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MODULO MOTODOLOGIA CIENTIFICA

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16/11/2020 Metodologia Científica
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METODOLOGIA CIENTÍFICA
CAPÍTULO 1 - QUAL É A CONTRIBUIÇÃO
DA METODOLOGIA CIENTÍFICA PARA A
CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO?
Antonio Marcos Feliciano/Ana Celeste da Cruz David
INICIAR
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Introdução
Houve um período da história humana em que o conhecimento religioso era utilizado
para explicar tudo o que acontecia na sociedade. Assim, aqueles que apresentavam
conhecimentos novos, contestando os religiosos, sofriam severas punições, incluindo a
pena de morte. Por isso, por um bom tempo, a sociedade acreditou que a Terra não era
redonda e que o horizonte era um grande abismo. 
Hoje em dia, as crianças aprendem nos primeiros anos escolares que a Terra é, de fato,
redonda, que gira em torno do sol e que precisa ser preservada, pois é o ambiente de
vida da espécie humana e de tantos outros seres vivos. Isso se deu graças aos esforços
de inúmeros estudiosos, em que, aos poucos, os conhecimentos de senso comum,
fortemente fundamentados pelos conhecimentos religiosos, foram desmistificados.
Dessa forma, a ciência tomou as rédeas do processo de criação do conhecimento, tendo
como sua principal fonte a Terra em todos os seus eventos, sejam sociais, naturais,
biológicos e econômicos, que foram gradativamente sistematizados e amparados por
modelos metodológicos.
Contudo, há conhecimento fora da ciência? 
Essa pergunta possui uma resposta afirmativa, sendo que a própria ciência reconhece
outros tipos de conhecimentos. No entanto, não devemos pensar esse reconhecimento
como sinônimo de conhecimento científico. Afinal, o conhecimento científico, no
sentido moderno do termo, surge no século XIX, e como bem afirma Burke (2016, p. 17),
“[...] aplicar o termo a atividade de busca do conhecimento em períodos anteriores a
esse propicia o que há de mais odioso para um historiador, o anacronismo”, ou seja, é
inadequado a aplicação do termo em um período histórico antecedente à sua
formulação. 
O conhecimento, então, é científico quando sua criação ocorre por meio da aplicação
de métodos científicos. Mas quais são os diferentes tipos de conhecimento? De que
forma se organiza o método científico?
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Essas e outras perguntas serão respondidas ao longo deste primeiro capítulo, em que
veremos que há diferenças entre o conhecimento popular e o conhecimento científico,
assim como também entenderemos que existem tipos de conhecimentos diferentes.
Ainda observaremos que o conhecimento científico é criado a partir da existência de um
problema, cabendo à metodologia científica e seu cabedal de instrumentos sistematizar
dados e informações, tornando-o, de fato, um conhecimento científico, provável e
apresentado sob uma lógica do que o torna compreensível pelas pessoas.
Vamos em frente!
1.1 Conhecimento e método científico
Você deve conhecer alguém metódico, certo? Mas saberia dizer quais são os atributos
ou características de uma pessoa metódica? Ela pode ser identificada por seu modo de
agir, cuja cautela e sensatez são comuns em suas ações.
As pessoas precisam ser norteadas por regras, sejam elas sociais, como a ética, que
regula a conduta em sociedade; econômicas, que parametrizam as relações no
mercado; ou de legislação trabalhista, que regulamenta o ofício profissional e as
relações de trabalho em empresas. Isso significa que as regras são onipresentes,
importantes instrumentos para manter o equilíbrio das relações entre as pessoas na
sociedade.
O mesmo ocorre na execução de trabalhos de caráter científico, em que as regras estão
presentes no método de pesquisa. Nesse sentido, podemos afirmar que o método ou a
metodologia se configura como uma regra orientadora das práticas investigativas da
ciência. Por meio do método, o pesquisador indica os caminhos trilhados para alcançar
seus resultados. Assim, além de possibilitar o reconhecimento científico da sua
pesquisa, é com o método que o pesquisador conta a história do seu trabalho, as
decisões tomadas, as limitações, entre outros aspectos.
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Dessa forma, também podemos afirmar que o conhecimento é reconhecido como
científico a partir da aplicação do método científico, caracterizado como sendo objetivo,
racional, sistemático, geral e verificável. Devemos igualmente acentuar que a ciência
reconhece a existência de conhecimento fora dela, isto é, conhecimentos criados sem o
emprego de abordagem metodológica tal e qual preconiza a ciência.
O conhecimento é o principal fator determinante no desenvolvimento da sociedade,
mas você sabe o que é conhecimento? 
Segundo Magalhães (2005, p. 13, grifos do autor), “A palavra ‘conhecimento’ em nossa
língua deriva do latim cognocere, cuja etimologia significa ‘conhecer junto’ ou ‘procurar
saber’ e que, por sua vez, se relaciona com o grego gnosis, habitualmente traduzido com
o próprio sentido de ‘conhecimento’”. O autor ainda lembra que outra palavra que
facilita o entendimento sobre o conhecimento é o termo grego logos, que tem por
significado “fala”, “razão” ou “entendimento”.
Podemos pensar sobre o conhecimento para além da origem e da evolução histórica do
termo, ou seja, no contexto da sua história social, posto que diferentes acontecimentos
influenciem o que é considerado conhecimento em épocas e lugares distintos. Na
perspectiva marxista, por exemplo, a resposta para essa questão é determinada pela
classe social. No âmbito da sociologia do conhecimento, evidencia-se o conhecimento
como acontecimento localizado em determinado tempo, lugar e comunidade (BURKE,
2016). Já no âmbito da biologia do conhecimento, Matura e Varela (2011, p. 267) alertam
que o conhecimento nos obriga a assumirmos “[...] uma atitude de permanente vigília
contra a tentação da certeza”, desde que ele tanto revele quanto cumpra sua função de
ocultação. 
Atualmente, muitas são as fontes de disseminação de informações e conhecimentos.
Podemos citar como exemplos os livros, as páginas da internet, os panfletos, os artigos,
as revistas, os CDs e os DVDs. No entanto, sem as conexões cognitivas, as informações
contidas nesses meios de divulgação ficam sem sentido, uma vez que é o cérebro
humano que tem a capacidade de processar e fazer as conexões, oferecendo sentido às
informações e criando novos conhecimentos, em um ciclo virtuoso, em que um
conhecimento gera outros.
Para Maturana e Varela (2011), os fenômenos cognitivos relacionam dois mundos
singulares: a tradição biológica, comum entre os homens e suas heranças linguísticas; e
as culturais, diversas e plurais.
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Assim, vimos até aqui o que é considerado conhecimento e o quanto isso pode variar
com relação à local, época e grupo social a ser estudado. Por exemplo, em sociedades
ocidentais modernas, o conhecimento das parteiras, antes valorizado em suas práticas
sociais tradicionais, passou por um período obscuro, fato que vem sendo revisado e
retomado em suas origens e valorização. Dessa forma, entendemos que o
conhecimento científico em movimento dinâmico vai continuamente estabelecendo
rupturas na forma de conhecer, construir tecnologias, elaborar métodos e se relacionar
com outros tipos de conhecimento.  
1.1.1 O que é ciência? O que é conhecimento cientí�co?
A ciência provê seu arcabouço de conceitos e definições a partir do que acontece na
sociedade, constituindo-a em uma importante fonte para sua criação. No entanto, vale
ressaltar que nem tudo que acontece na sociedade é abordado pela ciência. Apesar de
relevantes, os conhecimentos sociais,de senso comum ou popular, mantêm-se, mas,
em muitos casos, não são objetos de investigações científicas. 
Figura 1 - No mundo contemporâneo, o sentido social do conhecimento é poder. Fonte: woaiss,
Shutterstock, 2018.
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VOCÊ SABIA?
Desde os avanços da cibernética, a ciência propôs a descrição do funcionamento do
sistema nervoso e do raciocínio humano mediante um modelo de lógica matemática, uma
vez que muitos são os campos dedicados ao estudo das ciências cognitivas. A
Neurociência, a Biologia do Conhecimento e a Inteligência Artificial, por exemplo,
utilizam-se do rigor da metodologia científica para continuamente contribuir com a
criação do conhecimento.
Dessa forma, definir a ciência consiste em uma tarefa complexa, pois, já que a
sociedade é mutável, muitos de seus conceitos são efêmeros ou imprecisos. Demo
(1995) reconhece que na ciência nada é mais controverso do que sua definição. Diante
disso, o autor estabelece critérios possíveis para a condição definidora do que se pode
chamar de ciência: a coerência entre argumentação, o corpo sistemático bem
conduzido até suas conclusões congruentes entre si e entre as premissas iniciais, a
consistência argumentativa e sua atualidade, a originalidade criativa e a objetivação
como busca incessante da realidade (ainda que parcial e provisória). Esses fatores,
individualmente, mostram a complexidade de definição do tema, e, quando se reúnem
em um mesmo estudo, possuem o poder de comprometer completamente qualquer
pesquisa.
Apesar de apresentar os fatores limitantes à definição de ciência, é possível encontrar
entre pesquisadores e estudiosos um esforço autêntico no sentido de encontrar
parâmetros capazes de definirem esse termo. Assim, para Gil (2011, p. 02), a ciência
pode ser considerada “[...] uma forma de conhecimento que tem por objetivo formular,
mediante linguagem rigorosa e apropriada — se possível, com auxílio da linguagem
matemática —, leis que regem os fenômenos”. 
A definição supracitada indica claramente que a realidade não é ampla, profunda e
integralmente explicada em uma pesquisa, mas, sim, na sucessão de pesquisas, pois
são os diferentes e descontínuos enfoques que oferecem uma visão mais ampla de
compreensão da sociedade, sendo amparados por métodos que robustecem a ciência.
Ainda sob o prisma conceitual, a história do conhecimento científico reconhece o
pensamento científico em suas diferentes e descontínuas formas, não como uma
evolução linear e um progresso sucessivo, mas “[...] como resultado de diferentes
maneiras de conhecer e construir os objetos científicos, de elaborar métodos e inventar
tecnologias” (CHAUI, 2010, p. 223).
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O fato é que podemos reiterar que a ciência evolui tal e qual a sociedade por não haver
sentido no afastamento da segunda em relação à primeira, uma vez que a ciência
influencia e é simultaneamente influenciada pela economia, pela política, pela moral e
por tudo que acontece na sociedade. Assim, a ciência busca elementos para a
construção do conhecimento, o que ocorre em todas as áreas, fazendo com que ele seja
algo amplo e complexo, mas fundamental para o desenvolvimento da espécie humana.
O quadro a seguir apresenta alguns exemplos de tipos de conhecimentos e suas
aplicações.
 Figura 2 - O desenvolvimento
científico e o tecnológico transformam a sociedade e a vida no planeta. Fonte: Wichy, Shutterstock, 2018.
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O quadro indica a íntima relação da ciência com a sociedade para a criação do
conhecimento científico, oferecendo claros sinais da amplitude do conhecimento. Além
disso, podemos concluir que o conhecimento científico não é o único existente, além de
não ser o único que depende de instrumentos metodológicos para ser aferido.
Magalhães (2005) considera que o Homem faz uso do conhecimento para transformar o
meio em que vive, mantendo-se dominante na natureza. Isso decorre da sua
capacidade intelectual de fazer uso do conhecimento para o desenvolvimento da
espécie.
Quadro 1 - Tipos de conhecimentos e suas aplicações. Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em Feliciano,
2013, p. 44.
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Para reforçar a ideia de que há amplas relações entre a sociedade e a ciência — e que o
conhecimento popular ou de senso comum é relevante na constituição do
conhecimento científico —, Francelin (2004, p. 30) afirma que “[...] os conceitos nascem
do cotidiano, são apropriados pelo meio científico e tornam-se científicos ao romperem
com esse cotidiano, com esse senso comum”. Dessa forma, vale destacar que, na
relação entre sociedade e ciência, considerando situações coloniais, os conhecimentos
dos colonizadores se tornaram dominantes, ao passo que os conhecimentos dos
colonizados se tornaram subjugados, esquecidos ou desprestigiados. 
A aventura cibernética Matrix, de Lana Wachowski e Lilly Wachowski, é um clássico do cinema na abordagem
de temas como conhecimento e ciência. Matrix, nesse caso, representa um sistema inteligente e artificial
(criatura) que destrói a inteligência criadora (criador) e, assim, instaura a dúvida entre a realidade e a ilusão
de um mundo real.
Com isso, podemos afirmar que o conhecimento científico não é definitivo, portanto, é
provisório, podendo ligar um conhecimento ao outro, evidentemente, a partir de novos
estudos. Para os atores do senso comum, seus conceitos e conhecimentos são
definitivos, sendo que as modificações são difíceis de serem percebidas, justamente
pela ausência de aplicação de método que afere essas mudanças.
Em ciências, os movimentos e as transformações se dão mediante a consistência das
questões formuladas, da curiosidade em conhecer, da incerteza diante dos fenômenos,
da lucidez em propor aos problemas naturais, físicos ou sociais outras possibilidades de
investigação. Dessa forma, ciência e conhecimento científico se utilizam de processos
metodológicos para a expansão das fronteiras da ciência, acolhendo todas as
oportunidades para o avanço científico. 
VOCÊ QUER VER?
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1.2 Metodologia como processo de
pesquisa
Você já imaginou como é complexo estudar a cultura de diferentes povos, o
melhoramento genético de plantas e animais ou o próprio comportamento humano?
Será que é possível desenvolver atividades sem registrá-las em detalhes? 
Na verdade, não é possível para nós, seres humanos, executarmos tarefas complexas
sem entendermos sua lógica, e isso é proporcionado ou facilitado pela aplicação de
métodos. O registro das atividades de pesquisa são requisitos importantes em qualquer
abordagem metodológica, mas, antecipadamente, é comum não registrarmos tudo, e
isso não é feito de má fé, mas porque o ser humano possui uma grande dificuldade de
colocar no papel o que está pensando ou o que testemunha, sendo este um fator
limitador mitigado pelo método científico. Entre seus objetivos, ele facilita a
estruturação, o planejamento, o desenvolvimento, a execução e a análise em uma
pesquisa. 
Antes de evoluirmos na discussão conceitual sobre o método, é importante saber o que
é pesquisa. Segundo Magalhães (2005), pesquisar significa “buscar”, “inquirir”,
consistindo em uma atividade que necessita de trabalho manual e mental. Assim, se por
meio do método é criado o conhecimento científico, este, por sua vez, é fundamentado
por teorias, que, na visão de Magalhães (2005, p. 34) significa “ver”, ou seja,“A teoria é
uma visão generalizada de fenômeno de qualquer natureza, que possa ser comprovado
de alguma forma [...]”. Essa forma de comprovação das visões generalizadas ocorre por
meio do emprego do método.
Todo método requer registros que identifiquem o passo a passo de uma pesquisa em
suas diferentes etapas, por isso, muitos autores definem método como o caminho
trilhado em uma pesquisa. Segundo o Houaiss (2004, p. 494), método significa “[...]
procedimentos, técnica ou meio para atingir um objetivo; processo organizado de
ensino, pesquisa, apresentação, etc.”.
VOCÊ SABIA?
O método é uma ordem que você deve dispor para que tenha seu curso natural. Destaca-
se que quando o pesquisador tem segurança de que os objetivos específicos atendem o
objetivo geral, respondendo à pergunta ou ao problema de pesquisa, há condições de se
iniciar a pesquisa. Dessa forma, uma pesquisa bem elaborada pode contribuir e
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revolucionar a ciência (são raras). Contudo, uma pesquisa em que os elementos
metodológicos não mantêm interação, tende a marcar a vida do pesquisador como seu
grande fracasso.
A aplicação do método nas pesquisas também objetiva sistematizar dados e
informações por meio de processos cientificamente reconhecimentos, visando a
criação de um conhecimento novo, a partir do conhecimento existente. Não estamos
tratando de substituições de conhecimentos, mas de agregação e contribuição da
ciência à sociedade.
A meta de toda equipe esportiva é vencer, mas você sabe que para reunir um time de
vencedores é preciso criar condições para que sejam reunidas competências que se
complementam, não é? Além disso, se faz necessário o planejamento, a estratégia, os
planos e a tática. Ou seja, não é suficiente jogar e ter sorte, uma vez que é preciso ser
metódico. Nesse sentido, Magalhães (2005, p. 19) afirma que o conhecimento não surge
do nada, “[...] mas sim, do legado cultural que cada um de nós recebe na vida”. Por isso,
é possível afirmar que cada pessoa é dotada de conhecimentos, mas, para torná-los
cientificamente reconhecidos, é necessário o domínio de instrumentos metodológicos e
do entendimento das técnicas de pesquisa, bem como da pesquisa por si como um
processo de criação do conhecimento.
Sem dúvida alguma, mesmo considerando e reconhecendo a existência de
conhecimento fora do âmbito científico, deve-se destacar dois aspectos: o primeiro diz
respeito a necessidade precípua da aplicação de um método para que o conhecimento
resultante de uma pesquisa tenha reconhecimento científico; em segundo lugar, na
academia, produz-se conhecimento científico, portanto, há a necessidade de
conhecimento e aplicação de métodos para as pesquisas nas diversas áreas.
Dessa forma, a metodologia científica aplicada exige dos pesquisadores, mais do que
conhecimentos sobre o método e a área, temas ou assuntos pesquisados, muita
disciplina para não extrapolar os limites, não ser prolixo ou sintético nos registros. Isto
é, na pesquisa, o método facilita a compreensão do pesquisador sobre o fenômeno ou o
evento investigado.
VOCÊ O CONHECE?
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Gareth Morgan possui uma biografia interessante, cujas contribuições para as reflexões sobre métodos de
pesquisa são amplamente reconhecidas na academia. Em sua obra “Imagens da Organização”, de 2002, o
professor faz uma abordagem pragmática da aplicação de diferentes escolas do método científico, como o
materialismo histórico, o positivismo e a fenomenologia. Vale a pena conferir!
Sem o método, há dificuldades de compreensão ampla e profunda dos fenômenos ou
eventos que ocorrem na sociedade, e isso acontece por vários motivos, desde a falta de
conhecimento de causas e efeitos, passando pela falta de argumentos e chegando, por
exemplo, à não percepção de relações entre eventos ou fenômenos.
Nesse sentido, podemos afirmar que a aplicação de métodos científicos amplia a
capacidade de visão do pesquisador sobre o objeto de pesquisa, facilita a compreensão
e a análise dos resultados da pesquisa, amplia a compreensão sobre o tema, permite a
descoberta de novos assuntos e campos de pesquisa e amplia a visão de mundo dos
pesquisadores e leitores. O método científico, portanto, torna-se essencial para o
desenvolvimento de qualquer pesquisa, sendo fundamental na criação do
conhecimento.
Figura 3 - A disponibilidade de dados contribui para o avanço do conhecimento científico. Fonte: ESB
Professional, Shutterstock, 2018.
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Podemos entender, então, que não importa se a pesquisa é de caráter qualitativo ou
quantitativo, se terá uso de bancos de dados para o processamento, se os dados serão
coletados por meio de modernos instrumentos tecnológicos ou se em um caderno ou
prancheta. O importante mesmo é a escolha correta do método, a aplicação adequada
de seus instrumentos e a postura ética do pesquisador, bem como a congregação de
aspectos que levam ao desenvolvimento suave, natural e sem percalços de uma
pesquisa. 
Atualmente, os conhecimentos retratam com maior fidelidade a realidade da
sociedade, que, por sua vez, consegue perceber com mais clareza sua aplicabilidade
para o seu próprio desenvolvimento. A pesquisa baseada em métodos fez evoluir
consideravelmente a ciência, afastando o empirismo exacerbado de outros tempos. 
Inspirado em Magalhães (2005), consideramos que a ciência e a pesquisa devem muito
ao empírico, à observação do fato ou evento em sua essência. No entanto, o perigo do
empirismo consiste em tornar uma verdade absoluta naquilo que se experimenta pelos
sentidos, que faz parte da percepção individual: “Os sentidos são nossa interface com a
realidade, mas são também a origem dos enganos para nosso conhecimento, e que não
há tantas realidades quanto existem diferentes olhares” (MAGALHÃES, 2005, p. 30). 
No atual momento, o rigor metodológico nas pesquisas afasta esse perigo típico do
empirismo, qual seja a verdade universal a partir do olhar individual. Respeitados os
elementos, a pesquisa tende a gerar conhecimentos relevantes por meio de resultados
atraentes, permitindo o surgimento de novas relações de conhecimentos e campos de
atuação para a pesquisa com o emprego do método.
A metodologia como processo científico é múltipla e diversificada, a ponto de abranger
todos os procedimentos considerados úteis pelos cientistas. Exige, então, disciplina,
clareza, atenção e domínio do campo de investigação para a escolha da metodologia
mais adequada às condições da pesquisa a ser realizada. Assim, desde o pesquisador
iniciante ao mais experiente, percorrer as etapas da pesquisa científica se torna
fundamental. 
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1.3 Etapas da pesquisa científica: escolha
do tema e problema
Ver um filho entrar para uma universidade é o sonho da maioria dos pais, certo? Os
jovens fecundam essa ideia durante o Ensino Médio, sendo que, após isso, surgem os
vestibulares, as tensões, as festas e as alegrias. Ou seja, diversos sentimentos afloram
quando esses indivíduos são aprovados para entrarem no Ensino Superior, quando
fazem a matrícula na primeira fase de um curso de graduação. Contudo, muitos
estudantes não sabem sobre qual tema e problema de pesquisa devem escrever em
seus trabalhos de conclusão de curso (TCC). Para falar a verdade, a maioria não conhece
a metodologia científica, mas os perseverantes que chegarem ao final do curso terão
que escrever um trabalho baseado em uma pesquisa acadêmica, com aplicação de
método, orientação e defesa.
No mundo acadêmico, especialmente na graduação, o professor orientador precisa ser
pacientepara compreender que os estudantes não possuem o preparo suficiente para
entender teoricamente o método. Além disso, muitos professores conhecem os
procedimentos metodológicos, mas poucos conhecem os métodos científicos, sendo
que esse aspecto é muito importante quando ocorre o processo de orientação de TCC,
em que o professor precisa compreender o tema e o problema propostos pelo
estudante para identificar a melhor abordagem metodológica para a pesquisa a ser
feita.
A relação entre orientador e orientando durante o processo de pesquisa precisa ser transparente, honesta e
ética, ou seja, uma cumplicidade que possui data de início e término no relacionamento. Sem dúvida, essa
relação e o próprio processo de orientação possui dificuldades. O texto “Dificuldades do processo de
orientação em trabalhos de conclusão de curso (TCC): um estudo com os docentes do curso de Administração
de uma instituição privada de Ensino Superior” traz algumas das dificuldades que podem ser resolvidas nesse
processo. Você pode ler na íntegra em: <
(http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/viewFile/1011/1147)http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index
.php/HOLOS/article/viewFile/1011/1147
(http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/viewFile/1011/1147)>. 
VOCÊ QUER LER?
http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/viewFile/1011/1147
http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/viewFile/1011/1147
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O tema e o problema de pesquisa podem até parecer fáceis de serem idealizados, mas a
dificuldade está em escrevê-los e, principalmente, descrevê-los. Por isso, quanto mais
bem preparado for o professor orientador, menos conturbada será a passagem do
estudante pela fase de pesquisa para o TCC. Contudo, é lógico que o estudante
orientando, apesar de inúmeros autores afirmarem que precisam agir com
independência, por atividade e maturidade na relação com os orientadores, isso, na
verdade pouco acontece. Por certo, há uma saudável relação de dependência, e isso
não ocorre apenas em termos de conhecimentos. Isso significa que o professor é
possuidor de um espectro de conhecimento mais robusto que o aluno.  
O filme Sociedade dos Poetas Mortos, de Peter Weir, lançado em 1989, exibe uma crítica poética e bem ilustrada
sobre a educação tradicional nos Estados Unidos, na década de 1950; a educação centrada na autoridade do
professor, sendo repetitiva e mecânica; e uma visão de educação para a liberdade de pensamento, para o
estímulo à curiosidade investigativa. Vale a pena conhecer melhor o enredo.
Com pouca experiência e sem grandes estímulos institucionais, isso acaba por limitar a
visão de mundo do estudante, sendo aspectos determinantes para equívocos na
definição do tema e problema de pesquisa. A compreensão mais ampla e profunda do
método científico requer tempo de maturação, esforço e dedicação aos estudos,
condições facilitadoras à árdua tarefa da pesquisa. Esses aspectos agem, por outro lado,
como facilitadores para o robustecimento da visão de mundo, que consiste em um
importante fator nas decisões a serem tomadas.
Jovens estudantes podem até implicitamente saber o querem pesquisar, mas, para
terem certeza, sobretudo da viabilidade da pesquisa, no amplo sentido do termo,
Magalhães (2005, p. 33) sugere que pensem em quatro perguntas: “O que vai ser
observado? Que técnicas serão usadas na observação? Como será registrada a
observação? Como evitar erros gerados pela observação e interpretação da
observação?”. Dessa forma, no dizer de Tunes, Melo e Menezes (2000, p. 98), é “[...]
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necessário que o pesquisador saiba escolher o problema de pesquisa, aja com iniciativa
e independência do orientador, tenha imaginação criativa e outras qualidades
semelhantes”.
Essas perguntas nos permitem afirmar que a boa escolha do método tende a respondê-
las com certa facilidade, mas, antes do método, é fundamental o conhecimento amplo e
aprofundado sobre o tema da pesquisa, pois é dessa forma que se define com clareza o
problema.
A seguir, vejamos o relato de experiência do professor Macêdo (2004) sobre os estudos
apresentados em sua tese de doutorado no Departamento de Ciências da Educação da
Universidade de Paris VIII.
CASO
O objetivo principal da tese de Macêdo foi a análise de dois programas de
educação infantil públicos, em instituições localizadas em bairros periféricos de
Salvador, na Bahia, sendo um de concepção compensatória e outro de concepção
comunitária.
Mas como ele fez para chegar a esse objetivo?
O professor relata que após discutir em sua dissertação de mestrado a temática
da educação infantil pública, cuja concepção supõe a educação como forma de
compensar possíveis deficiências intelectuais, afetivas e culturais; foi instigado a
aprofundar o estudo acerca das pedagogias compensatórias, refletindo sobre a
natureza dessa concepção em sua própria formação e prática.
Esse aprofundamento de estudos o levou a conhecer diferentes programas de
educação pré-escolar, oferecidos por organizações comunitárias em bairros da
periferia de Salvador. Assim, o professor chegou à questão norteadora do estudo
do doutorado “[...] através da análise de programas pré-escolares públicos
concretos, como emergem e se dinamizam as perspectivas compensatória e
comunitária em educação pré-escolar pública” (MACÊDO, 2004, p. 236).
Com isso, podemos entender que o problema precisa ser bem definido e delimitado,
necessitando de objetividade para ser estruturado metodologicamente. O
conhecimento profundo do tema permite ao pesquisador navegar em águas calmas.
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Contudo, um problema definido sem critérios tende a gerar confusões conceituais e
equívocos teóricos, limitações de ordem para a pesquisa, levando, comumente, o
pesquisador a desistir do trabalho.
Bonin (2010, p. 06) considera que, no processo de construção da problemática, 
[...] é preciso trabalhar o olhar para operar com sensibilidade e abertura para o concreto
investigado. O olhar atento, aberto e reflexivo capacita a perceber que os objetos
concretos podem oferecer resistências, “restos” que não se deixam enquadrar nas
proposições explicativas com as quais vamos operando.
A escolha do problema de pesquisa não é neutra, nem desinteressada, uma vez que se
relaciona com condições práticas de produção, fontes de financiamento e condições
institucionais. Isso porque muitas dessas pesquisas respondem a demandas de
Figura 4 - Etapas do processo de desenvolvimento do método científico. Fonte: Andrea Danti, Shutterstock,
2018.
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empresas, órgãos governamentais, institutos de pesquisa, centros de tecnologia ou
instituições educacionais. 
A formulação do problema de pesquisa é sempre um desafio que se impõe ao
pesquisador. É recomendado fazer a formulação do problema na forma interrogativa,
sendo que essa estrutura poderá favorecer a finalização do trabalho no momento de
apresentação das conclusões, mediante a resposta ao questionamento inicial. Contudo,
outras formas de enunciado do problema são encontradas na literatura científica
também. 
O problema de pesquisa em si deve ser viável e adequado a investigação, dentro das
condições práticas de sua execução, como tempo, recursos materiais, humanos e
financeiros. Características relevantes são a clareza e a precisão com que são
empregados os termos na formulação do problema, devendo guardar coerência e
coesão dentro do campo de conhecimento delimitado, além de informar os limites de
sua aplicabilidade. Os cuidados com os princípioséticos devem ser observados na
formulação da pesquisa científica em todas as suas etapas.
Ter a real percepção de um problema é bem mais complexo do que “achar” que sabe da
existência dele. Para o pesquisador, o problema precisa ser relevante cientificamente,
socialmente, economicamente ou ambientalmente, isto é, ter relevância para a
sociedade. Mas, também, dependendo do tipo de conhecimento criado sobre o
problema, o pesquisador poderá optar em descrever aspectos relacionados e possíveis
soluções. Assim, a pesquisa poderá ampliar as discussões sobre o problema, sem
efetivamente resolvê-lo. Por isso, lembre-se de que o conhecimento é construído e que,
muitas vezes, propor a resolução de um problema pode trazer frustrações. Dessa forma,
tema e problema assumem importância no escopo de uma pesquisa, pois oferecem
notoriedade à própria pesquisa e ao pesquisador, encontram reconhecimento e
relevância por parte da sociedade, possuem escopo metodológico que os
fundamentam e reúnem elementos para a viabilidade de uma pesquisa. 
Na construção metodológica da pesquisa, a articulação entre escolha do tema e a
formulação do problema são o substrato necessário às etapas seguintes de definição
dos objetivos geral e específicos.  
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1.4 Etapas da pesquisa científica:
objetivos
Você já pensou sobre o motivo de definirmos objetivos em uma pesquisa científica ou
em um trabalho acadêmico? 
Ao definir os objetivos de um trabalho, você pode apresentar uma abordagem histórica,
ser descritivo ou trazer um propósito para o objeto geral, que possui intimidade com o
problema e com o tema. Pense, também, que os objetivos específicos são definidos
para estabelecerem etapas e nortearem procedimentos de pesquisa, a fim de alcançar o
objetivo geral.
Além disso, vale ressaltar que não se concebe projetos de pesquisa científica ou
acadêmica apenas para vermos seus objetivos comprovados, mas, sim, para que
demonstre a relevância do tema, a potencialidade do problema para novas
investigações e a possibilidade de novos conhecimentos que podem ser criados.
VOCÊ SABIA?
Os métodos de verificação do conhecimento possuem uma história ao longo do tempo.
Além disso, os instrumentos de validação do conhecimento sofreram e sofrem mudanças
em cada época. A posição ocupada pela tradição oral na validação e na confiabilidade do
conhecimento foi substituída pela escrita, contudo, essa transição foi lenta e gradual.
Burke (2016, p. 101) apresenta como exemplo uma disputa entre o rei Henrique I e o
arcebispo Canterbury, no século XII, em que os defensores do rei se referem a uma carta
enviada pelo papa em apoio ao arcebispo como “[...] nada mais do que um pergaminho
de pele de ovelha marcado com tinta preta”, indigno de comparação com as falas de três
bispos. Atualmente, escrita e tradição oral ocupam espaço como instrumentos de
validação e confiabilidade do conhecimento.
Com isso, na pesquisa científica, é de fundamental importância relacionar o objetivo ao
problema e às hipóteses, posto que, no final, o pesquisador constata que cada um
desses elementos responde o outro. Sobretudo, quando se trata de pesquisadores com
pouca experiência, convém ao orientador o papel de efetivamente debater e atuar,
visando a evitar um dos erros mais comuns nos trabalhos acadêmicos: transcrever o
problema no objetivo, fazendo o famoso jogo de palavras por meio de sinônimos. Esse é
um risco que, se não for percebido, tende a colocar em cheque qualquer pesquisa.
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Você deve ter claro, também, que a relação entre o problema e o objetivo será mantida
durante todo o processo de pesquisa, por isso, são complementares. Essa
complementariedade fica evidente na dificuldade em formular os objetivos. Conforme
apresenta Minayo, Deslandes e Gomes (1994, p. 42), em uma pesquisa científica, é
possível a formulação de um objetivo geral “[...] de dimensões amplas”,
complementados por outros objetivos específicos. 
Ademais, vale dizer que o exercício de elaboração dos objetivos é complexo, por isso, o
pesquisador deve ter sempre em mente o problema de pesquisa, caso contrário, tende
a cometer outro erro comum: dividir o objetivo geral entre os objetivos específicos,
enquanto que, conforme caracterizado, os objetivos específicos são etapas para se
alcançar o objetivo geral. Aliás, não pense que esse tipo de erro é cometido apenas por
pesquisadores inexperientes, uma vez que ocorre com estudantes de graduação,
especialização, mestrado e doutorado.
Objetivos realistas não são definidos de forma displicente ou apenas escritos para
satisfazer uma etapa do projeto de pesquisa, por isso, também é importante
dimensionar a contribuição do trabalho de pesquisa para a ciência. Isso significa que,
 Figura 5 - Características dos
tipos de objetivos geral e específicos aplicados em pesquisa científica. Fonte: MINAYO, DESLANDES e
GOMES, 1994, p. 42.
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de forma geral, todas as pesquisas oferecem contribuições, mas pouquíssimas
revolucionam a ciência, pois esse não é o objetivo máximo da pesquisa, mas, sim, o
primeiro, que é robustecer a ciência e criar conhecimento novo.
Você pode aprender um pouco mais sobre a complexidade, os requisitos e a importância do processo de
elaboração de objetivos para uma pesquisa com a leitura do texto “Como Elaborar Objetivos de Pesquisa”, de
Sandra Mattos. Ele está disponível em:
<http://unesav.com.br/ckfinder/userfiles/files/Como%20elaborar%20Objetivos%20de%20Pesquisa.pdf
(http://unesav.com.br/ckfinder/userfiles/files/Como%20elaborar%20Objetivos%20de%20Pesquisa.pdf)>.
Como você sabe, os objetivos de uma pesquisa podem oferecer possibilidades
interessantes para a pesquisa, mas, também, podem significar uma cilada, ou seja,
tornar o trabalho sem efeito e genérico, cujo desdobramento é perceptível na
vulnerabilidade das conclusões. Nesse contexto, Larocca, Rosso e Souza (2005, p. 126-
127) apresentam categorias de objetivos de pesquisa, conforme identificados no quadro
a seguir. 
VOCÊ QUER LER?
Quadro 2 - Classificação geral das categorias de objetivos de pesquisa. Fonte: Elaborado pelo autor, baseado
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O objetivo de um projeto de pesquisa enfatiza a verdadeira expressão do significado da
pesquisa, contudo, ele não é determinante para o êxito, mas, de forma isolada, pode
fragilizar significativamente uma pesquisa.
Sendo assim, a metodologia científica, desde sua criação histórica e social, tem
contribuído de forma significativa para a criação do conhecimento de maneira
sistemática, rigorosa e racional, desenvolvendo e aplicando métodos e tecnologias
capazes de proporem soluções a problemas e questões emergentes e contemporâneos. 
em LAROCCA, ROSSO e SOUZA, 2005.
Síntese
Você concluiu os estudos sobre a contribuição da metodologia científica para a criação
do conhecimento. Com essa discussão, esperamos que você se sinta competente para
definir um projeto de pesquisa, distinguir os diferentes tipos de conhecimento, refletir
sobre as etapas da pesquisa e compreender a relação estabelecida entre tema,
problema e objetivos na pesquisa científica.  
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
entender os princípios da ciência e do conhecimento científico;
analisar as relações do conhecimento científico com a sociedade;
entender a metodologia científica como um processo de pesquisa;
compreender o que são tema e problema de pesquisa;
compreender o que sãoos objetivos de uma pesquisa;
identificar temas, problema e objetivos de pesquisa.
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