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CENTRO UNIVERSITÁRIO ÍTALO BRASILEIRO CURSO ADMINISTRAÇÃO KAREN DA SILVA FARIAS CAVALCANTI ID 257543 MIRIAM OLIVEIRA SANTOS ID 14367 RESENHA DO LIVRO A ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL São Paulo 2020 OCEANO AZUL A estratégia do oceano azul é um livro revolucionário escrito por Chan Kim e Renée Mauborgne, professores de estratégia do Instituto Europeu de Administração de Empresas (INSEAD) e diretores do Instituto de Estratégia do Oceano Azul. A obra possui como objetivo principal o desenvolvimento de métodos para tornar a concorrência entre empreendedores irrelevante. A obra foca em métodos para inovar as empresas, para isso, os autores criam uma metáfora com dois oceanos: o oceano vermelho e o oceano azul. O oceano vermelho representa os espaços de mercados conhecidos, onde as chances de lucros são mínimas, sendo que todas as empresas concorrem pelo mesmo mercado, cada uma tomando uma parte, conforme novos entrantes surgem, cada participante vem tendo sua parcela e consequentemente seus lucros diminuídos, a partir daí um tenta roubar o share e o lucro dos outros. Dessa "guerra sangrenta" surge o termo oceano vermelho. O livro propõe que as organizações busquem por oceanos azuis. O oceano azul abrange um mercado desconhecido, onde não há concorrência. A demanda é criada pelo novo negócio, que desenvolve um novo mercado, sem concorrentes com crescimento e lucro abundante. Trata-se, em resumo, de um oceano vasto, profundo e inexplorado. O objetivo da estratégia não é derrotar a concorrência, mas torná-la irrelevante. Um exemplo clássico é o Cirque du Soleil, que em menos de vinte anos conseguiu atingir o nível de receita superior a todos os concorrentes centenários num setor decadente. A sua proposta foi criar um espetáculo que unia a diversão do picadeiro com um gosto das cenas de cinema e teatro, transformando-se em algo totalmente novo, criando um oceano azul. Outro exemplo, foi quando a Nintendo lançou o Wii, escolhendo não investir em desempenho gráfico, pois seu foco eram pessoas que só jogavam de vez em quando e não ligavam para isso. Teve uma proposta singular, uma mensagem simples e de fácil entendimento. Por isso, conseguiu criar um novo oceano azul no setor. Assim como é o caso da empresa brasileira, rede de academias Smart Fit, que se destacou procurando investir em alunos que não necessitavam de professores, mas sim de equipamentos e estrutura. Dessa maneira, conseguiu abaixar o custo e rapidamente tornou a concorrência irrelevante, criando um oceano azul. O livro também detalha como construir uma estratégia do oceano azul matadora, que possui diferenciação e baixo custo ao mesmo tempo. Explica para onde os gestores devem olhar para conseguir ter insights interessantes e como colocar a estratégia em prática, convencendo os envolvidos. Há seis requisitos básicos para reconstruir as fronteiras do mercado, esse conjunto de requisitos também é referenciado no livro de Kim e Mauborgne como Modelo das Seis Fronteiras, sendo os caminhos para a criação de oceanos azuis: Primeira fronteira, examine os setores alternativos: As organizações não concorrem apenas com aquelas do seu segmento, mas também com empresas que fazem parte de outras indústrias. Por exemplo, as pessoas podem gerenciar suas finanças de diversas formas: comprando um software, contratando um contador ou simplesmente usando papel e lápis. Da mesma forma, pessoas que estão buscando por uma experiência de lazer podem tanto ir ao cinema como a um restaurante. Tratam-se de indústrias completamente diferentes, mas que atendem a uma mesma necessidade. É preciso se perguntar quais os atributos que as pessoas levam em consideração na hora de optar por uma alternativa ou outra. Segunda fronteira, examine os grupos estratégicos dentro dos setores: Grupos estratégicos são empresas que dentro de um mesmo setor aderem estratégias similares. Boa parte das empresas foca em aperfeiçoar sua posição competitiva dentro do grupo estratégico no qual está inserida. No entanto, quando se fala em explorar novos mercados, é preciso prestar atenção também nos outros grupos estratégicos e nas estratégias que as empresas de cada um deles estão utilizando. Terceira fronteira, examine a cadeia de compradores: Muitas vezes, o comprador de um produto ou serviço não é o usuário final. Contudo, durante a elaboração do planejamento estratégico, as organizações tendem a focar apenas no seu tradicional cliente-alvo, deixando de lado possíveis oportunidades de gerar valor para o restante da cadeia de compradores. Cada comprador é diferente e vai perceber o valor de um produto ou serviço de determinada forma. Quarta fronteira, examine as ofertas de produtos e serviços complementares: Em seu livro, Kim e Mauborgne foram categóricos ao afirmar: “O valor inexplorado geralmente se oculta em produtos e serviços complementares”. Dependendo do contexto em que um produto ou serviço é utilizado, pode ser que as necessidades dos consumidores ultrapassem o próprio produto ou serviço oferecido por uma empresa. Ao perceber as dores paralelas dos clientes, é possível criar um oceano azul que gere uma vantagem competitiva única e dificilmente copiável pelos concorrentes. Quinta fronteira, examine os apelos funcionais e emocionais dos compradores: O comportamento dos clientes pode ser modelado de acordo com a forma como as organizações trabalham para tornar seus produtos ou serviços atrativos para os consumidores. Empresas que utilizam apelo emocional devem prestar atenção em elementos que gerem apelo funcional. Da mesma forma, empresas que utilizam apelo funcional devem prestar atenção em elementos que gerem apelo emocional. Sexta fronteira, examine o transcurso do tempo: A observação de tendências pode ser muito útil na hora de identificar oceanos azuis, pois ajuda a compreender as transformações pelas quais um setor pode passar no futuro. Uma vez que seja possível antecipar negócios com base nessas tendências e na capacidade delas de modificar a forma como o cliente percebe o valor, a porta do oceano azul se abre. Cada vez mais as empresas se enfrentam em uma férrea competição, os pontos-chave da estratégia do oceano azul, para manter um crescimento sustentável e vantagens competitivas relevantes são: 1. Uma estratégia baseada em dados e fatos concretos: A estratégia do oceano azul foi baseada em décadas de estudos e centenas de movimentos estratégicos que abordaram mais de 30 ramos indústrias ao longo de mais de 100 anos. 2. É possível unir diferenciação e baixo custo: Os mestres e gurus da administração sempre disseram: Você produz com qualidade diferenciada ou produz com baixo custo. Contrariando essa máxima, as estratégias de oceano azul buscam simultaneamente explorar os benefícios do baixo custo e da diferenciação. É um raciocínio de somar vantagens e não ter de optar por uma delas em detrimento da outra. 3. Ela “cria” um espaço inexplorado no mercado: O objetivo dessa estratégia de oceano azul não é acirrar a competição e derrotar seus adversários. A questão é tornar seus competidores irrelevantes ao se criar um novo limiar para o seguimento que se quer explorar, uma perspectiva totalmente nova. 4. Ela fornece poderosas ferramentas para entender as oportunidades: Para fugir da competição e se desenvolver em um oceano azul ainda inexplorado é preciso saber enxergar as oportunidades e como criar e desenvolver tudo isso. 5. Existe um passo a passo pronto a ser seguido: A estratégia deve ser baseada em 6 fronteiras a serem superadas e implementada por meio de 4 passos bem definidos e amplamente testados para se entender como transformar não-clientesem clientes. Os 4 passos da estratégia do oceano azul são: 1. Despertar visual: Comparar sua empresa com os concorrentes e verificar o que deve ser alterado; 2. Exploração visual: Sair a campo para explorar as seis fronteiras, observar vantagens e que fatores se devem eliminar, criar ou mudar; 3. Feira de estratégia visual: Construir uma matriz de avaliação de valor com base no que viu e pedir feedback de clientes, clientes de concorrentes e não- clientes; 4. Comunicação visual: Criar e distribuir perfis estratégicos em uma única página e apoiar apenas aqueles que permitem implementar a estratégia. FERRAMENTAS APRESENTADAS NO LIVRO Há algumas ferramentas apresentadas no livro que auxilia a ilustrar a estratégia do oceano azul. A primeira delas é a Matrix de Avaliação de Valor, importante no diagnóstico da situação atual do mercado. O eixo horizontal ilustra os critérios de competição, como preço nível do atendimento etc. O eixo vertical mede o grau de valor percebido pelos clientes em cada um desses critérios. Uma vez desenhada a curva de valor do setor, é possível planejar como atingir a diferenciação oferecendo em maior grau elementos importantes para os clientes e negligenciados pelos competidores, oferecendo em menor grau elementos não valorizados pelos clientes e considerados importantes pela concorrência. No caso da indústria vinícola americana, por exemplo, sete são os principais atributos: Preço por garrafa de vinho; Imagem de nobreza e refinamento na embalagem; Fortes investimentos em marketing para capturar a atenção do consumidor; A qualidade de envelhecimento do vinho; O prestígio e o legado do vinhedo; A complexidade e a sofisticação do sabor do vinho; O espectro diversificado de vinhos. Com o propósito de mudar fundamentalmente a matriz de avaliação de valor do setor, a empresa deve começar com a reorientação de seu foco estratégico, de concorrentes para setores alternativos, e de clientes para não-clientes do setor. No caso de indústria vinícola americana, a sabedoria convencional levou os vinicultores a manter o foco na superação dos concorrentes considerando os atributos de prestígio e qualidade do vinho e mantendo o mesmo patamar de preço. No entanto, ao prospectar as alternativas, a Casella Wines, vinicultora australiana, redefiniu o problema da indústria vinícola nos seguintes termos: “Como produzir um vinho agradável e irreverente, que seja fácil de beber para todos”. A Casella Wines descobriu que a massa dos americanos adultos via o vinho com desinteresse. Consideravam-no intimidante, pretensioso e com um sabor cuja complexidade representava um desafio para a maioria das pessoas. A Matriz Eliminar-Reduzir-Elevar-Criar, induz as empresas a não só responder às quatro perguntas do modelo das quatro ações, mas também a agir com base nelas, para construir uma nova curva de valor. Cirque du Soleil: Geraram uma curva de valor única e excelente, para explorar seus oceanos azuis. Na matriz de avaliação de valor, a curva de valor é especificada pelo foco; a empresa não dispersa seus esforços entre todos os atributos de valor. Quando expressa na forma de uma curva de valor, uma estratégia do oceano azul eficaz apresenta três qualidades complementares: Foco, singularidade e mensagem consistente. Outro instrumento é o Modelo Das Quatro Ações: São quatro perguntas que auxiliam a obter baixo custo e diferenciação ao mesmo tempo, inovando em valor: 1. Que atributos considerados indispensáveis pelo setor devem ser eliminados? 2. Que atributos devem ser reduzidos bem abaixo dos padrões dos concorrentes? 3. Quais ações devem ser elevadas bem acima dos padrões dos concorrentes? 4. Que atributos nunca oferecidos pelo setor devem ser criados? Responder essas perguntas auxilia a empresa a diferenciar sua curva de valor do setor, criando oceanos azuis. Para saber se uma curva de valor representa uma estratégia do oceano azul, existem algumas características que diferenciam uma curva de valor que imita a concorrência de outra que realmente cria novos mercados: Foco: É preciso mostrar foco numa proposta, e não uma estratégia que pretende oferecer tudo ao mesmo tempo. Singularidade: Além de focar em poucos atributos, é importante que a proposta seja única no setor, para que atraia um grande número de pessoas. Mensagem consistente: Seu público entende a mensagem? Ela é simples e fácil de explicar? Se não for, toda a estratégia pode ir por água abaixo. Ela maximiza oportunidades e minimiza os riscos: É possível testar a viabilidade comercial de suas ideias e depois refiná-las para fugir dos riscos e aumentar as possibilidades de sucesso por meio do chamado Teste de Ideias do Oceano Azul (TOA). Ela transforma a execução em estratégia: O processo bem definido e as ferramentas apresentadas estão disponíveis, são fáceis e intuitivas de entender, permitindo uma implementação efetiva e apoiada no conhecimento coletivo da companhia. Uma estratégia que mostra um resultado ganha-ganha: Por ter uma visão integrada, a estratégia mostra como alinhar valor, lucro e pessoas para assegurar que sua empresa está convencida da efetividade da aplicação das novas diretrizes estratégicas. EXECUTANDO A ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL Supere as principais barreiras organizacionais As empresas enfrentam complicações para converter uma ideia em ação, seja em oceanos vermelhos ou em oceanos azuis. Mas, quando defrontado à estratégia oceano vermelho, a estratégia do oceano azul representa uma ruptura muito mais drástica com o status quo, pois consiste em substituir a convergência pela divergência através das curvas de valor a custos mais baixos. Os gestores nos garantem que o desafio é árduo, pois abrange quatro barreiras: 1. Cognitiva: Despertar os empregados para a necessidade da mudança de fundamentos; 2. Limitação de recursos: Quanto maior for a mudança na estratégia, mais se necessitará de recursos para executá-la; 3. Motivação: Como motivar as principais empresas do mercado a agir com rapidez e tenacidade para promover uma ruptura com o status quo?; 4. Política organizacional: No entanto, para alcançar esse resultado com eficácia, o segredo é virar a sabedoria convencional de cabeça para baixo, por meio do que chamamos liderança no ponto de desequilíbrio. A liderança no ponto do desequilíbrio cria condições para que se superem esses quatro obstáculos com rapidez e baixo custo. Viaje no “esgoto elétrico” Para romper o status quo, os contratados devem encarar de frente os principais problemas operacionais. Não permitindo que membros da alta administração, gerentes de nível médio ou gestores de qualquer nível especulem sobre a realidade. Na década de 1990, o sistema do metrô de Nova York cheirava a medo, um odor tão intenso que ganhou o epíteto "esgoto elétrico”. A receita caia com rapidez, à medida que os usuários boicotavam o meio de transporte. Mas os membros do departamento de polícia de transito da cidade de Nova York se recusavam a admitir o problema. Porque apenas 3% dos grandes crimes da cidade aconteciam no metrô. Bratton foi então nomeado chefe e em questão de semanas promoveu uma ruptura completa em relação ao status quo na mentalidade dos policiais da cidade, convencendo os escalões de nível médio e superior da organização – a começar por ele mesmo – a entrar no “esgoto elétrico” dia e noite. Pule a barreira dos recursos Depois que os membros da organização aceitam a necessidade de mudança estratégica e concordam mais ou menos com os contornos da nova estratégia, a maioria dos líderes se defronta com a dura realidade da falta de recursos. Em vez de se concentrar na obtenção, os líderes no ponto de desequilíbrio concentram-se na multiplicação do valor dos recursosdisponíveis. Quando se trata de recursos escassos, os executivos podem explorar três fatores que são: pontos quentes, pontos frios e barganha. Pontos quentes, são atividades que consomem poucos recursos, mas apresentam alto potencial de ganhos de desempenho. Pontos frios, são atividades que consomem muitos recursos, mas exercem pouco impacto sobre o desempenho. Barganha, consiste em trocar o excesso de recursos de uma unidade numa área pelo excesso de recursos de outra unidade noutra área. O foco da estratégia do oceano azul não é restringir a produção a um preço elevado, mas, sim, criar nova demanda agregada, por meio de um salto no valor para os compradores a preço acessível. Por fim, podemos concluir que o objetivo do livro é tornar a concorrência entre empreendedores irrelevante, mantendo como objetivo primário a inovação, explorando e criando novos oceanos azuis, ensinando como investir em mercados inexplorados.
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