreeerererererrenerer cera reraaanaaaaenrce ano eneaeareaara ce raaceeranecaas 293 11.2 Ponte de Graetz Alimentada por Transformador Delta-Delta................................. 293 11.3 Ponte de Graetz Alimentada por Transformador Delta-Estrela .............................. 294 11.4 Associação do Circuito Alimentado por Transformador com Conexão Delta-Delta com o Sistema Alimentado por Transformador com Conexão Delta-Estrela......... 296 11.5 Associação Série das duas Pontes Retificadoras Trifásicas .............................. 299 11.6 Associação Paralelo das duas Pontes Retificadoras Trifásicas ............................ 301 11.7 Outros Retificadores de 12 Pulsos ................ einer rreceraneeracanraararaaaaa 305 Exercícios Propostos.................. erre rercareanerraaceneaaaneoreroacenaaranerantantaca ne ncenea 306 APÊNDICES Apêndice 1 - Relações Trigonométricas................. sirene rereeerenereeranreacerrenas 309 Apêndice 2 - Diferenciações...................c.. lr ereeeeeeecerereereanenecarececaaeraneerananea ane eerreatanes 310 Apêndice 3 - Integrações ..............c..nn erre eereeerereerenaereanereanen acerca rercarancaranceearaçe 31 Apêndice 4 - Transformada de Laplace.................. e cerrereeereaeereraeraenranõos 312 Apêndice 5 - Curvas ................ll nin cera cenera nene nenncar ane naenanta cantina encara neanerracana 313 INTRODUÇÃO O controle do fluxo de energia elétrica entre dois ou mais sistemas elétricos distintos sempre foi uma das grandes preocupações dos engenheiros ao longo da história da engenharia elétrica. Para realizar tal controle, sempre foram procurados métodos que permitissem rendimentos elevados, visto que normalmente eles são empregados no tratamento de potências elevadas. Por isto foram concebidos interruptores tradicionalmente empregados, como: - Relés, - Contactores, - Reatores com núcleo saturáveis, - Retificadores a arco, - Tiratrons, - etc. Desde a sua origem, portanto,foi se delineando um princípio básico para o controle da energia elétrica: Os dispositivos de controle são interruptores. A necessidade de interruptores mais eficientes, compactos e rápidos levou ao desenvolvimento de interruptores eletrônicos a estado sólido. Assim, nos anos 60 foi desenvolvido o tiristor nos laboratórios da General Electric nos Estados Unidos. O tiristor foi indubitavelmente um componente que mudou a trajetória da engenharia e das atividades industriais desde então, repercutindo profundamente em todas as atividades humanas, sobretudo as de natureza produtiva. Milhares de produtos, equipamentos, processos e técnicas foram concebidos e criados. Juntamente com o tiristor nasceu a Eletrônica de Potência, como hoje é conhecida como ciência. E; Retificador Conversor Indireto de Conversor Conversor Fregiiência Direto de + cecc . Conversot Frequência . Indireto de Tensão -. Inversor (va, f5) Fig. 1 - Principais funções dos conversores estáticos. A Eletrônica de Potência pode ser definida como uma ciência aplicada dedicada ao estudo dos conversores estáticos de energia elétrica. Um conversor estático pode ser definido como um sistema, constituído por elementos passivos (resistores, capacitores e indutores) e elementos ativos (interruptores), tais como Diodos, Tiristores, Transistores, GTO's, Triacs, IGBT"s e MOSFET"*s, associados segundo uma lei pré-estabelecida. Os conversores realizam o tratamento eletrônico da energia elétrica. São empregados para o controle do fluxo da energia elétrica entre dois ou mais sistemas elétricos. As principais funções realizadas pelos conversores estáticos estão representadas na figura 1.Pode-se citar algumas dentre as várias aplicações dos conversores estáticos, como segue: a) Fontes chaveadas. b) Controle dos motores de corrente contínua. c) Controle de motores de corrente alternada (síncronos, de indução e a relutância). d) Conversores para soldagem. e) Alimentação de emergência. f) Carregadores de bateria. g) Retificadores para eletroquímica. h) Transmissão em corrente contínua. i) Reatores eletrônicos para lâmpadas fluorescentes. J) Filtros ativos de potência. k) Compensadores estáticos de potência reativa. 1) Controle de fornos indutivos e resistivos. A Eletrônica de Potência desponta no início do Século XXI como uma das mais importantes áreas da engenharia elétrica em todos os países, sendo considerada estratégica no desenvolvimento industrial e social dos povos. O presente livro não é um manual para projetistas. Trata-se de um livro didático, destinado aos currículos de engenharia elétrica tanto em nível de graduação como pós- graduação. Por tratar-se de um curso, é apresentado um grande número de exercícios propostos e resolvidos. Em muitos dos exercícios o estudante é colocado diante de situações novas não abordadas no texto. Com isto o autor espera estar despertando a curiosidade e o entusiasmo do estudante, que deve por à prova a sua inteligência e a sua criatividade. O autor espera que os inevitáveis erros gramaticais e de digitação tenham sido pelo menos minimizados. E também desejo do autor que o presente texto contribua para a formação de engenheiros qualificados nesta importante disciplina. Comentários, sugestões e críticas de professores e estudantes serão bem vindos. Florianópolis, Novembro de 2005. Eletrônica de Potência CAPÍTULO - 1 ESTUDO DOS COMPONENTES EMPREGADOS EM ELETRÔNICA DE POTÊNCIA (DIODOS E TIRISTORES) 1.1 - O DIODO 1.1.a - Diodo Ideal O diodo ideal está representado na figura 1.1. ip —s A, » e + VP - Fig. 1.1 - Representação do diodo ideal. À sua característica tensão-corrente está representada na figura 1.2. Fig. 1.2 - Característica estática do diodo ideal. Para tensões vç > 0, o diodo apresenta resistência nula. Para tensões ve < 0, ele apresenta resistência infinita. Assim o diodo ideal, quando polarizado diretamente, não apresenta nenhuma perda de energia. Quando polarizado inversamente, é capaz de bloquear uma tensão infinita. Tais características são as de um interruptor ideal. 1.1.b - Característica Estática de um Diodo Real A característica estática de um diodo real está representada na figura 1.3. Cap. 1 — Estudo dos Componentes Empregados em Eletrônica de potência Fig. 1.3 - Característica estática de um diodo real. L “Tal característica é estabelecida experimentalmente para cada diodo. Em condução, ele é representado por uma força-eletromotriz Vrro associada em série com uma resistência rr. A equivalência está representada na figura 1.4. IF IF + VE - Vro) IT + VP - Fig. 1.4 - Circuito equivalente de um diodo. A tensão reversa máxima que o diodo pode bloquear é limitada. Na figura essa tensão está representada por Vprm. Tensões superiores a esse valor são destrutivas para o componente, porque ele entra em condução, mantendo a tensão elevada e consequentemente gerando grande quantidade de calor na junção. Constata-se também que, quando polarizado inversamente, circula no diodo uma corrente de baixo valor. A título de exemplo, estão apresentados abaixo alguns dados de um diodo de potência, obtidos em catálogo de fabricante. Diodo : SKN20/08 Vrrm = 800V Vero; = 0,85V rr = 1ImQ Ibmea = 20A (para temperatura de cápsula igual à 125ºC) IR = 0,15mAà 1.1.c - Perdas em Condução Quando o diodo encontra-se em condução, a potência que nele é perdida e convertida em calor é dada pela expressão (1.1). P = Verolpmed +rlpe (1.1) Onde: Ibmes = Valor médio da corrente. Eletrônica de Potência Ipes = Valor eficaz da corrente. A expressão (1.1) é genérica, podendo ser empregada para qualquer forma de onda. 1.1.d - Características Dinâmicas dos Diodos Inicialmente serão analisados os fenômenos associados ao bloqueio de um diodo. Seja a estrutura representada na figura 1.5. is] JÍ Fig. 1.5 - Circuito para o estudo da comutação de um diodo, no bloqueio. Inicialmente o interruptor S encontra-se bloqueado. Na malha LD circula a corrente 1. Na figura, L; representa a indutância parasita do circuito. Quando S é fechado, a corrente do indutor L é transferida do diodo para S. Esta mudança de um ramo para outro chama-se comutação. Na comutação mostrada o diodo se bloqueia. As etapas do bloqueio estão descritas nas figuras 1.6 e 1.7. € representa a capacitância de recuperação do diodo. Q, representa a carga armazenada em € quando o diodo está conduzindo. Durante a comutação a corrente I pode ser considerada constante. Assim: is +ip=I (1.2) Fig. 1.6 — Primeira etapa da comutação do diodo. Após S ser fechado, a corrente ir começa a decrescer. A sua velocidade de decrescimento depende de E e L; segundo a relação (1.3). die E - É 1.3 dt L | (1.3) Após a corrente no diodo ideal ter se anulado, ocorre a descarga do capacitor C. Nesse intervalo a corrente ir torna-se negativa, até que Qr seja toda removida (Figura 1.7). Iam representa o pico da corrente de recuperação do diodo. Cap. 1 — Estudo dos Componentes Empregados em Eletrônica de potência Im My TDivA—s voa [RM 31 gp Ê im] (s ft Fig. 1.7 — Segunda etapa da comutação do diodo. Quando Q, se anula, o diodo se bloqueia. O indutor L, provoca uma sobretensão sobre o diodo, que pode ser destrutiva. Essa sobretensão pode ser evitada se for colocado um circuito RC em paralelo com o diodo. As formas de onda estão representadas na figura 1.8. Vpico e º ns Fig. 1.8 - Tensão e corrente em um diodo durante o bloqueio. Pode-se obter os valores de ty e de Iam com o emprego das expressões empíricas (1.4) e (1.5). ti= Or ” dip/dt (1.4) (1.5) O valor de Qr é dado pelo fabricante do diodo. O valor-de dip/dt depende dos parâmetros do circuito. Segundoas expressões (1.4) e (1.5), tanto o tempo de recuperação do diodo quanto o pico da corrente inversa dependem de Q,r. Quanto menor Q,, mais rápido será o diodo. Os diodos, quanto à velocidade de recuperação, são classificados em rápidos, ultra-rápidos e lentos. Por exemplo, para correntes até 50A e tensões de 500V, os diodos rápidos apresentam tr menores que 200ns e os diodos ultra-rápidos apresentam ty menores que 70ns. Os diodos comuns, empregados em retificação de baixa freqiiência apresentam tr superiores a lts. No circuito apresentado na figura 1.5 não há uma impedância que limite o valor de pico da corrente inversa. No circuito representado na figura 1.9 a corrente inversa é limitada pelo resistor r. Eletrônica de Potência Fig. 1.9 - Circuito com limitação da corrente de pico. A forma de onda da corrente do diodo está apresentada na figura 1.10, Fig. 1.10 - Corrente do diodo para a figura 1.9. Para o caso da figura 1.9 são empregadas as seguintes expressões: E Ikm &— (1.6) r te «Qu (0,63 Jr — (1.7) Lam (dip /dt) Serão considerados a seguir os fenômenos associados à entrada em condução de um diodo. Seja o circuito representado na figura 1.11. E T'€ Fig. 1.11 - Circuito para o estudo da comutação do diodo, na entrada em condução. Com o circuito apresentado pode-se impor no diodo a corrente cuja forma está representada na figura 1.12. Verifica-se a existência de um certo tempo para que o diodo entre em condução. É o tempo de entrada em condução, que pode variar de 0,1 a 1,5gts. O valor de pico da tensão em alguns casos pode alcançar valores próximos de 40V. O que explica o atraso e a sobretensão é a existência de uma variação da resistência do diodo, mostrada na figura 1.12. Cap. 1 — Estudo dos Componentes Empregados em Eletrônica de potência ipA Io / dip dt. t VE4 0 N 2V VEP VE t f > R tt D t | Fig 112-F ormas de onda relativas à entrada em condução de um diodo. Os fenômenos mostrados só aparecem quando o diodo é atacado por uma fonte de corrente. A experiência mostra que nos circuitos de baixa tensão, onde o diodo não pode ser atacado em corrente, o diodo introduz no circuito um atraso considerável na corrente. Como no caso do bloqueio, o emprego de diodos rápidos reduz o valor da tensão de pico Vrr e do tempo de entrada em condução tr. 1.1.e - Perdas na Comutação As perdas nos diodos na entrada em condução são representadas pela expressão (1.8). P,=0,5Vap — VOL te f (1.8) Para fregiiências inferiores a 40kHz essas perdas podem ser ignoradas. As perdas que ocorrem no bloqueio são calculadas com a expressão (1.9). P,=Q,. Ef (1.9) f representa a frequência das comutações e E a tensão aplicada no diodo após a comutação. 1.1.f - Emprego dos Diodos Rápidos Há um grande número de aplicações em que o emprego do diodo rápido é de grande interesse ou mesmo indispensável. Em seguida serão apresentados alguns casos típicos. a) Retificação em alta fregiiência Nesses casos o emprego de diodos rápidos diminui as perdas nas comutações e diminui a rádio-interferência. b) Conversores CC-CC Tome-se como exemplo a estrutura apresentada na figura 1.13. Quando o transistor T entra em condução, o diodo D, inicialmente em condução, se bloqueia. A corrente de pico inversa do diodo circula pelo transistor. Se o diodo não for rápido, tal corrente pode ser destrutiva para o transistor. Eletrônica de Potência Fig. 1.13 - Circuito que utiliza um diodo rápido. 1.2 - O TIRISTOR 1.2.a - Tiristor Ideal O tiristor ideal está representado -na figura 1.14. Além do anodo e do catodo, possui o gatilho, que é utilizado para o disparo. + VT - Fig. 1.14 - Representação do tiristor ideal. A característica estática ideal do tiristor está representada na figura 1.15. ir VT Fig. 1.15 - Característica estática ideal do tiristor. O tiristor sem corrente de gatilho é representado na figura 1.15 pelas retas 1 e 2. Assim sendo, ele bloqueia tanto as tensões positivas quanto as negativas. Com corrente de gatilho, ele passa a ser representado pelas retas 1 e 3, assumindo portanto a característica de um diodo. Por isto é denominado também de diodo controlado. Em inglês é também conhecido por SCR (“Silicon Controlled Rectifier”). 1.2.b - Característica Estática Real dos Tiristores. A exemplo do diodo, a característica real do tiristor apresenta modificações importantes em relação à característica ideal. Tais modificações podem ser verificadas na figura 1.16. As tensões máximas que o tiristor consegue bloquear, tanto direta quanto inversa, são limitadas. Cap. 1 — Estudo dos Componentes Empregados em Eletrônica de potência Pepe AE actas E Men Fig. 1.16 - Característica estática real de um tiristor. Curvas 1 e 2 - Sem corrente de gatilho. Curvas 1 e 3 - Com corrente de gatilho. “As demais não idealidades já mencionadas para o diodo são também válidas para o tiristor. Em condução o tiristor é também representado por uma força-eletromotriz em série com uma resistência, como está representado na figura 1.17. ir ir, A C A C + ow - Vrçro) TT T + VT - Fig. 1.17 - Circuito equivalente do tiristor. 1.2.e - Perdas em Condução A potência média dissipada pelo tiristor em condução é dada pela expressão (1.10). P=VreroLrmes + Er Lt” (1.10) Ermea € er representam os valores médio e eficaz da corrente que o tiristor conduz. 1.2.d -« Características Dinâmicas dos Tiristores Inicialmente será estudado o comportamento do tiristor no disparo. Seja o circuito representado na figura 1.18. O tiristor encontra-se inicialmente bloqueado. No instante t; o interruptor S é fechado. Fig. 1.18 - Circuito para o estudo do disparo do tiristor. As formas de onda estão representadas na figura 1.19. São empregadas as seguintes denominações: ton - tempo de fechamento. 10 Eletrônica de Potência ta - tempo de retardo. t, - tempo de descida da tensão anodo-catodo. tom = +t (1.11) O tempo de retardo, que é o maior componente do tempo ton, depende: a) da amplitude da corrente de gatilho; b) da velocidade de crescimento da corrente de gatilho. O tempo t, independe da corrente de gatilho. Em geral o valor de ton é superior a ls e inferior a Sus. vG Na figura 1.20 estão representadas duas correntes de gatilho com formas diferentes. t “F ig. 1.20 - Formas da corrente de gatilho. Curva 1 - Disparo lento. Curva 2 - Disparo rápido. A seguir será considerado o comportamento do tiristor no bloqueio. Seja o circuito representado na figura 1.21. R s AAA E + — t io Le Fig. 1.21 - Circuito para o estudo do tiristor no bloqueio. 11 Cap. 1 — Estudo dos Componentes Empregados em Eletrônica de potência Inicialmente o interruptor S encontra-se aberto. O tiristor T encontra-se em condução. Para iniciar o bloqueio de T, S é fechado. Os fenômenos associados ao bloqueio são semelhantes àqueles já descritos para o diodo. As formas de onda estão representadas na figura 1.22. E, E2+AV Fig. 1.22 - Formas de onda relativas ao bloqueio do tiristor. q No instante t; o interruptor S é novamente aberto. O tiristor encontra-se bloqueado sob a tensão E,. O tempo t, é especificado pelo fabricante do tiristor. É denominado tempo mínimo de aplicação de tensão inversa. Para que o tiristor readquira o poder de bloqueio é necessário, após a sua corrente ter-se anulado, aplicar uma tensão inversa durante um tempo superior a tj. Quando se trata de comutação forçada, o tempo t, é um parâmetro fundamental. Quanto menor o ty, melhor é o tiristor. Poderá operar com frequências mais elevadas, com menores perdas na comutação e com circuitos auxiliares de comutação forçada de menor custo. Infelizmente o tiristor não podeser comandado pelo gatilho no bloqueio. Esse é o seu maior ou único inconveniente. Para os tiristores rápidos têm-se: 10us < ty < 200ps 1.3 - CÁLCULO TÉRMICO 1.3.a - O Problema A corrente que circula no componente produz calor, tanto em condução quanto na comutação. Esse calor gerado deve ser transferido para o ambiente. Caso contrário a temperatura da junção se eleva acima dos limites máximos permitidos e provoca a falha do componente. A corrente máxima e portanto a potência máxima que um diodo de potência ou tiristor pode processar é limitada apenas pela temperatura da junção. Assim, a escolha do dissipador e o cálculo das perdas em um componente são de importância prática fundamental. 1.3.b - Cálculo Térmico em Regime Permanente Para o cálculo térmico será empregado o circuito equivalente representado na figura 1.23. 12 Eletrônica de Potência R je R cd R da —L IPT IT I— T, T. - Tá T, Fig. 1.23 - Circuito térmico equivalente de um componente. As grandezas representadas na figura 1.23 são definidas da maneira descrita a seguir. T; - temperatura da junção (ºC). T. - temperatura da cápsula (ºC). Ts - temperatura do dissipador (O). T, - temperatura ambiente (*C). P - potência térmica produzida pela corrente que circula no componente sendo transferida ao meio ambiente (W). R; - resistência térmica entre a junção e a cápsula (ºC/W). Rog - resistência térmica entre o componente e o dissipador (ºC/W). Raa - Tesistência térmica entre o dissipador e o ambiente (“C/W). R; - resistência térmica entre a junção e o ambiente (*C/W). Rj =Ri + Rog + Ra (1.12) A expressão (1.13) é empregada para o cálculo térmico de um componente semicondutor, como o diodo e o tiristor. T;-T,=RaP (1.13) Existe uma analogia com um circuito elétrico resistivo representado na figura 1.24. Vie AN e V2 T' Fig. 1.24 - Circuito elétrico análogo para transferência de calor. O objetivo do cálculo térmico é evitar que a temperatura máxima de junção alcance valores próximos da máxima temperatura permitida. É adotado o seguinte procedimento: a) P - é calculado a partir das características do componente e da corrente que por ele circula. b) T; - é fornecida pelo fabricante do componente. c) Ta — é um valor adotado pelo projetista. d) com a expressão (1.14) determina-se a resistência térmica total. T;-T, Ra (1.14) e) com a expressão (1.15) determina-se a resistência térmica do dissipador. Ra Rj Rj —Ro (1.15) 13 Cap. 1 — Estudo dos Componentes Empregados em Eletrônica de potência Às resistências térmicas Rj e Rca são fornecidas pelo fabricante do componente (diodo ou tiristor). Com um catálogo de dissipadores pode-se escolher o mais conveniente. Caso o valor encontrado não seja comercial, deve ser escolhido o valor menor mais próximo. 1.3.c - Transitório - Conceito de Impedância Térmica Seja um diodo no qual não circula corrente para t < to. A sua temperatura de junção é igual à temperatura ambiente T.. No instante t; começa a dissipar uma potência constante P. À capacidade térmica do componente impede que a temperatura cresça abruptamente. Ela cresce exponencialmente como está representado na figura 1.25. Fig. 1.25 - Transitório térmico em um componente. A diferença de temperatura instantânea é dada pela expressão (1.16). AT=Z,P (1.16) Z, representa a impedância térmica, que é variável com o tempo. Seja o circuito térmico equivalente incluindo a capacidade térmica, representado na figura 1.26, e a dedução apresentada a seguir. T; P pr 3] PT | EC $R Ta Fig. 1.26 - Circuito térmico transitório. || P=P,+P, (1.17) RP,=2 [Pdt=T,-T =AT (1.18) C ja Rb À (1.19) dd C Assim: 4 Pp P (1.20) dd Cc 14 Eletrônica de Potência dp ,b PP (1.21) dt RC RC Resolvendo-se a equação (1.21) obtém-se a expressão (1.22). -+ SR I-eRc |=7, 42) A dedução feita adota algumas simplificações. O valor exato de Z, é fornecido pelo fabricante do componente. O conceito de impedância térmica é muito importante quando o componente funciona com correntes impulsivas (grande intensidade e curta duração). Convém salientar que a impedância térmica é análoga à impedância elétrica, grandeza muito conhecida na teoria de circuitos elétricos. 1.4 - CURVAS PARA CÁLCULO TÉRMICO DE DIODOS E TIRISTORES a) Diodos A seguir são apresentadas curvas do fabricante para o cálculo térmico em diodos e tiristores. so 100 ree.120 sin. Tease no 30 120 130 20 140 150 160 170 9C 180 Pray º O ray 10 20 A O Tomb 50 100 150 ºc 200 (a) (b) Fig. 1.27.a - Potência dissipada P pmea (Pray) em função da corrente direta média Imed (Trav), para corrente contínua pura (cont.), para meia-onda senoidal (sin. 180) e para ondas retangulares (rec.60) e (rec. 120). Fig. 1.27.b - Temperatura da cápsula T. em função da temperatura ambiente Tá para diferentes resistências térmicas Rca *cfw SKN 20 ka EESKR 20 ks K3 Z(thp= Zeh)r+Zth)z Ztihjje o — . oie 360 o 3 180 0,20 0,30 o3s 4 0,40 10 0,55 0,85 Zunjt 3 103 + 107? - 10º 10? 103 5 104 Fig. 1.28 - Impedância térmica transitória Za para corrente continua pura, em 15 Cap. 1 — Estudo dos Componentes Empregados em Eletrônica de potência Junção do tempo t. A impedância térmica para correntes impulsivas Zap é obtida pela soma dos valores dados pela tabela Zan: com aqueles dados pela curva Lene b) Tiristores 60 z0 Mn a Pray efw o Tr 2m 0 0 May 10 20 A O Tomb so 100 (a) (b) Fig. 1.29.a - Potência dissipada P rmea (Prav) em função da corrente média Imed (Trav), para diferentes ângulos de condução, para correntes senoidais. Fig. 1.29.b - Potência dissipada Prmea em função da temperatura ambiente Ta, para diferentes resistências térmicas totais junção-ambiente, Rpja so wW 40 20 P. T 2m TAY o o ray 10 20 A 30 Fig. 1.30 - Potência dissipada Prmea (Prav) em função da corrente média Imed (ray), para diferentes ângulos de condução, para correntes retangulares. 16 Eletrônica de Potência oC Ww 1,20 115 K9-M6 | 9,5 OCW K5-M6 | 5,5 OCW K3-M6| 3,5 110 KiI-M6 | 1,6 OCW DETRI Rihic] =0,80 ºC)W cont. - 1,05 1,00 0,95 0,90 SKT 16 Rehjc 0,85 00 30 60 90 1%20 150 9% 180 Fig. 1.31 - Resistência térmica entre junção e a cápsula, Rj em função do ângulo de condução para correntes senoidais e retangulares. Para corrente contínua pura, deve ser tomada Rj cont. “cfw K9 Kk5 k3 101 Kia 10º Zthjjc Z(tmja [ECW] 3 sin. rec. — 0 0910 015 o 013 | 0,20 101 017 | 0,23 0,23'| 0,28 Tah 033 | 0,36 0,40 | 0,40 Jor t+ 10 10" 10 1 103 5 10º Fig. 1.32 - Impedância térmica em função do tempo. Às curvas são interpretadas como as da figura 1.28. Para tempos grandes a impedância térmica tende assintoticamente para um valor constante igual à resistência térmica em regime permanente. Para tempos pequenos a impedância depende do dissipador empregado e das condições de ventilação. Na Tabela 1.1 são dadas as resistências térmicas cápsula-ambiente Rea para vários dissipadores, incluindo as resistências térmicas de contato. Desse modo, R ja = Rj + Rana - 1.5 - EXEMPLOS DE CÁLCULO TÉRMICO a) Retificador de Meia Onda a Diodo Seja a estrutura representada na figura 1.33. D v(Dt)= «/2 -220sen (mt) f = 60Hz R=100 D = SKN20/04 Fig. 1.33 - Retificador de meia onda a diodo. v(mt) O objetivo do cálculo é determinar a resistência térmica do dissipador a ser empregado para manter a temperatura da junção abaixo do limite estabelecido pelo fabricante. 17 Cap. 1 — Estudo dos Componentes Empregados em Eletrônica de potência TABELA 1.1 - RELAÇÃO DE DISSIPADORES SEMIKRON Resistência Térmica (Incluindo a Resistência DIODOS | DISSIPADORES Massa de contato cápsula-dissipador) Aproximada | Convecção | Ventilação Natural Forçada 6m/s SKNI12, K9 - M4 50g 10,5ºC/W - - SKR12 SKN20, K9 - M4 50g 9,5ºCIW - SKR20 K5 - M6 100g 5,7ºCIW - SKN26, K3 - M6 200g 3,8ºC/W - SKR26 K1,1 - M6 700g 2,2ºC/W - SKNa20 SKN45, K5 - M8 100g 5,0ºC/W - SKR45 K3 - M8 200g 3,0ºC/W - SKN70, K1,1 - M8 700g 1,3ºC/W 0,60ºC/W SKR70 P1/120 - M8 1300g 0,85ºC/W | 0,40ºC/W SKN100, K3 -M12 200g 3,1ºC/W - SKR100 K1,1-M12 700g 1,2ºC/W 0,40ºC/W SKN130, P1/120 -M12 1300g 0,65ºC/W | 0,27ºC/W SKR130 K0,55 - M12 2000g 0,65ºC/W | 0,25ºC/W SKN240, | K1,1-Ml6x1,5 700g 1,1ºC/W 0,35ºC/W SKR240 | K0,55 - Ml6x1,5 2000g 0,55ºC/W | 0,17C/W P1/120 - M16x1,5 1300g 0,58ºC/W | 0,21ºC/W P1/120 - M16x1,5 2200g 0,40ºC/W | 0,17C/W P4/200 - M16x1,5 4000g 0,29ºC/W - SKN320, | K0,55 - M24x1,5 2000g 0,55ºC/W | 0,17C/W SKR320 K0O,1 F 2150g - 0,11ºC/W K0,05 W 900g - 0,065ºC/W P1/200 - M24x1,5 2200g 0,40ºC/W * P4/200 - M24x1,5 4000g 0,29ºC/W | 0,16ºC/W P4/300 - M24x1,5 6000g 0,25ºC/W - (*) - Refrigeração por água. A partir da relação de dados técnicos fornecidos pelo fabricante, obtém-se: Rj = 2ºC/W (Raio) Rea = 1ºC/W (Ranch) T,= 180C(T,) Vero) = 0,85V Ip= LIimS Seja Ta = 50ºC (T, = temperatura ambiente) a.1) Cálculo das correntes no diodo Seja a corrente representada na figura 1.34. 18 Eletrônica de Potência ERES AS ESA DEE Fig. 1.34 - Corrente no diodo. 0,45V, 45. Ipmeg = E 45220 99A R 10 - 0,707V ,107-22 Def 5 ——— = 9.107 220 =15,554 R 10 a.2) Cálculo da potência dissipada 2 P = Vero) Lpmed + Lr Ipes P=0,85-9,9+11-10 .(15,55)? P=8,415+2,660=11,07W | Há um método mais rápido para se determinar a potência. Com o valor médio da corrente e a forma de onda, entra-se na figura 1.27.a do catálogo de diodo do fabricante. Assim para Imea = 9,9A e uma senóide de 180º obtém-se P = 11W. a.3) Cálculo do dissipador AT= P(R +Ra+RG) sr P Rj Ro AT o Os R -— da P 1 Ra <88ºC/WRa+R4=8841=98ºC/W Para realizar o cálculo do dissipador é possível também o emprego das curvas oferecidas pelo fabricante. Ainda na figura 1.27.b, tomando-se T,=50CeP=11W, obtém-se R, = 11ºC/W. Assim Ra & 10ºC/W. É recomendável o emprego do dissipador K5, cuja resistência térmica é igual a 5,7ºC/W. a.4) Temperaturas resultantes para o dissipador escolhido A análise das diversas temperaturas nos pontos de interesse é feita com o auxílio da figura 1.35. Rj =2,0ºC/W Ra=10C/W Ra=47C/W —— To LIT 1 T, Te , Ta Ta = 50º Cc P=11W Fig. 1.35 — Circuito térmico equivalente. T,=PR, +T, =11:(2+1+4,7)+50=134,7ºC T.=PR4+R)+T, =11:(1+47)+50=112,7ºC 19 Cap. 1 — Estudo dos Componentes Empregados em Eletrônica de potência T,=PR4, +T, =11:47+50=1017ºC b) Retificador de Meia Onda a Tiristor Seja a mesma estrutura, para R = 80 e o = 60º. Seja o tiristor SKT16 com os seguintes parâmetros: Rj = 0,94ºC/W (obtida na figura 1.31) Rea = 0,5ºC/W T; = 130 8 = 120º Seja T, = 50ºC (valor adotado) b.1) Cálculo da corrente média 0,225V 225. Linea =————++(l + cosoy) = 0.225 220, +0,5) R 8 Lima = 9,284 b.2) Cálculo da potência média Entrando-se na figura 1.29. com 6 = 120º € Irmea = 9,28A obtém- selP =17,5W b.3) Cálculo do dissipador Entrando-se na figura 1.29.b com T, = 50ºC e P = 17,5W obtém-se Ra =45ºCIW. Rj =Ri +Rea +R qa obtém-se Ra =Rja —Rj —Rea =4,5-0,9 4-0,5 Como Ra =306ºC/W|, Caso os dissipadores previstos para o tiristor SKT16/04 não sejam adequados, restam dois recursos: empregar ventilação forçada ou um tiristor com maior capacidade em corrente. c) Impedância Transitória Seja o diodo SKN20 montado em um dissipador K5 inicialmente com corrente nula e à temperatura ambiente igual a 30ºC. Determinar o valor máximo de uma corrente contínua que ele pode conduzir durante um tempo de 1s, de modo que a temperatura de junção não ultrapasse o valor limite de 180º€C. Solução: seja a figura 1.36. 20 Eletrônica de Potência Fig. 1.36 — Corrente e temperatura na junção do diodo. Entrando-se na figura 1.28 com t = Is obtém-se Z ax = 1,5ºC/W. Seja o cálculo apresentado a seguir. Zi P = T, -T, po Jich ( 180-30 Ze 15 =100W P=Vrrol+ tl” v L4 Soy Pg Vero, =0,85V e mr =1imQ 0,85 0,85 Y 100 I=- + + 0,022 1/0022] 0,011 [= 64A d) Temperatura Média Instantânea de Junção Seja o tiristor SKT16 conduzindo uma corrente com a forma de onda indicada na figura 1.37. Determinar as temperaturas média e máxima de junção. I=20A Fig. 1.37 — Corrente no tiristor. Sejam os seguintes parâmetros do tiristor em questão: Vero) = LOV tr = 20mOQ 21 Cap. 1 — Estudo dos Componentes Empregados em Eletrônica de potência 9 = 180º Desse modo: P=Vrrol+rI P=1:20+0,020-20” = 28W | (Potência Instantânea) Seja f = 50Hz T 1 1 im |st=2=L=-L =10ms Assim: 22 250º P==14W Seja o dissipador K5. Assim, de acordo com a figura 1.31: Ra =0,95+5,5=6,45ºC/W thja Seja T, = 30ºC. Assim: T, = 6,45:14+30=120,30ºC] (Temperatura Média) Para At = 10ms, da figura 1.32 obtém-se: Zeup =0,30ºC/W AT; = PZ np = 28:0,30=8,4ºC|, À temperatura da junção em função do tempo está representada na figura 1.38. 124,5º € Fig. 1.38 — Temperatura da junção em função do tempo. Verifica-se assim que para f = 50Hz a temperatura da junção varia de 124,50ºC até 116,1ºC. Tal fenômeno ocorre porque em relação aos tempos envolvidos, as constantes de tempo térmicas são baixas. 22 Eletrônica de potência CAPÍTULO - 2 RETIFICADORES A DIODO 2.1 - RETIFICADOR MONOFÁSICO DE MEIA ONDA A DIODO A) CARGA RESISTIVA PURA A estrutura do retificador monofásico de meia onda alimentando uma carga resistiva está representada na figura 2.1. + VD - D + v(mt) IL] $R vL Fig. 2.1 - Retificador monofásico de meia onda com carga resistiva. O diodo bloqueia o semiciclo negativo da tensão alternada de alimentação v(wt). Desse modo, somente os semiciclos positivos são aplicados à resistência de carga R. As formas de onda relativas à estrutura em questão estão representadas na figura 2.2. À tensão de alimentação é representada pela expressão (2.1). v(wt) = /2 V, sen(mt) (2.1) A tensão média na carga é calculada pela expressão (2.2). Vime E A sen(ot) (at) (2.2) 0 21 PENSE ta be genst F ig. 2.2 - Formas de onda relativas à figura 2.1. 23 Cap. 2— Retificadores a Diodo Assim, 2V V2Y Vime = “| cos(mt) |, =— ou Lmed 2% [ ( » x Vime E 0,45Vo (2.3) A corrente média na carga é obtida pela expressão (2.4). tN2V, Lmed = A “2 º sen(at)d(ot) (2.4) 2, R 1 17% Ima =| | V2V sen(oy (ot) (2.5) Rj215 Assim: Ima = Yimed (2.6) R , 0,45V, Ou ainda: [lume =. (2.7) A corrente de pico no diodo, igual à corrente de pico na carga, é dada pela expressão (2.8). V2V. : Ip =" (2.8) À tensão de pico inversa no diodo é dada pela expressão (2.9). Vpp = V2V, (2.9) Para o dimensionamento correto do diodo, é importante conhecer a sua corrente eficaz, obtida a seguir. x 2 Le (ES) sen? (A(O!) (2.10) 21% R 27 2V Le= e | sen? (wt)d(wt (2.11) vt ar? | (on dçot) x T Tomando-se: [sen coma =| St tenG -E (2.12) ) 2 4 h?2 V V Obtém-se [lu == = 0,707-º 2.13). m-se Lef J2R R ( ) 24 Eletrônica de potência EXEMPLO NUMÉRICO 1 Seja o retificador de meia onda alimentando carga resistiva pura como está representado na figura 2.1. Seja Vo = 220V (valor eficaz) e R =1000. Calcular: (a) tensão média na carga, (b) corrente média na carga, (c) corrente eficaz na carga e (d) potência transferida ao resistor R. Solução: (a) Vim = 0,45V, = 0,45x 220 =99V 0,45V, 99 b I =" 0 “* -(0,99A ( ) Lmed R 100 CV . 20 V2R 2x100 (d) P=R-I,,,"=100x1,56º = 243,36W. (Cc) Le =1,56A B) CARGA RL A estrutura do retificador monofásico de meia onda alimentando uma carga RL está representada na figura 2.3. Fig. 2.3 - Retificador monofásico de meia onda alimentando carga RE. As formas de onda relativas à carga RL estão representadas na figura 2.4. Devido à presença da indutância, o diodo não se bloqueia quando wt=7. O bloqueio ocorre no ângulo B, que é superior a x. Enquanto a corrente de carga não se anula, o diodo se mantém em condução e a tensão de carga, para ângulos superiores a x, torna-se instantaneamente negativa. A corrente de carga é obtida pela solução da equação diferencial (2.14). V2V, sen(gt) = (oo +Riy (01) (2.14) 25 Cap. 2 — Retificadores a Diodo Fig. 2.4 - Formas de onda relativas à figura 2.3. A solução da equação diferencial (2.14) é representada pela expressão (2.15). V2V, NR? +X? 1 (Ot) = sen(wt-4)-1,(0)e 4 (2.15) Onde d= arctg re . X=oL t=>. A corrente da carga é composta de duas componentes distintas, representadas pelas expressões (2.16) e (2.17). à (Ot) = Ae sentar —0) (2.16) Rº+Xº i, (Dt) = —I,(0)e (2.17) As duas componentes estão representadas graficamente na figura 2.5. Para mt = O, tem-se W (ct) = O. Assim: mo, I,(0)= ——-€=sen(—4) (2.18) VR? +X? Portanto, 1, (mt) = No Len(ot— 9) -sen(-0)e “| (2.19) Rº+X? 26 Eletrônica de potência Fig. 2.5 - Corrente de carga relativa à figura 2.3. A componente iz(wt) representa a parcela transitória da corrente; a componente i;(wt) representa a resposta em regime permanente da carga RL submetida à tensão alternada da rede. - Para que se possa estabelecer o valor médio da tensão na carga, é necessário que se conheça o ângulo B. De acordo com a figura 2.4, i(mt) = O quando wt = B. Levando-se estes valores na expressão 2.19 obtém-se a expressão (2.20). sen(B— 4) + sen(g)e PB! = 0 (2.20) Como ex = = = tg), pode-se escrever: sen(B — 4) + sen(d)e B!!8º = 0 (2.21) Esta função implícita, ao ser resolvida numericamente, gera a curva mostrada na figura 2.6. 100-—[— TT [TT [TJ [TT [TT [TD TT 1 409) 90 TOCATOTOCTOTIACOCTOETOTaTCOCCECoCA-- 00" | 1 1 I f 1 I I I 80 ----5-0-00L 0004000000 Ss e à ) 70 amado nabo ndo dono ton dont ndo f 1 I I I I I I I 0 pro sinoanoa ode nbon don ocboncdoconionndono I I í 1 I I I I : 50 poco doooapo fes onbooodononbocadosocbocadoooo ag boni PS 1 | à | EU RR E I I I I 1 I I ! I 20 pooogfcootosodooosbooodcoonposodosonpooodoooo I 1 f / I I 1 I ! 10 H- “40 EonQ4000D Do 40 0020 D0oDdg0DD40 ED q — i I I I / 1 I y I 0 I 1 I I I I 1 I I 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 | Bo Fig. 2.6 - Ângulo de condução B em função do ângulo à, para a figura 2.3. Uma vez conhecido o ângulo de condução B, pode-se determinar o valor médio da tensão de carga. O procedimento está descrito a seguir. B Viu= = Iê V, sen(Wt) (gt) (2.22) 0 27 Cap. 2 — Retificadores a Diodo V2V V = º|- cos(wt Lmed 2x [ ( E 2 Assim, Vime = V2V, (1-cosB) (2.23) 21 A partir da expressão (2.23), obtém-se a expressão (2.24). Vimea E 0,225V, (1- cos) (2.24) De acordo com a expressão (2.24), a presença da indutância causa uma redução na tensão média na carga. A seguir é descrito o procedimento destinado a estabelecer o valor médio da tensão no indutor. Na figura 2.7 estão representadas a tensão de carga, a corrente de carga, a tensão no resistor vr(wt) e a tensão no indutor vi(mot). Ç o F 2 Fig. 2.7 - Formas de onda para o circuito da figura 2. 3. De acordo com a expressão (2.14), quando i(wt) alcança o seu valor di(wt) máximo, tem-se =0. Por isto, nesse instante, quando qt = Om; tem-se vi(ct) = O e velmt) = v(wt). A tensão média no indutor é calculada do modo descrito a seguir. tm tB Vimei 4 | vi(Ddt + | «cod | (2.25) , 0 tm ) V (dt = Ldi (2.26) Assim: 1[ E A | 1 Vimea = fLai+ [Lai = Uta -“Ll) (2.27) 0 In J Assim: Vimea = 0), (2.28) Conclui-se portanto que o valor médio da tensão na indutância é nulo. Este fato indica também que S, = S>. Mas S, ou S; representam o fluxo produzido no indutor. Desse modo, o valor médio nulo da tensão indica que o indutor é desmagnetizado a cada ciclo de funcionamento da estrutura. A seguir, é descrito o procedimento que estabelece o valor da tensão média na resistência de carga R. 28 Eletrônica de potência Vimed = Vimed + VRmed (2.29) Como Vimed = O obtém-se: Vimea = Vamed (2.30) Portanto, Vimed = Vames =0,225V, (1 cos B) (2.31) Conseqgientemente, a corrente média na carga e no diodo é obtida pela expressão (2.32). 0,225V, Irmea = — q t-cos B) (2.32) A corrente média na carga pode também ser obtida como segue. ERRAr Lmed 7 2% zZ bençot —-0)+ sen(ge“”* Eco) (2.33) 0 De modo análogo, pode-se estabelecer o valor eficaz da corrente de carga, de acordo com a expressão (2.34). 1 ' 2, -t/T Í a - ben(wt — 4) + sento)! |) a(o) (2.34) 214, Seja a corrente média parametrizada Img definida a seguir. — Z1 med (2.35) I = md V2V, Seja o valor da corrente eficaz parametrizado LI. definido a seguir. Zi 1. => dt 2.36 ef V2V, ( ) Seja, Z=VRº+X? (2.37). Assim: Ls= 1 bençot —4)+sen(0)e kicot) na =2e) (2.38a) 18 le = > ben(ot — 0) + sen(0)e*!* Faço) (2.38b) 0 Desse modo, Ima e Ls podem ser obtidas numericamente em função de 4. Ambas as correntes estão representadas na figura 2.8. 29 Cap. 2 — Retificadores a Diodo (9) Fig. 2.8 - Valores médio e eficaz da corrente de carga para a figura 2.3. EXEMPLO NUMÉRICO 2 Seja o retificador representado na figura 2.3, onde Vo = 220V, f = 60Hz, R = 1000 e L = 100mH. Calcular: (a) o ângulo de condução B, (b) a tensão média na carga, (c) a corrente média na carga, (d) a corrente eficaz na carga e (e) a potência dissipada no resistor R. Solução: oL 377x01 a) tgb=— =D" =0,377 (a) tgd R 100 O = 20,66 graus. A partir da curva mostrada na figura 2.6, determina-se B = 200 graus. (b) Vi... =0,225Vo(1- cosB) cos B = —0,94 Vi. =0,225x220x1,94 = 96V V 96 (0) Li = 2 = 100 — 96A (d) A partir da figura 2.8, para q = 20 graus obtém-se Le= 0,52A. Assim, Z=VXº +R? = 37,7? +100º = 106,90 (2Vo Ly É Z XL I -V2X20 05, 1514 “— 1069 (e) Pr =RI,, =100x1,51º =228,01W 30 Eletrônica de potência C) CARGA RL coM DIODO DE "RODA-LIVRE" Para evitar que a tensão de carga torne-se instantaneamente negativa devido à presença da indutância, emprega-se o diodo de "roda-livre". O circuito adquire assim a forma apresentada na figura 2.9. n Pi A «on(o) DRLZS Fig. 2.9 - Retificador de meia onda com diodo de "roda-livre”. O circuito mostrado na figura 2.9 apresenta duas etapas de funcionamento, representadas nas figuras 2.10.a e 2.10.b. (b) Fig. 2.10 - Etapas de funcionamento do retificador com diodo de "roda-livre”., A primeira etapa ocorre durante o semiciclo positivo da tensão v(wt) de alimentação. O diodo D, conduz a corrente de carga e o diodo Day, polarizado reversamente, encontra-se bloqueado. A segunda etapa ocorre durante o semiciclo negativo da tensão v(mwt). O diodo D;, polarizado reversamente, se bloqueia. A corrente de carga, por ação da indutância, circula no diodo de "roda-livre" Dar. As formas de onda relativas ao retificador de meia onda, com diodo de “roda-livre", estão representadas na figura 2.11. Se a corrente de carga se anula em cada ciclo de funcionamento da estrutura, a condução é dita descontínua; caso contrário ela é dita contínua. O fato de a condução tornar-se contínua ou não, é consegiiência da constante de tempo da carga. Para constantes de tempo elevadas a condução pode ser contínua. À condução contínua pode apresentar interesse prático, pois implica numa reduçãodas harmônicas da corrente de carga. 31 YL Cap. 2 — Retificadores a Diodo ot mt ot Fig. 2.11 - Formas de onda para o circuito da figura 2.9 em condução descontínua. Para se fazer a análise matemática da corrente de carga, supõe-se a estrutura funcionando em regime permanente e condução contínua. Tal situação está representada na figura 2.12. mt 4x ct + Fig. 2.12 - Tensão e corrente de carga para condução contínua. Uma maneira simples de se obter a corrente de carga consiste no emprego da Série de Fourier. Decompondo-se v;(wt) obtém-se a expressão (2.39). vi (mt) = AV + Vo setas z ) NV, [ costa) | cosãom) | cos) | | (2.39) | 13 35 57 Assim, a tensão e a corrente média de carga serão: VLmed = 0,45V, (2.40) 0,45V, Lmed = “RO (2.41). A expressão da corrente instantânea de carga será: (0) = mea HI, (O) Hi (O) +, (O) Hiç (O) +... Hi (Ot) +... (2.42) 32 Eletrônica de potência Os termos da série são representados a seguir. i (Ot) = a sen(wt — 44) (2.43) 1, (0) = DD. co —4,) (2.44) à, (Ot) = E ecoa d4) (2.45) ie (O) = Re cos —-d6) (2.46) —2/2V, Q2Vo - 24 mn=D-(n+ DZ, MNE On) (247) in (OU) = Onde: n=2,4,6.. Z, = VR? +nº0' (2.48) O, =tg POL (2.49) R O valor eficaz da corrente de carga é dado pela expressão (2.50). Law = VIinea? + +15 + +ç ++ +. (2.50) Onde: V, Lli=— 2.51 uz, (2.51) 2V, = 2.52 12 “3nz, (2.52) 2V, I = o 2.53 14 15nZ, (2.53) 2V, l,=————t-—— , ná1 (2.54) “Q-Dm+DrZ, | Os valores médios das correntes nos diodos podem ser considerados iguais à metade do valor da corrente média de carga, quando a constante de tempo for elevada. 33 Cap. 2 — Retificadores a Diodo EXEMPLO NUMÉRICO 3 Seja o circuito representado na figura 2.9, onde Vo = 220V, R = 1009, L = 500mH e f = 60Hz. Calcular: (a) a tensão média na carga Vimed (b) a corrente média na carga, (c) o valor da corrente instantânea de carga quando qt = x, no primeiro semi-período. Verificar se o retificador opera no modo de condução contínua ou descontínua. Solução: (a) Vime =0,45V, = 0,45x220 = 997 Vime 99 b 1 =" = =0,994 (D) Linea R 100 (c) tegb= = =1,885 = 4=62 graus co 500mH R 1000) Z=VRº+Xº =2130 iL (m)= V2V, [senta — 4)- sen(- oe] Z A - eu - a - ron = 16 e 0190 sen(- 0)= sen 62º = -0,88 . sen(x-40)=0,88 1 (= (0,88 +0,88x0,19)=>11XL047 4 sa 213 213 (d) 5T=5x Sms = 25ms SwtT=9,43rad = 540º Assim, como 5Swt>180º, a condução é contínua. D) Uso DO TRANSFORMADOR Em muitas aplicações, o retificador é alimentado a partir de um transformador, que apresenta as seguintes propriedades: (a) permite a adaptação da tensão da fonte à tensão da carga; (b) permite o isolamento galvânico entre a rede e a carga. A estrutura do retificador monofásico de meia onda com diodo de “roda-livre” alimentado por transformador está representada na figura 2.13. Ni E LL =——+ 4 [a po v(mt) É na — 5 o Fig. 2.13 - Retificador monofásico de meia onda alimentado por transformador. 34 Eletrônica de potência Para simplificar a análise do funcionamento da estrutura, a corrente de carga ir(wt) será considerada isenta de harmônicas, hipótese que só é rigorosamente verdadeira quando a indutância de carga for infinita. O transformador será considerado com relação de transformação unitária(N;=N5) As correntes envolvidas estão representadas na figura 2.14. A corrente magnetizante do transformador será considerada nula. ot v 4n Sn OL E > Fig. 2.14 - Formas de onda para o circuito da figura 2.13. Decompondo-se a corrente secundária i(wt) em Série de Fourier obtém- se a expressão (2.55). i(0%) = Lima | Mime con) + irei son(30%) + inca sen(500) +. (2.55) 2 n 3a 5a Sejam as definições (2.56) e (2.57). I Lico = "É (2.56) bed) = 2, mea seno) + Pt sençõe) + Dt sen(õar) +... (2.57) a a a Assim: 1 (0) = Dec +Hisca (DL) (2.58) A componente secundária contínua cc não apresenta reflexos no primário do transformador. Desse modo, a corrente primária será igual à corrente secundária alternada, visto que. 35 Cap. 2 — Retificadores a Diodo À componente contínua secundária tende a saturar o transformador. Por isto esta estrutura é reservada para pequenas potências. Para uma potência de carga definida, é importante que se possa determinar a potência nominal aparente do transformador de alimentação. A potência e a tensão média de carga são dadas pelas expressões (2.59) e (2.60) respectivamente. P, = Vimed Hmed (2.59) Vímea = 0,45V, (2.60) A potência primária aparente do transformador é dada pela expressão (2.61). S=ViLw (2.61) Calculando-se o valor eficaz da corrente do enrolamento primário, obtém-se: he = us (2.62) Assim: S,= Sic (2.63) Mas: Vi=Y = Yume (2.64) 0,45 Assim: S,=111V,medlimed (2.65) Portanto: | S, =1,1P, (2.66) O valor eficaz da corrente secundária é dado por: Law = Tuma (2.67) 2 Portanto a potência aparente nominal do enrolamento secundário é dada pela expressão (2.68). S> = 157P, (2.68) De acordo com a expressão (2.68) o transformador é mal aproveitado nesta estrutura, sendo esta mais uma razão para que ela seja utilizada para pequenas potências. O maior interesse desta estrutura reside na sua simplicidade e no seu baixo custo. EXEMPLO NUMÉRICO 4 Seja o circuito representado na figura 2.13. Seja Vo = 220V, N,/N,=0,5, R = 500 e L muito grande. O sistema opera em regime permanente. Determinar: (a) a tensão secundária, (b) a tensão e a corrente média na carga, (c) as correntes eficazes nos enrolamentos do 36 Eletrônica de potência transformador, (d) a potência entregue ao resistor de carga e (e) a potência aparente nos enrolamentos primário e secundário do transformador. Solução: (a) Yo = No =0,5 > V, =0,5x220=110V VN (D) Vima =0,45-V, = 0,45x110 = 49,5V V med 49 5 Lima =—>— =——- =0,99A Lmed R 5 I 0,99 (c) 1 = imed = = 0,7A 2ef 42 J2 I mé: le = me x Dz 009 0,5 = 0,25A 2 ON, (d) P=Vea Times = 49,5X0,99 = 49W (e) S,=1,57xP, =1,57x49=7VIVA S =111xP, =111x49=54,4VA 2.2 - RETIFICADOR MONOFÁSICO DE ONDA COMPLETA COM PoNTO MÉDIO A) CARGA RESISTIVA PURA A estrutura do retificador monofásico de onda completa a diodo com ponto médio está representada na figura 2.15, com carga resistiva pura. Di R —— IL vio Do Fig. 2.15 - Retificador monojásico de onda completa a diodo com ponto médio. A estrutura apresenta duas etapas de funcionamento mostradas na figura 2.16. “VM q E ” + vim 5 v2 áL, + D2 dá Fig. 2.16 - Etapas de funcionamento para a estrutura da figura 2.15. 37 Cap. 2 — Retificadores a Diodo Durante o semiciclo positivo da rede, o diodo D, conduz e D, se mantém bloqueado. Durante o semiciclo negativo, D, se bloqueia e D, conduz a corrente de carga. As formas de onda correspondentes estão representadas na figura 2.17. O valor médio da tensão de carga é calculado pela expressão (2.69). Vimed = = Nav, sen(wt)d(wt) (2.69) 0 Da expressão (2.69) obtém-se a expressão (2.70). Vimed = 0,9V, (2.70) V> representa o valor eficaz da tensão de um dos enrolamentos secundários, que é igual à tensão da fonte, quando a relação de transformação do transformador é unitária. A corrente média na carga é dada pela expressão (2.71). 0,9V, R (2.71) Limed = A corrente de pico na carga e nos diodos é dada pela expressão (2.72). = (2.72) O valor da tensão de pico inversa dos diodos é dado pela expressão (2.73). Vop = 24/2V, (2.73) O fato de a tensão de pico inversa nos diodos ser igual ao dobro da tensão de pico de um dos enrolamentos secundários é uma das desvantagens da presente estrutura. O valor médio da correnteem um diodo é igual à metade do valor médio da corrente de carga, e é representado pela expressão (2.74). 0,9V, 2R (2.74) Ipmed = 21 no , 1 Ç Ç Fig. 2.17 - Formas de onda para a figura 2.15. 38 Eletrônica de potência O valor eficaz da corrente de carga é dado pela expressão (2.75). V Les 2 (2.75) O valor eficaz da corrente em um diodo é dado pela expressão (2.76). Vo, Ipe = BR (2.76) EXEMPLO NUMÉRICO 5 Seja o retificador representado na Fig. 2.15. Seja V., =220V, Voy =110V, R=250 e f=60Hz. Determinar (a) a tensão média na carga, (b) a corrente eficaz na carga e (c) a potência entregue à carga. Solução: (a) Vime =0,9-V, =0,9X110 = 99V Vos O b) Lo = =D" =444 | (D) rey R 25 Vo. 2 (o) p= -HO sy R 25 B) CARGA RL A estrutura alimentando uma carga RL está representada na figura 2.18. Di R + . v2 'L| L vit - 6) dk v2 D - 2 Fig. 2.18 - Retificador de onda completa alimentando carga indutiva. As etapas de funcionamento são as mesmas já descritas para carga resistiva. A tensão e a corrente de carga estão representadas na figura 2.19. Para a obtenção da corrente de carga é recomendável o emprego da Série de Fourier. Decompondo-se a tensão obtém-se a expressão (2.77). vi (mt)=4/2V, É - Scos(20) - TEncos(40) -. | (2.17) 39 Cap. 2 — Retificadores a Diodo Fig. 2.19 — Tensão e corrente de carga para a figura 218 A corrente de carga será então dada pela expressão (2.78). à, (mt) Pude é 4 “4 )-— É -“09)- 2.78 E E d,) anã SA d4) | (2.78) Sejam as expressões (2.79) e (2.80). — 2 2m2T2 Z, =4Rº +nºq'L (2.19) Fig. 2.19 - Tensão e corrente de carga para a figura 2.18. 4 noL Ro) d,=tg (2.80) Quando a constante de tempo da carga for elevada, podem-se ignorar as harmônicas de ordem superior à fundamental no cálculo da corrente. Segundo a expressão (2.78), a componente contínua da corrente é dada pela expressão (2.81). W2V, 0,9, 2.81 TR R ( ) Irmed = A componente de primeira ordem, com frequência dupla da fregiência da tensão de alimentação, é dada pela expressão (2.82). ira(0) = 2a cosçom o) (2.82) , | O valor eficaz da corrente de carga é dado pela expressão (2.83). I Lef T (2.83) O valor médio da corrente num diodo é igual à metade do valor médio da corrente de carga e é representado pela expressão (2.84). 40 Eletrônica de potência 0,45V. 1 Dmed R 2 (2.84) Para o cálculo do valor eficaz da corrente em cada diodo a corrente de carga será considerada isenta de harmônicas. A sua forma de onda encontra- se representada na figura 2.20. Eu O valor eficaz da corrente é dado pela expressão (2.85). 1 A Ipes = »1 (mea Pacat) (2.85) n% (2.86) Ou: Ibe = mea (2.87) Def 2 Ou: Ipes = 0,707], mea (2.88) Como Icae = = obtém-se a expressão (2.89). 2 0,47R K, “——— (2.89) JR +40'L O fator de ondulação da corrente de carga K; é definido pela relação I — “CAef K, = LO . Lmed EXEMPLO NUMÉRICO 6 Seja o retificador mostrado na figura 2.18, com os mesmos parâmetros do exemplo numérico 5. Seja L = 50mH. Calcular: (a) o valor eficaz da corrente alternada fundamental de carga, (b) a corrente eficaz total de carga e (c) a potência entregue ao resistor R. Solução: av. (a) Tess =5 z = 2x110 =1,03A TZ 3m/252 +(2x377x0,05 ) 0,9xV (b) L = Tt 09XH0 soca med R 2 5 41 Cap. 2 — Retificadores a Diodo - o 5 To Pra = (ones * Toy E 3,96" +1 ,03º = 414 (0) P=Rl,, =25x4 =420,25W €) ESTUDO DO COMPORTAMENTO DO TRANSFORMADOR Para o estudo do comportamento do transformador, serão adotadas as convenções indicadas na figura 2.21. ——| 1s2 Fig. 2.21 - Convenções para o estudo do comportamento do transformador. À corrente de carga será considerada isenta de harmônicas. As diversas correntes envolvidas estão representadas na figura 2.22. Para efeito de simplificação o número de espiras do enrolamento primário será considerado igual ao número de espiras do enrolamento secundário. A corrente eficaz de um enrolamento secundário é representada pela expressão (2.90). 1 n Let =Iooe = [55] Jumea” dO) (2.90) 0 Portanto, Let = Let = 0,707], med (2.91). A potência aparente de um enrolamento secundário é dada pela expressão (2.92). Sa = Voe Tier (2.92) Como V E= VLmed Zef — 0,9 | (2.93) Obtém-se desse modo a expressão (2.94). — 0,707V mea Timed a 09 = 0,785 V med Íimed (2.94) A potência aparente total no enrolamento secundário do transformador é dada pela expressão (2.95). S, =Syu+So (2.95) 42 Eletrônica de potência S, =1,57V med Limed Como P, = Vimed É Obtém-se Lmed S, =1,57P, P, representa a potência transferida x a (2.96) (2.97) (2.98) carga. Segundo a expressão (2.98), o transformador nesse tipo de estrutura é mal aproveitado, pois é exigido um dimensionamento em potência aparente igual a 157% da potência de carga. Fig. 2.22 - Ex ni a Formas à | à o ! om : I o Im 147 57 o à ot k | | ; | | A | ot SE 1 ot 37 4x 5x . de onda das correntes para a figura 2.21, O retificador de onda completa a diodo apresenta as seguintes vantagens em relação ao retificador de meia onda: (a) Não existe componente contínua de corrente circulando no enrolamento secundário, não aparecendo então o fenômeno da saturação do transformador; (b) A tensão média na carga é duas vezes maior; (c) A corrente de carga apresenta menor distorção harmônica. EXEMPLO NUMÉRICO 7 Seja o exemplo numérico 6. Desconsiderando a ondulação da corrente de carga, determinar: (a) a corrente eficaz em cada enrolamento e (b) a potência aparente do transformador. Reportar-se à figura 2.21. Solução: (a) Iso =0,707-1, N Le = (b) S, = med 1 No “med = 2 -3,96=1,98A 1 157P, =0,707x3,96 = 2,84 43 Cap. 2 — Retificadores a Diodo P =Vimca XI ma = 99X3,96 = 392W S, =1,57x392 = 616VA4 2.3 - RETIFICADOR MONOFÁSICO DE ONDA COMPLETA EM PONTE A) CARGA RESISTIVA A estrutura do retificador monofásico de onda completa em ponte alimentando carga resistiva está representada na figura 2.23.a. Durante a primeira etapa de funcionamento, representada pela figura 2.23.b, a tensão da fonte é positiva. Os diodos D, e D, são polarizados diretamente e conduzem a corrente de carga. Os diodos D, e D; são polarizados reversamente e permanecem bloqueados. Durante a segunda etapa de funcionamento, representada pela figura 2.23.c, os diodos D, e D, permanecem bloqueados, enquanto D, e D; conduzem a corrente de carga. As formas de onda da tensão e da corrente de carga são idênticas às já estabelecidas para o retificador de ponto médio e apresentadas na figura 2.17. Do mesmo modo, a tensão média e a corrente média de carga são dadas pelas expressões (2.99) e (2.100). Vimea = 0,9V, (2.99) 0,9V, Trmea = “RO (2.100) B) CARGA RL Para carga indutiva, as etapas de funcionamento são as mesmas apresentadas na figura 2.23. As formas de onda da corrente e da tensão de carga são idênticas àquelas estabelecidas para o retificador de ponto médio, apresentadas na figura 2.19. (a) Ds Dg (c) 44 Eletrônica de potência Fig. 2.23 - Configuração e etapas de funcionamento para o retificador monofásico em ponte com carga resistiva. €) EsTUDO DO COMPORTAMENTO DO TRANSFORMADOR O retificador em ponte, contrariamente ao retificador com ponto médio, não depende de um transformador para funcionar. Porém, em certas aplicações, nas quais se deseja isolamento galvânico ou adaptação de tensão, o transformador é empregado. Para se analisar o comportamento do transformador, a corrente de carga será considerada constante e os enrolamentos secundário e primário serão considerados idênticos. O transformadorserá considerado ideal. A estrutura associada ao transformador está representada na figura 2.24. As formas de onda das correntes envolvidas estão representadas na figura 2.25. O valor eficaz da corrente do enrolamento secundário do transformador é calculado pela expressão (2.101). 2n Le = = Í Timea A(O) (2.101) x 0 Assim: Les = Dmed (2.102) Di D> ——+ —», ú | | !2 (D Timed o Ds Ds Fig. 2.24 - Retificador em ponte associado a um transformador. O valor eficaz da tensão no enrolamento secundário é dado pela expressão (2.103). V V — — Lmed Zef 0,9 (2.103) A potência aparente do transformador é dada pela expressão (2.104). Vimedl S, = Voo be =— 8 lmed 2.104 2 2Zef “2ef 0,9 ( ) Assim: S, =111Vy mea limea (2.105) Mas: P, = Vimedlimed (2.106) Portanto a potência aparente em questão é dada pela expressão (2.107). S, =111P, (2.107) Comparando-se a expressão (2.107) com a expressão (2.98) verifica-se que o retificador em ponte proporciona um melhor aproveitamento do transformador que o retificador de ponto médio. 45 Cap. 2— Retificadores a Diodo Í I | ot | [T+ I l I 1 y l E I I ct L— t í I | 1 i do ot 3a. 4x 57 o F ig. 2.25 - Correntes para a estrutura da figura 2.24. D) TENSÃO DE PICO INVERSA SOBRE OS DIODOS Seja a segunda etapa de funcionamento, representada na figura 2.26. Fig. 2.26 - Segunda etapa de funcionamento do retificador. De acordo com a figura, a máxima tensão inversa é igual ao valor de pico da tensão da fonte e é dada pela expressão (2.108). Vop = V2V; (2.108) Va representa o valor eficaz da tensão da fonte de alimentação ou do enrolamento secundário do transformador. Comparando a expressão (2.108) com a expressão (2.73), verifica-se que a tensão de pico inversa para o retificador em ponte é igual à metade da tensão de pico inversa para o retificador de ponto médio. EXEMPLO NUMÉRICO 8 Seja o retificador monofásico mostrado na figura 2.24, com os seguintes valores: V, = 220V (tensão eficaz no enrolamento secundário), N -—* -=02, R-=10Q e L=500mH. Determine: (a) a tensão média na carga, 1 (b) a corrente média e a potência média na carga, (c) a corrente eficaz nos enrolamentos e (d) a potência aparente do transformador. Solução: (a) V med =0,9xV = 0,9x220 = 198V 46 Eletrônica de potência V, 198 Linea = ti = =204 (b) Lmed R 10 PB =Vinoa XI ymea = 198X 20 = 3960W (c) De = timed 204 M. hy = V “Lima = 0,2x20=44 1 (a) S,=111-P =111X3960=43956/4 2.4 - RETIFICADOR TRIFÁSICO A DIODO COM PONTO MÉDIO A) COMPORTAMENTO COM CARGA RESISTIVA O circuito retificador trifásico a diodo com ponto médio está representado na figura 2.27. O 11 wW(wt) s D N 2 OM i2 + va(mt) : o Togo |lgR ve 5 - 13 Fig. 2.27 - Retificador trifásico a diodo com ponto médio. O circuito apresentado na figura 2.27 pode ser considerado uma associação de três retificadores monofásicos de meia onda. Cada diodo é associado a uma das fases da rede. Nesse tipo de retificador é indispensável o emprego do neutro do sistema de alimentação. As formas de onda representativas do comportamento da estrutura alimentando uma carga resistiva estão representadas na figura 2.28. Cada diodo do retificador conduz durante um intervalo de tempo que corresponde a 120 graus elétricos da tensão da rede. Fig. 2.28 - Formas de onda para o circuito da figura 2.27. 47 Cap. 2 — Retificadores a Diodo O valor da tensão média da carga é calculado pela expressão (2.109). 5n/6 3 Vimes = 57 |N2v,sençob (or) (2.109) n n/6 3W2V. Assim: Vime - HDV cos( ct) Bié (2.110) 3/3/2V, Vimed = “o (2.111) Desse modo o valor médio é calculado pela expressão (2.112). Vimea = LI7Vo (2.112) A corrente média na carga é representada pela expressão (2.113). LI9V, Times =" (2.113) A corrente média nos diodos é definida pela expressão (2.114). Ipmed = Tumes (2.114) 3 Assim: ANTV, Dmed 40 3R (2.115) A corrente de pico é dada pela expressão (2.116). V2V Ibp = R o (2.116) A corrente instantânea em cada diodo está representada na figura 2.29. A partir dela será obtida a corrente eficaz nos diodos. Fig. 2.29 - Corrente em um diodo para carga resistiva. 48 Eletrônica de potência O valor eficaz da corrente é definido pela expressão (2.117). 1 *[V2v ? Ipe => | | o Esen(ot) | aço) (2.117) 24 R n/6 Assim: Iber = 0,591, med (2.118) EXEMPLO NUMÉRICO 9 Seja retificador trifásico representado na figura 2.27. Sejam os seguintes dados: V, = 220V, f =60Hz e R=508. Calcular (a) a tensão média, (b) a corrente média, (c) a corrente eficaz e (d) a potência média dissipada, sobre o resistor de carga R. Solução: (a) Vinda = LIV, =1,17x220=257,4V Vimed 257,4 b I =>" =" =5154 ( ) Imed R 50 2 2 3 ext 2V. O lg = (és) - d(ox) 2 » 3 (NM | Le (E y; sen (0x): dox 5 mé | % sen? (ot): dot = ot sen(20)) 6 1,477 A 2 4 x 2 L.= 2h, = 5,224 Lef R 1477x3 ————— X 2x (d) P=RI, =50x5,22º=1362,42W B) COMPORTAMENTO COM CARGA INDUTIVA No estudo do comportamento da corrente de carga, com a presença de uma indutância, será adotado o mesmo procedimento do estudo relativo às estruturas precedentes. A fregiiência da componente fundamental da tensão de carga é igual a três vezes a frequência da tensão de alimentação. No desenvolvimento da tensão de alimentação em Série de Fourier, serão ignoradas as demais harmônicas, por serem de fregiiências elevadas, de pequena amplitude e consegiientemente por produzirem correntes de valores desprezíveis em face do valor assumido pela corrente média da carga. Assim, a tensão da carga é expressa pela relação (2.119). 49 Cap. 2 — Retificadores a Diodo vi (OD=LI7V, + 2-b17 Vo sen(3Wt) (2.119) Portanto, ve(ot) =117V, + 0,3V,sen(3ut) (2.120) A corrente de carga desse modo é dada pela relação (2.121). . LIV, 0,3V, ig (60t) =— + — >> sen (ot — d,) (2.121) JR? +902L? Onde 0; = arcugõo= (2.122) O valor eficaz da corrente de carga é calculado pela expressão (2.123) Ter = V Lino” + Lee?) (2.123) LITV, R Onde mi = (2.124) 0,3V Le “OR DI A DI 213 /2NR +90" L Para o cálculo do valor eficaz da corrente em cada diodo, será ignorada a componente alternada da corrente de carga. Desse modo, a corrente em cada diodo tem a forma apresentada na figura 2.30. (2.125) Fig. 2.30 - Corrente em um dos diodos. L O valor eficaz da corrente em cada diodo é obtido pela expressão (2.126). 2n/3 1 Ipe = Tuna ato (2.126) x É . Ássim Ipe = et 2.127 Def 3 ( , ) O valor médio da corrente em cada diodo é calculado pela expressão (2.128). T Ipmed = o (2.128) O fator de ondulação da corrente de carga é definido pela expressão (2.129). 50 Eletrônica de potência K, = e (2.129) Lmed Assim: E -— ON RO ' | 2 242 117V 2 Rº+9wL o (2.130) Portanto, 0,3 R K =]. “(2417 2 272 VR? +90L (2.131) Nos casos em que 9WL? >> Rº, obtém-se: K = R 006 (2.132) “21173 OL aL EXEMPLO NUMÉRICO 10 Seja o circuito representado na Fig. 2.27. Sejam os seguintes dados: V,=220V, f=60Hz, R=500 e L=100mH. Calcule: (a) a tensão média na carga, (b) a corrente média na carga e (c) a amplitude da componente fundamental da corrente da carga. Solução: (a) Vi =117V, =117x220=257,4V Viga 25TA b Il = =D =515A (5) Ema R 50 0,3-V, (o) L = 0 0,3x 220 VR2+99?L? 502 +9x377º x01º L, =0,53A C) TENSÃO DE PICO INVERSA SOBRE OS DIODOS Para o cálculo da tensão de pico inversa sobre os diodos, será considerada a etapa de funcionamento na qual D, conduz a corrente de carga. Será calculada a tensão nos terminais do diodo D;. Tal etapa está representada na figura 2.31. º Vit)
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