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Instituto de Telecomunicações Apontamentos do curso técnico profissional da cadeira de Telecomunicações Autor: Duano Liberdade Silva Professor: Dionísio Fama Noque Janeiro 2019 i Índice Lista de Figuras ....................................................................................................................................... iii Lista de Tabelas .......................................................................................................................................v Lista de abreviaturas .............................................................................................................................. vii 1 Introdução ........................................................................................................................................ 9 1.1 Definição de Telecomunicações.............................................................................................. 9 1.2 Conceitos de ondas ............................................................................................................... 10 1.3 Exercícios .............................................................................................................................. 12 2 Modulação de sinal ........................................................................................................................ 13 2.1 Teoria de modulação ............................................................................................................. 13 2.2 Máxima capacidade de tráfego do canal ............................................................................... 14 2.3 Transmissão analógica .......................................................................................................... 15 2.3.1 Modulação AM (Amplitude Modulation) ........................................................................ 15 2.3.2 Modulação FM (Frequency Modulation) ........................................................................ 17 2.3.3 Modulação PM (Phase Modulation) .............................................................................. 18 2.4 Transmissão digital ................................................................................................................ 19 2.4.1 Transmissão binária e multi-nível .................................................................................. 19 2.4.2 Transmissão em banda base ........................................................................................ 20 2.4.2.1 Classificação dos códigos de linha binários .............................................................. 20 2.4.2.2 Tipos de códigos de linha binários ............................................................................ 21 2.4.2.3 Modulação PAM (Pulse Amplitude Modulation) ........................................................ 22 2.4.2.4 Modulação PPM (Pulse Position Modulation) ........................................................... 23 2.4.3 Transmissão com portadora .......................................................................................... 24 2.4.3.1 Modulação OOK (On-Off-Keying) .............................................................................. 24 2.4.3.2 Modulação ASK (Amplitude Shift Keying) ................................................................. 25 2.4.3.3 Modulação FSK (Frequency Shift Keying) ................................................................ 26 2.4.3.4 Modulação PSK (Phase Shift Keying) ....................................................................... 26 2.4.3.1 Modulação M-PSK ..................................................................................................... 28 2.5 Modulação QAM (Quadrature Amplitude Modulation) .......................................................... 28 2.6 Exercícios .............................................................................................................................. 29 3 Multiplexagem de sinal .................................................................................................................. 31 3.1 Teoria de multiplexagem ....................................................................................................... 31 3.2 Tipos de multiplexagem ......................................................................................................... 31 3.2.1 Multiplexagem FDM ....................................................................................................... 32 3.2.2 Multiplexagem TDM ....................................................................................................... 34 3.2.3 Multiplexagem WDM ..................................................................................................... 37 3.3 Comparação entre o FDM e TDM ......................................................................................... 38 ii 3.3.1 Características da técnica de multiplexagem FDM ....................................................... 38 3.3.2 Características da técnica de multiplexagem TDM ....................................................... 38 3.4 Tipos de transmissão ............................................................................................................ 39 3.5 Exercícios .............................................................................................................................. 41 4 Radiocomunicação ........................................................................................................................ 42 4.1 Ligações por feixes hertzianos .............................................................................................. 42 4.1.1 Constituição dos sistemas por feixes hertzianos .......................................................... 42 4.1.2 Propagação em espaço livre ......................................................................................... 43 4.2 Comunicações por micro-ondas ............................................................................................ 44 4.2.1 Introdução ...................................................................................................................... 44 4.2.2 Vantagens e desvantagens das micro-onda ................................................................. 44 4.2.3 Aplicações das micro-ondas .......................................................................................... 45 4.3 Guia rectangular .................................................................................................................... 45 4.3.1 Potencia transmitida e atenuação ................................................................................. 46 4.4 Comunicações via satélite ..................................................................................................... 47 4.4.1 Vantagens da comunicação via satélite ........................................................................ 48 4.4.2 Constituição do sistema de comunicação via satélite ................................................... 48 4.4.3 Equações básicas da comunicação via satélite ............................................................ 48 4.5 Exercícios .............................................................................................................................. 50 5 Comunicação por Fibra Óptica ...................................................................................................... 51 5.1 Introdução .............................................................................................................................. 51 5.1.1 Vantagem e desvantagem da fibra óptica ..................................................................... 51 5.1.2 Aplicações da fibra óptica .............................................................................................. 52 5.2 Características geraisde propagação em fibra óptica .......................................................... 53 5.2.1 Estrutura da fibra óptica ................................................................................................ 53 5.2.2 Abertura numérica ......................................................................................................... 54 5.2.3 Fibras de índice degrau e de índice gradual ................................................................. 54 5.2.4 Fibras monomodo e multimodo ..................................................................................... 56 5.2.5 Atenuação na fibra óptica .............................................................................................. 57 5.2.6 Dispersão modal e material ........................................................................................... 59 5.3 Emissor e receptor óptico. Características fundamentais ..................................................... 60 5.3.1 Fontes luminosas........................................................................................................... 60 5.3.2 Receptores luminosos ................................................................................................... 60 5.4 Exercícios .............................................................................................................................. 61 Bibliografia ............................................................................................................................................. 62 iii Lista de Figuras Figura 1-1 Sistema de comunicações 10 Figura 1-2 – Propagação de Onda 11 Figura 1-3 – Comprimento de onda para ondas electromagnéticas 12 Figura 2-1 – Circuito de modulação 13 Figura 2-2 – Modulação em Amplitude 16 Figura 2-3 – Modulação em Frequência 18 Figura 2-4 – Formato dos códigos de linha mais comuns 21 Figura 2-5 – Exemplo de um sinal 4-PAM 23 Figura 2-6 – Exemplo de um sinal 4-PPM 23 Figura 2-7 – Sinal OOK-NRZ 24 Figura 2-8 – Exemplo de um sinal OOK-RZ 25 Figura 2-9 – Exemplo de modulação OOK 25 Figura 2-10 – Sinal ASK 25 Figura 2-11 – Sinal FSK 26 Figura 2-12 – Sinal PSK 26 Figura 2-13 – Exemplo de modulação PSK 27 Figura 2-14 – Constelação PSK 27 Figura 2-15 – Constelação QPSK 28 Figura 2-16 – Constelação 16-QAM 29 Figura 3-1 – Multiplexagem e Desmultiplexagem (extraído de [1]) 31 Figura 3-2 – Multiplexagem FDM 32 Figura 3-3 – Exemplo de aplicação da multiplexagem FDM 32 Figura 3-4 – Formação dos níveis de multiplexagem FDM 33 Figura 3-5 – Multiplexagem TDM 34 Figura 3-6 – Principio de funcionamento do TDM (extraído de [2]) 35 Figura 3-7- Formação dos níveis hierárquicos da multiplexagem PDH Europeia 36 Figura 3-8 – Comparação entre FDM e TDM 38 Figura 3-9 – Transmissão em Série 39 Figura 3-10 – Transmissão em Paralelo 39 Figura 3-11 – Transmissão Simplex 40 Figura 3-12 – Transmissão em Half-duplex 40 Figura 3-13 – Transmissão em Full-duplex 40 Figura 4-1 – Constituição dos sistemas por feixes hertzianos 42 Figura 4-2 – Exemplo de um guia de onda rectangular 46 Figura 5-1 – Estrutura do cabo de fibra óptica (extraído de [3]) 54 Figura 5-3 – Representação da abertura numerica de uma fibra óptica 54 Figura 5-2 – Índice de refracção (extraída de [3]) 55 Figura 5-4 – Janelas de transmissão óptica 58 iv v Lista de Tabelas Tabela 2-1 – Características de alguns códigos de linha binários ........................................................ 22 Tabela 2-2 – Características de modulação banda base multi-nível .................................................... 24 Tabela 2-3 – Características de modulações binários OOK, ASK, FSK e PSK ................................... 27 Tabela 2-4 – Modulação QPSK ............................................................................................................. 28 Tabela 2-5 – Características de modulações multi-nível ...................................................................... 29 Tabela 3-1 – Hierarquia do sistema de multiplexagem FDM ................................................................ 33 Tabela 3-2 – Hierarquia Digital Plesiocrona Europeia (PDH) ............................................................... 36 vii Lista de abreviaturas AM Amplitude Modulation ASK Amplitude Shift Keying FDM Frequency Division Multiplexing FM Frequency Modulation FSK Frequency Shift Keying IP Internet Protocol ITEL Instituto de Telecomunicações NRZ Non-Return-to-Zero OOK On-Off Keying PAM Pulse Amplitude Modulation PDH Plesiochronous Digital Hierarchy PPM Pulse Position Modulation PSK Phase Shift Keying QAM Quadrature Amplitude Modulation QPSK Quadrature Phase Shift Keying RZ Return-to-Zero SDH Synchronous Digital Hierarchy STM-N Synchronous Transport Module level-N TCP Transport Control Protocol TDM Time Division Multiplexing VSAT Very Small Aperture Terminal WDM Wavelength Division Multiplexing viii 9 1 Introdução 1.1 Definição de Telecomunicações Desde a existência da humanidade que as comunicações se constituíram na forma básica da humanidade se relacionar quer por via de sinais até ao desenvolvimento da fala como conhecemos nos dias de hoje. Com a evolução tecnológica foram sendo procuradas formas da humanidade se comunicar independentemente da distância. Basicamente para se compreender o conceito de telecomunicações é fundamental perceber outros conceitos básicos como são os casos dos seguintes: Meios de transmissão: são as ligações entre as estações (o Emissor e o Receptor). Geralmente os meios de transmissão utilizam o espaço livre (o vácuo como é o caso das ligações satélite, Bluetooth) ou meios físicos (como os cabos de par trançado de cobre, cabos de fibra óptica ou coaxiais) ligados segundo uma topologia de rede (do tipo anel, malha ou estrela), limitado geograficamente. Equipamentos: é uma ferramenta que se utiliza para realizar alguma tarefa. Como exemplo o computador, o telefone ou chave de fenda, só para citar alguns. Encaminhamento: basicamente consiste em calcular os caminhos apropriados para transportar uma determinada quantidade de informação de um ponto de origem até um ponto de destino. Internet: é um sistema global de redes de computadores interligadas que utilizam um conjunto próprio de protocolos (Internet Protocol ou TCP/IP) com o propósito de servir progressivamente utilizadores em todo o mundo. Sinais: é o conjunto de informações ou dados, normalmente descrito em função do tempo ou da frequência que pode ser representado por uma fórmula matemática. Ruído: é um sinal indesejado que afecta o sinal transmitido. O ruido tem origem no canal de comunicação (no meio de transmissão) ou nos equipamentos. No canal o ruido é devido a perturbação existente no meio de transmissão ou de fontes externas à este. Nos equipamentos o ruido tem origem na agitação térmica dos seus componentes eléctricos e electrónicos. Imunidade ao ruído: é a capacidade resistiva a ruídos que determinados equipamentos ou sistemas podem apresentar. Este conceito está directamente ligado a robustez porque quanto menos afetados por ruídos forem os equipamentos e sistemas maior será a robustez. Um sistema processa um sinal, modificando-o ou extraindo informação adicional. Sendo assim, num sistema de comunicações, para além do meio de transmissão, existe sempre os seguintes elementos: O Emissor: elemento responsável pela geração de informação; O Receptor: elemento responsável pela captação de informação. https://pt.wikipedia.org/wiki/Ferramenta https://pt.wikipedia.org/wiki/Ser_humano https://pt.wikipedia.org/wiki/Protocolo_(ci%C3%AAncia_da_computa%C3%A7%C3%A3o) 10 A Figura 1-1 representa um sistema de comunicações que a informação é transmitida da Fonte (onde fica o Emissor) até ao destinatário (ondefica o Receptor). Entre a Fonte e o Destinatário existe um meio de transmissão. A distância refere-se ao espaço entre o Emissor e o Receptor que pode ser muito curto ou extremamente longe. Figura 1-1 – Sistema de comunicações Neste tipo de sistemas de comunicações, é fundamental ter em conta os seguintes dados: Ter em conta a distância a ser transportada a informação que é fundamental para garantir que a informação saia da fonte e chegue no destino. O volume de informação a ser transmitida para definir a capacidade do meio de transmissão. Por outro lado, nos sistemas de comunicações há que ter em conta as suas necessidades: Segurança, ou seja, garantir que a informação saia da fonte e chegue ao destino sem interferências externas e sem alteração da sua forma. Velocidade para garantir que os meios de transmissão são capazes de transportar a quantidade de informação necessária entre a fonte e o destino. 1.2 Conceitos de ondas Se um distúrbio é gerado em algum ponto do meio, as partes que se movimentam atuam sobre as partes vizinhas, transmitindo parte desse movimento e fazendo com que essas partes se afastem temporariamente de sua posição de equilíbrio. Dessa maneira, o distúrbio é transmitido para novas porções do meio, gerando uma propagação do movimento. As ondas sonoras se propagam em um meio material – sólido, líquido ou gasoso. Esse meio pode ser unidimensional, como uma corda esticada; bidimensional, como a membrana de um tambor; ou tridimensional como a atmosfera. É importante notar que o que se propaga é o movimento e não as partículas do meio, já que estas apenas oscilam próximas às suas posições de repouso. Uma das propriedades interessantes de uma onda é que ela pode transportar energia ou informação de um lugar a outro do meio, sem que o meio seja transportado. Fonte Destinatário Meio de transmissão Canal Ruído 11 Na Figura 1-2 está representada uma onda que se propaga da esquerda para a direita nos instantes t1, t2 e t3. No entanto, uma partícula qualquer p localizada no espaço (representado pelo eixo horizontal) permanece aproximadamente na mesma posição e não se propaga com a onda. Podemos utilizar a equação: 𝛾 = 𝜆 × 𝑓, onde γ é a velocidade da luz no meio (para o caso da velocidade da luz no vácuo/espaço livre substituímos o “γ” por “c”), λ é o comprimento de onda e f a frequência. Figura 1-2 – Propagação de Onda As ondas se classificam em dois grandes grupos: Ondas mecânicas, que são ondas de matéria. Estas ondas estão divididas em ondas transversais, longitudinais e gravitacionais. Ondas electromagnéticas, que são ondas correspondentes à variações de um campo eletromagnético. As ondas eletromagnéticas1 são pulsos energéticos capazes de propagar-se no vácuo e em dois campos variáveis: um elétrico e outro magnético. Ondas eletromagnéticas são ondas que se propagam em dois campos variáveis: um eléctrico e outro magnético. Ao contrário das ondas mecânicas, as ondas electromagnéticas podem se propagar no vácuo/espaço livre. A luz é uma onda eletromagnética capaz de sensibilizar a visão. A sua frequência na região do visível está compreendida entre 3,8x1014 Hz e 8,3x1014 Hz, e seu comprimento de onda está compreendido entre 7,8x10-7m) e 3,6x10-7 m. 1 As ondas electromagnéticas foram descritas matematicamente pelo físico escocês James Clerk Maxwell no século XIX. 12 A Figura 1-3 mostra os diferentes tipos de luzes monocromáticas se distribuem do seguinte modo: luz vermelha, luz alaranjada, luz amarela, luz verde, luz azul, luz anil e luz violeta. Figura 1-3 – Comprimento de onda para ondas electromagnéticas As ondas de rádio, as micro-ondas e o infravermelho, são ondas magnéticas com frequências inferiores a 3,8x1014 Hz. Todas essas ondas, portanto, estão abaixo da frequência visível. As ondas ultravioletas, os raios X e os raios gama (γ), são ondas eletromagnéticas com frequências superiores a 8,3x1014 Hz. Essas ondas estão acima da frequência visível. 1.3 Exercícios Para a consolidação dos conhecimentos adquiridos neste capítulo quer do ponto de vista teórico como também do ponto de vista prático, resolva os seguintes exercícios: 1. As antenas das emissoras de rádio emitem ondas eletromagnéticas que se propagam na atmosfera com a velocidade da luz (3,0X105 km/s) e com frequências que variam de uma estação para a outra. A rádio ITEL emite uma onda de frequência 90,5 MHz e comprimento de onda aproximadamente igual a: a. 2,8 m b. 3,3 m c. 4,2 m 2. Na figura abaixo está representada a configuração de uma onda mecânica que se propaga com velocidade de 20 m/s. A frequência da onda (em Hz) vale: a. 5,0 b. 10 c. 25 13 2 Modulação de sinal 2.1 Teoria de modulação A modulação consiste numa operação realizada sobre o sinal a transmitir e que produz um sinal apropriado para a transmissão sobre o meio de transmissão em causa. Em geral, o circuito de modulação está presentado na Figura 2-1 em que a mensagem é um sinal em banda de base em forma continua (sinal analógico) ou discreta (sinal digital) e a forma de onda usada como portadora é: 𝐴 ∗ cos(𝜔0𝑡 + ∅) 2-1 Figura 2-1 – Circuito de modulação O sinal modulado tem a seguinte forma de onda: 𝐴(𝑡) ∗ cos[𝜔(𝑡) + ∅(𝑡)] 2-2 Em função do tipo de modulação, uma das seguintes características do pode-se alterar, ou seja: A alteração da amplitude, 𝐴(𝑡), representa a modulação de amplitude; A alteração da frequência, 𝜔(𝑡), a modulação é de frequência; E a alteração da fase, ∅(𝑡), será a modulação de fase. Entre outros aspectos, a operação de modulação permite: Deslocar o espectro do sinal a transmitir para a banda de frequências mais apropriada/disponível; Produzir um sinal modulado com um espectro mais estreito (ou mais largo) que o sinal original; Tornar o sistema de transmissão mais robusto relativamente a algum tipo de ruído e/ou interferência; Adaptar a sensibilidade do receptor às características do canal. A modulação permite que vários sinais possam ser transmitidos no mesmo meio de transmissão/transporte. xMensagem(sinal modulador em banda base) Portadora Sinal modulado Transmissão 14 Para o processo de modulação são usados modulares e demoduladores: Os moduladores são dispositivos que alteram algumas propriedades de uma onda, gerando o que se conhece por sinal modulado. Estas propriedades podem ser amplitude, fase ou frequência. Os Demodulares são dispositivos que recebem um sinal modulado e o recupera, fazendo a operação inversa do modulador. Para que a informação seja transmitida em sistemas de comunicações é necessário ter uma onda portadora. Esta onda é o meio de transporte da informação (por exemplo áudio, vídeo, dados) e é um sinal senoidal caracterizado por três variáveis: amplitude, frequência e fase. Há duas formas de transmitir sinais sobre canais de comunicação de banda limitada: Em “banda base”, isto é, o sinal é transmitido na sua banda de frequência original; Em “banda do canal”, isto é, recorrendo a modulações que permitem transmitir a informação contida no sinal numa banda diferente do original. A escolha da técnica de modulação permite “moldar” as características do sinal a transmitir e adaptá- lo às características do meio de transmissão (o canal). As técnicas de transmissão dividem-se em dois grandes grupos: as técnicas destinadas à transmissão de sinais analógicos e as técnicas destinadas à transmissão de sinais digitais. Nos dois grupos a transmissão pode ser efectuada em banda base ou com recurso a portadoras/banda do canal (eléctricas ou ópticas). No entanto, a transmissão de sinais analógicos em banda base está, normalmente, limitada a sistemas de transmissão a muito curtas distâncias, uma vez que esta solução é muito pouco imune aos efeitosdo ruído e interferência. Um exemplo da utilização desta solução é o da transmissão de voz entre os telefones e as centrais da rede telefónica convencional. 2.2 Máxima capacidade de tráfego do canal Um canal físico tem largura de banda finita e limitada (por razões económicas), que resulta na filtragem de algumas frequências do sinal distorcendo-o (alteração da forma do sinal), o que dificulta a interpretação do sinal no receptor. A máxima capacidade de tráfego do canal, C (bit/s) é a máxima informação que o canal é capaz de transmitir por unidade de tempo. Os teoremas básicos para o cálculo da capacidade máxima do canal (velocidade máxima do sinal) são os teoremas de Nyquist e o teorema de Shannon. De acordo com o primeiro, teorema de Nyquist, a capacidade de tráfego do canal é calculada pela equação 2-3: 15 𝐶 = 2 ∗ 𝐵𝑤 ∗ 𝑙𝑜𝑔2(𝐿) 2-3 Onde: 𝐵𝑤 é a largura de banda do canal em [Hz]; 𝐿 é o número de níveis dado por 𝐿 = 2𝑛𝑏, onde 𝑛𝑏 é o número de bits. Para o segundo teorema, de Shannon, o cálculo da capacidade é dada pela seguinte expressão (2-4): 𝐶 = 𝐵𝑤 ∗ 𝑙𝑜𝑔2(1 + 𝑠 𝑛⁄ ) 2-4 Onde: 𝑠 𝑛 é a relação sinal-ruído, cuja causa é a presença do ruido no canal de transmissão real em unidades lineares. 2.3 Transmissão analógica A transmissão de sinais analógicos recorrendo a técnicas baseadas na modulação de portadoras é muito utilizada na difusão de som (radiodifusão) e sinais de televisão. As duas principais técnicas são a modulação em amplitude (AM – Amplitude Modulation) e a modulação em frequência (FM – Frequency Modulation). 2.3.1 Modulação AM (Amplitude Modulation) Nesta técnica, o sinal a transmitir, 𝑠(𝑡), é veiculado na amplitude de uma portadora de frequência 𝑓𝑝(𝑡), que pode ser eléctrica, electromagnética ou óptica, isto é, a amplitude da portadora varia de forma directamente proporcional à amplitude do sinal a transmitir. O sinal modulado, 𝑠𝑚(𝑡),é descrito pela equação 2-5: 𝑠𝑚(𝑡) = [𝑠(𝑡) + 𝐾] ∗ 𝐴 ∗ 𝑐𝑜𝑠(2 ∗ 𝜋 ∗ 𝑓𝑝𝑡) 2-5 Onde: K é uma constante adicionada ao sinal a transmitir para que a amplitude da portadora nunca seja negativa; A é a amplitude da portadora. A Figura 2-2 mostra um sinal modulado em AM, onde o sinal a transmitir (banda base) é sobreposta a uma onda de maior frequência (portadora) que transportará” até ao receptor onde, por processos inversos dos da transmissão, se eliminará a portadora e se recuperará o sinal original. 16 Figura 2-2 – Modulação em Amplitude Na modulação de amplitude, como o próprio nome indica, é a amplitude da portadora que irá variar, proporcionalmente às variações do sinal a transmitir. Existem parâmetros importantes que devem ser considerados na modulação em amplitude e eles seguem a procedimentos de cálculos bem definidos. Um destes parâmetros é o cálculo do índice de modulação de um sinal modulado em amplitude usando a fórmula da equação 2-6: 𝑚(%) = 𝑉𝑚𝑎𝑥 − 𝑉𝑚𝑖𝑛 𝑉𝑚𝑎𝑥 + 𝑉𝑚𝑖𝑛 ∗ 100 2-6 Onde: m = índice de modulação (%); 𝑉𝑚𝑎𝑥 é a amplitude máxima do sinal; 𝑉𝑚𝑖𝑛 é a amplitude mínima do sinal. Outra característica que define o sinal modulado é o cálculo da largura de banda, ou seja 𝐵𝑤(𝐴𝑀) = 2 ∗ 𝑓𝑚 2-7 Onde: 𝑓𝑚é a frequência do sinal modulado. A modulação AM resulta em três frequências separadas sendo transmitidas: A frequência da portadora original; Uma banda lateral inferior (LSB – Lower Side Band) abaixo da frequência da portadora; Uma banda lateral superior (USB – Upper Side Band) acima da frequência da portadora. A modulação AM tem elevado gasto de potência e é altamente ineficiente pois a maior parte da potência gerada é usada para transmitir a portadora, e não a mensagem. Contudo, descobriu-se que não era necessário enviar a portadora acompanhada das bandas laterais, mas que era possível enviar apenas as bandas laterais, onde estava contida a mensagem, evitando assim gastos desnecessários na portadora. 17 A esta modulação deu-se o nome de modulação AM-DSB-SC (Amplitude Modulation – Double Side Band – Supressed Carrier), uma vez que a portadora é suprimida. Este método possuía a desvantagem, no entanto, de exigir circuitos mais complexos na demodulação do sinal. Uma outra abordagem foi desenvolvida onde para além do não envio da portadora, é igualmente possível enviar apenas uma banda, sem perda de informação. A este tipo de modulação se deu o nome de modulação AM-SSB (Amplitude Modulation – Single Side Band), por possuir apenas uma banda. Este, apesar de ser o método mais eficiente, é também o mais complexo de se modular e demodular. Um outro método ainda foi desenvolvido que pressupor um compromisso entre eficiência e a complexidade. Esta modulação chamou-se AM-VSB (Amplitude Modulation – Vestigial Side Band), onde uma banda é transmitida por inteiro e a outra é parcialmente suprimida (de aí o nome vestigial). As bandas laterais são "imagens espelhadas" de cada uma e contem a mesma mensagem. Quando o sinal AM é recebido, estas frequências são combinadas para produzir os sons que ouvimos. Os sinais modulados em AM são muito sensíveis ao ruído e interferência aditivos, uma vez que a informação é transportada pela amplitude da portadora. 2.3.2 Modulação FM (Frequency Modulation) A modulação em frequência consiste em fazer variar a frequência de uma portadora de forma directamente proporcional à amplitude do sinal a transmitir. O sinal modulado, 𝑠𝑚(𝑡),é descrito por (equação 2-8): 𝑠𝑚(𝑡) = 𝐴 ∗ cos{2 ∗ 𝜋 ∗ [𝑓𝑝 +𝑚 ∗ 𝑠(𝑡)] ∗ 𝑡} 2-8 Onde: 𝑠(𝑡) sinal a transmitir; A representa a amplitude da portadora; fp é a frequência da portadora; m é o índice de modulação. O índice de modulação determina a amplitude da variação da frequência do sinal modulado. O índice de modulação é dado por: 𝛽 = ∆𝑓 𝑓𝑚 2-9 Onde: 18 ∆𝑓 é o desvio de frequência dado pela diferença ente a frequência de amplitude máxima (𝑓2) e mínima (𝑓1) do sinal modulante (∆𝑓 = 𝑓2 − 𝑓1). Quanto maior for o índice de modulação, maior será a variação de frequência para o mesmo sinal a transmitir e mais largo será o espectro do sinal modulado. A largura de banda é calculada usando pela expressão: 𝐵𝑤(𝐹𝑀) = 2 ∗ ∆𝑓 ∗ (1 + 1 𝛽 ) 2-10 A Figura 2-3 mostra um sinal modulado em FM. Figura 2-3 – Modulação em Frequência No domínio da frequência, o processo de modulação corresponde a envolver (muitas vezes chamado “convoluir”) o espectro do sinal a transmitir com um Delta de Dirac à frequência da portadora. Assim, o espectro do sinal modulado ocupa duas vezes mais largura de banda que o mesmo sinal em banda base. Uma vez que o espectro é simétrico relativamente à frequência da portadora, é possível aumentar a eficiência espectral através da eliminação de um dos lobos do espectro antes de se proceder à transmissão do sinal. 2.3.3 Modulação PM (Phase Modulation) A modulação em fase consiste em fazer com que a fase da portadora varie proporcionalmente à variação de amplitude de um sinal modulante. A modulação de fase não é muito utilizada principalmente porque necessita de equipamentos de recepção mais complicados que em FM e pode apresentar problemas de ambiguidade para determinar por exemplo se um sinal tem uma fase de 0º o 180º. As formas dos sinais de modulação de frequência e modulação de fase são muito parecidas. De facto, é impossível diferenciá-las sem ter o conhecimento prévio de qual foi o tipo de modulação e, portanto, os espectros de frequências da modulação de fase têm as mesmas características gerais que os espectros de modulação de frequência. 19 Em PM as considerações acerca da largura de banda são similares às da largura de banda de FM. O desvio de fase (na prática o índice de modulação para o sinal PM) é dado por: ∆∅ = 𝑘 ∗ 𝑉𝑚 2-11 Onde: 𝑘 é um factor que dependedo tipo de circuito de modulação. Para efeitos académicos este factor tem valor unitário; 𝑉𝑚 é a amplitude do sinal modulado. 2.4 Transmissão digital Nos sistemas de transmissão digital, os sinais podem ser transmitidos utilizando técnicas de modulação em banda base ou técnicas baseadas em portadoras. Em qualquer dos casos a transmissão pode ser binária ou multi-nível. Nos sistemas de transmissão digital, a qualidade da transmissão é medida através da probabilidade de erro de bit, isto é, da probabilidade de uma vez transmitido um bit, este seja interpretado pelo receptor de forma errada. Os valores típicos da probabilidade de erro de bit vão de 10-4 a 10-9. 10−4 = 1 10000 2.4.1 Transmissão binária e multi-nível Nos sistemas de transmissão digital, a informação a transmitir está normalmente representada por um conjunto, ou sequência, de bits (informação binária). O objectivo do sistema de transmissão é transmitir esses bits. Quando cada um dos bits é transmitido isoladamente, isto é, através da transmissão de um símbolo por cada bit, diz-se que estamos em presença de transmissão binária. Quando, ao contrário, os bits são agrupados em palavras binárias e transmitidos utilizando-se um símbolo por cada palavra, diz-se que estamos em presença de transmissão multi-nível. Em transmissão binária, o sistema de transmissão transmite sequencialmente um de dois símbolos que representa um dos dois bits (0 ou 1). Em transmissão multi-nível, o sistema de transmissão transmite sequencialmente um dos M símbolos necessários para representar as M palavras, sendo M dado por: 𝑀 = 2𝑛𝑏 2-12 20 Onde: 𝑛𝑏 é o número de bits por palavra. Exemplo: para transmitir uma sequência de palavras binárias com 3 bits de comprimento são necessários 23 = 8 símbolos diferentes. A utilização de transmissão multi-nível permite obter um balanço entre a largura de banda ocupada pelo sinal modulado e a potência que é necessário transmitir para que se obtenha uma dada probabilidade de erro. Numa transmissão binária em série o débito binário 𝐷𝑏 (número de bits transmitidos por segundo) corresponde ao inverso do tempo de cada bit 𝑇𝑏 (duração de cada símbolo binário), ou seja: 𝐷𝑏 = 1 𝑇𝑏 2-13 2.4.2 Transmissão em banda base 2.4.2.1 Classificação dos códigos de linha binários Os códigos de linha têm como objectivo transmitir informação digital (níveis lógicos “0” e “1”) num canal de comunicação através de uma onda eléctrica, electromagnética ou óptica. Estes códigos encontram- se em banda de base, não utilizando modulação, ou seja, são constituídos por níveis de tensão (ou corrente) que transitam de um modo descontínuo. Quanto à polaridade os códigos de linha podem ser: Polares (P), ou seja, quando definidos por formas de onda simétricas; Unipolares (U) quando um dos símbolos é definido pela tensão 0 V; Bipolares (B) quando definidos por 3 símbolos, sendo duas formas de onda simétricas e pela tensão 0 V. Os códigos unipolares necessitam de apenas uma fonte de alimentação, reduzindo a complexidade, mas contêm sempre componente DC. Quanto à maneira como a informação é transmitida os códigos de linha podem ser: De nível, quando a informação se encontra no nível de tensão; De transição, quando a informação se encontra na transição entre níveis. Esta transição pode se dar entre símbolos ou a meio do símbolo. 21 Note-se que na presença de ruído é mais fácil detectar transições do que níveis de tensão. 2.4.2.2 Tipos de códigos de linha binários Os códigos de linha podem ainda ser: De Retorno a Zero (RZ – Return to Zero), normalmente a meio do bit e produz sempre pelo menos uma transição por símbolo, facilitando o sincronismo; Sem Retorno a Zero (NRZ – No Return to Zero), mantendo a mesma tensão durante todo o tempo de bit. Os códigos mais comuns, para além dos já mencionados NRZ e RZ, estão na mostra na Figura 2-4. Figura 2-4 – Formato dos códigos de linha mais comuns Para além das características já identificadas na modulação analógica, que se mantêm validas como é o caso da largura de banda ou o índice de modulação, existem outras características fundamentais tais como a eficiência espectral e a probabilidade de erro de bit. Eficiência espectral: qualquer canal de comunicação tem uma largura de banda limitada. Para evitar a distorção da forma de onda (que representa perda da forma de onda original do sinal devido ao meio de transmissão), o espectro do código de linha tem de estar contido na banda do canal de comunicação, ou seja, 22 𝜌 = 𝐷𝑏 𝐵𝑤 2-14 Probabilidade de erro de bit: uma das características dos canais de comunicação é a presença de ruido, que pode levar a erros de bit entre o transmissor e o receptor. Um código de linha deve ser imune (quanto possível) ao ruido. O cálculo da probabilidade do erro de bit (BER – Bit Error Rate) é dada por 𝐵𝐸𝑅 = 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒𝑏𝑖𝑡𝑠𝑒𝑟𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑑𝑒𝑏𝑖𝑡𝑠𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑚𝑖𝑡𝑖𝑑𝑜𝑠 2-15 De realçar que o BER é uma probabilidade e, por conseguinte, o seu valor varia entre 0 e 1. As características dos códigos de linha binários estão sumarizadas na tabela que se segue Tabela 2-1 – Características de alguns códigos de linha binários Código Energia média por bit, 𝑬𝒃[𝑱] Largura de banda do sinal, 𝑩𝒘𝑻[𝒃𝒊𝒕/𝒔] PNRZ 𝐸𝑏 = 𝐴 2 ∗ 𝑇𝑏 𝐵𝑤𝑇 = 𝐷𝑏 2 ∗ (1 + 𝛼) PRZ 𝐸𝑏 = 𝐴2 2 ∗ 𝑇𝑏 𝐵𝑤𝑇 = 𝐷𝑏 ∗ (1 + 𝛼) UNRZ 𝐵𝑤𝑇 = 𝐷𝑏 2 ∗ (1 + 𝛼) BNRZ Manchester 𝐸𝑏 = 𝐴 2 ∗ 𝑇𝑏 𝐵𝑤𝑇 = 𝐷𝑏 ∗ (1 + 𝛼) No cálculo da largura de banda de cada um dos sinais surge o factor de Rollof (𝛼), um factor que define a inclinação de uma função de transmissão com frequência e surge devido ao filtro passa-baixo contidos nos moduladores e que influenciam o espalhamento do espectro do sinal, onde o factor de Rolloff tem valor entre 0 e 1. O factor de Rolloff vale 𝛼 =0 para os filtros ideais e 0 < 𝛼 ≤ 1 para os filtros reais. 2.4.2.3 Modulação PAM (Pulse Amplitude Modulation) A modulação da amplitude do impulso consiste na utilização de impulsos com amplitudes diferentes para representar símbolos diferentes. Se forem utilizados impulsos com mais que duas amplitudes diferentes, estamos em presença de modulação multi-nível. A Figura 2-5 mostra um exemplo de um sinal modulado em 4-PAM, isto é, onde são utilizadas 4 amplitudes diferentes para constituir outros tantos símbolos. No exemplo da Figura 2-5, cada um dos 4 diferentes símbolos representa uma das 4 palavras de 2 bits. Assim, a duração (Ts) de cada impulso (símbolo) é duas vezes a duração de um bit (Tb). A taxa de transmissão de bits (débito binário) é duas vezes superior à cadência com que são transmitidos os símbolos (baud rate). 23 Figura 2-5 – Exemplo de um sinal 4-PAM De uma maneira geral, o débito binário está relacionado com o baud rate da seguinte forma: 𝐷𝑏 = 𝑛𝑏 ∗ 𝐷𝑆 2-16 Onde: 𝐷𝑏 é o débito binário; 𝐷𝑠 é o débito do símbolo; 𝑛𝑏é o número de bits representados por cada símbolo, ou: 𝐷𝑏 = 𝑙𝑜𝑔2(𝑀) ∗ 𝐷𝑆 2-17 Onde: 𝑀é o número de símbolos utilizados. 2.4.2.4 Modulação PPM (Pulse Position Modulation) A modulação de posição do impulso consiste na divisão do tempo atribuído à transmissão de um símbolo em M intervalos iguais, sendo a informação transmitida através da transmissão de um (apenas um) impulso numa dessas M posições. PPM é também uma técnica de transmissão multi-nível. Figura 2-6 – Exemplo de um sinal 4-PPM 24 A Figura 2-6 mostra um exemplo de 4-PPM, isto é, um exemplo em que o tempo de um símbolo é dividido em quatro intervalos iguais. A transmissão de um impulso em cada uma das 4 posições representa os 4 símbolos diferentes. Uma vez que os impulsos transmitidos em cada símbolo têm uma duração temporal menor que a duração de um bit, a largurade banda ocupada por um sinal PPM é maior que a largura de banda ocupada por um sinal OOK-NRZ. As características para modulação com transmissão em banda base multi-nível estão sumarizadas na tabela que se segue: Tabela 2-2 – Características de modulação banda base multi-nível Modulação Energia média por bit, 𝑬𝒃[𝑱] Largura de banda do sinal, 𝑩𝒘𝑻[𝒃𝒊𝒕/𝒔] PAM 𝐸𝑏 = 𝐸𝑠 𝑛𝑏 𝐵𝑤𝑇 = 𝐷𝑏 2 ∗ 𝑛𝑏 ∗ (1 + 𝛼) PPM 2.4.3 Transmissão com portadora As técnicas de transmissão digital com portadoras consistem em fazer varia uma das características de uma onda sinusoidal ao longo do tempo, de acordo com os dados a transmitir. Essas características são a amplitude, a frequência e a fase. 2.4.3.1 Modulação OOK (On-Off-Keying) A modulação OOK é uma técnica binária e utiliza dois símbolos para representar os bits 0 e 1. Os dois símbolos consistem em duas amplitudes de uma grandeza física tal como a corrente ou a tensão de um sinal eléctrico. A Figura 2-7 mostra um sinal OOK, onde 𝑇𝑏 representa a duração temporal de cada bit. Quando, como na Figura 2-7, o impulso que representa o bit "1" tem uma duração igual ao período de um bit, diz-se que o sinal é do tipo NRZ. Figura 2-7 – Sinal OOK-NRZ 25 Quando a duração dos impulsos é inferior à duração de um bit, o sinal é do tipo RZ, tal como mostra a Figura 2-8. Figura 2-8 – Exemplo de um sinal OOK-RZ Para ajudar a compreender melhor, dado o exemplo da Figura 2-9 onde é mostrado sinal a transmitir. Esta modulação consiste simplesmente em permitir ou não a transmissão da portadora em função da sequência de bits “0” e “1”. Figura 2-9 – Exemplo de modulação OOK 2.4.3.2 Modulação ASK (Amplitude Shift Keying) A técnica ASK é o parente digital da modulação de amplitude (AM). Num sinal ASK é a amplitude de uma portadora que varia no tempo de acordo com os bits a transmitir. Figura 2-10 – Sinal ASK 26 Na Figura 2-10 mostra-se um exemplo de um sinal ASK, onde o seu comportamento é muito similar a modulação OOK. 2.4.3.3 Modulação FSK (Frequency Shift Keying) A técnica FSK é o parente digital da modulação de frequência (FM). Num sinal FSK é a frequência de uma portadora que varia no tempo de acordo com os bits a transmitir. Na Figura 2-11 mostra-se um exemplo de um sinal FSK. Figura 2-11 – Sinal FSK Quando o sinal a transmitir é “0” produz-se uma portadora de uma determinada frequência, enquanto se o sinal a transmitir é “1” produz-se uma portadora de outra frequência. 2.4.3.4 Modulação PSK (Phase Shift Keying) Na técnica PSK (irmão digital da modulação PM) o sinal transmitido transporta os dados digitais através da variação temporal da fase de uma portadora de acordo com os bits a transmitir. Figura 2-12 – Sinal PSK Ou seja, consiste em variar a fase da portadora de acordo com a informação digital binária a ser transmitida (Figura 2-12). 27 Figura 2-13 – Exemplo de modulação PSK As características da modulação binária com transmissão com portadora sumarizam-se em seguida na Tabela 2-3. Tabela 2-3 – Características de modulações binários OOK, ASK, FSK e PSK Modulação Energia média por bit, 𝑬𝒃[𝑱] Largura de banda do sinal, 𝑩𝒘𝑻[𝒃𝒊𝒕/𝒔] OOK 𝐸𝑏 = 𝐴2 4 ∗ 𝑇𝑏 𝐵𝑤𝑇 = 𝐷𝑏 ∗ (1 + 𝛼) ASK 𝐸𝑏 = 𝐴1 2 + 𝐴0 2 4 ∗ 𝑇𝑏 PSK 𝐸𝑏 = 𝐴2 2 ∗ 𝑇𝑏 FSK 𝐵𝑤𝑇 = |𝑓1 − 𝑓0| + 𝐷𝑏 ∗ (1 + 𝛼) = 2 ∗ (∆𝑓 + 𝐵𝑤)∆𝑓 = |𝑓1 − 𝑓𝑐|=|𝑓𝑐 − 𝑓0| 𝑓𝑐 = 𝑓1 + 𝑓0 2 Na Tabela 2-3 são mostradas as características de modulações binarias. Vale a pena realçar o cálculo da largura de banda de sinal FSK que pode ser calculada quer seja pelas frequências dos bits (𝑓1 – frequência do bit “1” e 𝑓0 – frequência do bit “0”) mas também recorrendo à outros parâmetros como o índice de modulação (∆𝑓) e a largura de banda do canal (𝐵𝑤). Um aspecto fundamental a ter em conta é que a largura de banda do canal é no mínimo igual a largura de banda do sinal, ou seja, 𝐵𝑤𝑇 ≤ 𝐵𝑤. Figura 2-14 – Constelação PSK Para melhor compreensão, a Figura 2-13 mostra um exemplo prático da modulação PSK. O bit “0” é transmitido com fase 0º e o bit “1” com fase 180º- 28 A representação pode também ser feita na forma vectorial (Figura 2-14) e neste caso dizemos que se trata da representação da “constelação” PSK por ser feita por pontos. 2.4.3.1 Modulação M-PSK Através da variação de fase é possível transmitir não apenas um bit de cada vez, mas sim um conjunto de 2 bits (Dibit), de 3 bits (Tribit), etc. aumentando assim muito a quantidade de informação por unidade de tempo. São as modulações multi-nível PSK ou abreviadamente M-PSK. Tabela 2-4 – Modulação QPSK No caso Dibit o esquema de modulação tem o nome de 4-PSK ou QPSK (Quadrature Phase-Shift Keying), uma vez que dois bits definem 4 possíveis estados. Neste caso, cada estado é representado por uma alteração no ângulo da portadora, múltiplo de 90º conforme mostra o quadro da Tabela 2-4. Figura 2-15 – Constelação QPSK A Figura 2-15 representa a constelação de fase da modulação QPSK no padrão A. Repare que a sequência não segue a numeração binária normal que seria 00, 01, 10, 11. Em vez disso utiliza-se a sequência 00, 01, 11, 10. Este facto deve-se a que assim só um dos bits se altera nas mudanças de estado o que permite reduzir a largura de banda. 2.5 Modulação QAM (Quadrature Amplitude Modulation) A técnica QAM é uma combinação dos esquemas ASK e PSK modificando simultaneamente a amplitude e a fase da portadora. Em QAM podem transmitir-se desde 2 até 8 ou mais bits em simultâneo aumentando muito o rendimento em relação à modulação QPSK. Dibit Variação de fase Padrão A Padrão B 00 0º 45º 01 90º 135º 11 180º 225º 10 270º 315º 29 A Figura 2-16 mostra um exemplo modulação QAM em que há possibilidade de transmitir 16 símbolos diferentes (de 4 bits cada) e por isso se designa por 16-QAM. Repare que em modulação QAM também existem 4 quadrantes, sendo que existem 4 símbolos por cada quadrante e os eixos são representados por eixo horizontal (real) com o sinal em fase ou I (Infase) e o eixo vertical (imaginario) com um sinal em quadratura ou Q (Quadrature) tal como em QPSK. Figura 2-16 – Constelação 16-QAM Podemos ter também, por exemplo, a modulação 64-QAM, cuja constelação apresenta 64 símbolos, cada um deles representando 6 bits. De realçar que a modulação 16-QAM alcança-se uma taxa de transmissão menor do que no modo 64- QAM, uma vez que cada símbolo transporta um número menor de bits. No entanto, na modulação 16- QAM, a distância euclidiana entre os símbolos (é o espaçamento entre os símbolos no mesmo quadrante) é maior do que no caso do modo 64-QAM. Isto permite que o modo 16-QAM possibilite uma melhor qualidade de serviço (QoS), pois a maior distância entre os símbolos dificulta erros de interpretação no receptor quando este detecta um símbolo. As características da modulação multi-nível com transmissão com portadora sumarizam-se em seguida na Tabela 2-5. Tabela 2-5 – Características de modulações multi-nível Modulação Energia média por bit, 𝑬𝒃[𝑱] Largura de banda do sinal, 𝑩𝒘𝑻[𝒃𝒊𝒕/𝒔] 4-PAM = QPSK 𝐸𝑏 = 𝐴2 2 ∗ 𝑇𝑏 𝐵𝑤𝑇 = 𝐷𝑏 𝑛𝑏 ∗ (1 + 𝛼) M-PSK QAM 𝐸𝑏 = 2 ∗ (𝑀 − 1) 3 ∗ 𝐸0 𝑛𝑏 2.6 Exercícios Para a consolidação dos conhecimentos adquiridos neste capítulo quer do ponto de vista teórico como também do ponto de vista prático, resolva os seguintes exercícios: 0001 0011 0000 0010 1000 1001 1010 1011 0111 0110 0101 0100 1110 1100 1111 1101 Q I 30 1. Qual a função de um MODEM? 2. Quais são os possíveis tipos de modulação existentes? 3. Classifique cada tipo de modulação e descreva basicamente como cada uma opera? 4. O que é, na modulação, uma portadora? 5. Qual é a utilidade da portadora? 6. Diferencie modulação de amplitude de modulação de frequência. Usandouma tabela comparativa, apresente vantagens e desvantagens entre as modulações AM e FM? 31 3 Multiplexagem de sinal 3.1 Teoria de multiplexagem Multiplexagem designa a operação pela qual vários sinais analógicos, digitais ou ópticos são combinados num único sinal tendo em vista a sua transmissão sobre um único canal. O dispositivo que realiza a operação de multiplexagem designa-se multiplexador (MUX), enquanto o dispositivo que realiza a operação inversa designa-se desmultiplexador (DEMUX). Figura 3-1 – Multiplexagem e Desmultiplexagem (extraído de [1]) A Figura 3-1 mostra a multiplexagem e a desmultiplexagem de sinais. Na multiplexagem existem três fontes de sinal que usam um único canal de transmissão partilhado para transmitir os sinais, enquanto no sentido inverso os sinais são provenientes do canal de transmissão para as fontes de recepção do sinal. O objetivo básico para a utilização desta técnica é economia, pois utilizando o mesmo meio de transmissão para diversos canais economiza-se em linhas, suporte, manutenção, instalação, etc. 3.2 Tipos de multiplexagem A multiplexagem pode ser realizada no domínio da frequência (FDM, Frequency-Division Multiplexing), do tempo (TDM, Time-Division Multiplexing) ou no domínio e do comprimento de onda (WDM, Wavelength-Division Multiplexing). A FDM que é a multiplexagem por divisão no tempo, em que o espectro de frequências é devido em diversas faixas, uma para cada transmissão ou comunicação distinta. A TDM que é a multiplexagem por divisão no tempo, ou seja, é o tempo de transmissão de um canal é dividido em pequenas fracções de tempo (iguais ou de acordo com uma proporção 32 estatística), atribuindo-se uma fracção a cada uma das várias transmissões que estão a decorrer ao mesmo tempo. A WDM que é a multiplexagem por divisão do comprimento de onda, é similar à multiplexagem FDM em que a transmissão de um canal é dividida em pequenas fracções ópticas e atribuídas para cada canal de entrada, 3.2.1 Multiplexagem FDM Na multiplexagem FDM, o espectro de frequências é dividido em vários canais lógicos, com cada canal a possuir a sua própria largura de banda. Dessa forma, cada sinal (analógico ou digital) vai modular uma portadora com frequências própria, evitando a interferência. A Figura 3-2 mostra uma multiplexagem FDM em que cada canal tem a sua própria frequência e os canais são multiplexados na mesma unidade de tempo. Figura 3-2 – Multiplexagem FDM Para ajudar a compreensão, assuma que um canal de voz ocupa uma largura de banda de 4 KHz. Conforme a Figura 3-3, precisa-se combinar três canais de voz num canal com largura de banda de 12 KHz, de 20 a 32 KHz. Figura 3-3 – Exemplo de aplicação da multiplexagem FDM 33 A multiplexagem de um número elevado de canais telefónicos não é efectuada através de uma única operação de modulação e filtragem, mas antes, através de etapas sucessivas, formando uma estrutura hierárquica. O número de canais presentes em cada nível hierárquico é fruto de normalização da ITU- T. Na Tabela 3-1 indica-se a designação de cada nível, o número de canais e a largura de banda ocupada. Tabela 3-1 – Hierarquia do sistema de multiplexagem FDM Nível de multiplexagem Designação da hierarquia/ canal Número de canais de voz Largura de Banda ocupada 0 Canal de voz 1 0 – 4 kHz 1 Grupo 12 60 – 108 kHz 2 Supergrupo 60 312 – 552 kHz 3 Grupo Mestre 300 812 – 2044 kHz 4 Supergrupo Mestre 900 8516 – 12338 MHz A formação destes grupos/níveis hierárquicos tem por base o canal de voz que tem uma largura de banda de 4 kHz e constitui o nível 0 da técnica de multiplexagem FDM. Como mostrado na Figura 3-4, pela operação de multiplexar 12 canais de voz, formar-se a hierarquia designada Grupo, com largura de banda de 48 kHz, designada como o nível 1 desta técnica de multiplexagem. Para formar a hierarquia Supergrupo são multiplexados 5 Grupos, num total de 60 canais de voz e uma largura de banda de 240 kHz. Pela acção de multiplexar 5 Supergrupos, obtém-se o nível 3, Grupo Mestre, com 1232 kHz de largura de banda e formando por 300 canais de voz. Por fim e para se obter a última hierarquia de multiplexagem FDM são combinados 3 Grupos Mestre e obtém-se o Supergrupo Mestre com uma largura de banda de 3872 kHz e 900 canais de voz. Figura 3-4 – Formação dos níveis de multiplexagem FDM A multiplexagem FDM é a técnica dominante nas redes de distribuição de televisão por cabo, já que a transmissão analógica continua a ser predominante nesta área. No caso das redes híbridas (fibra/coaxial) o FDM aparece vulgarmente com a designação de multiplexagem de sub-portadora 34 (subcarrier multiplexing), o que se explica pelo facto de a portadora principal nessas redes ser uma portadora óptica, funcionando as portadoras eléctricas usadas para obter o sinal FDM como sub- portadoras. 3.2.2 Multiplexagem TDM Na multiplexagem por divisão de tempo, são amostrados ciclicamente os diversos canais tributários e em cada amostragem é recolhida uma fatia de sinal (fatia de tempo), que é utilizada na montagem de um quadro agregado, que corresponde às amostragens de todos tributários durante um ciclo de amostragem. Figura 3-5 – Multiplexagem TDM A Figura 3-5 mostra uma multiplexagem TDM em que cada canal ocupa o seu próprio tempo e os canais são multiplexados na mesma frequência. De acordo com o teorema da amostragem um sinal banda-base com largura de banda 𝐵𝑤 (Hz), pode ser univocamente determinado a partir das suas amostras, desde que estas sejam tomadas em intervalos de tempo uniformemente espaçados de 𝑇𝑎 = 1 2𝐵𝑤 . Como o sinal amostrado está em estado desligado uma parte significativa do tempo, pode-se aproveitar esses intervalos sem sinal, para transmitir as amostras correspondentes a outros sinais. De forma resumida é este o princípio do TDM. O princípio de funcionamento da multiplexagem TDM está ilustrado na Figura 3-6 em que os sinais passa-baixo correspondentes aos diferentes canais são amostrados usando portas lógicas, que são activadas num curto intervalo de tempo, pela acção das sequências de pulsos. No desmultiplexador as portas são activadas por sequências de pulsos sincronizadas com as usadas no multiplexador. Assim, para além dos pulsos correspondentes aos canais de informação é necessário transmitir um sinal apropriado para sincronizar os pulsos responsáveis pelo controlo das portas lógicas do multiplexador e do desmultiplexador. O sinal transmitido durante um período de repetição 𝑇𝑎 é constituído por um determinado número de hiatos temporais (time-slots) sendo, por exemplo, um 35 destinado ao sinal de sincronização e os outros às amostras dos diferentes canais. O sinal completo é designado por trama e o sinal de sincronismo por sinal de enquadramento de trama. Figura 3-6 – Principio de funcionamento do TDM (extraído de [2]) Uma característica fundamental e indispensável da técnica de multiplexagem TDM é o sincronismo que possibilita a combinação dos canais no tempo. Este sincronismo é sinónimo de utilização de um relógio durante este processo, ou seja, o relógio poderá contribuir para a formação dos canais multiplexados de duas maneiras: em síncrona ou assíncrona: Síncrona: os intervalos de tempo são divididos em tamanhos iguais que são chamados de tramas (frames em inglês), e sua subdivisão de slots. Cada terminal para transmitir dados espera o seu slot dentro de cada trama- ou seja, não necessita de cabeçalho, mas de um relógio único; Assíncrona: os intervalos de tempo são divididos de acordo com a demanda dos terminais, e as unidades de informação possuem um cabeçalho com endereços de origem e destino, com isso procura eliminar o desperdício de capacidade que ocorre no modo síncrono. Não utiliza um relógio único, mas necessita que seja inserido um cabeçalho. Naformação de conjuntos de canais de multiplexagem e em função da maneira como estes são combinados, existem duas gerações de técnicas de multiplexagem: a PDH (Plesiochronous Digital Hierarchy, em português Hierarquia Digital Plesiócrona) e a SDH (Synchronous Digital Hierarchy, Hierarquia Digital Síncrona). 36 Os canais da hierarquia PDH são agrupados, formando os níveis hierárquicos. Assim, para o sistema PDH Europeu (o mesmo adoptado pelo nosso país) são inseridos 32 canais de 64 kb/s cada, dos quais 30 do total dos canais são reservados a transmissão de informação (por exemplo do canal telefónico) formam um canal com débito binário de 2048 kb/s. Este canal é denominado de E1 (de European level one) e forma a primeira Hierarquia Digital Plesiócrona (PDH), conforme a Figura 3-7. A combinações de canais da primeira hierarquia compõem canais da segunda hierarquia. Ou seja, são combinados quatro canais de 2048 kb/s (E1), formando um canal com o débito binário de 8448 kb/s (E2). Quatro destes formam a terceira hierarquia PDH europeia com débito binário de 34368 kb/s (E3), por sua vez a combinação de quatro sinais destes, formam a quarta hierarquia PDH europeia com débito binário de 139264 kb/s (E4). Figura 3-7- Formação dos níveis hierárquicos da multiplexagem PDH Europeia Na Tabela 3-2 são indicadas a designação de cada nível de multiplexagem, a designação da hierarquia, o número de canais e a largura de banda ocupada. Tabela 3-2 – Hierarquia Digital Plesiócrona (PDH) Europeia Nível de multiplexagem Designação da hierarquia Número de canais de voz Débito binário [kb/s] 0 Canal de voz 1 64 1 E1 30 2048 2 E2 120 8448 3 E3 480 34368 4 E4 1920 139264 30 4 4 4 = 204 /s = 44 /s = 343 /s = 13 2 4 /s 1 2 30 2 3 4 2 3 4 2 3 4 1ª hierarquia 2ª hierarquia 3ª hierarquia 4ª hierarquia https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Kilobit_por_segundo https://pt.m.wikipedia.org/wiki/E1 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Quatro 37 Devido a razões como imperfeições do canal, os débitos binários dos sinais resultantes do processo de multiplexagem dos canais associados são levemente diferentes. Por esta razão esta geração de multiplexagem é designada PDH. Considera-se a geração PDH é uma tecnologia cada vez mais em desuso com a evolução dos sistemas de telecomunicação devido à impossibilidade de identificação de canais individuais dentro dos fluxos de bits de hierarquias superiores. Esta geração está cada vez mais a ser substituída por uma outra geração designada SDH (Sinchronous Digital Hierarchy). A técnica SDH realiza multiplexação TDM síncrona e é um sistema de transporte de informações em alta velocidade, muito utilizado para acessos à Internet em alta velocidade. Opera com débitos binários da ordem de: 155 Mb/s, 622 Mb/s, 2,5 Gb/s e 10 Gb/s síncrona, conforme a Tabela 3-3. Cada canal opera com um relógio sincronizado com os relógios dos outros canais, e é sincronizado com um relógio central conferindo assim o sincronismo ao sistema. Tabela 3-3 – Hierarquia Digital Síncrona Nível de multiplexagem Designação da hierarquia Número de canais E1 Débito binário [Mb/s] 1 STM-1 63 155,52 2 STM-4 252 622,08 3 STM-16 1008 2488,32 4 STM-64 4032 9953,28 As hierarquias de multiplexagem SH são designados STM-N (Synchronous Transport Module level- N). 3.2.3 Multiplexagem WDM A multiplexagem por divisão no comprimento de onda permite explorar de modo eficiente a largura de banda das fibras ópticas, juntando numa mesma fibra um certo número de portadoras ópticas, cada uma com o seu comprimento de onda. Antes da operação de multiplexagem é necessário converter os N sinais digitais, de entrada do multiplexador WDM, a serem agregados para o domínio óptico. Para isso, esses sinais modulam (directamente ou externamente) N lasers de semicondutor, onde cada laser emite no seu próprio comprimento de onda. Os sinais ópticos resultantes são em seguida multiplexados no domínio óptico, gerando um sinal WDM, que é injectado numa fibra óptica. Na outra extremidade da fibra os diferentes comprimentos de onda são separados (desmultiplexados) e os correspondentes sinais detectados através de receptores ópticos. Estes receptores são responsáveis por regenerar os sinais e recuperá- los para o domínio eléctrico. https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Evolu%C3%A7%C3%A3o https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Sistema https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Telecomunica%C3%A7%C3%A3o https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Fluxo https://pt.m.wikipedia.org/wiki/SDH 38 3.3 Comparação entre o FDM e TDM A Figura 3-8 mostra a comparação entre as técnicas (ou tipos) de multiplexagem FDM e TDM onde se realça a distribuição do sinal ao longo do mesmo tempo e em frequências diferentes, como acontece na multiplexagem FDM, bem como o sinal em tempos diferentes (diferentes slots) sobre uma mesma frequência, para o caso da multiplexagem TDM. Repare que a banda de guarda (o espaçamento entre canais) é fundamental para garantir a ausência de interferência entre os canais. Figura 3-8 – Comparação entre FDM e TDM 3.3.1 Características da técnica de multiplexagem FDM É a técnica de multiplexagem mais antiga; É própria para multiplexagem de sinais analógicos; Canal lógico multiplexado é caracterizado por uma banda B associada que deve ser menor que a banda do meio; É pouco eficiente (exige muita banda de resguardo); Exige hardware (filtros) próprio para cada canal lógico; É caro e de difícil implementação. 3.3.2 Características da técnica de multiplexagem TDM Técnica própria para multiplexagem de sinais digitais; Os canais lógicos multiplexados são caracterizados por uma taxa medida em bit/s, cuja soma deve ser igual à taxa máxima do meio (canal agregado); É eficiente, exige pouco ou nenhum tempo de resguardo; Pode ser implementado por software ou hardware; Canal lógico 1 Canal lógico 2 Canal lógico 3 Canal lógico 4 Canal lógico 5 Tempo F re q u ê n c ia [ H z ] bit/s C a n a l ló g ic o 1 C a n a l ló g ic o 2 C a n a l ló g ic o 3 C a n a l ló g ic o 4 C a n a l ló g ic o 5 Tempo F re q u ê n c ia [ H z ] bit/s Banda de guarda TDM Multiplexagem por Divisão de Tempo FDM Multiplexagem por Divisão de Frequência Banda de guarda 39 É simples e de fácil implementação. 3.4 Tipos de transmissão A modulação consiste numa operação realizada sobre o sinal a transmitir e que produz um sinal apropriado para a transmissão sobre o meio de transmissão em causa. Tipos de transmissão: Série: é um tipo de transmissão em que os dados são transmitidos bit a bit, uns a seguir aos outros, sequencialmente (como acontece, por exemplo, entre a porta série de um computador e um modem externo); Figura 3-9 – Transmissão em Série Paralelo: é um tipo de transmissão em que são transmitidos vários bits ao mesmo tempo (por exemplo, 8 bits em simultâneo, como acontece entre uma porta paralela de um computador e uma impressora); Figura 3-10 – Transmissão em Paralelo Simplex: as transmissões podem ser feitas apenas num só sentido, de um dispositivo emissor para um ou mais dispositivos receptores. É o que se passa, por exemplo, numa emissão de rádio ou televisão; em redes de computadores, normalmente, as transmissões não são deste tipo. 40 Figura 3-11 – Transmissão Simplex Um exemplo deste tipo de transmissão, conforme a Figura 3-11, é a comunicação entre um terminal de recolha de dados e um computador. Neste caso, o terminal de recolha de dados somente recebe a informação e o computador somente envia os dados. Duplex: as transmissões são feitas nos dois sentidos em simultâneo. Half-duplex: a transmissão pode ser feita nos dois sentidos, mas alternadamente, isto é, ora num sentido ora no outro, e não nos dois sentidos ao mesmo tempo.Este tipo de transmissões é exemplificado pelas comunicações entre radioamadores, ou seja quando um transmite o outro escuta e reciprocamente (Figura 3-12). Figura 3-12 – Transmissão em Half-duplex Um exemplo de comunicação Half-duplex é entre duas pessoas utilizando um canal de rádio tipo walkie- talkie. Quando uma pessoa fala a outra deve escutar. Quando a primeira pessoa termina de falar, diz "terminado" e liberta o canal para a outra pessoa, que pode então utilizar o canal. Full-duplex: as transmissões podem ser feitas nos dois sentidos em simultâneo, ou seja, um dispositivo pode transmitir informação ao mesmo tempo que pede também recebê-la. Um exemplo típico destas transmissões são as comunicações telefónicas. Figura 3-13 – Transmissão em Full-duplex 41 3.5 Exercícios Para a consolidação dos conhecimentos adquiridos neste capítulo quer do ponto de vista teórico como também do ponto de vista prático, resolva os seguintes exercícios: 1. Descreva sucintamente o que é e para que serve a multiplexagem? 2. Dado 5 canais cada um dos quais com 100 KHz de largura de banda, vão ser multiplexados. Qual é a largura de banda mínima da ligação a usar se for necessária uma banda de guarda de 10 KHz entre os canais para prevenir interferência? 3. Calcular quantos canais de televisão analógica (largura de banda de 6 MHz) podem ser inseridos em um serviço de televisão por cabo com distribuição usando cabos coaxial que possui uma largura de banda que está entre 54 – 550 MHz? 4. Calcular qual é a largura de banda necessária para multiplexar em frequência 60 canais de voz (largura de banda de 4 kHz)) 5. Dez canais de voz (largura de banda de 4 kHz) devem ser multiplexados usando a técnica de multiplexagem FDM com bandas de guarda de 500 Hz entre eles. Calcular a largura de banda necessária? 42 4 Radiocomunicação 4.1 Ligações por feixes hertzianos Os feixes hertzianos são ligações suportadas na transmissão atmosférica de ondas electromagnéticas (chamadas ondas de rádio), com propagação em linha de vista (não existe obstáculos entre as antenas de transmissão do sinal) entre o emissor e o receptor, distanciados aproximadamente em 50 km. Para ligações longas ou obstruídas pela orografia do percurso (quando não é possível ter propagação em linha de vista), é necessário usar intermédias que funcionam como repetidores com o objectivo de assegurar a linha de vista e o adequado nível de sinal. Algumas das aplicações dos feixes hertzianos são as seguintes: Rede de transporte de televisão (entre os centros de produção e os principais emissores; ligação aos estúdios móveis); Ligações entre estações de base e centros de controlo, nas redes telefónicas móveis; Acesso local via rádio (FWA – Fixed Wireless Access). 4.1.1 Constituição dos sistemas por feixes hertzianos As ligações são feitas por ligações ponto-a-ponto em linha de vista, cujas modulações utilizadas são em banda de base e as frequências típicas de portadora utilizada são entre os 2 – 20 GHz. Os feixes hertzianos são ligações suportadas na transmissão usando a atmosfera como meio de transmissão não guiado das ondas electromagnéticas. Figura 4-1 – Constituição dos sistemas por feixes hertzianos A Figura 4-1 mostra a constituição de um sistema de comunicação por feixes hertzianos: E/R são os emissores/receptores dos sinais à serem transmitidos. Estes E/R podem estar localizados em edifício próprio, na base da torre, quando esta é uma simples estrutura de suporte, ou junto da antena (no alto da torre) nas instalações de maiores dimensões. 43 A ligação dos emissores e receptores à antena é feita por meios de transmissão guiados (cabo coaxial, fibra óptica ou guias de onda). A escolha do meio de transmissão é feita em função das características do sinal à transmitir. Por exemplo quando a frequência é igual ou superior a cerca de 2 GHz, o meio de transmissão escolhido são os guias de ondas. A transmissão dos sinais é feita usando antenas que se situam no topo das torres. Estas antenas são direccionais. Cada par emissor – receptor de uma ligação unidireccional, em conjunto com as respectivas antenas, guias de ondas e o próprio meio de propagação entre antenas, é designado por secção rádio- eléctrica. Em cada secção rádio-eléctrica, a portadora, modulada pelo sinal a transmitir, ocupa um canal rádio- eléctrico (ou simplesmente canal). 4.1.2 Propagação em espaço livre Na propagação em espaço livre as ondas de rádio (que são ondas eletromagnéticas), viajam na velocidade da luz, ou seja, 3 × 108𝑚/𝑠 (300.000.000 de metros por segundo). No espaço livre (significa que o meio de transmissão é não guiado) estas ondas podem ser refletidas. Uma onda eletromagnética é formada por campos eléctricos e magnéticos. Esses campos oscilam em direcções perpendiculares um do outro e a direcção da propagação da onda em referência é perpendicular aos campos eléctricos e magnéticos desta onda. Todas as ondas possuem algumas características de propagação como: a velocidade, a frequência, o período, o comprimento de onda, a amplitude e a polarização: Frequência: a frequência indica o número de oscilações da onda num determinado intervalo de tempo. Período: é o tempo decorrido para determinada oscilação da onda. Comprimento de onda: é a distância mínima em que um ciclo da onda se repete. Amplitude: é o valor máximo da oscilação de determinada onda, tanto positivo como negativo. Polarização: é a direcção do vector eléctrico relativamente a um plano de referencia, em geral a superfície da terra. Para os sistemas de telecomunicações são geralmente considerados três tipos de polarização: Polarização vertical: em que o campo eléctrico é perpendicular à superfície da terra; Polarização horizontal: onde o campo eléctrico é paralelo à superfície da terra; Polarização circular: o campo eléctrico é dado pela soma vectorial de duas componentes, de mesma amplitude, polarizadas vertical e horizontalmente e desfasadas de 90º no tempo. 44 Os meios onde viajam as ondas eletromagnéticas, oferecem uma relevante influência a velocidade com que a onda pode mover-se. Define-se a atenuação em espaço livre (𝐴𝑜) em dB pela equação 4-1: 𝐴𝑜(𝑑𝐵) = 10 ∗ log( 𝑃𝐸 𝑃𝑅 ) 4-1 Onde: 𝑃𝐸 : a potência do emissor; 𝑃𝑅: a potência recebida. 4.2 Comunicações por micro-ondas 4.2.1 Introdução Em certos casos específicos e particulares, os feixes hertzianos são também designados de feixes de micro-ondas, devido ao pequeno comprimento de onda utilizado nos seus sistemas, em que as bandas de frequência de operação (aquelas que os sistemas funcionam) se situam acima dos 2 GHz (2,4 – 5 GHz) e por isso as antenas devem estar bem direccionadas pois funcionam em linha de vista. 4.2.2 Vantagens e desvantagens das micro-onda As comunicações por micro-ondas apresentam as seguintes vantagens: Relativamente baixos custos, os micro-ondas têm custos relativamente baixos de construção em comparação com outras formas de transmissão de informação. Um sistema de comunicação de micro-ondas não necessita de cabos físicos ou equipamentos sem atenuação cara (dispositivos que mantêm a força do sinal durante a transmissão). Montanhas, montes e telhados fornecer bases baratas e acessíveis para torres de transmissão de micro-ondas. No outro sentido, existem algumas desvantagens: Line of Sight, sistemas de rádio de micro-ondas são uma tecnologia implementada em linha de visão, ou seja, os sinais não vão passar através de objetos (por exemplo, montanhas, prédios e aviões). Este inconveniente limita os sistemas de comunicação de micro-ondas para a linha de distâncias de operação à vista. Sinais de fluxo entre um ponto fixo para outro, desde que nenhum obstáculo sólido interrompe o fluxo. Sujeito a eletromagnética e outras interferências, os sinaisde rádio de micro-ondas são afetados por interferência electromagnética (EMI). A interferência electromagnética é qualquer perturbação que se degrada, obstrua ou interrompa o desempenho dos sinais de micro-ondas. Interrupção do sinal de micro-ondas a interferência electromagnética é causada por motores elétricos, linhas de transmissão de energia elétrica, turbinas de vento, estações de televisão 45 /rádio e torres de transmissão de telefonia móvel. As turbinas de vento, por exemplo, espalhar e difratar sinais de TV, de rádio e de micro-ondas, quando colocado entre transmissores e receptores de sinal. Comunicação de rádio de micro-ondas também é afectado pela humidade pesada, vapor, chuva e neblina, devido à chuva desvanece-se (a absorção de sinais de micro- ondas por gelo, neve ou chuva, causando a degradação e distorção do sinal). 4.2.3 Aplicações das micro-ondas As micro-ondas têm grande aplicação tais como: São usadas nas transmissões de comunicações, porque atravessam facilmente a atmosfera terrestre, com menos interferência do que ondas mais longas. Além disso, as micro-ondas permitem uma maior largura de banda do que o restante do espectro eletromagnético Redes Locais sem-fio, tais como Bluetooth, Wi-Fi, WiMAX e outros, na faixa de 2,4 – 5,8 GHz. O Radar também usa radiação em micro-ondas para detectar a distância, velocidade e outras características de objetos distantes. Um forno de micro-ondas usa um gerador de micro-ondas do tipo magnetron para produzir micro-ondas em uma frequência de aproximadamente 2,45 GHz para cozinhar os alimentos. As micro-ondas cozinham os alimentos, fazendo com que as moléculas de água e outras substâncias presentes nos alimentos vibrem. Esta vibração cria um calor que aquece o alimento. Já que a maior parte dos alimentos orgânicos é composta de água, este processo cozinha-os facilmente. TV a cabo e Internet de banda larga por cabo coaxial, bem como certas redes de telefonia celular móvel, também usam as frequências mais baixas das micro-ondas. 4.3 Guia rectangular Os guias de onda são estruturas, em geral, cilindros metálicos ocos com secção transversal geralmente constante (guias uniformes) e com dieléctrico interno homogéneo (normalmente o ar ou um gás inerte). Podemos classificar os guias uniformes segundo o formato da secção transversal: Guia rectangular (isso é guias cilíndricos de secção rectangular); Guia cilíndrico circular; Guia elíptico; Guia com ressalto/saliência (“ridged”). A Figura 4-2 é um guia de onda rectangular que é oco no interior por onde as ondas electromagnéticas de alta frequência são transmitidas. Estes guias são instalados entre os emissores/receptores até as antenas, assentes no topo da tore que as suporta. No passado eram usados cabos coaxiais que foram substituídos pelos guias de onda, especialmente para frequências mais altas. Existe, actualmente, a https://pt.wikipedia.org/wiki/Atmosfera https://pt.wikipedia.org/wiki/Rede https://pt.wikipedia.org/wiki/GHz https://pt.wikipedia.org/wiki/Radar https://pt.wikipedia.org/wiki/Velocidade https://pt.wikipedia.org/wiki/Forno_de_micro-ondas https://pt.wikipedia.org/wiki/Gerador https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento https://pt.wikipedia.org/wiki/Mol%C3%A9culas https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua https://pt.wikipedia.org/wiki/Calor https://pt.wikipedia.org/wiki/Internet https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_coaxial https://pt.wikipedia.org/wiki/Telefonia https://pt.wikipedia.org/wiki/Celular 46 tendência de substituição dos guias de onda por cabos de fibra óptica resolvendo o problema dos factores que contribuem para as desvantagens da utilização dos guias de onda. Figura 4-2 – Exemplo de um guia de onda rectangular 4.3.1 Potencia transmitida e atenuação Considere-se um modelo simples duma ligação, formada por 2 antenas, em espaço livre, no vazio, conforme a Figura 4-1. Sejam: d: a distância entre antenas, em metros; f: a frequência da ligação, em Hz; 𝛼𝐸 , 𝛼𝑅: os ganhos (<1) dos guias de emissão e recepção, em unidades lineares (W); 𝑔𝐸: o ganho da antena emissora na direcção da antena receptora, em unidades lineares 𝑃𝐸 : a potência do emissor, em W. A potência disponível que é a potencia recebida de acordo com a equação 4-2) à entrada do receptor é dada por: 𝑝𝑅 = 𝑝𝐸𝑔𝐸𝑔𝑅𝛼𝐸𝛼𝑅𝜆 2 (4𝜋)2𝑑2 4-2 A potência disponível aos terminais de entrada do receptor (potencia recebido em dB mostrada na equação 4-3) é normalmente expressa em unidades logarítmicas, vindo: 𝑃𝑅 = 𝑃𝐸 + 𝐺𝐸 + 𝐺𝑅 + 𝐴𝐸 + 𝐴𝑅 + 𝐿𝑓𝑠(𝑒𝑚𝑑𝐵𝑚 , 𝑑𝐵𝑊) 4-3 Sendo 𝐿𝑓𝑠 a atenuação em espaço livre dada por (equação 4-4): 𝐿𝑓𝑠 = −10log( 𝜆2 (4𝜋)2𝑑2 ) ou 𝐿𝑓𝑠 = 32,4 + 20 log(d[ m]) + 20 log(𝑓[𝑀𝐻𝑧])(𝑒𝑚𝑑𝐵) 4-4 Para as antenas parabólicas tem-se o ganho, em dB, dado por: 47 𝐺 = 20 log ( 𝜋𝐷 𝜆 ) + 10log(𝜂) 4-5 Onde, na equação 4-5: D é o diâmetro da antena, em metros; 𝜂 é o seu rendimento de abertura (≈0,5) 4.4 Comunicações via satélite O satélite funciona como um repetidor de uma onda electromagnética que recebe numa frequência, amplifica ou repete o sinal e retransmite-o noutra frequência (transponder). As principais aplicações dos satélites são as seguintes: Difusão de Televisão; Ligações telefónicas; Rede privadas do tipo VSAT (Very Small Aperture Terminal) que são terminais de baixo custo. Dada a semelhança entre os feixes hertzianos e o satélite, abordar-se-á os aspectos mais relevantes da comunicação por satélite que se distinguem dos feixes hertzianos. Princípios do sistema Ligações hertzianas com um repetidor a bordo de um satélite no espaço; A órbita do satélite é uma elipse (caso geral) em que a Terra está num dos focos; Aplicação mais importante: órbita circular equatorial geoestacionária (altitude = 36 000 km). Classificação dos satélites Em função da aplicação; Em função da utilização. Aspectos críticos de engenharia Lançamento dos satélites: taxa de falha elevada o Veículo de transporte para as órbitas altas o Posicionamento inicial do satélite na órbita correcta Problemas da órbita do satélite o Controlo permanente de trajectória e atitude do satélite o Seguimento do satélite pelas antenas das estações terrestres Condicionantes do sub-sistema do satélite o Dimensão física o Peso total em órbita o Alimentação primária apenas por painéis solares 48 o Operação num meio ambiente agressivo Ciclo térmico severo durante eclipse Radiação solar elevada Exposição a micro-partículas e meteoritos Elevada fiabilidade (sem manutenção): é possível, mas acarretam custos exorbitantes 4.4.1 Vantagens da comunicação via satélite O satélite anda é uma solução de comunicação muito utilizada com as seguintes vantagens: Facilidade para alcançar regiões remotas (por exemplo aqueles municípios mais longínquos no interior do país); Grande facilidade para transmissões em broadcast (nas comunicações de televisão); Flexibilidade para crescimento do sistema (estações terrenas); Alta capacidade de transmissão; Alta qualidade de transmissão e alta confiabilidade; Custo independente da distância entre as estações; Capacidade de operação em múltiplo acesso. 4.4.2 Constituição do sistema de comunicação via satélite O sistema de comunicação via satélite é basicamente constituído por três blocos funcionais: o segmento espacial, o segmento terrestre e o segmento de controlo: Segmento espacial: é toda a componente em órbitra onde se situam os satélites; Segmento terrestre: é toda componente constituída pelas estações terrenas, onde se situam as antenas chamadas Hubs/Feeders agrupando grande capacidade de informação proveniente dos provedores de serviço; pelas Gateways que têm antenas que agrupam capacidades de informação proveniente de redes terrestres
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