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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS AGROVETERINÁRIAS APOSTILA DE DENDROLOGIA MANUAL DE DENDROLOGIA PARA O PLANALTO CATARINENSE Dr. Pedro Higuchi Dra. Ana Carolina da Silva Lages, SC 2018 APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 2 ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO, DEFINIÇÃO E IMPORTÂNCIA DA DENDROLOGIA.................. 03 2 HISTÓRICO DA DENDROLOGIA............................................................................... 04 3 TÉCNICAS DE COLETA, HERBORIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES ARBÓREAS; HERBÁRIOS E ARBORETOS............................................................... 06 3.1 Materiais para coleta.................................................................................................. 06 3.2 Métodos usuais de coleta........................................................................................... 06 3.3 Herborização.............................................................................................................. 09 3.4 Herbário florestal....................................................................................................... 14 3.5 Arboretos................................................................................................................... 14 3.6 Identificação de espécies arbóreas............................................................................. 14 3.7 Nomenclatura botânica.............................................................................................. 16 4 CARACTERÍSTICAS E TERMINOLOGIAS DENDROLÓGICAS............................ 18 4.1 Tipos de copa............................................................................................................. 18 4.2 Tipos de tronco.......................................................................................................... 19 4.3 Tipos de ritidoma....................................................................................................... 20 4.4 Tipos de base do tronco............................................................................................. 21 4.5 Tipos de folhas........................................................................................................... 21 4.6 Estípulas..................................................................................................................... 26 4.7 Glândulas................................................................................................................... 27 4.8 Presença de exsudado................................................................................................ 27 4.9 Presença de espinhos ou acúleos............................................................................... 28 4.10 Gemas...................................................................................................................... 28 5 PRINCIPAIS GRUPOS TAXONÔMICOS QUE INCLUEM ÁRVORES, PRINCIPAIS ESPÉCIES ARBÓREAS E SUAS RESPECTIVAS DISTRIBUIÇÕES GEOGRÁFICAS............................................................................................................. 29 5.1 Gimnospermas........................................................................................................... 29 5.2 Angiospermas............................................................................................................ 31 6 Referências Bibliográficas............................................................................................... 58 APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 3 1 INTRODUÇÃO, DEFINIÇÃO E IMPORTÂNCIA DA DENDROLOGIA O termo Dendrologia, deriva do grego (dendro = árvore, logia = estudo, tratado) e significa o estudo das árvores. No entanto, atualmente o termo Dendrologia tem um significado mais restrito e pode ser considerado como um ramo da Ciência Florestal ou da Botânica que trata da taxonomia de árvores, incluindo sua nomenclatura, classificação, reconhecimento e distribuição geográfica, características ecológicas e uso das espécies arbóreas (Marchiori, 1995). Os principais objetivos da Dendrologia são (Little, 2002): i) Nomenclatura de árvores – Como as árvores são nomeadas através da nomenclatura científica, nomes comuns e termos botânicos; ii) Classificação de árvores – As características das principais famílias botânicas e como as árvores são classificadas em famílias, gêneros e outros grupos; iii) Reconhecimento de árvores – Reconhecimento de espécies arbóreas a partir de suas características morfológicas, chaves e manuais; iv) Distribuição das árvores – Como as árvores são distribuídas nas zonas climáticas e formações florestais; v) Importância das espécies florestais – A importância ecológica e econômica de espécies arbóreas. Um dos grandes obstáculos encontrados para a identificação de espécies arbóreas é a ausência nas árvores de material fértil (flores e frutos) durante a maior parte do ano. Por isso a Dendrologia é importante para o Engenheiro Florestal, pois permite o reconhecimento de espécies arbóreas no campo por meio técnicas rápidas e eficientes fazendo uso características vegetativas e organolépticas. Podemos chegar, com segurança, à identificação de uma espécie arbórea por caracteres vegetativos, porém, outras, de famílias mais complexas, como algumas Myrtaceae ou Lauraceae, podemos chegar somente à família com os mesmos caracteres. A correta identificação de espécies arbóreas representa uma etapa fundamental em diferentes áreas da Ciência Florestal, como na Silvicultura, no Manejo Florestal e na Tecnologia da Madeira. Erros na etapa de identificação da espécie arbórea podem acarretar grandes problemas na comercialização de madeiras, na indicação de espécies para o reflorestamento e para a recuperação de áreas degradadas e na área de plantas medicinais. Como o Brasil é detentor de uma das maiores diversidades de espécies arbóreas no mundo, a correta identificação botânica de árvores representa um desafio e uma necessidade para o aproveitamento de espécies arbóreas e para o manejo de florestas naturais. A presente apostila tem como finalidade auxiliar estudantes de Engenharia Florestal e de áreas afins no estudo da dendrologia, por meio do conhecimento de caracteres vegetativos e organolépticos das principais espécies arbóreas nativas e exóticas do Planalto Catarinense. APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 4 2. HISTÓRICO DA DENDROLOGIA Para trocar informações sobre diferentes plantas, houve a necessidade de nomeá-las. Os primeiros nomes utilizados foram os vulgares que, dependendo da região, poderia variar a espécie a que se estava referindo, dificultando a correta comunicação sobre as espécies. Desde o Egito Antigo, já existiam registros escritos a respeito do uso e classificação de plantas. Os povos egípcios escreveram o Livro dos Mortos, que continha informação sobre espécies utilizadas no ritual de mumificação, e também o Livro dos Vivos, com informações a respeito de plantas medicinais. Além disso, para melhor entendimento do mundo vegetal, houve a necessidade de agrupar as plantas, e os gregos fizeram as primeiras tentativas de sistematizar o material empírico acumulado, baseando-se nos caracteres mais visíveis. O primeiro sistema conhecido, criado por Aristóteles e Teofrasto (384-284 a.C.) dividia o reino vegetal em árvores, arbustos e ervas, distinguindo formas caducifólias e sempreverdes. Com o enriquecimento do material botânico, vindo de diversas partes do mundo, e maior conhecimento sobre as plantas, principalmente as medicinais, deu-se início ao Período Descritivo, onde houve a criação de listas com descrições das plantas,principalmente por monges ou médicos, e o surgimento dos Jardins Botânicos. Baseando-se nas coleções vindas de diversas partes do mundo, foram criados vários sistemas de classificação baseados na morfologia externa das plantas, este foi o Período de Sistematização, que era ainda influenciado pelo princípio da imutabilidade das espécies. Criaram- se sistemas artificiais, entre eles o de Andréa Caesalpino (Piza, 1519-1603), baseado na estrutura de frutos e sementes e o de Karl Von Lineé (Suécia, 1707-1775), o mais prático e completo do período, baseado na morfologia das flores. Por isso, as propostas de Lineu podem ser consideradas a base da sistemática e taxonomia de hoje. Ele dividiu o reino vegetal em Criptógamas e Fanerógamas, idealizou uma nomenclatura binária ainda em vigor, e estabeleceu classes e ordens de plantas, baseando-se do seu sistema sexual. O termo “dendrologia” foi utilizado pela primeira vez no ano de 1668 com o título de uma enciclopédia sobre árvores (Dendrologiae naturalis) de autoria do naturalista italiano Ulisse Aldrovandi. Com o aumento do conhecimento sobre a flora mundial, verificou-se maiores afinidades naturais entre plantas do que as indicadas por Lineu, organizando as plantas em grupos por meio de caracteres morfológicos e anatômicos comuns. Porém, ainda não eram “sistemas naturais”, pois não incorporavam a idéia da evolução. Um sistema que se aproximou dos princípios naturais, mas ainda é artificial, é o de Antoine Jussieu (1748-1836, Paris), que tenta agrupar os organismos numa seqüência, partindo dos mais primitivos e simples aos mais complexos morfologicamente. Jussieu empregou na definição das classes de fanerógamas o número de cotilédones: APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 5 monocotiledôneas, plantas com uma folha germinal, e dicotiledôneas, plantas com duas folhas germinais. Finalmente, Charles Darwin (1809-1882) publicou seu trabalho sobre a Origem das Espécies, com a teoria da evolução, servindo de alicerce para os verdadeiros sistemas filogenéticos. A partir daí foram desenvolvidos sistemas fundamentados nas teorias de Darwin, sendo um dos primeiros mais importantes o Sistema de Adolf Engler (1844-1930), que não era filogenético em exato sentido, embora compatível com os princípios da evolução, pois foi admitido que no desenvolvimento das flores, dos frutos e das sementes, existe, até certo grau, uma progressão que corresponde ao desenvolvimento filogenético. Até recentemente o Sistema de Arthur Cronquist (Estados Unidos), proposto em 1981, foi utilizado, dividindo as Angiospermas em mono e dicotiledôneas, com 321 famílias e 64 ordens. Por meio de análises cladísticas baseadas em estudos moleculares e da morfologia do grão de pólen, foi proposto o Sistema APG I (1998) para a classificação das Angiospermas, este sucedido pelo Sistema APG II (2003), APG III (2009) e APG IV (2016). O APG é um sistema em constante atualização que utiliza critérios filogenéticos. Os grupos principais de clados (não táxons) das Angiospermas são os seguintes: magnoliídeas monocotiledôneas commelinídeas eudicotiledôneas Núcleo eudicotiledôneas rosídeas eurosídeas I eurosídeas II asterídeas euasterídeas I euasterídeas II APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 6 3 TÉCNICAS DE COLETA, HERBORIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES ARBÓREAS; HERBÁRIOS E ARBORETOS Nos estudos que envolvem coleta para identificação de espécies arbóreas, é necessário conhecer as técnicas adequadas de coleta, de herborização e da identificação do material botânico. 3.1 Materiais para coleta Os materiais normalmente utilizados durante a coleta são: - equipamentos de segurança pessoal, como óculos de segurança para evitar que, durante o manuseio do podão, caiam ciscos e folhas nos olhos, e perneiras até o joelho, para a proteção contra animais peçonhentos; - GPS, para georreferenciamento das árvores a serem coletadas; - tesoura de alto poda ou podão com extensores, para coleta de galhos de árvores a maiores alturas; - binóculo, caso não seja possível a coleta, devido à grande altura da árvore, será utilizado para visualizar as características das folhas, auxiliando na identificação, porém, não substitui a coleta; - tesoura de poda, para coletas em galhos baixos; - caderno para anotar dados dos espécimes coletados, como número e outras características observadas nas árvores (presença de espinhos ou acúleos, látex, lenticelas, etc.); - caneta e lápis para as anotações; - fita crepe para identificação dos espécimes coletados com numeração; - saco plástico para conservação do material botânico coletado até a sua herborização; - canivete, caso necessite retirar um pedaço do caule ou ramos para conhecer características como presença de exsudado, cheiro e coloração; - facão, para “abrir picadas”, retirar lianas quando necessário, etc. 3.2 Métodos usuais de coleta (modificado do Souza & Cota, sem data) 3.2.1 Tesoura de alta poda (podão) As vantagens da utilização do podão são os custos relativamente baixos, o fácil transporte em campo e o fácil manuseio. Porém, existem algumas desvantagens, como o alcance limitado em termos de altura e a ausência do equipamento de qualidade no mercado brasileiro, sendo necessária sua confecção ou importação. O podão precisa ser leve, para facilitar seu manuseio e a coleta em muitas árvores. APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 7 3.2.2 Escalada O pesquisador utiliza equipamentos de escalada para subir na árvore e realizar a coleta. A principal vantagem da escalada é o alcance a locais de difícil acesso, como árvores altas. As desvantagens são os custos relativamente altos, a exigência de profissionais treinados, a impossibilidade de se fazer a e escalada em alguns indivíduos, como aqueles com excesso de galhos laterais e tortuosos, e a relativa lentidão, pois é necessário montar o equipamento de escalada a cada nova árvore a ser coletada. Fonte: http://panathlonclubcamposdojordao.blogspot.com/2009/10/mais-um-esporte-de-aventura- em-cj.html 3.2.3 Esporão O esporão é utilizado para subida na árvore e coleta. As vantagens são a relativa rapidez nas coletas, quando comparado com a escalada, porém é mais demorado que a utilização de podão, o baixo custo do equipamento, o fato de conseguir chegar a alturas maiores que com o podão, e a facilidade de locomoção com os equipamentos. As desvantagens são a necessidade de pessoal altamente treinado para a subida na árvore, devido ao alto risco de acidentes, o porte das árvores, que, dependendo do diâmetro, não possibilita a subida, a impossibilidade de sua utilização em árvores com galhos laterais, e o fato de algumas espécies serem sensíveis aos danos causados pelo esporão, podendo facilitar a entrada de fitopatógenos e, ou, causar a morte da árvore. APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 8 Fonte: Souza & Cota, sem data. 3.2.4 Escadas de alumínio As vantagens da utilização de escadas são o baixo custo, a não exigência de mão de obra qualificada, e o material leve. As desvantagens são a dificuldade de locomoção dentro da floresta e a relativa lentidão das coletas. Fonte: Souza & Cota, sem data. 3.2.5 Espingardas: As espingardas servem para coletar ramos por meio de sua derrubada, e estas podem ser de calibre 22 a 45, de preferência com telescopia. A vantagem é a possibilidade de coletas em grandes APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 9 alturas. As desvantagens são: o alto custo, a necessidade de pessoas treinadas, o alto impacto sonoro, o alto risco de acidentes, a necessidade de se ter o porte de armas, e a nãorecomendação para espécies fibrosas. 3.2.6 Atiradeiras (estilingues): Os estilingues são usados da mesma forma que as espingardas e possui as vantagens de possibilitar a coleta em grandes alturas e o baixo custo do equipamento. A desvantagem é a necessidade de se ter pessoas treinadas. Fonte: http://www.emule.com.br/lista.php?keyword=Atiradeira 3.3 Herborização 3.3.1 Prensagem Após a coleta, o material botânico deve ser prensado antes que seque, para que, na secagem, ele permaneça em um mesmo plano, facilitando a posterior herborização. Para a prensagem pode ser utilizadas prensas de madeira ou outro material, amarradas com cordas. De preferência, não utilizar elásticos, para que haja uma boa prensagem. Cada ramo do material botânico coletado deve ser envolvido com papel absorvente, para que a água contida nele seja absorvida. Em secagem natural, este papel deve ser trocado diariamente, para evitar a ocorrência de fungos. Para que o material botânico seque em um mesmo plano, é necessária a colocação de papelões entre os papeis absorventes. 3.3.2 Secagem A secagem do material botânico coletado pode ser feito naturalmente, em temperatura ambiente, ou em estufas de secagem, com temperatura controlada. Em temperatura ambiente, em APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 10 geral, a secagem é mais demorada e é necessária a troca do papel absorvente todos os dias, para evitar a contaminação por fungos. Em estufas, em geral, a temperatura é mantida em torno de 60oC (Souza & Cota, sem data), evitando ou dificultando a contaminação por fungos. O material botânico é mantido durante 72 horas na estufa para sua secagem completa, dependendo da característica do material botânico (Souza & Cota, sem data). 3.3.3 Materiais utilizados - Estufa para secagem: para secagem do material botânico; Fonte: Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina – EPAGRI/CIRAM, sem data. - Prensa: para prensagem do material botânico; Fonte: Souza & Cota, sem data. - Papel absorvente, que pode ser folhas de jornal: para absorção da água do material botânico; - Papelão: para que a secagem do material botânico seja em um mesmo plano. 3.3.4 Cuidados durante a herborização APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 11 O material botânico deve ser colocado entre as folhas do papel absorvente da forma como deverá ficar após a secagem. Deve-se ter o cuidado de secar os ramos em disposição que demonstra a filotaxia das folhas (disposição das folhas no ramo), e devem ser mostradas as faces inferiores e superiores das folhas, assim como a sua base e ápice. Gemas e inflorescências, quando presentes, devem ser mostradas. Quando a folha é muito grande (simples ou composta), nem sempre é possível secá-la aberta, é necessário dobrá-la de forma que todas estas características sejam demonstradas (ápice, base, filotaxia, gemas, face inferior e superior, pecíolo, etc.). O material botânico muito grande pode ser também levemente quebrado, dobrado, formando angulação de V, N ou M. A secagem pode ser feita separada, porém, fazer a montagem na mesma exsicata. No caso de Palmeiras (família Arecaceae), colocar na exsicata a base, o meio, o ápice da folha e a espádice, além de anotar informações sobre tamanho da folha, posição da inserção das pinas e número de folíolos. Mostrar ambas as extremidades e superfícies das folhas, não cobrir flores ou frutos (Fonte: Missouri Botanical Garden, 2009): Fonte: Missouri Botanical Garden, 2009. Em folhas grandes (simples ou composta), mostrar pelo menos parte do pecíolo para mostrar a posição das folhas e preservar o ápice e a base, de forma a serem visualizado (Fonte: Missouri Botanical Garden, 2009): Sim Sim Não Não Sim Não APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 12 Fonte: Missouri Botanical Garden, 2009. Material grande pode ser levemente dobrado, formando angulação de V ou N, é mais fácil dobrar o caule que dobrar todas as folhas (Fonte: Missouri Botanical Garden, 2009): Fonte: Missouri Botanical Garden, 2009. A secagem pode ser feita separada, porém, a montagem pode ser feita na mesma exsicata (Fonte: Missouri Botanical Garden, 2009): Fonte: Missouri Botanical Garden, 2009. Não dobrar a base lobada de folhas lobadas, neste caso, preferir dobrar o ápice (Fonte: Missouri Botanical Garden, 2009): APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 13 Fonte: Missouri Botanical Garden, 2009. 3.3.5 Montagem das exsicatas As plantas devem ser costuradas em cartolina branca, de tamanho padrão (29 x 42 cm), com boa textura e identificadas com etiqueta colada no canto inferior direito. De cada espécime, pode ser feita duplicatas (sempre coletada na mesma árvore), que servirão para doação, troca e envio para identificação por especialistas. Pode ser utilizada uma capa, geralmente feita de papel Kraft, envolvendo a exsicata e as duplicatas. A etiqueta deve conter as informações básicas: nome científico da espécie; família botânica; coletor (es); data da coleta; local da coleta, com nome do município, estado, país, altitude, coordenadas geográficas e características do local (margem de curso d’água, encosta, etc.); hábito da planta, com altura; especialista identificador da espécie; e outras características importantes. Neste último item é importante colocar as características: cor, odor, tamanho e textura de flores ou frutos, se houver; presença de exsudado; características do tronco (forma, presença de sapopema, etc.), da casca (coloração, ritidoma, presença de espinhos ou acúleos, etc.) e das ramificações (forma, presença de embira, etc.). Exemplo de etiqueta: Fonte: Embrapa Amazônia Oriental. APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 14 3.4 Herbário florestal É um conjunto de plantas secas, prensadas, montadas em cartolina, identificadas e arranjadas de acordo com um sistema de classificação. Estas coleções são usadas na identificação, na documentação e no auxílio à pesquisa botânica. Os herbários são administrados por um curador e as coleções são armazenadas em armários em uma sala sem janelas, para evitar a contaminação por fungos ou insetos e climatizado (baixa temperatura e umidade), para evitar também a contaminação. O ambiente, portanto, deve ser o mais livre de contaminação possível, sendo que cada planta incorporada no herbário deve ser livre de contaminação, permanecendo durante 72 h em frízer à temperatura abaixo de zero grau. Além disso, de seis em seis meses, pelo menos, deve ser feita a descontaminação do herbário com o uso de expurgos (gases tóxicos). Neste, além dos armários, devem existir mesas amplas para a consulta das plantas. Como material complementar, pode-se ter, em salas adjacentes, documentos (catálogos, floras, chaves dicotômicas, monografias), xilotecas (coleção de amostras de madeira) e carpotecas (coleção de frutos que, quando carnosos, são mantidos conservados em solução de álcool). 3.5 Arboretos São coleções de árvores vivas plantadas e devidamente identificadas com o propósito de auxiliar atividades de pesquisa e ensino. Normalmente essas árvores são plantadas em um espaçamento amplo onde as árvores assumem sua forma específica. As árvores podem apresentar duas formas: a forma específica e a forma florestal. A forma específica é quando ela assume menor porte e o fuste pode ser irregular e curto, geralmente com muitas ramificações laterais. Na forma florestal a árvore assume maior porte, normalmente o fuste é reto, mais longo e mais cilíndrico que na forma específica, apresentando, também, menos ramificações laterais. 3.6 Identificaçãode espécies arbóreas O ser humano sempre deu nome às plantas. Cada cultura já teve seu próprio sistema de classificação e de nomenclatura, possibilitando a comunicação, e conseqüentemente, o uso das plantas. A disseminação desta informação entre culturas distintas foi sempre difícil, pois as classificações e os nomes das espécies eram diferentes. Hoje em dia existe um sistema internacional de nomenclatura, baseado em uma classificação que reflete a filogenia das plantas. É APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 15 muito importante que as identificações de plantas sejam corretas e de acordo com este sistema, para que as pessoas, ao se comunicarem sobre as espécies com que trabalham, estejam se referindo às mesmas entidades botânicas (Ribeiro et al., 1999). A identificação consiste na determinação do nome científico correto de uma espécie arbórea através de manuais, flora, chaves, herbários, etc; já o reconhecimento consiste na determinação de uma espécie previamente conhecida a partir de suas características vegetativas (folhas, ramos, filotaxia). Para a identificação e reconhecimento de espécies florestais, é necessário o conhecimento das terminologias botânicas utilizadas para descrever as diferenças morfológicas existentes entre as espécies (Little, Jr., 2002). O mais importante ao identificar plantas é a forma de pensar. As plantas têm milhares de características, muitas das quais se repetem em várias espécies. Assim, a combinação de caracteres de uma planta pode imediatamente sugerir uma identificação ao botânico com experiência, mas pode ser muito difícil para este explicar por que determinado nome apareceu na sua mente. Certas plantas, ou grupo de plantas, têm um jeitão. Aprender jeitões é um processo pessoal que vem com a experiência prática. Às vezes é bom apenas olhar uma planta, deixar sua mente assimilar o “jeitão” e associá-lo com identificações já feitas, ou procurar os caracteres que mais chamem atenção. Com a prática este processo se torna quase automático (Ribeiro et al., 1999). A identificação pode ser feita em herbários, por meio de consultas a especialistas, pela literatura ou chaves. 3.6.1 Literatura A Flora Brasiliensis foi a primeira e mais completa coleção literária da flora brasileira. São 15 volumes (10.367 páginas) escritos em latim e organizados por Carl Friedrich Philipp von Martius, August Wilhelm Eichler e Ignatz Urban, com a participação de 65 especialistas de vários países. Contém a descrição taxonômica de 22.767 espécies, a maioria de angiospermas brasileiras, chaves dicotômicas e algumas pranchas com desenhos. A Flora brasiliensis foi produzida entre 1840 e 1906 e é utilizada até hoje, inclusive com uma versão na internet no site: http://florabrasiliensis.cria.org.br/index. A Flora Brasílica foi organizada por Frederico Carlos Hoehne e publicada em português pela Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo entre 1940 e 1955, pretendendo atualizar e ampliar a Flora Brasiliensis, publicada na Europa. Também possui chaves dicotômicas de identificação em nível de gênero e espécies, distribuição geográfica, descrição das espécies e algumas pranchas com desenhos. APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 16 Comparável a estes trabalhos, o Jardim Botânico de Nova York (NYBG), desde 1964, organiza a Flora Neotropica, escrita em inglês e destinada à publicação do inventário das plantas da região neotropical. Os volumes também contém chaves dicotômicas de identificação à nível de gênero e espécies, distribuição geográfica, descrição das espécies e pranchas com desenhos. Além destas obras existem muitas outras de âmbito local (Flora Catarinense, etc.) que auxiliam na identificação das espécies. 3.6.2 Consulta a especialistas Mesmo com o auxílio de herbários ou literatura, algumas espécies podem não ser identificadas, devido à complexidade da família. Isso ocorre de forma comum com espécies arbóreas das famílias Myrtaceae e Lauraceae, sendo necessária a consulta a especialista da família para identificação da espécie. 3.7 Nomenclatura botânica Assim como outras plantas, as árvores apresentam um nome científico e um comum. Ambos são importantes e necessários, apresentando vantagens e desvantagens. Os nomes comuns possuem várias origens. Algumas espécies arbóreas apresentam nomes indígenas, como, por exemplo, Siparuna guianensis, que é conhecida como Caa-tiu (Mato fedido), enquanto outras receberam seus nomes dos colonizadores europeus para nomear as árvores desconhecidas que se assemelhavam a espécies da Europa, como, por exemplo, o Cedro (Cedrela fissilis). Os nomes comuns também podem ser descritivos para caracterizando um determinado uso, ambiente, região e local onde são encontradas. Vantagens dos nomes comuns: • Amplamente conhecidos pela população local; • Permite inferir sobre muitas características da espécie, como usos, exigência ecológica, dispersão, etc. Desvantagens dos nomes comuns: • Uma mesma espécie pode apresentar vários nomes comuns em diferentes regiões; • Um mesmo nome comum pode ser utilizado para diferentes espécies; • Muitas espécies não apresentam nome comum. Vantagens dos nomes científicos: • Eles estão de acordo com um sistema universal utilizado em todo mundo; • Estão em Latim permanecendo inalterada ao longo dos anos; APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 17 • Mostra a classificação e a relação entre as espécies; • Existe um Conselho Internacional de Nomenclatura Botânica que coordena a nomeação de novas espécies. Desvantagens do uso de nomes científico • Difícil memorização; • Não é utilizado pela população. O sistema binominal de nomenclatura foi estabelecido em 1753 por Carolus Linnaeus (1707-1778), um distinto naturalista sueco. Neste ano, ele publicou em Latim o livro Species Plantarum, que representa o início da nomenclatura botânica moderna. No sistema binominal de nomenclatura, o nome de uma espécie de planta consiste de duas palavras latinas, o gênero e o epíteto específico. Por exemplo, o nome cientifico do Mogno é Swietania macrophylla, sendo adicionada o nome da primeira pessoa que descreveu a espécie (Swietenia macrophylla King.). APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 18 4 CARACTERÍSTICAS E TERMINOLOGIAS DENDROLÓGICAS As características dendrológicas utilizadas para a identificação das espécies arbóreas podem ser vegetativas (tipo de copa, tronco, ritidoma, raízes, ramificação, filotaxia, exsudação, presença acúleos e espinhos e características das folhas) ou organolépticas (cheiro, sabores e texturas). 4.1 Tipos de copa A copa de uma árvore pode ser esférica ou redonda, umbeliforme, piramidal, oval, cônica, flabeliforme, colunar, estratificada, pendente, irregular ou caliciforme. (A) Esférica ou redonda: é arredondada, ocorrendo em muitas espécies do gênero Ocotea (família Lauraceae). (B) Umbeliforme: em formato convexo semelhante a um guarda-chuva, possui a espécie Delonix regia como representante (família Fabaceae). (C) Piramidal: é a copa no formato de pirâmide, como no caso da Sequoia sempervirens (família Cupressaceae). (D) Oval: em formato de ovo, é característica da espécie exótica Michelia champaca (família Magnoliaceae). (E) Cônica: formato cônico da copa. Como exemplo existe a Picea mariana (família Pinaceae). (F) Flabeliforme: é o formato próximo de um cone, com o vértice virado para a parte inferior da árvore. Um exemplo é o Schizolobium parahyba (Vell.) S.F.Blake (família Fabaceae). (G) Colunar: são copas em formato de colunas, como ocorre com o Cupressus sempervirens (família Cupressaceae). (H) Estratificada:a copa ocorre em estratos, como no caso da espécie Terminalia catappa (família Combretaceae). APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 19 (I) Pendente: é a copa com seus ramos e folhas pendentes, como o Salix babylonica (família Salicaceae) e Schinus molle (família Anacardiaceae). (J) Irregular: não existe um formato definido. Caliciforme: a copa é em formato de cálice, como ocorre com a Araucaria angustifolia (família Araucariaceae). Fonte: https://www.nysdot.gov/divisions/engineering/design/landscape/trees/rs_selections 4.2 Tipos de tronco O tronco pode ser cilíndrico, cônico, acanalado, tortuoso, abaulado. Cilíndrico: o tronco é semelhante a um cilindro, no formato mais cilíndrico que cônico, como ocorre com a espécie Araucaria angustifolia (Araucariaceae). Nele, a madeira aproveitada pela serraria é de quase todo o tronco. A B C D E F G H I J APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 20 Cônico: quando o tronco é semelhante a um cone, no formato mais cônico que cilíndrico. Ocorre na maioria das espécies arbóreas. Quanto mais cônico, menor é o aproveitamento da madeira pela serraria. Na maioria das vezes a conicidade do tronco pode ser “controlada” pelo maior adensamento do plantio, tornando o tronco mais cilíndrico. Acanalado: possui canaletas longitudinais profundos. Tortuoso: são os troncos não retos, de diferentes formatos. Ocorre, comunentemente, em espécies do Cerrado, como o Caryocar brasiliense (Caryocaraceae). Abaulado: o tronco possui um abaulamento em seu meio, ou seja, é mais largo no meio, como ocorre com Ceiba speciosa (Malvaceae). 4.3 Tipos de ritidoma O ritidoma pode ser persistente, ou seja, aquele que permanece no tronco, ou caduco, que é aquele que se desprende de alguma forma do tronco. Algumas espécies arbóreas da família Fabaceae possui ritidoma persistente, sendo que, às vezes, só em estágio muito adulto desenvolve uma descamação pulverulenta (micro-escamosa) (Inoue e Reissmann, 1971). O ritidoma caduco ocorre quando há engrossamento do tronco e o ritidoma não acompanha este crescimento, por ser constituído de células mortas, e é fendido de diferentes formas (Inoue e Reissmann, 1971). Ritidomas persistentes ou caducos também podem ser liso, rugoso, estriado, fissurado, esfoliante se desprendendo em escamas, esfoliante se desprendendo em lâminas ou como papel, esfoliante se desprendendo em placas, esfoliante se desprendendo em placas arredondadas, dando um aspecto canceroso, lenticelado, com espinhos ou com acúleos. Liso: o ritidoma é suave ao tato, não apresentando rugosidade, descamação muito evidente, fissuras, acúleos ou espinhos. Embora seja relativamente comum nas espécies da família Myrtaceae, existem outras famílias com espécies com ritidoma liso, como por exemplo, a Lagerstroemia indica (família Lythraceae). Rugoso: ritidoma áspero, com rugosidades, que ocorrem principalmente no sentido transversal. Ocorre em grande parte das espécies, como por exemplo, no Senna multijuga (Fabaceae). Estriado: Possui estrias no sentido longitudinal, menos pronunciadas que no ritidoma fissurado. APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 21 Fissurado: Possui fissuras no sentido longitudinal. Um exemplo é Cedrela fissilis (Meliaceae). Esfoliante se desprendendo em escamas: é quando o ritidoma caduco se desprende em escamas que se colocam uma em cima da outra. Esfoliante se desprendendo em lâminas ou como papel: é o ritidoma caduco que se solta em lâminas, ocorrendo em grande parte das espécies da família Myrtaceae que possui ritidoma esfoliante. Esfoliante se desprendendo em placas: o ritidoma caduco se desprende em placas, geralmente retangulares, com maior lado do retângulo no sentido longitudinal. Ocorre em Parapiptadenia rigida (Fabaceae). Esfoliante se desprendendo em placas arredondadas, dando um aspecto canceroso: é o ritidoma que ocorre em Apuleia leiocarpa (Fabaceae). Lenticelado: com a presença de lenticelas. Um exemplo é o Enterolobium contorticilicum (Fabaceae). Com espinhos: Possui espinhos no tronco, como exemplo a Xylosma prockia (Salicaceae). Com acúleos: Possui acúleos no tronco, como exemplo o Zanthoxylum rhoifolium (Rutaceae) e a Chorisia speciosa (Malvaceae). 4.4 Tipos de base do tronco A base do tronco pode apresentar sapopemas (Sloanea monosperma), ser irregular, reta (Araucaria), com raízes aéreas (Rizhophora), escoradas ou de suporte (Cecropia), etc. 4.5 Tipos de folhas As folhas podem se dividir de acordo com a composição, a filotaxia, a simetria, as características do limbo, as nervuras, o pecíolo, o formato da folha ou folíolo, o formato do ápice do limbo, o formato da base do limbo e as margens do limbo. APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 22 4.5.1 Quanto à composição As folhas podem se dividir de acordo com a composição, sendo simples (inteiras ou lobadas) ou compostas (unifolioladas, bifolioladas, trifolioladas, pinadas, sendo parapinada ou imparipinada, bipinadas ou digitadas). Simples: Inteiras Lobadas Compostas: Unifolioladas Bifolioladas Trifolioladas Pinadas (parapinada ou imparipinada) Bipinadas Digitadas 4.5.2 Quanto à filotaxia As filotaxias mais comuns nas espécies arbóreas são alterna dística, alterna espiralada, oposta dística, oposta cruzada ou verticilada. Alterna dística Alterna espiralada Oposta dística Oposta cruzada Verticilada 4.5.3 Quanto à simetria As folhas podem ser simétricas (A), como ocorre na maioria das vezes, ou assimétricas, como em alguns casos. Em geral, quando assimétrica, a base é assimétrica (B), como no Piper arboreum, porém, pode ocorrer também de outras partes do limbo serem assimétricos. APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 23 Folha de base simétrica (A) e de base assimétrica (B). 4.5.4 Quanto ao limbo As folhas podem ser classificadas de acordo com o limbo, sendo analisadas, separadamente, as faces adaxial e abaxial. São avaliadas características de coloração, nervuras salientes ou impressas, limbo piloso ou glabro, coriáceo, semi-coriáceo, membranáceo ou suculento, com a presença de espinhos, glândulas, pontos translúcidos, indumento, domácea, tomento ou tricomas. 4.5.5 Quanto às nervuras Quanto às nervuras, as folhas podem ser uninérvea, peninérvea, curvinérvea, paralelinérvea ou palminérvea. Ainda podem ser trinervadas ou possuir nervura broquidódroma, coletora ou nervuras secundárias reticuladas. Peninérvea Curvinérvea Paralelinérvea Palminérvea Trinervada Broquidódroma Nervuras coletoras Nervuras secundárias reticuladas A B APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 24 4.5.6 Quanto ao pecíolo Quanto ao pecíolo este pode ser de diferentes tamanhos, formatos ou sésseis, com ou não a presença de glândulas e nectário extra-floral (NEF). Diferentes tamanhos, formatos ou sésseis Presença de glândulas e nectário extra-floral (NEF) 4.5.7 Quanto ao formato da folha ou folíolo As folhas também podem ser divididas quanto ao formato da folha ou folíolo, podendo ser ovada (A) (forma de ovo, mais larga perto da base, comprimento 1-2 vezes maior que a largura), obovada (B) (forma ovada com a parte mais larga no ápice, ou seja, ovada invertida), elíptica (C) (em forma de elipse, mais larga no meio, com o comprimento cerca de duas vezes a largura), oblonga (D) (forma mais longa que larga, bordas quase paralelas, comprimento 3-4 vezes maior que a largura), obolanceolada (com forma de lança invertida), lanceolada (forma de lança, mais larga perto da base, comprimentomaior que três vezes a largura), cordada (em forma de coração), espatulada (forma de espátula, ápice mais largo, comprimento maior que duas vezes a largura, ápice arredondado), orbicular (forma mais ou menos circular, arredondada) ou falcada (de forma curva e plana como uma pequena foice). Fonte: Hickey, 1973. 4.5.8 Quanto ao formato do ápice do limbo O ápice das folhas pode ser agudo (que termina em ângulo agudo, menor que 90 graus), obtuso (que termina em ângulo obtuso, maior que 90 graus), atenuado (se estreita gradualmente A B C D APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 25 para o ápice), acuminado (limbo que se estreita gradualmente para o ápice terminando em ponta excessivamente aguda), curto-acuminado (que se estreita muito gradualmente para o ápice, terminando em ponta curta e aguda), arredondado (terminando em um arco recular), mucronado (que termina com uma ponta curta, afiada e rígida, prolongação da nervura central), truncado (reto), retuso (ápice arredondado, com depressão arredondada na extremidade), emarginado (ápice arredondado com uma incisão aguda na extremidade), apiculado (que termina em pequena ponta aguda), caudado (que termina por ponta longa e delgada, ex.: Miconia pulsinifolia). Agudo: Obtuso: Atenuado: Acuminado: Arredondado: Mucronado: Truncado: Retuso: Emarginado Fonte: Modificado de Hickey, 1973. 4.5.9 Quanto à forma da base do limbo A base das folhas pode ser aguda (margem que forma ângulo menor que 90 graus), obtusa (que forma ângulos maiores que 90 graus), cuneada (em forma de cunha, com bordas retas e convergentes, em ângulo muito agudo), arredondada (em forma de arco), atenuada (que se estreita gradualmente), truncada (base que forma ângulo de 180 graus, é reta), cordada (base reentrante, com lobos arredondados), lobada (base excessivamente reentrante), saginata (base reentrante e lobos pontiagudos voltados para baixo) ou decorrente (margem do limbo que se estende ao longo do pecíolo, tornando-o alado). APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 26 Aguda: Obtusa: Cuneada: Arredondada: Atenuado: Truncada: Cordada: Lobada: Saginata: Fonte: Modificado de Hickey, 1973. 4.5.10 Quanto à margem do limbo A margem da folha pode ser inteira (lisa), crenada (com dentes obtusos ou arredondados), sinuada ou ondulada (forma ondas na superfície do limbo), lobada (com lóbulos), serrilhadas (finamente serreada), serreada (dentes como os da serra, inclinados para o ápice), denteada ou dentada (com dentes regulares não inclinados), espinescente (com dentes rígidos como espinhos) ou revoluta (margem virada para baixo ou enrolada sobre si mesma). 4.6 Estípulas Pode ou não ocorrer estípulas: sem presença de estípulas, com estípulas (persistentes ou caducas) intra-peciolar (Malpiguiaceae) ou inter-peciolar (Rubiaceae). Sem presença de estípulas Com estípulas (persistentes ou caducas): Intra-peciolar: APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 27 Fonte: http://www.hiperbotanica.net/tema2/tema2_4peciolo.htm Inter-peciolar: Fonte: Estípula interpeciolar de Tocoyena pittieri. Fotografía: Reinaldo Aguilar. http://darnis.inbio.ac.cr/ubis/FMPro?-DB=UBIPUB.fp3&-lay=WebAll&-error=norec.html&- Format=detail.html&-Op=eq&id=4009&-Find 4.7 Glândulas A presença ou ausência de glândulas e o tipo e formato destas pode auxiliar na identificação de famílias, espécies, etc. Ex: Sub-família Mimosoideae, que possui glândulas. 4.8 Presença de exsudado A presença de exsudado pode auxiliar na identificação de espécies, embora seja também importante característica de famílias, como por exemplo, ele caracteriza as famílias Euphorbiaceae APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 28 e Moraceae. A abundância e a coloração do exsudado, de espécies destas e de outras famílias que o apresentam, são características importantes para identificar espécies. Como exemplo, pode-se citar Sebastiania commersoniana e Sebastiania brasiliensis, da família Euphorbiaceae, cuja importante diferença é que em Sebastiania brasiliensis há grande quantidade de látex facilmente perceptível, e em Sebastiania commersoniana dificilmente se percebe algum exsudado. Os exsudados podem ser compostos de látex, que possui aspecto leitoso e a coloração geralmente branca, podendo ser também amarelada ou avermelhada, de goma ou de resina, de coloração transparente ou translúcida. 4.9 Presença de espinhos ou acúleos Pode haver no tronco, ramos ou folhas a presença de espinhos ou acúleos. Os acúleos se diferenciam dos espinhos por serem estruturas do tecido da epiderme, portando, são estruturas ligadas aos tecidos mais externos e, por isso, se destacam facilmente da planta. Não são como os espinhos, que contém vasos condutores (xilema e floema) em sua constituição, sendo estruturas mais difíceis de serem destacados da planta. Ambos são estruturas importantes para a identificação de espécies. Sua presença ou ausência, formato (curvo, reto, etc.), número e localização na planta são importantes características dendrológicas. Além disso, o fato de ocorrerem isolados, em pares ou rosetas, auxilia na identificação. 4.10 Gemas As gemas, que podem ser axilares (localizam-se nas axilas das folhas) ou terminais (localizam-se nas extremidades dos ramos), apresentam características dendrológicas importantes na identificação, como seu formato, tamanho, coloração e presença ou ausência de pilosidade. Espécies do gênero Ficus possuem gemas terminais características, em formato cônico. APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 29 5 PRINCIPAIS GRUPOS TAXONÔMICOS QUE INCLUEM ÁRVORES, PRINCIPAIS ESPÉCIES ARBÓREAS E SUAS RESPECTIVAS DISTRIBUIÇÕES GEOGRÁFICAS No curso, serão vistas espécies arbóreas e arbustivas nativas da região, assim como espécies plantadas. *indica que a espécie ocorre naturalmente na região de Lages, SC. **são espécies plantadas no município e região, principalmente na arborização urbana. Espécies arborescentes de pteridófitas: Família Dicksoniaceae Dicksonia sellowiana Hook. (xaxim)* Ocorrência natural: Brasil, Uruguai, Paraguai e Bolívia, Floresta Amazônica à América Central Família Cyatheaceae Alsophila setosa Kaulf. (samambaiaçu)* Ocorrência natural: Brasil, Argentina e Paraguai. Descrição: espinhos negros na raqui. 5.1 Gimnospermas Família Araucariaceae Araucaria angustifolia (Bert.) Kuntze (pinheiro-brasileiro)*, ** Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil, Argentina e Paraguai Utilidade: mobiliário, alimentação Família Cupressaceae Chamaecyparis obtusa (Siebold & Zucc.) Endl. (cipreste-dourado)** Ocorrência natural: Japão Chamaecyparis pisifera (Siebold & Zucc.) Endl. (cipreste-azul) ** Ocorrência natural: Japão Cryptomeria japonica D.Don. (pinheiro-japonês)** Ocorrência natural: China e Japão Cupressus lusitanica Mill. (cipreste-português)** APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 30 Ocorrência natural: México, Guatemala, El Salvador e Honduras Guildas: exigente em luz, anemocoria Descrição: folhas escamiforme, pendentes Utilidade: cerca viva, paisagismo e arborização urbana Cupressus sempervirens L. (cipreste-italiano)** Ocorrência natural: Mediterrâneo Oriental Juniperus chinensis L. (zimbro-chinês) ** Ocorrência natural: China e Japão Descrição: A variedade “Torulosa” possui copa, quando adulta, de forma colunar retorcida. Folhas em escamas pequenas verde-escuras com aroma característico. Estróbilos globosospequenos. Thuja occidentalis L. (tuia)** Ocorrência natural: Norte americana Thuja orientalis L. (tuia)** Ocorrência natural: China e Ásia Oriental Família Cycadaceae Cycas revoluta Thunb. (sagu-de-jardim)** Ocorrência natural: Japão até a Indonésia Guildas: tolerante ao sombreamento Descrição: folhas de 0,5-2,0 m de comprimento, pinadas, com pinas lineares, retas de cor verde escura na face superior e verde clara na inferior, apresentam uma única nervura longitudinal e margens revolutas Utilidade: paisagismo Família Ginkgoaceae Ginkgo biloba L. (ginkgo)** Ocorrência natural: China Família Pinaceae Pinus elliotti (pinheiro)** Ocorrência natural: Sudeste dos Estados Unidos Descrição: predominância de duas acículas por nó. Pinus taeda L. (pinheiro)** Ocorrência natural: Estados Unidos APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 31 Descrição: predominância de três acículas por nó. Família Podocarpaceae Podocarpus lambertii Klotzsch (pinheiro-bravo)*, ** Ocorrência natural: Regiões Sul e Sudeste do Brasil e nos Estados do Ceará e Bahia 5.2 Angiospermas Angiospermas Basais (Magnoliídeas) Família Annonaceae: possui espécies de ramos inermes dispostos em “zig-zag” e com casca fibrosa (embira), folhas simples de bordos inteiros e nervuras peninérveas e filotaxia alterna dística. Não há estípulas. Annona rugulosa (Schltdl.) H.Rainer (araticum-de-porco, cortiça)*, ** Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil, Argentina, Bolívia e Peru Família Canellaceae: possui espécies de ramos inermes, folhas simples levemente discolores e glabras, de bordos inteiros, filotaxia alterna espiralada e aroma picante característico. Cinnamodendron dinisii Schwacke (pimenteira, pau-para-tudo)* Ocorrência natural: florestas de altitudes do Sudeste e Sul do Brasil Guildas: clímax tolerante ao sombreamento, zoocoria Descrição: folhas simples, alternas, espiraladas, glabras, discolor, aroma característico, nervuras broquidódromas Utilidade: recuperação de áreas degradadas Família Lauraceae: família com espécies de ramos inermes, folhas simples de bordos inteiros, filotaxia alterna espiralada ou raramente oposta, sub-oposta ou sub-verticilada e aroma característico intenso. O reticulado das nervuras é intenso. Não é estipulada. Cinnamomum amoenum (Nees & Mart.) Kosterm. (canela)* Ocorrência natural: Sul do Brasil e Argentina Cinnamomum camphora (canfoeira)** Ocorrência natural: Taiwan, Japão e China Utilidade: arborização urbana Nectandra lanceolata Nees (canela-amarela)* APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 32 Ocorrência natural: Sul e Sudeste no Brasil, no Estado do Mato Grosso do Sul, Argentina e Paraguai Descrição: são árvores de médio porte, que podem chegar a 20 m de altura. Possuem folhas alternas com a face adaxial geralmente pubescentes na fase jovem e glabras na fase adulta, enquanto que, na face abaxial, são sempre tomentosas, com tomentos da cor ferrugíneo-amarelado, principalmente sobre as nervuras. As nervuras secundárias, normalmente, apresentam uma angulação fechada (≤ 45o) em relação à nervura central. O pecíolo também é tomentoso. As nervuras são impressas na face adaxial e salientes na abaxial. Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez (canela-preta)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste no Brasil, no Estado do Mato Grosso do Sul, Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia Descrição: árvore de grande porte. Possui folhas alternas, glabras na face adaxial e podem apresentar pelos esparsos na face abaxial. Na face abaxial podem ocorrer domáceas nas axilas formadas nas conexões entre a nervura central e as secundárias. A reticulação é fina e densa. Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez (canela)* Ocorrência natural: Sudeste, Sul e Centro-oeste do Brasil, Argentina, Paraguai e Bolívia Guildas: clímax exigente em luz, zoocoria Descrição: folhas simples, alternas, espiraladas, nervuras típicas. São árvores que podem alcançar 20 m de altura. Suas folhas são glabras de reticulado denso. A característica principal é o ápice obtuso-acuminado e os pecíolos finos e de maior tamanho (0,6 a 2,0 cm), comparado com os de outras espécies da família. Em alguns casos, esse pecíolo, quando seco, apresenta-se mais escuro. Utilidade: recuperação de áreas degradadas. Ocotea puberula (Rich.) Nees (canela-guaicá)*, ** Ocorrência natural: Brasil, Argentina, Paraguai, Bolívia, Floresta Amazônica à América Central. Ocotea pulchella Mart. (canela-lageana)*, ** Ocorrência natural: Sul, Sudeste e Centro-oeste do Brasil, Argentina e Paraguai. Descrição: são árvores de grande porte. Possui folhas alternas, com pilosidade mais densa nas folhas e ramos jovens. Nas folhas adultas, a pilosidade de concentra mais na face abaxial e nas nervuras da face adaxial, podendo ser ou não ferrugínea. Possui nervura central impressa e reticulação densa. Além disso, a presença de domáceas nas axilas da nervura central em junção com as nervuras secundárias é uma característica da espécie. Persea major L.E.Kopp (maçaranduba, pau-andrade)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 33 Persea willdenovii Kosterm. (pau-andrade)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil Família Magnoliaceae: as espécies desta família possuem ramos inermes, folhas simples de bordos inteiros e filotaxia alterna espiralada. Possui estípulas terminais características. Magnolia champaca (L.) Baill. (magnólia-amarela)** Ocorrência natural: Sul e sudeste asiático Guildas: clímax exigente em luz, zoocoria Descrição: folhas simples, alternas, espiraladas, semi-coriáceas, cheiro frutuoso, ramos claros intensamente lenticelados. Flores amarelas Utilidade: arborização urbana Magnolia liliflora Desr. (magnólia-roxa)** Ocorrência natural: Ásia Descrição: possui flores rosas Família Piperaceae Piper aduncum L. (pariparoba)* Ocorrência natural: Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia e América Central. Família Winteraceae: as espécies possuem folhas simples de bordos inteiros e filotaxia alterna espiralada. Drimys brasiliensis Miers (casca-d’anta)* Ocorrência natural: Brasil e Bolívia Drimys angustifolia Miers (casca-d’anta) Ocorrência natural: sul do Brasil Monocotiledôneas Família Arecaceae (Palmae): as espécies possuem o caule em estipe única ou perfilhada, inermes ou com espinhos. As folhas são pinadas, bipinadas ou palmadas, também citadas como simples pinatipartidas ou flabeliformes, com filotaxia alterna, geralmente espiralada e raramente dística. Estas folhas são agrupadas no ápice do estipe, onde está localizada a gema terminal, única funcional do estipe. Os folíolos são inseridos em um único plano ou em vários planos e possuem nervuras paraleninérveas. Butia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc. (butiá) *, ** APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 34 Ocorrência natural: Sul do Brasil Dypsis lutescens (H. Wendl.) Beentje & J. Dransf. (areca-bambu)** Ocorrência natural: Madagascar Guildas: Clímax tolerante ao sombreamento Descrição: Folhas pinadas, com folíolos inseridos em um único plano formando um "V" Utilidade: Paisagismo Livistona chinensis (Jacq.) R.Br. ex Mart. (palmeira-leque)** Ocorrência natural: China e Japão Guildas: Clímax exigente em luz Descrição: Folhas palmadas, divididas até a base, pecíolo longo Utilidade: Paisagismo Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman (jerivá)** Ocorrência natural: Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, Estado da Bahia, Uruguai, Paraguai e Argentina Guildas: clímax exigente em luz, zoocoria Descrição: são palmeiras de médio porte que chegam a 20 m de altura. Possui folhas pinadas, com folíolos, ou segmentos foliares,dispostos de forma desordenada no raque, em diferentes planos, ao contrário de muitas espécies, que possuem os folíolos em plano dístico. A inflorescência é do tipo panícula, envolta por uma espata. Utilidade: recuperação de áreas degradadas, arborização urbana Família Asparagaceae Cordyline spectabilis Kunth & Bouché (capim-de-anta) ** Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia. Yucca elephantipes Regel (Yuca-elefante)** Ocorrência natural: Guatemala e México Descrição: tronco dilatado na base Utilidade: paisagismo e arborização urbana Eudicotiledôneas Família Adoxaceae Sambucus australis Cham. & Schltdl. (sabugueiro)** Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 35 Família Anacardiaceae: espécies de ramos inermes ou com espinhos, folhas simples ou mais frequentemente compostas imparipenadas, de bordos inteiros ou recortados e com filotaxia alterna espiralada. Não há estípulas. Há resina, da qual é extraída a terebentina, de uso na indústria e que promove o aroma característico da maioria das espécies da família, que é facilmente percebido em Mangifera indica L. (manga). Lithrea brasiliensis Marchand (bugreiro, aroeira-brava)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil, Argentina e Uruguai Schinus lentiscifolius Marchand (aroeira-do-campo)* Ocorrência natural: Região Sul e Estado do Mato Grosso do Sul no Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai Schinus molle L. (aroeira-salsa, periquita)** Ocorrência natural: Uruguai, Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina Guildas: Exigente em luz, zoocoria Descrição: Folhas pinadas, com 4-12 jugos, folíolos subcoriáceos, glabros, de 3-8 cm de comprimento Utilidade: Moirões, arborização urbana Schinus polygamus (Cav.) Cabrera (assobiadeira) Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil, Bolívia, Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira-vermelha, aroeira-mansa)*, ** Ocorrência natural: Brasil, Uruguai e Argentina Guildas: Exigente em luz, zoocoria Descrição: São árvores de pequeno porte que chegam a 10 m de altura. Possui folhas compostas imparipinadas, de 10-15 cm de comprimento, com três a dez pares de folíolos dispostos de forma oposta em um raque alado. Produz pouca exsudação incolor. As folhas e ramos quando macerados apresentam forte aroma de terebentina. Utilidade: Moirões, esteios, lenha, carvão, arborização urbana, recuperação de áreas degradadas Família Apocynaceae Nerium oleander L. (espirradeira)** Ocorrência natural: Europa e África, na região mediterrânea Família Aquifoliaceae Ilex brevicuspis Reissek (caúna-da-serra)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 36 Ilex dumosa Reissek (caúna-dos-capões)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil, Estados do Mato Grosso e Bahia, Paraguai e Argentina. Ilex microdonta Reissek (congonha, caúna)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil Ilex paraguariensis A.St.-Hil. (erva-mate)* Ocorrência natural: Sul, Sudeste e Centro-oeste do Brasil, Estado da Bahia, Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia Ilex taubertiana Loes. (congonha, caúna) Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil Ilex theezans Mart. ex Reissek (congonha, caúna-amargosa)*, ** Ocorrência natural: Sul, Sudeste e Centro-oeste do Brasil, Estado da Bahia, Argentina e Paraguai Família Araliaceae: espécies de ramos inermes, folhas simples ou compostas (pinadas ou pipinadas) de bordos inteiros ou lobados, e filotaxia predominantemente alterna espiralada (raramente oposta ou verticilada). Há ou não estípulas. Oreopanax fulvus Marchal (figueira-braba, figueira-do-mato)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil Família Asteraceae (Compositae): espécies de ramos inermes ou com espinhos, folhas simples de bordos inteiros ou recortados, e filotaxia alterna ou oposta. Baccharis dentata (Vell.) G.Barroso (vassoura)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil Baccharis dracunculifolia DC. (vassoura)* Ocorrência natural: Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia Baccharis microdonta DC. Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil Baccharis oblongifolia (Ruiz & Pav.) Pers. * Ocorrência natural: Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia Baccharis semiserrata DC. (trupichava)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil e Bolívia Baccharis uncinella DC. (vassoura)* Ocorrência natural: Sul do Brasil Campovassouria bupleurifolia (DC.) R.M. King & H. Rob. APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 37 Campovassouria cruciata (Vell.) R.M.King & H.Rob. Ocorrência natural: Brasil e outros países da América do Sul Dasyphyllum brasiliense (Spreng.) Cabrera (açucará)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil, Argentina e Paraguai Dasyphyllum spinescens (Less.) Cabrera (sucará)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil Grazielia intermedia (DC.) R.M.King & H.Rob. Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil Grazielia serrata (Spreng.) R.M.King & H.Rob. Ocorrência natural: Sul, Sudeste e Centro Oeste do Brasil Moquiniastrum polymorphum (Less.) G. Sancho (cambará)*, ** Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil, Estado da Bahia, Uruguai e Argentina Piptocarpha angustifolia Dusén (vassourão-branco)* Ocorrência natural: Sul do Brasil e Estado de São Paulo Vernonanthura discolor (Spreng.) H.Rob. (vassourão-preto)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil, Estado da Bahia e Argentina Vernonanthura montevidensis (Spreng.) H.Rob. * Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil Família Berberidaceae Berberis laurina Billb. (espinho-de-são-joão)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil Família Betulaceae Alnus subcordata L.** Ocorrência natural: Irã e Cáucasus Família Bignoniaceae: espécies de ramos inermes, folhas simples, compostas pinadas, bipinadas ou digitadas, de bordos inteiros ou recortados, e filotaxia geralmente oposta cruzada (raramente verticilada ou alterna). O tronco é lenticelado e não há estípulas. Handroanthus albus (Cham.) Mattos (ipê-amarelo, ipê-da-serra)*, ** Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil, Paraguai e Argentina Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex A.DC.) Mattos (ipê-amarelo)** Ocorrência natural: Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil e Argentina Handroanthus heptaphyllus (Martius) Mattos (ipê-roxo, ipê-rosa)** APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 38 Ocorrência natural: Sul, Sudeste e Centro-oeste do Brasil, Estado da Bahia, Uruguai, Paraguai, Argentina e Bolívia Handroanthus umbellatus (Sond.) Mattos Ocorrência natural: Sul, Sudeste, Nordeste e Centro Oeste do Brasil Jacaranda puberula Cham. (carobinha)*, ** Ocorrência natural: Brasil e Argentina Jacaranda mimosifolia D.Don. (caroba, jacarandá-mimoso)** Ocorrência natural: Argentina, Bolívia e Paraguai Guildas: Exigente em luz, anemocoria Descrição: Folhas recomposta, opostas, com foliólulos de tamanho de reduzido Utilidade: Arborização urbana Família Boraginaceae Cordia americana (L.) Gottshling & J.E.Mill. (guajuvira)** Ocorrência natural: Sul do Brasil e estados de SP e MS, Argentina, Paraguai e Bolívia. Família Cannabaceae: possuem ramos inermes ou com espinhos, folhas simples de bordo recortado e ásperas, limbo trinervado e filotaxia aterna. Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. (grão-de-galo)* Ocorrência natural: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Amécia Central e Sul da América do Norte Guildas: Pioneira Descrição: Folhas simples, alternas, claras, ásperas, borda denteada, nervuras características, espinhos nos ramos. Família Cardiopteridaceae:espécies de ramos inermes, folhas simples de margem inteira ou recortada até espinescente, filotaxia alterna, sem estípulas. Citronella gongonha (Mart.) R.A.Howard (congonha)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil, Mato Grosso do Sul e Argentina Citronella paniculata (Mart.) R.A.Howard (congonha)* Ocorrência natural: Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil, Argentina e Paraguai Família Casuarinaceae APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 39 Casuarina equisetifolia L. (casuarina)** Ocorrência natural: Sudeste Asiático e Oceania Família Celastraceae Maytenus aquifolia Mart. (espinheira-santa)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil, estado da Bahia Maytenus boaria Molina (coração-de-bugre)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil, Argentina, Chile, Bolívia e Peru Maytenus dasyclada Mart. (cafezinho)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil e Uruguai Maytenus evonymoides Reissek (espinheira)* Ocorrência natural: Sul, Sudeste e Centro-oeste do Brasil e Paraguai Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek (espinheira-santa)* Ocorrência natural: Sul do Brasil e Estado de São Paulo, Paraguai, Argentina e Bolívia Família Clethraceae: espécies de ramos inermes, folhas simples com bordos recortaos e filotaxia alterna espiralada. Clethra scabra Pers. (carne-de-vaca, caujuja)* Ocorrência natural: Sul, Sudeste e Centro-oeste do Brasil, Estado da Bahia e Bolívia Clethra uleana Sleumer Ocorrência natural: Sul do Brasil Família Cunoniaceae: possui espécies com ramos inermes, folhas compostas digitadas ou pinadas, filotaxia oposta cruzada e presença de estípulas. Lamanonia ternata Vell. (guaperê)* Ocorrência natural: Sul, Sudeste, Centro-oeste e Nordeste do Brasil, Argentina e Paraguai Weinmannia humilis Engl. Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil Weinmannia paulliniifolia Pohl (guamimunha)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil, estado da Bahia. Família Elaeocarpaceae: possui espécies de ramos inermes, folhas simples e bordos inteiros, filotaxia alterna ou suboposta, com presença de estípulas e pecíolos engrossados na junção com o limbo. Crinodendron brasiliense Reitz & L.B.Sm. Ocorrência natural: endêmico da região do Campo dos Padres, no Planalto Sul Catarinense APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 40 Sloanea monosperma Vell. (sapopema, carrapicheira)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil e Estado da Bahia Família Erythroxylaceae: possui espécies de ramos inermes com ramenta (estípulas imbricadas), folhas simples de bordos inteiros e filotaxia alterna espiralada. Erythroxylum cuneifolium (Mart.) O.E.Schulz (cocão)* Ocorrência natural: Sul, Sudeste e Centro-oeste do Brasil, Estado da Bahia, Argentina, Paraguai e Bolívia Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. (cocão)* Ocorrência natural: Sul, Sudeste, Centro-oeste e Nordeste do Brasil, Bolívia e Peru Família Escalloniaceae Escallonia bifida Link. & Otto (canudo-de-pito, esponjeira)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil e Uruguai Família Euphorbiaceae: as espécies desta família possuem ramos inermes ou com espinhos, folhas simples ou compostas de bordos inteiros ou, geralmente, recortados, filotaxia alterna espiralada, raramente oposta ou verticilada. Há estípulas e, na maioria das vezes, glândulas no pecíolo ou no limbo e látex. Bernardia pulchella (Baill.) Müll. Arg.* Sapium glandulosum (L.) Morong (leiteiro-de-folha-graúda)*, ** Ocorrência natural: Brasil, América Central, Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia Guildas: exigente em luz Descrição: são árvores de médio porte que alcançam 25 m de altura. Possuem folhas simples, glabras, alternas, estipuladas, peninérveas e de margem levemente recortada, que se adensam em direção a ponta dos ramos. Sua principal característica é um par de glândulas salientes no pecíolo, próximas à inserção da folha. Os pecíolos são finos e longos e as nervuras são impressas na face adaxial e salientes na abaxial. Em algumas regiões, é popularmente conhecida como leiteiro, devido à grande quantidade de látex, perceptível até quando se destaca uma única folha. Na região Sul do Brasil, é muito comum em fragmentos de Floresta Ombrófila Mista, ocupando o dossel da floresta e perdendo suas folhas durante o período frio do ano. Utilidade: recuperação de áreas degradadas Sebastiania brasiliensis Spreng. (leiteiro-de-folha-fina)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 41 Descrição: árvore, em geral, de pequeno porte. Possui folhas simples, alternas, de margens recortadas e peninérveas e, de forma geral, é bastante semelhante à Sebastiania commersoniana. Distinguiu-se desta por apresentar evidente e abundante quantidade de látex, juntamente com a ausência de glândulas no limbo. Sebastiania commersoniana (Baill.) L. B. Sm. & Downs (branquilho)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil, Estado da Bahia, Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia Descrição: são árvores de pequeno ou médio porte, alcançando 15 m de altura. Possui folhas simples, muito variáveis em tamanho do limbo, de filotaxia alterna, peninérveas, com margem do limbo inteira ou, na maioria das vezes, levemente recortada, e com presença de estípulas. A coloração das folhas quando secas é verde-clara a acizentada, por isso, na Região Sul do Brasil é conhecida popularmente como branquilho. Possui pequena quantidade de exsudação, pouco ou não perceptível na coleta da planta. Apresenta a característica importante dos ramos possuírem um prolongamento, que às vezes se assemelha a um espinho. O limbo possui glândulas (em geral quatro, duas de cada lado) próximas à base e nas margens da folha, visíveis, principalmente, na fase abaxial. Família Fabaceae (Leguminosae): família com espécies de ramos inermes, aculeados ou com espinhos. As folhas são compostas unifolioladas, bifolioladas, tribolioladas, pinadas ou bipinadas, na maioria das vezes com pulvinos. A filotaxia é alterna espiralada. É comum a ocorrência de nectários extra-florais na subfamília Mimosoideae e no gênero Senna da sub-família Caesalpinioideae. O aroma é característico da Fabaceae. Fabaceae é a terceira maior família de angiospermas, com 18.000 espécies, ficando atrás somente de Asteraceae e Orchidaceae (Souza e Lorenzi, 2008). Acacia podalyriifolia A. Cunn. ex G. Don (acácia-mimosa)** Ocorrência natural: Austrália Bauhinia forficata Link (pata-de-vaca)** Ocorrência natural: Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia Bauhinia variegata L. (pata-de-vaca)** Ocorrência natural: sudeste asiático Guildas: Clímax exigente em luz, anemocoria Utilidade: Caixotaria e obras leves, arborização urbana Calliandra brevipes Benth. (caliandra, esponjinha)** Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil Calliandra tweedii Benth. (caliandra, esponjinha)** APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 42 Ocorrência natural: Sul do Brasil e Estado de São Paulo, Argentina e Paraguai Guildas: exigente em luz, anemocoria Descrição: folhas bipinadas, sem nectário extra-floral Utilidade: paisagismo Dalbergia frutescens (Vell.) Britton (rabo-de-bugio, marmeleiro)* Ocorrência natural: Brasil, Argentina, Paraguai e Bolívia Descrição: são árvores que, freqüentemente, apresentam hábito próximo ao escandente quando jovens, ocorrendo, em alguns casos, o perfilhamento na base do caule. Na região sul do Brasil, essa espécie é conhecida popularmente como rabo-de-bugio, devido à forma que alguns ramos jovens assumem, se enrolando na forma de espiral. São de médio porte, alcançando 15 m de altura. O caule apresenta coloração mais escura. Possui folhas imparipinadas de folíolos alternos discolores. No final de cada folíolo podehaver um pequeno mucron (prolongamento da nervura central). Possui ramos jovens, raque, peciólulos e nervuras centrais da face abaxial pubescentes. Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong** Erythrina cristagalli L. (corticeira-da-serra)* Ocorrência natural: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Peru e Equador Descrição: são árvores de médio a grande porte que chegam a 25 m de altura. Possui acúleos no caule e folhas compostas trifolioladas, com pecíolo muito longo. Inga lentiscifolia Benth. (ingá)* Ocorrência natural: Sul do Brasil e estado de São Paulo. Inga marginata Willd.** Ocorrência natural: Brasil, Argentina, Paraguai, Bolívia, Floresta Amazônica à América Central Inga vera Willd. (ingá-banana) Ocorrência natural: Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia, Floresta Amazônica à América Central Inga virescens Benth.* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil Machaerium paraguariense Hassl. (farinha-seca)* Ocorrência natural: Sul, Sudeste e Centro-oeste do Brasil, Argentina e Paraguai Descrição: são árvores de pequeno porte. Possuem folhas pinadas. As folhas secas ficam escuras, salientando as nervuras e raque pilosos ferrugíneas. Possui gemas apicais e axilares bem desenvolvidas. Machaerium stipitatum (DC.) Vogel (farinha-seca)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil e Bolívia APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 43 Mimosa scabrella Benth. (bracatinga)*, ** Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil Guildas: exigente em luz, anemocoria Descrição: folhas compostas muito variáveis, com 4 a 14 pares de pinas opostas de 3-6 cm de comprimento, sem nectário extra-floral Utilidade: construção civil, recuperação de áreas degradadas Muellera campestris (Mart. ex Benth.) M.J. Silva & A.M.G. Azevedo (rabo-de-bugio)** Ocorrência natural: Brasil, Argentina e Paraguai Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan (angico)** Ocorrência natural: Sul do Brasil e Mato Grosso do Sul, Uruguai, Argentina e Paraguai Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. (canafístula)** Ocorrência natural: Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia e Caribe Guildas: Exigente em luz, anemocoria Descrição: Folhas bipinadas, com 12-20 pares de pinas e 20-30 pares de folíolos por pina Utilidade: Construção civil, marcenaria, carrocerias, dormentes, paisagismo e recuperação de áreas degradadas Senna multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby (cassia-maultijuga)** Ocorrência natural: Brasil, Argentina, Paraguai, Bolívia, Floresta Amazônica à América Central Senna pendula (Willd.) H.S.Irwin & Barneby (cigarreira)** Ocorrência natural: Brasil, Argentina, Paraguai, Bolívia, Floresta Amazônica à América Central Tipuana tipu (Benth.) Kuntze (tipuana)** Ocorrência natural: Bolívia e Argentina Família Fagaceae Castanea sativa Mill. (castanheira-portuguesa)** Ocorrência natural: Europa, África e China Quercus robur L. (carvalho-europeu, carvalho-vermelho)** Ocorrência natural: Europa, África e Ásia Família Juglandaceae Pterocarya fraxinifolia (Lam.) Spach. (pterocária)** Ocorrência natural: Cáucaso APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 44 Família Lamiaceae Vitex megapotamica (Spreng.) Moldenke (tarumã)** Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil, estado da Bahia, Uruguai, Argentina e Paraguai. Família Loganiaceae: espécies com folhas simples e filotaxia oposta cruzada, às vezes verticilada. Em geral, há estípulas, que podem ser interpeciolares. Strychnos brasiliensis (Spreng.) Mart. (anzol-de-lontra)* Ocorrência natural: Sul, Sudeste e Centro-oeste do Brasil e Estado da Bahia Descrição: são árvores de pequeno porte que chegam a 6 m de altura. Espécie que apresenta filotaxia oposta cruzada e espinhos. Os ramos são dispostos dicotomicamente e, cada vez que se ramifica, há a formação de nós salientes. O pecíolo e nervuras na face abaxial são pubescentes, enquanto que o restante do limbo é glabro. As folhas são discolores, com a fase abaxial mais clara. Possui nervuras secundárias partindo da nervura central, próximo à base, se dirigindo ao ápice da folha. Família Lythraceae Lafoensia vandelliana Cham. & Schltdl.** Ocorrência natural: Brasil e outros países da América do Sul Lagerstroemia indica L. (extremosa, rezedá)** Ocorrência natural: Índia Família Malvaceae Bastardiopsis densiflora (Hook. & Arn.) Hassl.* Ocorrência natural: no Brasil regiões Sul e Sudeste Luehea divaricata Mart. & Zucc. (açoita-cavalo)** Ocorrência natural: Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai Família Melastomataceae: são espécies de ramos inermes, folhas simples de bordos inteiros ou recortados, filotaxia oposta cruzada e nervuras curvinérveas. Leandra regnellii (Triana) Cogn. (pixirica)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil Miconia cinerascens Miq. (pixirica)* Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil, Argentina e Paraguai Miconia hiemalis A.St.-Hil. & Naudin ex Naudin (pixirica)* APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 45 Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil Miconia ramboi Brade (pixirica)* Ocorrência natural: Sul do Brasil Tibouchina granulosa Cogn. (quaresmeira)** Ocorrência natural: Sudeste do Brasil Guildas: pioneira, anemocoria Descrição: folhas rijas, pubescentes nas duas faces, de 15-20 cm de comprimento, ramos quadrangulares, alados nas arestas Utilidade: confecção de objetos leves, arborização urbana Tibouchina sellowiana (Cham.) Cogn. (manacá-da-serra) Ocorrência natural: Sul e Sudeste do Brasil Família Meliaceae: família com espécies de ramos inermes, folhas compostas pinadas ou bipinadas e filotaxia geralmente alterna espiralada (raramente oposta). Possui folhas compostas pinadas ou trifolioladas, algumas vezes com gema no ápice do raque e, às vezes, com pulvino na base. Não há estípulas. Cabralea canjerana (Vell.) Mart. (canjerana)* Ocorrência natural: Brasil, América Central, Bolívia, Argentina e Paraguai Descrição: são árvores de médio a grande porte. Possui folhas, em geral, paripinadas de folíolos com base assimética e com a face abaxial apresentando domácias nas axilas da junção da nervura central com as secundárias. As folhas são glabras a pilosas e membranáceas. A casca externa do tronco apresenta uma coloração mais clara. Cedrela fissilis Vell. (cedro)*, ** Ocorrência natural: Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia, Floresta amazônica à América Central Guildas: exigente em luz, anemocoria Descrição: folhas compostas de 60-100 cm de comprimento, com folíolos com base assimétrica de 8-14 cm de comprimento Utilidade: compensados, esculturas, molduras, móveis e arborização urbana Melia azedarach L. (cinamomo)** Ocorrência natural: Índia e China Guildas: clímax exigente em luz Descrição: folhas recompostas, alternas, com folíolos com bordas irregulares Utilidade: lenha APOSTILA DE DENDROLOGIA PROF. PEDRO HIGUCHI PROFa. ANA CAROLINA DA SILVA 46 Família Moraceae: espécies com ramos inermes ou com espinhos, folhas geralmente simples de bordo inteiro ou recortado, filotaxia alterna espiralada (raramente oposta), comum presença de látex. Há estípulas persistentes ou caducas, muitas vezes terminais, sendo muito comum a ocorrência de estípula terminal fundida (Ex.: espécies do gênero Ficus). Morus nigra L. (amoreira-preta)** Ocorrência natural: Ázia Família Myrtaceae: possui espécies de ramos inermes, folhas simples, filotaxia geralmente oposta cruzada, raramente verticilada (espécies do continente americano, enquanto que as espécies da Oceania são alternas espiraladas), nervuras coletoras, pontuações translúcidas na maioria dos casos, bordos inteiros, e nervuras peninérveas. O aroma é característico e não há estípulas. Acca
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