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SUS e seu Arcabouço Jurídico

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� Desde o início da República a 
Saúde Pública (e a educação) era 
regulamentada por um 
departamento pertencente ao 
Ministério da Justiça e negócios 
interiores; 
� Em janeiro de 1937 foi instituindo o 
Ministério da Educação e Saúde 
Pública e criado o Conselho Nacional 
de Saúde (CNS); 
� Em 1953 foi criado o Ministério da 
Saúde (o foco maior era o controle da 
tuberculose, hanseníase e de 
endemias rurais como a malária, 
febre amarela, doença de chagas...); 
� Na década de 70 surgiu o 
Movimento da Reforma Sanitária, 
responsável por discussões com 
integralidade, descentralização e 
universalização, responsáveis por 
grandes mudanças na saúde pública 
do país; 
� 1978: Conferência de ALMA-ATA. 
Evolução da Medicina 
Previdenciária no Brasil: 
� Previdenciária: assistência médica 
restrita aos trabalhadores que 
exerciam atividade renumerada e 
seus dependentes; 
� CAPs 
� Caixas de aposentadoria e 
pensões; 
� Trabalhadores de determinadas 
empresas; 
� Financiadas pelos empregados e 
empregadores. 
� IAPS 
� Instituto de Aposentadorias e 
Pensões; 
� Trabalhadores de categorias 
profissionais; 
� Financiadas pelos empregados, 
empregadores e governo. 
� INPS e INAMPS 
� Instituto nacional de previdência 
social e instituto nacional de 
assistência médica e previdência 
social; 
� União do IAPs com a reunião de 
todos os trabalhadores; 
� Financiados pelos empregados, 
empregadores e governo. 
Conferências Nacionais de 
Saúde: 
� Em 1986 foi realizada a histórica 8° 
Conferência Nacional de Saúde, cujo 
relatório final serviu como subsídio 
para os deputados constituintes 
elaborarem o artigo 196 da 
Constituição Federal, resultando na 
criação do Sistema Único de Saúde 
(SUS); 
� Foi a primeira Conferência 
Nacional da Saúde aberta à 
sociedade, sendo um marco na 
história das Conferências e da saúde 
 
 
pública brasileira e completou 30 
anos em 2016; 
� A conferência chegou à população 
através dos movimentos sociais que 
participavam da luta contra a 
ditadura e por uma sociedade mais 
democrática. 
Constituição Federal 05 de 
Outubro de 1988: 
� Art. 196. A saúde é direito de todos 
e dever do Estado, garantindo 
mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do 
risco de doença e de outros agravos 
e ao acesso universal e igualitário às 
ações e serviços para sua promoção, 
proteção e recuperação; 
� Art. 197. São de relevância pública 
as ações e serviços de saúde, 
cabendo ao Poder Público dispor, nos 
termos da lei, sobre sua 
regulamentação, fiscalização e 
controle, devendo sua execução ser 
feita diretamente ou através de 
terceiros e, também, por pessoa 
física ou jurídica de direito privado; 
� As ações e serviços de saúde são 
de relevância pública, cabendo ao 
poder público sua: regulamentação, 
fiscalização e controle. Devendo sua 
execução ser feita por pessoas físicas 
ou jurídicas de direito privado. Art. 
198. As ações e serviços públicos de 
saúde integram uma rede 
regionalizada e hierarquizada e 
constituem um sistema único, 
organizado de acordo com as 
seguintes diretrizes: 
descentralização, com direção única 
em cada esfera de governo; 
atendimento integral, com prioridade 
para as atividades preventivas, sem 
prejuízo dos serviços assistenciais; 
participação da comunidade. 
Constituição da República 
(1988): 
� “Constituição cidadã”: 
� Saúde como direito de todos e 
dever do Estado; 
� Ampliação do conceito de saúde; 
� Cria o SUS; 
Ao SUS compete: 
� Controlar e fiscalizar 
procedimentos, produtos e 
substâncias de interesses para a 
saúde; 
� Fiscalizar e inspecionar alimentos, 
compreendendo o controle de seu 
teor nutricional e bebidas para o 
consumo humano; 
� Participar da produção de 
medicamentos, equipamentos, 
imunobiológicos, hemoderivados e 
outros insumos; 
� Participar do controle e da 
fiscalização da produção, transporte, 
guarda e utilização de substâncias e 
produtos tóxicos, psicoativos e 
radioativos; 
� Participar da formulação da 
política e execuções de ações de 
saneamento básico; 
� Executar as ações de vigilância 
sanitária, vigilância epidemiológica e 
saúde do trabalhador; 
 
 
� Ordenar a formação de recursos 
humanos na área da saúde; 
� Incrementar em sua atuação o 
desenvolvimento científico e 
tecnológico; 
� Colaborar na proteção do meio 
ambiente, nele compreendido 
também o do trabalho. 
O que é o SUS? 
� Sistema Único de Saúde; 
� Envolve todas as atividades da 
atenção à saúde (integralidade). 
Objetivo do SUS? 
� Melhorar a qualidade de atenção 
à saúde; 
� Romper com o passado 
descompromisso e irracionalidade 
técnico-administrativa; 
� Servir de norte do trabalho do 
Ministério da Saúde e das secretarias 
estaduais e municipais de saúde; 
Lei 8080/90 – Lei Orgânica 
da Saúde: 
� Lei n°8080, de 19 de setembro de 
1990 – criação do SUS. “Dispõe sobre 
as condições para a promoção, 
proteção e recuperação da saúde, a 
organização e o funcionamento dos 
serviços correspondentes; 
� Detalha os objetivos e atribuições; 
os princípios e diretrizes; a 
organização, direção e gestão, a 
competência e atribuições de cada 
nível (federal, estadual e municipal); 
a participação complementar do 
sistema privado; recursos humanos; 
financiamento e gestão financeira e 
planejamento e orçamento. 
Diretrizes e Princípios do 
SUS: 
� Universalidade 
� Garantia de atenção à saúde a 
todo e qualquer cidadão; 
� Saúde é direito de cidadania. 
� Equidade 
� Discriminação positiva; 
� Justificativa a prioridade na oferta 
de recursos, ações e serviços aos 
segmentos populacionais que 
enfrentam maiores riscos de adoecer 
e morrer em decorrência da 
desigualdade na distribuição de 
renda, bens e serviços; 
� Igualdade com justiça. 
 
� Integralidade 
� Cada pessoa é um todo indivisível; 
� Ações de promoção, proteção e 
recuperação também é um todo 
indivisível; 
� O homem é um ser integral, 
biopsicossocial e será atendido em 
 
 
uma visão holística por um sistema 
também integral; 
� Todo cidadão é igual perante o SUS 
e será atendido conforme suas 
necessidades. 
Princípios Organizativos do 
SUS: 
� Descentralização: é a 
redistribuição das responsabilidades 
quanto às ações e serviços de saúde 
entre os vários níveis de governo, a 
partir da ideia de que quanto mais 
perto do fato a decisão for tomada, 
mais chance haverá de acerto. Aos 
municípios cabe, portanto, a maior 
responsabilidade na promoção das 
ações de saúde diretamente voltadas 
aos seus cidadãos; 
� Hierarquização: o acesso da 
população à rede deve se dar através 
dos serviços de nível primário de 
atenção que devem estar 
qualificados para atender e resolver 
os principais problemas que 
demandam os serviços de saúde. Os 
demais deverão ser referenciados 
para os serviços de maior densidade 
tecnológica; 
� Regionalização: implica na 
capacidade dos serviços em oferecer 
a uma determinada população todas 
as modalidades de assistência, bem 
como o acesso a todo tipo de 
tecnologia disponível, possibilitando 
um ótimo grau de resolubilidade 
(solução de problemas); 
� Resolubilidade: é a exigência de 
que, quando um indivíduo busca o 
atendimento ou quando surge um 
problema de impacto coletivo sobre 
a saúde, o serviço correspondente 
esteja capacitado para enfrentá-lo e 
resolve-lo até o nível da sua 
competência; 
� Complementaridade: do setor 
privado: quando por insuficiência do 
setor público. A contratação de 
serviços privados deve dar 
preferência aos serviços não 
lucrativos; 
� Participação da comunidade: é a 
garantia constitucional de que a 
população, através de suas 
entidades representativas, 
participará do processo de 
formulação das políticas de saúde e 
do controle da sua execução, em 
todos os níveis, desde o federal até o 
local. 
Participação Popular na 
Saúde: 
Conselhos Conferências 
Órgão colegiado de 
caráter deliberativo 
e permanente 
Fórum que reúne 
todos os segmentos 
representativos da 
sociedade 
Reuniões mensais A cada 4 anos 
Esferas:conselhos 
municipais, 
estaduais e nacional 
da saúde (tripartite) 
Esferas: nacional, 
estaduais e 
municipais 
Ações relativas à 
saúde local 
Discussão e análise 
geral da saúde 
 Controle de 
recursos 
Diretrizes para as 
políticas de saúde do 
governo atual 
Democratização de 
decisões 
 
 
 
 
Composição Paritária dos 
Conselhos (lei 8142/90): 
� A composição segue a paridade 
estabelecida na Lei 8142/90, é de 50% 
de usuários e a outra metade 
dividida entre representantes do 
governo, prestadores de serviço e 
profissionais da saúde; 
� 50%: usuário dos SUS; 
� 25%: trabalhadores de saúde; 
� 25%: gestores e prestadores de 
serviço; 
� Por uma questão de princípio ético 
não poderíamos ter entre os 
usuários, pessoas que tenham 
ligação ou dependam dos outros três 
segmentos (trabalhadores, gestores 
ou prestadores de serviço), pois 
existem vários conflitos de interesses 
entre os segmentos de difícil 
conciliação e neutralidade -> 
defender o coletivo, e não a 
corporação; 
� O espaço do Conselho não é de 
oposição político partidária e nem 
tão pouco apenas de reivindicações 
trabalhistas / salariais ou 
corporativas, mas sim um espaço de 
debate aberto das questões que 
permeiam a política de saúde e sua 
gestão local; 
� Não deve haver disputa de 
competências entre o Legislativo e o 
Conselho Municipal de Saúde; 
� O Conselho Municipal de Saúde é 
um órgão do Executivo, que viabiliza 
a participação e o controle social na 
construção das políticas de saúde, 
portanto sempre cabe ao legislador a 
última palavra na aprovação da 
proposta do executivo; 
� Lei 8080, Lei Orgânica da Saúde: 
objetivos e atribuições do SUS; 
� Lei 8142: participação popular e 
gastos Estabelece a transferência 
regular e automática; estabelece os 
Conselhos e Conferências. 
NOBs/NOAS/Portarias... 
Normas Operacionais Básicas 
(92 /93 / 96): 
� Definem as competências de cada 
esfera de governo e as condições 
para que os Estados e Municípios 
possam assumir responsabilidades 
no SUS 
� Norma Operacional de Assistência 
à Saúde / NOAS. (2001); 
� Portarias Ministeriais. (Pacto 2006 
/ PNAB 2006 revisada em 2011 e 
2017). 
� 3 dimensões: Pacto em defesa do 
SUS, de gestão e Pacto pela Vida. 
� Compromissos em torno das 
medidas que resultem em melhorias 
da situação de saúde da população 
brasileira. 
Pacto pela Saúde: 
� É um acordo interfederativo 
articulado em 3 dimensões; 
� As três esferas de gestão do SUS 
pactuaram responsabilidades no 
campo da gestão e da atenção à 
saúde. Representadas pelo Ministério 
da Saúde, CONASS e CONASEMS; 
 
 
� O objetivo é promover inovações 
nos processos e instrumentos de 
gestão visando alcançar maior 
eficiência e qualidade; 
� A implementação se dá pela 
adesão de municípios, estados e 
união do termo de compromisso de 
gestão (TCG); 
� O TCG substitui os processos de 
habilitação de várias formas de 
gestão anteriores vigentes e 
estabelece metas e compromissos 
para cada ente da federação, sendo 
renovado anualmente. 
Pacto pela Vida: 
� Representa duas mudanças 
fundamentais na reforma 
incremental do SUS. Substitui pactos 
fortuitos por acordos anuais 
obrigatórios. Muda o foco de 
mudanças orientadas a processos 
operacionais para mudanças 
voltadas para resultados sanitários; 
� 11 prioridades: 
� Atenção à saúde do idoso; 
� Controle do câncer de colo de útero 
e de mama; 
� Redução da mortalidade infantil; 
� Fortalecimento da capacidade de 
resposta às doenças emergentes e 
endemias, como hanseníase, 
tuberculose, malária, influenza, 
hepatite e Aids; 
� Promoção da saúde; 
� Fortalecimento da atenção básica; 
� Saúde do trabalhador; 
� Saúde mental; 
� Fortalecimento da capacidade de 
resposta do sistema de saúde as 
pessoas com deficiência; 
� Atenção integral as pessoas em 
situação de risco de violência; 
� Saúde do homem. 
Pacto em Defesa do SUS: 
� Elabora e divulga a carta dos 
direitos dos usuários do SUS; 
� Tem como prioridade, 
implementar um projeto permanente 
de mobilização social com a 
finalidade de: 
� Alcançar a regulação da emenda 
constitucional n°29 pelo congresso 
nacional; 
� Mostrar a saúde como direito de 
cidadania e o SUS como sistema 
público de saúde universal 
garantidor desses direitos; 
� Garantir o incremento dos recursos 
orçamentários e financeiros para a 
saúde e aprovar o orçamento do SUS, 
composto pelos orçamentos de 3 
esferas de governo, explicitando o 
compromisso de cada. 
Pacto de Gestão: 
� Diretrizes para gestão do sistema 
de saúde responsabilidade de cada 
esfera em cada uma das áreas, 
como: 
� Educação na saúde; 
� Responsabilidade da gestão; 
� Regionalização; 
� Financiamento; 
 
 
� Planejamento; 
� Regulação; 
� Participação social; 
� Gestão do trabalho. 
PNAB – Política Nacional de 
Atenção Básica: 
� Portaria 2.488 de 21 de outubro de 
2011 – aprova a Política Nacional de 
Atenção Básica (Nova PNAB), 
estabelecendo a revisão de diretrizes 
e normas para a organização da 
Atenção Básica, para a Estratégia 
Saúde da Família (ESF) e o Programa 
de Agentes Comunitários de Saúde 
(PACS); inclusão de equipes de 
atenção básica (EAB) para a 
população de rua (consultórios na 
rua), ampliação do número de 
municípios que podem ter núcleos de 
apoio à saúde da família (NASF), 
melhoria nas condições para que 
sejam criados UBS fluviais e ESF para 
as populações ribeirinhas. 
RAS – Redes de Atenção à 
Saúde: 
� Arranjos organizativos de ações e 
serviços de saúde, de diferentes 
densidades tecnológicas, que 
integradas por meio de sistemas de 
apoio técnico, logístico e de gestão, 
buscam garantir a integralidade do 
cuidado; 
� Tem como objetivo promover a 
integração sistêmica, de ações e 
serviços de saúde com provisão de 
atenção contínua, integral, de 
qualidade, responsável e 
humanizada, bem como incrementar 
o desempenho do sistema, em 
termos de acesso, equidade, eficácia 
clínica e sanitária e eficiência 
econômica. 
Redes Prioritárias: 
� Rede cegonha, que tem um recorte 
de atenção à gestante e de atenção à 
criança até 24 meses; 
� Rede de atenção as urgências e 
emergências; 
� Rede de atenção psicossocial 
(como prioridade para o 
enfrentamento do álcool, crack e 
outras drogas); 
� Rede de Atenção às Doenças e 
Condições Crônicas: iniciando-se 
pelo câncer (a partir da 
intensificação da prevenção e 
controle do câncer de mama e colo 
do útero); 
� Rede de cuidado à pessoa com 
deficiência. Todas as redes também 
são transversalizadas pelos temas: 
qualificação e educação; informação; 
regulação; e promoção e vigilância à 
saúde; 
� Regiões de Saúde: espaço 
geográfico contínuo constituído com 
a finalidade de integrar a 
organização, o planejamento e a 
execução de ações e serviços de 
saúde; 
� Rede de Atenção à Saúde: 
conjunto de ações e serviços com a 
finalidade de garantir a integralidade 
da assistência à saúde.

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