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História da Educação de Surdos

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3ºAula
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, vocês serão capazes de:
• conhecer os principais marcos políticos e históricos na educação de surdos;
• identificar as maiores contribuições durante o processo;
• compreender os principais métodos educacionais propostos para o ensino de conteúdos aos surdos.
História da 
educação de surdos
Olá! 
Nesta terceira aula estudaremos sobre o processo 
histórico que concebeu a educação dos surdos e os fatos 
marcantes, em relação à política e à sociedade, para as 
comunidades surdas no mundo e em nosso país.
Antes de iniciarmos, porém, penso ser necessário 
alguns questionamentos.
Quais os pensamentos sociais, a respeito da surdez, 
em cada período de concepções educacionais? A 
comunidade surda obteve resultados positivos em todo 
esse processo? Podemos considerar que, atualmente, a 
educação de surdos mudou/evoluiu? Como as mudanças 
políticas influenciaram a educação dos sujeitos surdos?
Não precisa responder a todos os questionamentos 
agora. Ao longo de sua leitura, extraia do texto as 
respostas para esta problematização. Os resultados de 
sua compreensão serão obtidos durante a realização das 
atividades.
Boa aula!
18Libras - Língua Brasileira de Sinais
Seções de estudo
1 – Marcos históricos da educação de surdos no 
mundo
2 – Educação de surdos no Brasil
3 – Métodos de ensino: oralismo, comunicação total e 
bilinguismo
Vamos iniciar a leitura?
Bons estudos!
1 – Marcos históricos da educação de 
surdos no mundo
Os relatos existentes sobre a educação de pessoas 
surdas estão inseridos num contexto mundial que passou 
por inúmeras transformações até chegarmos, hoje, ao 
entendimento da inclusão. A prática do ensino formal às 
pessoas com necessidades especiais data do século XIX onde 
o atendimento inicial possuía caráter assistencialista que se 
sobrepunha ao educacional.
Com as revoluções Francesa e Industrial, os estudos 
desenvolvidos por Vygotski e as mudanças na mentalidade 
da sociedade, as instituições passaram a atender os alunos 
especiais em parceria com serviços de saúde e escolas regulares 
por entender que possuíam capacidade de aprender ofícios, 
adquirir conhecimento e contribuir com o desenvolvimento 
social de alguma forma. Fazendo uma análise desse processo, 
Perlin & Strobel (2006, p. 8) comentam:
A história da educação de surdos não é uma 
história difícil de ser analisada e compreendida, 
ela evolui continuamente apesar de vários 
impactos marcantes, no entanto, vivemos 
momentos históricos caracterizados por 
mudanças, turbulências oportunidades. 
(PERLIN; SROBEL, 2006, p.8)
A educação dos surdos, especificamente, passou por um 
período em que a oralização era enfatizada. A partir do século 
XVI, alguns religiosos se propuseram a ensinar as pessoas 
surdas. Uns acreditavam no ensino da fala e outros utilizavam 
sinais que criavam para se comunicar dentro dos mosteiros, 
quando em situação de voto de silêncio. 
Entre eles estão Pedro Ponce de León, padre espanhol 
que enfatizava o ensino da língua oral e da escrita através de 
um alfabeto manual criado por ele. Este alfabeto é utilizado 
até os dias de hoje sem muitas modificações (Soares, 1999, P. 
7). Ponce de León tornou-se um pioneiro na formalização da 
educação de surdos.
Neste mesmo período, Juan Pablo Bonet, também 
padre espanhol, destacou-se com seu método de ensino que 
preconizava os sinais (gestos) e a leitura labial, registrados 
em seu livro que foi publicado quarenta anos após a morte 
de Ponce de León. Por este motivo, a Juan Pablo Bonet foi 
creditado o título de primeiro educador de surdos (SACKS, 
1998, p. 26).
Na França do século XVIII, o abade Charles Michel de 
L’Epeé transformou a própria casa em escola para surdos 
visando o ensino da leitura e escrita, da língua francesa, através 
do alfabeto manual e da língua de sinais nativa. Ele acreditava 
que, através dos sinais, os surdos poderiam se comunicar e 
serem “ouvidos”. Assim, não mais morreriam ignorantes 
quanto a palavra de Deus e, consequentemente, suas almas 
seriam salvas. (SACKS, 1998, p. 29).
O êxito do método de L’Epeé resultou na capacitação de 
outros professores de surdos e na abertura da primeira escola 
pública para surdos, em 1755, na capital francesa, Paris.
As contribuições deste personagem para a 
história das comunidades de surdos e suas 
línguas incluem a tarefa de documentar os 
sinais utilizados pelos estudantes da sua escola, 
organizá-los dentro de uma estrutura gramatical 
com o intuito de dar a essa língua viso-gestual 
uma ordem sintática mais parecida com a 
estrutura gramatical da língua francesa, e a 
criação de um alfabeto (dactolologia) da língua 
de sinais. Em 1791, após a morte de l’ Épée, a 
escola se transforma no National Institution for 
Deaf-Mutes em Paris, que foi dirigido à partir 
de então pelo gramático Sicard. De acordo com 
a linguísta Aldrete, esta língua de sinais que 
nascia em París deu origem à língua de sinais 
francesa, e, sua versão primitiva infl uenciou as 
línguas de sinais utilizadas na América, como 
a American Sign Language (ASL), a Lengua 
de Señas Mexicana (LSM) e a Língua de Sinais 
Brasileira (LIBRAS) COELHO, (2011, p. 21).
Percebemos que este período ficou marcado pela grande 
abertura educacional e linguística, resultando em conquista 
para a comunidade surda, que agora poderia utilizar sua 
própria língua, compreender os conceitos e ser co-participante 
no processo de ensino voltado às pessoas surdas.
Porém, no século XIX, mais precisamente em 1880, a 
comunidade surda sofreu um grande golpe: a proibição do uso 
das línguas de sinais em todos os países, dentro das escolas e 
fora delas. 
Esta decisão foi tomada no Congresso Internacional de 
professores de surdos em Milão, na Itália, para discutirem 
sobre os métodos existentes na educação de surdos. No 
contexto dos questionamentos ali levantados, a rivalidade entre 
os defensores da língua de sinais e os “advogados” do método 
oralista ficou evidente e as discussões revelaram as influências 
políticas, de cada país, na tomada de decisões.
Os temas propostos foram: vantagens e 
desvantagens do internato, tempo de instrução, 
número de alunos por classe, trabalhos mais 
apropriados aos surdos, enfermidades, medidas, 
medidas curativas e preventivas, etc. Apesar da 
variedade de temas, as discussões voltaram-se 
às questões do oralismo e da língua de sinais. 
(BORNE, 2002, p.51) 
Conforme Perlin&Strobel (2006, p. 13), no dia 11 de 
setembro de 1880, houve uma votação por 160 votos com 
quatro contra, a favor de métodos orais na educação de surdos, 
a partir daí a língua de sinais foi proibida oficialmente com a 
19
alegação de que a mesma destruía a habilidade da oralização 
dos sujeitos surdos.
(...) fi cou decidido no Congresso Internacional 
de Professores Surdos, em Milão, que o 
método oral deveria receber o status de ser o 
único método de treinamento adequado para 
pessoas surdas. Ao mesmo tempo, o método 
de sinais foi rejeitado, porque alegava que ele 
destruía a capacidade de fala das crianças. O 
argumento para isso era que ‘todos sabem que 
as crianças são preguiçosas’, e por isso, sempre 
que possível elas mudariam da difícil oral para a 
língua de sinais. (WIDELL, 1992, p. 26)
Após o Congresso, a maioria dos países adotou o oralismo 
nas escolas de surdos, proibindo, oficialmente, a língua de sinais, 
que foi subjugada por cem anos. Este período ficou conhecido 
como o “Século Negro” e, para a comunidade surda, representou 
o domínio do pensamento hegemônico ouvintista.
Conceito
Ouvintismo: segundo Skliar (1998, p.15), “é um conjunto de 
representações dos ouvintes, a partir do qual o surdo está obrigado a 
olhar-se e narrar-se como se fosse ouvinte”.
Como resultado da substituição das línguas de sinais pelo 
método oral, muitos professores surdos perderam os empregos 
e as crianças saíam da escola sem ter recebido uma educação 
de qualidade e, consequentemente, com as habilidades sociais 
limitadas.
Você sabia?
(...) quase metadedos professores eram surdos. Não existiam 
audiologistas, terapeutas de reabilitação, ou psicólogos educacionais 
e, para a maioria, nenhum destes eram aparentemente necessário. (...) 
pelo contrário, a criança e o adulto surdos eram descritos em termos 
culturais: a que escola freqüentaram, quem eram os seus parentes e 
amigos surdos (caso os houvesse), quem era a sua esposa surda, onde 
trabalhavam, quais as equipes desportivas de surdos e organizações de 
surdos a que pertenciam, qual o serviço que prestavam à comunidade 
dos surdos?(LANE, 1992, p.36)
Somente em 1971, no Congresso Mundial de surdos de 
Paris, o tema “língua de sinais” voltou às discussões e passou 
a ganhar visibilidade. Conforme Sacks (1998, p. 57), a volta 
do status das línguas de sinais refletia o fracasso do método 
oralista: os surdos educados assim não conseguiam fluência na 
língua oral, não desenvolvendo uma boa comunicação com os 
ouvintes desconhecidos.
Em 1981, a Organização das Nações Unidas – ONU 
– instituiu o Ano Internacional da Pessoa Portadora de 
Deficiência. Assim, através da luta da Federação Mundial de 
surdos, a Língua de Sinais voltou a fazer parte da vida dos 
surdos (MOURA, 2000, p. 195).
Partindo deste momento, a educação de surdos passou 
a ser realizada numa perspectiva cultural e de seus direitos 
linguísticos. Porém, é pertinente observar que a valorização das 
línguas de sinais, nos espaços escolares e sociais, não significou o 
banimento do método oralista, que é utilizado até os dias atuais.
Então, como será que estes acontecimentos foram 
interpretados pelos educadores brasileiros ao longo de todos 
estes anos?
2 – Educação de surdos no Brasil
Disponível em: <http://www.memorialdainclusao.sp.gov.br/br/anexo1/
audit37.shtml>.
Embora não tenha acompanhado o ritmo das discussões 
mundiais sobre educação de surdos, o Brasil, partindo do 
governo de Dom Pedro I, passou a financiar uma educação 
para surdos, baseada no modelo francês e europeu.
Assim, os primeiros atendimentos educacionais especiais 
para surdos foram registrados a partir de 1857 quando foi 
inaugurado o Imperial Instituto de Surdos-Mudos que hoje é 
conhecido como Instituto Nacional de Educação de Surdos 
– INES. Destacamos Edward Huet, professor surdo francês, 
que desenvolveu o trabalho como primeiro coordenador do 
INES reproduzindo o modelo europeu.
Porém, em 1957 a língua de sinais foi proibida nas escolas 
brasileiras e, ainda na década de 1970, praticava-se o oralismo. 
Curiosidade
Será que alguém se lembra das salas especiais, situadas dentro das 
escolas regulares, que continham fones de ouvido para estimulação 
auditiva das crianças surdas? Então, estas salas existiram até a década 
de 1990 em algumas regiões do país. Dêem uma olhada na fi gura que 
ilustra o início desta seção!
Somente com as discussões e transformações em 
relação às Políticas Nacionais de Educação é que surgiram as 
primeiras leis deliberando a respeito da Educação Especial e 
defensores de uma educação bilíngue onde os alunos surdos 
teriam acesso a duas línguas: língua de sinais e o português 
(Lei nº 4024/61 artigos 88 e 89; Lei nº 5692/71 artigo 9º - 
LDBN e Lei nº 9394/96 capítulo V artigo 58 – ECA).
A divulgação das leis juntamente com os questionamentos 
realizados no Seminário Nacional de Integração da Pessoa 
Portadora de Deficiências, em 1994, impulsionou o processo 
20Libras - Língua Brasileira de Sinais
de inclusão. Neste mesmo ano um grupo de estudiosos 
elaborou a Declaração de Salamanca que norteia todas as 
ações e legislações acerca da inclusão escolar no mundo todo.
No ano de 2002 os surdos e todos educadores a favor de 
uma educação bilíngue se beneficiaram com o reconhecimento 
da LIBRAS (Língua de Sinais Brasileira) como meio legal de 
comunicação e expressão através da Lei nº 10436/2002 que 
em 2005 seria ratificada pelo Decreto 5626/2005.
Atualmente no Brasil, pratica-se a inclusão escolar com 
a proposta do bilinguismo, posto que os estudos acerca da 
cultura e identidade surda admitem a Libras como língua 
mãe e a língua portuguesa como segunda língua para esses 
alunos. Segundo Quadros (2001, p. 387), se uma criança surda 
aprender a língua de sinais da comunidade surda da qual será 
participante, ela terá facilidade em aprender a língua oral-
auditiva da comunidade ouvinte.
Para tornar nosso estudo, sobre este tema, mais eficiente, 
vamos fazer a leitura de um artigo escrito pela fonoaudióloga 
Genivalda Barbosa Vilela, colaboradora da Federação 
Nacional de Educação e Integração de Surdos - 
FENEIS e pesquisadora da História da Educação e dos 
Movimentos surdos.
Boa leitura!
Histórico da Educação do Surdo no Brasil
Genivalda Barbosa Vilela
A partir deste artigo, vocês acompanharão o desenrolar da 
educação do surdo no Brasil, enquanto reflexo das posições tomadas 
no mundo sobre a educação para esta determinada população. Foram 
abordados também, o reconhecimento oficial da Língua de Sinais 
(LIBRAS) enquanto língua própria da comunidade de surdos do Brasil.
A história da educação dos surdos no Brasil é iniciada com a 
decisão de Dom Pedro II que incumbiu o Marquês de Abrantes para 
organizar uma comissão a fim de promover a fundação de um instituto 
para a educação de surdos-mudos.
Em 1856 essa comissão se reuniu e tomou, como primeira 
deliberação à criação do Instituto. Em 26 de setembro de 1857 
foi aprovada a Lei de n. 939 que designava a verba para auxilio 
orçamentário ao novo estabelecimento e pensão anual para cada um 
dos dez alunos que o governo imperial mandou admitir no Instituto.
Assim sendo, Dom Pedro II trouxe para o Brasil um surdo francês 
chamado Edward Huet, iniciando assim a educação dos surdos no 
Brasil.
O trabalho proposto por Huet seguia a Língua de Sinais, uma 
vez que este teria estudado com Clerc no Instituto Francês, podendo-
se deduzir que ele utilizava os sinais e a escrita, sendo considerado 
inclusive, como sendo o introdutor da Língua de Sinais Francesa no 
Brasil.
O primeiro instituto para surdos no Brasil foi fundado em 1857 
por Edward Huet, inicialmente chamado de Imperial Instituto de 
Surdos-Mudos, passando a receber o nome de Instituto Nacional 
de Surdos Mudos, em 1956, e de Instituto Nacional de Educação de 
Surdos em 1957. Assim, a proposta de curriculum apresentado 
tinha como disciplinas o português, aritmética, história, 
geografia, linguagem articulada e leitura sobre os lábios para 
os que tivessem aptidão.
Em 1862 Huet deixou o Instituto por problemas pessoais, 
sendo o seu cargo de diretor ocupado por Dr. Manuel de Magalhães 
Couto, que não era especialista em surdez e consequentemente 
deixou de realizar o treino de fala e leitura de lábios no Instituto. Por 
este motivo, após uma inspeção governamental, em 1868 o Instituto foi 
considerado um asilo de surdos. Com isso o cargo de diretor passou a 
ser ocupado por Tobias Leite que foi estabelecida obrigatoriamente a 
aprendizagem da linguagem articulada e da leitura dos lábios.
Em 1889 o governo determinou que, a leitura dos lábios e a 
linguagem articulada deveriam ser ensinadas apenas para aqueles 
alunos que apresentassem um bom aproveitamento sem prejudicar a 
escrita.
Por volta de 1897, o caráter educacional sofria forte influencias 
da Europa, inclusive devido às decisões tomadas no Congresso de 
Milão. Portanto, em 1911, o Instituto Nacional de Educação de Surdos 
(INES) passou a seguir a tendência mundial, utilizando o oralismo puro 
em suas salas de aula. Todavia, o uso dos sinais permanece até 1957, 
momento em que a proibição é dada como oficial.
É na década de setenta que chega ao Brasil a Comunicação Total, 
após a visita de uma professora de surdos à Universidade Gallaudet, 
nos Estados Unidos.
Na década de oitenta, são iniciadas as discussões acerca do 
bilinguismo no Brasil. Linguistas brasileiros começaram a se interessar 
pelo estudo da Língua de Sinais Brasileira (LIBRAS) e da sua contribuição 
para a educação do surdo. A partir das pesquisas desenvolvidas por 
LucindaFerreira Brito sobre a Língua Brasileira de Sinais, deu-se 
início as pesquisas, seguindo o padrão internacional de abreviação 
das Línguas de Sinais, tendo a brasileira sida batizada pela professora 
de LSCB (Língua de Sinais dos Centros Urbanos Brasileiros), para 
diferenciá-la da LSKB (Língua de Sinais Kapor Brasileira), utilizada pelos 
índios Urubu-Kapor no Estado do Maranhão. A partir de 1994, Brito 
passa a utilizar a abreviação LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), que foi 
criada pela própria comunidade surda para designar a LSCB.
Todavia, no ano de 1986 a direção do Instituto Nacional de 
Educação de Surdos, sob a luz dos efeitos dessa nova era, iniciou o 
projeto de pesquisa PAE (Projeto de Alternativas Educacionais), um 
trabalho de implementação da Comunicação Total em grupos de 
alunos ali matriculados.
Entretanto esta perspectiva não tomou corpo, podendo ser 
observado que, atualmente, segundo a Procuradoria Geral do Trabalho 
(2001/2002) foi sancionada, em 24 de abril de 2002, a lei nº 10. 436 
que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como meio legal 
de comunicação e expressão. Esta foi vista como sistema linguístico 
de natureza visualmotora, com estrutura gramatical própria oriunda 
da comunidade de pessoas surdas do Brasil. Desta maneira, o sistema 
educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e 
do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação 
de professores da educação especial, licenciaturas, de Fonoaudiologia e 
de magistérios, em seus níveis médios e superior, o ensino das LIBRAS, 
como parte integrante dos parâmetros Curriculares Nacionais.
Disponível em: http://www.feneis.org.br/page/noticias_detalhe.
asp?categ=1&cod=623
Para refl etir
Atualmente, a educação de surdos, no Brasil, passa por um período 
desafi ador, mas, para o sucesso do método proposto pela Política 
Nacional, precisamos que toda sociedade seja instruída em relação à 
língua brasileira de sinais, à identidade e cultura das pessoas surdas, 
auxiliando e facilitando o acesso das mesmas ao conhecimento para 
concretizar a inclusão, refl etindo, não só no âmbito educacional, e sim 
em todos os setores da sociedade onde os surdos transitam.
21
Segundo Perlin&Strobel (2006, p. 21), o método oralista 
possui três técnicas mais utilizadas: treinamento auditivo, 
desenvolvimento da fala e leitura labial.
O treinamento auditivo: estimulação auditiva para 
reconhecimento de ruídos, sons ambientes e sons relativos à 
fala, geralmente fazem treinamento com aparelhos específicos.
O desenvolvimento da fala: exercícios para a 
mobilidade e tonicidade dos músculos de órgãos envolvidos na 
fonação, lábios, mandíbula e língua. Exercícios de respiração e 
relaxamento final dos músculos trabalhados.
- A leitura labial: treino para a reconhecimento da 
palavra falada através da decodificação dos movimentos orais 
do emissor.
Segundo Albres (2005, p. 32), na década de 1960, o 
oralismo sofreu várias críticas por não apresentar resultados 
satisfatórios: os surdos educados com este método não 
conseguiam uma comunicação plena com pessoas ouvintes, 
desenvolvendo uma fala mecânica. Assim, fica evidente o 
possível fracasso do método oralista, vigente no panorama 
mundial.
3.2. Comunicação Total 
Com a repercussão da ineficiência do método, surge uma 
proposta de “misturar” o oralismo com a língua de sinais, 
surgindo o modelo misto denominado de Comunicação Total, 
trazendo o reconhecimento e valorização das línguas de sinais 
dos seus respectivos países. Somente em janeiro de 1981, com 
a Conferência Internacional “Surdez e o ano Internacional 
das Pessoas Deficientes”, o novo método é oficialmente 
implantado nas escolas de todo o mundo. Porém, no Brasil, 
o documento de 1979 continua sendo o oficial, apesar de 
algumas escolas brasileiras adotarem o novo método, muito 
discutido nos eventos universitários (ALBRES, 2005, p. 32).
3 – Métodos de ensino: oralismo, 
comunicação total e bilinguismo
Desde os séculos passados até os dias atuais, a 
hegemonia de discursos ligando a surdez à questão médica, 
fez predominar uma abordagem clínico-terapêutica dentro 
dos projetos educacionais. A escola, desta forma, para lei do 
espaço pedagógico, se apresenta enquanto proposta clínica de 
atendimento aos alunos surdos.
Autores como Skliar (1997, p.246), procurando 
contextualizar historicamente a Educação de Surdos, 
fazem referência a essa perspectiva clínico-terapêutica, que 
tem predominado na educação e nas escolas, interferindo 
diretamente nos projetos pedagógicos. 
Ainda segundo Skliar (1997, p. 248):
As ideias dominantes nos mos cem anos são 
um claro testemunho de um sentido comum 
segundo o qual os surdos correspondem, 
encaixam-se com naturalidade a um modelo 
clínico-terapêutico, versão amplificada 
e exagerada da pedagogia corretiva de 
princípios do século XX e vigente até o 
momento.
O tema da surdez vem, ao longo da história, sendo 
explicado, fundamentalmente, por médicos, linguistas, 
psicólogos, a partir de uma lógica que o enquadra numa questão 
médica, terapêutica: surdez enquanto falha e deficiência. A 
educação dos surdos, por muito tempo ligada a essa matriz 
particular de saber, vem se desenvolvendo através de diferentes 
projetos educacionais que se inscrevem numa tentativa de 
normalização /ouvintização dos sujeitos surdos.
Neste contexto, várias abordagens educacionais 
foram propostas para a educação do sujeito surdo. Dentre 
elas destacamos três principais que marcaram o processo 
educacional brasileiro: o oralismo, a comunicação total e 
o bilinguismo.
3.1. Oralismo
Apesar dos estudos sobre as línguas de sinais, em 1979, 
o primeiro método proposto para o ensino de surdos, no 
Brasil, foi o oralismo. Através da divulgação de um material 
denominado Proposta Curricular para Deficientes 
Auditivos, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) 
assume oficialmente a proposta de ensino, justificando o uso 
exclusivo da língua oral e escrita, com objetivo de preparação 
do educando para a participação efetiva na sociedade 
(ALBRES, 2005, p. 30).
Ainda conforme Albres (2005, p. 32), a Língua de Sinais, 
nesse período, no Brasil, denominada linguagem mímica, é 
alvo de várias críticas, com uma caracterização da língua de 
sinais um tanto quanto reducionista e considerada perigosa 
ao desenvolvimento da escrita. Considerada, também, 
simplificada e com erros gramaticais. Com estes argumentos, 
o oralismo se fortaleceu no país.
Conceito
O oralismo é o “processo educacional pelo qual se pretende capacitar 
o surdo a compreensão e na produção da linguagem oral e que parte 
do princípio de que o indivíduo surdo, mesmo não possuindo o nível 
de audição para receber os sons da fala, pode se constituir como 
interlocutor por meio da linguagem oral” (SOARES, 1999, p. 01).
Conceito
COMUNICAÇÃO TOTAL: É a fi losofi a que procura desenvolver todas 
as habilidades da comunicação. Tais como, a fala, a audição, os sinais, 
leitura, escrita e outros recursos. Aqui no Brasil e em outros países, a 
comunicação total usa muito o Bimodalismo.
BIMODALISMO: É a utilização simultânea das duas modalidades de 
língua: a oral-auditiva e a gestual-visual, misturando as duas línguas e 
deformando-as gramaticalmente.
Vários autores publicados criticaram duramente essa modalidade mista, 
dizendo que o maior problema é a mistura de duas línguas, a língua 
portuguesa e a língua de sinais, resultando numa terceira modalidade 
que é o ‘português sinalizado’, essa prática recebe também o nome de 
‘bimodalismo’ que encoraja o uso inadequado da língua de sinais, já que a 
mesma tem gramática diferente de língua portuguesa.
22Libras - Língua Brasileira de Sinais
Para entender melhor como este método foi idealizado 
e implantado, vamos fazer a leitura de um trecho do artigo 
intitulado “História e Educação: o Surdo, a Oralidade e o uso 
de Sinais” das autoras Maria Cecília de Moura, Ana Claudia 
B. Lodi e Kathryn M. R. Harrison. Seu capítulo I destina-se a 
explanarsobre o método da Comunicação Total, suas origens 
e filosofia.
Leiam com atenção!
História e Educação: o Surdo, a Oralidade e o uso de Sinais
Maria Cecília de Moura
Ana Claudia B. Lodi
Kathryn M. R Harrison
[...]
Comunicação total
Na década de 60, a insatisfação com os resultados do trabalho 
de reabilitação dos surdos numa linha oralista era muito grande nos 
EUA.
Novos conhecimentos teóricos e a realização de pesquisas 
levaram a questionar o trabalho feito até aquele momento, pois este 
não levava ao desenvolvimento esperado de fala, leitura orofacial, 
desenvolvimento de linguagem e habilidades de leitura.
Estas pesquisas baseavam-se em comparações de filhos surdos 
de pais ouvintes (FSPO) com filhos surdos de pais surdos (FSPS). 
Os FSPS eram expostos à Língua de Sinais desde o nascimento 
e normalmente colocados em escolas oralistas. Os resultados 
mostraram que eles tinham melhor desempenho acadêmico em 
matemática, leitura e escrita, vocabulário, sem diferenças na leitura 
orofacial e na fala (Moores, 1978).
Outro estudo de grande importância foi o de STOKOE em 1960 
(SIGN LANGUAGE STRUCTURE), que estudando a Língua de Sinais 
provou que ela tinha valor linguístico semelhante às línguas orais, 
cumprindo as mesmas funções, com possibilidades de expressão a 
qualquer nível de abstração.
A partir do descontentamento com o desenvolvimento das 
crianças surdas, da “redescoberta” da Língua de Sinais, agora 
legitimada como língua e das pesquisas que demonstravam que 
crianças expostas a ela tinham um desenvolvimento melhor do que 
aquelas expostas só à oralidade, partiu-se para o desenvolvimento de 
uma nova forma de trabalho.
Esta nova abordagem, desenvolvida nos EUA, recebeu o nome 
de Comunicação Total. Ela não foi considerada somente como uma 
metodologia, mas “como uma filosofia que incorpora as formas de 
comunicação auditivas, manuais e orais apropriadas para assegurar 
uma comunicação efetiva com as pessoas surdas” (SCHINOLER, 1988).
A premissa básica é a utilização de toda e qualquer forma para 
se comunicar com a criança surda, sendo que nenhum método 
ou sistema particular deve ser omitido ou enfatizado. Para tanto, 
devem-se usar gestos naturais, AMESLAN (American Sign Language 
- Língua Americana de Sinais), alfabeto digital, expressão facial, 
tudo acompanhado com fala ouvida através de um aparelho de 
amplificação sonora individual. A ideia é usar qualquer forma que 
funcione para transmitir vocabulário, linguagem e conceitos de ideias 
entre o falante e a criança surda. O conceito fundamental é fornecer 
uma comunicação fácil, livre, de dois caminhos entre a criança surda e 
o seu ambiente mais próximo (NORTHERN & DOWNS, 1975).
Os Sinais retomavam, portanto, à educação do surdo. Não através 
da Língua de Sinais, que como veremos posteriormente, iniciou a sua 
incursão na educação do surdo somente na década de 80, mas de uma 
forma semelhante àquela utilizada por l’EpÉE & EOWARO GALLAUOET 
nos séculos XVIII e XIX. Os Sinais serviam para fazer com que a fala se 
tornasse visível, mas a estrutura usada era a da língua oral. Isto significa 
que tudo que é falado é acompanhado concomitantemente de Sinais, 
na estrutura da língua oral.
Ao mesmo tempo é realizado o treinamento em todos os aspectos, 
já mencionados no oralismo, para propiciar o desenvolvimento dos 
restos auditivos e da fala. A proposta inicial de se usar a Língua de Sinais 
(que será explicada de forma mais detalhada a seguir) foi abandonada e 
foram criados sistemas para representar melhor a língua oral.
Esta filosofia contentava as necessidades americanas de promover 
uma melhor educação e desenvolvimento para a criança surda, ao 
mesmo tempo em que a fala era contemplada. Não interessava para 
a política americana o fortalecimento de uma cultura dos surdos, cuja 
representação maior é a Língua de Sinais, pois o sistema de educação 
para surdos serve a uma instituição maior, que é quem estabelece as 
regras e as formas de trabalho.
Enquanto filosofia, a Comunicação Total pretendia que qualquer 
forma de comunicação fosse usada e aceita, sendo que a criança não 
seria discriminada por não dominar a oralidade. A comunicação que 
se mostrasse mais eficaz com a criança seria a escolhida (NORTHERN 
& DOWNS, 1975). Entretanto não foi isto que aconteceu. A oralidade 
continuou a ser o objetivo principal do trabalho. 
Segundo SCHLESSINGER & MEADOW (SCHINDLER, 1988), o termo 
que melhor designa esta forma de atuação, para não entrarmos nas 
questões controvertidas de método ou filosofia, é o de Comunicação 
Bimodal.
A diferenciação que se pode fazer entre a Comunicação Total e 
a Comunicação Bimodal é que a primeira não se refere a uma técnica 
específica, desde que muitas formas de trabalho podem ser adotadas, 
mas a uma filosofia de trabalho que, na sua concepção original, 
privilegia a criança surda nas suas necessidades e aceita qualquer 
forma de comunicação da criança. Já a Comunicação Bimodal refere-
se à forma pela qual a língua é apresentada à criança. É através da 
língua oral acompanhada de Sinais que se espera que a criança venha a 
desenvolver suas habilidades linguísticas, sendo feito todo um trabalho 
de aproveitamento de restos auditivos e de fala, como já descrevemos 
para a Comunicação Total. Ela não prega uma filosofia de aceitação 
da forma de comunicação da criança, mas o uso de uma técnica para 
facilitar o desenvolvimento da fala.
Disponível em:
http://www.salesianolins.br/areaacademica/materiais/posgraduacao/
Educacao_Especial_Inclusiva/Topicos_Especiais_Libras
O que achou da explanação? Observamos que o artigo 
traz um pensamento educacional de berço norte-americano. 
Então, fica claro que os métodos adotados no Brasil são de 
origens estrangeiras com a intenção de adaptá-los conforme a 
realidade social e linguística de cada região.
3.3 Bilinguismo
A educação pela modalidade Bilíngue é uma proposta 
de ensino na qual as escolas garantem, aos alunos surdos, o 
acesso a duas línguas no contexto escolar.
As pesquisas têm mostrado que essa proposta é a mais 
23
adequada para o ensino de crianças surdas, tendo em vista que 
considera a língua de sinais como primeira língua e a partir daí se 
passam para o ensino da segunda língua que é o português que 
pode ser na modalidade escrita ou oral (QUADROS et .al, 2001, 
p. 3).
A proposta do bilingüismo na educação de surdos, porém, 
almeja que o aluno escolarizado nesta perspectiva se torne, 
efetivamente, bilíngue, ou seja, saiba duas línguas ao final do 
ensino fundamental. Sobre este posicionamento, Goldfeld (1997, 
p. 38) afirma:
O Bilingüismo tem como pressuposto básico 
que o surdo deve ser Bilíngüe, ou seja deve 
adquirir como língua materna a língua de sinais, 
que é considerada a língua natural dos surdos 
e, como Segunda língua , a língua ofi cial de 
seu país(...)os autores ligados ao Bilingüismo 
percebem o surdo de forma bastante diferente 
dos autores oralistas e da Comunicação Total. 
Para os bilingüistas, o surdo não precisa almejar 
uma vida semelhante ao ouvinte, podendo 
assumir sua surdez..
Conforme Perlin; Strobel (2006, p. 24), na ideologia de 
bilinguismo as crianças surdas precisam ser postas em contato 
primeiro com pessoas fluentes na língua de sinais, sejam seus 
pais, professores ou outros.
Desde o final da década de 1990, o INES realiza cursos para 
capacitar os professores da educação especial a como trabalhar 
dentro da proposta bilíngue, fazendo, também, parcerias com 
consultores na área de Educação e Fonoaudiologia, adeptos da 
proposta.
Vejamos a explanação sobre o bilinguismo, publicada pelo 
INES, elaborada pela consultora Profª Drª Lorena Kozlowski:
A Proposta Bilíngüe não privilegia uma língua, 
mas quer dar direito e condições ao indivíduo 
surdo de poder utilizar duas línguas; portanto, 
não se trata de negação mas de respeito; o 
indivíduo escolherá a língua que irá utilizar em 
cada situação lingüística em que se encontrar. 
Esta proposta leva em consideração as 
características dospróprios surdos, incluindo 
a opinião dos surdos adultos com relação 
ao processo educacional da criança surda 
(KOZLOWSKI, 1998). As pesquisas recentes 
no campo da educação do surdo (DRASGOW, 
1993) mostram a tendência para a educação 
bilingüe / bicultural da criança surda, na qual 
a língua de sinais é considerada a primeira 
língua da criança surda e a língua oral (na sua 
modadlidade oral e/ou escrita) a segunda 
língua. A participação ativa de adultos surdos 
na educação da criança surda é fundamental. 
Ele terá a função de transmitir a língua da 
comunidade surda, a língua de sinais. Desta 
forma, através do aprendizado da língua natural, 
que deve ser também a língua materna, a criança 
surda terá acesso aos processos que permitirão 
todo seu desenvolvimento lingüístico e 
cognitivo. O surdo adulto no momento 
que estabelece contato com a criança surda, 
estará transmitindo toda a base lingüística 
necessária para a aquisição de outras “línguas”. 
(KOZLOWSKI, 1995, p. 151).
Nos dias atuais, as metas governamentais incluem a 
obrigatoriedade da prática da proposta bilíngue em todas as 
escolas nacionais, para a educação de alunos surdos.
Retomando a aula
Agora, chegou o momento de, após a leitura, fazermos 
nossa refl exão para concluirmos o entendimento.
Vamos retomar os pontos principais da nossa aula?
1 – Marcos históricos da educação de surdos no 
mundo
A história da Educação de surdos não é difícil de ser 
analisada. Vimos na seção 1, intitulada “Marcos históricos 
da educação de surdos no mundo, que a estrutura religiosa 
do Estado, á época, influenciou totalmente as concepções 
sobre surdez. Foram os religiosos, também, que iniciaram a 
educação formal de surdos no mundo.
Porém, nos séculos XVII e XVIII, as mudanças políticas 
e econômicas geraram um pensamento capitalista e o ensino 
passou a ser um instrumento de obtenção de lucro, para 
atender as necessidades comerciais. Assim, a educação especial 
e, consequentemente, a de surdos sofreu alguns golpes dentre 
os quais destacamos a proibição do uso das línguas de sinais.
2 - Educação de surdos no Brasil
“Educação de surdos no Brasil”: vimos que o nosso 
Estado brasileiro adotou modelos europeus para iniciar os 
trabalhos educacionais com os surdos aqui “existentes”. Mas, 
inevitavelmente, acompanhou as resoluções mundiais sobre a 
educação de surdos, adotando, também, o oralismo.
3 – Métodos de ensino: oralismo, comunicação total 
e bilinguismo
Ao estudarmos esta seção, “Métodos de ensino: oralismo, 
comunicação total e bilinguismo”, percebemos que, somente 
na década de 1990, o Brasil iniciou sua caminhada independente 
rumo às concepções sobre surdez e educação dentro dos 
centros acadêmicos, através de pesquisas financiadas. Após a 
tentativa de oferecer qualidade de ensino aos surdos, através de 
métodos como o Oralismo e Comunicação Total, atualmente 
estamos dentro de uma perspectiva inclusiva, com proposta 
de Educação Bilíngue para educação de surdos.
E você, o que conseguiu concluir após a leitura da 
aula?
Vale a pena
• Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES. 
Disponível em: www.ines.gov.br
Vale a pena acessar
24Libras - Língua Brasileira de Sinais
• Declaração de Salamanca. Documento disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.
pdf
• Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos – 
FENEIS. Disponível em: www.feneis.com.br
• Universidade Gallaudet. Disponível em: http://
universidadegallaudet.blogspot.com.br/
“Helen Keller: O Milagre Continua” 
Título Original: Helen Keller: the miracle continue
Genero: drama
Direção: Alan Gibson
Lançamento: EUA – 1984
Descrição: relacionamento de uma professora cega, 
chamada Anne Sullivan, com sua aluna surda-cega, Helen 
Keller.
Este filme demonstra o rompimento de barreiras 
linguísticas, estruturais e do preconceito. Duas mulheres 
com deficiência no início do século XX. Mostra, também, o 
processo de identificação pela língua.
Muito bom!
Vale a pena assistir
Minhas anotações

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