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Uso comercial da área de praia Praia Brava

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Uso comercial da área de praia: Praia Brava. 
 
Gisely de Sá Ribas(1) 
 
Atividade Disciplina Ambientes Costeiros e seus Recursos Naturais 
Programa Mestrado Profissional Clima e Ambiente 
 
(1) 
giselydesaribas@gmail.com 
 
 
 
 
RESUMO: No estado de Santa Catarina (SC), Brasil, o turismo consiste em uma das atividades econômicas 
mais importantes. Itajaí recebia um grande fluxo de turistas desde a década de 70, vindos à sua maioria de 
Balneário Camboriú. Década de 70 a praia era agreste e imagem de perigo e bandidagem. Já no final dos 
anos 80 a 90 houve a expansão, com finalidade de melhorar a qualidade de vida da população itajaiense, 
projetos imobiliários, esportes e lazer. A pesquisa baseou-se em pesquisa bibliográfica, conhecimentos 
empíricos da autora sobre a área de estudo e entrevista direta com comerciantes da região a fim de 
discorrer sobre o uso comercial da Praia Brava de Itajaí, SC. O local tem quiosques, barraqueiros e 
ambulantes atuando em conjunto como atores do comercial praial gerando renda própria e movimentando a 
economia do município. 
 
Palavras-chave: sustentabilidade, região costeira, economia. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
No estado de Santa Catarina (SC), Brasil, o turismo 
consiste em uma das atividades econômicas mais 
importantes, ao mesmo tempo em que tem gerado 
grandes transformações, a partir da expansão e do 
crescimento urbano e, muitas vezes, compromete o 
ambiente, a paisagem, bem como as estruturas 
urbanas preexistentes (Reis, 2010). 
 
Segundo Defeo et al. (2008), essa atividade exerce 
uma pressão negativa sobre os ecossistemas 
costeiros e exige um incremento na infraestrutura de 
hotéis, estradas, restaurantes etc., que nem sempre 
são considerados nos processos de planejamento. 
 
A efetiva ocupação da região, com a colonização 
açoriana, promovida pela coroa Portuguesa a partir 
do século XVIII, consolidou as formas de ocupação 
do território. A “ocupação colonial do litoral 
catarinense”, criou uma economia local baseada na 
pequena propriedade, cuja formação social 
manteve-se até bastante recentemente. Esta 
estrutura hoje vem induzindo e imprimindo traços 
particulares aos empreendimentos urbano-turísticos 
iniciados, principalmente, a partir da década de 60 
(Reis, 2010). 
 
Itajaí recebia um grande fluxo de turistas desde a 
década de 70, vindos à sua maioria de Balneário 
Camboriú, pois este centro, já era considerado uns 
dos pontos mais badalados do veraneio em Santa 
Catarina. Badalado o bastante para fazer com que, 
buscando o aumento do fluxo de turistas na cidade, 
verbas públicas fossem liberadas para promover a 
melhoria da estrada que comunica Rajá a Balneário, 
o que vinha ao agrado dos comerciantes itaja ienses 
(Luna, 2004). 
 
Na década de 1970 quando a família Costa migrou 
do sul do Estado para Rajá, para morar na Praia 
Brava, era possível contar quantos habitantes havia, 
ao contrário de hoje quando é possível contar 
quantos terrenos vagos ainda existem. Eram umas 
três ou quatro casas de ponta a ponta da praia, cujo 
estado de solidão era visto apenas na orla marítima, 
já que as margens da rodovia e região havia muitas 
moradias, bares, casas de prostituição e salões de 
baile, o que fazia com que esta região fosse muito 
movimentada. Esta condição pode ser visualizada 
na planta da cidade de Itajaí de 1969 (Luna, 2004). 
 
Se nos dias de hoje a Praia Brava é a preferida pela 
maioria dos veranistas e moradores de Itajaí, 
antigamente, ela era vista com outros olhos. Havia 
uma anulação da Praia Brava como local de lazer 
para banho. Ninguém fazia veraneio, ou tomava 
banho na praia, o mar não dava para entrar, eram 
muito fortes as ondas. 
 
Vale destacar que, até a década de 70, a praia 
Brava de Itajaí era considerada agreste, apesar de 
já albergar alguns bares, casas noturnas e lares. 
Estava associada a uma imagem de perigo e 
bandidagem, a qual começou a ser modificada por 
iniciativas relacionadas a uma maior preocupação 
do Poder Público local em melhorar a qualidade de 
vida da população itajaiense e a melhorias na 
comunicação viária, especialmente pela Estrada do 
Turismo. A partir de então, ocorreu uma modificação 
 
 
da praia e de seu entorno, que tentava transformar 
o passado relacionado a prostituição, jogos de azar 
e crimes (Luna, 2004). 
 
A balneabilidade, que nesse momento se aliou a 
uma nova utilização da área costeira, seja para 
prática de esportes e banho de sol e de mar, lazer e 
trabalho, chegara à Praia Brava no final dos anos 
1980 e início de 1990. Com ela, a elaboração de 
vários projetos imobiliários residenciais ou 
comerciais, os quais foram contestados por 
ambientalistas que buscavam na legislação 
brasileira o amparo necessário para preservar esta 
área (Luna, 2016). 
 
No que tange à sua morfodinâmica, tal praia é 
caracterizada como intermediária (Menezes, 1999), 
localizada entre dois promontórios rochosos. 
Segundo Wright & Short (1984), as praias 
intermediárias apresentam características de praias 
refletivas e dissipativas, ou seja, sofrem variações 
no tempo, nas quais o sedimento pode consistir de 
areia média a grossa e o clima de ondas possui 
energia moderada. Essas características, integradas 
a uma variedade de serviços turísticos, conferem à 
categoria mencionada, o potencial de ser utilizada 
para o turismo de sol e praia. 
 
Na praia Brava de Itajaí, foi possível verificar, com 
relação à categoria de espaço natural, uma 
predominância de vegetação de dunas, mata 
atlântica, praia e lagoa. Alguns desses tipos de 
vegetação estão mesclados dentro do interior da 
faixa de 300m considerada, e não somente no 
entorno imediato da linha de costa. Cabe destacar 
algumas características significantes para o 
entendimento do cenário atual dessa praia, como a 
coexistência de áreas em construção, residências 
unifamiliares e multifamiliares, além de estradas já 
construídas e outras a asfaltar, as quais são 
interpretadas como indicadores de que a área em 
questão ainda não atingiu sua ocupação plena, ou 
seja, está em desenvolvimento. Igualmente, 
apresentou uma distribuição concentrada de áreas 
residenciais, infraestrutura e equipamentos em 
pequenas áreas, a despeito de algumas de espaços 
naturais, o que pode acarretar em maior pressão no 
ambiente, diminuição da qualidade paisagística da 
orla e maior demanda pontual de infraestrutura 
básica para suprir as necessidades do contingente 
populacional, especialmente no verão (Luna, 2004). 
 
O nome Praia Brava advém das suas ondas fortes, 
onde poucos se arriscavam a entrar. Citada por 
políticos e empresários como a “menina dos olhos 
de Itajaí”, os quais anteviam a ocupação para fins 
empresariais do ramo imobiliário, bem como o fez o 
poder público, a Praia Brava configurou-se num 
balneário, como já planejavam e desejavam estes 
grupos com interesses econômicos. O Canto do 
Morcego, assim denominada a área norte da praia, 
passa a ser o palco de disputas de grupos que 
reivindicam a preservação ambiental desta área que 
é o último reduto de dunas, restinga e Mata 
Atlântica do litoral de Itajaí, e aqueles que vêm 
nesta região a partir da ótica de mercado e lucro 
(Luna, 2016). 
 
O objetivo dessa pesquisa é trazer os atores e 
valores econômicos gerados na ocupação comercial 
da Praia Brava e discussões sobre referido uso. 
 
METODOLOGIA 
 
A Área de estudo é a Praia Brava que pertence ao 
município de Itajaí e encontra-se ao noroeste, entre 
as coordenadas 26° 55’ 69’’ e 26º 57’ 36’’ de latitude 
sul e 48º 37’ 35’’ e 48º 37’ 93’’ de longitude oeste. 
Constitui a maior praia do município, com 
aproximadamente 3 km de extensão. O bairro que 
leva seu nome, e onde se localiza, possui 4.294 
habitantes, dentro de uma população fixa de 
183.373 habitantes, relativa ao município de Itajaí 
(IBGE, 2010). 
 
A metodologia para a execução desta pesquisa 
contou com pesquisa bibliográfica, conhecimentos 
empíricos da autora sobre a área de estudo e 
entrevista direta com comerciantes da região. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃOO Brasil ao longo da sua historia ocupa e explora a 
zona costeira intensamente, sendo historicamente 
uma região geradora de conflitos, por abrigar 
interesses múltiplos e muitos usos em um mesmo 
local, caracterizada por ocupar os espaços, sem 
observar seus aspectos naturais. 
 
A atividade do turismo é estritamente dependente 
da qualidade ambiental do local, quanto maior a 
qualidade, maior o nível de atração, sendo assim a 
preservação essencial para definição de estratégias. 
Historicamente, na década de 70 na fase de 
industrialização e crescimento do PIB do Brasil, há 
uma grande exploração, sendo que as praias e zona 
costeira sofreram muitos impactos devido ao 
crescimento urbano. A partir da década de 80, 
aliado a eventos ambientais mundiais, cresce o 
engajamento nas questões ambientais. 
 
A função balneária aparece na Europa em meados 
do século XVIII, primeiramente sob os princípios 
terapêuticos do banho de mar, receitado por 
médicos para aquelas pessoas que sofriam de 
algum mal e que tinham no ambiente das cidades 
um lugar insalubre. O mar, a salinidade da água, o 
sol, a brisa e a paisagem marítima, mesmo que 
ainda timidamente, surgem nesse período como 
uma fuga para o restabelecimento físico e mental 
das populações mais nobres (Ministério do Turismo, 
2010). 
 
 
 
O processo de industrialização e melhoria dos 
sistemas de transporte também facilita o acesso às 
cidades litorâneas e o visitante já não é somente 
originário de classes abastadas, a praia se 
populariza (Ministério do Turismo, 2010). 
 
No Brasil, o processo de expansão do Turismo de 
Sol e Praia se consolida nos anos 70 com a 
construção de segundas residências no litoral. 
 
A recreação, o entretenimento e o descanso estão 
ligados ao divertimento, à distração ou 
contemplação da paisagem. Estes aspectos se 
relacionam diretamente com Turismo de Sol e Praia. 
A combinação desses elementos constitui o 
principal fator de atratividade nas praias, 
caracterizadas especialmente por temperaturas 
quentes ou amenas propícias à balneabilidade 
(Ministério do Turismo, 2010). 
 
Os usos comuns as praias são citadas, com dados 
baseados no documento do Ministério do Turismo 
(2010), na tabela abaixo. 
 
Tabela 1 - Usos comuns na praia. Fonte: Adaptado do Ministério do Turismo, 2010. 
Recreação de contato primário 
com a água 
Ex: banho de mar, lago, rio; nado 
etc. 
Surf É uma prática desportiva marítima, 
frequentemente considerada parte 
do grupo de atividades 
denominadas esportes radicais, 
dado o seu aspecto criativo, cuja 
proficiência é verificada pelo grau 
de dificuldade dos movimentos 
executados ao acompanhar o 
movimento de uma onda do mar 
sobre uma prancha, à medida que 
esta onda se desloca em direção à 
praia. Ex: Surf, Skimboard, 
Bodyboard, Stand Up Paddle etc. 
Kitesurf É um esporte aquático que utiliza 
uma pipa (também conhecida 
como papagaio) e uma prancha 
com uma estrutura de suporte para 
os pés. A pessoa, com a pipa presa 
à cintura, coloca-se em cima da 
prancha e, sobre a água, é 
impulsionada pelo vento que 
atinge a pipa. Ao controlá- lo, 
através de uma barra, consegue-se 
escolher o trajeto e realizar saltos. 
Windsurf O windsurf, ou prancha a vela, é 
praticado com uma prancha 
idêntica à prancha de surf e com 
uma vela entre 2 e 5 metros de 
altura e consiste em planar sobre a 
água utilizando a força do vento. 
Mergulho É uma prática que consiste na 
exploração subaquática, 
utilizando-se ou não de 
equipamentos especiais. Ex: livre, 
autônomo, dependente, flutuação 
etc. O mergulho é uma atividade 
normalmente considerada como 
turismo de aventura ou ecoturismo 
e, na maioria dos casos, são 
realizados no ambiente de Sol e 
Praia. 
Atividades com Equipamentos 
Náuticos 
Atividades relativas ao mar, lago, 
rio, e/ou praticadas nas áreas 
marítimas, lacustres ou fluviais, 
com auxílio de equipamentos 
náuticos. Ex: Passeios de barco, jet 
ski, banana boat, caiaque, lancha, 
esqui-aquático etc. 
Atividades esportivas e 
recreacionais (areia) 
Todas as atividades esportivas e 
recreacionais praticadas na parte 
terrestre da orla. Ex: banhos de 
sol, caminhadas, frescobol, vôlei 
de praia, futevôlei, futebol de areia 
etc. 
Comercio de apoio Bares, quiosques, clubes, 
ambulantes 
Comercio de serviços de apoio Aluguel de estruturas 
Ministério do Turismo (2010) 
 
Ainda segundo o mesmo autor, No Brasil, segundo 
as pesquisas de Hábitos de Consumo do Turismo 
do Brasileiro14 (FIPE/MTur, apud Ministério do 
Tuismo, 2010), a predileção por roteiros de praias 
foi destaque dentre as principais opiniões sobre a 
escolha de serviços e produtos turísticos. Dentre os 
clientes atuais – aqueles que compraram serviços 
de turismo em pacotes ou em partes nos últimos 
dois anos – 64% e 64,9% elegeram como roteiro 
preferido as praias brasileiras, em 2007 e 2009, 
respectivamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERFIL DO TURISTA 
 
As características comuns aos turistas e usuários da 
praia, segundo o Ministério do Turismo (2010) 
motivados pelo desejo de descanso, práticas 
esportivas, diversão, novas experiências e busca de 
vivências e interação com as comunidades 
31%
29%
10%
Motivos de escolha de um 
destino turistico em 2007
Praia
Beleza natural
Historia, arte e cultura
21%
33%
13%
12,50%
Motivos de escolha de um 
destino turistico em 2009
Praia
Beleza natural
Historia, arte e cultura
Perfil do local
 
 
receptoras. O turismo no litoral é especialmente 
sensível à variação da renda dos consumidores, na 
medida em que o aumento de renda do turista 
significa um incremento na sua demanda por esse 
tipo de lugar. 
Em geral, praias de mar aberto, com ondas, muitas 
vezes são procuradas pelo público jovem e 
esportista, enquanto aquelas de enseadas e baías 
terão famílias como público principal. 
 
DIFICULDADES 
 
Para atender a demanda, os equipamentos 
turísticos superdimensionados, como por exemplo, 
meios de hospedagem, ficam ociosos na maior 
parte do ano. 
 
Outro problema muito comum é o saneamento 
básico, onde a contaminação do solo e das águas 
traz possíveis danos para a saúde humana e para a 
qualidade ambiental, como a contaminação e a 
intoxicação provocada pelas cianotoxinas e as 
micoses originadas do contato com areia 
contaminada. Assim, torna se importante a 
sinalização das praias para informar não só a 
qualidade da água, mas também as necessárias 
condições de segurança, acesso, qualidade das 
areias (Ministério do Turismo, 2010). 
 
Especificamente sobre o uso das praias por 
animais, a Lei 3579 de 2000, que proíbe conduzir ou 
reter animais, sob pena de multa, na faixa de areia 
das praias de Itajaí. Ressaltando que a referida lei 
foi publicada porem não regulamentada, não sendo 
criado um decreto dizendo como ela funciona a 
cerca do uso da praia por animais. 
 
 
E a instalação de grandes condomínios residenciais 
que desconsideram a comunidade local e afetam 
ambientes significativos de suporte/proteção à orla 
marítima. 
 
Nesse contexto, vale destacar as tendências 
internacionais de valorização da qualidade 
ambiental das praias, com o reconhecimento de 
esforços de diversas entidades para a melhoria do 
ambiente marinho, costeiro, fluvial ou lacustre, por 
meio do cumprimento de critérios de certificação, 
que incluem educação, informação, gestão 
ambiental, de segurança e equipamentos (Ministério 
do Turismo, 2010). 
 
O Programa Bandeira Azul é uma iniciativa da FEE 
(Foundation for Environmental Education – 
Fundação para Educação Ambiental). O Programa 
teve início em 1987 na Europa (no Brasil a partir de 
2004) e é aberto a praias marítimas, fluviais e 
lacustres, além de marinas, sendo necessário a 
participação dos municípios e envolvimento de 
instituições locais que representam os vários 
segmentos da Sociedade Civil (moradores, iniciativa 
privada, empreendedores, comunidades tradicionais 
e grupos atuantes, ONGs e demais associações) e 
que podem colaborar na implantaçãoe efetivação 
do Programa. A certificação Bandeira Azul será 
sempre outorgada à municipalidade onde se localiza 
a praia que cumpra todos os critérios. O total são 33 
critérios avaliados para que o local receba a 
certificação Bandeira Azul (Programa, Bandeira 
Azul, 2018). 
 
Em Santa Catarina temos apenas duas certificadas 
no ano de 2018, sendo elas Praia Grande em Gov. 
Celso Ramos e Praia da Lagoa do Peri em Fpolis. A 
Praia de Palmas, também em Gov. Celso Ramos 
possuía a certificação até 2017, perdendo o titulo 
em função de 6 analises seguidas de balneabilidade 
consideradas como impropria pela FATMA. 
 
PRAIA BRAVA 
 
Na figura abaixo lista-se o uso do solo, na região de 
estudo. 
 
Figura 1 - Mapa de uso do solo. Fonte: Montenegro, 2011. 
 
Sendo que as classes do mapa foram divididas em 
setores, conforme figura abaixo. 
 
Figura 2 - Setorização do uso do solo. Fonte: Montenegro, 2011. 
Ainda segundo Montenegro (2011), os usos 
comerciais comuns a Praia Brava são listados na 
figura abaixo. 
 
 
 
 
Figura 3 - Usos comerciais da Praia Brava. Fonte: Montenegro, 
2011. 
Do comercio da Praia Brava destacam-se os 
mercados e restaurantes, que possuem maiores 
numero, segundo Montenegro (2011). 
 
Em uma pesquisa de campo, fora da temporada, no 
mês de maio de 2018, foram contabilizadas as 
estruturas de apoio ao comercio, apenas na região 
da faixa de areia pela autora. 
 
Ao longo da praia Brava tem 5 quiosques, de 
estrutura fixa. Já barracas de estrutura removível, 
foram contadas um numero de 6 estruturas, estas 
de fixação por restaurantes da parte frontal da praia, 
que possuem autorização para exploração da faixa 
de areia fronte ao seu comercio. Já os ambulantes, 
foi contado em 1 hora de observação, o numero de 
7 trabalhadores, em ambos sentidos da praia, 
comercializando itens relacionados a bebidas e 
alimentação. Contudo, ressalta-se que o mês de 
maio é caracterizado como um mês fora da 
temporada. 
 
Em pesquisa em meio às secretarias de urbanismo, 
desenvolvimento e renda, meio ambiente e órgãos 
como CDL e AMFRI, não foram encontrado valores 
econômicos gerados no ambiente praia. Para tanto, 
foi realizada uma pesquisa própria, para levantar os 
valores gerados por esse comercio na região. 
 
Em conversa com os quiosques, em alta temporada 
é gerado cerca de R$ 70.000,00 a R$ 120.000,00 
por mês bruto, com uma media de 3500 
atendimentos por mês. Já na baixa temporada o 
valor cai para R$ 13.000,00 por mês, com uma 
média de 780 atendimentos por mês. A redução é 
de cerca de 70% segundo os empresários. A 
principal dificuldade encontrada pelos quiosques é a 
relacionada ao espaço, pois eles não conseguem 
fazer a manipulação dos alimentos e não podem 
ampliar a estrutura, além do quesito de segurança, 
pois já houve casos de assaltos com os 
entrevistados. 
 
COMERCIO INFORMAL 
 
O comércio informal se instala preferencialmente na 
faixa de areia, o mais próximo possível dos usuários 
da praia, sendo realizado principalmente por 
barraqueiros e ambulantes. 
 
O comércio ambulante é composto geralmente por 
vendedores independentes e solitários que se 
deslocam ao longo da praia, transportando os itens 
nas mãos, bolsas, travessões ou em carroças. São 
eles que detêm a maior variedade de itens e 
serviços à venda, e também a maior vulnerabilidade 
social. 
 
Em conversa com alguns ambulantes, o valor 
gerado por dia é relativo em função do produto 
fornecido e também a época do ano. O faturamento 
médio de um vendedor de açaí em temporada é de 
R$ 500,00 por dia (num dia de final de semana em 
temporada). O faturamento médio com venda de 
roupas na praia é de R$ 700,00 por dia (num dia de 
final de semana em temporada). Segundo o 
trabalhador, não tem nenhuma perda com o valor, a 
não ser com a taxa de alvará da prefeitura. 
 
Segundo dados obtidos pela Secretária de Turismo 
de Itajaí, em média um turista gasta R$ 353,51 por 
dia, incluindo todas as despesas de alimentação, 
hospedagem e gastos gerais. 
 
Comparando com a economia da praia na cidade do 
Rio de Janeiro, por exemplo, formada por pequenos 
negócios promovidos entre o calçadão e o mar, 
movimenta aproximadamente R$ 80 milhões por 
mês (Souza & Lages, 2008). Somente os 
ambulantes na areia giram cerca de R$ 10 milhões 
a cada fim de semana e têm uma renda média de 
R$ 1 mil. 
 
INSTRUÇÃO NORMATIVA DE USO DAS PRAIAS 
 
A IN 106 de 2017 é baseada na normatização já 
prevista nas seguintes legislações: LEI 
COMPLEMENTAR Nº 140, DE 8 DE DEZEMBRO 
DE 2011 que compete à proteção das paisagens 
naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao 
combate à poluição em qualquer de suas formas e à 
preservação das florestas, da fauna e da flora. Na 
LEI Nº 9.636, DE 15 DE MAIO DE 1998, que dispõe 
sobre a regularização, administração, aforamento e 
alienação de bens imóveis de domínio da União. Na 
LEI Nº 7.661, DE 16 DE MAIO DE 1988 que institui 
o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro e dá 
outras providências. Ressalta-se no Art. 10 da 
referida lei se faz menção as praias serem bens 
públicos de uso comum do povo, sendo 
assegurado, sempre, livre e franco acesso a elas e 
ao mar, em qualquer direção e sentido, ressalvados 
os trechos considerados de interesse de segurança 
nacional ou incluídos em áreas protegidas por 
legislação específica. O DECRETO Nº 3.725, DE 
10 DE JANEIRO DE 2001 que regulamenta a Lei no 
9.636, de 15 de maio de 1998, que dispõe sobre a 
regularização, administração, aforamento e 
alienação de bens imóveis de domínio da União, e 
dá outras providências e o DECRETO Nº 5.300 DE 
7 DE DEZEMBRO DE 2004 que regulamenta a Lei 
no 7.661, de 16 de maio de 1988, que institui o 
 
 
Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro - PNGC, 
dispõe sobre regras de uso e ocupação da zona 
costeira e estabelece critérios de gestão da orla 
marítima, e dá outras providências. 
 
O município realiza constantemente na alta 
temporada fiscalização dos órgãos: urbanismo, 
PROCON e FAMAI com relação ao uso das praias, 
seguindo o padrão e uso estabelecido da IN 106 de 
2017, que regulamenta os procedimentos na faixa 
de areia. Os itens verificados para o uso da faixa de 
areia são: 1. uso limitado das estruturas de apoio 
(cadeiras, mesas). 2. Estabelecimento legalizado e 
licenciado. 3. proibição do uso da restinga, 
alimentos e bebidas deverão ser servidos 
preferencialmente em recipientes recicláveis ou 
retornáveis, não cortantes/incisivos e não 
perfurantes. 4. Alimentos e bebidas não poderão ser 
manipulados, misturados, cozidos e preparados na 
faixa de areia. Os níveis de ruído não poderão 
ultrapassar os limites estabelecidos na legislação 
vigente referente ao horário e a zona onde estão 
localizados os estabelecimentos comerciais. 
 
A instalação de tenda/barraca para servir de apoio 
ao atendimento na faixa de areia deverá ser 
instalada dentro da faixa limitada pela testada do 
terreno onde está localizado o estabelecimento. 
Colaborar com a preservação da vegetação de 
restinga e na manutenção dos 
equipamentos/estruturas como passarelas, cercas, 
lixeiras, totens entre outros e manter a limpeza e 
recolher os resíduos gerados no espaço de 
abrangência de cada estabelecimento comercial. 
Cada local deve disponibilizar uma lixeira de, no 
mínimo 100 (cem) litros, para cada 05 (cinco) mesas 
no espaço de abrangência de cada estabelecimento 
comercial. 
 
Outro detalhe é deixar a área livre até a linha d’água 
em frente as passarelas e postos de guarda vidas. 
Fica proibida a cobrança pelo uso dos 
equipamentos colocados na faixa de areia e a 
reserva de espaço mediante exigência de 
pagamento, também é vedado a cobrança de 
consumação. 
 
O descumprimento ocasiona advertência formal ao 
estabelecimento infrator e a sua reincidência 
ocasionará a suspensão do serviço de atendimento 
de praia e a apreensão dos equipamentos. 
 
 
CONCLUSÕES 
 
O desenvolvimento do turismo pode colaborar para 
a conservação dos recursos naturais e culturais, 
desde que gerido com planejamento estratégico.Até mesmo a recuperação do ambiente pode ser 
impulsionada caso sejam adotadas medidas 
mitigadoras e regulatórias destinadas a esse fim. O 
turismo na região costeira promove à educação 
ambiental aplicada na vida, infiltrando a 
conscientização da preservação do meio as 
gerações futuras. O uso da faixa de areia em Itajaí é 
regulado pelos órgãos de fiscalização, contudo 
ainda há muitos problemas relacionados aos 
procedimentos pré-estabelecidos na IN. A questão 
do lixo é uma das mais preocupantes, pois há 
grande geração de plástico na faixa de areia. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
Reis, A.F. (2010) - Crescimento urbano-turístico, meio 
ambiente e urbanidade no litoral catarinense. [21p.], I 
Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisa 
e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Rio de 
Janeiro, RJ, Brasil. Disponível on-line em 
http://www.anparq.org.br/dvd-enanparq/simposios/18/18- 
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