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Apostila-Fitogeografia

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGROVETERINÁRIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA 
 
 
 
 
 
FITOGEOGRAFIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lages, SC 
2010 
 
ÍNDICE 
 
I – FATORES CLIMÁTICOS INTEGRANTES DA FITOGEOGRAFIA............. 01 
1 Clima x tempo meteorológico........................................................................... 01 
2 Importantes padrões climáticos........................................................................ 01 
3 Seleção da vegetação........................................................................................ 05 
II – FATORES EDÁFICOS..................................................................................... 10 
1 Introdução......................................................................................................... 10 
2 Influência dos fatores edáficos na distribuição e desenvolvimento de 
espécies florestais............................................................................................. 
 
10 
 2.1 Fertilidade................................................................................................... 10 
 2.2 Textura e estrutura...................................................................................... 11 
 2.3 Umidade...................................................................................................... 11 
 2.4 Profundidade do perfil do solo.................................................................... 13 
 2.5 Acidez e toxidez por alumínio.................................................................... 13 
 2.6 Salinidade................................................................................................... 14 
III – PRINCIPAIS BIOMAS TERRESTRES.......................................................... 15 
1 Tundra............................................................................................................... 15 
2 Taiga e Floresta Boreal..................................................................................... 15 
3 Floresta Temperada........................................................................................... 16 
4 Vegetação Mediterrânea................................................................................... 16 
5 Pradaria............................................................................................................. 17 
6 Deserto.............................................................................................................. 17 
7 Estepe Tropical................................................................................................. 17 
8 Floresta Decídua Tropical................................................................................. 17 
9 Floresta Semidecídua Tropical......................................................................... 18 
10 Savana............................................................................................................... 18 
11 Floresta Pluvial Tropical................................................................................... 18 
IV – FORMAÇÕES VEGETACIONAIS DO ESTADO DE SANTA 
CATARINA.............................................................................................................. 
 
20 
1 Formações Pioneiras......................................................................................... 20 
2 Floresta Ombrófila Densa (Floresta Tropical Pluvial)..................................... 21 
3 Floresta Ombrófila Mista.................................................................................. 22 
4 Florestas Estacionais Deciduais........................................................................ 22 
5 Formações Estépicas......................................................................................... 22 
6 Refúgio Ecológico............................................................................................ 22 
V - FLORESTAS TROPICAIS E SUBTROPICAIS AO LONGO DE 
GRADIENTES ALTITUDINAIS............................................................................ 
 
23 
VI - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 25 
 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 1 
I - FATORES CLIMÁTICOS INTEGRANTES DA FITOGEOGRAFIA 
 
1 Clima x tempo meteorológico 
 
Clima: condições médias do tempo meteorológico durante um determinado período 
de tempo. 
Tempo meteorológico: condição atmosférica percebida em um determinado 
momento em um determinado local. 
Existe uma grande variação espacial e temporal do clima, pois fenômenos 
atmosféricos são dinâmicos e flutuações em torno de uma média é o padrão comum 
observado. 
 
2 Importantes padrões climáticos 
 
 Para o crescimento e distribuição das espécies florestais, os parâmetros 
climáticos mais importantes são: a temperatura, a circulação atmosférica, a precipitação 
pluvial, evapotranspiração e o comprimento do dia. É importante ressaltar que estes 
fatores não atuam separadamente. 
 
- Temperatura: 
 Cada espécie possui uma temperatura mínima, abaixo da qual não cresce; uma 
temperatura máxima acima da qual suspende suas atividades vitais; e uma temperatura 
ótima, em torno da qual se verifica o melhor desenvolvimento. Muitas espécies tropicais 
são intolerantes à geadas noturnas. 
 Os seguintes parâmetros são importantes para entendermos a distribuição das 
espécies florestais: temperatura média anual, temperatura média mensal, flutuações das 
temperaturas medias mensais e flutuações das temperaturas médias diárias. 
 Em geral quanto mais próximo da região equatorial, menor será a amplitude 
térmica anual (variação da temperatura media mensal durante o ano), 
consequentemente, nestas regiões as diferenças entre as temperaturas durante o verão e 
durante o inverno são pequenas. Entretanto, em certas regiões tropicais e sub-tropicais 
uma elevada amplitude térmica pode ocorrer em função da continentalidade, altitude e 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 2 
da baixa umidade do ar. A cada 100m no aumento da altitude, ocorre uma redução de 
0,5 Co quando o ar está úmido e de 1,0 Co, quando o ar está seco. 
 Nas regiões temperadas e sub-tropicais existe maior amplitude térmica anual e 
as estações climáticas são mais bem definidas. 
 
- Circulação do ar (ventos): 
 A movimentação do ar ocorre devido à distribuição desigual da energia solar na 
superfície da Terra, em função: 
 - forma esférica da Terra: faz com que os feixes de luz incidam em ângulos 
diferentes; 
 - distribuição de terras e água: aquecem de forma desigual (calor especifico); 
 - movimento de rotação: dia/noite 
 - eixo inclinado da Terra e movimento de translação: estações do ano; 
 - cadeias de montanha: obstáculo à movimentação do ar. 
 A região equatorial é a região na superfície terrestre que mais recebe radiação 
solar durante o ano. A radiação solar provoca o aquecimento do ar, forçando uma 
movimentação ascendente, criando uma zona de baixa pressão, conhecida como Zona 
de Convergência Inter-tropical (ZCIT). Quando o ar úmido sobe, ocorre o resfriamento 
e a precipitação da umidade na forma de chuva. A elevada temperatura e precipitação 
irá proporcionar as condições ambientais para a ocorrência de florestas ombrófilas 
densas (Floresta Amazônica, Floresta do Congo, Florestas da Malásia). 
 Após o movimento ascendente, o ar quente e úmido perde a umidade e se torna 
seco e frio. Este ar seco faz o movimento descendente, criando uma região de alta 
pressão. As regiões no globo onde isto ocorre são caracterizada pela baixa umidade, 
favorecendo a ocorrência de um “cinturão de desertos” ao longo do globo. Na América 
do sul, não ocorre a formação do “cinturão de desertos”, pois a área de baixa pressão é 
deslocada para a região do semi-árido Nordestino (Caatinga) devido a força que o 
fenômeno da ZCIT ocorre na Amazônia. 
 As célulasde circulação de ar devido a este aquecimento diferencial podem ser 
observadas nas figuras abaixo. Os ventos que formam estas células são conhecidos 
como alísios. 
 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 3 
 
Fonte: 
 
 
Fonte: 
 
Diferenças entre o aquecimento do continente e o oceano durante o dia: 
 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 4 
 
Fonte: 
 
Diferenças entre o aquecimento do continente e o oceano durante estações: 
 
 
Fonte: 
 
- Precipitação pluviométrica: 
 Nas regiões tropicais e sub-tropicais, o total de precipitação anual e a 
distribuição das chuvas apresentam grandes diferenças. A precipitação pluviométrica é 
fortemente influenciada pela orografia e pela continentalidade. Um exemplo clássico de 
como estes fatores afetam as formações florestais é a ocorrência de Cerrado em Brasília 
e de Floresta Ombrófila Densa no Rio de Janeiro. As duas regiões apresentam elevada 
precipitação média anual, entretanto no Rio de Janeiro (1.100 mm) as chuvas são bem 
distribuídas durante o ano inteiro e em Brasília (1.500 mm) existe um período seco e 
chuvoso bem definido. 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 5 
 Outro exemplo interessante da influência da precipitação pluviométrica sobre a 
vegetação é a falha de ocorrência de floresta ombrófila densa na Região de Cabo Frio, 
Rio de Janeiro. A Mata Atlântica, “senso stricto”, ocorre ao longo de uma estreita faixa 
costeira, desde o Nordeste até o Sul do Brasil. Entretanto, na região de Cabo Frio, norte 
fluminense, existe uma interrupção da Mata Atlântica, com ocorrência de uma faixa de 
floresta estacional semidecidual. Esta região apresenta as águas do oceano mais frias 
(daí o nome Cabo Frio) devido a fenômeno de ressurgência de uma corrente marinha 
finda da Antártida. Este resfriamento das águas irá causar uma menor evaporação das 
águas do oceano, tornando a região mais seca. 
 
 3 Classificação do clima 
 
 A classificação climática de Köppen é um dos sistemas mais utilizado no 
mundo. Foi desenvolvido por Wladimir Köppen, um climatologista alemão, por volta de 
1900. Este sistema se baseia no conceito de que a vegetação nativa é a melhor expressão 
do clima, por tanto os limites das zonas climáticas foi definida utilizando informações 
sobre a vegetação. Esta classificação combina médias anuais e mensais de temperatura e 
precipitação, assim como a sazonalidade da precipitação. 
 O esquema de classificação climática de Köppen divide o clima em cinco grupos 
principais e vários outros sub-grupos. Cada tipo de clima em particular é representado 
por 2 a 4 letras. 
 
Grandes grupos climáticos: 
 
A – Clima tropical: 
 
 - Clima megatérmicos; 
 - Temperatura média do mês mais frio do ano >18oC; 
 - Estação invernosa ausente; 
 - Forte precipitação anual (superior a evapotranspiracao). 
 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 6 
 O grupo A é sub-dividido em 4 categorias, de acordo com a distribuição das 
chuvas: 
 
Af – Clima equatorial. Clima úmido. Ocorrência de precipitação em todos os meses do 
ano. Inexistência de estação seca bem definida. Este tipo de clima define a formação de 
florestas tropicais úmidas, como a Amazônia. Exemplo de cidades com este clima: 
Manaus, Belém, Santos. Ocorre predominantemente na região equatorial, com algumas 
exceções. 
Am – Clima de monções. Precipitação anual maior do que 1500mm, mas com 
precipitação do mês mais seco menor do que 60mm. Este clima é caracterizado por uma 
estacionalidade da pluviosidade relacionada com o aquecimento diferencial entre o 
continente e água em diferentes épocas do ano. 
Aw – Clima savânico. Estação seca bem pronunciada, com chuvas concentradas no 
verão. Exemplo: região de cerrado. Nos locais onde a chuva se concentra no inverno, a 
codificação utilizada é As. 
 
B – Clima árido: 
 
 - Climas secos (precipitação inferior a 500mm); 
 - Evapontranpiração potencial anual superior à precipitação anual; 
 - Não existem cursos da água permanentes. 
 
 Primeiramente, o grupo B pode ser subdividido de acordo com a quantidade de 
chuva anual em BS (clima de estepes), entre 380-760mm, e BW (clima de deserto), 
menor do que 250mm. Os climas BS e BW podem ser subdivididos novamente de 
acordo com temperatura em: BSh ou BWh que ocorrem em locais quentes (temp. média 
anual >18oC) e BSk ou BWk que ocorrem em locais frios (temp. média anual <18oC). O 
semi-árido brasileiro, que ocorre no nordeste e norte de Minas Gerais, é caracterizado 
como BSh. 
 BSh – Clima de estepes frias 
 BSk – Clima de estepes quentes 
 BWh – Clima de desertos quentes 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 7 
 BWk – Clima de desertos frios 
 
C – Clima temperado ou temperado quente: 
 
 - Clima mesotérmico; 
 - Temperatura média do dos três meses mais frios compreendidas entre -3oC e 
18oC; 
 - Temperatura média do mês mais quente > 10oC; 
 - Estações de verão e inverno bem definidas. 
 O grupo C apresenta subdivisões em dois grupos hierárquicos, primeiro em 
função da distribuição da chuva (Cf, Cw e Cs) e posteriormente em função da 
temperatura (Cfa,Cfb, Cfc, Cwa, Cwb, Cwc, Csa, Csb e Csa). Então, temos os seguintes 
grupos: 
 
- Cf: clima temperado úmido sem estação seca: 
 Cfa: clima temperado úmido com verão quente (temperatura do mês mais quente 
>20oC). Exemplo: Porta Alegre. 
 Cfb: clima temperado úmido com verões amenos (mês mais quente com 
temperatura média <22oC). 
 Cfc: clima temperado úmido com verão curto e fresco (mês mais quente com 
temperatura média <22oC e temperaturas médias do ar > 10°C durante menos de 
4 meses). Exemplo: Punta Arenas. 
- Cw: clima temperado úmido com inverno seco: 
 Cw a: clima temperado úmido com inverno seco e verão quente. Também 
classificado como clima subtropical/tropical de altitude. Exemplo: várias 
cidades do sudeste. 
 Cwb: clima temperado úmido com inverno seco e verão ameno. 
 Cwc: clima temperado úmido com inverno seco e verão curto e fresco. 
- Cs: clima temperado úmido com verão seco: 
 Csa: clima temperado úmido com verão seco e verão quente. 
 Csb: clima temperado úmido com verão seco e ameno. 
 Csc: clima temperado úmido com verão seco, curto e fresco. 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 8 
 
D – Clima continental ou temperado frio: 
 - Clima microtérmico; 
 - Temperatura média no mês mais frio <-3oC; 
 - Temperatura média no mês mais quente >10oC; 
 - Estações de verão e inverno bem definidas. 
 Assim como o grupo D, se divide em dois grupos hierárquicos em função 
primeiramente da distribuição das chuvas e, posteriormente, em função da temperatura. 
 
- Df: Clima temperado frio sem estação seca: 
 Dfa: clima temperado frio sem estação seca e com Verão quente. 
 Dfb: clima temperado frio sem estação seca e com Verão ameno. 
 Dfc : clima temperado frio sem estação seca e com Verão curto e fresco. 
 Dfd : clima temperado frio sem estação seca e com Inverno muito frio. 
 
- Dw: clima temperado frio com inverno seco: 
 Dwa : clima temperado frio com Inverno seco e com Verão quente. 
 Dwb: clima temperado frio com Inverno seco e com Verão ameno. 
 Dwc : clima temperado frio com Inverno seco e com Verão curto e fresco. 
 Dwd : clima temperado frio com Inverno seco e muito frio. 
 
E – Clima glacial: 
 - Clima polar e de alta montanha; 
 - Temperatura média inferior a <10oC durante todo ano; 
 
Classificado em três categorias: 
 
- ET: Clima de tundra; 
- EF: Calota polar; 
- EM: Altas montanhas. 
 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 9 
Classificação Climática de Koppen 
 Temperatura do ar Precipitação 
 T F M S W f m w s 
A Tropical - - - - - Equatorial 
Af 
Monções 
Am 
Savana, 
chuvas 
de verão 
Aw 
Savana, 
chuvas de 
inverno 
As 
B Árido Estépico 
BS 
Desértico 
BS 
- - - - 
C Temperado - - - - - Subtropical 
Cfa 
Oceânico 
Cfb 
- Sul de 
Minas, 
Pampeano 
Cwa, 
Cwb 
Mediterrâneo 
Csa, Csb 
D Continental - - - - - Continental 
Dfa, DfbSubártico 
Dfc, Dfd 
- Manchuriano 
Dwa, Dwb 
- 
E Glacial Tundra 
ET 
Polar 
EF 
Alpino 
EM 
 
Fonte: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 10 
II – FATORES EDÁFICOS 
 
1 Introdução 
 
As florestas tropicais úmidas apresentam uma diversidade de plantas 
surpreendente, com o padrão de distribuição espacial influenciada pelos fatores bióticos 
e abióticos do meio. Dentre os fatores abióticos, o ambiente edáfico é essencial para 
garantir o estabelecimento da floresta, pois além de suporte físico, garante através do 
ciclo hidrólogo e dos processos biológicos e bioquímicos, o fluxo de água, nutriente e 
energia, permitindo o estabelecimento de relações ecológicas diversas, importantes para 
a diversidade da vida macro e microscópica do ecossistema (SIQUEIRA et al., 1994). 
Dentre os principais fatores edáficos que interferem na distribuição de espécies 
arbóreas, podemos considerar sua textura, estrutura, composição química, grau de 
acidez e alcalinidade e capacidade de retenção de água e nutrientes. Como regra geral, 
espécies florestais podem crescer melhor em solos úmidos, com uma boa aeração e ricos 
em nutrientes. 
O entendimento da relação solo-planta é de extrema importância para melhor 
compreender a dinâmica de floresta tropicais úmidas. 
 
2 Influência dos fatores edáficos na distribuição e desenvolvimento de 
espécies florestais 
 
2.1 Fertilidade 
 
 Apesar da elevada riqueza de espécies existente em florestas tropicais, em geral 
os solos que fornecem suporte a esta vegetação são bastante pobres em nutrientes e de 
elevada acidez (Felfili, 1993). Este aparente paradoxo é explicado pela eficiente 
ciclagem de nutrientes que ocorrem nestes ambientes. Os nutrientes que estão na 
biomassa florestal chegam ao solo por meio da queda do “litter”, formando assim uma 
camada sobre o solo conhecida como serrapilheira. A partir do momento que este 
material orgânico começa a se decompor, os nutrientes são prontamente absolvidos por 
uma rede formada por raízes finas das árvores associadas a microorganismos. Este 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 11 
processo conhecido como ciclagem biogeoquimico ocorre com extrema eficiência, 
permitindo uma elevada diversidade de espécies e produtividade primária. Como já 
observado por Kimmins e Krumlik (1975), o baixo estoque de nutrientes altamente 
circulantes no ecossistema tem maior capacidade de sustentar a alta diversidade do que 
grande estoque de nutrientes pouco circulantes. 
 Vários estudos têm demonstrado que a diversidade de espécies está 
negativamente correlacionada com a fertilidade do solo, em particular com a 
disponibilidade do fósforo no solo. Esta relação tem sido explicada em função ao 
aumento da competição exercida pelas espécies exigentes em fertilidade em relação às 
demais. 
 
2.2 Textura e estrutura 
 
 O crescimento e a distribuição de espécies arbóreas são fortemente influenciados 
pela estrutura e textura do solo. São poucas espécies que conseguem se desenvolver em 
solos compactados. A compactação do solo pode ocorrer devido a várias atividades 
antrópicas. Além disso, em ambientes cujos solos se encontram compactados o processo 
de sucessão ocorre de forma extremamente lenta. 
 A importância da textura e a estrutura do solo esta relacionada com a porosidade 
do solo. Por sua vez, o tamanho e a distribuição dos poros são importantes, pois 
determinam a capacidade de retenção de água do solo, as taxas de infiltração e 
drenagem e a aeração, tudo isso com forte efeito sobre o desenvolvimento e a 
distribuição de plantas (SOLLINS, 1998). 
 A textura refere-se à proporção de argila, silte e areia presente nas camadas do 
solo. Solos arenosos apresentam uma melhor drenagem e menos nutrientes, devido à 
alta taxa de lixiviação. Por outro lado, solos ricos em argila podem apresentar 
problemas de drenagem. A estrutura refere-se ao arranjo, orientação e organização das 
partículas do solo (agregados prismáticos, laminares, colunares, granulares e em bloco). 
O espaço total de poros varia de 35% para solos pobremente agregados a 65% para 
solos bem agregados. 
 
2.3 Umidade 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 12 
 
 A produtividade primária de um ecossistema florestal depende da 
disponibilidade de água paras as plantas. Por isso a capacidade de retenção de água 
pode ser considerada como um indicador da qualidade do solo. Vegetação com alta 
densidade só pode ser encontrada em locais onde as propriedades do solo permitam que 
uma grande proporção da chuva seja retida e disponível para as plantas. 
 A incorporação de algum material orgânico no solo pode exercer um papel 
positivo no balanço de água no solo. Materiais ricos em compostos de carbono podem 
aumentar os níveis de fertilidade, estimular a formação de agregados no solo, aumentar 
a permeabilidade hidráulica e a capacidade de retenção de água. 
 As mudanças microclimáticas devido à formação de clareiras, também podem 
afetar umidade disponível no solo. Quando há a formação de uma clareira, o topsolo irá 
se tornar mais seco devido o aumento da evaporação. Já as camadas mais profundas irão 
ficar mais úmidas do que na floresta devido a menor transpiração que ocorre nas 
clareiras (BECKER et al., 1988). Estas mudanças nas condições de umidade do solo são 
cruciais para o desenvolvimento da regeneração da floresta, sendo fortemente associada 
com a presença e o tamanho das clareiras (HARTSHORN, 1978). Variações na umidade 
do solo que ocorrem em ambientes florestais, em função da formação de clareiras, 
também afetam as taxas de decomposição e de mineralização, que por sua vez 
influencia na disponibilidade de nutrientes e, portanto o crescimento das plantas. 
 Poucas espécies conseguem se desenvolver em solos constantemente alagados. 
O déficit de oxigênio representa um sério obstáculo para a germinação de sementes e o 
estabelecimento de mudas de diversas espécies. Portanto, em ambientes alagados 
normalmente ocorrem plantas com a habilidade de valer-se alternativamente ou até 
exclusivamente de reprodução assexuada, ou também, de um ajuste fenológico para a 
dispersão de sementes em uma época favorável. Espécies que ocorrem nas áreas com 
alagamentos sazonais necessitam de habilidades para se adaptarem a condições de 
alagamento prolongado. 
 CLARK e CLARK (2000), estudando a variação na estrutura e na biomassa de 
uma floresta tropical úmida, verificaram quem solos de várzeas apesar de possuírem 
solos mais férteis, apresentam menor densidade de árvores, menor área basal, menor 
biomassa da parte aérea e menor diversidade de espécies. O efeito de pulsos de 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 13 
alagamentos e de fertilidade pode explicar a comparável menor diversidade de espécies 
nas várzeas. 
 
2.4 Profundidade do perfil do solo 
 
 Dentre as características físicas, a profundidade do perfil do solo tem sido citada 
como um dos principais fatores que determinam a produtividade de um local. A 
profundidade do topsolo é um fator crítico que afeta o crescimento de árvores. Esta 
camada apresenta grande quantidade de matéria orgânica e nutriente, geralmente 
apresenta boa aeração e é bem drenado, permitindo o máximo crescimento e penetração 
das raízes (BARROS, 1974). 
 Quanto maior a profundidade efetiva, ou seja, a porção do perfil, em que não há 
qualquer impedimento (camadas de rocha, adensadas, etc.), para o livre crescimento do 
sistema radicular, maior a produtividade primária. 
 
2.5 Acidez e toxidez por alumínio 
 
O pH do solo é muito importante, pois varia inversamente com a toxidez de Al e 
diretamente com a disponibilidade de cátions trocáveis. Os solos ácidos representam 
63% das áreas nos trópicos úmidos. Em solos florestais, a acidez interfere em vários 
processos ecológicos, incluindo as reações de trocas entre plantas e os nutrientes, a 
atividade biológica do solo, a intemperizaçãomineral e a concentração de Al e H+ na 
solução do solo. A contínua acidificação do solo de ecossistemas florestais pode 
ocasionar a diminuição do crescimento e aumentar a mortalidade em longo prazo das 
árvores. Desta forma, o pH do solo irá influenciar na quantidade de indivíduos por 
hectare. As áreas com maior concentração de Al, e o pH baixo irão possuir menor 
densidade da vegetação que áreas com características opostas. 
A acidez e a toxicidade por Al é um problema sério nos solos de cerrado, que se 
constitui na segunda maior formação vegetal brasileira, depois da floresta Amazônica, 
abrangendo aproximadamente 25% do território brasileiro. A qualidade do solo do 
cerrado é um fator que determina o tipo de vegetação característica deste ecossistema. O 
solo é profundo, bem drenado e submetido a intenso intemperismo e lixiviação, o que o 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 14 
torna ácido, pobre em nutrientes e com altos teores de ferro e alumínio. A toxidade do 
íon alumínio pode ser um dos fatores limitantes para o crescimento das plantas em tais 
solos (GOODLAND e FERRI, 1979). Na planta, o alumínio causa a inibição do 
crescimento, provavelmente por impedir o influxo de minerais como cálcio, magnésio e 
fosfato, ou por inibir o crescimento da raiz (MEHARG, 1994) 
Estudos realizados por HARIDASAN (1982) com espécies nativas do cerrado 
identificaram algumas delas como acumuladoras de alumínio (acumulando mais de 
1000 mg. kg-1). Tal acúmulo observado nas folhas, não está associado ao baixo nível 
dos minerais essenciais, indicando que as espécies acumuladoras de alumínio possuem 
mecanismos de adaptação eficientes na utilização dos nutrientes (HARIDASAN et al. 
1987). 
 
2.6 Salinidade 
 
 A toxidez por sal, déficit hídrico e a deficiência de nutrientes são os principais 
fatores que limitam o crescimento de espécies arbóreas em ambientes salinos. Para se 
estabelecerem e sobreviverem nestes ambientes, as plantas devem ser adaptadas ao 
baixo potencial hídrico e precisam limitar a absorção de sal para impedir problemas 
com toxidez. A salinidade afeta a produtividade primária, a área foliar, o comprimento 
dos internódios, a morfologia das folhas, o tamanho dos propágulos e a arquitetura das 
árvores. 
 Existem várias espécies adaptadas a ambientes salinos como, por exemplo, 
Rhizophora mangle, que sobre condições naturais é capaz de crescer em áreas com a 
salinidade variando entre 0 a 90%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 15 
 III – PRINCIPAIS BIOMAS TERRESTRES 
 
1 Tundra 
 
• Sem crescimento de árvores 
• Vegetação arbustiva, herbáceas, musgos e líquens. 
 
– Baixas temperaturas e estação de crescimento lento 
 
Subdividida em: 
 
• Tundra Ártica 
– Solo permanentemente congelado 
– Inverno frio e escuro. Temp. média -28oC 
– Verão com temp. média até 12oC 
– Ventos fortes 
– Baixa precipitação pluviométrica 
 
• Tundra Alpina 
– Elevada altitude 
– Não apresenta solos permanentemente congelado 
 
2 Taiga e Floresta Boreal 
 
 Bioma caracterizado pela abundância de coníferas. 
 Área de ocorrência: predominante em regiões interioranas do Alaska, Canadá, 
Suécia, Finlândia, Noruega e Rússia (principalmente na Sibéria). 
• Clima continental 
• Temperatura -50 a 30oC 
• 8 meses temperatura < 10oC 
• Solos jovens pobres em nutrientes 
 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 16 
3 Floresta Temperada 
 
 Ocorrem na América do Norte, Europa, Ásia (China, Japão e Coréia), Austrália, 
Nova Zelândia, Argentina e Chile. 
 
a. Floresta Temperada Mista 
 
Transição Taiga e Florestas Temperadas Decíduas 
Árvores angiospermas caducifólias + Coníferas 
Elevada precipitação 
Espécies: Quercus spp., Fagus spp., e coníferas 
Temperatura média anual: 5.5 a 15.5oC 
 
b. Floresta Estacional Temperada 
 
• Mudança da coloração das folhas 
• Árvores caducifólias 
• Quercus spp., Fagus spp., Castanea spp., 
• Espécies: Quercus spp., Fagus spp., e coníferas 
• Pinus como espécies do início do processo sucessional 
• Temperatura média anual: até 20oC 
• Elevada ppt pluviométrica 
 
4 Vegetação Mediterrânea 
 
Área de ocorrência: Costa da Califórnia, México, Chile e região mediterrânea. 
 
• Verões secos e invernos úmidos. Com neve em locais de alta altitude 
• Verões quentes  até 40oC na Grécia 
• Espécies arbustivas e esclerofilas 
• Ocorrência de fogo natural 
 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 17 
5 Pradaria 
 
 Locais de baixa altitude 
 Vegetação dominante ervas e arbustos, com poucas árvores, em latitudes 
temperadas ou sub-tropicais 
 Pradaria (EUA), Estepe (Eurásia), Pampa (America do Sul), Veld (Africa do 
Sul) 
 Verões úmidos e invernos secos e frios 
 
6 Deserto 
 
 No globo terrestre os desertos estão associados aos locais com elevada pressão 
atmosférica e com precipitação pluviométrica inferior a 250 mm. Na classificação 
climática de Köppen os desertos são classificados como BWh (desertos quentes) e BWk 
(desertos frios). 
 A vegetação é pouco estruturada, com domínio de gramíneas e arbustivas. As 
espécies apresentam adaptações morfológicas e fisiológicas para se desenvolver em um 
ambiente tão limitante. 
 
7 Estepe Tropical 
 
Ocorrem predominantemente na América do Sul (Venezuela e Caatinga), África, 
Índia e Austrália. 
 
 Área de transição entre os trópicos úmidos e secos 
 Locais de alta-pressão atmosférica 
 Localização continental 
 Clima semi-arido 
 
8 Floresta Decídua Tropical 
 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 18 
Mais do que 50% dos indivíduos perdem as folhas durante o período seco do 
ano. 
 
9 Floresta Semidecídua Tropical 
 
Até 50% dos indivíduos perdem as folhas. 
 
10 Savana 
 
 No globo terrestre, os ambientes savânicos são caracterizados pela dominância 
de gramíneas e a presença de poucas árvores e arbustos espalhados pela paisagem. 
No Brasil, a savana recebe o nome de Cerrado, sendo classificado pelo IBGE nas 
seguintes categorias: savana gramíneo-lenhosa, savana parque, savana arborizada 
(cerrado stricto sensu) e savana florestada (cerradão). Esta classificação representa 
um gradiente estrutural, indo de um extremo com ausência de árvores (gramíneo-
lenhosa) até outro extremo com muitas árvores (florestada). 
 Dentro dos fatores determinantes para a ocorrência de savanas destacam-se: 
 Solos pobres em nutrientes, com toxidez por alumínio e ácidos; 
 Ocorrência de fogo 
 Estacionalidade climática, com um período seco bem definido; 
 Herbivoria. 
 
11 Floresta Pluvial Tropical 
 
 Florestas pluviais tropicais ocorrem em áreas com elevada precipitação total 
anual, com chuvas durante o ano inteiro e com elevadas temperaturas. São formações 
vegetacionais com elevada produtividade primária, elevada diversidade, altamente 
estruturada, com árvores de grande porte e diferentes estratos verticais. 
 As principais áreas com ocorrência de floresta tropical úmida no globo terrestre 
são: América do Sul e Central, África e Ásia (principalmente na Índia e na Malásia). 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 19 
 IV – FORMAÇÕES VEGETACIONAIS DO ESTADO DE SANTA 
CATARINA 
 
 As principais formações vegetacionais do Estado de Santa Catarina são de 
acordo com a classificação do IBGE: 
 
- Formações Pioneiras 
- Floresta Ombrófila Densa 
- Floresta Ombrófila Mista 
- Florestas Estacionais Deciduais 
- Formações Estépicas 
- Refúgio ecológico 
 
1 Formações Pioneiras 
 
Abrange a vegetação que é direta ou diretamente influenciada pelo oceano e 
conseqüentes condições edáficas. Os principais tipos de formações pioneiras são: 
- Mangue: encontrado principalmente em baias, reentrâncias do mar e 
desembocadura de rios. Algumas espécies típicas desta formação são: Avicennia 
schaueriana (siriúba), Laguncularia racemosa (mangue-branco) e Rizophora 
mangle (mangue-vermelho). 
- Restinga: Klein (1978) subdividiu a restinga nos seguintes tipos: 
 - Formações de Praiaou psamófila, com espécies predominantemente herbáceas, 
como salsa-da-praia, batateira-da-praia (Ipomea sp.) grama-da-praia (Paspalum 
vaginatum), dentre outras. 
 - Formações que ocorrem em dunas semifixas, com dominância de aroeira-
vermelha (Schinus terebenthifolius), pau-de-bugre (Lithraea brasiliensis), dentre 
outras. 
 - Formações que ocorrem em terrenos arenosos firmes, com predominância de 
várias espécies de Myrtaceae. 
 - Formações em substrato rochoso, com dominância de cactaceaes e 
bromeliáceas. 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 20 
 
2 Floresta Ombrófila Densa (Floresta Tropical Pluvial) 
 
 Originalmente, correspondia a 1/3 da área total do Estado. Ocorre sob um clima 
ombrófilo sem período biologicamente seco durante o ano. Podem ser sub-divididas em 
aluviais, quando associada a rios, e de acordo com a altitude em Terras-baixas, Sub-
montana, Montana e Alto-montana. 
 Devido a grande heterogeneidade ambiental presente na área de ocorrência de 
FOD no Estado de Santa Catarina, Klein (1978) identificou as seguintes regiões 
fitogeográficas: 
 
a) Planícies quartenárias setentrionais: Ao longo do litoral norte, desde a 
desembocadura do Rio Saí-Guaçu até o Rio Itapocu, se estende vastas 
planícies quartenárias onde ocorrem principalmente dois tipos de 
agrupamentos: 
 - Áreas mais drenadas: Tapirira guianensis, Ocotea pretiosa, Nectandra 
oppositifolia, Calophyllum brasiliense, Alchornea triplinervea e Ficus 
organensis. 
 - Áreas de depressões: Richeria australis. 
 
b) Encosta da Serra do Mar Setentrional: Dominam as seguintes espécies: 
Sloanea guianensis, Guapira opposita, Cryptocarya aschersoniana e Euterpes 
edulis. 
 
c) Alto da Serra do Mar: Área situada entre os municípios de Joinville e 
Campo Alegre, numa altitude de 700 a 1.000 m. Espécies típicas: Nectandra 
lanceolata, Alchornea triplinervea e Alchornea sidifolia. 
 
d) Litoral e encosta centro-norte: Área do Baixo Vale do Itajaí. Dentre as 
espécies predominantes destacam-se: Ocotea catharinensis, Sloanea guianensis, 
Alchornea triplinervea, Euterpes edulis, Guapira opposita, dentre outras. 
 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 21 
 e) Alto Vale do Itajaí: Espécies típicas são Ocotea catharinensis, Ocotea 
pretiosa, Aspidosperma olivaceum, Copaifera trapezifolia, Cryptocarya 
aschersoniana, Hieronyma. 
 
 f) Floresta Tropical do litoral e encosta centro-sul: Matas de encosta 
íngremes, situadas nas diversas ramificações da Serra do Mar e da Serra Geral. A Serra 
do Tabuleiro representa um divisor fitogeográfico muito evidente para diversas espécies 
tropicais, muito abundantes no Vale do Itajaí e ao norte da costa catarinense (Klein, 
1978). 
 
 g) Floresta Tropical Meridional nas encostas da Serra Geral: Nas encostas 
íngremes (aparados da serra) da Serra Geral e, sobretudo nas suas diversas ramificações 
menores, encontramos uma floresta caracterizada pela abundância de Talauma ovata 
(baguaçu), Guapira opposita (maria-mole),Virola oleifera (bicuiba). 
 
 h) Floresta Tropical das planícies quartenárias do sul: Área compreendida 
entre Jaguaruna-Tubarão e o extremo sul (Sombrio e Praia Grande). 
 
 i) Floresta baixa de topo de morro: Nos locais mais altos com solos mais rasos 
e terreno com declividade acentuada, encontra-se uma vegetação muito típica e bastante 
uniforme, onde são freqüentes: Clusia criuva, Lamanonia sp., Tibouchina sellowiana, 
Drimys brasiliensis, Weinmania sp. e Clethra scabra. 
 
3 Floresta Ombrófila Mista 
 
4 Florestas Estacionais Deciduais 
 
5 Formações Estépicas 
 
6 Refúgio Ecológico 
 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 22 
 V - FLORESTAS TROPICAIS E SUBTROPICAIS AO LONGO DE 
GRADIENTES ALTITUDINAIS 
 
 Ao longo de gradientes altitudinais, as formações florestais apresentam 
mudanças graduais na estrutura e composição florística, associadas principalmente 
às alterações micro-climáticas e edáficas. Nas matas montanas, o aumento da 
altitude esta geralmente associada a reduções na altura das árvores (e do dossel) e na 
riqueza de espécies de espécies arbóreas, as quais chegam a valores bastante 
pequenos nos extremos mais elevados dos gradientes altitudinais, onde geralmente 
desenvolvem-se matas nebulares ou matas altimontanas, muitas vezes abaixo de 
regiões onde as condições abióticas impedem o crescimento de árvores ou florestas. 
Ao mesmo tempo em que a estatura das árvores tipicamente diminui, também as 
suas folhas tornam-se menores, mais rijas e mais espessas (Falkenberg, 2001). 
 Em áreas de elevada altitudes é comum a formação de nebulosidade, criando um 
ambiente com elevada umidade relativa do ar, precipitação pluviométrica, menor 
radiação solar e menores temperatura. A formação de nuvens depende da direção e 
velocidade do vento, umidade do ar, distância do oceano, forma e orientação da 
cadeia de montanha e perfil vertical da temperatura do ar. Devido às condições 
ambientais, nestes locais os solos apresentam menor taxa de decomposição de 
matéria orgânica e de intemperismo. O microclima das matas nebulares é muito 
influenciado pela combinação da elevada umidade relativa do ar com precipitacao 
horizontal; estes dois elementos associados a baixa temperatura, deixam estas matas 
quase permamentemente umidas. Esta alta umidade favorece a “invasao por liquens 
e briofitas” epifiticas. Em função da baixa produtividade primária, o crescimento 
dos indivíduos arbóreos é lento e a vegetação típica é dominada por árvores baixas, 
tortuosas e com folhas pequenas. A fitofisionomia é caracterizada pela menor 
estratificação vertical, menor biomassa, maior ocorrência de pteridofitas, musgos e 
liquens, assim como a redução de lianas. 
 
America do Sul (Hueck, 1972): 
 matas de mirtaceas da floresta tucumano-boliviana (no N da Argentina e S 
da Bolivia); 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 23 
 as matas de “ceja” da encosta oriental dos Andes (na Bolivia, Peru e 
Equador); 
 “matas andinas” (Colombia) 
 matas de neblina (Venezuela) 
 “mata pluvial costeira (Brasil) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE FITOGEOGRAFIA 
 
 24 
VI - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Outros materiais