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Prévia do material em texto

Carlos Henrique Nowatzki 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LÉXICO DE 
ESTRUTURAS 
SEDIMENTARES 
E TERMOS ASSOCIADOS 
 
 
 
Com ilustrações 
 
 
 
 
 
 
2019 
 
 
 
I N T R O D U Ç Ã O 
 
 
 
 
 O presente léxico é a mais recente publicação de uma série dedicada ao estudo das 
estruturas sedimentares, cujo início ocorreu a partir de um projeto elaborado e desenvolvido por 
pesquisadores do Departamento de Geologia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos 
(UNISINOS) entre os anos de 1981 e 1984. O objetivo principal das primeiras publicações foi o 
de não só relatar tais feições, suas origens e morfologias, mas também o de ilustrar, sempre que 
possível, as estruturas sedimentares ocorrentes em rochas e depósitos cenozoicos do Estado 
do Rio Grande do Sul (RS). Em 1982 publicou-se o Atlas de Estruturas Sedimentares Pré-
Gondwânicas e Gondwânicas do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Parte I - Estruturas 
Primárias, em 1983 o Atlas de Estruturas Sedimentares Pré-Gondwânicas e Gondwânicas do 
Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Parte II – Estruturas Químicas e Orgânicas e, finalmente, 
em 1984, o Glossário de Estruturas Sedimentares. Com ilustrações de estruturas em rochas Pré-
Cambrianas, Fanerozóicas e de depósitos recentes do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. 
 Durante a vigência daquele projeto o grupo de pesquisadores era composto pelos 
professores Carlos Henrique Nowatzki (coordenador), Milton Antônio Araújo dos Santos e Tânia 
Lindner Dutra, e pelos alunos-monitores Henrique Záquia Leão, Bárbara Reich dos Santos, Maria 
Elisabeth de Souza, Vera Lúcia de Lima Schuster e Mônica Lacroix Wacker. O projeto recebeu 
auxílio logístico da UNISINOS e financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico 
e Tecnológico (CNPq) que também destinou bolsas a alguns dos membros da equipe. 
 Decorridos 35 anos da publicação do glossário o autor disponibiliza a comunidade 
científica interessada o Léxico de Estruturas Sedimentares e Termos Associados, uma versão 
atualizada e ampliada do estudo editado em 1984. Aos verbetes do glossário foram acrescidos, 
no léxico, outros que abrangem temas diversos, contudo, relacionados àquelas feições, tais 
como, os ambientes deposicionais, a classificação das rochas quanto a origem, as diversas 
modalidades de correntes que transportam os sedimentos, as espécies de transporte, etc. O 
resultado se reflete no aumento de 930 verbetes, 157 fotografias e 2 quadros no glossário para 
1 393 apontamentos, 224 ilustrações e 10 quadros no léxico. A par disto, este compêndio possui 
215 páginas, abstraindo a da capa, a da introdução, a das dedicatórias e a do currículo. 
 Desde o início de sua elaboração havia o propósito de divulgar este estudo por meio 
eletrônico, desejo ora concretizado. Este compêndio é composto, além dos verbetes, da 
bibliografia, da listagem dos vocábulos em língua estrangeira, do resumido currículo do autor e 
da Escala do Tempo Geológico, criada pela International Commission on Stratigraphy (ICS) da 
International Union of Geological Sciences (IUGS), versão 2018. 
 Durante o manuseio do léxico, o leitor observará que os verbetes são grifados em negrito, 
sucedem-se em ordem alfabética morfológica e estão singularizados. A cada apontamento, na 
maioria das vezes, há a sua versão em língua estrangeira entre parênteses e em itálico. Na 
explicação referente ao verbete podem ocorrer tanto palavras sublinhadas quanto o indicativo 
“veja também”, cuja função é remeter o leitor para outro verbete que auxilie e complemente o 
esclarecimento procurado. Caso haja alguma ilustração referente ao verbete esta palavra será 
usada, na cor vermelha, na anotação pesquisada. Além de números seguidos por Ba, Ma, aC 
que significam, respectivamente, bilhões de anos, milhões de anos, antes de Cristo, no manual 
consta ainda a sigla CPRM referente ao Serviço Geológico do Brasil. Na lista de termos em 
língua estrangeira que também está em ordem alfabética morfológica, há a sua versão adaptada 
para o português, o que facilita sua busca no léxico. 
 
 
Barra Velha, agosto de 2019. 
 
Carlos Henrique Nowatzki 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
In memoria 
 
Maria Elisabeth de Souza, pela amizade e pela dedicação à pesquisa destas singulares feições. 
João José Bigarella, pelo incentivo aos nossos estudos sobre estruturas sedimentares. 
 
1 
 
 
A 
 
 
Abioglifo (abioglyph). Marca ou hieroglifo 
originado por organismos. 
 
Abissal (abyssal sediments, abyssal 
sedimentary rocks). São os depósitos marinhos 
sedimentados abaixo dos 1 000 metros. Após a 
litificação dão origem as Rochas Sedimentares 
Abissais. 
 
Ablação (ablation). Degelo de geleiras por 
insolação, ar quente ou chuva. 
 
Abrasão (abrasion). Erosão mecânica rea-
lizada pelos sedimentos transportados por 
ondas, correntes marinhas, rios, geleiras e 
ventos. 
 
Acamamento. Veja estratificação. 
 
Acamadamento. Veja estratificação. 
 
Acamamento contorcido (contorted bedding, 
contorted laminations, contorted stratification, 
décollement structure, distorted laminations). 
São estruturas de deformação pe-
necontemporâneas que mostram dobramentos 
do tipo descolamento, falhas de pequena 
escala (veja falhas penecontemporâneas e 
dobras penecontemporâneas). 
 Tais feições podem ser produzidas por 
atividade glacial, por deslocamento do gelo 
sobre os sedimentos, por fusão do gelo 
envolvido por clastos ou, ainda, por fusão de 
camadas de gelo que substratavam os 
depósitos. 
 São chamados de acamamento 
contorcido irregular (irregulary contorted beds) 
quando mostram os estratos amarrotados e 
torcidos sem nenhum padrão regular. 
 Veja também estrutura convoluta. 
 
Acamamento contorcido irregular (irregulary 
contorted beds). Veja em acamamento 
contorcido. 
 
Acamamento destruído. Veja estrutura de 
bioturbação deformativa. 
 
Acaustobiólito (acaustobiolite). Rocha 
Sedimentar Organógena não combustível, tal 
como calcário. 
 
Adobe. Depósito de lamas ocorrentes em 
áreas desérticas usadas na confecção de tijolos 
secados ao sol. 
Aglomerado (agglomerate). Rocha 
vulcanoclástica composta por lapilli (piroclastos 
com dimensões entre 4 mm e 32 mm) e por 
bombas, lavas arremessadas pelas explosões 
(dos gases) consolidadas durante o trajeto 
aéreo. 
 
Agnostozoica (agnostozoic). Antiga 
denominação do tempo geológico precedente 
ao Cambriano. 
 Veja também Escala do Tempo 
Geológico. 
 
Aklé. Veja em duna transversa. 
 
Aleitamento gradacional. Veja camada 
gradacional. 
 
Alga (seaweed). Organismo fotossintético uni 
ou multicelular que vive em meio subaquoso 
salgado, salobro ou doce, bem como em 
ambientes subaéreos úmidos. 
 Podem dispor-se na forma de tapetes 
ou mantos. Ilustração. 
 
 
Manto de alga. Algas dispostas na forma de tapete ou 
manto em ambiente litorâneo marinho. As bolhas formam-
se por decomposição de matéria orgânica. Quaternário, Rio 
Grande do Sul (RS), Brasil (BR). Referência: 2,0 cm de ∅. 
Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Alga pisolítica (pisolitic seaweed). Veja em 
oncólito. 
 
 
 
Algonquiano (algonkian). Antiga denominação 
da idade ou das rochas do Pré-Cambriano, 
mais jovens que as do Arqueano. 
 Veja também Escala do Tempo 
Geológico. 
 
Alítico (allitic). Nos climas tropicais e 
subtropicais é o intemperismo mais comum. 
Leva a decomposição dos silicatos com 
formação de hidratos de alumínio, perda de 
sílica e surgimento de laterita e bauxita. 
 
Alóctone (allochtonous). Depósito ou solo 
formado de materiais provindos de outras áreas 
que não aquela onde se encontra. 
Aloestratigrafia (allostratigraphy). Veja em 
unidade aloestratigráfica. 
 
Aloformação (alloformation). Veja em unidade 
aloestratigráfica. 
 
Alomembro (allomember). Veja em unidade 
aloestratigráfica. 
 
Alotígeno (allogenic, allothigenic). Elemento 
constituinte de uma rocha que foi formado em 
lugar diverso de onde a rocha está. 
 
Alteração (allteration). Efeito da ação in-
tempéricasobre uma rocha. 
 
Aluvião (alluvium). Depósitos fluviais, lacustres 
e em leques continentais recentes compostos 
por seixos, areias e lamas. 
 
Ambiente deposicional (deposicional 
environment). No caso sedimentar constituem 
áreas da superfície terrestre com condições 
biológicas, físicas e químicas distintas das 
áreas adjacentes. 
 Dividem-se em continentais, 
transicionais e marinhos. Os primeiros podem 
se subdividir em desérticos, glaciais, fluviais e 
lacustres. Os transicionais em deltaicos, 
lagunares e litorâneos. Os últimos em nerítico, 
batial e abissal. 
 Os agentes responsáveis pelas 
sedimentações nos ambientes deposicionais 
continentais são: (a) nos desertos quentes a 
ação dominante é a dos ventos, (b) nos 
desertos frios, além do vento, atuam também as 
geleiras, as grandes responsáveis pela 
deposição de sedimentos, (c) nas regiões 
úmidas e semi-úmidas, as águas correntes têm 
maior expressão na construção de depósitos 
sedimentares, (d) os lagos são os depositários 
de sedimentos até ali transportado pelos rios, 
geleiras e vento. 
 As deposições em regiões de 
ambientes transicionais apresentarão 
sedimentações com as características mistas 
entre os depósitos de ambientes continentais e 
marinhos. 
 Qualquer um deles, deltáico, lagunar e 
litorâneo pode sofrer as ações de marés, caso 
elas sejam significativas ou de ondas, se estas 
forem dominantes. 
 Veja também marés. 
 Por último, os ambientes deposicio-
nais nerítico, batial, abissal e hadal 
correspondem a sedimentação que ocorrem 
em profundidade no oceano. 
 A zona nerítica corresponde a região 
com profundidade de até 200 metros, a zona 
batial àquela região com lâmina de água entre 
200 metros e 2 000 metros, a zona abissal está 
sob uma cobertura de água entre 2 000 metros 
e 6 000 metros e a zona hadal com 
profundidade maior que 6 000 metros. 
 
Ambiente deltaico (deltaic environment). Este 
ambiente deposicional se desenvolve na foz de 
um rio que desemboque em um lago (delta 
lacustre) ou em uma região marinha marginal 
(delta marinho), seja ela o próprio oceano, mar 
ou laguna. Ainda ocorrem os deltas formados 
por detritos oriundos de regiões elevadas que 
foram depositados em um corpo d’água, 
lacustre ou marinho, situado na área rebaixada. 
Tais deltas, os leques deltaicos (fan delta), 
apresentam (a) uma porção pro-ximal, 
subaérea, característicamente um leque 
continental (ou aluvial), (b) uma porção 
intermediária, subaquosa, o delta frontal e (c) 
uma região distal, igualmente subaquosa, o 
pró-delta. Ilustração. 
 
 
Seção longitudinal de fan delta. 1. Leque aluvial. 2. Frente 
deltaica. 3. Pró-delta. 4. Substrato. NÁ. Nível superior da 
lâmina de água. A seta amaréla indica o sentido da 
progradação. Fonte: Massari e Colella 1988. 
 
 
 
1 
 2 
 
3 
4 
 
NÁ 
 
 
 
 O ambiente deltaico é, portanto, um 
ambiente de deposição transicional, pois, os 
depósitos recebem a influência do continente, 
graças ao aporte de detritos terrestres trazidos 
pelo curso d’água ou pela gravidade no caso de 
muitos leques deltaicos, mas também estão 
sujeitos ao retrabalhamento e redistribuição 
realizados pelas ondas, correntes litorâneas, 
marés, tempestades, etc. Além disto, é comum 
que nestes sedimentos haja registro da 
atividade orgânica de animais e vegetais da 
bacia receptora. 
 A espessura dos sedimentos que 
compõe o delta depende da taxa de 
subsidência da bacia receptora, pois, o volume 
de detritos acumulados está subordinado não 
só a quantidade de material transportado pelo 
rio, mas também da movimentação negativa do 
sítio deposicional. 
 No sistema deltaico há, idealmente, 
uma área de deposição subaérea e outras duas 
subaquosas. Esta segmentação foi identificada 
em delta lacustre (ilustração), onde a atividade 
de ondas é desprezível e a de marés é 
praticamente inexistente, o que é determinante 
para a formação de um delta construtivo, ou 
seja, aquele em que a ação fluvial domina sobre 
a das ondas ou marés. 
 
 
 
 
Seção longitudinal de delta lacustre. Esboço de acordo com 
Gilbert 1890. 1. Sequência de fundo (bottomset). 2. 
Sequência frontal (foreset). 3. Sequência de topo (topset). 4. 
Substrato. 5. Nivel do lago. 6. Linhas de tempo. A seta 
amaréla indica o sentido da progradação. Modificado de 
Mendes 1984. 
 
 Os deltas marinhos podem ser 
igualmente construtivos (ilustração), mas 
também podem ser do tipo destrutivos, caso a 
atividade marinha das ondas ou marés supere 
a reposição dos sedimentos transportados pelo 
rio. Nestes deltas destrutivos as sequências 
deposicionais são interdigitadas (ilustração) e 
não são nitidamente separadas como no caso 
dos deltas construtivos. 
 
 
 
 
Seção longitudinal de delta marinho construtivo. 1. Pró-
delta. 2. Frente deltaica. 3. Planície deltaica. 4. Nível do mar. 
5. Nível de base das ondas. 6. Substrato. 7. Linha de tempo. 
A seta amarela indica o sentido da progradação. Modificado 
de Mendes 1984. 
 
 
 
 
 
 
Seção longitudinal de delta marinho destrutivo dominado por 
maré. Delta do Rio Rhone. NM. Nível do mar. 1. Pró-delta e 
lamas da plataforma (veja em ambiente marinho) 2. Areias 
de barreiras costeiras. 3. Planície deltaica e bacias costeiras 
areno-lamosa. 4. Canais distributários preenchidos. 5. 
Substrato. A seta amarela indica o sentido da progradação. 
Fonte: Oomkens 1970, modificado por Galloway e Hobday 
1983. 
 
 A sequência de fundo (pró-delta) é 
composta por argilas e argilas-sílticas com uma 
quantidade maior de bioturbações (veja em 
estrutura de bioturbação) do que aquela 
existente nos depósitos da frente deltaica, o que 
pode ser constatado pela presença significativa 
de estruturas mosqueadas. 
 As camadas do pró-delta interdigitam-
se as da sequência frontal (frente deltaica) no 
sentido do continente. 
 A sequência frontal apresenta clastos 
com granulometria variada, desde areia grossa 
a argila, que decrescem em dimensão no 
sentido da progradação. A matriz (veja em 
Rocha Sedimentar Clástica) dos sedimentos 
normalmente apresenta grande quantidade de 
restos de vegetais. 
 A sequência de topo (planície deltaica) 
é composta por areias que variam de grossas a 
finas, sedimentadas em pequenos canais 
 
 3 
2 
 
1 
 4 
 
5 
 
6 
 
3 
4 
 
 
 
6 
5 
 
1 
2 7 
 
 
NM 
1 
2 
3 
5 
4 
 
 
fluviais, chamados distributários, na forma de 
barras em pontal, de canal e de de-
sembocadura. Ilustração. 
 
 
Delta lagunar. Imagem de satélite do delta do Rio Camaquã, 
RS, BR. CD. Canais distributários. BA. Barras arenosas. 
PD. Planície deltaica. Imagem do satélite Landsat. Fonte: 
acervo do Laboratório de Sensoriamento Remoto e 
Cartografia–LASERCA da UNISINOS. 
 
 Estratificação cruzada, laminação 
paralela horizontal e cruzada, bem como canais 
de corte e preenchimento são as estruturas 
sedimentares dominantes nos sedimentos dos 
canais. 
 Os canais limitam corpos d’água, as 
baias interdistributárias, áreas lamíticas 
pantanosas (marsh) onde há abundância de ve-
getais e o teor de matéria orgânica é elevado. 
 Em alguns depósitos deltaicos, 
particularmente nos lacustres, formam-se 
corpos lenticulares com uma espécie particular 
de estratificação cruzada: a estratificação 
cruzada sigmoidal (sigmoidal cross-
stratification). Ela pode ser descrita como uma 
sucessão de sigmoides, depósitos que 
tangenciam tanto na base quanto no topo tendo 
a sua maior largura na parte médiana. Os 
corpos possuem espessura variável (50 cm a 1 
metro), são depositados à frente um do outro 
em contato direto, sem erosão. 
 Esta estrutura sedimentar tem, 
portanto, a geometria de uma sigmoide, 
depósito que se origina pela combinação de 
processos trativos e suspensivos, fator 
decisivo para a sedimentação como lobos, 
ditos lobos de suspensão, na foz do rio. Este 
processo é determinante para a preservação 
das sigmóides sem que ocorra erosão das 
porções superiores destas formas de leito. 
 Vistos em planta tais corpos são 
semicirculares, mas quando observados em 
seção longitudinal assemelha-sea letra S 
aberta e inclinada. Ilustração. 
 
Seção longitudinal de delta lacustre evidenciando 
sigmóides areno-sílticas intercaladas a pelitos. Formação 
Caturrita, Triássico, RS, BR. Sentido da progradação: da 
direita para a esquerda. Créditos: Renato Bidóia. 
 
 O perfil vertical do depósito inicia, na 
base, com argila que transiciona para marcas 
de ondulações cavalgantes (climbing ripples) e, 
acima, para lâminas sigmoidais, cuja definição 
é a mesma das estratificações cruzadas 
sigmoidais, porém com pequena espessura. 
 Estas sedimentações, as sigmóides, 
originam-se quando de eventos episódicos de 
fluxos homopicnais (veja também fluxo 
hipopicnal e fluxo hiperpicnal), constituindo-se 
em mega-marcas de ondulações cavalgantes 
(veja marca de ondulação e também marca de 
ondulação cavalgante). 
 Por si só, sigmoides não identificam 
uma sequência deltaica porque também são 
encontradas em tempestitos, turbiditos e em 
ambiente de planície de maré. 
 
Ambiente de planície de inundação (flood 
plain environment). É o ambiente 
deposicional onde as águas correntes atuam 
promovendo a erosão, o transporte e a 
sedimentação de clastos e de materiais 
solubilizados. Situada entre as cabeceiras e a 
foz, aqui tratadas de maneira separadas, mas 
na natureza são integradas (sistema fluvial, 
ilustração). A planície de inundação é o palco 
da deposição de detritos com os mais variados 
tamanhos onde, normalmente, os fragmentos 
mais grossos situam-se próximos da cabeceira, 
os médios na porção intermediária e os finos 
em sua foz. Há, também, gradação na 
granulometria em um perfil vertical, localizando-
se os clastos grossos na base e os finos no 
topo. 
 
LAGUNA DOS PATOS 
BA 
CD 
 
 
 
Sistema fluvial. A. Seção longitudinal. B. Vista em planta. 
1. Substrato. 2. Depósitos gravitacionais. 3. Depósitos 
tracionais e suspensivos. 4. Depósitos suspensivos e 
tracionais. 5. Lago, mar, oceano ou laguna. A seta indica o 
sentido do fluxo. Fonte: Suguio 2003, modificado. 
 
 A distribuição do tamanho dos detritos 
não é fixa, dependendo de uma série de 
variáveis, entre elas, velocidade do fluxo, forma 
e profundidade do canal, regime regional de 
chuvas, etc. 
 A descarga de um fluxo fluvial pode ser 
assim expresso: Q = AV, onde a vazão (Q) 
depende da área da seção do canal (A) e da 
velocidade do fluxo (V). Desta forma, a relação 
da seção do canal com a velocidade do fluxo, 
determinará a competência do rio, ou seja, o 
tamanho máximo de material que poderá ser 
movido, bem como sua capacidade, isto é, o 
volume de carga transportada. 
 Um fator importante para o 
desenvolvimento da forma de canal é o 
mergulho regional que, somado aos fatores 
acima mencionados influencia não só na forma, 
mas também na transição de um para outro 
modelo. 
 A divisão clássica das formas de 
canais fluviais é: retos, anastomosados, 
entrelaçados e meandrantes (ilustração). 
Contudo, pesquisas mais recentes sugerem 
que a partir de análises do trajeto total 
percorrido por um rio, as formas de canais 
existentes são entrelaçados e meandrantes, 
sendo as demais (retos e anastomosados) 
apenas segmentos daqueles. Estes segmentos 
teriam sido originados por modificações locais 
na topografia o que, no que lhe concerne, 
influencia na velocidade do fluxo, na sua 
capacidade e na sua competência. 
Ultrapassado este trecho com o retorno das 
condições anteriores o canal volta a assumir 
sua forma primitiva (entrelaçado ou 
meandrante). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Formas de canais fluviais. Esboços de vista em planta. 
A. Rio com canal meandrante. B. Rio com canal reto. C. 
Rio com canal entrelaçado e D. Rio com canal 
anastomosado. Fonte: Allen 1970, modificado. 
 
 A sedimentação neste ambiente 
ocorre em duas situações: como depósitos de 
canal ou como depósitos de transbordamento. 
Ilustração. 
 
 
Rio meandrante. Representação de alguns de seus 
depósitos. DDM. Depósito de dique natural ou marginal. 
DZV. Depósito de zona de várzea. DBP. Depósito de 
barra em pontal. DRDM. Depósito de rompimento de 
diques marginais (ou crevasse splay) e DMA. Depósito de 
meandro abandonado. Fonte: modificado de Allen, 1970. 
 
Os depósitos de canal constituem-se 
principalmente por areia e, secundariamente, 
por lamas. Na parte mais profunda do canal 
sedimentam-se os clastos mais grossos 
(depósitos residuais de canal, channel lag 
deposits) os quais são, posteriormente, 
soterrados pelos depósitos de barras de 
canal, e, finalmente, ambos são sobrepostos 
pelos depósitos de barra em pontal. 
 Os depósitos de transbordamento 
compõem-se (a) de clastos finos a muito finos 
(areias finas e lamas) acumuladas em baixios 
sobre as barras em pontal, (b) depósitos de 
diques marginais (ou naturais), (c) depósitos 
de rompimento de diques marginais, (d) 
depósitos que preenchem os meandros 
abandonados e (e) depósitos da bacia de 
inundação (também chamados de depósitos 
de zona de várzea). Ilustração. 
 
CABECEIRAS 
 
 
PORÇÃO INTERMEDIÁRIA FOZ 
Ambiente em leque 
Partículas: + 2,0mm 
 
Ambiente de planície de inundação 
Partículas: 2,0mm a 0,062mm 
Ambiente deltaico 
Partículas: 0,062mm 
 
 
A 
B 
1 
2 
3 4 
5 
DZV 
DDM
m 
DMA 
DRDM 
DBP 
A B 
 
C 
 
D 
 
 
 
 
 
Perfil vertical de rio meandrante. Seção colunar de 
ciclos de depósitos de canal e de depósitos de 
transbordamento. A. Depósito residual de canal. B. 
Depósito de barra em pontal. C. Depósito de 
transbordamento com ondulações famintas, porção distal 
de depósito de rompimento de dique marginal. D. 
Depósito de zona de várzea com raízes, gretas de 
contração e bioturbações. A escala é em metros. Fonte: 
modificado de Allen 1970, segundo Cant 1982. 
 
Ambiente de planície de maré (tidal flat 
environment). Ilustração. Corresponde a região 
costeira marinha onde predomina a ação das 
marés. É normalmente lamosa e pelo menos 
parte dela permanece coberta por água durante 
a maré cheia, mas fica exposta quando a maré 
baixa. 
 A maré enchente (subida do nível das 
águas oceânicas) e a maré vazante (descida do 
nível das águas oceânicas) são respostas a 
combinação da rotação terrestre e das 
influências gravitacionais do Sol e da Lua. Este 
fenômeno pode ocorrer, dependendo da região, 
uma ou duas vezes por dia. 
 Quando a Terra, a Lua e Sol estão 
alinhados a intensidade do evento aumenta 
originando o que é conhecido por maré de 
sizígia. 
 Em decorrência do transporte de 
sedimentos que ora se deslocam na direção do 
continente (maré enchente), ora se dirigem 
para o oceano (maré vazante), as formas de 
leito e, consequentemente, as estruturas se-
dimentares refletem esta movimentação 
bidirecional do fluido. 
 Tal ambiente se desenvolve em áreas 
baixas e planas ao longo da costa, bem como 
em estuários e baías. 
 A região sob a influência de marés é 
dividida em 3 zonas: (a) inframaré, situada 
abaixo do nível médio das marés baixas, (b) 
intermaré, localizada entre o nível médio das 
marés baixas e o nível médio das marés altas, 
e, (c) supramaré, posicionado acima do nível 
médio das marés altas. 
 
Ambiente de planície de maré. Representação 
idealizada do ambiente com as zonas, canais de maré e 
lagoas que o constituem. Fonte: Boggs 1987, modificado. 
 
 É ambiente propício à vida, portanto, 
rico em bioturbações. Também aí há 
deposições de areias e siltes ondulados 
(marcas de ondulações) com dimensões 
variadas, entre elas as ondas de areia. 
 Estratificação cruzada espinha de 
peixe, estratificação flaser, estratificação 
lenticular de pequeno porte e drapeamento de 
lama, são feições comuns. 
 Veja também maré. 
 
Ambiente em leque (fan environment). Este 
ambiente é composto por deposições de 
clastos com má classificação que variam de 
muito grossos a muito finos. As sedimentações, 
com formato cônico, ocorrem em áreas 
situadas no sopé de montanhas, na base de 
escarpas de falhas, na desembocadura de 
vales e de canhões (canyons) submersos. 
 Há gradação horizontal na 
granulometria, pois, os clastos maiores situam-se nas proximidades da área-fonte, aqueles 
com dimensões médias na porção 
intermediária e os mais finos na região distal. 
 Podem ser classificados em leques 
continentais (continental fans) e leques 
submersos (submarine fans). Embora ocorram 
A 
C 
B 
A 
D 
 
 
leques lacustres, aqui se faz a descrição 
daqueles formados nos oceanos e nos mares, 
porque os três são semelhantes quanto a 
origem, a modalidade de transporte e as feições 
que seus depósitos apresentam. 
 Os leques continentais ou aluviais 
(ilustração) formam-se sob climas diferentes: 
áridos ou semi-áridos (veja clima), quentes ou 
frios, e em regiões tropicais e úmidas. A melhor 
preservação está associada aos depósitos de 
regiões desérticas quentes. 
 
 
Leque continental. A. Vista em planta dos depósitos e 
dos canais dos fluxos de água que se deslocam sobre 
eles nos períodos de chuva. Estão aí representados o 
corte transversal (A-A’) e o longitudinal (B-B’) observados 
em detalhe nos desenhos B e C, respectivamente. LP. 
Leque proximal. LM. Leque médio. LD. Leque distal. B. 
Vista frontal (corte transversal) evidenciando a 
acumulação sucessiva dos depósitos e seu 
retrabalhamento realizado pelos fluxos de água (canais). 
C. Vista lateral (corte longitudinal) e a distribuição 
aproximada de LP, LM e LD. Fonte: Suguio, 2003, com 
modificações. 
 Os leques submersos são 
representados por depósitos cujas condições 
originantes (área elevada) e local de 
sedimentação (sopé das áreas elevadas) são 
semelhantes aos dos leques continentais. As 
exceções ficam por conta do ambiente 
submerso e do agente transportante, as 
correntes de turbidez (ilustração). 
 
 
Corrente de turbidez. Seção longitudinal da plataforma, do 
talude, ponto de origem da maioria das correntes de 
turbidez, e o seu deslocamento para áreas mais profundas, 
local de sedimentação dos materiais transportados. Fonte: 
A seta indica a progradação. Dietz 1963, Brown e Fischer 
1977, modificado por Popp 1987. 
 
 Os depósitos submersos gerados por 
correntes de turbidez, fluxos túrbidos e mais 
densos que o meio aquoso envolvente, são 
conhecidos como turbiditos (ilustração). 
 O acúmulo de muitos eventos 
deposicionais sucessivos sobrepostos faz com 
que a possança do conjunto atinja centenas ou, 
em alguns casos, milhares de metros de 
espessura. 
 Bouma em 1962 observou que há 
repetição de certas camadas, numa ordem 
específica, sempre que os sedimentos se 
depositam após um evento de transporte. De 
suas análises, ficou evidente que cada ciclo 
deposicional (transporte e deposição), 
apresentaria, se completo, 5 camadas com 
estruturas diferentes, ainda que algumas 
apresentassem a mesma granulometria, 
indicando diminuição na velocidade da 
corrente, portanto, na capacidade (veja em 
ambiente de planície de inundação) e na 
competência (veja em ambiente de planície de 
inundação) da corrente. O leito de lamas rico 
em bioturbações na porção superior significaria 
o evento de término do transporte e deposição 
(veja em sedimentação). 
 
 
Turbidito. Seção colunar de ciclo ideal completo de um 
depósito de corrente de turbidez (A a E). Fonte: Bouma, 
1962, modificado por Popp 1987. 
 
 A movimentação dos sedimentos 
declive abaixo se deve a terremotos, 
instabilidade dos clastos nas encostas, rápida e 
vigorosa entrada de detritos transportados por 
rios para o interior da bacia receptora e 
correntes subaquáticas ocorrentes no corpo de 
A 
B 
C 
LP 
LM 
LD 
 
Correntes de turbidez ocorrem 
também associada a deltas, a 
lagos e a lagunas. 
 
 
água. 
 O turbidito é composto por partículas 
(veja em Rocha Sedimentar Clástica) e matriz 
(veja em Rocha Sedimentar Clástica) 
provenientes de rochas diversas, em 
conformidade com a área-fonte. Ocorrem ainda 
aqueles compostos quase ou totalmente por 
clastos de calcários. Tais turbiditos calcários 
são chamados flysch. Ilustração. 
 
 
Flysch. Sequência de leitos turbidíticos calcários. Eoceno, 
Venezuela. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Ambiente eólico (eolian environment). 
Ilustração. É o ambiente deposicional em que 
os depósitos eólicos são os mais significativos, 
ou seja, o vento é o principal responsável pela 
erosão, transporte e sedimentação dos detritos. 
 As regiões desérticas, especialmente 
as áridas e semi-áridas, as áreas litorâneas 
marinhas e lacustres, bem como as planícies de 
inundação arenosas, são as que apresentam os 
maiores registros da atividade eólica. Nestes 
locais, as areias secas são transportadas pelo 
vento para ser depositadas, posteriormente, 
como acumulações com formas diversas, entre 
elas, as mega marcas de ondulações. 
 O vento é um bom selecionador da 
granulometria, portanto, as areias por ele 
depositadas apresentam pouca variação no 
tamanho dos grãos. Enquanto os fragmentos 
mais grossos são deixados para trás, as areias 
seguem até o local de depósito por saltação 
(veja em transporte) e os detritos mais finos, 
especialmente as argilas, são conduzidas 
adiante por suspensão (veja em transporte). 
 As partículas (veja em Rocha 
Sedimentar Clástica) mais finas, as argilas, 
serão sedimentadas em locais longínquos 
como lençóis maciços, conhecidos como loess 
que, após litificação (veja em diagênese), 
passam a se chamar loessitos. A origem destes 
detritos é creditada não só a ação intempérica 
sobre rochas no próprio ambiente eólico, mas 
também, a trituração de clastos por geleiras e, 
ainda, a detritos piroclásticos muito finos 
(cinzas) expelidos em erupções vulcânicas. 
 Também há neste ambiente acúmulo 
de água em áreas de baixadas. Isto pode 
ocorrer por erosão eólica do subtrato, o que 
expõe o nível mais superficial do lençol freático. 
Estes corpos de água, chamados oásis, podem 
durar algum tempo (alguns meses ou anos) ou 
ter longa duração, pois, vários deles já 
persistem há séculos. 
 
 
Esboço de região desértica com duna, interduna e oásis. 
As flechas onduladas indicam o sentido de deslocamento 
do vento, os processos destrutivos deste agente (deflação 
eólica) que expõe o lençol freático (oásis) e construtivo 
(duna). O espaço aplainado à frente da duna corresponde 
ao interduna. Fonte: Leet e Judson, 1980, modificado. 
 
 É possível também que a água seja 
acumulada a partir de chuvas intensas em 
certos períodos do ano, ocasião em que rios 
efêmeros (wadi) se formam e suprem o lago ou, 
ainda, a fonte do líquido pode ser a fusão do 
gelo existente nas regiões montanhosas mais 
próximas. 
 Tanto os lagos (playa lake) quando os 
cursos d’água (wadi) secam em poucas horas 
ou dias com o término do período chuvoso, o 
que não acontece com frequência com os lagos 
supridos por degelo. 
 Neste ambiente, as dunas são os 
depósitos mais significativos quer seja por sua 
dimensão, quer pela extensão em área que o 
seu conjunto ocupe (campo de dunas). Podem 
ser classificadas em (a) dunas litorâneas, se 
associadas ao litoral de oceanos ou lagos, (b) 
dunas de deserto, se ocorrentes em desertos e 
(c) dunas de rios, se formadas em planícies de 
inundação de rios em regiões de climas semi-
áridos (veja clima). Contudo, a classificação 
clássica destes corpos arenosos tem por base 
sua forma: dunas e cadeias de dunas 
transversais, dunas e cadeias de dunas 
longitudinais, dunas complexas. 
 As dunas e os demais depósitos eólicos 
apresentam um conjunto de estruturas 
sedimentares (ilustração) que são utilizadas 
para identificá-los quando litificados (ilustração). 
 
Oásis 
Duna eólica 
Água subterrânea 
Interduna 
 
 
 
Esboço de uma duna transversal e suas estruturas 
sedimentares. A porção frontal (face de sota-vento ou 
face de avalanche, slipface) mostra os depósitos por 
queda de grãos (grainfall, GFL) e depósitos por fluxo de 
grãos (grainflow, GFW). Na face de barlavento (backside), 
ocorrem marcas de ondulações cavalgantes que, em 
perfil, são registradas como laminações cruzadas 
cavalgantes transladantes (LCCT). Igualmente em perfil 
aparecem as estratificações cruzadas tangenciais (ECT), 
tambémdenominadas estratificações cruzadas por 
camadas frontais (ECCF). Está ainda representado o 
interdunas, onde ocorrem arenitos com marcas de 
ondulações cavalgantes e camadas com estratificação 
paralela horizontal, playa lakes, wadi, evaporitos, etc. A 
seta indica a direção do fluxo. Fonte: Hunter, 1977, 
modificado. 
 
 
O pesquisador está sobre camadas de arenitos com 
laminações cruzadas cavalgantes transladantes, 
sedimentados no barlavento (backside) de duna eólica. 
Abaixo delas, o sota-vento constituído por arenito com 
estratificações cruzadas tangenciais, depósitos por queda 
de grãos (grainfall) e depósitos por fluxo de grãos 
(grainflow). Grupo Guaritas, Proterozoico, RS, BR. 
Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 As dunas são, corriqueiramente, se-
paradas por um espaço rebaixado plano, ho-
rizontalizado, onde se estabelecem os oásis, os 
lagos de deserto (playa lakes) e por onde 
migram os (wadi). Sobre esta área, o 
interdunas, deslocam-se as dunas. Caso exista 
umidade, podem aí habitar pequenos animais e 
desenvolver-se vegetação rasteira e arbustiva 
(ilustração). 
 Aí podem ser encontrados evaporitos 
(veja também Rocha Sedimentar Química). 
 
 
Cadeia de dunas transversais (barcanoides) em litoral 
marinho. Quaternário, RS, BR. O clima subtropical e a 
ocupação humana ao fundo impedem a progressão das 
areias. As áreas de interdunas e o barlavento das dunas 
começam a ser ocupado por vegetação. A seta indica a 
direção de sopro do vento. Créditos: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
 Veja também duna. 
 
Ambiente estuarino (estuarine environment). 
O estuário é um ambiente deposicional 
transicional entre o fluvial e o marinho, podendo 
associar-se ao ambiente de planície de maré. 
 Suas águas são mixohalinas como 
resultado da mistura dos líquidos fluviais e 
marinhos. 
 Conceitualmente corresponde a uma 
porção de água salgada parcialmente fechada 
em uma região marginal ao mar (ilustração). A 
salinidade deste corpo aquoso é diluída pelo 
aporte de água doce fluvial. 
 
 
Ambiente estuarino. Imagem do Estuário da Babitonga, 
Santa Catarina (SC), BR. Fonte: Google Earth 2018. 
 
 Os sedimentos aí depositados 
apresentam granulometria variável em função 
da energia do ambiente que é disponibilizada 
 
 
pelas correntes fluviais, pelas marés, pelas 
correntes de maré, pela ondas oceânicas, pelas 
chuvas, pela temperatura e pela flora e fauna 
locais. Nos estuários de baixa energia se 
acumulam lamas, enquanto nos de alta e-
nergia há o domínio das areias. Ilustração. 
 
Ambiente estuarino. Seção colunar ideal da sedimentação 
transgressiva na Baía Delaware. Fonte: modificado de Weil 
1977. 
 
 É comum a ocorrência de restos de 
vegetais com os detritos clásticos. Outro 
fenômeno corriqueiro é o da floculação o que 
resulta na rápida sedimentação das argilas. 
 
 Em direção ao continente os depósitos 
estuarinos interdigitam-se aos fluviais enquanto 
na direção oposta o fazem com sedimentações 
marinhas. 
 Entre as estruturas sedimentares 
citam-se estratificações cruzadas, laminações 
côncavas, laminações angulares, estratificação 
cruzada espinha de peixe, galhas de argila, 
estruturas de bioturbação e estratificação flaser. 
 
Ambiente glacial (glacial environment). Trata-
se do ambiente deposicional onde o gelo é o 
principal agente intempérico, erosivo, 
transportante e depositante. O gelo se acumula 
em áreas com baixas temperaturas, tais como 
os polos (geleiras de latitude), o cume de 
montanhas (geleiras de altitude), em altiplanos 
e nos seus entornos. 
 As geleiras polares e as de altitude 
dificilmente se fusionam, salvo por aumento de 
temperatura global. As demais estão sujeitas a 
derretimento, parcial ou total, em períodos de 
verão. 
 Geleiras continentais se desenvolvem 
sobre continentes, como é o caso da Antártica 
(polo sul) e as das montanhas, as quais 
migram, por ação da gravidade, desde áreas 
elevadas até as rebaixadas. No Ártico (polo 
norte) este fenômeno não ocorre, pois, a massa 
de gelo flutua sobre o oceano. 
 Os depósitos e a paisagem em um 
ambiente glacial são bastante variados: 
nunatak: elevação isolada projetada através de 
uma geleira terrestre; moraina ou morena: 
sedimentos mal classificados sedimentados por 
geleira. Podem ser morainas frontais, se 
depositadas à frente da geleira, morenas 
laterais, se ocorrentes nas laterais do gelo, 
morenas basais, se formadas na base da 
geleira, morainas médias, se originadas pelo 
encontro de duas geleiras ou morainas de 
recuo, se originadas quando da fusão e recuo 
do gelo; geleira propriamente dita; sítio glácio-
lacustres; planícies e lavagem (outwash plain): 
área de deposição de detritos sedimentados à 
frente da moraina frontal, retrabalhados 
posteriormente por rios; sítio fluvioglaciais; 
kattles: depressões originadas pela fusão de 
blocos de gelo sobre os depósitos de till; eskers: 
depósitos alongado formado por correntes 
fluvioglaciais no interior de túneis abertos pela 
água no gelo; praias; geleira marinha: gelo que 
flutua sobre o mar; sítio glaciomarinho; vale 
glacial submerso. (Ilustração). 
 
 
Bloco-diagrama de um ambiente glacial com 
representação de algumas de suas feições: nunatak (1), 
moraina média (2), geleira (3), sítio glaciolacustre (4), 
planície de lavagem (5), sítio fluvioglacial (6), kettles (7), 
esker (8), praia (9), geleira marinha (10), morena basal 
(11), sítio glaciomarinho (12), vale glacial submerso (13). 
Fonte: modificado de Edwards 1986. 
1 
t4 
2 
6 
5 
10 
11 
12 
3 
7 
8 
 
9 
 
13 
DEPÓSITO ARENO-SEIXOSOS MACIÇO 
PLEISTOCÊNICO 
DEPÓSITO LAMÍTICO COM DETRITOS VEGETAIS E, 
NA BASE, DEPÓSITO TURFÁCEO 
PLANÍCIE DE MARÉ PANTANOSA 
DEPÓSITO ARENO-SEIXOSO E FRAGMENTOS DE 
CONCHAS 
ROMPIMENTO DE ILHA-BARREIRA (WASHOVER) 
 
DEPÓSITO ARENO-LAMÍTICO LAMINADO 
ZONA INFRAMARÉ 
DEPÓSITO LAMOSO-ARENÍTICO LAMINADO 
ZONA INFRAMARÉ 
DEPÓSITOS DE AREIA FINA COM 
ESTRATIFICAÇÃO CRUZADA DE BAIXO ÂNGULO 
(veja em estratificação cruzada de pequena 
escala) INTERCALADO À NÍVEIS DE SILTE 
LAMINADOS ZONA 
INTERMARÉ (?) 
DEPÓSITOS DE AREIA GROSSA COM 
ABUNDANTES ESTRATIFICAÇÕES CRUZADAS 
BARRAS DE DESEMBOCADURA 
 
 
 
 A moraina basal interna origina o till, 
um depósito mal classificado, maciço, não 
consolidado, diretamente sedimentado pelo 
gelo. 
 A erosão, o transporte e a 
sedimentação de materiais pelo gelo deixam o 
registro da atuação deste elemento nos clastos, 
nas rochas e no substrato sobre o qual a geleira 
migrou. 
 Por décadas os varvitos, rochas se-
dimentares clásticas compostas por lâminas 
síltico-arenosas que se intercalam à lâminas de 
argila (varves, veja em estratificação finamente 
interacamada) foram considerados glaciais. Os 
leitos (veja em lâmina) síltico-arenosos, 
supostamente formados no verão, refletiriam 
um aumento no volume das águas fluvioglaciais 
em virtude da fusão de parte do gelo naquela 
estação do ano. Com a chegada do inverno e 
novo congelamento de parte da água 
disponível, a vazão daqueles cursos de água 
seria afetada reduzindo-se, portanto, a 
competência (veja em ambiente de planície de 
inundação) e a capacidade (veja em ambiente 
de planície de inundação) dos fluxos, o que 
geraria as lâminas de argila. 
 Esta explicação sobre a origem dos 
varvitos possibilitou a contagem dos pares de 
lâminas (silte-areia + argila = verão + inverno) e 
assim deduzir o tempo decorrido para a 
formação de um conjunto de pares da 
sedimentação sob estudo. 
 Este paradigma, o dos varvitos, foi 
abalado e substituído senão totalmente, pelo 
menos em grande parte, pela descoberta das 
correntes de turbidez e de seus produtos, os 
turbiditos (veja em ambiente em leque). 
 Ver também estria glacial e sulco 
glacial. 
 
Ambiente lacustre (lake environment). Os 
lagos são corpos de água aprisionadossobre 
áreas emersas, continentes ou ilhas. As suas 
águas podem ser, de acordo com a salinidade, 
doces (0,3‰), mixohalina (1,0‰) ou salgadas 
(acima de 24,7‰) e a sua profundidade é 
variável podendo até ultrapassar mais de 1 000 
metros. A temperatura de suas águas também 
é variável em razão de seu posicionamento 
geográfico 
 O clima é o fator mais importante na 
determinação do lago que existirá em uma 
região. Em regiões tropicais, as águas de 
grandes lagos apresentam uma segmentação 
em duas camadas térmicas distintas. A camada 
superior possui temperatura maior do que a 
camada inferior cujas águas são estagnadas, 
anóxicas, portanto, anaeróbicas, aí ocorrendo 
produção de ácido sulfídrico (H2S). 
 Em regiões de clima temperado 
também há uma estratificação nas águas, 
porém, com características diferentes no verão 
e no inverno. Enquanto no verão a camada 
inferior possui águas mais frias do que as da 
camada superior, no inverno há uma inversão 
térmica e a camada superior é mais fria do que 
a inferior. O oxigênio rareia e pode desaparecer 
no nível inferior, o que permite a produção de 
H2S graças a ação de bactérias anaeróbicas. A 
deficiência de oxigênio permanece na camada 
inferior, mesmo durante o inverno. O ambiente 
redutor, se persistente, pode dar origem aos 
folhelhos pirobetuminosos (veja em folhelho). 
 O formato do lago pode ser alongado, 
circular, elíptico ou irregular (ilustração) e seus 
depósitos podem ser clásticos (veja Rocha 
Sedimentar Clástica), químicos, tais como 
carbonatos e sais (veja Rocha Se-dimentar 
Química), bioquímicos (veja rocha bioquímica 
em Rocha Sedimentar Orgânica) e orgânicos 
(veja Rocha Sedimentar Orgânica). 
 A distribuição concêntrica da 
granulometria nos lagos associados a rios é 
uma de suas características. Assim, suas 
praias podem ser formadas por areias (veja em 
clasto) e clastos maiores, seguidas, no sentido 
do centro do lago, por sedimentações de areias, 
lamas arenosas e, por fim, na parte mais 
profunda, lamas. 
 
 
Ambiente lacustre. Lagos alongados situados no RS, BR. 
O maior, à esquerda, no centro da imagem é o Lago Mirim. 
Cerca de 2/3 de sua área está em território brasileiro (RS) e 
o restante no país vizinho do Uruguai (UR). O Lago 
Mangueira, à direita do lago Mirim é separado do Oceano 
Atlântico por estreita faixa arenosa litorânea marinha. Fonte: 
Google Earth 2018. 
 
 
 
 Rochas lacustres podem, muitas 
vezes, ser confundidas com àquelas originadas 
em outro ambiente deposicional. Um dos 
enganos mais comuns é a de analisá-las como 
se fossem depósitos fluviais. Segundo Picard 
(1977) o estudo dos sedimentitos lacustres da 
Uinta Basin, Utah, USA, permitiu elencar 
algumas características dos depósitos lacustres 
e fluviais, especialmente dos a-renitos, 
folhelhos, calcários (veja em Rocha Sedimentar 
Química e também em Rocha Sedimentar 
Orgânica) calcíticos e calcários dolomíticos. 
 Os quadros a seguir tratam do tema, 
modificados do original daquele autor. 
 
 
ARENITOS LACUSTRES 
 
 
ARENITOS FLUVIAIS 
1. A geometria dos depósitos, cuja 
cor varia de branca a cinza-
escuro, é, frequentemente, 
tabular, ocorrendo também as 
lenticulares. 2. As areias são finas 
a muito finas, bem selecionadas, 
arredondadas ou 
subarrendondadas (veja 
arredondamento). 3. Calcita, 
dolomita e sílica são os cimentos 
(veja em Rocha Sedimentar 
Clástica) mais comuns. 4. 
Ocorrem marcas de ondulações 
por ondas. 5. Maior continuidade 
lateral se comparada com os 
depósitos fluviais. 
 
1. A geometria dos depósitos cujas 
cores variam do branco, cinza-
médio, vermelho, verde ao verde 
acinzentado, é dominantemente 
lenticular. 2. As areias, mal 
selecionadas, subangulares a 
subarredondadas, vão desde finas 
a muito grossas. Ocorrem 
fragmentos de rochas. 3. O 
cimento comum é a calcita, mais 
raramente argila ou argila e calcita. 
4. Ocorre presença de marcas de 
ondulações por corrente. 
 
 
LAMITOS LACUSTRES 
 
LAMITOS FLUVIAIS 
 
1. Cores dominantes: marrom e 
cinza. Verde é menos frequente. 2. 
Podem estar presentes: pirita, 
marcassita, chert, sílica e sais. 3. 
Laminação paralela horizontal. 4. 
Maior continuidade lateral que a 
dos depósitos fluviais. 
 
1. Cores vermelhas ou verdes, 
mais raramente marrom ou cinza. 
2. Ocorrência de fragmentos de 
rochas. 3. Laminação paralela 
horizontal. 
 
CALCÁRIOS CALCÍTICOS 
LACUSTRES 
CALCÁRIOS CALCÍTICOS 
FLUVIAIS 
1. Se autóctones: coquinoides ou 
algais. Se alóctones: calcarenitos 
(veja em Rocha Sedimentar 
Química), calcilutitos (veja em 
Rocha Sedimentar Química), 
coquinas. 2. Partículas (veja em 
Rocha Sedimentar Clástica) 
variam de finas a grossas. 3. 
Textura cristalina sacaroide. 4. 
Sedimentos químicos são 
bandeados. 5. Cores variam do 
cinza ao marrom. 6. Ocorrência de 
quartzo, argila, marcassita, pirita, 
chert e sílica. 7. Maior 
continuidade lateral que a dos 
depósitos fluviais. 8. São 
bandeados. 9. Os fósseis mais 
comuns são ostracodes, 
gastrópodes e pelecípodes. 
 
 
 
1. Apresentam-se com cores va-
riegadas, inclusive a rosa. 2. 
Partículas variam de finas a 
médias. 3. Textura cristalina. 4. 
Ocorrem quartzo e argila. 5. 
Depósitos menos contínuos que 
os lacustres. 6. Raros fósseis. 
 
CALCÁRIOS DOLOMÍTICOS 
LACUSTRES 
CALCÁRIOS DOLOMÍTICOS 
FLUVIAIS 
1. Dolomita misturada com argila, 
calcita, sílica e matéria orgânica. 2. 
As partículas são finas a muito 
finas. 3. A textura é cristalina. 4. 
São bandeados. 5. As cores mais 
comuns são cinza, marrom e 
 
 
 
 
Presença rara ou ausência. 
esverdeado. 6. Ocorrem 
marcassita, pirita e sílica. 7. 
Podem ocorrer fósseis de 
ostracodes, microfósseis e 
fragmentos de vegetais. 
 
 Não é incomum que afloramentos, 
testemunhos ou perfis verticais (ilustração) de 
sedimentitos lacustres antigos sejam, muitas 
vezes, confundidos com depósitos marinhos. 
Assim, presença de fósseis terrestres é o 
indicador mais seguro de que as rochas sob 
estudo foram formadas em um paleoambiente 
lacustre. 
 
 
Ambiente lacustre. Seção colunar de sedimentitos 
lacustres com aporte de material clástico fluvial. Modificado 
de Van Dijk, Hobday e Tankard 1978. 
 
Ambiente lagunar (lagoon environment). É o 
ambiente deposicional onde um corpo d’água 
mixohalina ou mesmo hipersalina, raso, 
marginal ao mar se encontra separado dele por 
uma restinga, por recifes-barreira (veja em 
recife) ou por uma estreita faixa arenosa, 
chamada ilha-barreira. A separação, contudo, 
não é total, pois, um ou mais canais (inlets) 
mantém as massas aquosas conectadas. Não 
é incomum que surjam deltas na 
desembocadura dos canais, chamados deltas 
de maré (tidal deltas). Durante a maré enchente 
é construído um delta para o interior da laguna, 
enquanto na maré vazante os depósitos 
formam um delta que aumenta em direção ao 
mar. Ilustração. 
 
LAMITO LAMINADO 
Deposição de lamas suspensdas na porção 
central do lago 
 
ARENITO COM ESTRUTURA GRADATIVA 
Deposição por tempestade (tempestito) 
SILTITO COM ESTRUTURAS DE BIOTURBAÇÃO 
ARENITO COM HUMMOCKY 
Deposição por tempestade (tempestito) 
SILTITO ARENOSO COM MARCAS DE 
ONDULAÇÕES 
Retrabalhamento por ondas normais 
ARENITOS E PELITOS COM LAMINAÇÃO 
PARALELA HORIZONTAL 
ARENITOS COM MARCAS DE ONDULAÇÕES 
CAVALGANTES POR CORRENTE Barra 
de desembocadura progradante 
SILTITO ARENOSO COM GRETAS DE 
CONTRAÇÃO 
Diques naturais e planície de inundação 
SILTITO ARENOSO COM RAÍZES 
Planície de inundação emergente 
 
 
 
 
Laguna Barra Velha. Imagem de satélite da Laguna de 
Barra Velha (LG), SC, BR, e da ilha-barreira arenosa (IB). 
Na parte superior esquerda da imagem observa-se o Rio 
Itapocu (RI), sua foz na laguna, o canal (barra) que liga a 
laguna ao oceano (B) e a pluma de sedimentos que forma o 
delta (D)na bacia marinha. Fonte: Google Earth 2018. 
 
 A acumulação das areias que formam 
a ilha-barreira resulta do transporte dos clastos 
por correntes marinhas e também da atividade 
das ondas. Eventualmente durante 
tempestades a energia das ondas pode romper 
a ilha-barreira e jogar seus componentes para o 
interior da laguna, depósito conhecido como 
leques de lavagem (washover fans). 
Ilustrações. 
 
 
 
Ilha-barreira. Detalhes da ilha-barreira de Barra Velha, SC, 
BR. A. Imagem de satélite em que aparecem diversos 
leques de lavagem (LL) já estabilizados por vegetação. 
Fonte: Google Earth 2019. B. Fotografia de leques de 
lavagem (LL) recentes ainda não estabilizados por 
vegetação. A seta indica a direção de rompimento da ilha-
barreira. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Os termos restinga (beach ridge) e ilha-
barreira são, muitas vezes, usados como 
sinônimos ainda que ilha-barreira seja uma 
terminologia geológica que se refere a estes 
depósitos independentemente da presença de 
elementos da fauna e da flora. No caso do 
enfoque geológico apenas é avaliado o 
depósito alongado situado entre a laguna e o 
mar, cuja idade pode anteceder a existência da 
vida subaérea no planeta. A restinga, no 
conceito geográfico, é não só a dita faixa 
arenosa alongada, mas também os depósitos 
pós-laguna, em direção ao continente, cobertos 
por vegetação com características próprias e 
exclusivas daquele ambiente e da fauna 
associada. 
 De acordo com alguns, p. ex. Suguio 
2003, inexistem verdadeiras ilhas-barreira na 
costa brasileira. Segundo o autor a descrição 
original destas feições vincula a sua formação a 
eventos transgressivos. No BR as atuais 
estruturas conhecidas estão associadas à 
regressão marinha que teria se iniciado em 
torno de 4000 a.P. 
 As lagunas, cujos depósitos são 
compostos principalmente por lamas, areias 
finas e fragmentos de conchas, são 
encontradas em regiões costeiras com 
micromarés. Os sedimentos lagunares 
registram abundantes estruturas de 
bioturbação, especialmente em direção a parte 
mais profunda da bacia onde também são mais 
comuns camadas com laminações paralelas 
horizontais. 
 Quando localizadas em regiões com 
climas áridos (veja clima) ou semi-áridos, 
podem aí ocorrer a formação de rochas 
sedimentares químicas e mesmo evaporitos. 
 
Ambiente marinho (marine environment). 
Ainda que para alguns mar e oceano sejam 
corpos d’água com características diferentes, 
geologicamente os termos são considerados 
sinônimos. É provável que esta divergência 
tenha surgido porque lagos com grandes 
dimensões, salgados, tais como, Mar de Aral, 
Mar Cáspio, Mar de Azov, Mar Morto, Mar da 
Galileia, foram interpretados, no passado, como 
corpos d’água oceânica. 
 Os oceanos cobrem 70% da superfície 
terrestre com água salgada, possuem uma 
LG 
IB 
RI 
B 
D 
A 
OCEANO ATLÂNTICO 
LL 
B 
LL 
 
LL 
 
 
 
profundidade média de 3 800 metros. Apesar 
de ser um único corpo ele foi dividido por razões 
geográficas, sendo seus limites os continentes. 
A divisão em oceanos Atlântico, Pacífico, Ártico, 
Antártico e Índico é a mais aceita. Atualmente 
são usadas as subdivisões dos oceanos 
Atlântico e Pacífico, em Atlântico Sul e Atlântico 
Norte e Pacífico Sul e Pacífico Norte. 
 O fundo marinho divide-se em margem 
continental (continental margin) e Fundo 
oceânico (ocean floor). A primeira corresponde 
a porção continental que se projeta sob as 
águas marinhas e é limitada pelo Fundo 
oceânico. A margem continental é dividida em 
plataforma continental (continental shelf), talude 
continental (continental slope) e sopé 
continental (continental rise). 
 O encontro das placas que consti-tuem 
os continentes e o substrato rochoso sob a 
lâmina de águas oceânicas, não é uniforme em 
todas as regiões do globo. Sobressaem, neste 
sentido, as margens passivas e as margens 
ativas. 
 Nas primeiras, o limite entre as rochas 
continentais e as rochas do Fundo oceânico se 
faz de forma passiva, ou seja, não há ali 
colisões entre as ditas placas. É o modelo da 
margem leste da América do Sul, onde se 
localiza o Brasil. Ilustração. 
 
 
 
 
 
 
Esboço de margem continental passiva tipo atlântico. Fonte: 
modificado de Mendes 1984. 
 
 Na margem oeste da América do Sul, 
onde se situam os chamados países andinos, 
Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru, o 
limite entre as rochas continentais e as de 
Fundo oceânico é ativa, ou seja, há colisão 
entre elas o que origina terremotos, maremotos, 
enrugamento das rochas, o que origina 
montanhas e vulcões (Cadeia dos Andes). 
Ilustração. 
 
 
Esboço de margem continental ativa tipo pacífico. 1. 
Plataforma continental. 2. Talude continental. Fonte: mo-
dificado de Curray 1969 e Suguio 2003. 
 
 A plataforma continental apresenta, 
normalmente, uma suave declividade (menos 
que 1:1 000), se situando entre a linha média de 
baixa-mar e a acentuada inclinação do 
assoalho oceânico para maiores profundezas, 
o que ocorre em torno dos 180 metros de 
lâmina d‘água. 
 Sua largura varia de 1 200 km 
(Austrália, AU) e 500 km na Patagônia 
(Argentina, AR). No BR chega a 200 km à frente 
do Estuário Amazonas. 
 Esta região pode ser dividida em 
Plataforma Continental Interna ou Proximal 
(inner shelf) com espessura de lâmina de águas 
em torno dos 40 metros, Plataforma Continental 
Média, situada entre os 40 metros e os 80 
metros e Plataforma Continental Externa ou 
Distal (outer shelf), localizada abaixo dos 80 
metros. 
 É sobre a plataforma que se 
desenvolvem vários ambientes deposicionais, 
entre eles, o ambiente deltaico, o ambiente de 
planície de maré, o ambiente estuarino, o 
ambiente lagunar, o ambiente praial, além dos 
recifes orgânicos e os recifes de pedra (beach-
rocks) (veja recifes). 
 A areia é a granulometria dominante 
em seus depósitos, seguida pelas dos siltes e 
lamas. 
 Correntes de marés, longitudinais, 
perpendiculares e transversais à costa e a ação 
das ondas são as responsáveis pelo transporte 
e deposição das diversas frações, cujas 
sedimentações podem chegar a 50 km de 
extensão e espessuras acima dos 40 me-tros. 
 As camadas de sedimentos mostram 
laminação e estratificação cruzada planar de 
baixo ângulo, estruturas de bioturbações e 
acumulação de conchas e carapaças ou seus 
fragmentos. Também aí ficam registrados os 
eventos episódicos das tempestades que 
Nível do mar 
MAR
 
Plataforma 
continental 
 
180 m 
 
 
3 000 m 4 000 m 
Talude 
continental Sopé continental Região abissal 
Margem continental Fundo Oceânico 
 
 
Trincheira 
 
Nível do mar 
Cordilheira abissal 
Fundo oceânico Margem continental 
1 
2 
FOSSA MARINHA 7 000 m 
 
4 600 m 
R E G I Ã O P E L Á G I C A 
 
 
geram os tempestitos e suas estratificações 
cruzadas por ondas (hummocky). 
 Em plataformas carbonáticas as 
deposições mais distais se constituem por 
calcilutitos (veja em Rocha Sedimentar 
Química) com laminação paralela horizontal e 
biomicritos com fósseis, a região média é 
composta por calcarenitos (veja em Rocha 
Sedimentar Química) com laminações 
cruzadas com oólitos (veja em concreções), 
carapaças orgânicas e estruturas de 
bioturbação; na porção proximal, localizam-se 
os calcários peletoidais (veja em Rocha 
Sedimentar Orgânica), calcirruditos (veja em 
Rocha Sedimentar Química), lamas calcárias, 
dolomitos micro-cristalinos, estruturas de 
bioturbações, gretas de contração e evaporitos. 
 O talude continental tem declividade 
que varia de poucos a 50° ou mais graus. Os 
sedimentos aí depositados desestabilizam-se 
com o aumento da acumulação dos detritos, os 
quais se deslocam para as regiões mais 
profundas. Tal movimentação causa erosão no 
substrato, processo que também ocorre 
quando fluxos de água e sedimentos são vi-
gorosamente impulsionados por descargas 
vigorosas na foz de rios. 
 Os sedimentos depositados nos 
taludes são compostos por vasas (60%), areia 
terrígena (25%), clastos com tamanhos 
variáveis desde seixos a matacões (10%) e 
fragmentosorgânicos (0,5%). 
 As escavações (canhões submarinos, 
submarine canyons) são semelhantes aos 
vales continentais em forma de V com laterais 
íngremes. Na sua porção terminal, sobre o sopé 
continental ou na região abissal, ocorrem 
deposições em forma de cone, os turbiditos. 
 Para alguns, pelo menos parte dos 
canhões submarinos teriam sido escavados 
fluvialmente quando, no passado, plataformas 
continentais ficaram expostas durante 
regressões marinhas. 
 Nos sopés continentais podem ocorrer, 
além dos turbiditos, sedimentações conhecidas 
como contouritos (contourites), cujas camadas 
são compostas por muito finas granulometrias 
com laminações paralelas horizontais. Sua 
origem é creditada às correntes de fundo que 
contornam os sopés continentais transportando 
e depositando detritos. 
 Elevadas quantidades de esqueletos e 
fragmentos de tecas de microorganismos são 
dominantes no sopé, aí também ocorrendo, 
porém, não tão abundantes, areias e siltes 
terrígenos. 
 No Fundo oceânico, cuja profundeza 
média está entre 4 000 metros e 5 000 me-tros, 
depositam-se sedimentos biogênicos que 
constituem as vasas de globigerinas 
(globigerina ooze), vasas de radiolários 
(radiola-rian ooze), vasas de cocolitoforídeos 
(coccolithophorid ooze), entre outras, bem 
como detritos terrígenos. 
 Abaixo dos 6 000 metros deixam de 
existir deposições inorgânicas ou orgânicas de 
calcários, provavelmente em razão da 
diminuição do pH e do aumento da 
concentração de CO2, o que resulta na sua 
dissolução. 
 No Fundo oceânico ainda ocorrem 
depósitos de argilas vermelhas (red clays) ou 
castanhas (brown clays) e cinzas vulcânicas, 
todos terrígenos, transportadas por correntes 
marinhas, ventos e geleiras, lá assentadas por 
ação da gravidade. A eles incorporam-se restos 
esqueletais de microorganismos. 
 Nesta região registra-se a presença, 
entre outros bens minerais, de nódulos de 
manganês (ilustração), cujo volume aumenta 
abaixo dos 3 500 metros. Os vulcões seriam a 
principal fonte de manganês que, dissolvido na 
água, se acumularia em torno de um núcleo 
orgânico para formar os nódulos. 
 
 
Nódulos de manganês. Fotografia do Fundo oceânico. 
Créditos: United States Geological Survey (USGS). 
Disponibilizado em 2010. Acessado: 04.04.2019. Fonte: 
https://pubs.usgs.gov/of/2000/of00-006/images/nod_r.gif. 
 
Ambiente praial (beach environments). As 
praias desenvolvem-se em regiões costeiras 
planas, com baixo gradiente, sendo geralmente 
compostas por sedimentos terrígenos. Pode-se 
fazer um zoneamento da região praial, cuja 
distribuição bacia sedimentar-continente é a 
seguinte: Zona de Costa Afora (offshore), Zona 
de Transição (transition), Zona de Praia 
(shoreface), Zona de Antepraia (foreshore), 
https://pubs.usgs.gov/of/2000/of00-006/images/nod_r.gif
 
 
Zona de Pós-praia (backshore) e Dunas 
(dunes). Ilustração. 
 
 
Perfil de praia e o seu zoneamento. Modificado de Walker 
1986 e Reineck e Singh 1980. 
 
 A Zona de Costa Afora se divide em 
Costa Afora Superior, situada em 
profundidades que variam de 2 metros a 10 
metros, constituída por areia fina lamosa com 
laminação paralela horizontal e, por vezes, com 
estruturas de bioturbação, e Costa Afora 
Inferior, posicionada abaixo dos 10 metros, 
formada por mega marcas de ondulações de 
areia limpa média a grossa, comumente 
envelopadas em lama, não raro com 
estratificação cruzada por ondas (hummocky 
cross stratification). 
 É possível concluir, portanto, que o 
domínio das lamas cresce no sentido da bacia. 
 Na Zona de Transição, cujo limite 
superior se situa no nível de base mais baixo de 
alcance das ondas normais, registra-se o 
acúmulo de areia siltosa e silte arenoso com 
estratificações cruzadas, laminações cruzadas 
e estruturas de bioturbação. 
 A Zona de Praia, que compreende a 
região localizada entre a Zona de Transição e o 
nível da maré baixa, é formada por areia fina 
com laminação cruzada (Praia Inferior, 1 metro 
a 2 metros de lâmina de água), laminação 
paralela horizontal (Praia Superior, do nível de 
maré baixa a 1 metro de profundidade) e 
estrutura de bioturbação. 
 Entre os níveis de maré baixa e alta, 
ocorre a Zona de Antepraia. Constitui-se por 
depósitos de areia fina e média intercalados 
com níveis de conchas. Ocorrem leitos com 
estratificações cruzadas de baixo e alto ângulo 
e laminações cruzadas. 
 A região que compreende desde o 
nível da maré mais alta até o campo de dunas 
eólicas, corresponde a Zona de Pós-praia que 
se ocorrente em litorais dominados por ondas, 
é formado por areia fina a média sobre as quais 
se desenvolvem arroios, riachos e pequenos 
lagos. 
 A zona Supratidal, em uma região de 
domínio das marés, é apenas atingida pelas 
águas em períodos de tempestades e de marés 
mais vigorosas. Os sedimentos variam de areia 
a lama, com laminações cruzadas e estruturas 
de bioturbação. 
 A Zona de Pós-praia pode ser 
progradante (ilustração), deslocando-se na 
direção do corpo de água e, em consequência, 
ocorre a migração do ponto onde se encontram 
as águas e os sedimentos dessa zona. Desse 
processo resulta a acresção de sucessivos 
cordões (cristas de praia) de areia pa-ralelos 
entre si e aumento na largura daquela zona. 
 
 
Fotografia aérea de parte do delta do Rio Camaquã, RS, BR, 
retratando a atual linha de costa da Laguna dos Patos e o 
sentido de sua progradação (seta). Créditos: Marco Antônio 
Fontoura Hansen. 
 
 Finalmente, a Zona de Dunas é 
composta essencialmente por areias finas a 
muito finas depositadas como dunas e 
interdunas (veja em ambiente eólico) eólicos. 
As estruturas mais significativas são as 
estratificações cruzadas de grande escala e 
as laminações cruzadas transladantes 
cavalgantes. 
 Em costas com correntes longitudinais 
internas vigorosas, micromarés, energia de 
ondas baixa a moderada e aporte de 
sedimentos com granulometria variável, pode 
haver o desenvolvimento de cristas alongadas 
de conchas e areias paralelas à praia, isoladas, 
separadas por planícies de lama e pântanos 
progradantes. Essas cristas, denominadas 
cheniers estendem-se por muitos quilômetros e 
possuem poucos metros de altura e até 200 
metros de largura. 
 Tais feições são desenvolvidas 
especialmente em regiões onde rios atinjam a 
costa, devido à diminuição no influxo de 
sedimentos carreados pelo fluxo de água. As 
correntes longitudinais e as ondas arrastam as 
lamas e concentram as areias e as conchas. 
Posteriormente, quando ocorrer novo aporte de 
 
 
lamas, as ondas e correntes longitudinais 
internas não transportam toda a carga 
disponível, e as finas granulometrias 
sedimentam-se à frente do chenier, avançando 
na direção do oceano (progradação). A 
repetição do processo dá origem às cristas de 
areias e conchas paralelas à costa. Ilustração. 
 
 
Processo de formação de cheniers e a progradação da 
linha de praia. Fonte: modificado de Boggs, 1987. 
 
 Veja também ambiente de planície de 
maré, ambiente deltaico e ambiente lagunar. 
 
Anaeróbica (anaerobic). São bactérias 
capazes de viver em ambiente com pouco ou 
nenhum oxigênio livre. 
 Atuam sobre os restos orgânicos 
decompondo-os. No caso de detritos vegetais 
sua ação sobre a celulose, as proteínas, a 
lignina, as resinas, as ceras, as gorduras e os 
pigmentos transformam-nos em polímeros, 
monômeros e demais componentes das turfas. 
 
Andar (stage). Veja em unidade 
cronoestratigráfica. 
 
Anel de Liesegang. Veja bandas de Liesegang 
em banda. 
 
Ângulo de repouso (angle of repose). É o 
ângulo limite de inclinação no qual os 
sedimentos ainda se mantém equilibrados, isto 
é, não deslizam. 
 
Antiduna (antidune). Veja marca de ondulação 
regressiva. 
 
Anidrita (anhydrite). Veja em Rocha 
Sedimentar Química. 
 
Antracito (anthracite). Veja em Rocha 
Sedimentar Orgânica. 
 
Arcabouço aberto (open frame). Veja em 
ortoconglomerado. 
 
Arcabouço fechado (closed frame). Veja em 
paraconglomerado. 
 
Arcósio (arkose). É o arenito que apresenta 
mais que 25% de feldspatos de origem detrítica.O mineral dominante, contudo, é o quartzo 
podendo conter também placas de micas 
(biotita e moscovita). 
 Originam-se em áreas topográficas 
mais altas ou em regiões de climas áridos (veja 
clima) ou semi-áridos, quentes ou frios, 
compostas por rochas ígneas ácidas, 
intermediárias e metamórficas ricas em quartzo 
e feldspatos. 
 
Areia (sand). Veja em clasto. 
 
Arenáceo (arenaceous). Sedimentos 
constituidos por areia. 
 
Arenito (sandstone). Rocha Sedimentar 
Clástica composta pela fração areia (veja em 
clasto). 
 
Arenito esponjoso (bubble sand structure, 
cavernous sand, spongy structure, vesicular 
structure). Rocha constituída por camadas 
contendo gases que foram anteriormente 
aprisionados. 
 Originam-se em ambiente praial de 
areias limpas, bem classificadas, que apri-
sionam rapidamente o ar no momento da 
deposição. Ilustração. 
 Nos casos de arenitos carbonáticos, a 
subsequente dessecação após exposição 
resulta na contração destas cavidades de bo-
lhas para cavidades planares referidas como 
estrutura em olhos de pássaro (birdseye 
structure, birdseye vug). 
 
 
 
 
Sedimento bulboso. Praia arenosa com pequenos orifícios 
originados por escape de ar. Referência: 2,0 cm de ∅. 
Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Arenito maciço (massive sandstone). Veja 
camada maciça. Ilustração. 
 
 
Arenito maciço. Arenito intertrapiano do Grupo Serra 
Geral, Meso-Cenozoico, RS, BR. O caráter maciço resulta 
da abundante cimentação por sílica. Referência: 8,0 cm de 
comprimento. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Arenito malaxado. Veja pseudonódulo. 
 
Arenito-siltito interlaminado. Veja 
estratificação finamente interacamada e 
também estratificação espessamente 
interacamada. 
 
Argila (clay). Veja em clasto. 
 
Argila castanha (brown clay). Veja em 
ambiente marinho. 
 
Argila vermelha (red clay). Veja em ambiente 
marinho. 
 
Argilito (argillite). Veja em Rocha Sedimentar 
Clástica. 
 
Armadura. Veja em teca. 
 
Arqueamento (warps). Veja em estrutura de 
avalanche. 
 
Arqueano (archean). Designação antiga da 
idade das rochas pré-cambrianas anteriores ao 
Algonquiano. 
 
Arqueozoica (arqueozoic). Era geológica mais 
antiga (2500 Ba), precedendo a Era 
Proterozoica (570 Ma-2500 Ba). 
 
Arredondamento (roundness). Veja em rochas 
sedimentares clásticas. 
 
Arrasto (drag). Veja em transporte. 
 
Atol (atoll). Veja em recife. 
 
Atualismo (actualism, uniformitarianism). É a 
corrente de pensamento que defende a ideia de 
que os eventos hoje ocorrentes na Terra são 
iguais aos que devem ter ocorrido no passado. 
Por essa razão, a observação do que hoje 
acontece no planeta (fenômenos naturais) é a 
explicação para entendermos a história 
terrestre passada. 
 Criada por R. A. von Hoff, foi defendida 
por James Hutton e, mais tarde (1830), 
incorporada por Charles Lyell em seu livro 
“Princípios de Geologia” que a tornou célebre 
com a frase “o presente é a chave do passado”. 
Lyell propôs ainda a designação de “Princípio 
do Uniformitarianismo” no lugar de Lei ou 
Princípio do Atualismo. Contudo, este 
postulado aproxima-se da realidade quando 
referido a Era atual (Cenozoico). Admite-se a 
possibilidade de que as condições ambientais 
fossem diversas das atuais em eras 
anteriores. 
 
Autígeno (authigenic). Elemento constituinte 
de uma rocha, formado no mesmo local onde a 
rocha se encontra. 
 
Autóctone (autocthonous). Depósito 
sedimentar, solo ou rocha, formado no local 
onde se encontra. Tais depósitos, solos ou 
rochas foram constituídos in situ. 
 
Azoica (azoic). Denominação antiga dada a 
Era que abrangia o tempo anterior à 
 
 
Paleozoica. Supostamente não possui fósseis 
portanto, registro de vida, donde seu nome. 
 Veja também Escala do Tempo 
Geológico. 
 
 
 
B 
 
 
Bacia de deposição (basin of deposition). 
Sinônimo de bacia sedimentar. 
 
Bacia de solução (kamenitzas, solution ba-
sins). São estruturas cársticas formadas so-bre 
um plano rochoso levemente inclinado. 
 Constituem cavidades circunscritas 
que contém água estagnada ou misturada com 
clastos durante certo tempo. Em geral, 
possuem 10 cm a 40 cm de largura e 1 cm a 10 
cm de profundidade. 
 Ocasionalmente alcançam 50 cm de 
profundidade e 3 metros de largura. 
 Em planta são circulares, ovais ou 
ameboides. As bacias menores podem coa-
lescer e originar bacias maiores. Os bordos das 
bacias podem estar sulcados. 
 
Bacia intracratônica (intracratonic basin). É 
uma bacia, em geral, de forma simétrica, origi-
nada tectonicamente sobre uma área cratoni-
zada. 
 
Bacia sedimentar (sedimentary basin). Área 
deprimida que recebe os sedimentos ali 
depositados por algum agente transportante. Lá 
a diagênese os transformará em rochas 
sedimentares. 
 
Bactéria (bacterium). São micro-organismos 
unicelulares sem envoltório nuclear e sem 
organelas membranosas (procariontes). Como 
suas dimensões geralmente variam entre 0,2 
𝜇m (micrometro) e 30 𝜇m (existem exceções) 
são observáveis sob microscopia óptica ou 
eletrônica. 
 Podem ser aeróbias (viver na presença 
de ar, ilustração A), anaeróbias (viver na 
ausência de ar, ilustração B) ou ser anaeróbias 
facultativas (ilustração C). 
 
 
A. Bactéria aeróbia. Colônias de Mycobacterium 
tuberculosis. Disponibilizado: 1976. Acesso: 07.04.2019. 
Créditos: CDC/Dr. George Kunica. Origem: Center for 
Desease Control and Prevention’s Public Health Image 
Library, nº 4428. Fonte: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/Fuile:TB_Culture.jpg. 
 
 
B. Bactéria anaeróbia. Clostridium tetani. Disponibilizado: 
1995. Acesso: 07.04.2019. Créditos: Center for Disease 
Control and Prevention. Fonte: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Clostridium_tetani.j
pg. 
 
 
C. Bactéria anaeróbia facultativa. Imagem de Escherichia 
coli obtida em microscópio eletrônico. Disponibilizado: 
10.04.2005. Acesso: 07.04.2019. Créditos: Rocky Mountain 
Laboratories (NIAID), NIH. Fonte: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:EscherichiaColi_NI
AID.jpg. 
 
https://commons.wikimedia.org/wiki/Fuile:TB_Culture.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Clostridium_tetani.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Clostridium_tetani.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:EscherichiaColi_NIAID.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:EscherichiaColi_NIAID.jpg
 
 
Bactéria aeróbica (aerobic bacteria). Veja em 
bactéria. 
 
Bactéria anaeróbica (anaerobic bacteria). Veja 
em bactéria. 
 
Bactéria anaerobia facultativa (facultative 
anaerobic bacteria). Veja em bactéria. 
 
Baia interdistributária (interdistributary bay). 
Veja em ambiente deltaico. 
 
Banda (band, color-banding). Termo descritivo 
utilizado para estrutura bidimensional 
usualmente distinguida por contraste de cor, tal 
como, bandas de Liesegang (Liesegang band). 
Bandeamento (banding) ou bandea-do 
(banded) é normalmente aplicado para 
aparência de rochas sedimentares laminadas 
(veja lâmina) vistas em seção. 
 
Banda de Liesegang (Liesegang band). Veja 
em banda. 
 
Bandeado (banded). Veja em banda. 
 
Bandeamento (banding). Veja em banda. 
 
Banquisa (ice field). Extensas camadas de 
gelo formadas sobre o mar. 
 
Barcana (barcana). Veja duna barcana. 
 
Barlavento (windward). Lado de onde pro-vem 
a corrente eólica. Num perfil de duna cor-
responde ao lado com menor inclinação (5o a 
12o). 
 
Barra (bar). Acumulação subaquática ou não 
de seixos, areias ou lamas, dispostos no canal 
ou na desembocadura de um rio, ou ao longo 
de uma região costeira, sedimentados pelas 
correntes fluviais ou litorâneas. 
 
Barra de canal (channel bar). Sedimentações 
lenticulares alongadas dispostas ao longo de 
um canal fluvial. 
 Veja também ambiente de planície de 
inundação. 
 
Barra de desembocadura (bar mouth). 
Depósito fluvial sedimentado na foz de um rio. 
 
Barra em pontal (point bar). Depósitos fluviais 
originados pela erosão dos sedimentos na parte 
concava da curva de um rio que, a seguir, são 
depositados na parte convexa da curva 
seguinte. 
 Veja também ambiente de planície de 
inundação. 
 
Barralinguoide (linguoid bar). Veja marca de 
ondulação linguoide por corrente. 
 
Barreira (barrier). Veja ilha-barreira em 
ambiente lagunar e também recife-barreira em 
recife. 
 
Batial (bathyal sediments, bathyal rocks). São 
os depósitos marinhos sedimentados em 
profundidade entre 200 metros e 1.000 metros. 
Após a litificação origina as Rochas 
Sedimentares Batiais. 
 
Bauxita (bauxite). É uma rocha composta por 
uma mistura de hidróxidos de alumínio com 
argilas, óxidos de ferro, fosfatos de alumínio; 
sua composição é, portanto, indefinida. Por 
essa razão, tem sido sugerido que bauxita não 
seja considerada uma espécie mineral. 
 Origina-se, provavelmente, por pro-
cessos intempéricos prolongados em climas 
tropicais. 
 
Beach-stone. Veja recifes de pedra em 
ambiente marinho e também em recife. 
 
Bentos (benthos). Seres vivos que habitam os 
oceanos, mares e lagos. Dividem-se em 
sedentários (fixos) e vágeis (livres). 
 
Bentonita (bentonite). É uma argila originada 
de cinza vulcânica alterada, sendo a 
montmorilonita seu principal componente. 
Quando mergulhada em água aumenta várias 
vezes seu volume. 
 
Betume (bitumen). É composto natural, infla-
mável, constituída por hidrocarbonetos. A cor 
varia de amarela a preta. Apresenta-se na 
forma de gás (gás natural), de líquido (petró-
leo) e de sólido (asfalto). 
 
Betuminoso (bituminous). Carvão com baixo 
teor de umidade, médio teor de material volátil 
e alto percentual de material volátil betuminoso 
(em torno de 40%). A cor é negra e, quando 
queimado emite chama amarela. 
 
 
 Nomenclatura também usada para 
folhelhos dos quais se obtém hidrocarbonetos 
voláteis por destilação. 
 
Biocenose (biocoenosis). Em Ecologia o ter-
mo é empregado para caracterizar um grupo de 
seres vivos, intimamente associados, que 
formam uma unidade ecológica natural. 
 Na PalÉontologia corresponde a uma 
associação de organismos que cohabitaram o 
mesmo local em que agora são encontrados 
fossilizados. 
 
Bioestratificação (biostratification). Consis-te 
em uma estratificação determinada por ação de 
certos organismos, como o estromatólito. 
 
Bioestratigrafia (biostratigraphy). Segmento 
da Estratigrafia que estuda a distribuição dos 
fósseis e das rochas onde estão contidos no 
espaço e no tempo. 
 
Biofácies (biofacies). Veja em fácies. 
 
Biogênico (biogenic). Sedimento composto por 
mais de 30% de restos de organismos, tais 
como conchas e corais. 
 
Bioglifo (bioglyph). Veja icnofóssil. 
 
Bioherma (bioherm). Ilustração. Recife cons-
tituído por restos de esqueletos calcários de 
diversas categorias de organismos (algas 
calcárias, corais, equinodermas, etc.). 
 Apresentam forma de lente ou de 
domos e internamente má estratificação. As 
dimensões são variadas, podendo atingir 
muitas dezenas de metros. 
 
 
Bioherma. Litoral marinho. Cenozoico, Bahia (BA), BR. 
Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Veja também Rocha Sedimentar 
Orgânica. 
 
Biólito (biolite). Designação empregada para 
Rochas Sedimentares Organógenas. 
 
Biomicrito (biomicrite). Calcário (veja Rocha 
Sedimentar Química e também Rocha 
Sedimentar Orgânica) constituído por porções 
va-riadas de fragmentos esqueletais, tais como 
conchas, crinoides, etc., envoltos em lama 
carbonática. 
 
Biostroma (biostrome). São depósitos sedi-
mentares com laminação tabular, reta ou 
ondulada, originados pela concentração de 
restos de organismos. 
 Alguns estromatólitos, bancos de 
ostras, colonias de corais e de crinoides, e de 
tecas de foraminíferos, estão entre os principais 
responsáveis pela gênese do biostroma. Alguns 
aceitam também que seres não sedentários 
(p.ex. foraminíferos) possam formar 
biostromas. 
 Veja também rochas sedimentares 
orgânicas. 
 
Biota (biota). Conjunto de características da 
fauna e flora de uma região definida. 
 
Bioturbação (bioturbation). Veja estrutura de 
bioturbação. 
 
Bioturbação por alojamento. Veja estrutura 
de moradia. 
 
Biozona (biozone). Também conhecida co-mo 
zona de amplitude, inclui as rochas sedi-
mentadas desde o surgimento até a extinção de 
determinada espécie correspondendo, 
portanto, as verdadeiras unidades cronoes-
tratigráficas. 
Bloco errático (erratic block). Clasto de grande 
dimensão, transportado por geleira. 
 Veja também sulco glacial. 
 
Bloco escorregado (slip block). Bloco sedi-
mentar anteriormente situado sobre um plano 
inclinado que se deslocou por ação da 
gravidade, mantendo as suas estruturas 
originais sem maiores deformações. 
 
Bloco rompido por tração (keazoglyph, 
parting cast, pull apart, pull apart structures). 
Veja em estrutura brechosa. 
O C E A N O 
B I O H E R M A 
 
 
 
Boçoroca (gully). Erosão realizada pelas 
águas superficiais ou subterrâneas, podendo 
atingir dezenas de metros de profundidade e 
centenas de metros de extensão. Ilustração. 
 É comum que ocorra em sedimentos 
ou sedimentitos arenosos, porém, não são ra-
ras em pelitos. 
 
 
Boçoroca. Exposição de nível de paleossolo (seta) 
desenvolvido sobre a Formação Sanga do Cabral, Triássico, 
RS, BR. O antigo solo foi soterrado pelos arenitos 
intertrapianos do Grupo Serra Geral, Meso-Cenozoico, RS, 
BR. Créditos: Tânia Dutra. 
 
Bola arenosa de redemoinho (sandstones 
whirballs, whirl balls). Massas arenosas finas 
fusiformes, tubulares ou elipsoidais, embebidas 
em matriz lamosa. Seus eixos maiores 
mostram-se verticais ou fortemente inclinados. 
 Sua origem está relacionada com re-
demoinhos formados por torrentes de lama. 
 
Bola de areia (sand balls). Veja em estrutura 
brechosa. 
 
Bola de argila couraçada. Veja bola de la-ma 
couraçada. 
 
Bola de carvão (coal balls). Veja em galha de 
argila. 
 
Bola de convolução (convolutional balls, roll-
up structure). Ilustração. São corpos pequenos 
e subesféricos com lâminas concêntricas, 
associados com estrutura convoluta. 
 
 
Bola de convolução. Grupo Bom Jardim, Proterozoico, RS, 
BR. Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
Bola de deslize (slide ball). Veja bolas de 
escorregamento em pseudonódulo. 
 
Bola de escorregamento (slump balls). Ve-ja 
em pseudonódulo. 
 
Bola de lama couraçada (armored mud balls, 
clay ball, mud ball, mud pebble, pud-ding ball, 
till balls). Tratam-se de massas esferoides de 
lama, recobertas por areias grossas, grânulos e 
seixos. As bolas origi-nam-se de sedimentos 
pelíticos inconsolida-dos arrancados por curso 
d'água e que, ao rolarem no fundo do agente 
transportante se enriquecem com os materiais 
de cobertura. 
 
Bola de rodopio. Veja bola arenosa de re-
demoinho. 
 
Bola espiralada. Veja sobredobra de escor-
regamento. 
 
Bola espiralada por escorregamento. Veja 
sobredobra por escorregamento e também 
estrutura brechosa. 
 
Bola lacustre (burr balls, hair balls, lake balls, 
water-rolled weed balls). São corpos 
esferoidais constituídos por materiais de ori-
gem orgânica, tais como algas, briozoas, 
braquiópodos, corais agregados mecânica-
mente, graças ao movimento das ondas, em 
águas pouco profundas, possivelmente em 
períodos de tempestades. Quando originadas 
em ambiente marinho são chamadas bolas 
marinhas (aegragopila, pilae marinae, sea 
ball). 
 Veja também estromatólito. 
 
 
 
Bola marinha (aegragopila, pilae marinae, sea 
ball). Veja em bola lacustre. 
 
Bomba (bomb). É um clasto formado pela 
solidificação da lava enquanto se deslocava no 
espaço, arremetida pelas explosões de ga-ses 
numa ejeção vulcânica. 
 Possui formas torcidas, arredonda-das 
ou elípticas e superfície fissurada. 
 
Boneca de sílex (loess-kindchen). São 
concreções silicosas com formas bizarras. 
 
Bottomset. Veja sequência de fundo em 
ambiente deltaico. 
 
Boudinage. Constituem estruturas 
representadas por adelgaçamentos em 
determinadas camadas. Os adelgaçamentos 
são espaçados a intervalos regulares e 
algumas vezes podem dar origem a blocos 
rompidos por tração (veja em estrutura 
brechosa). 
 A origem está ligada ao efeito das 
forças de tração atuando sobre material plástico 
coesivo do tipo lamoso. 
 
Brecha(breccia). É rocha composta por frag-
mentos angulosos, maiores do que 2,0 mm. 
 No caso das rochas sedimentares se 
as partículas (veja em Rocha Sedimentar 
Clástica) forem de ígneas e/ou metamórficas, 
irão compor uma brecha extraformacional. 
Contudo, se forem fragmentos de rochas 
sedimentares (arenitos ou pelitos), chamar-se-
a brecha intraformacional. 
 
Bypass. Veja em fluxo homopicnal. 
 
 
 
C 
 
 
Calcário (limestone). Veja em Rocha 
Sedimentar Química e também em Rocha 
Sedimentar Orgânica. 
 
Caldeirão. Veja marmita. 
 
Calhau (pebble). Sinônimo de pedra. Veja em 
clasto. 
 
Caliche (calcreto). Veja em Rocha Sedimentar 
Química. 
 
Camada (bed, laminaset, layer, strata, 
stratum). Ilustração. É unidade de 
sedimentação formada sob condições físicas 
essencialmente constantes e contínuo 
assentamento do mesmo material durante a 
deposição. A espessura de uma camada pode 
variar de poucos milímetros a vários metros. 
 Podem ser inteiramente laminadas. 
 São separadas de camadas adjacen-
tes por superfícies de estratificação, 
comumente conhecidas como planos de 
estratificação. 
 
 
Camada de arenito (A) interposto a duas camadas de 
pelitos (P) (veja em Rocha Sedimentar Clástica). Formação 
Rio do Rasto, Permo-Triássico, RS, BR. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
 A geometria de uma camada depen-de 
das relações entre as superfícies de estra-
tificação, as quais podem ser paralelas ou não, 
e elas próprias serem uniformes, onduladas ou 
curvadas. 
 Conjuntos de camadas formam o que 
se conhece como sequência de camadas. 
 Quando não podemos fazer a distin-
ção entre camadas e lâminas pode-se utilizar o 
termo leito. 
 Há também a ideia que camada diz 
respeito à litologia e que estrato envolve um 
episódio cronológico que pode conter uma ou 
mais camadas. 
 Veja também unidade litoestratigráfica. 
 
Camada com seixos imbricados. Veja im-
bricação. 
P 
P 
A 
 
 
 
Camada cruzada. Veja estratificação cruza-da. 
 
Camada gradacional (combined structures, 
gradational lamination, graded bed, graded 
bedding, graded laminated bed, heteroge-
neous structures, sorted bedding). Camada 
gradacional deve ser sempre relacionada com 
uma unidade sedimentar primária, a qual, como 
generalização, pode ser definida como uma 
camada de granulação grossa confinada entre 
dois estratos de argilitos ou folhelhos. 
 A estrutura pode ser estudada sob 
quatro aspectos: 1. O tamanho dos grãos 
presentes. 2. A separação dos diferentes 
tamanhos de grãos. 3. O número de 
subunidades gradacionais dentro da unidade 
primária. 4. A direção da gradação. 
 Quanto ao tamanho dos grãos pre-
sentes, podem ser camada gradacional com-
pleta ou normal e camada gradacional incom-
pleta. 
 De acordo com a separação dos 
diferentes tamanhos de grãos, podem ser: 
camada gradacional de boa separação e 
camada gradacional de pobre separação. 
 O número de subunidades grada-
cionadas dentro da unidade primária permite a 
existência de: camada gradacional simples e 
camada gradacional múltipla. 
 Finalmente, quanto a direção da gra-
dação, podem ser: camada gradacional nor-mal 
(veja camada gradacional completa ou normal), 
camada gradacional inversa, camada 
gradacional múltipla pene-simétrica e camada 
gradacional múltipla simetricamente invertida, 
sendo às duas últimas, uma subca-tegoria de 
camada gradacional múltipla. 
 A origem das camadas gradacionais 
está ligada a diversos agentes, tais como: se-
dimentos depositados por correntes de turbi-
dez, sedimentação de nuvens de suspensão, 
deposição nas últimas fases de grandes cheias, 
assentamentos de clásticos vulcânicos após 
uma erupção (veja gradação de densidade), 
fluxo de grãos (veja camada ma-ciça), etc. 
 Veja também gradação lateral. 
 
Camada gradacional completa. Veja cama-
da gradacional completa ou normal. 
 
Camada gradacional completa ou normal 
(complete graded bedding, complete gra-ding, 
continuous graded bedding, graded, normal 
graded bedding, normal grading, normally 
graded). Ilustração. São camadas gradacionais 
em que todos os tamanhos de grãos, que 
formam o nível gradativo, estão presentes. 
Arranjam-se de maneira tal que os grãos 
menores tornam-se dominantes, em 
quantidade, na direção do topo da unidade. 
 
 
Camada gradacional normal (B) intercalada entre ca-
madas de pelitos (P). O contato entre a brecha (B) e o pelitos 
(veja em Rocha Sedimentar Clástica) soto-posto é erosivo. 
Grupo Bom Jardim, Proterozoico, RS, BR. Referência: 5,0 
cm de ∅. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Camada gradacional continua. Veja cama-da 
gradacional completa ou normal. 
 
Camada gradacional de boa separação 
(content grading, distribution grading, gra-ded 
bedding with good separation). São ca-madas 
gradacionais nas quais os diferentes tamanhos 
de grãos estão organizados em zo-nas distintas 
na unidade primária. 
 Os sedimentos arranjam-se de ma-
neira tal que os grãos menores tornam-se do-
minantes, em quantidade, na direção do topo 
da unidade. 
 
Camada gradacional de pobre separação 
(coarse-tail grading, delayed graded bed-ding, 
delayed graded bedding with poor separation, 
graded bedding with poor separation). São 
camadas gradacionais que exibem uma 
gradação demorada, na qual grande parte da 
camada é homogênea, ocorrendo o decréscimo 
no tamanho dos grãos somente muito próximo 
do topo da unidade primária. 
 
Camada gradacional descontínua. Veja 
camada gradacional incompleta. 
 
Camada gradacional incompleta (discon-
tinuous graded bedding, incomplete graded 
B 
P 
P 
 
 
bedding, interrupted graded bedding, inter-
rupted grading). São camadas gradacionais em 
que falta um dos tamanhos de grãos que 
completaria a sucessão. Em alguns casos es-
peciais, onde argilito ou folhelho assenta-se 
diretamente sobre areia media, ou grossa, sem 
a presença intermediária de silte ou areia fina, 
a gradação é referida como camada grada-
cional interrompida. 
 Os sedimentos arranjam-se de ma-
neira tal que os grãos menores tornam-se do-
minantes, em quantidade, na direção do topo 
da unidade. 
 
Camada gradacional interrompida. Veja em 
camada gradacional incompleta. 
 
Camada gradacional inversa (inverse gra-
ding, inversely graded bedding, reverse gra-
ded bedding, reverse grading). São cama-das 
gradacionais que mostram as granulome trias 
mais finas na base e as mais grossas no topo 
da unidade primária, podendo a sucessão ser 
completa ou não. 
 
Camada gradacional invertida. Veja cama-da 
gradacional inversa. 
 
Camada gradacional múltipla (multiple gra-
ding, recurrent grading). É uma camada 
gradacional em que várias sub-unidades 
gradacionadas estão presentes. 
 Pode apresentar-se de diversas ma-
neiras desde que haja sobreposição de mais do 
que uma camada gradacionada. 
 Ocasionalmente, gradações inversas 
ocorrem em uma das subunidades da cama-da. 
Nestes casos, existem duas possibilida-des: 
camada gradacional múltipla pene-si-métrica e 
camada gradacional múltipla sime-tricamente 
invertida. 
 
Camada gradacional múltipla pene-simé-
trica (pen-symmetrical grading, symmetrical 
grading). São camadas gradacionais múlti-plas 
que mostram inversão na gradação em uma 
das subunidades. 
 A gradação ocorre a partir de grãos 
grossos que estão no meio da camada, de-
crescendo a granulometria tanto para baixo 
quanto para cima. 
 
Camada gradacional múltipla simetrica-
mente invertida (inverted symmetrical gra-
ding). São camadas gradacionais múltiplas que 
mostram inversão na gradação de uma das 
subunidades. 
 Os grãos crescem a partir do meio da 
camada na direção do topo e base da mesma. 
 
Camada gradacional normal. Veja camada 
gradacional completa ou normal. 
 
Camada gradacional recurrente. Veja ca-
mada gradacional múltipla. 
 
Camada gradacional simples (simple gra-
ding). É uma camada gradacional em que 
apenas uma gradação está presente. 
 
Camada gradacional única. Veja camada 
gradacional simples. 
 
Camada homogênea. Veja camada maciça. 
 
Camada laminada. Veja laminação. 
 
Camada maciça (homogeneous bedding,homogeneous structures, massive, massive 
bedding, structureless, unlaminated). A de-
signação é empregada para definir uma uni-
dade de sedimentação que aparente ou ver-
dadeiramente não apresenta estrutura inter-na. 
 Muitas vezes o que classificamos como 
camada maciça apresenta laminação quando 
aplicamos técnicas especiais, como, por 
exemplo, exposição ao raio-X. 
 Origina-se por processo de mistura 
difusa de grãos não classificados. Também 
surge como resultado de forte atividade de 
bioturbação (veja estrutura de bioturbação), 
que pode destruir completamente as estruturas 
originais. 
 A homogeneidade pode ainda resul-tar 
da ascenção de água ou gás durante a 
compactação da camada, bem como em ca-sos 
de sedimentação muito rápida (veja estru-tura 
de escape de água). 
 Finalmente a feição pode ser devida a 
fluxo de grãos, que é explicado como pres-sões 
dispersivas que afetam a fluxão dos se-
dimentos, originando uma interação, 
grão-a-grão, que é muito mais forte do que a 
turbulência do fluido. O resultado é a movi-
mentação vertical de grãos dentro da massa 
sedimentar. O mecanismo também é utilizado 
na explicação da origem de certas camadas 
gradacionais inversas. 
 
 
 
Camada regressiva (backset beds). Veja em 
estratificação cruzada complexa. 
 
Campo de gelo (ice field). Veja banquisa. 
 
Canal (channel, erosion channels). Ilustração. 
Marca de desbaste em forma de longa calha, 
cujo eixo longitudinal corre paralelo à direção de 
fluxo. 
 Estas calhas podem ser retas, sinuo-
sas, anastomosadas ou ramificadas. Em se-
ção transversal o perfil pode ser em “U” ou “V”. 
 Os canais podem adquirir magnitu-des 
muito variáveis desde centímetros a vários 
metros. 
 Podem ser originados por correntes 
parcialmente subaéreas ou correntes 
subaquáticas. 
 O preenchimento do canal é, geral-
mente, de sedimentos com natureza diferente 
dos circundantes. 
 Comumente encontram-se sedimen-
tos mais grossos na base do canal, passando 
para sedimentos arenosos ou lamosos. 
 Existem duas maneiras de preenchi-
mento de canal: 1. Simétrico: por leitos 
horizontalizados e tabulares ou por leitos 
concordantes com forma do canal, 
mostrando-se côncavos para cima. Neste 
último caso, os leitos podem apresentar 
espessuras uniformes em seção transversal 
completa ou podem adelgaçar para os lados. 
 2. Assimétrico: por leitos fortemente 
inclinados. Veja também estratificação cruza-da 
em calha. 
 
Canal assimétrico. Arenitos fluviais de região desértica 
(wadi) sobrepostos a arenitos eólicos. A seção é transversal 
ao canal cujo fluxo deslocava-se na direção do observador. 
Formação Sanga do Cabral, Triássico, RS, BR. Créditos: 
Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Difere das estruturas de corte e pre-
enchimento pelo fato de o eixo longitudinal re-
presentar dimensões muitas vezes maior que a 
largura. 
 Em áreas de declive subaquoso po-
dem ocorrer escorregamentos de sedimentos 
instabilizados. Este movimento de material gera 
uma feição como canal sub-aéreo, deixando 
para trás de si um sulco, que é denominado 
cicatriz de escorregamento (slump scars). 
 Uma das diferenças entre esta 
estrutura e canal produzido por corrente é a sua 
dimensão horizontal máxima que se estende 
perpendicularmente na direção declive abaixo 
enquanto os canais são alongados neste 
sentido. 
 Veja também ambiente de planície de 
inundação. 
 
Canal com marca de ondulação (ripple 
scour). Trata-se de um canal raso e alonga-do, 
com seu leito coberto por marcas de on-
dulações por corrente. 
 
Canal de corte e preenchimento (channel cut 
and fill). São porções do canal fluvial 
abandonadas pelo rio (meandro abandonado) 
as quais, posteriormente, foram preenchidos 
por depósitos de transbordamento. 
 Veja também ambiente de planície de 
inundação. 
 
Canal distributários (distributary channel). 
Canal fluvial típico da planície deltaica (veja em 
ambiente deltaico). 
 
Canelura glacial (glacial groove). Veja estria 
glacial. 
 
Canhão submarino (submarine canyon). Veja 
em ambiente marinho. 
 
Canyon. Vale com paredes altas e íngremes, 
popularmente chamado garganta. 
 Veja também ambiente em leque. 
 
Capacidade (de um rio) (capacity). Veja em 
ambiente de planície de inundação. 
 
Capilaridade (capillarity). Ascendência ou 
descendência de líquidos, água, por exemplo, 
por contato com as paredes muito estreitas de 
um sólido, como se estas fossem tubos 
capilares. 
 Sua medida em milímetros por dia, em 
 
 
litros por segundo, por hectare, desde o 
subsolo, denomina-se descarga capilar 
(capillary discharge). 
 
Carbonatação (carbonation). Veja em 
intemperismo. 
 
Carbonífero (carboniferous). Tempo ou su-
cessão de rochas paleozoicas posteriores ao 
Devoniano e antecessoras do Triássico. 
 Desenvolveu-se entre 360 Ma e 286 
Ma atrás. 
 Nos United State of America (USA) é 
dividido em Mississipiano (inferior), 
compreendido entre 360 Ma e 320 Ma atrás e 
Pensilvaniano (superior), decorrido entre 320 
Ma e 286 Ma. 
 Veja também Escala do Tempo 
Geológico. 
 
Carbonização (carbonization). Refere-se ao 
enriquecimento em carbono (C). É o processo 
natural de formação do carvão. 
 
Carga (load). Totalidade dos clastos trans-
portados por um fluido. 
 Veja também transporte. 
 
Carga de fundo (bed load). Veja em transporte. 
 
Carga em suspensão (suspended load). Veja 
em transporte. 
 
Carnalita (carnallite). Veja em Rocha 
Sedimentar Química. 
 
Cárstica (karst). Veja estrutura cárstica. 
 
Carvão (coal). Veja hulha em Rocha 
Sedimentar Orgânica. 
 
Carvão alóctone (allochthonous coal). Veja em 
carvão. 
 
Carvão autóctone (autochthonous coal). Veja 
em carvão. 
 
Carvão betuminoso (bituminous coal). Veja 
em carvão. 
 
Cascalho (gravel). Veja seixo. 
 
Cataglifo (kataglyph). Veja em hieroglifo. 
 
Catastrofismo (catastrophism). Teoria cria-da 
por Baron G. L. Cuvier (1769-1832) que 
postulava ter ocorrido, várias vezes no passa-
do, catástrofes naturais que extinguiram a fauna 
e a flora, substituindo-os por uma nova 
população. 
 É a teoria adotada pelos seguidores do 
Arcebispo Ussher que afirmou ter sido o mundo 
criado no ano 4004 aC. 
 
Caustobiólito (caustobiolite). São as Ro-chas 
Sedimentares Organógenas combustí-veis (p. 
ex. carvão). 
 
Cavidade miarolítica (miarolitic structure). 
Veja em geodo. 
 
Célula de pedra (stone cells). Veja em costela 
transversal. 
 
Cenozoica (Cenozoic). É a Era posterior a 
Mesozoica. 
 Divide-se em Terciário (porção inferi-
or), compreendido entre 66,4 Ma e 1,6 Ma atrás 
e Quaternário que iniciou a 1,6 Ma e ainda 
transcorre. 
 
Chenier. Veja em ambiente praial. 
 
Chert. Veja em Rocha Sedimentar Química. 
 
Cicatriz de escorregamento (slump scars). 
Veja em canal. 
 
Ciclotema (cyclothem). Sucessão de Rochas 
Sedimentares dispostas de maneira repetida. 
Exemplo: arenitos médios, psamitos finos, 
pelitos e carvão; arenitos médios, arenitos finos, 
pelitos e carvão, etc. 
 São, portanto, ciclos e muitos prefe-
rem utilizar esta sinonímia. 
 Um ciclo de ciclotemas denomina-se 
mega ciclotema e um ciclo de mega ciclotemas 
chama-se hiperciclotema. 
 
Cilindro ctenoide (ctenoide cast). Estrutura 
cilíndrica, curta, seccionada obliquamente, com 
finas costelas longitudinais. 
 Sua origem está relacionada, talvez, ao 
preenchimento de marca de roçadura ori-
ginada por talos de plantas equissetiformes. 
Estrutura muito rara. 
 
Cilindro de argila. Veja greta de contração 
 
 
encurvada. 
 
Cimentação (cementation). É o processo 
graças ao qual se dá a litificação da maior parte 
dos sedimentos. 
 Cimentação é um dos processos 
diagenéticos. 
 Veja também diagênese e zona de 
cimentação. 
 
Cimento (cement). Veja em Rocha Sedimentar 
Clástica. 
 
Cinza vulcânica (volcanic ash). É o material 
piroclástico com dimensões muito finas. 
 Para Fisher (1961) podem ser cinzas 
finas (tamanhos inferiores a 0,0625 mm) e 
cinzas grossas (granulometrias entre 0,0625 
mm e 2 mm, inclusive). 
 As rochas daí oriundas recebem os 
nomes de tufos finos e tufos grossos, respec-
tivamente.Circo glacial (glacial cirque). Depressões 
como anfiteatros gerados nas áreas elevadas 
de vales glaciais. 
 Sua origem se deve ao intemperismo 
físico promovido pela congelação da água nas 
fissuras e poros das rochas e posterior remoção 
dos detritos pelo deslocamento da geleira ou 
pela ação das águas de degelo. 
 
Clarênio (clarain). Veja em Rocha Sedimentar 
Orgânica. 
 
Clasto (clast). Porção de rocha pré-existente 
que forma ou irá formar uma Rocha Sedimentar 
Clástica. 
 Os detritos podem ser classificados de 
acordo com o tamanho. Uma das escalas 
granulométricas mais usadas é a de Wentworth 
(1922), apresentada a seguir. 
 
Partículas em mm Denominação das Classes 
> 256 
256 a 64 
64 a 32 
 
32 a 16 
16 a 8 
8 a 4 
4 a 2 
 
2 a 1 
 
1 a ½ 
Matacão (boulder) 
Pedra ou calhau (cobble) 
Seixo muito grosso (gravel 
very coarse) 
Seixo grosso (gravel coarse) 
Seixo médio (gravel medium) 
Seixo fino (gravel fine) 
Seixo muito fino (gravel very 
fine) 
Areia muito grossa (sand very 
coarse) 
Areia grossa (sand coarse) 
1/2 a ¼ 
1/4 a 1/8 
1/8 a 1/16 
 
1/16 a 1/32 
1/32 a 1/64 
1/64 a 1/128 
1/128 a 1/256 
1/256 a 1/512 
1/512 a 1/1024 
< 1024 
Areia média (sand medium) 
Areia fina (sand fine) 
Areia muito fina (sand very 
fine) 
Silte grosso (silt coarse) 
Silte médio (silt medium) 
Silte fino (silt fine) 
Silte muito fino (silt very fine) 
Argila grossa (clay coarse) 
Argila média (clay medium) 
Argila fina (clay fine) 
 
Clasto pingado (dropped blocks, dropsto-nes, 
rafted blocks). Ilustração. São areias, grânulos, 
seixos, etc., que perturbam as ca-madas 
constituídas por finas lâminas de pelitos. 
 
 
Clasto pingado em pelitos subaquáticos. Grupo Itararé, 
Neocarbonífero-Eopermiano, RS, BR. Referência: 14,0 cm 
de comprimento. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 As lâminas inferiores ao clasto, re-
gistram o impacto sofrido, mostrando um ar-
queamento para baixo. As lâminas superiores 
têm sua deposição, por norma, obedecendo à 
irregularidade do leito e mostram dobras 
antiformes. 
 Sua origem está, quase sempre, 
associada à fusão de blocos de gelo que 
transportavam os clastos. A geração da 
estrutura também pode estar condicionada ao 
transporte dos detritos por outros agentes, 
como, por exemplo, vegetais. Ilustração. 
 Em alguns casos os clastos podem 
mostrar seus eixos maiores formando um ân-
gulo reto com o plano de estratificação, sendo 
então reconhecidos como clastos verticais 
(vertical clasts, vertical stones). 
 Os clastos verticais também podem 
aparecer nos casos de involução. 
 
 
 
 
Clastos aprisionados em raiz de árvore tombada que se 
deslocava em rio. Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
Clasto vertical (vertical clasts, vertical sto-
nes). Veja em clasto pingado e em involução. 
 
Clima (climate). Tempo e clima são conceitos 
diferentes. Tempo é o estado da atmosfera num 
dado momento que poderá ser alterado a 
qualquer instante. Clima corresponde a 
acumulação e a análise de dados de tempo, 
numa determinada região, durante longo 
espaço temporal. 
 Existem várias classificações climá-
ticas, entre elas: (a) a do climatologista russo 
Wladimir Peter Köppen que posteriormente foi 
aprimorada pelo meteorologista e climato-
logista alemão Rudolf Oskar Robert Williams 
Geiger e, por esta razão é conhecida como 
Classificação de Köppen-Geiger. Ela se baseia 
na fitossociologia e na ecologia, pois, a 
vegetação natural é, segundo eles, a expressão 
direta do clima. Além disto, ainda são utilizados 
na classificação os dados sobre a sazonalidade 
e as médias anuais e mensais da temperatura 
do ar e da precipitação plu-viométrica 
(ilustração A), (b) a do geógrafo, climatologista 
e geocientista indiano Arthur Newell Strahler 
que a elaborou com base na atuação das 
massas de ar e da precipitação pluviométrica. A 
classificação é dividida em três grupos: baixas, 
médias e altas latitudes. Ilustração B. 
 
 
A. Classificação climatológica mundial de Köppen-Geiger. 
Fonte: Classificação climática de Köppen-Geiger em 
Shapefile. Disponibilizado por: www.forest-gis.com em 
05.10.2015. Acesso em: 05.04.2019. 
 
 
B. Classificação climatológica mundial de Strahler. Fonte: 
Classificação climática: Geral e Brasil. Disponibilizado por: 
http://blogdoenem.com.br/classificacao-climatica-geral-e-
brasil. Acesso em: 05.04.2019. 
 
Clivagem (cleavage). Planos de rompimento 
de muitos minerais, fenômeno devido à 
estrutura molecular interna, possivelmente 
paralelos às faces do cristal. 
 
Coluna calcária. Veja em estalagmite. 
 
Coluna litostática (lithostatic column). Coluna 
de sedimentos ou rochas que exerce pressão 
(pressão litostática) sobre sedimentos e rochas 
soto-postos. 
 
Compactação (compaction). É a redução de 
volume que os depósitos sofrem, ocasionada 
pelo aumento da coluna litostática ou por 
pressões resultantes de movimentos da Terra, 
denominados movimentos tectônicos. 
 O fenômeno ocorre por diminuição dos 
poros entre as partículas que formam o 
depósito. Dependendo da granulometria dos 
sedimentos envolvidos, a diminuição pode 
atingir até 1/3 do volume original como, por 
exemplo, nos pelitos. Como consequência, há 
http://www.forest-gis.com/
http://blogdoenem.com.br/classificacao-climatica-geral-e-brasil
http://blogdoenem.com.br/classificacao-climatica-geral-e-brasil
 
 
a expulsão de líquidos e o aumento da densi-
dade. 
 É um dos processos diagenéticos e 
para sedimentos de finos (lamas) leva a 
litificação (veja diagênese) mesmo com a 
ausência de cimento. 
 Como sedimentos com mesma 
espessura, porém, com granulometrias 
diferentes mostram diminuição de volume 
desigual ao serem submetidos as mesmas 
pressões, o fenômeno é denominado 
compactação diferencial. 
 
Compactação diferencial (diferential com-
pactation). Veja em compactação. 
 
Competência (de um rio) (competence). Veja 
em ambiente de planície de inundação. 
 
Concreção (concretion). Ilustração. São 
corpos rochosos esferoidais, elipsoidais ou 
discoidais com composição distinta da rocha 
que os contém. Esta estrutura se origina a partir 
de um núcleo orgânico ou inorgânico sendo, 
neste caso, produto de reações químicas entre 
o centro não orgânico e o material de seu 
entorno. 
 Podem ter origem singenética, 
diagenética ou epigenética. 
 
 
Concreções calcárias com grandes dimensões desalojadas 
de folhelhos pirobetuminosos. Formação Irati, Permiano, 
RS, BR. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 As concreções singenéticas são 
aquelas formadas na interface água-sedi-
mento. As concreções diagenéticas são as que 
apresentam fósseis sem deformações 
mantendo a sua morfologia intacta. Este fato faz 
presumir que a concreção originou-se enquanto 
os sedimentos ainda estavam inconsolidados. 
As concreções epigenéticas são aquelas que 
podem apresentar planos de acamadamento 
através da estrutura concrecionária, sem 
distorções na interface concreção-rocha 
hospedeira. É possível, ainda, que estas 
concreções apresentem planos de 
acamamento através da estrutura 
concrecionária, com distorções na interface 
concreção-rochas hospedeiras. 
 Segundo a morfologia externa, o 
aspecto interno e o modo de crescimento a 
estrutura é catalogada como concreção 
acrecional, concreção intercrecional (veja 
septária), concreção excreciona ou concreção 
increcional. 
 São muito comuns concreções 
calcárias, silicosas, ferruginosas, etc., com 
dimensões de milímetros a metros em diâme-
tro. 
 Quando ocorre sedimentação calcária 
em águas marinhas rasas, agitadas e quentes, 
surgem pequenos esferoides. Se eles medirem 
entre 0,2 mm e 2 mm são denominados oólitos 
(oolites), mas se ultrapassarem aquela 
dimensão são chamados de pisólitos 
(pisolites). 
 Muitas vezes a estrutura original é 
removida permanecendo apenas os moldes 
dos oólitos e pisólitos representados por pe-
quenas aberturas subesféricas que são deno-
minadas moldes de oólitos (oolicasts) e mol-
des de pisólitos, respectivamente. 
 Podem também ser encontrados 
oólitose pisólitos fósseis onde o calcário inicial 
foi substituído por sílica, hematita, pirita, etc., 
contudo, é também possível que alguns deles 
tenham origem primária. 
 
Concreção acrecional (accretion concretion). 
Concreção que tem crescimento regular e 
centrífugo. 
 
Concreção diagenética (diagenetic 
concretion). Veja em concreção. 
 
Concreção epigenética (epigenetic 
concretion). Veja em concreção. 
 
Concreção excrecional (excretion, 
excretional concretion). Concreção de 
crescimento centrípeto. 
 
Concreção increcional (incretion, voidal 
concretions). Concreção oca, com forma va-
riada como um rim duro de óxidos de ferro (li-
 
 
monita, p.ex.) ou como tubos estendidos. 
 Às vezes, estas concreções podem 
apresentar o núcleo solto provocando efeitos 
sonoros quando agitadas. 
 
Concreção intercrecional (intercretional 
concretion). Veja septária. 
 
Concreção singenética (syncretic concretion). 
Veja em concreção. 
 
Cone-em-cone (cone-in-cone). Veja estrutu-ra 
cone-em-cone. 
 
Conglomerado (conglomerate). Rocha Sedi-
mentar Clástica composta por partículas ar-
redondadas maiores do que 2 mm (veja 
classificação de Wentworth em clasto). 
 
Contato (contact). Ilustração. São superficies 
com espessura finíssima, mas muito 
estendidas, situadas na base e no topo de um 
depósito ou uma rocha sedimentar (veja em 
rocha) que separam unidades geológicas ou 
estratigráficas. 
 O termo também é usado para rochas 
ígneas (veja em rocha) e suas encaixantes. 
 Para as rochas sedimentares os 
contatos são referidos como abrupto (contato 
nítido não erosivo, A), gradacional (contato 
transicional entre um depósito e outro, B) e 
erosivo (contato brusco com erosão de parte da 
camada soto-posta. Veja ilustração de camada 
gradacional completa ou normal). 
 
Contornito. Sinônimo de contourito. Veja em 
ambiente marinho. 
 
Contourito (contourite). Sinônimo de 
contornito. Veja em ambiente marinho. 
 
Contramolde (cast). É o espaço originado na 
dissolução de uma concha ou outro resto 
orgânico, e seu posterior preenchimento por 
substâncias levadas pelas águas de perco-
lação (calcita, por exemplo). 
 Veja também molde. 
 
Coprólito (coprolite). Fezes fossilizadas ra-
ramente bem preservadas para serem reco-
nhecidas. 
 Coprólitos de anfíbios e répteis são 
relativamente comuns, podendo se apresentar 
em forma de ovo, de montículos ou com 
aspecto sinuoso, possuindo, as mais recentes, 
corrugações e raramente estriações. 
 A preservação de fezes reptilianas e de 
mamíferos indica excreção em ambiente onde 
o rápido soterramento por sedimentos fi-nos é 
possível. 
 Veja também pelota fecal. 
 
Contato. A. Contato abrupto entre camadas de pelitos 
(leitos parcialmente “escavados”) e de arenitos. Os 
lamitos (veja em Rocha Sedimentar Clástica) se assentam 
sobre os psamitos sem erodi-los. Grupo Guaritas, 
Proterozoico, RS, BR. B. Contato gradacional intercalado 
e grano decrescente para o topo. Na base, leito de arenito 
A 
B 
 
 
muito grosso e, na porção superior, camada de psamito 
muito fino siltoso. Formação Palermo, Permiano, RS, 
BR. Testemunho da perfuração IB-177/RS realizada 
pela CPRM em Cachoeira do Sul, RS. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 Veja também nódulo. 
 
Coquina (coquina). É um calcário de origem 
orgânica, portanto, uma Rocha Sedimentar 
Organógena. 
 Compõem-se por fragmentos de di-
versos animais (espículas de espon-jas 
calcárias, restos de corais, conchas de 
moluscos, etc.). 
 
Cor (color). A cor dos sedimentitos (também 
dos sedimentos) pode fornecer informações 
úteis acerca de seu ambiente deposicional e 
dos processos diagenéticos aos quais foram 
submetidos. 
 Existem algumas tabelas de cor, a 
mais usada delas é a da Geological Society of 
America (GSA), cuja base é o Sistema de Cor 
de Munsell. 
 A verificação da cor pode ser feita no 
afloramento, em amostras de mão e em 
testemunhos de sondagem. De preferência 
esta análise deve ser feita com a rocha (ou 
amostra) sã e seca, pois, a umidade altera a 
tonalidade e, às vezes, a cor original. 
 As cores mais comuns das rochas 
sedimentares são: 
 1. Vermelha, indicativa da presença de 
hematita, Fe2O3. 
 2. Amarelo-castanho e amarelo-
queimado, indicam presença de goethita, 
FeO(OH) e/ou limonita, FeO(OH)nH2O 
 3. Azul-pálida, ocorrência de anidrita, 
CaSO4. 
 4. Cinza-escuro ou preta, ocorrência de 
pirita, FeS2 em ambiente redutor. 
 Cores cinza e preta podem indicar a 
presença de matéria orgânica em menor (cinza) 
ou maior quantidade (preta). 
 5. Amarelo-castanho, presença de 
pirita, FeS2, siderita, FeCO3, calcita, CaCO3 
ferrosa, ou dolomita, CaMg(CO3)2 ferrosa, se 
alteradas. 
 6. Verde, ocorrência de glauconita, 
(K,Na)(Fe,Al,Mg)2(AlSi)4O10(OH)2, clorita, 
(Mg,Al,Fe)12[(SiAl)8O20](OH)16 e/ou ber-thierita, 
FeSb2S4, chamosita*, 
(Fe2+,MG,Fe3+)5Al(Si3Al)O10(OH,O)8. 
 *Chamosita é mineral de origem 
metamórfica, tipicamente associada a siderita e 
magnetita, Fe2+Fe2O4. Também é formado em 
condições redutoras na presença de matéria 
orgânica decomposta. 
 Em ambiente redutor o ferro ferroso 
contido em argilo-minerais pode tingir a rocha 
com verde. 
 
Coral (coral). Ilustração. Os corais são animais 
que podem ter o corpo duro (corais pétreos) ou 
mole (corais moles). Dependendo da espécie 
vivem em colônias ou como indivíduos isolados. 
 Os pétreos apresentam esqueleto de 
carbonato de cálcio (A). Nos corais moles há 
um eixo de gorgonina (proteína mais 
mucopolisacarídeo) e, ao redor do eixo, um 
cilindro de cenênquima onde estão espículas 
calcárias (B). 
 
 
A. Coral pétreo Acrofora cervicornis. Créditos: Adona9. 
Disponibilizado: 04.10.2007. Acesso: 06.04.2019. Fonte: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Staghorn-coral-
1.jpg. 
 
 
B. Coral mole Alcyonium palmatum. Créditos: Albert Kok. 
Disponibilizado: 30.05.2007. Acesso: 06.04.2019. Fonte: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Palmatum.jpg. 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Staghorn-coral-1.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Staghorn-coral-1.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Palmatum.jpg
 
 
 
Coral mole (soft coral). Veja em coral. 
 
Coral pétreo (stone coral). Veja em coral. 
 
Corrasão (corrasion). Veja abrasão. 
 
Corrente costa adentro (onshore current). 
Veja em transporte. 
 
Corrente costa afora (offshore current). Veja 
em transporte. 
 
Corrente costeira (costal current). Veja em 
transporte. 
 
Corrente de deriva litorânea (longshore drift 
current). Veja em transporte. 
 
Corrente de maré (tidal current). Veja em 
transporte. 
 
Corrente de onda (wave current). Veja em 
transporte. 
 
Corrente de retorno (rip current). Veja em 
transporte. 
 
Corrente de turbidez (turbidity current). São 
correntes de alta densidade que tranportam 
grande carga de detritos, por isso túrbidas, que 
se deslocam sobre, através ou sob águas, com 
densidade diferente. 
 São subaquáticas e originam-se a 
partir de sedimentos depositados em regiões 
inclinadas, portanto, instáveis. 
 O transporte ocorre por (a) agitação do 
fundo por ondas de grande envergadura (ondas 
de tempestade), correntes de marés e 
correntes oceânicas, lacustres ou lagunares; 
(b) ultrapassagem do ângulo de repouso dos 
sedimentos úmidos; (c) introdução rápida dos 
sedimentos no corpo d’água por ação fluvial, 
tempestades, ventos, erupções vulcânicas, 
fluxo de detritos; (d) terremotos. 
 Anatomicamente divide-se em cabe-
ça, porção dianteira mais espessa que o res-to, 
corpo, conectado a cabeça possui fluxo quase 
uniforme em espessura e cauda, parte final 
onde a espessura diminui bruscamente, 
apresentando-se mais diluída. 
 Veja também turbidito. 
 
Corrente longitudinal (longitudinal current). 
Veja em transporte. 
 
Corrida de lama (mud flow). Veja em 
movimento de massa. 
 
Corrosão (corrosion). Alteração da mineralo-
gia original de uma rocha graças a ação do 
intemperismo químico. 
 
Corrugação intraformacional 
(intraformational corrugation). Veja dobra 
penecontemporânea. 
 
Corrugação laminar (laminar corrugation).Veja dobra penecontemporânea. 
 
Cosequência de camadas (coset). Tra-tam-se 
de dois ou mais conjuntos de sequências de 
camadas separadas por um plano de erosão, 
não deposição ou mudança abrupta do caráter 
deposicional. 
 Os planos de separação, neste caso, 
são superfícies horizontais. 
 
Cosequência de camadas cruzadas. Tra-
tam-se de dois ou mais conjuntos de 
sequências de camadas cruzadas separadas 
por um plano de erosão, não deposição ou 
mudança abrupta do caráter deposicional. 
 
Costela transversal (clast strips, debris bars, 
pebble strips, stone cells, transverse ribs). São 
faixas clásticas grossas, transversais ao fluxo, 
geralmente assentadas sobre um leito arenoso 
ou siltoso. 
 Tais faixas normalmente apresentam 
espessura limitada pela altura dos clastos e 
largura de uns poucos clastos. São regular-
mente espaçadas. 
 Muito provavelmente, estas costelas 
transversais desenvolvem-se em regime de 
fluxo superior, com caráter supercrítico, lem-
brando a origem das marcas de ondulações 
regressivas. 
 Talvez relacionadas com as costelas 
transversais, aparecem figuras poligonais em 
cursos d’água transportando seixos, 
assentadas também sobre silte ou areia. São 
conhecidas como células de pedra (stone cells). 
 
Couro de dinossauro (dinosaur leather). 
Ilustração. Termo aplicado para um sistema 
complexo de marcas de sola onde se incluem 
turboglifos e estruturas de sobrecarga. 
 
 
 
 
Couro de dinossauro. Moldes em arenito do Grupo Bom 
Jardim, Proterozoico, RS, BR. Referência: 30 cm de 
comprimento. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Cratera de impacto (bomb sags, impact cra-
ters). São crateras originadas pela queda de 
piroclastos grossos sobre superfície de grãos 
soltos menores ou sobre leitos de lava. 
 O impacto provoca um arqueamento 
na camada atingida. A profundidade de pene-
tração do projétil depende de sua massa, for-
ma e velocidade no momento do impacto, bem 
como das propriedades da camada impactada. 
 
Cratera de meteorito (meteor crater). É a área 
deprimida onde ocorreu o impacto de um 
meteorito que se chocou contra a Crosta 
Terrestre. O choque origina uma estrutura 
circular no terreno cuja profundidade varia de 
poucos centímetros a algumas dezenas de 
metros e cujo diâmetro pode chegar a muitos 
quilômetros. 
 
Cretáceo (Cretaceous). Tempo ou sucessão 
de rochas sucessoras do Jurássico e prede-
cessoras do Cenozoico. 
 Compõe parte da Era Mesozoica 
situada entre 144 Ma e 66,4 Ma atrás. 
 
Crevassa (crevasse). Veja crevasse. 
 
Crevasse. Denominação das rachaduras 
(fissuras) que se formam em geleiras. 
 Originam-se por movimentação da 
geleira. 
 
Crinoide (crinoid). Tratam-se de animais 
marinhos que vivem em profundidade de até 6 
000 metros que foram muito mais abundantes 
no passado geológico da Terra. 
 É uma classe de equinodermas; 
algumas espécies são sésseis (fixadas por um 
pedúnculo) e outras são de vida livre. 
Ilustração. 
 
 
Crinoide. Comaster schlegelii. Créditos: Frédéric Ducarme 
(IUCN mission). Disponibilizado: 24.04.2015. Acesso: 
06.04.2019. Fonte: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Comaster_schlegel
ii.jpg. 
 
Criossombra de obstáculo (knob-and-trail). 
Estrutura desenvolvida sobre substrato gla-cial 
originada por obstáculos resistentes que 
projetam no sentido do movimento do gelo, 
feições hemicônicas de rocha menos resis-
tente. 
 
Crioturbação (cryoturbation). Veja em es-
trutura de escorregamento. 
 
Criptocristalino (cryptocristalline). Designa-
ção das texturas ou cimentos cristalinos tão 
finos cujos minerais individuais não podem ser 
diretamente determinados. 
 
Criptozoico (Criptozoic). É uma das duas 
grandes divisões do tempo geológico, cha-
madas Éon (a outra denomina-se Fanero-
zoico). 
 Compreende todo o tempo ou as su-
cessões de rochas anteriores ao Cambriano. 
 Do Cambriano até o atual (Ceno-zoico) 
é o Éon Fanerozoico. 
 Veja também Escala do Tempo 
Geológico. 
 
Crista anormal (rides anormales). Veja em 
marca de ondulação por onda com crista múl-
tipla. 
 
Crista (de duna) (crest dune). Sinônimo de 
cume, a parte mais apical de marca de 
ondulação, inclusive de dunas. 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Comaster_schlegelii.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Comaster_schlegelii.jpg
 
 
 
Crista de praia (beach crest). Veja em 
ambiente praial. 
 
Cristal de areia (sand crystals). São cristais 
calcíticos ou agregados cristalinos 
incorporados a muita areia assumindo hábito 
escale-noédrico euédrico. 
 Ocorrem em areias friáveis sendo fa-
cilmente retirados de sua matriz. 
 Sua origem está relacionada com a 
cimentação calcítica na areia. 
 Os cristais variam de 5 cm a 10 cm, 
podendo ser maiores. 
 
Cristal pseudomorfo (pseudomorphs). Veja 
em impressão de cristal. 
 
Crista remanescente de desbaste (scour-
remant ridges, wind erosional remnants). 
Ilustração. Veja em sombra de areia. 
 
 
Cristas remanescentes de debaste em areias do pós-
praia. Quaternário, RS, BR. A seta mostra a direção de 
sopro do vento. Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
Crista salina (salt ridge). São superfícies com 
relevo de cristas de pequena envergadura. As 
cristas formam um padrão poligonal irregular e 
no encontro de vértices e arestas de polígonos 
adjacentes, encurvam-se para cima 
abruptamente. 
 Originam-se da mesma forma que as 
crostas salinas. 
 
Crista secundária (secondary crests). Veja 
em marca de ondulação por onda com crista 
múltipla. 
 
Crono (chron). Veja em unidade 
cronoestratigráfica. 
 
Cronozona (chronozone). Veja em unidade 
cronoestratigráfica. 
 
Crosta salina (salt crust). As crostas salinas 
são superfícies com protuberâncias irregulares 
desenvolvidas sobre um substrato aluvio-nar 
com, no máximo, 2,5 cm de espessura, mas 
com grande extensão lateral. 
 Originam-se pela cristalização de sais 
que se encontravam dissolvidos no meio 
aquoso. 
 
Crosta terrestre (Earth’s crust). Também 
chamada de litosfera é a camada estrutural 
mais externa do planeta. É nela que a Vida se 
desenvolve e é aí que atuam os agentes 
externos (ventos, chuvas, geleiras, rios, etc.) 
que alteram e destroem as rochas existentes, 
mas, ao mesmo tempo, são também os res-
ponsáveis pela geração de novos litossomas. 
 
Cubichnia. Veja traço de repouso. 
 
Curva acumulativa (cumulative curve). Gráfico 
que representa os resultados da análise 
granulométrica e das percentagens 
acumuladas. 
 São usadas coordenadas, regis-
trando-se, nas ordenadas, as percentagens 
acumuladas em escala aritmética e, nas ab-
cissas, a escala granulométrica em escala lo-
garítmica. 
 
Cúspide (cusp). Veja cuspilito de praia. 
 
Cuspilito de praia (beach cusps, cusp, cus-
plets). Ilustração. Estrutura com aspecto anti-
forme que se origina a partir da linha de costa e 
se projeta mar adentro. Constitui-se de clastos 
variam desde seixos até areias. Em planta 
exibe a forma de um triângulo isósceles, com a 
base paralela à linha de costa e o ápice voltado 
para o mar. 
 Desenvolve-se na zona de transição 
entre a faixa intertidal maior (backshore) e a 
faixa intertidal menor (foreshore) por ação de 
ondas de média energia em praias sem 
correntes longitudinais fortes. As ondas alcan-
çam a praia em ângulos quase retos. 
 O espaçamento entre os cuspilitos 
provavelmente corresponde a segmentos 
regularmente espaçados oriundos da reben-
tação das ondas. 
 
 
 Seu tamanho pode variar muito, po-
dendo atingir até quilômetros em dimensão. 
 Pode mostrar quatro variedades dife-
rentes sendo às duas mais comuns marcadas 
por segmentos de curvas e bicos bem defi-
nidos. Em uma delas existe ou uma inclinação 
constante, ou um leve arqueamento que surge 
no lado da praia. Na outra, para o lado da praia 
existem corpos deltoides, existindo um delta 
para cada cuspilito ou para cada dois, ou três. 
 
 
Cuspilito de praia em areias de litoral marinho. 
Quaternário, RS, BR. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 A terceira variedade é chamada de 
cuspilito de praia juvenil ou faminto (juvenilebeach cusps, starved beach cusps), sendo 
formado por montes triangulares isolados de 
seixos ou restos de conchas sobre a areia, 
sendo os segmentos de curvas rasos e os bi-
cos pouco marcados. 
 A quarta variedade é restrita a cristas 
de berma ou as cristas de barras que mergu-
lham oceano adentro. Combinam baías 
facetadas na direção do mar com superfícies de 
avalanche similares a barcanas, mergu-lhando 
em direção ao continente. 
 
Cuspilito de praia juvenil (juvenile beach 
cusps, starved beach cups). Veja em cuspi-lito 
de praia. 
 
 
 
D 
 
 
Darcy (darcy). É a unidade de medida da 
permeabilidade de um corpo. Corresponde a 
permeabilidade de um corpo poroso com 1 cm2 
de superfície e 1 cm de comprimento que deixa 
passar 1 cm3 de fluido com viscosidade de 1 
centipoise por segundo, sob diferença de 
pressão de 1 atmosfera. 
 
Decomposição (decomposition). Alteração da 
composição mineralógica de uma rocha 
causada por intemperismo químico. 
 
Debrito (debrite). Veja em movimento de 
massa. 
 
Deflação (deflation). Erosão eólica. 
 Veja também abrasão. 
 
Deformação adiastrófica (non-diastrophic 
deformation). Deformações atectônicas 
devidas a pressão do gelo sobre sedimentos 
por fusão do gelo envolvido por sedimentos, por 
colapsos devidos a ação gravitacional, por 
compactação diferencial (veja em 
compactação), etc. 
 
Delta. É a região situada na foz do rio Nilo que, 
por sua semelhança com a letra grega, delta 
(), recebeu tal denominação. Acabou sendo 
empregada para designar os depósitos de foz 
de rios, independente de sua seme-lhança com 
àquela letra. 
 
Dendrito (dendrite). Constituem estruturas de 
origem química formadas pela infiltração de 
soluções, comumente óxido de ferro ou 
manganês, nos planos de estratificação ou diá-
clases das rochas. 
 Podem apresentar aspecto 
arborescente, muito ramificado, geralmente 
partindo de uma das margens da camada ou 
das fissuras. Ilustração. Também aparecem 
formas isoladas e radiadas, tipo floriformes. 
 
 
 
 
Dendritos arborescentes. Grupo Serra Geral, Meso-
Cenozoico, RS, BR. Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: 
Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Denudação (denudation). É o resultado da 
ação do intemperismo e da erosão sobre as 
rochas expostas na superfície terrestre. 
 
Deposição (deposition). Veja em 
sedimentação. 
 
Depósitos de corridas de lama (mudflow 
deposits). Veja em movimento de massa. 
 
Depósito de deslizamento (slide deposits). 
Veja em movimento de massa. 
 
Depósito de escorregamento (slump 
deposits). Veja em movimento de massa. 
 
Depósito de fluxo de grãos (grainflows 
deposits). Sinônimo de depósito de fluxo 
fluidificado. 
 Veja em movimento de massa. 
 
Depósito de fluxo gravitacional (debris flow 
deposits). Veja em movimento de massa. 
 
Depósito de fluxo fluidificado (fluidized flow 
deposits). Veja em movimento de massa. 
 
Depósito de tálus (talus deposits). Veja em 
movimento de massa. 
 
Depósito gravitacional (gravitational deposit). 
Veja em movimento de massa. 
 
Depósito por fluxo de grãos (grainflow 
deposit) O vento conduzindo as areias por 
saltação (veja em transporte) deposita-as, entre 
outros locais, na face de sota-vento (face de 
escorregamento ou de avalanche, slipface) de 
dunas eólicas. Com a crescente acumulação de 
material, o grau máximo de repouso da areia 
seca é atingido (± 30º) o que resulta em um 
deslizamento (grainflow) com formato de língua 
(língua arenosa de avalanche). 
 
Depósito por queda de grãos (grainfall 
deposit). Quando o vento deflete na crista 
(cume) da duna, as partículas (veja em Rocha 
Sedimentar Clástica) mais finas caem 
bruscamente (grainfall) sobre a face de sota-
vento onde se sedimentam. 
 
Desagregar (desintegrate). Veja em 
intemperismo. 
 
Desbaste pela ação da corrente controlada 
pela presença de obstáculos. Veja estrutura 
de desbaste em crescente e também estrutura 
de desbaste longitudinal em turboglifo. 
 
Descamação (exfoliation). Clastos podem 
sofrer escamação por ação do intemperismo. 
Como o processo intempérico ocorre da porção 
externa para a interna da rocha, não é incomum 
que o litossoma apresente uma feição que se 
assemelha aquele da cebola quando vista em 
corte. 
 
Descarga (discharge). Refere-se a quantidade 
de água que passa num certo ponto na unidade 
de tempo. 
 
Descarga capilar (capillary discharge). Veja 
em capilaridade. 
 
Descarga sólida (discharge solid). Trata-se da 
quantidade de material sólido transportada em 
suspensão, que passa num certo ponto na 
unidade de tempo. 
 
Deserto (desert). É uma região árida, quente ou 
fria, secas, com escassez de chuvas, onde as 
rochas estão sujeitas principalmente ao 
intemperismo físico. 
 
 
 
Desintegração (desintegration). Veja em 
intemperismo. 
 
Deslizamento (creeping). É o movimento do 
solo, manto de intemperismo ou rochas, 
encosta abaixo. Mais especificamente refere-se 
ao modo contínuo e lento de deslocamento 
gravitacional de parte ou de todo o manto 
intempérico. 
 O termo solifluxão (solifluction) é 
utilizado quando o deslizamento se acelera por 
embebição com água. 
 No caso de deslocamento abrupto 
quando até as rochas do sub-solo são 
atingidas designa-se desmoronamento 
(landslide). 
 
Desmoronamento (landslide). Veja em des-
lizamento. 
 
Diagênese (diagenesis). São processos 
geológicos que resultam na união (litificação, 
veja em diagênese) das partículas (veja em 
Rocha Sedimentar Clástica) constituintes dos 
sedimentos. Tais fenômenos ocorrem sob 
baixa pressão, chamada pressão litostática 
(veja em coluna litostática). 
 A medida que o depósito é soterrado e 
pressionado, há o aumento da temperatura que 
pode atingir 250 ºC. 
 Concomitantemente aqueles 
processos ocorre a cimentação, fenômeno em 
que elementos ou compostos dissolvidos na 
água subterrânea preenchem os poros entre os 
grãos. 
 
Diaglifo (diaglyphs). Veja em hieroglifo. 
 
Diamictito (diamictite). Veja em 
paraconglomerado. 
 
Diápiro de lama (mud lumps). Ascendência ou 
emergência lamosa de depósitos cobertos por 
outros sedimentos. 
 Podem, quando emergentes, formar 
ilhas ou promontórios, com alguns metros 
acima do nível das águas e vários metros de 
largura e comprimento. 
 Veja também diápiro de sal. 
 
Diápiro de sal (salt diapir). São estruturas 
halocinéticas responsáveis pela formação de 
massas geralmente dômicas e lacolíticas. É 
importante lembrar que a estrutura interna é 
estratificada e apresenta deformação de alto 
grau. 
 Suas dimensões são variadas, desde 
alguns metros até quilômetros de extensão. 
 Veja também diápiro de lama. 
 
Diatomácea (diatom). São algas uni ou 
pluricelulares (mais raras) com frústula 
(carapaça) silicosa perfurada provida de duas 
valvas. Algumas espécies são solitárias, mas 
outras formam colônias. 
 Vivem em todos os ambientes 
aquáticos, mas a maior diversidade é 
encontrada em água doce. Ilustração. 
 
 
Diatomácea. Diatomácea cêntrica, gênero Suriella. 
Créditos: Dr. Norbert Lange/Shutterstock.com. Fonte: 
https://www.infoescola.com/biologhia/diatomaceas. Acesso: 
06.04.2019. 
 
Diatomito (diatomite). Veja em Rocha 
Sedimentar Orgânica. 
 
Dinoflagelado (dinoflagellate). Seres cuja 
maioria é unicelular. Movimentam-se com o 
auxílio de dois flagelos. Há também dinoflage-
lados imóveis. 
 
Dique clástico (clastic dyke). Veja dique 
sedimentar. 
 
Dique de areia (sand dyke). Veja dique 
sedimentar. 
 
Dique de areia irregular (contorted sandstone 
dykes). Veja diques sedimentares contorcidos 
em dique sedimentar. 
 
Dique de arenito (sandstone dyke). Veja dique 
sedimentar. 
 
Dique sedimentar (auto-intrusion, clastic 
dykes, dykes, intrusive clast, neptunian dikes, 
https://www.infoescola.com/biologhia/diatomaceas
 
 
sandstones dykes, sedimentary dykes). 
Ilustração. São corpos de forma tabu-lar, 
discordantes em relação à rocha hospedeira, 
constituídos por sedimentos clásticos ou não 
(asfalto). Originam-se por in- 
jeções de materiais fluidizados para dentro da 
rocha hospedeira ou por queda dos sedimentosem fissuras de outros litossomas, onde se 
consolidam. 
 
 
Dique sedimentar de siltito (veja em Rocha Sedimentar 
Clástica), mais escuro, limitado por traço à tinta, em 
andesito. Acima do cabo do martelo, sill sedimentar. Grupo 
Bom Jardim, Proterozoico, RS, BR. Referência: 30 cm 
comprimento. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Interessantes são os diques calcários 
que se confundem com a rocha calcária 
hospedeira. 
 Quando a injeção sedimentar ocorre 
após a compactação, a estrutura apresenta 
paredes retas. Se injetadas antes da litificação, 
poderão mostrar contorções por efeito da 
compactação, sendo então reconhecidos como 
diques sedimentares contorcidos (contorted 
sandstone dykes). Em testemunhos, os diques 
contorcidos assemelham-se às estruturas de 
bioturbação, mas seus traços linea-res nos 
planos de estratificação indicam seu caráter 
tabular. 
 Estão relacionados com os sills 
sedimentares. 
 Veja também estrutura de escape de 
água e polígono de areia. 
 
Dique sedimentar contorcido (contorted 
sandstone dykes, molar-tooth structures). 
Veja em dique sedimentar. 
 
Dissolução (dissolution). Veja em 
intemperismo. 
 
Dobra de escorregamento (sliding fold). Veja 
dobra penecontemporânea. 
 
Dobra intraformacional (intraformational fold). 
Veja estrutura convoluta. 
 
Dobramento de sobrecarga (load fold). 
Dobras em uma camada originada, 
provavelmente, por ondas e pressão desigual 
do leito sobrejacente. 
 Veja também estrutura de sobrecarga. 
 
Dobramento penecontemporâneos 
(penecontemporaneous folding). Veja dobra 
penecontemporânea. 
 
Dobramento por recalque. Veja estrutura de 
sobrecarga. 
 
Dobra penecontemporânea (folds of 
décollement type, intraformational corrugation, 
laminar corrugations, sedimentary folding, 
slump folding, streamers, synsedimentary 
folding). Ilustração. Dobras de variada 
envergadura podem ser desenvolvidas durante 
compactação, movimentos de deslizamentos 
ou deslocamento glacial sobre sedimentos, 
estando, normalmente, associadas a falhas 
penecontemporâneas. 
 
 
Dobramento penecontemporâneo. Grupo Guaritas, 
Proterozóico, RS, BR. Referência: 2,0 cm ∅. Créditos: 
Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Quando são estruturas de 
escorregamento mais do que uma camada está 
envolvida, no entanto, quando se tratar de 
estrutura convoluta, os dobramentos estão res-
tritos às lâminas de uma só camada. 
 Nas dobras de escorregamento as 
antiformes não são pontiagudas nem as 
sinformes tão largas como àquelas das 
estruturas convolutas, o que gera uma feição 
mais amarrotada nas primeiras. 
 
 
 Quando ocorrer espessamento nas 
lâminas que formam as cristas das antiformes e 
também das sinformes, com variações de 
espessura, o que muitas vezes torna-as 
descontínuas, tais dobramentos recebem a 
denominação de estrutura de constrição (pinch 
and swell). 
 
Dobra recumbente intraformacional 
(intraformational recumbent folds). Lâminas 
frontais (veja em marca de ondulação) de 
estratificação cruzada dobrada sobre si mesma 
em sua parte superior. 
 A feição é produzida pelo arrasto de 
fortes correntes carregadas com sedimentos 
migrando sobre o topo de uma sequência de 
lâminas frontais (veja em marca de ondulação). 
 Além disto, a estrutura pode ser o 
resultado da deformação de areias liquefeitas 
ou fluidificadas por correntes de arrasto 
provocadas provavelmente por choques de 
tremores de terra. 
 Geralmente são dobras regulares com 
planos axiais sub-horizontais. 
 
Dolomita (dolomite). Mineral composto por 
carbonato e magnésio [CaMg(CO3)2]. 
 
Dolomito (dolomite). Rocha calcária formada 
dominantemente por dolomita. 
 Veja também Rocha Sedimentar 
Química e Rocha Sedimentar Orgânica. 
 
Domichnia. Ilustração. Veja estrutura de 
moradia. 
 
 
Domichnia. Estrutura elaborada por Callianassa sp. Areias 
de ambiente marinho litorâneo. Cenozoico, RS, BR. 
Referência: 15 cm de comprimento. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
Domo arenoso (air heave structure, sand 
domes). Veja em impressão de bolha. 
 
Domo salino (saline dome). Veja diápiro de sal. 
 
Depósito de deslizamento (slide deposits). 
Veja em movimento de massa. 
 
Depósito de escorregamento (slump 
deposits). Veja em movimento de massa. 
 
Depósito de rastejo de rocha (rock creep). 
Veja em movimento de massa. 
 
Depósito de rastejo de solo (soil creep). Veja 
em movimento de massa. 
 
Draa. Veja em duna transversa. 
 
Drapeamento de lama (draped, mud drape). 
Ilustração. Veja estratificação ondulada. 
 
 
 
 
Drapeamento de lama (nível escuro abaixo da moeda) 
sobre leito de arenito ondulado. Formação Rio do Rasto, 
Permo-Triássico, RS, BR. A seta indica a direção da 
paleocorrente. Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
Dreikanter. Veja em grão facetado. 
 
Drusa (druse). Veja em geodo. 
 
Duna (dune, simple dune). Megamarcas de 
ondulações ou marcas de ondulações gigantes 
tanto subaquáticas quanto subaéreas, com 
altura, comprimento e largura definíveis. A 
razão comprimento sobre altura, em relação à 
razão das ondas de areia, é mais alta. 
 Os hidrodinamistas classificam tais 
formas de leito sob a denominação de marcas 
ondulares tridimensionais (formas 3D). Podem 
ser mencionadas de acordo com a dimensão 
como: 
 1. Pequenas dunas (60 cm até 30 
metros de comprimento de onda). 
 2. Grandes dunas (mais do que 30 
metros de comprimento de onda). 
 As dunas possuem cristas (cume) 
fortemente sinuosas e geralmente 
descontínuas. As calhas entre as dunas so-
frem uma erosão pronunciada. 
 Para muitos a terminologia duna é 
empregada na descrição de grandes corpos de 
areia, em um caso por argila, formados pela 
atividade eólica. Neste caso podemos ter as 
seguintes formas: dunas barcanas, dunas 
parabólicas, dunas reversas, dunas seif, dunas 
equantes, dunas transversas e dunas de argila. 
 Dependendo da dimensão da duna 
podem ser superpostas por pequenas marcas 
de ondulações (veja em marca de ondulação) 
ou por megamarcas de ondulações. 
 São grandes corpos arenosos 
desenvolvidos por fluxos fluidos sobre uma 
camada granular. Normalmente mostram um 
declive suave corrente acima e um declive 
íngreme de deslizamento, corrente abaixo. 
 Em seção apresentam uma assimetria 
grosseiramente triangular. 
 Veja duna dikaka e também duna zibar. 
 
Duna barcana (barchan dune, barkhan). São 
dunas em forma de meia-lua ocorrendo como 
corpos isolados, em cadeias ou colônias. 
 As extremidades de uma duna barcana 
apontam para sota-vento, pois, sua migração é 
mais rápida que a porção central. 
 É formada por corrente unidirecional de 
velocidade mais baixa do que aquela que 
origina as dunas seif. 
 Migram por avalanche de areia na face 
de escorregamento ou de sota-vento. 
 As formas simples podem coalescer 
originando complexos. 
 A face de barlavento mostra-se menos 
inclinada que a face de sota-vento, 
apresentando o lado convexo em sentido 
contrário à corrente. 
 
Duna de argila (clay dunes, lunettes). Dunas 
geralmente solitárias, invariavelmente 
associadas com algum tipo de depressão. 
 Variam, em planta, de crescentes a 
meandrantes ou lineares irregulares. 
Encontradas em zonas de sebkha ou em zonas 
de várzea (veja em ambiente de planície de i-
nundação) de canal tidal ou lagunar. 
 O comprimento é limitado pela 
depressão. As menores possuem dezenas de 
metros e as maiores dezenas de quilômetros. A 
altura raramente excede 15 metros. Em seção, 
podem ser simétricas ou assimétricas. 
 São o resultado do transporte por vento 
unidirecional de agregados soltos de argila, sal 
e restos de conchas, do fundo de algum corpo 
de água temporariamente seco. 
 
Duna dikaka (dikaka dune). Dunas que 
apresentam numerosos pedotúbulos. 
 São depósitos dunares estabilizados 
graças ao excepcional desenvolvimento de 
plantas, possuindo um sistema de raízes que 
crescem até grande profundidade. 
 O crescimento das plantas destrói total 
ou parcialmente a estratificação original. 
 As partes ocupadas pelas raízes 
podem apresentar cimentação preferencial.Dunas dikaka são comuns próximo de 
depósitos de wadi ou em oásis. 
 
 
 
Duna draa (draa dune). Veja em duna 
transversa. 
 
Duna em forma de domo (domal dunes of 
medusa-head aspect, dome-shaped dunes, 
rounded barchanoid draas). Dunas equantes 
de baixo-relevo que não apresentam uma face 
pronunciada de escorregamento. 
 Em planta podem ser circulares, 
oblongas ou parabólicas, achatadas no topo. As 
duas formas extremas são: 
 1. Dunas dômicas de topo chato, 
flanqueadas por cristas curtas e sinuosas. 
Usualmente com o topo coberto por dunas 
menores. 
 2. Dunas dômicas com topo chato 
mostrando uma baixa muralha levantada acima 
do íngreme declive flanqueante de onde 
irradiam cristas curtas e sinuosas. Também 
podem estar cobertas por dunas menores e/ou 
depressões rasas e cristas menores. 
 Provavelmente se desenvolvem devido 
a uma forte corrente eólica que impede o 
crescimento da duna. 
 
Duna eólica (eolic dune). Veja duna. 
 
Duna equante (equant dunes). Dunas 
arenosas eólicas que, em planta, mostram 
várias cristas em diferentes sentidos sendo de 
topo agudo (veja duna estrelar) ou de topo 
chato (veja duna em forma de domo). 
 Acredita-se que dunas equantes são 
geradas por ventos efetivos que sopram, 
igualmente, de muitas direções diferentes, com 
sentidos opostos. 
 
Duna estrelar (ghord, ghourd, peaked dunes, 
pyramidal dunes, rhourd, rhourd dune, star 
dunes, star-shaped dunes, stellate dunes). 
Dunas equante com um ponto central elevado 
a partir do qual divergem três ou mais cristas. 
Geralmente todas as cristas possuem uma face 
de escorregamento bem desenvolvida sendo 
ativadas em diferentes períodos. 
 Provavelmente resulta da atividade 
eólica soprando de múltiplas direções. 
 
Duna longitudinal (longitudinal dune). Veja 
duna seif. 
 
Duna parabólica (parabolic dunes). Dunas em 
forma de “U” quando vistas em planta 
apresentando o lado côncavo na direção de 
barlavento. A parte mais central movimenta-se 
para frente em relação aos lados. Prova-
velmente a migração retardada dos braços se 
deva à ancoragem dos mesmos, por vegeta-
ção, o que não ocorre com a parte central. 
 As condições que favorecem sua 
origem são: 
 1. Superfície estabilizada onde o vento 
age em zonas dispersas de pouca resistência. 
 2. Espessura arenosa inicial consi-
derável de maneira tal que o avanço possa ser 
restrito a frentes comparativamente estreitas. 
 3. Vento unidirecional. 
 
Duna regressiva. Veja em marca de 
ondulação regressiva. 
 
Duna reversa (reversing dune). Duna de altura 
incomum, mas com pouca migração. Mudanças 
temporárias na direção predominante do vento 
causam movimentos alternados em direções 
aproximadamente opostas. Tais corpos são 
dunas barcanas ou mesmo dunas transversas. 
 A forma dessas dunas é controlada por 
uma direção eólica dominante e uma face de 
escorregamento bem desenvolvida. Entretanto, 
graças às mudanças temporárias na direção de 
sopro do vento, pequenas faces de 
escorregamento podem surgir em oposição à 
principal. 
 
Duna seif (longitudinal dune, seif dune). Dunas 
alongadas, de crista reta, com um longo eixo 
orientado paralelamente à direção 
predominante do vento. São corpos contínuos, 
porém, com aspecto serreado. Várias dunas 
seif ocorrem em séries paralelas separadas 
entre si por áreas interdunares muito amplas. 
 Devem sua gênese a ventos fortes 
constantes ou mais frequentemente a ventos 
bidirecionais alternantes. Para alguns, contudo, 
sua origem está relacionada a fluxos helicoidais 
de vento. 
 
Duna subaquática. Veja duna. 
 
Duna transversa (transverse dunes). Dunas 
alongadas, de crista quase reta, orientadas 
perpendicularmente à direção predominante do 
vento. As cristas são regularmente espaçadas, 
separadas por áreas interdunares amplas. 
 Representam formas instáveis que 
podem transformar-se em dunas barcanas ou 
 
 
dunas seif. Para alguns, contudo, elas são 
estáveis e estão presentes em vários desertos. 
 Originam-se associadas a áreas de 
inland sabkhas (veja em ambiente eólico). 
 Alguns autores usam o termo aklé para 
aquelas que possuem comprimento de onda 
em torno de 10 metros a 100 metros e uma 
altura de 1 metro a 10 metros. Estas dunas 
transversas possuem componentes 
longitudinais e oblíquos, com cristas sinuosas 
mostrando alternadamente setores linguiforme 
e barcanoides (isto é, côncavos, corrente 
abaixo) os quais estão ou em fase ou fora de 
fase com aqueles de uma crista adjacente. 
 Draa é o termo usado para aquelas 
com comprimento variável de 1 quilômetro a 3 
quilômetros e uma altura em torno de 100 
metros com dunas menores superpostas. É 
uma estrutura exclusivamente eólica, sem 
correspondente subaquático. 
 
Duna zibar (zibar dune). Dunas achatadas, 
transversas em relação à direção do vento, 
quase simétricas, sem face de escorregamento. 
 Desenvolvem-se em areias residuais 
mal classificadas em corredores e bacias entre 
grandes dunas ou subjacentes às planícies 
desérticas extensas. 
 Em planta, variam de formas quase 
retas até sinuosas e irregulares. Seu 
comprimento de onda alcança 150 metros a 
400 metros. 
 A associação de dunas zibar com 
áreas de deflação de areias mal classificadas 
sugere, em princípio, sua afinidade com as 
marcas de ondulações balísticas maiores. 
 
Durênio (durain). Veja em Rocha Sedimentar 
Orgânica. 
 
 
 
E 
 
 
Eikanter (eikanter). Veja em grão facetado. 
 
Empacotamento (packing) Ilustração. Relação 
mantida entre um sistema de partículas (veja 
em Rocha Sedimentar Clástica) sólidas, em um 
espaço fechado. 
 As partículas se mantém adjacentes e 
estabilizadas pela força gravitacional. No 
sistema, duas partículas não possuem nenhum 
ponto interno em comum. Este arranjo pode ser 
ordenado ou não. 
 Também podemos falar em 
empacotamento fechado quando a 
concentração de sedimentos ocupa 
densamente o espaço. Empacotamento aberto, 
quando às partículas mantêm espaços 
intersticiais. 
 Os espaços intersticiais qualificam a 
porosidade (porosity) da rocha. A porosidade 
original do pacote sedimentar é a porosidade 
primária. A porosidade secundária é aquela 
originada após a deposição por processos 
como, por exemplo, dissolução parcial ou local. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Endichnia. Estruturas de bioturbação, 
preservadas na porção interna e central do 
meio principal de moldagem. 
 No singular diz-se endichnion. 
 
Endichnion. Singular de endichnia. 
 
Endoglifo (endoglyph). Veja em hieroglifo. 
 
Éon (Éon). Éon, uma unidade geocronológica, 
é a maior subdivisão de tempo na Escala do 
Tempo Geológico. Corresponde a 
Éonotema (veja em unidade 
cronoestratigráfica). 
 
Éonotema (Éonothem). Veja Éonotema em 
unidade cronoestratigráfica. 
Índice de empacotamento. Em seção delgada, o 
índice de empacotamento é obtido por meio da 
percentagem de contatos grão a grão, identificados 
ao longo de uma “travessia”, em relação ao número 
total de contatos registrados ao longo de uma mesma 
“travessia”. Fonte: Oliveira 2003, modificado de Pet-
tjjohn 1975. 
 
 
 
 
Epichnia. Estruturas de bioturbação 
preservadas na face superior do meio principal 
de moldagem. Podem aparecer como 
saliências ou como depressões. 
 No singular diz-se epichnion. 
 
Epichnion. Singular de epichnia. 
 
Epiglifo (epiglyphs). Veja em hieroglifo. 
 
Época (epoch). Época, unidade 
geocronológica, divisão de um Período (period), 
corres-ponde a Série (series), uma unidade 
cronoestratigráfica. 
 
Era (era). Era, uma unidade geocronológica, 
corresponde a Eratema (erathem), uma 
unidade cronoestratigráfica. É uma divisão de 
Éon na Escala do Tempo Geológico. 
 A categoria imediatamente inferior é o 
Período. 
 
Eratema (erathem). Veja em unidade 
cronoestratigráfica. 
 
Erosão (erosion). O termo pode ser analisado 
sob dois aspectos: genérico e específico. 
 O primeiro abrange as fases de 
intemperismo, transporte de detritos e de 
elementos e compostos, bem como as ações 
físicas e combinações químicas ocorrentes 
nesta etapa. 
 O termo também pode expressar um 
acontecimentoerosivo estrito, como, por e-
xemplo, a atuação erosiva de cursos d’água, de 
ondas, de ventos, de geleiras, de marés, de 
seres vivos, de oceanos, etc. 
 
Erpoglifo (erpoglyphs). Veja em hieroglifo. 
 
Escala do Tempo Geológico. Corresponde a 
linha do tempo que inicia com a formação da 
Terra e se desenvolve até os dias atuais. 
 Divide-se em éons, eras, períodos, 
épocas e idades. 
 Veja a versão 2018 do Quadro 
Estratigráfico internacional da Comissão 
Internacional sobre Estratigrafia da União 
Internacional de Ciências Geológicas no final 
deste léxico. 
 
Escavação por obstáculo. Veja estrutura de 
desbaste em crescente. 
 
Escavação transversal e diagonal. Veja sulco 
erosivo transversal lavrado por corrente. 
 
Esfericidade (sphericity). Veja em Rocha 
Sedimentar Clástica. 
 
Esferoide corrugado (crumpled ball). Veja 
pseudonódulo enrugado. 
 
Esferólito. Termo empregado para especificar 
qualquer corpo esférico com estrutura radial, 
formado in situ. Muitos oólitos (veja em 
concreção) e certas concreções são exemplos 
de esferólitos. 
 
Esker. Veja em ambiente glacial. 
 
Esponja (sponge). Ilustração. São animais cujo 
corpo apresenta inúmeras cavidades 
minúsculas denominadas poros e por isto são 
enquadradas no filo Porifera (portador de 
poros). 
 Vivem tanto em água doce quanto 
salgada, são sésseis (fixados no substrato), 
alimentam-se por filtração do líquido em que 
vivem, não possuem músculos, sistema 
nervoso ou órgãos internos, sendo cada célula 
responsável por sua alimentação. 
 São encontradas desde a superfície da 
água até mais de 8 000 metros de 
profundidade. 
 
 
Esponja. Exemplar seccionado da espécie Tedaria ignis. 
Disponibilizado: 23.11.2006. Acesso: 07.04.2019. Origem: 
NOAA. Fonte: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Tedaria_ignis.jpg?
uselang=pt. 
 
Espora e sulco em recife (spur-and-groove). 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Tedaria_ignis.jpg?uselang=pt
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Tedaria_ignis.jpg?uselang=pt
 
 
Feições similares a sulcos e cristas lavrados por 
ondas, porém, o motivo principal para o 
desenvolvimento da feição é o crescimento de 
corais e algas controlado, provavelmente, pela 
atividade das ondas que atuam em recifes e 
atóis (veja em recife). 
 
Estalactite (roof pendants, stalactites). 
Ilustração. Estruturas cársticas formadas no 
interior de cavernas como projeções cônicas 
com a base fixada no teto. Externamente, 
podem ser levemente irregulares a lisos, 
picados ou com cristas. 
 A origem se deve à água com 
carbonato de cálcio em solução que, ao gotejar 
deste o teto, paulatinamente constrói a 
estrutura. 
 
 
Estalactite. Conjunto de estalactites (à frente e acima da 
referência) e estalagmites (elipse) em gruta do Grupo 
Guaritas, Proterozoico, RS, BR. Créditos: Flora Zeltzer. 
 
Estalagmite (stalagmites). Um termo geral 
para depósitos de carbonato de cálcio maci-ços 
encontrados em cavernas calcárias, mais 
especificamente para corpos cônicos com o 
vértice voltado para o teto onde se encontram 
estalactites correspondentes. 
 A origem se deve à deposição de 
carbonato de cálcio que vem em solução nas 
gotas que caem do teto das cavernas. 
 As estalagmites podem reunir-se às 
estalactites dando origem às colunas calcárias. 
 
Estilolito (stylolites). Ilustração. São 
superfícies marcadas pela interpenetração 
mútua de planos sedimentares. Em seção 
podem (a) mostrar um padrão colunar quando 
os desníveis do plano de contato se 
apresentam espaçados (também são 
chamados de suturados), (b) denticulares 
quando apresentam uma linha com picos 
agudos como no sismograma e (c) ondulados 
irregulares quando a linha for sinuosa e com 
ondas de baixa amplitude e grande 
comprimento. Variam de milímetros a poucos 
centímetros. 
 Em alguns casos, ocorrem estrias 
paralelas às colunas evidenciando a 
interpenetração. 
 As colunas são limitadas por fina 
camada de argila que, provavelmente, 
representa a concentração do resíduo insolúvel 
do material dissolvido durante a formação do 
estilolito. 
 Acredita-se que surgem por pressões 
diferenciais ao longo dos planos de partição de 
rochas homogêneas, com pequeno grau de 
impurezas (calcários, arenitos, raramente 
folhelhos). 
 Ao longo dos planos onde há 
diferenças de solubilidade e diferenças de 
pressão, as porções mais solúveis são 
removidas (permitindo o surgimento das 
colunas) e os resíduos insolúveis permanecem, 
capeando as colunas. 
 
 
Estilolito. Feições estilolíticas no Calcário Salem, 
Mississipiano, Bloomington, Indiana, USA. Créditos: Michael 
C. Rygel. Disponibilizado: 09.11.2010. Acesso: 22.06.2019. 
Fonte: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Stylolites_mcr1.jpg
. 
Estratificação (bedding, stratification). Termo 
usado para descrever sequências se-
dimentares que evidenciam o arranjo de ca-
madas ou estratos superpostos. 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Stylolites_mcr1.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Stylolites_mcr1.jpg
 
 
 
Estratificação anelar (loop bedding, mud 
crust, mud curl). Pequenos grupos de lâminas 
regulares, com aspecto de laços ou elos, 
estreitamente reunidos. 
 Sua origem, provavelmente, está 
associada à dessecação. São observadas em 
calcários finos e folhelhos betuminosos. 
 Veja também greta de contração 
encurvada. 
 
Estratificação contorcida. Veja 
acamadamento contorcido. 
 
Estratificação convoluta (convoluted 
stratification). Veja estrutura convoluta. 
 
Estratificação corrugada. Veja marca de 
ondulação cavalgante em fase. 
 
Estratificação cruzada (backset bedding, 
cross bed, cross bedded unit, cross bedding, 
cross strata, cross stratification, cross stratum, 
current bedding, delta bedding, delta foresets, 
diagonal bedding, doubly cross-laminated, drift 
bedding, false bedding, false stratification, 
foreset bedding, furious cross laminated, 
furious cross lamination, inclined bedding, 
inclined stratification, lateral accretion bedding, 
lateral accretion structure, lee side 
concentration, low-angle cross bedding, 
microdelta cross bedding, oblique bedding, 
oblique lamination, oblique stratification, small 
ripple bedding, unilateral cross lamination, 
wavy-ripple bedding). Tipo de estratificação em 
que os estratos ou camadas mergulham em 
relação às superfícies limitantes. 
 Uma camada cruzada pode ser 
definida como um único leito ou uma unidade 
de sedimentação, constituída de lâminas 
internas inclinadas em relação à principal 
superfície de sedimentação. Esta unidade é 
separada dos leitos adjacentes por uma 
superfície de erosão, não deposição ou mu-
dança abrupta nos caracteres. 
 As lâminas frontais (veja em marca de 
ondulação), às quais constituem a unidade de 
estratificação cruzada, podem adquirir 
diferentes formas, de angular em calha 
levemente tangencial e côncava a sigmoideo 
(veja sigmoide em ambiente deltaico), 
dependendo sobretudo dos fatores 
hidrodinâmicos existentes ao tempo da 
deposição das unidades concernentes. 
 Em casos excepcionais, as lâminas 
frontais aparecem dobradas sobre si mesmas 
em sua porção superior (veja dobra recumbente 
intraformacional). Outras vezes, aparecem 
como estratificação cruzada espinha de peixe. 
Também há casos em que as lâminas frontais 
aparecem com a concavidade, dirigida para 
baixo graças a ação erosiva de ventos 
ocasionais na base da face de escorregamento 
das dunas permitindo, desta maneira, a 
ultrapassagem dos sedimentos sobre a região 
basal erodida. 
 Frequentemente, unidades de 
estrtificação cruzada mostram 
descontinuidades no padrão e atitude das 
lâminas frontais, comumente denominadas 
superfícies de reativação (reactivation 
surfaces, structural diastems). Trata-se de uma 
superfície inclinada dentro de uma sequência 
cruzada, que se-para lâminas frontais de 
orientação similar. As lâminas frontais mais 
novas truncam as infe-riores. Sua origem pode 
ser devida a flutuações ou mudanças no 
mecanismo ou direção do fluxo. 
 Estratificação cruzada tem origem 
muito variada. Em geral, resultamda migração 
de pequenas marcas de ondulações e 
megamarcas de ondulações. Também podem 
surgir em depósitos de barra em pontal, em 
superfícies inclinadas de praias, no 
preenchimento de canais, dunas arenosas, etc. 
Podem ser classificadas como estratificação 
cruzada de pequena escala e estratificação 
cruzada de grande escala. 
 Podemos reconhecer as seguintes 
estratificações cruzadas: 
1. Estratificação cruzada em calha. 
2. Estratificação cruzada planar. 
3. Estratificação cruzada longitudinal. 
4. Estratificação cruzada festonada. 
5. Estratificação cruzada por ondas. 
6. Estratificação cruzada espinha de peixe. 
7. Estratificação cruzada inclinada 
convexa. 
8. Estratificação cruzada convoluta. 
9. Estratificação cruzada em retrocesso 
(veja em marca de ondulação regressiva). 
10. Estratificação cruzada por lâminas 
frontais e línguas arenosas de avalanche. 
11. Estratificação cruzada complexa. 
12. Estratificação cruzada composta. 
12. Estratificação cruzada de linhas de 
deixa (veja em linha de deixa). 
13. Estratificação cruzada simples (veja em 
 
 
estratificação cruzada planar). 
14. Estratificação cruzada tabular (veja em 
estratificação cruzada planar). 
15. Estratificação cruzada em cunha (veja 
em estratificação cruzada planar). 
16. Estratificação cruzada tangencial. 
 De acordo com Allen (1963), as es-
tratificações cruzadas obedecem a seguinte 
classificação: 
1. Estratificação cruzada alfa. 
2. Estratificação cruzada beta. 
3. Estratificação cruzada gama. 
4. Estratificação cruzada epsilon. 
5. Estratificação cruzada zeta. 
6. Estratificação cruzada eta. 
7. Estratificação cruzada theta. 
8. Estratificação cruzada iota. 
9. Estratificação cruzada kappa. 
10. Estratificação cruzada lambda. 
11. Estratificação cruzada mu. 
12. Estratificação cruzada nu. 
13. Estratificação cruzada omicron. 
14. Estratificação cruzada pi. 
15. Estratificação cruzada xi. 
 
Estratificação cruzada acanalada (channel-
fill cross-bedding). Veja estratificação cruzada 
em calha. 
 
Estratificação cruzada alfa (alpha-cross 
stratification). Este tipo de estratificação 
cruzada é representado por sequências 
solitárias tipicamente grandes em escala. As 
superfícies limitantes de cada sequência são 
essencialmente planares e não erosivas. A 
estratificação cruzada de cada sequência é 
discordante com respeito ao limite inferior e 
litologicamente homogênea. Em seção vertical 
paralela ao máximo mergulho, elas são retas ou 
côncavas para cima. 
 Onde a estratificação cruzada encontra 
a superfície limitante superior da sequência, 
elas podem variar de reta em uma sequência à 
curvada em outra. 
 
Estratificação cruzada angular (angular 
cross bedding). Veja laminação angular. 
 
Estratificação cruzada beta (beta-cross-
stratification). Estratificação cruzada onde as 
sequências são solitárias, geralmente de 
grande escala. Este tipo é distinguido de outras 
sequências solitárias de estratificação cruzada 
pelo fato de o limite inferior da sequência ser 
uma superfície essencialmente plana e erosiva. 
A estratificação cruzada é discordante em 
relação ao limite inferior da sequência e é 
litologimente homogênea. Em planta pode 
variar de curvada em uma sequência, à reta em 
outra. 
 
Estratificação cruzada complexa (complex 
cross bedding). Consiste em sequências de 
camadas acumuladas em alguns lugares 
mergulhando corrente abaixo e, em outros, 
corrente acima. Apresentam-se limitadas por 
camadas aparentemente horizontalizadas que, 
na verdade, também são mergulhantes. 
 Quando as camadas visivelmente 
mergulham corrente acima em relação à 
superfície inferior, são denominadas camadas 
regressivas (backset beds). 
 Sua origem está condicionada a fluxos 
de sentidos opostos que depositam sedimentos 
sobre o registro de episódios anteriores. 
 
Estratificação cruzada composta (compound 
cross-bedding, compound cross-stratification, 
compound foreset bedding). Consiste em 
sequências de camadas acumuladas por ação 
deposicional de marcas de ondulações 
intermediadas por ação erosional. Desta forma, 
as unidades de sedimentação aparecem 
separadas por débeis planos de erosão e, 
internamente, tais camadas mostram uma 
laminação cruzada tangencial. 
 Veja marca de ondulação cavalgante 
fora de fase. 
 
Estratificação cruzada côncava (concave 
cross-stratitification). Veja estratificação 
cruzada em calha. 
 
Estratificação cruzada convoluta (convolute 
current-ripple lamination, deformed cross 
bedding). Estratificação cruzada formada pela 
migração de ondulações, submetida a 
deformações que determinam o dobramento 
das lâminas. Às vezes, as lâminas frontais (veja 
em marca de ondulação), apresentam-se 
dobradas na forma da letra “V” deitada (<), com 
os vértices apontando corrente acima. 
 Existem dois tipos de estratificação 
cruzada convoluta sendo ambas meta 
deposicionais: 
 1. Os restritos a uma sequência de 
camadas simples formando uma dobra 
recumbente denominada estratificação cruzada 
 
 
convoluta recumbente (overturned cross 
bedding). 
 2. Os formados por pequenas dobras 
que aumentam de amplitude para cima sem o 
dobramento acentuado na parte superior, 
chamada de estratificação cruzada convoluta 
transgressiva (oversteepened cross bedding). 
 Pode ser simples quando as dobras 
são mais regulares e complexas quando o 
padrão de dobramento é mais complicado e 
irregular. 
 
Estratificação cruzada convoluta 
recumbente (overturned cross bedding). Veja 
em estratificação cruzada convoluta. 
 
Estratificação cruzada convoluta 
transgressiva (oversteepened cross bedding). 
Veja em estratificação cruzada convoluta. 
 
Estratificação cruzada de grande escala 
(large-scale cross bedding). Estratificação 
cruzada com unidades individuais maiores que 
4 cm de espessura. 
 Origina-se de megamarcas de 
ondulação. 
 
Estratificação cruzada de linha de deixa 
(swash cross stratification). Veja em linha de 
deixa. 
 
Estratificação cruzada de pequena escala 
(criss-cross lamination, festoon cross-
stratification, micro cross-bedding, micro 
cross-stratification, micro-scale cross bedding, 
rolling-strata, small--scale cross bedding). 
Estratificação cruzada com unidades 
individuais de poucos milímetros até 4 cm de 
espessura. São usualmente encontradas em 
forma de calha (veja estratificação cruzada em 
calha). 
 Resultam da deposição de marcas de 
ondulações por corrente e marcas de 
ondulações por ondas. 
 Esta estratificação compõe-se de 
sequência de estratos cruzados pequenos em 
forma de concha. Em seção transversal, os 
estratos dentro de uma sequência são 
côncavos para cima e concordantes com a 
superfície inferior erosional. Sequências 
individuais são empacotadas com erosão 
parcial, por sequências adjacentes e 
suprajacentes. Em vista longitudinal, os 
conjuntos são em forma tabular ou de cunha; os 
estratos são levemente côncavos para cima e 
são inclinados na direção da corrente. 
 Estratificação cruzada de pequena 
escala e estratificação cruzada festonada estão 
presentes na maioria dos depósitos de canal e 
de barra, perto das unidades de topo. O 
acamadamento, em geral, se desenvolve com 
marcas de ondulações cuspadas por corrente, 
mas também pode se formar por marcas de 
ondulações longitudinais por corrente. 
Geralmente, é sobreposta por estratificação 
paralela horizontal e jaz sobre estratificação 
paralela horizontal descontínua (canal) ou por 
estratificação cruzada de baixo ângulo (barra). 
 Formam-se em todos os ambientes 
fluviais e marinhos rasos. Nas rochas fluviais, 
são mais comuns em rios anastomosados (veja 
em ambiente de planície de inundação) que em 
correntes efêmeras. Em rochas sedimentares 
estão, por norma, associadas com estruturas 
em costelas e sulcos. 
 
Estratificação cruzada de preenchimento de 
canal. Veja estratificação cruzada em calha. 
 
Estratificação cruzada em calha (channel-fill 
cross-bedding, concave cross-bedding, 
concave inclined-bedding, crescent type cross 
bedding, scour and fill cross bedding, trough 
cross-bedding, troughcross-stratification). 
Ilustração. Estratificação cruzada com as 
superfícies limitantes curvadas. A superfície 
inferior está sobre um plano erodido côncavo. 
Envolve erosão e subsequente deposição (veja 
em sedimentação), por migração de formas de 
leito (veja em regime de fluxo), tais como dunas. 
 Cada calha (canal) consiste em um 
desbaste erosional alongado, preenchido por 
lâminas curvadas. Este preenchimento pode 
ser simétrico ou assimétrico. 
 
 
Estratificação cruzada em calha, arenito do Grupo 
 
 
Guaritas, Proterozoico, RS, BR. Referência: 30 cm de 
comprimento. Os seixos de pelitos (galha de argila) foram 
erodidos deixando expostos seus alojamentos. A corrente 
deslocava-se na direção do observador. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
 Veja também estratificação cruzada 
festonada. 
 
Estratificação cruzada em concha (wedge-
shaped cross-bedding, wedge torrential cross-
bedding). Veja em estratificação cruzada 
planar. 
 
Estratificação cruzada em retrocesso 
(backset cross stratification). Veja em marca de 
ondulação regressiva. 
 
Estratificação cruzada epsilon (epsilon-
cross-stratification). Estratificação cruzada 
encontrada como sequências solitárias, sendo 
invariavelmente de grande escala. Cada 
unidade encontra uma superfície erosional 
inferior, essencialmente planar. Os estratos 
cruzados na sequência sobrepõe-se 
discordantemente no plano de estratificação e a 
estratificação cruzada é principalmente 
distinguida pelo fato dos estratos cruzados 
serem litologicamente heterogêneos, 
usualmente consistindo de leitos alternados de 
silte-argiloso e areia. Em seções verticais 
paralelas ao máximo mergulho, os estratos 
cruzados variam de retos em umas poucas 
unidades a convexos para cima em sua grande 
maioria. 
 Os estratos cruzados podem estar 
curvados em planta mergulhando contra a 
superfície limitante superior da sequência 
estando as curvaturas no mesmo sentido do 
mergulho do estrato cruzado. 
 
Estratificação cruzada espinha de peixe 
(chevron cross-bedding, chevron cross-stra-
tification, herringbone cross-bedding, 
herringbone cross-stratification, zig-zag cross 
bedding). Ilustração. Estratificação cruzada 
cujas camadas adjacentes apresentam lâminas 
frontais com direções opostas. Outros tipos de 
estratificação como, por exemplo, estratificação 
cruzada festonada, quando vistas em seções 
diagonais, lembram a estratificação cruzada 
espinha de peixe, razão pela qual esta 
estratificação só pode ser reconhecida em 
seções tridimensionais. 
 Quando duas camadas adjacentes são 
separadas por um fino leito de lama e mostram 
lâminas em direções opostas, temos um caso 
de estratificação cruzada espinha de peixe 
típica de ambiente de planície de maré. 
 Surgem graças a formação de lâminas 
frontais (veja em marca de ondulação) em 
sequências pares onde as direçôes de 
mergulho são mutuamente opostas, ocorrendo 
em regiões marinhas rasas onde a 
reversibilidade completa do sentido da corrente 
é possível. 
 
 
Estratificação cruzada espinha de peixe em sedimentos 
arenosos de ambiente litorâneo marinho. Pleistoceno, RS, 
BR. Referência: 5 cm de ∅. Créditos: Luiz José Tomazelli. 
 
Estratificação cruzada eta (eta-cross-
stratification). Estratificação cruzada 
representada por sequências solitárias de 
grande escala. Uma superfície erosional 
rudemente em forma de colher está soto-posta 
em cada unidade, sendo os estratos cruzados 
discordantemente relacionados nesta 
superfície. Este tipo de estratificação cruzada é 
distinguida pelo fato de que os estratos 
cruzados mostram leitos alternados de silte-
argiloso e areia, sendo litologicamente 
heterogêneos. 
 
Estratificação cruzada festonada (choppy 
cross-lamination, festoon, festoon cross 
bedding, festoon cross lamination). Ilustração. 
Correspondem a várias estratificações 
cruzadas em calha que se interceptam 
preservando-se parcialmente, mostrando em 
vista vertical e perpendicular à direção do fluxo, 
superfícies erosionais e lâminas que formam 
uma série de arcos truncados e côncavos para 
cima. No entanto, quando vistas em seção 
vertical paralela ao fluxo, os limites das 
sequências são quase paralelos, de maneira tal 
que cada sequência de lâminas inclinadas 
 
 
corrente abaixo tem, aproxima-damente, a 
mesma espessura, podendo, então ser 
confundida com estratificação cruzada planar. 
 Envolve erosão e subsequente 
deposição por migração de formas de leito (veja 
em regime de fluxo), tais como dunas. 
 
 
 Estratificação cruzada festonada. Arenito eólico da 
Formação Rio do Rasto, Permo-Triássico, RS, BR. 
Referência: 30 cm de comprimento. A seta indica a média 
das paleocorrentes. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Estratificação cruzada gama (gamma-cross-
stratification). Estratificação cruzada 
representada por sequências solitárias e 
geralmente de grande escala. Cada sequência 
é limitada por uma superfície inferior erosional 
e irregular. Os estratos cruzados de cada 
sequência estão discordantemente 
relacionados com o limite inferior e são 
litologicamente homogêneos. Os estratos 
cruzados quando vistos em planta, podem ser 
retos em uma sequência a curvados em outra. 
 
Estratificação cruzada inclinada convexa 
(convex inclined-bedding, inclined 
stratification, parallel inclined stratification). 
Estratificação cruzada formada por lâminas 
frontais (veja em marca de ondulação), 
convexas para cima. 
 No ambiente eólico, origina-se graças 
à ação erosiva de ventos ocasionais na base da 
face de escorregamento das dunas permitindo, 
desta maneira, a ultrapassagem dos 
sedimentos sobre a região basal erodida. 
 Em se tratando de meio aquoso, as 
lâminas cobrem uma depressão irregular de 
erosão, mostrando convexidade para cima. 
 O tamanho da estratificação varia de 
centímetros a vários metros. É fina, 
descontínua e horizontal. A inclinação 
geralmente é aparente apenas em seção 
transversa nos canais preenchidos e 
longitudinal para marcas de desbaste. 
 A depressão é usualmente assimétrica 
em seção transversa, exceto para pequenas 
marcas de desbaste. 
 Veja também estrutura de corte e 
preenchimento. 
 
Estratificação cruzada iota (iota-cross-
stratification). Estratificação cruzada repre-
sentada por sequências solitárias de grande 
escala. Cada sequência é limitada inferior-
mente por uma sequência erosional em forma 
de calha mergulhante nas duas extremidades. 
Os estratos cruzados formam um acamamento 
concordante com respeito à superfície limitante 
inferior e são litologicamente homogêneos. A 
relação concordante é visível nas seções 
paralela e perpendicular ao eixo principal da 
calha. 
 
Estratificação cruzada kappa (kappa-cross-
stratification). Estratificação cruzada 
representada por uma cosequência de 
camadas que reúne sequência de camadas de 
pequena escala. As sequências de cada 
cosequência são limitadas por superfícies 
gradacionais imaginárias que são irregulares e 
definidas por mudanças mais ou menos 
pronunciada na atitude dos estratos cruzados. 
Estes são geralmente contínuos através das 
superfícies de uma sequência a outra, acima ou 
abaixo, mas apresentam relações discordantes 
com esta superfície. 
 Os estratos mostram mergulhos 
comparativamente abruptos, mas em seção 
perpendicular apresentam-se como lentes 
interconectadas. Os estratos são 
litologicamente homogêneos. 
 
Estratificação cruzada lambda (lambda-
cross-stratification. Estratificação cruzada 
representada por uma cosequência de 
camadas que reúne uma sequência de 
camadas de pequena escala. As sequências 
dentro das cosequências são limitadas por 
superfícies gradacionais, planas, imaginárias 
que são mais ou menos definidas por 
mudanças pronunciadas na atitude dos estratos 
cruzados, os quais discordam das superfícies 
imaginárias de uma sequência a outra. 
 Em uma seção os estratos são 
fortemente inclinados, mas em outras são 
essencialmente horizontais, uniformes, 
formando leitos paralelos. Os estratos são 
 
 
litologicamente homogêneos. 
 
Estratificação cruzadalongitudinal 
(longitudinal cross-bedding). Estratificação 
cruzada na qual os estratos ou camadas 
mergu-lham perpendicularmente à direção da 
corrente. As camadas inclinadas não possuem 
lâminas, mas são compostas por diferentes 
tipos de estratificação, tais como: estratificação 
flaser, estratificação lenticular de pequeno 
porte, estratificação finamente interacamada, 
etc. 
 A direção das camadas da 
estratificação cruzada longitudinal é paralela à 
corrente, em contraste com outros tipos de 
estratificação cruzada. 
 Este tipo de estrutura é produzida pelo 
deslocamento lateral de canais de maré em 
ambiente de planícies de maré. Em tal situação, 
a deposição ocorre em barras em pontal na 
forma de camadas convexas inclinadas para 
dentro do canal, formando uma sequência de 
camadas. Este pacote de ca-madas inclinadas 
quando coberto por camadas horizontalizadas, 
determina um padrão de estratificação cruzada. 
 A origem pode também estar vinculada 
as barras em pontal de canais fluviais 
meandrantes e anastomosados. 
 Veja também forma de canal fluvial 
(veja em ambiente de planície de inundação). 
 
Estratificação cruzada mu (mu-cross-
stratification). Estratificação cruzada é formada 
por um grupo de sequências de camadas de 
pequena escala. Cada sequência é soto-posta 
por uma superfície essencialmente planar e 
erosiva. Os estratos cruzados mostram uma 
relação discordante com esta superfície. Em 
uma seção mergulham fortemente em uma 
direção constante, mas em outra, são 
essencialmente uniformes formando leitos 
paralelos. Os estratos cruzados são 
litologicamente homogêneos. 
 
Estratificação cruzada nu (nu-cross-
stratification). Estratificação cruzada é formada 
por cosequência de camadas de sequências de 
camadas agrupadas e de pequena escala. 
Cada sequência de camadas é soto-posta por 
uma superfície erosiva em forma de colher, com 
uma única extremidade mergulhante e formada 
por estratos curvados simétricos e discordantes 
em relação a esta superfície. 
 Em apenas uma seção vertical a 
relação discordante é óbvia. Para outra seção, 
perpendicular, os estratos cruzados são 
simétricos e aparentemente concordantes. 
 
Estratificação cruzada omikron (omikron-
cross-stratification). Estratificação cruzada 
formada por cosequência de camadas que 
agrupam sequências de camadas de grande 
escala. As sequências são soto-postas por 
superfícies erosivas essencialmente planares 
com estratos discordantes formando o corpo de 
cada sequência. Os estratos cruzados na 
cosequência inclinam-se mais ou menos na 
mesma direção e estão discordantemente re-
lacionados com as superfícies limitantes da 
sequência em uma única direção. Na seção 
perpendicular eles são observados como 
uniformes formando leitos paralelos. Os 
estratos cruzados são litologicamente 
homogêneos. 
 
Estratificação cruzada pi (pi-cross-
stratification). Estratificação cruzada formada 
por grupamento de sequência de camadas 
interferentes e individualmente de grande 
escala. Cada sequência é soto-posta por uma 
superfície erosional com formato de colher 
mergu-lhando somente em uma extremidade. 
As sequências são formadas por estratos 
curvados, mais ou menos simétricos e 
discordantemente acamados. A relação 
discordante é vista em uma seção, mas não é 
clara nas demais seções. Os estratos cruzados 
são litologicamente homogêneos. 
 
Estratificação cruzada plana. Veja 
estratificação cruzada planar. 
 
Estratificação cruzada planar (avalanche-
front cross stratification, flow-and-plunge 
structure, high-angle planar cross stratification, 
low-angle cross-stratification, mega-ripple 
bedding, planar cross bedding, planar cross 
stratification, torrential cross-bedding). 
Ilustração. Tipo de estratificação cruzada em 
que as superfícies limitantes da unidade de 
sedimentação são mais ou menos planas e 
erosivas. Quando o limite inferior é não erosivo 
chama-se estratificação cruzada simples 
(simple cross bedding, simple cross-
stratification). 
 
 
 
 
Estratificação cruzada planar. Arenito da Formação Rio 
Bonito, Permiano, RS, BR. Referência: 30 cm de 
comprimento. A seta amarela aponta o limite inferior da 
estratificação onde são visíveis alojamentos de galhas de 
argila já erodidos. A seta vermelha indica a direção da 
paleocorrente. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Ambas podem se apresentar como 
feições tabulares, ou cuneiformes sendo 
denominadas, respectivamente, estratificação 
cruzada tabular (tabular cross-bedding, tabular 
cross-stratification) e estratificação cruzada em 
cunha (wedge-shaped cross-bedding, wedge 
torrential cross-bedding). 
 É necessário ter em mente que 
estratificação cruzada festonada pode ser 
confundida com estratificação cruzada planar 
ou simples, dependendo da seção disponível. 
Para tanto, existem três características que 
distinguem a estratificação cruzada planar e a 
estratificação cruzada simples da festonada: 
 1. A falta de forte conformidade entre 
as lâminas e o limite da sequência inferior como 
acontece na face vertical, perpendicular à 
direção do fluxo, na estratificação festonada. 
 2. As lâminas vistas em uma superfície 
horizontal, são retas ou sinuosas em oposição 
aos arcos arranjados com a conca-vidade 
corrente abaixo no mesmo plano da 
estratificação cruzada festonada. 
 3. Contatos não erosivos entre 
sequências de lâminas podem existir em alguns 
lugares, o que não ocorre na estratificação 
cruzada festonada. 
 A estratificação cruzada planar é 
originada por migração de marcas de 
ondulações de crista reta por corrente (formas 
2D). 
 
Estratificação cruzada por lâmina frontal e 
língua arenosa de avalanche (grain flow cross 
strata, sand-flow and grain-fall cross-bedding, 
sand-flow cross strata, sand-flow cross 
stratification, scalloped structure). As dunas, 
predominantemente as eólicas, podem mostrar 
línguas arenosas de avalanche na face de 
escorregamento. Como as línguas arenosas 
possuem granulometria mais grossa que as 
lâminas frontais (veja em marca de ondulação), 
construídas por queda de grãos, fica evidente o 
entrecruzamento destas feições. 
 
Estratificação cruzada por ondas (wave 
cross-stratification, hummocky cross-
stratification). Ilustração. É a estratificação 
cruzada originada pela oscilação das ondas. Às 
ondas podem ser normais ou de tempestade. 
As estruturas formadas pela ação de ondas 
normais são de envergadura menor quando 
comparadas às de tempestades. Constituem-
se, as últimas, por camadas ta-bulares quase 
horizontalizadas, formadas por areias muito 
finas a finas (hummocky). 
 As unidades tabulares variam em 
espessura de 15 cm a 50 cm, mas tendem a 
decrescer o espessamento médio para baixo 
onde se tornam, transicionalmente, inter-
acamadas com leitos de silte e argila. 
 Nesta zona é comum encontrar 
bioturbações (veja estrutura de bioturbação) em 
maior quantidade do que as camadas 
superiores, bem como sinais fracos, porém, 
extensivos, de erosão no topo. 
 
 
Estratificação cruzada por ondas (hummocky). A camada 
com as estruturas está sinalizada por colchetes. Formação 
Rio do Rasto, Permo-Triássico, RS, BR. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
 As principais características desta 
estrutura podem ser assim sumarizadas: (a) as 
superfícies inferiores limitantes dos conjuntos 
são erosionais, com inclinações menores do 
 
 
que 10o, embora possam atingir 15o, (b) as 
lâminas acima deste conjunto li-mitado 
erosivamente são paralelas ou quase paralelas 
àquela superfície, (c) as lâminas podem 
espessar-se sistematicamente na lateral do 
conjunto, de maneira tal que seus traçados em 
uma superfície vertical são em forma de leque, 
com diminuição gradativa e regular dos 
mergulhos, (d) as direções de mergulho dos 
conjuntos limitados erosivamente e das lâminas 
que os recobrem são diversificadas. Na base 
dessa estratificação pode haver marcas de 
sulcos lavrados por objeto ou marcas de 
punção no contato com as camadas 
subjacentes ricas em argilas. No topo podem 
existir marcas de ondulaçõespor ondas. 
 Quando vista em planta se apresentam 
como montículos os quais possuem entre 15 
cm a 50 cm de altura, estando espaçados uns 
dos outros de 1 metro a poucos metros, por 
áreas mais amplas e deprimidas. 
 Atribui-se como origem, a ação de 
fortes ondas com vagalhões de deslocamento e 
velocidade maior do que aquelas que originam 
marcas de ondulações por ondas. Uma camada 
com estratificação cruzada por ondas pode ser 
o produto de um evento de tempestade. Como 
são interacamadas com leitos argilosos ou 
siltosos bioturbados em sua porção superior, 
admite-se períodos de maior quietude 
hidráulica ou menores taxas de sedimentação 
intercalados com tais tempestades. 
 
Estratificação cruzada sigmoidal (sigmoidal 
cross-stratification). Veja em ambiente deltaico. 
 
Estratificação cruzada simples (simple cross 
bedding, simple cross-stratification). Veja em 
estratificação cruzada planar. 
 
Estratificação cruzada tabular (tabular cross-
bedding, tabular cross-stratification). Veja em 
estratificação cruzada planar. 
 
Estratificação cruzada tangencial (tangencial 
cross-bedding). Ilustração. Trata-se de marca 
de ondulação com crista sinuosa por corrente 
(forma 3D) vista em corte longitudinal. As 
lâminas que a constituem tangenciam a base 
da forma de leito. 
 
 
Estratificação cruzada tangencial. Arenitos eólicos da 
Formação Sanga do Cabral, Triássico, RS, BR. A seta 
mostra a direção da paleocorrente. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
Estratificação cruzada theta (theta-cross-
stratification). Estratificação cruzada repre-
sentada por sequências solitárias de grande 
escala. Cada sequência é soto-posta por uma 
superfície erosional em calha, mergulhante em 
ambas as extremidades. Os estratos cruzados 
são litologicamente homogêneos e 
discordantemente relacionados com o limite 
inferior. As relações discordantes podem ser 
vistas em seções paralelas à direção de 
mergulho dos estratos, mas não podem ser 
percebidas em seção perpendicular ao eixo 
principal da calha. 
 
Estratificação cruzada xi (xi-cross-
stratification). Estratificação cruzada formada 
por cosequência de camadas que agrupam 
sequências de camadas de grande escala. 
Cada sequência de uma cosequência é soto-
posta por uma superfície não erosiva planar. 
Em todas as seções os estratos cruzados são 
discordantes com a superfície limitante inferior. 
 Os estratos cruzados são 
litologicamente homogêneos. 
 
Estratificação cruzada zeta (zeta-cross-
stratification). Estratificação cruzada repre-
sentada por sequências solitárias de grande 
escala. Cada sequência é limitada por uma 
superfície inferior erosiva e essencialmente 
cilíndrica, sem tendência a mergulhar em 
nenhuma direção ao longo do eixo principal. Os 
estratos cruzados na unidade são concordantes 
com o limite inferior da sequência e 
litologicamente homogêneos. 
 
Estratificação cuneiforme. Veja estratificação 
cruzada em cunha em estratificação cruzada 
planar. 
 
 
 
Estratificação de escorregamento. Veja 
estratificação cruzada. 
 
Estratificação deltaica. Veja estratificação 
cruzada. 
 
Estratificação de maré (tidal banding, tidal 
bedding, tidal lamination, tidal rhythmites). 
Veja estratificação finamente interacamada. 
 
Estratificação diagonal. Veja estratificação 
cruzada. 
 
Estratificação distorcida. Veja acamamento 
contorcido. 
 
Estratificação em lentículas. Veja 
estratificação lenticular de pequeno porte. 
 
Estratificação enrugada (crinkled bedding). 
Estratificação ou laminação com 
desenvolvimento de microdobras. Estrutura 
típica de rochas carbonáticas (veja Rocha 
Sedimentar Orgânica). 
 Sua origem está, presumivelmente, 
associada com a atividade das algas. 
 
Estratificação espessamente interacamada 
(coarsely interlayered bedding). Ilustração. 
Estratificação ou laminação composta por leitos 
mais espessos e mais finos em disposição 
alternada, possuindo, cada um, vários 
milímetros a vários centímetros de espessura. 
Os leitos mais espessos podem ser de areia ou 
silte e os mais finos e silte, lama ou argila. 
 
 
Estratificação espessamente interacamada. Os leitos 
escuros são arenosos e os claros, argilosos. Referência: 5 
cm de ∅. Formação Rio Bonito, Permiano, RS, BR. Créditos: 
Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Geralmente dispõe-se como laminação 
paralela horizontal contínua ou laminação 
paralela horizontal descontínua. 
 Dependendo da espessura relativa 
entre os leitos de areia e lama, três tipos são 
distinguidos: 
 1. Leitos de areia e lama com 
espessuras iguais. 
 2. Leitos arenosos mais espessos, 
separados por leitos argilosos ou finamente 
granulados com pouca espessura. 
 3. Leitos lamosos mais espessos 
alternados com leitos arenosos relativamente 
finos. 
 Podemos encontrar às três variantes 
dentro de uma mesma sequência com origem 
comum. 
 Acredita-se que os leitos de areia 
sejam depositados durante a atividade de 
correntes ou ondas, intercaladas com períodos 
de estagnação das águas ou de fracas 
correntes quando, então, deposita-se mais 
lama. Outro modo de origem para esta 
estratificação ocorre quando a areia é, 
ocasionalmente, transportada para um 
ambiente onde, normalmente, se dá a 
sedimentação de lama. 
 Trata-se, muitas vezes, de 
estratificação rítmica areia/lama. 
 Veja estratificação ondulada, 
estratificação flaser e estratificação lenticular de 
pequeno porte. 
 
Estratificação finamente interacamada (fine 
rhythmically laminated bedding, graded 
rhythmites, thinly interlayered bedding). Como 
o nome indica, trata-se de qualquer 
estratificação ou laminação que é composta de 
leitos finos e alternados, com diferente 
composição, textura e cor. A espessura das 
lâminas individuais é usualmente fina (menos 
que 3 mm ou 4 mm). 
 Quando dois leitos com tais 
características diferentes se repetem 
alternadamente, podemos falar em ritmitos 
(rhythmites). Quando alternam-se leitos de 
areia e lama, em ambientes de planície de 
maré, diz-se, então, estratificação rítmica 
areia/lama (alternating bedding, rhythmic 
bedding, rhythmic sand/mud bedding). 
 Quanto à origem, em se tratando de 
ritmitos, as razões para tais repetições 
alternadas são mudanças regulares no 
transporte ou produção de material. As 
mudanças regulares podem ser de curta 
 
 
duração, como, por exemplo, flutuações de 
corrente, variações nas características do fluxo, 
mudanças de marés, ou podem ser devidas a 
alterações de longa duração, por exemplo, as 
sazonais causadas pela variação das 
condições intempéricas. 
 Os ritmitos formados em ambientes de 
maré são conhecidos também como 
estratificação de maré (tidal banding, tidal 
bedding, tidal lamination, tidal rhythmites) ou 
estratificação fina ritmicamente laminada. 
Neste ambiente, a areia é depositada durante 
períodos de atividade da corrente de cheia ou 
de baixa-mar. A lama é depositada durante as 
fases estacionárias de maré alta e de maré 
baixa. 
 Os ritmitos podem também ser 
encontrados em turbiditos com sedimentos de 
fina granulometria, onde se alternam lâminas 
siltosas e lamosas. 
 Frequentemente, em ritmitos de 
depósitos turbidíticos desenvolvem-se ritmitos 
gradacionais (veja camada gradacional), os 
quais apresentam lâminas alternadas de silte e 
lama, mostrando um decréscimo, da base para 
o topo, na quantidade, espessura da lâmina e 
tamanho médio dos grãos de silte. 
 As mudanças sazonais podem 
determinar, segundo alguns, o surgimento de 
ritmitos sazonais (seasonal rhythmites), entre 
os quais as varves anuais de ambiente glacial. 
Há certa dificuldade em sustentar este ponto de 
vista, pois, sedimentos semelhantes às ci-tadas 
varves são depositados em lagos glaciais e 
sítios glaciomarinhos por correntes de turbidez. 
 Ritmitos também podem ocorrer em 
sequências evaporíticas, mostrando alternância 
de leitos dolomíticos e de anidrita. 
 Veja estratificação ondulada, 
estratificação flaser e também estratificação 
lenticular de pequeno porte. 
 
Estratificação fina ritmicamente laminada. 
Veja estratificação finamente interacamada.Estratificação flaser (flaser bedding, 
flaserschichten, flaser structure, mud-buried 
ripple mark, shale crescents). Estrutura 
caracterizada por depósitos argilosos 
preservados completamente nas calhas de 
marcas de ondulações e parcialmente nas 
cristas destas marcas. A camada arenosa com 
marcas de ondulações repete-se alternamente, 
com acumulações de argila que ficam isoladas 
e descontínuas. 
 Tal estratificação envolve areia e argila 
em períodos alternados onde há uma atividade 
de corrente e períodos de quiescência. Com a 
atividade da corrente, a areia é transportada e 
depositada formando marcas de ondulações e 
a argila é mantida em suspensão. No período 
de repouso em relação à corrente, a argila é 
depositada nas calhas ou pode até cobrir 
completamente as marcas de ondulações. Uma 
nova corrente pode erodir as cristas das marcas 
de ondulações, iniciando outro ciclo 
deposicional. 
 Depreende-se daí que as condições 
mais propícias para originar esta estratificação 
favorece mais a deposição e a preservação das 
areias do que das argilas, o que se dá 
principalmente em ambientes de planície de 
maré. 
 Baseados nas características dos 
leitos de argilas, a estratificação flaser pode ser 
dividida nos seguintes tipos: 
 1. Estratificação flaser simples. 
 2. Estratificação flaser bifurcada. 
 3. Estratificação flaser ondulada. 
 4. Estratificação flaser ondulada e 
bifurcada. 
 A estrutura acima descrita é de 
dimensões pequenas. Quando for constituída 
de arenitos com estratificação cruzada em u-
nidades na forma de cunha ou tabulares, com 
10 cm a 20 cm de espessura, os quais são 
sucedidos lateralmente, e em alguns casos 
verticalmente por cunhas de siltitos, pode ser 
denominadas estratificação megaflaser 
(megaflaser bedding). 
 A sua origem é referida a ambiente 
marinho. 
 O nome flaser é derivado de uma 
palavra alemã significando veia ou listramento. 
 
Estratificação flaser bifurcada (bifurcated 
flaser bedding). Estratificação flaser em que os 
leitos de argila apresentam-se frequentemente 
bifurcados. Essa bifurcação surge no contato 
dos leitos de argila anteriormente depositados e 
parcialmente expostos, com leitos de argilas 
depositados posteriormente. 
 Esta estratificação indica um forte 
retrabalhamento sobre a estratificação flaser 
simples. 
 
Estratificação flaser ondulada (wavy flaser 
bedding). Estratificação flaser em que os leitos 
 
 
de argila mostram um padrão ondulado. 
Apresentam-se côncavas quando ocupam as 
calhas e convexas quando cobrem as cristas, 
sem ocorrer uma continuidade entre elas. 
 Esta feição ocorre quando uma 
corrente erode parcialmente as cristas das 
marcas de ondulações subjacentes, permitindo 
recobrimento por um leito de argila. 
 
Estratificação flaser ondulada e bifurcada 
(bifurcated wavy flaser bedding). Estratificação 
flaser que mostra leitos de argilas de forma 
ondulada e bifurcações por coalescência com 
os leitos de argilas depositados anteriormente e 
expostos por forte erosão. 
 Esta estratificação indica condições 
similares aquelas requeridas pela estratificação 
flaser ondulada, porém, com intenso 
retrabalhamento. 
 
Estratificação flaser simples (simple flaser 
bedding). Ilustração. Estratificação flaser em 
que os leitos de argila são simples, isolados e 
desconectados, côncavos para cima. A argila, 
provavelmente, foi depositada somente nas 
calhas ou, caso tenha sido depositada sobre as 
cristas, foi erodida pela corrente do novo ciclo 
deposicional. 
 
Estrutura flaser simples. Amostra de arenito da Formação 
Teresina, Permiano, RS, BR. Referência: 2,0 cm de ∅. 
Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Estratificação gradacional. Veja camada 
gradacional. 
 
Estratificação gradativa de preenchimento 
de canal (fining-upward cycles, fining-upward 
sequences, graded stratification). A estrutura é 
caracterizada pelo decréscimo, para cima, no 
tamanho de grãos. Os sedimentos de maior 
envergadura situam-se na base, diminuindo a 
granulometria para o topo da sequência. Em 
geral, o tamanho decresce de areias médias 
para silte, podendo, contudo, iniciar com seixos. 
 Estão envolvidos na feição muitos 
conjuntos de camadas. 
 A origem está vinculada à oscilação do 
nível das águas em canais. No ambiente de 
planície de inundação, a deposição dos 
sedimentos mais grossos corresponde a fases 
de cheias. Como a velocidade da corrente 
diminui à medida que a cheia passa, 
granulometrias cada vez menores são 
sedimentadas sobre as iniciais. 
 A estrutura em apreço indica 
mudanças progressivas nas condições 
deposicio-nais de um regime sedimentar em 
contraste com estratificação lenticular de 
pequeno porte. A estratificação gradativa de 
preenchimento de canal é uma particular-
rização de camada gradacional. 
 
Estratificação horizontal. Veja estratificação 
paralela horizontal. 
 
Estratificação hummocky. Veja em 
estratificação cruzada por ondas. 
 
Estratificação imbricada. Veja imbricação. 
 
Estratificação inclinada. Veja estratificação 
cruzada. 
 
Estratificação irregular. Estratificação cons-
tituída por camadas jazendo com atitudes 
próxima à horizontal, mas que se apresentam 
irregulares graças a fatores diversos tais como 
estrutura de bioturbação, estrutura convoluta, 
estrutura de deformação penecontemporânea, 
estrutura de sobrecarga, compactação, etc. 
 
Estratificação lenticular. Tal estratificação 
pode ser estratificação lenticular de pequeno 
porte ou estratificação lenticular de grande 
porte. 
 
Estratificação lenticular de grande porte 
(lenses, lenticular, lenticular cross bedding, 
lenticular stratification). Termo empregado para 
descrever as relações entre conjuntos 
estratificados. O tipo e espessura da 
estratificação dentro dos conjuntos é variável, 
mas laminações horizontais e cruzadas de 
baixo ângulo são dominantes. Quando existem 
seixos presentes, a estratificação dentro dos 
 
 
conjuntos é geralmente obscura. Conjuntos 
individuais comumente tem alguns centime-tros 
de espessura e persistem lateralmente por 
muitos metros antes de se adelgaçarem. Os 
adelgaçamentos, geralmente, são o resultado 
da não deposição, embora em alguns sejam 
devidos à erosão subsequente. A atitude dos 
conjuntos lenticulares, por norma, é horizontal. 
 A origem da feição se deve a centros 
deposicionais inconstantes. Por exemplo, 
deposição inicial de seixos, seguida por 
deposição lenticular de areias e, finalmente, 
cobertura desta lente por seixos. 
 Diferentemente de unidades de 
sedimentação a estratificação lenticular não 
registra uma parada e progressiva mudança 
nas condições dentro de um único regime; pelo 
contrário, é o registro de regimes flutuantes 
como o de barras avançando canal adentro e 
posteriores deposições de canal sobre elas. O 
resultado é um conjunto composto de ca-madas 
que não têm participação na consistência 
interna de cada unidade de sedimentação. 
 
Estratificação lenticular de pequeno porte 
(form sets, lenses, lenticular, lenticular 
bedding, lenticular cross bedding, lenticular la-
mination, lisenschichten). Formada por uma 
sequência de lentes arenosas mergulhadas em 
lama. São marcas de ondulações isoladas, 
formadas sobre um substrato lamoso, e 
preservadas com a deposição do próximo leito 
de lama. 
 As lentes são isoladas e descontínuas 
tanto em vista vertical quanto horizontal. 
 A origem da estrutura se dá devido ao 
fraco suprimento de areia, de tal forma que 
apenas ondulações isoladas são produzidas. 
Depreende-se daí que as condições para a sua 
formação são mais favoráveis à deposição e 
preservação da lama que da areia, o que se dá, 
principalmente, em ambientes de planície de 
maré. A estrutura está relacionada ao ritmo de 
maré, isto é, as areias são depositadas durante 
períodos de corrente alternados a períodos de 
quiescência da água quando então se 
sedimentam as lamas. 
 Baseados na natureza das lentes, 
podemos encontrar os seguintes tipos: 
 1. Estratificação lenticular de pequeno 
porte com lentes conectadas. 
 2. Estratificação lenticularde pequeno 
porte com lentes isoladas. 
 
Estratificação lenticular de pequeno porte 
com lentes conectadas (lenticular bedding 
with conected lenses). É uma estratificação 
lenticular de pequeno porte na qual parte das 
ondulações ou lentes de areia são contínuas 
lateralmente e superpostas verticalmente. 
Origina-se em condições onde o suprimento de 
areia é maior que a do início da formação da 
estratificação lenticular de pequeno porte com 
lentes isoladas. Pode se apresentar como 
estratificação lenticular de pequeno porte com 
lentes espessas conectadas e estratificação 
lenticular de pequeno porte com lentes 
delgadas conectadas. 
 
Estratificação lenticular de pequeno porte 
com lentes delgadas conectadas. Veja 
estratificação lenticular de pequeno porte com 
lentes conectadas. 
 
Estratificação lenticular de pequeno porte 
com lentes delgadas isoladas. Veja 
estratificação lenticular de pequeno porte com 
lentes isoladas. 
 
Estratificação lenticular de pequeno porte 
com lentes espessas conectadas. Veja 
estratificação lenticular de pequeno porte com 
lentes conectadas. 
 
Estratificação lenticular de pequeno porte 
com lentes espessas isoladas. Veja 
estratificação lenticular de pequeno porte com 
lentes isoladas. 
 
Estratificação lenticular de pequeno porte 
com lentes isoladas [lenticular bedding with 
single (isolated) lenses]. Ilustração. É uma 
estratificação lenticular de pequeno porte, na 
qual a grande maioria das lentes de areia são 
descontínuas. A aparência é de corpos 
arenosos que “flutuam” na argila. Origina-se em 
condições onde o suprimento de areia é ainda 
menor do que quando da formação da 
estratificação lenticular de pequeno porte com 
lentes conectadas. 
 
 
 
 
Estratificação lenticular de pequeno porte com lentes 
isoladas. Formação Rio do Rasto, Permo-Triássico, RS, 
BR. Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
 Pode se apresentar como 
estratificação lenticular de pequeno porte com 
lentes espessas isoladas e estratificação 
lenticular de pequeno porte com lentes 
delgadas isoladas. 
 
Estratificação megaflaser (megaflaser 
bedding). Veja em estratificação flaser. 
 
Estratificação nodular (concretionary layers, 
lumpy bedding, nodular bedding). Formada por 
camadas constituídas de corpos nodulares 
dispersos ou concentrados, envolvidos por 
matriz de natureza distinta. 
 Veja também leito concrecionário. 
 
Estratificação ondulada (wave bedding, wavy 
lamination). Estrutura em que se alternam leitos 
de areia e argila mostrando continuidade lateral. 
A camada arenosa contém marcas de 
ondulações que são cobertas por argila quase 
completamente nas calhas e uma fina cobertura 
nas cristas. Quanto mais espesso for o leito 
argiloso menor será a concordância destes com 
as marcas onduladas. Para que se considere 
uma estratificação ondulada é necessária a 
presença de uma sequência rítmica de muitos 
leitos argilosos ondulados alternados com leitos 
arenosos estratificados em marcas de 
ondulações. 
 A gênese da estrutura requer 
condições onde a deposição e preservação das 
areias e argilas são possíveis. Tais condições 
são transicionais entre aquelas requeridas para 
a formação de estratificação flaser e 
estratificação lenticular de pequeno porte. 
 A unidade laminar de lama que cobre 
as marcas de ondulações recebe o nome de 
drapeamento de lama (draped, mud drape) 
(veja também laminação drapeada em marca 
de ondulação cavalgante em fase). 
 
Estratificação ondulada cavalgante. Veja 
marca de ondulação cavalgante. 
 
Estratificação paralela horizontal (flat-bed, 
horizontal bedding, horizontal parallel 
stratification, horizontal stratification, laminites 
I, parallel bedding, parallel stratification, plane 
bed, plane bedding, uniform stratification). 
Ilustração. A estrutura é encontrada em uma 
sequência de camadas superpostas que se 
mostram paralelas ao plano de estratificação ou 
paralelas entre si, onde os estratos são 
uniformes e lateralmente contínuos. 
 As camadas podem, também, 
apresentar laminação paralela horizontal. 
 Sua gênese se deve à deposição em 
regime de fluxo superior ou ainda, em regime 
de fluxo inferior, pelo assentamento de 
sedimentos finos que decantam sobre uma 
superfície plana. 
 
 
Estratificação paralela horizontal. Arenitos da Formação 
Rio Bonito, Permiano, RS, BR. Créditos: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
 Quando uma camada for composta por 
lâminas paralelas de maior e de menor 
resistência, as lâminas mais friáveis podem ser 
ditas interestratos (interstrata, intrastratal). 
Muitas superfícies laminadas mostram lineação 
por corrente e, não raro, lineação de partição. 
 Veja também estratificação paralela 
horizontal descontínua e também regime de 
fluxo. 
 
Estratificação paralela horizontal 
descontínua (horizontal discontinuous stra-
tification, planar bedding). Encontrada em uma 
sequência de camadas superpostas, que se 
mostram paralelas ao plano de estra-tificação 
ou paralelas entre si, onde os estratos são 
uniformes e lateralmente descontínuos. 
 
 
 As camadas podem, também, 
apresentar laminação paralela horizontal. 
 Sua gênese, em arenitos, se deve, 
provavelmente, à deposição em regime de fluxo 
superior. 
 Tal estratificação, por vezes, pode ser 
estratificação lenticular de grande porte vista 
parcialmente. 
 
Estratificação plana. Veja estratificação pa-
ralela horizontal. 
 
Estratificação plano-irregular. Veja 
estratificação irregular. 
 
Estratificação plano-paralela. Veja 
estratificação paralela horizontal. 
 
Estratificação por ação de onda. Veja 
estratificação flaser, estratificação ondulada e 
estratificação lenticular de pequeno porte. 
 
Estratificação por corrente. Veja 
estratificação cruzada. 
 
Estratificação rítmica. Veja estratificação rít-
mica areia/lama em estratificação finamente 
interacamada. 
 
Estratificação rítmica areia/lama (alterna-ting 
bedding, rhythmic bedding, rhythmic sand/mud 
bedding). Veja em estratificação finamente 
interacamada. 
 
Estratificação tidal. Veja estratificação 
finamente interacamada. 
 
Estratigrafia (stratigraphy). Ramo da Geologia 
que se dedica ao estudo da sucessão ori-ginal 
e da idade das rochas estratificadas, sua forma, 
distribuição, litologia, conteúdo paleontológico, 
propriedades físicas e geoquímicas, 
objetivando inferir seus ambientes 
deposicionais e sua história geológica. 
 Também constituem objeto de estudo 
estratigráfico as rochas ígneas (veja em rocha) 
e metamórficas (veja em rocha). 
 
Estratigrafia de sequências (sequence 
stratigraphy). É o estudo das relações de 
rochas sedimentares (veja em rocha) em um 
arcabouço cronoestratigráfico (veja unidade 
cronoestratigráfica) de estratos relacionados 
geneticamente. Este estrato é limitado por 
superfícies de erosão, não-deposição ou por 
suas concordâncias relativas. 
 A unidade básica é a sequência. 
 
Estrato (strata, stratum). Para alguns, estrato é 
um leito que (1) foi produzido por deposição ou 
pela reorganização penecontemporânea dos 
grãos depositados por processos asso-ciados 
com a superfície deposicional e (2) é separado 
de rochas adjacentes por superfícies limitantes 
bem definidas visual fisicamente, ou, se isto 
está ausente, por superfícies arbitrariamente 
dispostas dentro de zonas litologicamente 
transicionais. 
Para outros, estrato diz respeito a uma unidade 
de sedimentação limitada pelo tempo, podendo 
apresentar uma ou mais camadas que, no que 
lhe concerne, possuem uma conotação 
litológica. 
 
Estrato cavalgante transladante (accretion 
deposits, climbing-ripple pseudo-stratification, 
climbing-ripple stratification, climbing 
translatent strata, climbing translatent 
stratification, climbing translatent stratum, 
pseudo bedding, ripple lamination, saltation 
deposi-ts). Veja em estrato transladante. 
 
Estrato contorcido. Veja estrutura convoluta. 
 
Estrato gradacional. Veja camada 
gradacional. 
 
Estrato homogêneo. Veja camada maciça. 
 
Estrato lateralmente transladante (laterally 
translatent stratum).Veja em estrato 
transladante. 
 
Estrato maciço. Veja camada maciça. 
 
Estrato transladante (pseudobed, 
pseudostrata, translatent strata). São marcas 
de ondulações cavalgantes cuja origem, de 
acordo com Hunter (1977), consiste em 
estratos gerados por movimentos 
predominantemente de translação (tipo 
especial de transformação física na qual todos 
os pontos da figura movem-se a uma distância 
em uma dada direção, definida por um vetor de 
translação, de maneira tal que a figura move-se 
sem mudança na forma e sem rotação) de uma 
superfície deposicional e cujas superfícies 
limitantes são completas, ou na maior parte, ori-
 
 
ginadas por movimentos destas feições 
lineares sobre ou no limite da superfície 
deposicional. 
 A característica mais importante para o 
reconhecimento desta feição é de que as 
superfícies deposicionais iniciais, dentro do 
estrato, alcancem ambas superfícies limitantes 
do estrato. 
 Podem ser classificados como estratos 
lateralmente transladantes (laterally translatent 
stratum) e estratos cavalgantes transladantes 
(accretion deposits, climbing-ripple pseudo-
stratification, climbing-ripple stratification, 
climbing translatent strata, climbing translatent 
stratification, climbing translatent stratum, 
pseudo bedding, ripple lamination, saltation 
deposits). O primeiro deles é formado pela 
translação da superfície deposicional em uma 
direção paralela à superfície deposicional geral. 
As superfícies deposicio-nais iniciais dentro de 
um estrato deste tipo alcançam, mas não 
interseccionam as superfícies limitantes. Os 
estratos cavalgantes transladantes são 
formados pela translação de uma superfície 
deposicional em uma direção formando um 
ângulo qualquer em relação à superfície 
deposicional geral. As superfícies deposicionais 
iniciais dentro de um estrato deste tipo 
alcançam, bem como interseccionam, as 
superfícies limitantes. 
 Podem assim se apresentar: 
 1. Estrato transladante cavalgante 
subcrítico. 
 2. Estrato transladante cavalgante 
crítico. 
 3. Estrato transladante cavalgante 
supercrítico. 
 
Estrato transladante cavalgante crítico 
(critically climbing translatent strata). Termo 
utilizado para estratos transladantes que foram 
formados por marcas de ondulações 
cavalgantes, apresentando um caráter crítico, 
isto é, o ângulo de cavalgamento () é igual ao 
ângulo do declive de montante (). 
 
Estrato transladante cavalgante subcrítico 
(micro-cross lamination, subcritical cross-
stratification, subcritically climbing translatent 
strata, subcritically climbing translatent 
stratification). Ilustração. Termo utilizado para 
estratos transladantes que foram formados por 
marcas de ondulações cavalgantes que 
apresentam um caráter subcrítico, isto é, o 
ângulo de cavalgamento () é menor que 
ângulo do declive à montante (). 
 Os contatos são erosivos no que difere 
dos estratos transladantes cavalgantes 
supercríticos que são gradacionais. 
 Tal estratificação é amplamente 
desenvolvida em arenitos de água rasa e 
eólicos. 
 
 
Estrato transladante cavalgante subcrítico. Arenito da 
Formação Rio do Rasto, Permo-Triássico, RS, BR. À direita 
da referência, estratificação flaser e abaixo, na porção 
mediana inferior da fotografia, os estratos transladantes. A 
seta indica direção das paleocorrentes. Referência: 2,0 cm 
de ∅. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Estrato transladante cavalgante supercrítico 
(supercritical cross-lamination, supercritically 
climbing translatent strata, supercri-tically 
climbing translatent stratification). Ilustração. 
Termo utilizado para estratos transladantes 
formados por marcas de ondulações 
cavalgantes que apresentam um caráter 
supercrítico, isto é, o ângulo de cavalgamento 
() é maior que o ângulo de declive à montante 
(). 
 Os contatos são gradacionais no que 
difere dos estratos transladantes cavalgantes 
subcríticos que são erosivos. 
 
 
Estrato transladante cavalgante supercrítico. Arenito da 
Formação Rio do Rasto, Permo-Triássico, RS, BR. A seta 
mostra a direção das paleocorrentes. Referência: 5,0 cm de 
∅. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 
 
Estria glacial (glacial flutings, glacial grooves, 
glacial striations). São sulcos com poucos 
milímetros a vários centímetros de largura, 
poucos a vários milímetros de profundidade e 
metros de comprimento, orientados 
paralelamente à direção do movimento do gelo 
(ilustração). 
 São retos, mas podem se apresentar 
curvados. Terminam suave ou abruptamente 
(veja estria glacial rombuda). 
 Formas mais profundas e mais largas 
são chamadas sulcos glaciais, podendo atingir 
muitos quilômetros de extensão e vários metros 
de profundidade e espaçamento. 
 As estrias e sulcos, comumente, 
associam-se às fraturas em crescente. 
 Tais estruturas originam-se graças à 
abrasão glacial. 
 
 
Estria glacial. Estruturas originadas por geleiras 
Paleozoicas sobre piso de rochas Proterozoicas, RS, BR. 
Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
Estria glacial rombuda (nailhead scratch, 
nailhead striations). Ilustração. São estrias 
glaciais com uma extremidade abrupta e 
rombuda, comumente no sentido do 
movimento. 
 
 
Estrias glaciais rombudas. Feições devidas a geleira 
Paleozoica em movimentação sobre substrato de rochas 
Proterozoicas, RS, BR. No fim dos sulcos estão os seixos 
que originaram as estruturas. A seta mostra a direção de 
deslocamento dos clastos, portanto, da geleira que gerou a 
estrutura. Referência: 5,0 cm de ∅. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
Estromatactis (stromatactis). Ilustração. 
Trata-se de uma estrutura enigmática de 
preenchimento de cavidades com fundo 
achatado, cujos topos são irregulares e 
descontínuos. A feição se dispõem ao longo de 
discretos horizontes em sequências calcárias. 
O preenchimento mais comum é com calcita. 
 
 
Estromatactis. Vários estromatactis preenchidos com 
calcita cinza e branca em seção polida do calcário Incarnat 
rouge, Devoniano de Languedoc, França. Créditos: 
Lysippos. Disponibilizado: 24.05.2010. Acesso: 24.06.2019. 
Fonte: 
https://commons.wikimedia.or/wiki/File:Incarnat_rouge. 
 
 Parecem resultar de uma forma inicial 
de sedimento arqueado, possivelmente 
associado com o desenvolvimento de tapetes 
de algas (veja estromatólito) e a decomposição 
da matéria orgânica. 
 
Estromatólito (algal ball, algal biscuit, algal 
mat, algal mound, algal stromatolite, algal 
structure, fucoid, stromatolite). Ilustração. 
Estrutura laminada (veja laminação) atribuída 
https://commons.wikimedia.or/wiki/File:Incarnat_rouge
 
 
ao processo de crescimento de algas. Quando 
fossilizadas encontram-se, frequentemente, em 
matriz calcária misturada a sedimentos 
clásticos (areia, silte, argila). 
 Morfologicamente pode apresentar 
lâminas achatadas (estromatólito tabular), 
domos (estromatolito dômico), colunas 
(estromatólito colunar), esferoides com 
estrutura interna concêntrica (oncólito) e 
coágulos (trombólito). 
 Origina-se, possivelmente, em águas 
rasas de zonas litorâneas marinhas, lacustres, 
lagunares, fluviais, etc. 
 
 
Estromatólito. Acervo do Museu Nacional, Rio de Janeiro 
(RJ), BR. Créditos: Dornicke. Disponibilizado: 09.01.2015. 
Acesso: 24.06.2019. Fonte: 
https://commons.wikimedia.org/File:Estromatólito_MN_02.j
pg?uselang=pt.br. 
 
 Veja bola lacustre e também bios-
tromo. 
 
Estromatólito colunar (columnar stromatolite). 
São estromatólitos que apresentam formato 
colunar, usualmente numerosos, com 
crescimento dirigido para cima. 
 Ocasionalmente crescem como se 
ocorresse o empilhamento de estruturas 
similares a dedais com a concavidade para 
baixo. Em outros casos, as colunas se bifurcam 
ou ramificam. 
 Algumas das estruturas apresentam 
um crescimento assimétrico. As frentes de 
crescimento são elípticas ao invés de 
circulares; o alongamento é paralelo ao sistema 
de corrente preferencial. 
 
Estromatólito dômico (algal crusts, algal 
mound). São estromatólitos como pequenos 
montes. Na superfície, podem desenvolverpadrões cauliformes ou botrioidais. 
 Em ambientes de planície de i-
nundação, crescem em áreas altas onde a água 
raramente chega. O crescimento somente será 
interrompido se ocorrer desi-dratação do local. 
 
Estromatólito tabular (algal mat). Ilustração. 
São estromatólitos que possuem espessura 
finíssima, sendo compostos por um único leito 
em forma de esteira. Para sua identificação, 
uma vez soterrados, é necessária inspeção 
minuciosa para diferenciá-los de uma lâmina 
sedimentar comum. 
 Em ambientes de planície de i-
nundação, crescem em depressões 
preenchidas por água de cheias. Durante a 
desidratação, superfícies cobertas por algas 
podem gretar-se e curvar-se. Cobertas por 
novas camadas de sedimentos podem ser 
preservadas. 
 
Estrutura almofadada. Veja estrutura em 
bolas e almofadas em pseudonódulo. 
 
Estrutura assimétrica de sobrecarga. Veja 
estrutura de sobrecarga alinhada em estrutura 
de sobrecarga. 
 
Estrutura biocinemática (biokinematic 
structure). São aquelas que surgem graças a 
operações biocinemáticas nas quais os vetores 
de deslocamento maiores ocorrem entre um 
organismo vivente e o depósito não mo-dificado 
vizinho à estrutura produzida. 
 Estruturas de bioturbação são 
exemplos. 
 
Estrutura biodeformacional. Veja estrutura de 
bioturbação. 
 
Estrutura biogênica (biogenic structure). Veja 
estrutura de bioturbação. 
 
Estrutura brechosa (break apart structures, 
brecciated structure, brecciation, slide-slump 
bedding). Ilustração. Caracteriza-se por 
fragmentos angulares aglomerados originados 
por desidratação (veja greta de contração), 
escorregamento (veja estrutura de 
escorregamento), por avalanche de materiais 
arenosos úmidos na face de barlavento de 
dunas eólicas, movimentos tectônicos, 
dissolução de camada salina, passagem de um 
fluido ou material semi-sólido sobre 
https://commons.wikimedia.org/File:Estromatólito_MN_02.jpg?uselang=pt.br
https://commons.wikimedia.org/File:Estromatólito_MN_02.jpg?uselang=pt.br
 
 
sedimentos, etc. Neste último caso, a camada 
pode sofrer ruptura parcial ou total. 
 
 
Estrutura brechosa. Arenitos eólicos da Formação Sanga 
do Cabral, Triássico, RS, BR. Referência: 5,0 cm de ∅. 
Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Os fragmentos podem ser levemente 
deslocados, sem sofrer rotação, sendo 
denominados blocos rompidos por tração (kea-
zoglyph, parting cast, pull apart, pull apart 
structures). Podem, ainda, ser deslocados, 
sofrendo rotação e até torção, então 
denominados de estruturas em bolas de neve, 
sobredobras de escorregamento ou bolas 
espiraladas por escorregamento. 
 Quando os fragmentos mostram-se 
arredondados podemos falar em estrutura 
conglomerática (mud-pelet conglomerate), 
recebendo os clastos arenosos a denominação 
de bolas de areia (sand balls). 
 Quando ocorre a dissolução de ca-
madas salinas ou outros materiais passíveis de 
dissolução, a estrutura é causada pelo colapso 
de leitos de sedimentos sobrejacentes, 
tornando possível, muitas vezes, restaurar 
mentalmente os fragmentos em suas posições 
originais, tal qual um quebra cabeça. Esta 
feição específica é denominada de estrutura 
brechosa de colapso (collapse breccias). Um 
tipo particular é a estrutura tepee (tepee, tepee 
structures) que se caracteriza por fragmentos 
de calcário em forma de ripas que se inclinam 
em ângulos íngremes com a horizontal, de 
modo que a estrutura lembra tendas indígenas 
(tepee) do sul dos USA. As ripas de calcário 
estão contidas em estratos que acompanham a 
direção dos planos de estra-tificação, 
separados, acima e abaixo, por estratos não 
perturbados. 
 A estrutura tepee, admite como 
explicação para sua gênese, as seguintes 
versões: 
 1. Uma camada litificada de calcário 
repousando sobre sedimentos inconsolida-dos 
se expande devido, provavelmente, à força de 
cristalização que produz anticlínios simples os 
quais podem rebentar na crista, o que faz com 
que as ripas, assim originadas, se inclinem em 
posições opostas à antiga crista fragmentada. 
 2. Podem ter se constituído a partir de 
gretas originadas por sobrecarga de camada 
consolidada sobre a inconsolidada. Este 
processo poderia ser auxiliado por repetidas 
expansões e contrações térmicas. 
 3. Expansão e contração térmica, 
desidratação e sobrecarga, onde como 
mecanismo predominante está a água 
ascendente devido à evaporação superficial e 
da capilaridade através de gretas de contração. 
A força de cristalização do calcário seria a 
responsável pelo soerguimento de ripas de 
material consolidado por vários centimetros. 
 Sua formação está, normalmente, 
condicionada a ambientes subaéreos de 
climas áridos (veja clima) e semi-áridos. 
 
Estrutura brechosa de colapso (collapse 
breccias). Veja em estrutura brechosa. 
 
Estrutura cárstica (fluting structure, karren 
Strucktur, lapiaz Strucktur). Ilustração. São 
estruturas morfologicamente organizadas, 
resultantes da dissolução de rochas solúveis, 
tais como calcários e sais. 
 
 
Lapiaz. Paisagem cárstica (lapiaz), Parque Natural da Sierra 
Grazalema, Cádiz, Espanha. Autor: Davidruiz91. 
Disponibilizado: 12.04.2015. Acesso: 24.06.2019. Fonte: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:LapicesdeDomFer
nando.jpg. 
 
 Associadas, não raro, encontramos as 
falsas estruturas cársticas (pseudokarren 
Strucktur), formadas sob certas condições 
durante o intemperismo de qualquer rocha 
como, por exemplo, a ação de tempestade de 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:LapicesdeDomFernando.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:LapicesdeDomFernando.jpg
 
 
areia em fortes ventanias. 
 Variam desde milímetros até muitos 
metros. 
 Podem ser divididas de acordo com 
sua dimensão em três categorias diferentes: 
 1. Estruturas cársticas de primeira 
ordem (first-order karren Strucktur): cerca de 1 
metro a 10 metros. 
 2. Estruturas cársticas de segunda 
ordem (second-order karren Strucktur): cerca 
de 10 cm a 1 metro. 
 3. Estruturas cársticas de terceira 
ordem (third-order karren Strucktur): cerca de 
1 cm a 10 cm. 
 As feições menores podem estar 
superpostas nas maiores. 
 
Estrutura cárstica cinzelada (cockling 
structure). São estruturas cársticas confinadas 
à exposição de superfícies de calcário calcítico 
ou dolomítico (calcário com dolomita) 
constantemente afetadas pelo espirramento de 
ondas de maré, de praia, chuva ou orvalho. 
 São equidimensionais a levemente 
alongadas, formando um padrão em que uma 
série de pequenas cavidades que lembram taça 
são interceptadas por bordos agudos ou, 
ocasionalmente, chatos, dando um aspecto 
amarrotado ou cinzelado. 
 Cavidades individuais raramente 
excedem 3 cm e, em seção, não possuem mais 
do que uns poucos milímetros. 
 
Estrutura cárstica de drenagem centrípeta 
(rundkarren Strucktur). Constituem estruturas 
cársticas que produzem um sistema de sulcos 
e cristas sobre pavimentos rochosos solúveis 
de pouca inclinação. Surgem em blocos se-
parados por juntas cársticas, iniciando um 
sulcamento nos bordos que avança até o centro 
dos blocos. 
 Os sulcos possuem de 10 cm a 20 cm 
de profundidade e largura, usualmente lisos. 
 O comprimento varia até acima de 3 
metros. 
 
Estrutura cárstica de primeira ordem (first-
order karren Strucktur). Veja em estrutura 
cárstica. 
 
Estrutura cárstica de segunda ordem (se-
cond-order karren Strucktur). Veja em estrutura 
cárstica. 
 
Estrutura cárstica de terceira ordem (third-
order karren Strucktur). Veja em estrutura 
cárstica. 
 
Estrutura cárstica em sulco e crista 
(rillenkarren Strucktur). Estruturas cársticas 
caracterizadas por grupos de cristas agudas 
separadas por sulcos de fundo arredondado, 
paralelas entre si, ocorrendo sobre superfícies 
de rochas solúveis inclinadas. 
 O espaçamento entre cada crista é de, 
geralmente, 1 cm a 5 cm. 
 Seguindo declive abaixo, surgem fi-
guras mais complexas, similares a leques ou 
sulcos de lavagem, ou ainda, desaparecem em 
uma superfície lisa. 
 Os sulcos mostram irregularidades ou 
carregam feições menores. 
 As cristas e sulcos normalmentepossuem 50 cm de comprimento e raramente 
alcançam alguns metros. 
 Quando o espaçamento entre as 
cristas é de 20 cm a 1 metro e possuem sulcos 
com até 15 metros de comprimento, podemos 
dizer estruturas cársticas em sulcos e cristas 
maiores (reinnenkarren Strucktur). 
 
Estrutura cárstica em sulco e crista maior 
(reinnenkarren Strucktur). Veja em estrutura 
cárstica em sulco e crista. 
 
Estrutura cárstica escalonada (trittkarren 
Strucktur). São estruturas cársticas 
desenvolvidas em forma de degraus em séries 
descendentes sobre a face mediana de 
superfícies rochosas inclinadas. 
 Os degraus seguem os contornos do 
declive e seus bordos são, geralmente, em 
forma de arco ou fortemente recortados. 
 Formas mais aprofundadas, 
lembrando cadeira com braços, são 
denominadas estruturas cársticas fortemente 
escalonadas (trichterkarren Strucktur), porém, 
raramente sua altura excede os limites de 1 cm 
até 10 cm. 
 
Estrutura cárstica fortemente escalonada 
(trichterkarren Strucktur). Veja em estrutura 
cárstica escalonada. 
 
Estrutura cárstica meandrante 
(maanderkarren Structur). São estruturas 
cársticas raras na forma de pequenos canais, 
melhor desenvolvidos em corredores longos e 
 
 
isolados que alcançam superfícies rochosas 
solúveis, de inclinação suave ou média. Tais 
canais meandrantes apresentam cerca de 10 
cm de largura e 30 cm de profundidade. 
 
Estrutura cárstica pendente. Veja estalactite. 
 
Estrutura cárstica plana (flachkarren 
Strucktur). Estruturas cársticas constituídas por 
blocos de rocha de topo chato, limitados em 
todos os lados, por fraturas aumentadas por 
dissolução. 
 Os blocos possuem a forma qua-
drada, retangular ou romboidal quando vistos 
em planta, dependendo do padrão de juntas 
encontradas no estrato. Suas dimensões 
podem variar desde decímetros até muitos me-
tros de comprimento. 
 
Estrutura cárstica pontiaguda (spitzkarren 
Strucktur). São estruturas cársticas caracte-
rizadas por blocos piramidais e ogivas 
apontando para cima, individualizados por 
juntas cársticas ou, às vezes, por depressões 
se-melhantes a bacia. Os pináculos raramente 
excedem dois metros desde a base, contudo, 
agrupados formam complexos muito maiores. 
 As estruturas glaciais penitentes 
(penitentes), formas ablativas do gelo, muito 
recordam estas estruturas cársticas. 
 
Estrutura cilíndrica (cylindrical structures, 
sandstones pipes). Feições cilíndricas verticais, 
internamente desestruturadas e geralmente 
ocorrentes em arenitos. Possuem poucos 
centímetros a vários decímetros de largura, 
podendo atingir alguns decímetros de altura. 
 Sua origem está, provavelmente, re-
lacionada com as colunas de ascensão de água 
(veja estrutura de escape de água, dique 
sedimentar e vulcão de areia). 
 
Estrutura colunar (collunar structure, strati-
culate). Feição em forma de coluna que, no 
plano de estratificação, mostra face oval ou 
poligonal originada por cortes transversais à 
feição. 
 Ocorrem em certos lamitos calcários 
ou calcários argilosos, estando sua origem, 
provavelmente, vinculada à desidratação. 
 
Estrutura com aleitamento irregular. Veja 
laminação irregular. 
 
Estrutura com aleitamento regular (regulary 
layered structures). Constituem-se de leitos 
alternados de sedimentos de granulação 
grossa e fina, predominantemente com limites 
abruptos de camadas, os quais estão 
constantemente ordenados de forma paralela 
ou lenticular. Estratificação ondulada, 
estratificação flaser, estratificação lenticular de 
pequeno porte e algumas formas de 
estratificação cruzada, pertencem a esta 
estrutura. 
 
Estrutura combinada. Veja camada 
gradacional. 
 
Estrutura com laminação convoluta. Veja 
laminação convoluta em estrutura convoluta. 
 
Estrutura com laminação paralela. Veja 
laminação paralela horizontal. 
 
Estrutura cone-em-cone (cone-in-cone, 
cone-in-cone structures). Ilustração. São re-
presentadas por cones de bases circulares que, 
em corte longitudinal, exibem-se como um 
empilhamento de cones encaixados. Os lados 
dos cones são usualmente sulcados ou 
costelados, apresentando algumas depressões 
anelares. 
 Tratam-se de estruturas comuns, que 
aparecem como leitos em alguns folhelhos ou 
nas bordas de concreções. 
 O leito de estruturas cone-em-cone 
pode mostrar os ápices dos cones apontando 
todos para cima ou para baixo. Já nas 
concreções, eles são dirigidos para baixo na 
superfície superior e para cima na superfície 
inferior. 
 Os leitos de cone-em-cone variam de 2 
cm a 15 cm de espessura sendo traçáveis em 
afloramento por um ou mais metros. 
 A composição mais comum é de calcita 
fibrosa, existindo exemplos de siderita e gesso. 
Ocorre também uma considerável percentagem 
de outros materiais, que, nos calcíticos, estão 
representados por argilas. 
 
 
 
 
Estrutura cone-em-cone. Borda de concreção calcária da 
Formação Teresina, Permiano, RS, BR. Referência: 2,0 cm 
de ∅. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Sua origem é amplamente discutida, 
porém, tudo indica que se formam graças a 
pressões desenvolvidas pelo crescimento dos 
próprios minerais que constituem os cones. 
Para alguns, contudo, surgem pelo peso das 
camadas superpostas, enquanto nas 
concreções devem-se à ação das pressões 
expansivas oriundas do crescimento daquela 
estrutura. 
 
Estrutura conglomerática (mud-pelet 
conglomerate). Veja em estrutura brechosa. 
 
Estrutura convoluta (convolute bedding, 
convolute folding, convolute stratification, 
convolute structure, crinkled bedding, curled 
bedding, curly bedding, gnarly bedding, 
intraformational folds, intra-stratal contortion, 
intrastratal flow structure, laminites II, sealing-
wax, sealing-wax flow, slip bedding). 
Ilustração. São estruturas de deformação 
penecontemporâneas intraestratais que 
mostram marcados dobramentos em lâminas 
que inicialmente eram unidades de 
sedimentação bem definidas. Desta forma, 
primariamente, poderiam ser laminação 
paralela horizontal, marcas de ondulações, etc., 
que se tornaram convolucionadas. Apesar de 
serem intensivamente dobradas, são 
notavelmente contínuas e a camada envolvida 
mantém uma espessura uniforme. 
 
 
Estrutura convoluta (porção médiana inferior da 
fotografia). Arenitos da Formação Rio do Rasto, Permo-
Triássico, RS, BR. Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
 As falhas penecontemporâneas estão 
ausentes. Os elementos básicos são séries de 
dobras antiformes separadas por amplas 
sinformes. As antiformes podem ser agudas, 
achatadas no topo, simétricas ou isoclinais. 
 A magnitude do distúrbio é constante 
na camada afetada o que a torna contrastante 
com as outras camadas do afloramento. A 
convolução aumenta para cima podendo ser 
truncada no topo e até mesmo ser transformada 
gradualmente em laminação paralela não 
perturbada. A deformação se mostra acentuada 
em duas seções perpendiculares verticais. Esta 
estrutura caracteriza a laminação convoluta 
(convoluted laminae, convoluted lamination, 
convolute laminated structures, convolute 
lamination). 
 A laminação convoluta em cúspide 
(cusp structure) consiste em dobras antiformes 
isoladas, as quais não estão sobrepostas por 
laminações paralelas. Em planta mostram uma 
forma elipsoidal ou circular. 
 A laminação corrugada (corrugated 
lamination), em seção perpendicular ao 
acamadamento, mostra uma laminação intrin-
cada e irregularmente contorcida, sem nenhum 
padrão de antiformes e sinformes (ilustração). 
 
 
 
 
Laminação corrugada. Estrutura associada a falha. 
Formação Palermo, Permiano, RS, BR. Referência: 2,0 cm 
de ∅. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Podem ser ainda classificadas, com 
base no tempo de deposição e deformação, 
em: 
 1. Laminação convoluta 
pós-deposicional. 
 2. Laminação convoluta meta 
deposicional. 
 3. Laminação convoluta 
sindeposicional. 
 A origem da estrutura é explicada por 
mecanismos ainda não muito claramente 
definidos, como, por exemplo, (a) 
desenvolvimento de redemoinhos que se 
movimentam em células de turbulênciana 
superfície da água, (b) deformações de marcas 
de ondulações, graças à passagem da 
corrente, causando sucção vertical nas cristas 
e pressão nas calhas, (c) efeito da expulsão 
vertical de gás causado pelo súbito impacto de 
sobrecarga, etc. 
 Tudo indica, entretanto, que a 
liquefação seja o fator originante. Ela irá ocorrer 
por compactação dos sedimentos com a 
expulsão de água ou ainda, devido a ondas 
sísmicas ou outros choques. 
 Um caso particular de estrutura 
convoluta é a laminação convoluta cavalgante 
(convolutions drift, ripple-load convolution) que 
é produzida por ação de marcas de ondulações 
empilhadas em que um afundamento 
progressivo das ondulações suprajacentes 
causa aumento da deformação no substrato 
laminado. No início, apenas suaves antiformes 
e sinformes aparecem e estas são 
sequencialmente substituídas por mais e mais 
intensos dobramentos. 
 Por vezes as lâminas convolucionadas 
apresentam os eixos das antiformes rompidos. 
Esta feição, denominada de estrutura de 
rompimento (point-up structures, ruptured 
structures), surge graças à rápida expulsão da 
água em locais onde se encontrava 
concentrada ao longo de linhas de fraqueza, 
como, por exemplo, uma leve quebra na lami-
nação, a qual subsequentemente rompe as 
lâminas sobrepostas. Tal feição pode também 
aparecer nas laminações corrugadas onde 
afeta uma considerável espessura da camada. 
 Veja também estrutura de escape de 
água. 
 
Estrutura convoluta deitada (prolapsed 
bedding). Trata-se de estrutura convoluta cujas 
dobras possuem planos axiais 
aproximadamente horizontalizados. 
 
Estrutura convoluta por marca de 
ondulação empilhada. Veja laminação 
convoluta cavalgante em estrutura convoluta. 
 
Estrutura cruzada hummocky. Veja em 
estratificação cruzada por ondas. 
 
Estrutura de alimentação (fedding burrows, 
fedding structures, feeding traces, feeding 
trails, fodinichnia, hatching, internal 
lebensspuren). Ilustração. São estruturas de 
bioturbação caracterizadas por buracos de 
escavação e feições relacionadas, produzidas 
por organismos enquanto se movem através 
dos sedimentos à procura de alimentos. 
 
 
Estrutura de alimentação (molde). Flavellichnus nowatzkii 
Neto. Arenitos da Formação Rio do Rasto, Permo-Triássico, 
RS, BR. O animal provavelmente vivia em um buraco de 
onde projeta apêndices para raspar o subtrato e se 
alimentar. Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
 Tais estruturas são geralmente 
originadas por animais comedores de 
 
 
sedimentos, podendo adquirir um padrão 
simples a complexo. 
 Veja também estrutura de escavação. 
 
Estrutura de arrasto de lâmina frontal (sand 
drag structures). Veja em estrutura de 
avalanche. 
 
Estrutura de auto-injeção (auto-injection 
structures). Estruturas muito rasas, 
representadas por uma aparente estratificação 
cruzada que tem origem na introdução de 
materiais mais grossos em laminação fina 
plano-paralela. 
 Resultam, provavelmente, de 
liquefação subsequente a choques sísmicos. 
 O limite das camadas é perceptível por 
se tratarem de bandas claras e escuras de 
espessura milimétrica. Muitas vezes a 
homogeneização das camadas, devido à 
liquefação, faz desaparecer as estruturas. 
 
Estrutura de avalanche (avalanche 
structures, fade-out laminae). Tratam-se de 
estruturas de deformação que surgem nas 
faces de barlavento de dunas, basicamente 
eólicas. 
 Os tipos mais comuns são: 
 1. Plano de desbaste (shear planes). 
São feições que podem coincidir com as 
superfícies deposicionais originais, porém, a 
maioria delas trunca os estratos subjacentes 
por desbaste. Como o corte é acompanhado 
por movimentos de massas arenosas, dá 
origem a maioria das dobras 
penecontemporâneas, falhas 
penecontemporâneas, estruturas brechosas e 
outras expressões de deformação. 
 2. Lâminas obliteradas (fade-out 
laminae). Dentro da camada principal ou de 
lençóis de areia que formam as dunas, as 
lâminas estão pouco ou nada perturbadas. É 
comum, contudo, que entre tais massas 
arenosas existam leitos mais finos ou cunhas 
dentro das quais as lâminas foram 
grandemente obliteradas, provavelmente por 
fluxo de grãos. A obliteração quando vista em 
corte, mostra parte das lâminas anteriormente 
existentes, truncadas por erosão. O local de 
desbaste, em forma de colher, é preenchido, 
provavelmente, pelos próprios agentes 
erosivos: as línguas arenosas de avalanche. 
 3. Línguas arenosas de avalanche. 
 4. Estrutura brechosa. 
 5. Estrutura de arrasto de lâminas 
frontais (sand drag structures). Apresenta-se 
sob duas formas distintas. A primeira delas é 
gerada pelo movimento de massas de areias 
sobre uma sequência de camadas frontais 
arrastando os topos das lâminas subjacentes. A 
massa de avalanche usualmente desbasta o 
topo da superfície da dobra de arrasto (veja em 
transporte) durante o processo. Quando a 
sequência de camadas frontais apresentar 
mergulho na mesma direção do desbaste, 
teremos uma estrutura de arrasto de lâminas 
frontais recumbentes. 
 Na segunda, as sequências de ca-
madas frontais são cobertas por massa 
arenosa que se move em direção contrária a do 
mergulho original das camadas subjacentes. 
Como resultado deste desbaste surgem 
pequenos monoclinais irregulares devido ao 
arrasto do topo das camadas. São 
denominados de estrutura de arrasto de 
lâminas frontais com monoclinais irregulares. 
 6. Lâminas comprimidas (stretched 
laminae). São lâminas que por ação de uma 
carga de avalanche sofrem redução de 
espessura no ponto de compreensão, 
guardando a espessura original nas regiões 
acima e abaixo da zona comprimida. 
 7. Arqueamentos (warps). Tratam-se 
de dobras suaves desenvolvidas nas lâminas 
frontais (veja em marca de ondulação) dos 
depósitos dunares eólicos. 
 
Estrutura de bioerosão. Veja estrutura de 
bioperfuração. 
 
Estrutura de bioperfuração (bioerosional 
structures, root-borings). São estruturas de 
moradia feitas por organismos em rochas 
duras, sedimentares ou não. São produzidas, 
provavelmente, em lugares onde a superfície 
rochosa esteve exposta à atividade animal 
durante um certo espaço de tempo, após o qual 
foi coberto por sedimentos mais recentes. Os 
buracos podem ser verticalizados ou não e, 
ocasionalmente, o organismo perfurante pode 
ser preservado com a estrutura. 
 Os organismos envolvidos na origem 
de tais estruturas são, normalmente, moluscos 
e vermes, podendo ser incluídos até mesmo 
raízes de plantas (veja pedotúbulo). As 
mesmas estruturas em dimensão microscópica 
ou próxima, são atribuídas à atividade de 
fungos, algas e esponjas. 
 
 
 
Estrutura de bioturbação (biodeformational 
structures, biogenic sedimentary structures, 
biogenic structures, bioturbation, bioturbation 
structures, borings, lebensspuren, organic 
structure, worm traces). Constituem estruturas 
produzidas pela atividade de animais viventes 
dentro da camada ou sobre a superfície da 
mesma, estando incluídas petrificações de 
parte, de todo o tecido ou do esqueleto do 
organismo, sendo estes restos o objeto da 
taxonomia paleontológica. 
 O grau de bioturbação depende da 
taxa local de sedimentação, diversidade e 
densidade populacional dos organismos ali 
ocorrentes. A bioturbação é mais comum em 
ambientes marinhos rasos onde a taxa de 
sedimentação é relativamente baixa e onde a 
água é bem oxigenada e rica em nutrientes, 
suportando abundante fauna. 
 Estas estruturas podem destruir ou 
perturbar as estruturas primárias produzidas 
inorganicamente. 
 A atividade de animais bentônicos 
sobre os sedimentos, quando grande o 
suficiente para serem reconhecidas e 
registradas, denomina-se lebensspuren (traço 
de vida). 
 Estas estruturas podem ser divididas 
em dois grandes grupos: 
 1. Fossitextura deformativa (veja 
estrutura de bioturbação deformativa). 
 2. Fossitextura figurativa (veja estrutura 
de bioturbação figurativa). 
 A classificação dos graus de 
bioturbação, seguindo o percentual da área em 
um perfil vertical no qual a estratificação 
primária tenha sidodestruída por organismos 
que deixaram seu registro é, segundo Reineck 
e Singh 1980: 
 
Grau 
% 
Bioturbação 
Classificação 
0 0 Sem perturbação 
1 1 a 5 Traços esporádicos 
2 5 a 30 Bioturbação fraca 
3 30 a 60 Bioturbação média 
4 60 a 90 Bioturbação forte 
5 90 a 99 Bioturbação muito forte 
6 100 Completamente bioturbado 
 
 Baseado em fatores ecológicos, 
podemos distinguir 5 grupos de lebensspuren, 
de acordo com Seilacher, 1953: 
 1. Traços de repouso. 
 2. Traços de rastejamento. 
 3. Traços de pastagem. 
 4. Estruturas de alimentação. 
 5. Estruturas de moradia. 
 De acordo com a classificação 
estratonômica e tendo por base o meio principal 
de moldagem, os lebensspuren podem ser: 
 1. Epichnia. 
 2. Endichnia. 
 3. Hypichnia. 
 4. Exichnia. 
 
Estrutura de bioturbação deformativa 
(churned bedding, churned stratification, 
deformative bioturbation structures, 
deformative structures). Ilustração. São 
estruturas de bioturbação sem qualquer forma 
definida, tais como estruturas mosqueadas ou 
manchas de diferentes cores, granulometria, 
etc. 
 Em testemunhos a estrutura pode ser 
confundida com estruturas de escorregamento, 
mas um exame cuidadoso mostrará a ausência 
de dobramentos, e a aparência mosqueada ou 
misturada contendo visíveis perfurações. 
 São estruturas comuns e mais 
claramente observáveis em testemunhos 
laminados do que em afloramentos. 
 
 
Estrutura de bioturbação deformativa. Testemunho de 
sondagem com camada bioturbada limitada por 
conglomerado na base e laminação cruzada no topo. Escala 
em centímetros. Testemunho cedido pela CPRM. Formação 
Palermo, Permiano, RS, BR. Créditos: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
 
 
Estrutura de bioturbação em cordame (ropy 
structures). Estrutura de bioturbação que 
constitui um conjunto de moldes de cavidades 
criadas por animais hemi-sésseis, 
provavelmente, que assume o aspecto de um 
amontoado de cordas complexas, comumente 
compostas. 
 Sua origem está associada à estrutura 
de alimentação. 
 
Estrutura de bioturbação figurativa 
(figurative bioturbation structures, figurative 
structures). Ilustração. São estruturas de biotur-
bação que possuem formas e tamanhos 
definíveis e reconhecíveis, tais como estruturas 
de escavação, traços e pistas. São melhor 
estudadas em afloramentos onde sua extensão 
lateral e diversidade podem ser e-xaminadas. 
 
 
Estrutura de bioturbação figurativa. Estratos e lâminas 
bioturbadas em arenitos da Formação Sanga do Cabral, 
Triássico, RS, BR. Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
Estrutura de carga. Veja estrutura de 
sobrecarga. 
 
Estrutura de chama. Veja estrutura em chama. 
 
Estrutura de colapso (collapse feactures). 
Veja em falha penecontemporânea. 
 
Estrutura de compactação (compaction 
structures). As estruturas de compactação são 
originadas durante o processo diage-nético e 
resultam da compactação diferencial (veja em 
compactação), podendo desenvolver dobras 
penecontemporâneas, falhas 
penecontemporâneas e estruturas de 
sobrecarga. 
 
Estrutura de corrente (current structure). 
Quaisquer estruturas que tenham sua origem 
determinada por ação de correntes. Exemplos: 
marca de desbaste, lineação por corrente, 
marca de saltação, marca de roçadura, etc. 
 
Estrutura de corrente alinhada. Veja 
estruturas direcionais em estrutura sedimentar. 
 
Estrutura de corte e preenchimento 
(channel, channel cast, channel fill, cut-and-fill, 
cut-out, erosion channels, gouge channel, 
gutter cast, gutter mold, obstacle mark, ripple 
scour, runnel cast, scour-and-fill, scour hole, 
wash-out). Ilustração. São estruturas que 
lembram pequenos buracos assimétricos, 
geralmente produzidas em fundo de canal, com 
eixos longos correndo paralelos à direção da 
corrente. Posteriormente tais cavidades são 
preenchidas por materiais clásticos. 
 Surgem graças à atuação erosiva da 
própria corrente ou por formação de rede-
moinhos em torno de obstáculos. 
 Diferem dos canais pelo fato de o eixo 
longitudinal não representar dimensão muitas 
vezes maior que a largura. 
 O preenchimento das cavidades pode 
desenvolver estratificação cruzada inclinada 
convexa. 
 
 
Estrutura de corte e preenchimento. Amostra de arenitos 
do Grupo Bom Jardim, Proterozoico, RS, BR. Referência: 
2,0 cm de ∅. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Estrutura de deformação 
penecontemporânea (contemporaneous 
deformation, disturbed stratification, 
metasedimentary structures, 
penecontemporaneous deformation 
structures). São estruturas perturbadas, 
deformadas ou distorcidas, produzidas por 
processos inorgânicos. Estas estruturas se 
originam ao mesmo tempo ou muito pouco 
 
 
tempo depois da deposição do material, sempre 
antes da consolidação dos sedimentos. 
Geralmente, são estruturas de caráter local e 
confinadas a uma única camada. 
 As variações vão desde leves 
perturbações até complicados 
amarrotamentos, falhamentos e 
transformações estratais. A deformação é 
controlada pela espécie de sedimentos. 
 Deformações penecontemporâneas 
resultam de variados processos, entre eles, (a) 
escorregamento e deslizamento por influência 
gravitacional, (b) sobrecarga diferencial entre 
sedimentos ou entre sedimentos e gelo, (c) 
passagem de um fluido ou material semi-sólido 
sobre sedimentos inconsolidados, (d) escape 
de água ou gás, etc. 
 Podem ser: estruturas de sobrecarga, 
pseudonódulos, estrutura convoluta, estrutura 
em forma de pires, estruturas de 
escorregamento e estruturas de escape de 
água. 
 
Estrutura de desbaste. Veja marca de 
desbaste. 
 
Estrutura de desbaste em crescente 
(crescent cast, crescent marks, crescent 
scour, crescentic scour mark, current crescent, 
horse-shoe flute cast, obstacle mark, obstacle 
scours, wash-over crescent). Ilustração. 
Marcas de desbaste em forma de ferradura com 
o lado côncavo dirigido corrente abaixo. 
 
 
Estrutura de desbaste em crescente. Areias em ambiente 
litorâneo marinho. Quaternário, RS, BR. A seta indica a 
direção do fluxo. Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
 Originam-se por ação da erosão 
graças à deflação do fluxo a frente, dos lados 
ou mesmo atrás de obstáculos (seixos, 
conchas, etc.). Normalmente, contudo, atrás do 
objeto ocorre deposição de sedimentos 
longitudinalmente dispostos à corrente, sendo 
tal deposição reconhecida como sombra de 
areia. 
 Às vezes o obstáculo é levado pelo 
fluxo, podendo deixar o registro de sua e-
xistência. 
 Tais estruturas podem ser produzidas 
sem a presença de obstáculos, graças às 
irregularidades do fundo que possui partes mais 
e menos resistentes. 
 A erosão pode não ocorrer atrás do 
objeto que atua como protetor, gerando desta 
maneira, uma sombra de areia não 
deposicional. 
 Veja também turboglifo. 
 
Estrutura de desbaste longitudinal 
(longitudinal obstacle scour). Veja em 
turboglifo. 
 
Estrutura de descolamento. Veja 
acamamento contorcido. 
 
Estrutura de deslizamento (sliding structure). 
São estruturas com grande amplitude lateral em 
contraposição às estruturas de escorregamento 
que são localmente restritas. 
 Veja também movimento de massa. 
 
Estrutura de dessecamento. Veja greta de 
contração. 
 
Estrutura de dissipação. Ilustração. 
Consistem de estruturas irregulares de 
ondulações marcadas por películas de lama 
que ressaltam a estratificação, falhas ou 
fraturas. 
 Duas são as origens possíveis: 
 1. O material arenoso com argila 
coloidal é depositado em corridas de areia por 
fluxos densos. Quando o fluxo para o material 
coloidal ascende por tensão superficial, 
recobrindo a areia como uma “nata argilosa”. 
 2. A estrutura também poderá ser 
produzida pela percolação e deposição de 
coloides, como atividade secundária, quando a 
sedimentação ocorrer em descontinuidades 
estruturais como falhas, fraturas e planos de 
estratificação. 
 O empilhamento de camadas é 
marcado por tais estruturas. 
 É importante lembrar que o processo 
 
 
de percolação tende a reforçar e espessar as 
películas de argila primárias.Estrutura de dissipação em duna eólica litorânea marinha. 
Quaternário, RS, BR. Referência: 30 cm de comprimento. 
Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Estrutura de escape. Veja traço de escape 
protrusivo e traço de escape retrusivo em 
estrutura de escavação. 
 
Estrutura de escape de água (water-escape 
structure). Termo aplicado para incluir várias 
estruturas de deformações 
penecontemporâneas e estruturas de 
escorregamento originadas pelo escape da 
água. 
 São estruturas pós-deposicionais 
formadas pelos sedimentos soltos, como 
resultado do escape de água contida nos poros, 
causando um rearranjo dos grãos. Este 
fenômeno gera deformações nas laminas 
existentes ou até mesmo o surgimento de 
novas estruturas. 
 O processo de escape de água pode 
ser originados por infiltração, liquefação ou 
fluidização. 
 Podemos reconhecer ainda quatro 
variedades geométricas gerais de estruturas de 
escape de água: 
 1. Estrutura de escape de água com 
lâminas rearranjadas 
 2. Estrutura de escape de água 
intrusiva 
 3. Estrutura de escape de água 
dobrada. 
 4. Estrutura de escape de água 
consolidada. 
 Em geral, tais estruturas são 
abundantemente formadas em areias médias a 
finas com alta porosidade, depositadas rapi-
damente. 
 A gênese destas estruturas é 
controlada pelo tamanho dos dos sedimentos, 
resistência à compactação, instabilidade, 
hidrodinâmica e permeabilidade. 
 
Estrutura de escape de água com lâmina 
rearranjada (soft sediment mixing bodies). 
Constitui estrutura de escape de água em que 
ocorre uma reorganização interna das camadas 
durante processos de liquefação e fluidização. 
 A perturbação não se estende signi-
ficativamente para os sedimentos adjacentes. 
 Tais feições se manifestam como 
camadas hidroplásticas agitadas, camadas 
liquefeitas, camadas e colunas fluidificadas. 
 Ainda neste grupo podemos encontrar 
estrutura convoluta, estratificação cruzada 
convoluta, estrutura em pilar e clasto vertical 
(veja em clasto pingado e em involução). 
 Veja também dobra recumbente 
intraformacional. 
 
Estrutura de escape de água consolidada 
(consolidation). São estruturas de escape de 
água que incluem exclusivamente a laminação 
nova formada como resultado do escape de 
água a partir dos poros. As estruturas em forma 
de pires são produzidas desta maneira. 
 
Estrutura de escape de água dobrada (soft 
sediment folds). Ilustração. São estruturas de 
escape de água que incluem laminação 
deformada em sedimentos associadas à 
sobrecarga diferencial, movimento declive 
abaixo, correntes de arrasto, etc. 
 Estrutura convoluta e estratificação 
cruzada convoluta podem ser incluídas neste 
grupo. 
 Veja também dobra recumbente 
intraformacional. 
 
Estrutura de escape de água dobrada. Arenitos eólicos da 
Formação Rio do Rasto, Permo-Triássico, RS, BR. Créditos: 
Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 
 
Estrutura de escape de água intrusiva (soft 
sediment intrusions). Ilustração. Estruturas 
formadas quando sedimentos hidroplásticos, 
liquefeitos ou fluidificados são mobilizados e 
introduzidos em camadas adjacentes. 
 
 
Estrutura de escape de água intrusiva. Arenitos do Grupo 
Guaritas, Proterozoico, RS, BR. Referência: cabeça do 
martelo com 13 cm de comprimento. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
 Compreendem, normalmente, os 
diques sedimentares e os sills sedimentares. 
 Podem ser concordantes, quando a 
intrusão é hidroplástica, tipicamente 
discordante quando a intrusão é fluidificada e, 
concordante ou discordante, quando a intrusão 
é liquefeita. 
 
Estrutura de escavação (burrows, burrow 
trace, hatching). Ilustração. São estruturas de 
moradia feitas por organismos em sedimentos 
soltos. 
 Podem assumir diferentes formas: 
retos, em “U”, com uma abertura ou aberta em 
ambas as extremidades, ramificadas, 
meandrantes, etc. 
 Distingue-se, nas estruturas, um 
núcleo que representa a escavação feita pelo 
animal e um halo que representa a área, em 
torno do núcleo, onde a estratificação é 
perturbada dando origem a leitos interrompidos 
e arrastados para cima ou para baixo, 
independente do sentido de movimento do 
orga-nismo. 
 
 
Estrutura de escavação. Arenitos intercalados a finos 
leitos de pelitos com icnofósseis. À direita da referência duas 
grandes escavações, uma delas em forma de “U”. 
Formação Rio Bonito, Permiano, RS, BR. Referência: 2,0 
cm de ∅. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Os padrões complicados de 
distribuição são, normalmente, estruturas de 
alimentação. 
 As paredes internas das estruturas 
podem ser revestidas por secreções e 
excreções do animal ou por agregação de 
sedimentos invasores. Estes revestimentos 
conferem uma estrutura mais estável ou 
mantém a limpeza da moradia, que também 
pode ser feita pela expulsão dos sedimentos 
e/ou matérias excretadas .Alguns animais, no 
entanto, preferem realizar nova escavação ao 
invés de manter a limpeza ou a desobstrução 
da estrutura em que vivem. 
 Em locais onde a sedimentação é 
excessiva, os organismos são compelidos a 
fugir do soterramento migrando para níveis 
mais altos e mais próximos da superfície, 
produzindo, desta forma, os chamados traços 
de escape protrusivos (fugichnia, protrusive 
spreiten, spreite). Às vezes, contudo, os 
organismos adentram mais os sedimentos em 
resposta à erosão, quando então se 
denominam traços de escape retrusivos 
(fugichnia, retrusive spreiten, spreite). 
 Os traços de escape (escape 
structures, escape traces) diferem das 
estruturas de escavação normais por serem 
mais retos, sem ramificações e sempre 
verticais, não possuem reforços de secreções 
nem revestimento. Ao longo dos traços de 
escape, os leitos são invariavelmente curvados 
para baixo, em contraposição ao movimento do 
a-nimal. Em alguns casos, também 
encontramos traços de forma helicoidal e 
vertical. 
 As estruturas de escavação são, 
normalmente, produzidas por vermes, 
 
 
moluscos, equinodermas, etc., por atividade 
bioturbadora, sendo frequentemente formas 
estáveis graças à cimentação das partículas 
feita por secreção viscosa, matéria fecal, lama 
ou por simples pressão de partículas contra as 
paredes da estrutura. 
 Veja também estrutura tubular. 
 
Estrutura de escorregamento 
(metasedimentary structures, sheet slumps, 
slump bedding, slump structure, slurry-slump 
bedding). São estruturas caracterizadas por 
todas as variações possíveis de dobramentos 
ou falhas penecontemporâneas que podem 
determinar um aspecto brechoide nos 
sedimentos originalmente planos. 
Distinguem-se da estrutura convoluta, pelo fato 
de serem descontínuas. 
 Desenvolvem-se em planos inclinados 
devido à gravidade, a deslocamentos de 
massas de gelo sobre sedimentos ou à fusão 
de gelo englobado por sedimentos. 
 Tais processos originam: 
 1. Acamadamento contorcido. 
 2. Falha penecontemporânea. 
 3. Gravifossa. 
 4. Dobra penecontemporânea. 
 5. Estrutura brechosa. 
 6. Blocos rompidos por tração (veja em 
estrutura brechosa). 
 7. Sobredobra de escorregamento. 
 8. Lençol de escorregamento. 
 Muitas vezes, o padrão dobrado e 
falhado está contido abaixo de leitos planos. 
Isto se deve à erosão parcial das estruturas de 
escorregamento e posterior deposição de 
sedimentos. 
 Quando a estrutura de 
escorregamento tem origem glacial pode 
também ser denominada crioturbação 
(cryoturbation) ou enquadrada como estrutura 
periglacial. 
 São estruturas de deformação 
penecontemporâneos. 
 Veja estrutura de deslizamento e 
também movimento de massa. 
 
Estrutura de fluxo intra-estratal. Veja 
estrutura convoluta. 
 
Estrutura de injeção (injections structures). 
Trata-se de feição gerada pelo envolvimento de 
sedimentos hidroplásticos em camadas 
sobrepostas. Esta injeção pode ser promovida 
por escorregamento ou por sobrecarga de 
sedimentos. 
 Veja dique sedimentar e estrutura em 
chama. 
 
Estrutura de moradia (domichnia, dwelling 
burrows, dwelling structures, dwelling traces, 
residence structures, shelter structure). São 
estruturas de bioturbação caracterizadas por 
buracos e outrasfeições que servem, 
essencialmente, de moradia aos organismos 
produtores, contudo, podem se prestar também 
como locais de alimentação. 
 Podem ser estruturas de bioperfuração 
ou de escavação. 
 
Estrutura de paleocorrente. Veja estruturas 
direcionais em estrutura sedimentar. 
 
Estrutura de recalque. Veja estrutura de 
sobrecarga. 
 
Estrutura de rompimento (point-up 
structures, ruptured structures). Veja em 
estrutura convoluta. 
 
Estrutura de ruptura. Veja intraclasto. 
 
Estrutura de sobrecarga (flow cast, flow 
structure, founder and load structures, load 
cast, load-flow structures, load mold, load 
pocket, load pouches, load structures, 
multidirectional flowage cast, sag structure, 
teggoglyph). Ilustração. Estrutura de defor-
mação penecontemporânea geralmente 
reconhecida como marca de sola, preservada 
na parte inferior de um leito arenoso que cobre 
outro lamoso. Tem a aparência, na superfície, 
de protuberâncias que podem ser levemente 
marcadas ou bastante irregulares. 
 
 
Estrutura de sobrecarga. O leito superior, mais claro, é 
arenito médio a grosso e o inferior, mais escuro, pelitos (veja 
em Rocha Sedimentar Clástica). Na interface entre eles 
 
 
ocorrem deformações por sobrecarga. Grupo Guaritas, 
Proterozoico, RS, BR. Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: 
Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Distinguem-se dos turboglifos pela sua 
grande irregularidade e normalmente não 
indicam a direção da corrente. 
 Por norma, é o resultado da deposição 
de areia sobre um leito lamoso hidroplástico, 
também podendo ocorrer dentro de unidades 
de arenito. A carga diferencial entre camadas é 
ajustada por movimentos verticais ocasionando 
o afundamento do leito de areia na forma de 
lobos ou empurrando o leito lamoso, para cima, 
como línguas, sendo a estrutura então 
denominada estrutura em chama. 
 Também pode ser produzida em 
consequência de deposição diferencial, como 
no caso das marcas de ondulações, quando as 
cristas tendem a mergulhar no leito lamoso, 
sendo, no caso, denominadas de marcas de 
ondulações empilhadas. 
 Surge, ainda, por movimentos laterais, 
como, por exemplo, quando ocorre o 
preenchimento de marcas de desbaste. 
 Quando originada por corrente 
associada à densidade diferencial entre o leito 
arenoso e o lamoso é designada estrutura de 
sobrecarga alinhada (load cast lineation, 
longitudinal flowage cast, longitudinal flowage 
marks). 
 Podem se apresentar como estrutura 
de sobrecarga dendrisseptada, estrutura de 
sobrecarga escamiforme, estrutura de 
sobrecarga nodulosa e estrutura de sobrecarga 
sísmica. 
 Veja também dobramento de 
sobrecarga e pseudonódulo. 
 
Estrutura de sobrecarga alinhada (load cast 
lineation, longitudinal flowage cast, longitudinal 
flowage marks). Veja em estrutura de 
sobrecarga. 
 
Estrutura de sobrecarga dendrisseptada 
(syndromous load cast). Estrutura de sobre-
carga de forma alongada e suave relevo, li-
mitada por sulcos agudos de padrão dendrítico 
que possuem confluência no sentido da 
corrente. 
 
Estrutura de sobrecarga escamiforme 
(squamiform-cast, squamiform load cast). 
Estrutura de sobrecarga com forma lobulada e 
superposta no sentido do fluxo, porém com a 
região mais pronunciada apontando em sentido 
contrário à corrente. 
 
Estrutura de sobrecarga nodulosa (torose 
load cast). Estrutura de sobrecarga alongada 
com constrições e dilatações periódicas que 
determinam um aspecto noduloso. 
 Seus extremos bulbosos e mais 
profundos apontam o sentido da corrente. 
 
Estrutura de sobrecarga sísmica (quake 
sheet). Estrutura de sobrecarga originada por 
choque sísmico. 
 Nesta estrutura não são observados 
deslocamentos horizontais. É possível estrutura 
transicional entre estas e estruturas de 
sobrecarga alinhadas (veja em estrutura de 
sobrecarga). 
 Veja também pseudonódulo. 
 
Estrutura de vetor. Veja estruturas direcio-nais 
em estrutura sedimentar. 
 
Estrutura devida à pegada de animal 
ungulado (hoof-print structures). As marcas 
deixadas por animais em sedimentos recentes 
podem mostrar perturbações nas estruturas 
originais. Geralmente caracteriza-se por um 
dobramento sinclinal seguido por depressão 
central. O preenchimento posterior poderá 
manter o registro. 
 
Estrutura diagenética (chemical structures, 
diagenetic structures, post depositional 
structures, secondary structures). Consti-tuem 
estruturas em que os principais processos 
geradores são a solução, a deposição (veja 
sedimentação) e a substituição. A solução pode 
atuar conjuntamente com a pressão originando 
estruturas tais como estilolito e estrutura 
cone-em-cone. A deposição de material dentro 
de um sedimento, através de pressão 
confinante nos casos de porosida-de, pode 
originar mosqueamento (veja estrutura 
mosqueada), expressado por mudanças na cor, 
ou por mudanças na orientação cristalográfica 
do mineral precipitado, ou pode dar lugar a 
concentrações bem definidas, anédricas ou 
euédricas, de minerais particulares. Estas 
concentrações podem empurrar os sedimentos 
hospedeiros ou podem impregná-los e/ou 
incluí-los. A substituição pode copiar estruturas 
pré-existentes ou originar novas estruturas 
 
 
irregulares. 
 Surgem após a deposição do 
sedimento por ação de forças mecânicas (veja 
estrutura mecânica secundária) ou não, antes 
da litificação. 
 
Estrutura direcional (aligned current 
structures, direcional structures, paleocurrent 
structures, vector structures). Veja em 
estrutura sedimentar. 
 
Estrutura em bola. Veja pseudonódulo. 
 
Estrutura em bola de neve. Veja 
pseudonódulo e também estrutura brechosa. 
 
Estrutura em bola e almofada (ball-and-pillow 
structure). Ilustração. Veja em pseudonódulo. 
 
 
Estrutura em bola e almofada. Arenitos intercalados a 
pelitos (veja em Rocha Sedimentar Clástica). Grupo 
Guaritas, Proterozoico, RS, BR. Referência: 30 cm de 
comprimento. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Estrutura em chama (anti-crests, antidunes, 
flame structures, flow cast, flowage cast, load 
wave, pull over structure, streaked-out lutite 
ripples, streaked-out ripples). Ilustração. 
Estrutura de deformação penecontemporânea, 
do tipo estrutura de sobrecarga que se 
apresenta como pequena língua lamosa 
pontiaguda e curvada, intrometida em um leito 
geralmente arenoso sobrejacente. 
 É melhor reconhecida quando em 
seção perpendicular ao plano de estratificação. 
 Devido à carga desigual, na interface 
areia-lama, e ainda à liquefação, o leito lamoso 
move-se para cima intrudindo-se no leito 
superior. 
 Também pode surgir associada com 
sulcos e cristas longitudinais lavrados por 
corrente em seções perpendiculares aos sulcos 
onde se vê a crista de lama penetrando a 
camada superior. 
 
 
Estrutura em chama Interface areia-lama à direita da 
referência (seta). Grupo Bom Jardim, Proterozoico, RS, BR. 
Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
 A deformação associada a uma 
corrente origina também as marcas 
transversais de fluxo (transversal flowage cast, 
transversal flowage marks) que se apresentam 
como ondulações paralelas retorcidas, as 
quais, em seção, mostram as estruturas em 
chama. 
 A estrutura indica a direção da 
paleocorrente. 
 
Estrutura em chevrão. Veja em marca de 
ondulação simétrica por onda. Ilustração. 
 
 
Estrutura em chevrão. Arenitos com marcas de 
ondulações (lâminas mais claras) intercaladas com 
laminações argilosas da Formação Palermo, Permiano, RS, 
BR. A elipse marca a estrutura em chevrão. Testemunho de 
sondagem cedido pela CPRM. Créditos: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
Estrutura em constrição (pinch and swell). 
Veja em dobra penecontemporânea. 
 
Estrutura em costela e sulco (arcuate bands, 
micro-cross lamination, rib-and-furrow, rib-
and-furrow structure). Ilustração. Pequenas 
marcas transversas arqueadas que ocorrem 
em grupos separados por longas e estreitas 
estrias paralelas entre si e à direção da 
corrente. Nas marcas transversas arqueadas, o 
lado convexo aponta corrente acima e a 
1 cm 
 
 
bissetriz é paralela à direçãodo fluxo. Em 
planta, têm o aspecto de estratificação cruzada. 
 
 
Estrutura em costela e sulco. Depósitos arenosos de 
interdunas litorâneo marinho. Quaternário, RS, BR. A seta 
demarca a direção da paleocorrente. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
 Origina-se por erosão de sistemas de 
marcas de ondulações linguoides por corrente. 
 Veja também estrutura incipiente em 
costela e sulco. 
 
Estrutura em espiral. Estrutura de forma 
espiralada originada por escavação animal. 
 Veja também icnofóssil. 
 
Estrutura em forma de ninho de girino. Veja 
padrão em ninho de girino em marca de 
ondulação de interferência. 
 
Estrutura em forma de pires (discontinuous 
curved lamination, dish structures). Ilustração. 
Estrutura de escape de água representada por 
concavidade para o alto, com lâminas ricas em 
argila, subhorizontais, desenvolvidas 
normalmente em camadas arenosas. Cada 
estrutura (“pires”) torna-se mais arenosa em 
direção ao topo. São comumente separadas 
por colunas verticalizadas de areia maciça 
denominadas estrutura em pilar (veja também 
estrutura cilíndrica). 
 Origina-se durante a consolidação e 
desidratação de sedimentos rapidamente 
depositados que sofrem liquefação e 
fluidização. 
 
 
Estrutura em forma de pires. Amostra de arenito 
convolucionado do Grupo Bom Jardim, Proterozoico, RS, 
BR. Acima da referência observa-se incipiente “pires”. 
Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
 Cada estrutura varia em largura de 20 
cm até mais que 50 cm com espaçamentos 
entre 1 cm e 8 cm na vertical. Em planta são 
ovais, circulares, elípticas ou poligonais e, 
geralmente, falta um marcado alongamento. A 
base do “pires” é sempre nítido, mas para o 
topo ocorre gradação. 
 
Estrutura em forma de prato. Veja estrutura 
em forma de pires. 
 
Estrutura em montículo e depressão. Veja 
impressão de bolha. 
 
Estrutura em olhos de pássaro (birseye 
structure, birdseye vugs). Veja em arenito 
esponjoso. 
 
Estrutura em pilar (pillars, pillar structures). 
Feição relacionada com as estruturas em forma 
de pires, que se caracteriza por colunas 
verticais ou próximas da vertical. Aparecem 
entre as estruturas côncavas que formam os 
“pires”. 
 Sua gênese está ligada ao escape de 
água (veja também estrutura de escape de 
água e estrutura cilíndrica). 
 
Estrutura em pingo e curva (drop and sags 
structures). Estrutura de sobrecarga constituída 
por lâminas e corpos isolados de minerais 
pesados em areias. Os minerais pesados 
(geralmente especularita, magnetita, hematita e 
ilmenita), graças a maior densidade, deformam 
e afundam na camada deixando curvas, em 
geral, com a convexidade para cima e gotas 
 
 
isoladas na matriz. 
 Os leitos de minerais pesados são, 
frequentemente, de uns poucos grãos de 
espessura e raramente excedem 1 cm. 
 
Estrutura endocinemática (endokinematic 
structures). São aquelas que surgem graças as 
operações endocinemáticas, nas quais os 
vetores maiores de deslocamento ocorrem 
entre parte do material dentro do qual irá se 
originar a estrutura e o depósito vizinho que não 
sofre modificação. 
 Exemplos: camada gradacional, vulcão 
de areia, etc. 
 
Estrutura endocinética. Veja estrutura 
endocinemática. 
 
Estrutura epigenética (epigenetic structures). 
Veja em estrutura sedimentar e também em 
estrutura diagenética. 
 
Estrutura estilolítica. Veja estilolito. 
 
Estrutura exocinemática (exokinematic 
structures). São aquelas que surgem graças as 
operações exocinemáticas, nas quais os 
vetores de deslocamento maiores ocorrem 
entre o material que forma a parte externa do 
depósito e a parte do depósito não modificado, 
vizinho àquele em que a estrutura é produzida. 
Estratificação cruzada e laminação paralela 
horizontal são exemplos. 
 
Estrutura fluidal. Veja pseudonódulo, 
turboglifo e também estrutura frondescente. 
 
Estrutura frondescente (cabbage-leaf casts, 
cabbage-leaf marking, cabbage-leaf structure, 
deltoidal cast, deltoidal marks, feather-like 
marks, flow mark, flow structure, frondescent 
furrow flute casting, frondescent marks). 
Estruturas alongadas, ramificadas e com 
bordos crenulados (lembrando folhas de couve) 
sobre os quais ocorrem finas estriações. As 
estrias bifurcam-se no sentido da corrente. A 
aparência das “folhas” varia de estreita e muito 
alongada a curta e larga e, excepcionalmente, 
a um círculo completo. 
 Sua gênese sugere que o sedimento 
assenta-se sobre uma superfície lamosa macia 
que está sobreposta a um leito inferior mais 
resistente. O sedimento ultrapassa a camada 
macia e espalha-se sobre a inferior mais 
resistente. A penetração do sedimento pode ser 
facilitada originalmente a partir de marcas de 
desbaste ou de marcas lavradas por objetos, 
geralmente marcas de punção. 
 Tais estruturas também podem ser 
mencionadas como estruturas de fluxo, uma 
vez que foram observadas na base de arenitos 
liquefeitos, indicando a possibilidade que 
tenham tido origem em um lento fluxo das 
areias após a deposição inicial. 
 Uma estrutura similar são os turboglifos 
frondescentes sulcados por carga que diferem 
pelo fato de a “folhagem” apontar corrente 
acima. 
 
Estrutura fucóide (fucoid). Termo antigamente 
empregado para feições de origem algácea. 
Atualmente utilizado em sentido geral para 
rastos e pistas tubulares, originandas por 
atividade escavadora de raízes e animais. 
 Veja icnofóssil, marca de sola e 
também estromatólito. 
 
Estrutura geopetal (geopetal infills, geopetal 
structures). Consiste em cavidades nas quais a 
porção inferior é coberta por sedimentos 
infiltrados que recebem uma cobertura de 
precipitado químico, comumente calcita. A 
cavidade pode ser primária, tal como a 
cavidade do corpo de um braquiópodo ou um 
poro intergranular, ou ainda, podem surgir 
secundariamente por solução. 
 São estruturas que embora raras, nos 
podem revelar a atitude do horizonte ori-ginal 
com alguma confiabilidade. 
 
Estrutura glacial penitente (penitentes). Veja 
em estrutura cárstica pontiaguda. 
 
Estrutura heterogênea. Veja camada 
gradacional. 
 
Estrutura hidrodinâmica. Tratam-se de 
estruturas sedimentares que resultam da ação 
de ondas e correntes aéreas ou aquosas. 
 
Estrutura homogênea. Veja camada maciça. 
 
Estrutura incipiente em costela e sulco 
(current break-through, incipient rib and 
furrow). Estrutura composta por feições 
resultantes da erosão de superfícies com 
marcas de ondulações. A estrutura ondulada 
original é parcial ou completamente destruída, 
 
 
deixando cristas curtas descontínuas e 
cavidades que não exibem, aparentemente, um 
padrão de distribuição. 
 Possivelmente a erosão se estabelece 
sobre as marcas de ondulações por 
microturbulências no fluxo, causadas pelas 
próprias ondulações, o que leva a originar as 
estruturas em costelas e sulcos. 
 
Estrutura linear (linear structures). Quaisquer 
estruturas que apresentem lineação. 
 
Estrutura maciça. Veja camada maciça. 
 
Estrutura mecânica (mechanical structures, 
metadepositional structures). São formas 
ordenadas, sobre superfícies de acamamento e 
padrões tridimensionais, da textura e/ou mi-
neralogia das lâminas de uma camada, que 
foram criadas apenas por forças mecânicas. 
 Podem ser de dois tipos principais: 
 1. Estrutura mecânica primária. 
 2. Estrutura mecânica secundária. 
 
Estrutura mecânica primária (primary 
structures, syndepositional structures). Feição 
produzida diretamente por algum agente 
transportador dos sedimentos. 
 
Estrutura mecânica secundária (post 
depositional structures, secondary structures). 
Estrutura mecânica que surge durante o 
intervalo entre a deposição (veja sedimentação) 
e o início da litificação. 
 
Estrutura meta deposicional. Veja estrutura 
mecânica. 
 
Estrutura metassedimentar. Veja estrutura de 
deformação penecontemporânea. 
 
Estrutura moniliforme. Veja blocos rompidos 
por tração em estrutura brechosa. 
 
Estrutura monroe. Veja monroe em vulcão de 
lama. 
 
Estrutura mosqueada (gleyed subsoils, mixed 
structures, mottled stratification,mottled 
structure). Ilustração. Estrutura representada 
pelo preenchimento de tubos, orifícios e 
cavidades, por um sedimento de textura 
diferente da matriz envolvente, determinando 
um padrão mosqueado irregular. 
 
 
Estrutura mosqueada. Intercalação de lâminas de arenito 
e pelitos (veja em Rocha Sedimentar Clástica) fortemente 
bioturbadas. Testemunho cedido pela CPRM. Referência: 
em centímetros. Formação Palermo, Permiano, RS, BR. 
Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Podem ser divididas em: 
 1. Estrutura mosqueada distinta: 
aquela que se destaca nitidamente da matriz. 
Predominam em zonas faciológicas 
areno-sílticas, pois, areias e siltes contrastam 
fortemente com argila. 
 2. Estrutura mosqueada indistinta: 
aquela que não se destaca nitidamente da 
matriz. Predominam em zonas faciológicas 
argilosas e em todas as fácies monótonas, que 
abrangem apenas pequena gama de 
granulação. 
 
Estrutura mosqueada distinta. Veja em 
estrutura mosqueada. 
 
Estrutura mosqueada indistinta. Veja em 
estrutura mosqueada. 
 
Estrutura na forma de mapa (maprock). 
Feição constituída por minúsculos cilindros de 
limonita e hematita alinhados, que se cruzam 
em ângulos retos sobre o plano de 
estratificação que por formarem desenhos que 
se assemelham ao traçado de uma cidade, 
recebe esta denominação. Os cilindros ocupam 
pequenos sulcos. Em áreas protegidas do 
intemperismo aparecem frágeis linhas 
retangulares em continuação aos cilindros. 
 A origem proposta é de que o 
sedimentito (siltito), ter-se-ia depositado em 
ambiente de planície de maré oxidante, 
 
 
bordejando bacia evaporítica. Por evaporação 
das águas salinas formar-se-iam depósitos de 
halita, constituídos de minúsculos cristais 
dispostos em forma cilíndrica. Em período de 
inundação posterior, o sal seria dissolvido 
deixando atrás de si minúsculos sulcos sobre o 
sedimento que seriam recobertos por outros 
sedimentos clásticos. Água meteórica infiltrada 
posteriormente através dos pequenos sulcos 
deixados na interface deposicional, lixiviaria o 
ferro contido no cimento da rocha, o qual seria 
precipitado nas depressões sob forma de pirita 
que, posteriormente, se transformaria em 
limonita ou hematita. 
 
Estrutura orgânica (biogenic sedimentary 
structures, biogenic structures, organic 
structure). Estruturas geradas por atividades de 
organismos durante os processos 
deposicionais ou pós-deposicionais. 
 Veja também estrutura de bioturbação. 
 
Estrutura pós-deposicional. Veja estrutura 
mecânica secundária e também estrutura dia-
genética. 
 
Estrutura primária. Veja estrutura mecânica 
primária e também estruturas singenéticas em 
estrutura sedimentar. 
 
Estrutura química. Veja estrutura diage-
nética. 
 
Estrutura reotrópica (rheotropic structures). 
Estruturas que resultam da deformação de 
sedimentos coesivos ou variações reotrópicas 
graças a forças diferentes daquelas 
influenciadas diretamente por correntes e 
organismos, como, por exemplo, vulcão de 
areia. 
 Correspondem às estruturas 
endocinemáticas. 
 
Estrutura rompida. Veja blocos rompidos por 
tração em estrutura brechosa. 
 
Estrutura secundária. Veja estrutura diage-
nética. 
 
Estrutura sedimentar (primary structures, 
sedimentary structures, sedimentation 
structures). Estrutura é uma das maiores 
feições que existe em uma rocha, em contraste 
com a textura que inclui os aspectos 
geométricos das partículas ou cristais da rocha. 
 As estruturas sedimentares ocorrem 
em rochas sedimentares, constituindo os 
aspectos principais da organização interna da 
camada sedimentar, bem como aspectos de 
topo e base da camada. 
 Formam-se em resposta a certos 
fatores, tais como, ambiente deposicional, 
corrente aquosa ou eólica, espessura da lâmina 
de água. Por estas razões, a análise das 
estruturas sedimentares com outros 
parâmetros, é importante não só para identificar 
o processo envolvido em sua formação, mas 
também por seu auxílio na definição das facies 
e do paleoambiente. 
 Podem ser: 
 1. Estruturas pré-deposicionais: 
quando formadas previamente no topo de uma 
camada, sendo recobertas a seguir pela 
camada seguinte. Nesta ficam registradas em 
sua base, como, por exemplo, as marcas de 
sola (veja marca de sola). 
 2. Estruturas primárias ou singe-
néticas (primary structures, syngenetic 
structures): quando formadas simultanea-
mente à deposição dos sedimentos, tanto por 
forças mecânicas (veja estrutura mecânica), 
como não (estruturas de bioturbação, por 
exemplo). 
 3. Estruturas secundárias ou 
epigenéticas (secondary structures, epigenetic 
structures): quando formadas logo após (e 
mesmo algum tempo depois) a deposição dos 
sedimentos. 
 4. Estruturas diagenéticas: quando 
formadas durante a diagênese (veja estrutura 
cone-em-cone). 
 Há também a possibilidade de 
classificá-las como superficiais, se externas, e 
subsuperficiais, se internas. 
 Estruturas, tais como estratificação 
cruzada, que indicam a paleocorrente são 
chamadas estruturas sedimentares vetoriais 
(aligned current structures, direcional 
structures, paleocurrent structures, vector 
structures). 
 
Estrutura simétrica de sobrecarga. Veja 
estrutura de sobrecarga. 
 
Estrutura sindeposicional. Veja estrutura 
mecânica primária. 
 
Estrutura singenética (primary structures, 
 
 
syngenetic structures). Veja em estrutura 
sedimentar. 
 
Estrutura superficial no grão. Feições que 
aparecem na superfície dos grãos, 
independentemente do seu tamanho. 
 Entre elas, destacam-se: 
 1. Facetamento (veja grão facetado). 
 2. Marca de percussão. 
 3. Estriações (veja grão estriado). 
 4. Polimento (veja grão polido), etc. 
 
Estrutura tepee (tepee, tepee structures). 
Ilustração. Veja em estrutura brechosa. 
 
 
Estrutura tepee. Calcários da Formação Irati, Permiano, 
RS, BR. Testemunho de sondagem cedido pela CPRM. 
Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
Estrutura tubular (burrow, burrows trace). 
Composta por orifícios tubulares escavados por 
animais. São comumente chamados de tubos 
de vermes. 
 Podem ser verticais, inclinados ou 
horizontais, retos ou sinuosos. 
 Usualmente a preservação se dá 
quando preenchidos. 
 Não devem ser confundidos com 
pedotúbulos. 
 Veja estrutura de bioturbação e 
também estrutura de escavação. 
 
Evaporito (evaporite). Rocha Sedimentar 
Química formada por evaporação da água onde 
os sais, elementos e outros compostos, 
estavam dissolvidos. 
 
Exichnia. Estruturas de bioturbação 
preservadas fora do meio principal de 
moldagem. 
 No singular diz-se exichnion. 
 
Exichnion. Singular de exichnia. 
 
Exoglifo (exoglyph). Veja em hieroglifo. 
 
 
 
F 
 
 
Fábrica (fabrics). Trata-se da atitude das 
partículas (veja em Rocha Sedimentar 
Clástica) no espaço e o grau de orientação 
preferencial delas. 
 Geneticamente pode ser fábrica 
primária ou fábrica secundária. 
 A primária é dita fábrica aposicional e 
representa a resposta das partículas ao sistema 
de forças operante no tempo do transporte ou 
deposição, o que inclui forças reológicas (ver 
reologia), a gravidade e o magnetismo terrestre. 
Se, no entanto, expressa orientação 
preferencial de organismos usualmente 
escavadores ou sésseis, com relação às 
correntes prevalecentes, diz-se fábrica 
reotática. 
 Já a secundária, denominada fábrica 
deformacional, forma-se após a deposição dos 
sedimentos por ação de forças externas, como, 
por exemplo, o fluxo de um sedimento 
inconsolidado. 
 
Fábrica aposicional. Veja em fábrica. 
 
Fábrica deformacional. Veja em fábrica. 
 
Fábrica de grãos verticalizados (vertical grain 
fabric). Veja em involução. 
 
Fábrica escalonada (fault steps fabric). Veja 
 
 
em falha penecontemporânea. 
 
Fábrica primária. Veja em fábrica. 
 
Fábrica reotática. Veja em fábrica. 
 
Fábrica secundária. Veja em fábrica. 
 
Fácies (facies). É um conjunto de 
características sedimentares, tais como, cor, 
textura, estrutura, fósseis, geometria, 
paleocorrentes, que foram “impressas” no 
depósito e nos sedimentos que o constituem 
quandode sua formação em um ambiente 
deposicional, durante certo intervalo de tempo 
geológico. 
 Uma sucessão de fácies compõe-se 
por algumas fácies diferentes, repetidas ou não, 
as quais, às vezes, mostram mudanças 
verticais e/ou horizontais de uma, ou mais 
feições características. Tais mudanças devem-
se a existência de subambientes deposicionais 
adjacentes ao ambiente deposicional principal. 
As modificações faciológicas verticais são 
interpretadas como resultado da migração 
lateral de um ambiente sobre o outro, enquanto 
as mudanças horizontais refletem as 
deposições ocorridas em subambientes ou 
ambientes deposicionais adjacentes. A 
observação dos contatos entre estas 
sucessões (vertical e horizontal) é importante 
para o entendimento de temporalidade dos 
eventos, pois, contatos não erosivos indicam 
sobreposição de fácies de ambientes 
deposicionais anteriormente adjacentes. Caso 
exista longa parada na sedimentação o que se 
expressa por contato abrupto ou erosivo entre 
sucessões de fácies, o registro vertical pode 
refletir que os ambientes deposicionais não 
eram adjacentes, portanto, há uma lacuna 
temporal entre eles. 
 O termo biofácies (biofacies) faz 
referência ao conteúdo biológico ou fossilífero 
de um pacote sedimentar que, dependendo do 
caso, determina um nível cronoestratigráfico 
e/ou certo ambiente deposicional. 
 Litofácies (lithofacies) é o termo 
empregado quando as características físicas e 
químicas são determinantes para caracterizar 
depósitos ou rochas sedimentares (veja rocha), 
mesmo que ocorram fósseis. 
 É ainda aceito alguns outros usos para 
fácies, entre outros: fácies pelíticas (rocha), 
fácies turbidítica (processo), fácies glacial 
(ambiente deposicional), fácies molássica 
(tectofácies), etc. 
 Atualmente o termo fácies tem sido 
usado no estudo de outros enfoques que não 
apenas o das rochas ou depósitos 
sedimentares. 
 
Falhamento. Veja falha penecontemporânea. 
 
Falhamento penecontemporâneo. Veja falha 
penecontemporânea. 
 
Falha penecontemporânea (compaction 
faults, fault, faulting, intraformational thrust 
structures, penecontemporaneous faults, 
synsedimentary faults). Ilustração. Falhas, 
normalmente de pequena envergadura, podem 
ser desenvolvidas durante processos de 
compactação, movimentos de deslizamento ou 
deslocamento glacial sobre sedimentos. 
 Quando por compactação, são de alto 
ângulo. O rejeito, por norma, é menor que 3 cm, 
permanecendo a estratificação imperturbada. 
São do tipo falhas normais (diretas, de 
gravidade), porém, graças a forças laterais, 
podem aparecer também falhas inversas. 
 Em se tratando de falhamentos 
advindos de deslizamentos, os planos de falha 
são curvados e côncavos para cima. 
 Normalmente estão associadas a 
dobras penecontemporâneas. Nesse caso, as 
falhas poderão ser inversas (indiretas) de alto 
ângulo, côncavas para cima. 
 A ocorrência de falhas 
penecontemporâneas também é relacionada 
ao processo de avalanche da face que aponta 
corrente abaixo de dunas. 
 
 
 
 
Falha penecontemporânea. Depósitos de interduna 
arenosos. Quaternário, RS, BR. Referência: 13,5 cm. 
Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Tais feições comumente surgem em 
sedimentos arenosos ou pelíticos, sendo 
reconhecidos como falhas escalonadas (fault 
steps). 
 Falhamentos mais complexos podem 
originar as gravifossas. 
 Os planos de falha podem mostrar uma 
orientação dos minerais argilosos e 
tornarem-se polidos graças ao 
escorregamento, formando um slickenside 
(superfície de fricção) sedimentar. 
 Falhas de pequena escala em areias, 
podem ser devidas ao colapso de alguns 
objetos soterrados pelo depósito. Madeiras, 
massas de vegetação decompostas ou blocos 
de gelo fusionado, deixam ocos que podem ser 
preenchidos por areia. Esta feição é 
denominada de estrutura de colapso (collapse 
feactures) e pode também ocorrer em 
depósitos já consolidados. 
 
Falsa estrutura cárstica (pseudokarren 
Strucktur). Veja em estrutura cárstica. 
 
Falsa greta de contração (pseudo mud 
cracks). Gretas tensionais preenchidas por 
areia, originadas pelo deslocamento de 
sedimentos em fundos marinhos. Estrutura 
provavelmente relacionada com blocos 
rompidos por tração (veja em estrutura 
brechosa). 
 
Fan delta. Veja leque deltaico em ambiente 
deltaico. 
 
Fenda de ressecamento. Veja greta de 
contração. 
 
Flaser. Veja estratificação flaser. 
 
Flint. Sinônimo de sílex. 
 Veja Rocha Sedimentar Química. 
 
Floculação (flocculation). É o fenômeno que 
ocorre com partículas de argila, que floculam e 
se depositam devido a mudanças químicas da 
água. 
 Na Natureza, o aumento da salinidade 
da água acarreta um aumento da taxa de 
deposição da lama. Assim, a lama transportada 
em suspensão por um rio tenderá a se 
depositar como flóculos quando a carga fluvial 
adentrar um ambiente mixohalino (planície de 
maré, laguna, estuário) ou salgado (lacustre 
salgado, marinho). 
 As partículas individuais de argilas 
suspensas em água doce que entram no meio 
salgado (ou salobro) formam flóculos, o que 
aumenta a concentração da suspensão. A 
agitação e a turbulência do meio receptor é, 
normalmente, maior do que as do rio em sua 
fase terminal. Estes fatos, salinidade, agitação 
e turbulência, resultam no aumento das 
colisões entre as partículas (o que não 
acontecia na água doce), o que desencadeia 
maior atração individual de outras partículas de 
argila na superfície do flóculo e sua precipitação 
para o fundo. 
 Silte e areia fina suspensos podem ficar 
aprisionados dentro de flóculos. 
 
Fluidização (fluidization). É o processo em que 
um fluxo de gases ao migrar por um depósito 
composto por finas granulometrias, arrasta as 
partículas agindo como se líquido fosse. Além 
disto, facilita reações químicas entre eles, os 
gases, e as partículas. 
 
Fluxo de densidade (density currents). Veja 
corrente de turbidez. 
 
Fluxo de detrito (debris flow). São fluxos 
gravitacionais de rápida movimentação que 
deslocam pendente abaixo fragmentos de 
rochas com granulometrias diversas, vegetais e 
solo. 
 Veja também movimento de massa. 
 
 
 
Fluxo de lama (mudflow). Fluxo que transporta 
detritos de dimensões e origens diversas, 
embebidos em grande quantidade de água e 
lama. O deslocamento do fluxo se encaixa, 
normalmente, na drenagem já existente. 
 
Fluxo fluidificado (fluidized flow). Veja em 
movimento de massa. 
 
Fluxo gravitacional (gravity flow). Veja em 
movimento de massa. 
 
Fluxo hiperpicnal (hiperpycnal flow). É o fluxo 
que possui densidade superior à do meio em 
que se insere. Ilustração. 
 
 
 
 
Fluxo hipopicnal (hipopycnal flow). É o fluxo 
que possui menor densidade do que a do meio 
em que se insere. Ilustração. 
 
 
 
 
 
Fluxo homopicnal (homopycnal flow). É fluxo 
que possui densidade igual à do meio em que 
se insere. Com isto, a carga de fundo se 
sedimenta como sigmoide (veja em ambiente 
deltaico) imediatamente na desembocadura 
do curso fluvial em um corpo de água maior o 
que impede, por algum tempo, a passagem de 
mais sedimentos, ou seja, há um hiato 
deposicional. Quando finalmente a barreira é 
vencida a nova carga de fundo avança sobre 
os depósitos anteriores (bypass), sem que 
haja erosão, logo se precipitando à sua frente 
como uma nova sigmoide. Ilustração. 
 
 
 
 
 
 
Fluxo granular (grain flow). É o fluxo 
gravitacional no qual as partículas 
transportadas interagem diretamente umas 
com as outras durante o deslocamento. 
 
Fluxo gravitacional (gravity flow). É aquele 
fluxo em que os sedimentos são transportados 
paralelamente ao substrato. A gravidade é o 
agente responsável pelo deslocamento dos 
detritos que se movimentam dispersos. 
 Divide-se em: fluxo de turbidez (veja 
corrente de turbidez), fluxo laminar, fluxo 
granular, fluxo fluidificado (veja fluidização e 
também liquefação) e fluxo de detritos. 
 
Fluxo laminar (laminar flow). Fluxo que 
impulsiona as partículas para que deslizem 
umas em relação as outras sem, contudo, 
misturá-las. Neste caso particular, a velocidadeda corrente é baixa (veja regime de fluxo inferior 
em regime de fluxo), o que origina camadas 
com estratificação paralela horizontal. 
 O aumento da velocidade do fluxo é o 
mecanismo para que o fluxo se transforme em 
fluxo turbulento e, caso a velocidade aumente 
novamente, surgirão camadas com 
estratificação paralela horizontal, estas geradas 
em regime de fluxo superior (veja em regime de 
fluxo). 
 
Fluxo turbulento (turbulent flow). Ilustração. 
Fluxo em que as partículas seguem trajetórias 
diversas, ao contrário do fluxo laminar, podendo 
se cruzar e até chocar. Um de seus efeitos é a 
formação de redemoinhos. 
 
Esboço de fluxo hiperpicnal. O influxo é mais denso 
que o meio receptor e, por esta razão, a carga erode o 
fundo ao migrar bacia adentro. A seta amarela indica o 
sentido da progradação. Fonte: modificado de Fisher 
1969. Original de Bates 1953. 
 
 
 
 
 
 
 1969. Original de Bates 1953. 
BACIA RECEPTORA 
BACIA RECEPTORA 
DEPOSIÇÃO DA CARGA 
Seção longitunal ao 
eixo da bacia 
FLOCULAÇÃO DA 
CARGA SUSPENSA 
DEPOSIÇÃO DA CARGA 
Seção longitudinal 
ao eixo da bacia 
Esboço de fluxo hipopicnal. Como o influxo é menos 
denso que o meio receptor parte da carga de fundo 
sedimenta-se imediatamente. A carga menos densa 
flocula e se deposita bacia adentro. A seta amarela 
indica o sentido da progradação. Fonte: modificado de 
Fisher 1969. Original de Bates 1953. 
 
 BACIA RECEPTORA 
Lama suspensa cai rapidamente 
Carga forma delta 
tipo Gilbert 
 
Esboço de fluxo homopicnal. A densidade do fluxo e 
da bacia receptora é a mesma, portanto, a carga de 
fundo se deposita na desembocadura do rio 
imediatamente. As lamas em suspensão também se 
depositam rapidamente no sentido da bacia. A seta 
amarela indica o sentido da progradação. Fonte: 
modificado de Fisher 1969. Original de Bates 1953. 
 
 
 
 
Fluxo turbulento. Rio Forqueta. Maquiné, RS, BR. 
Quaternário, RS. A sete indica o sentido do fluxo. Créditos: 
Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 A velocidade da corrente é maior que 
aquela do fluxo laminar. 
 
Flysch. Veja em turbidito. 
 
Fodinichnia. Veja estrutura de alimentação. 
 
Folhelho (shale). É uma rocha sedimentar 
composta por lama, que possui acentuada 
fissilidade, ou seja, parte-se em “folhas” 
segundo a laminação. 
 Se esta rocha for rica em material 
betuminoso é denominada folhelho 
pirobetuminoso (bituminous shale). 
 
Folhelho pirobetuminoso (bituminous shale). 
Veja em folhelho. 
 
Foraminífero (foraminifera). São protistas que 
possuem pseudópodos (finas projeções do 
citoplasma) e uma teca (concha) com uma ou 
mais câmaras, todas ligadas por uma abertura, 
o forâmen. A composição da teca que pode ser 
carbonática (CaCO3) ou proteica 
(C8H13O5N.n) é um dos elementos usados na 
classificação taxonômica, o outro são seus 
aspectos morfológicos. Podem atingir até 190 
mm de dimensão, mas normalmente são 
menores que 1 mm. Ilustração. 
 
 
 
Foraminífero. Fotografia da teca de Quinqueloculina sp. 
Créditos: Wilson44691. Fonte: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:QuinqueloculinaDo
negalBay.jpg. Disponibilizada: 06.05.2010. Acesso em: 
06.04.2019. 
 
Foreset. Veja em ambiente deltaico. 
 
Forma de canal fluvial. Veja em ambiente de 
planície inundação. 
 
Forma de leito. Veja em regime de fluxo. 
 
Formação (formation). Veja em unidade 
litoestratigráfica. 
 
Forma 2D. Veja regime de fluxo inferior em 
regime de fluxo. 
 
Forma 3D. Veja regime de fluxo inferior em 
regime de fluxo. 
 
Fóssil (fossils). Ilustração. Todo resto ou 
impressão de um organismo que viveu em 
épocas geológicas passadas, assim como 
qualquer outro indício de sua existência que se 
tenha conservado na crosta terrestre. 
 Exemplos de tais estruturas são 
amplamente estudadas na Paleontologia. 
 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:QuinqueloculinaDonegalBay.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:QuinqueloculinaDonegalBay.jpg
 
 
 
Caule fossilizado em seção transversal. Arenito Mata, RS, 
BR. Referência: 30 cm de comprimento. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
Fossitextura deformativa. Veja estrutura de 
bioturbação deformativa. 
 
Fossitextura figurativa. Veja estrutura de 
bioturbação figurativa. 
 
Fosso cônico de desbaste (conical moat). 
Marca de desbaste em torno de objetos, 
produzida por correntes muitidirecionais, 
originando uma fossa cônica que tem como 
centro o obstáculo. 
 A fossa pode mostrar um padrão 
interno de marcas de ondulações, pequenos 
sulcos de lavagem e microterraços. 
 
Fratura (fracture). O rompimento de um mineral 
ocorre, geralmente, ao longo da superfície de 
clivagem ou partição. Quando o rompimento se 
dá de outra forma que não seguindo aquela 
superfície recebe o nome de fratura. 
 
Fratura conchoidal. Fratura côncava que 
lembra uma concha. 
 
Fratura concoide. Sinônimo de fratura 
conchoidal. 
 
Fratura de tensão. Veja greta tensional 
transversa. 
 
Fratura em crescente (chattermarks, 
crescentic fracture, crescentic gouge, gouge 
marks, lunoide furrow, sichelwannen). Fratura 
curvada com a concavidade indicando, 
normalmente, o sentido da corrente. Quando 
apresentarem com aspecto mais linear são 
denominadas de marcas de vibração. 
Normalmente estão associadas com estrias 
glaciais. 
 Origina-se pelo deslocamento de uma 
massa de gelo sobre um substrato rochoso. 
Frente deltaica (delta front). Veja em ambiente 
deltaico. 
 
Frústula (frustule). Veja em teca. 
 
Ftanita. Veja em Rocha Sedimentar Química. 
 
Fugichnia. Veja traços de escape protrusivos e 
traços de escape retrusivos em estrutura de 
escavação. 
 
Fugichnion. Singular de fugichnia. 
 
Fulgurito (fulgurite). Estrutura tubular, vítrea e 
irregular, originada por fusão da areia quando 
da queda de um raio. 
 
Fundo oceânico (ocean floor). Veja em 
ambiente marinho. 
 
Fusênio (fusain). Veja em Rocha Sedimentar 
Orgânica. 
 
 
 
G 
 
 
Galha de argila (clay ball, clay gall, mud 
pebble, pebble mudstone, shale pebble). 
Ilustração. Intraclastos de argila coerente que, 
por dessecação, adquirem formas curvadas 
(veja greta de contração encurvada), as quais 
são, posteriormente, transportadas e 
mergulhadas em matriz arenosa. Na presença 
de umidade, e graças à compactação, cedem 
assumindo formas mais planas. 
 Podem também resultar da erosão de 
camada pelítica. 
 
 
 
 
Galha de argila. Ocorrência de clastos de argila (veja em 
clasto) mergulhados em arenitos. Observe-os à direita 
acima e também ao lado esquerdo da referência. Porção 
basal de canal fluvial da Formação Sanga do Cabral, 
Triássico, RS, BR. Referência: 5,0 cm de ∅. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
 Igualmente, graças à erosão 
estabelecida sobre depósitos de turfeiras, estes 
detritos na forma de bolas, podem ser 
transportados e depositados com outros 
sedimentos, originando as chamadas bolas de 
carvão (coal balls). 
 
Gastrólito (gastrolits). Veja em grão polido. 
 
Geiserita (geyserite). Veja em Rocha 
Sedimentar Química. 
 
Geodo (druse, geodes). São estruturas 
representadas por cavidades globosas 
contendo em seus limites um leito externo de 
calcedônia, e na parte interna cristais que se 
projetam para o interior. 
 Variam desde poucos milímetros até 
um ou mais metros de diâmetro. 
 Os cristais internos geralmente são de 
quartzo. Podem ainda surgir, mais raramente, 
calcita, dolomita, aragonita, anquerita, 
magnetita, hematita, pirita, milerita, calcopirita, 
esfalerita, zeolita, caulim e betume. 
 Para alguns, os geodos silicosos 
resultam de concreções calcárias, de forma e 
tamanho semelhantes, que, por diagênese, 
converteram-se naquelas estruturas. Para isto, 
deve ter ocorrido recristalização central, 
silicificação no exterior seguida da dissolução 
da porção central e subsequente precipitação 
do preenchimento cristalino (drusas). 
 Para outros, é necessária a existência 
de uma cavidade primordial (cálice de crinoide, 
bivalvo, etc.) de onde desenvolve-se o geodo. 
 Na cavidade inicial deve estar presente 
um fluido, presumivelmente uma solução 
salina. Amesma é envolvida por uma 
deposição de sílica gelatinosa que isola a 
solução salina; o leito gel pode funcionar como 
uma membrana semipermeável e, por osmose, 
gerar uma pressão interna, visto que a 
concentração salina do meio externo é menor. 
Essa pressão osmótica gera uma expansão. Se 
isto ocorre antes da consolidação, a lama 
calcária circundante é empurrada; se ocorrer 
após a consolidação, o espaço é ganho pela 
dissolução do calcário, na interface 
silica - calcário. A expansão diminui a pressão 
osmótica até que ocorra equilíbrio. Isto inibe a 
expansão e cessa o crescimento. A sílica se 
desidrata e cristaliza. Seguem-se fraturas que 
permitem o acesso de materiais em solução 
originando deposição da linha de drusa sobre o 
leito calcedônio primário. 
 Quando existem aberturas irregulares 
em rochas calcárias, as estruturas recebem o 
nome de vugs. É comum que sejam 
parcialmente preenchidos por materiais 
precipitados. 
 A origem parece estar vinculada à 
movimentação de água subterrânea em 
consequência da variação do nível freático. 
 
Geometria (dos depósitos) (geometry). 
Ilustração. É a forma com que se apresentam 
os corpos sedimentares, pode ser variável e é 
resultante de alguns fatores, tais como, 
topografia pré-deposicional, geomorfologia do 
ambiente deposicional e as mudanças pós-
deposicionais. 
 A geometria pode ser determinada em 
superfície (afloramentos) ou em subsuperfície 
(testemunhos de sondagens, perfis elétricos, 
etc.) sendo útil na análise das fácies e dos 
ambientes deposicionais. As geometrias mais 
comuns são em cunha (wedge) ou prisma 
(prism) (relação largura x espessura 5:1 a 
50:1), tabulares (tabular) (relação largura x 
espessura 50:1 a 1 000:1), em corda (cord) ou 
linear (shoestring) (relação largura x 
espessura < 5:1), em manta (blanket) ou 
lençol (sheet) (relação largura x espessura > 
1.000:1) e em lente (lens). 
 
 
 
 
Geometrias mais comuns de corpos sedimentares. A. Em 
manta ou lençol. B. Tabular. C. Em cunha ou prisma. D. Em 
cordão. E. Em lente. Fonte: Krynine 1948, modificado. 
Gesso (plaster). Veja em Rocha Sedimentar 
Química. 
 
Gradação de densidade (density grading). 
Estrutura que ocorre em rochas vulcânicas, 
especialmente onde pedra-pome ou outra 
rocha vesicular esteja envolvida. Trata-se de 
uma camada gradacional inversa onde a 
densidade dos grãos maiores é menor, 
deixando-os em níveis verticais mais altos do 
que aqueles dos grãos menores, porém, com 
maior densidade. 
 
Gradação lateral (lateral grading). Algumas 
camadas podem apresentar granulometria 
lateralmente decrescente à medida que a 
distância da área fonte aumenta. 
 Sua origem se deve à diminuição da 
competência do agente transportador, que 
deixa os mais pesados levando adiante os mais 
leves. 
 
Grande duna regressiva. Veja em marca de 
ondulação regressiva. 
 
Grande onda de areia regressiva. Veja em 
marca de ondulação regressiva. 
 
Grain fall. Veja depósito por queda de grãos 
em ambiente eólico. 
 
Grain flow. Veja depósito por fluxo de grãos em 
ambiente eólico. 
 
Granulometria (grabulometry). Medição das 
dimensões de um clasto. No caso das Rochas 
Sedimentares Clásticas corresponde a análise 
e a subsequente classificação do dito litossoma. 
 
Grão estriado (glacial gravels, striated blocks, 
striated boulder, striated cobbles, striated 
gravel). Grãos geralmente tabulares, sendo a 
maioria de perfil pentagonal ou arredondado. 
Podem apresentar estriações quando 
constituídos de material mais macio (calcários, 
por exemplo) e não as possuirem caso sejam 
provenientes de rochas mais duras (granito, por 
exemplo). 
 As estriações são produzidas por 
atividade glacial, no entanto, encontram-se 
seixos estriados por atividade tectônica e por 
fluxos de lama em climas semi-áridos (veja 
clima). 
 
Grão facetado (faceted grains). Clastos 
(seixos, pedras, etc.) podem apresentar facetas 
polidas, foscas ou irregulares, variando em 
número de um a três, produzidas por abrasão 
eólica ou por geleiras. Mais raramente resultam 
da ação da água. Ilustração. 
 
 
Grão facetado. Amostra recolhida no Grupo Itararé, 
Neocarbonífero-Eopermiano, RS, BR. O facetamento 
ocorreu por abrasão glacial. Com maior aumento é possível 
observar estriações (veja também grão estriado). 
Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
 Os grãos podem se apresentar 
alongados, oblongos, elipsoidais, prismáticos, 
triangulares ou irregulares. 
 Quando produzidos por ação do vento, 
são chamados ventifatos (ventifacts). Alguns 
mostram apenas um lado facetado, sendo 
reconhecidos como eikanter. Quando 
apresentarem três lados facetados, 
denominam-se dreikanter. 
 
 
 
A B 
C D 
E 
 
 
Grão polido (polish grain). Alguns grãos 
(seixos, grânulos, areia, etc.) podem apresentar 
superfícies polidas. 
 Este polimento resulta tanto de 
processos abrasivos quanto deposicionais. Nas 
praias, nas regiões glaciais e regiões 
tectonizadas, os grãos duros podem sofrer 
polimento. 
 Um caso comum, em desertos, é o 
polimento deixado pela precipitação química 
durante a evaporação do orvalho, reconhecido 
como verniz do deserto (desert varnish). 
 Outro exemplo de polimento é o caso 
especial dos gastrólitos (gastrolits), grãos 
polidos encontrados no estômago de certas 
aves, répteis e mamíferos marinhos. 
 
Gravifossa (gravifossum). São estruturas de 
falhas penecontemporâneas que mostram um 
bloco subsidente (como graben) limitado por 
duas falhas maiores e muitas falhas de 
pequena escala. 
 Nesta estrutura, pode ser gerada 
estrutura brechosa devido à natureza rígida dos 
sedimentos. 
 Esta feição pode ser originada por 
fenômenos de compactação, deslizamento de 
sedimentos arenosos ou pelíticos. 
 
Greta de congelamento (frost cracks, ice 
cracks, ice-wedge traces). Fissuras em forma 
de “V” que podem alcançar muitos metros de 
profundidade, largura e extensão. 
 São, não raro, preenchidas por 
materiais alóctones. 
Comumente originam-se em regiões 
frias, onde os solos e sedimentos superficiais 
são deformados e gretados por ação do 
congelamento. 
 Em zonas polares, acumulam-se 
seixos ao longo das gretas, originando, em 
planta, feições como retículos poligonais 
seixosos (ice wedge polygons) e, em corte, 
visualiza-se involução. 
 
 
Greta de congelamento. Solo permafrost de região polar. 
Quaternário, Antártica. Referência: 30 cm de comprimento. 
Créditos: Henrique Carlos Fensterseifer. 
 
Greta de contração (disiccation cracks, 
disiccation fissures, disiccation mark, 
disiccation mudcracks, klizoglyph, mud-crack, 
mud cracks cast, polygonal shrinkage crack, 
shrinkage cracks, sun cracks). Ilustração. 
Fendas formadas pela dessecação, 
compactação ou mudança mineralógica de 
sedimentos pelíticos determinando o 
surgimento de padrões poligonais, comumente 
com quatro lados, podendo variar de três a seis 
lados, graças à redução de volume. 
 Esta estrutura também ocorre em solos 
e mantas de algas dessecados. ilustração. 
Sob o termo greta de contração 
encontram-se as seguintes formas: greta de 
contração linear, greta de contração encurvada, 
greta de contração encurvada reversa, gretas 
irregulares (veja greta de solo), greta de 
sinérese e greta de contração deformada. 
 
 
 
 
Greta de contração. Feições desenvolvidas em depósito 
de interdunas úmido. Ambiente litorâneo marinho. 
Quaternário, RS, BR. Referência: 5,0 cm de ∅. Créditos: 
Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 De acordo com o ângulo entre as 
fissuras, podem ser gretas de contração 
ortogonais, quando formam um ângulo de 90o, 
e gretas de contração não ortogonais, quando 
o ângulo for diferente. As ortogonais podem 
formar sistemas casuais, sem orientação, ou 
sistemas orientados, onde duas direções 
preferenciais são encontradas. Tanto as 
ortogonais como as não ortogonais podem 
mostrar um padrão completo, quando toda a 
superfície for fissurado, ou um padrão 
incompleto quando as fissuras são isoladas em 
grupos dispersos sem cobrir toda a superfície. 
 As fissuras ortogonais,orientadas e 
incompletas podem ter três variedades: 
 1. Fraturas alongadas em uma direção 
predominante. 
 2. Arranjos de gretas similares a roseta 
com gretas radiais partindo de outra. 
 3. Fraturas que se cruzam formando 
uma cruz ortogonal. 
 
 
Greta de contração não ortogonal. Feição desenvolvida 
em manta de algas. Ambiente litorâneo marinho. 
Quaternário do RS, BR. Referência: 5,0 cm de ∅. Créditos: 
Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 De acordo com o bordo da fissura, 
podem ser retilíneas ou curvilíneas e ainda 
regulares, quando o bordo é liso e irregulares 
quando é denteado. 
 Veja também molde de greta de 
contração. 
 
Greta de contração deformada (crumpled 
mud-crack, crumpled mud-cracks casts, molar-
tooth structures). Gretas de contração nas 
quais o material arenoso que preenche as 
gretas, pode, posteriormente, sofrer 
compactação diferente do sedimento pelítico 
que contém as rachaduras, ocasionando 
deformações na estrutura. 
 
Greta de contração encurvada (clay 
cylinders, loop bedding, mud crust, mud curl). 
Ilustração. Gretas de contração desenvolvidas 
em sedimentos de fina granulometria que se 
curvam para cima durante a dessecação. 
Normalmente, o encurvamento é tão intenso 
que se formam pequenos cilindros enrolados e 
soltos, que podem vir a ser englobados em 
sedimentos de cheias posteriores (veja 
intraclasto). 
 
 
Greta de contração encurvada. Depósito interdunas 
litorâneo marinho. Quaternário, RS, BR. Referência: 5,0 cm 
de ∅. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Quando desenvolvidas em ambientes 
desérticos quentes, podem ser transportados 
pelo vento ou, in situ, serem recobertas por 
sedimentos arenosos. 
 
 
 
 
Gretas de contração encurvadas preservadas na base de 
camada de arenito do Grupo Guaritas, Proterozoico, RS, 
BR. Abaixo da referência está o nível com as estruturas 
dispostas em posições diversas. Referência: 5,0 cm de ∅. 
Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 Veja também estratificação anelar. 
 
Greta de contração encurvada reversa 
(reverse mud curl). Gretas de contração como 
às gretas de contração encurvadas, porém, 
contrariamente a estas, as curvaturas são para 
baixo, possivelmente devido à presença de 
minerais salinos. 
 
Greta de contração linear (incomplete 
shrinkage cracks, linear-shrinkage crack, 
pseudo mud cracks, radiate mud crack, 
subaqueous shrinkage crack). Tais gretas de 
contração são abertas, retas ou sinuosas 
podendo ocorrer isoladas, ou em conjunto. 
Podem mostrar orientação preferencial paralela 
aos lados de depressões ou as cristas de 
marcas de ondulações. Estas feições, 
comumente, originam-se sob águas paradas. 
 Veja também greta de sinérese. 
 
Greta de contração não ortogonal. Veja em 
greta de contração. 
 
Greta de contração ortogonal. Veja em greta 
de contração. 
 
Greta de dessecação. Veja greta de 
contração. 
 
Greta de sinérese (shrinkage cracks 
subaqueous, subaqueous shrinkage crack, 
synaeresis cracks, syneresis cracks). São 
gretas de contração que, provavelmente, se 
originam subaquosamente ou por desidratação 
de materiais como gel, ou por floculação de 
argilas, seguida de rápida compactação, ou 
ainda, por diferença de salinidade entre o meio 
aquoso e o material a se gretar. 
 Veja também greta de contração linear. 
 
Greta de solo (subaerial sun-crack). São 
gretas de contração que ocorrem em solo seco, 
onde formam, como norma, polígonos com 4 a 
5 lados. Diferem das gretas de contração 
comuns porque os lados dos polígonos são 
irregulares e não retos a curvos como nas 
demais. 
 
Greta irregular. Veja greta de solo. 
 
Greta tensional transversa (deformation 
marks, open tension cracks, tension cracks, 
transverse tension cracks). Marcas de 
deformações causadas por corrente e não 
diretamente relacionadas com marcas de 
desbaste e marcas lavradas por objetos, sendo 
pequenas e transversas, possuindo, quando na 
forma de moldes, um aspecto superficial similar 
a amarrotamentos. 
 Estas feições se originam a partir de 
pequenas cristas associadas a algumas 
marcas lavradas por objeto, nas quais o lado 
voltado no sentido da corrente apresenta-se 
como marcas de empuxo e, no lado oposto, o 
efeito tensional do objeto desenvolve tais 
gretas. Também podem surgir através de uma 
suspensão densa, fluindo sobre superfícies 
particulares. 
 
Grupo (group). Veja em unidade 
litoestratigráfica. 
 
 
 
H 
 
 
Halita (halite). Sinônimo de sal-gema. 
 Veja também Rocha Sedimentar 
Química. 
 
Hiato (gap). Intervalo na sedimentação. 
 
Hidratação (hydration). Veja em intemperismo. 
 
Hidrólise (hydrolysis). Veja em intemperismo. 
 
Hieroglifo (hieroglyph). Qualquer marca 
encontrada nos planos de estratificação, 
 
 
geralmente empregado para marca de sola de 
uma camada. 
 Podem ser: 
 1. Bioglifo (veja icnofóssil). 
 2. Cataglifo (kataglyph). Formada 
durante a catagênese (sob uma cobertura de 
camadas). 
 3. Diaglifo (diaglyph). Originada 
durante a diagênese. 
 4. Endoglifo (endoglyph). Localizada 
dentro de uma camada. 
 5. Epiglifo (epiglyph). Quando no topo 
da camada. Ilustração. 
 6. Erpoglifo (erpoglyph). Aplicada a 
rastos de vermes (veja icnofóssil). 
 7. Exoglifo (exoglyph). Localizada na 
superfície de uma camada. 
8. Hiperglifo (hyperglyph). Formada durante a 
meteorização. 
 9. Hipoglifo (hypoglyph). Quando 
situada na base da camada (veja marca de 
sola). 
 10. Ksimoglifo (veja marca de sulco 
lavrado por objeto). 
 11. Mecanoglifo (mechanoglyph). 
Quando de origem mecânica. 
 12. Meta glifo (metaglyph). Formada 
durante o metamorfismo. 
 13. Olistoglifo (olistoglyph). Marca de 
deslizamento no plano de estratificação ou 
deslizamento interlaminar. 
 14. Reoglifo (rheoglyph). Originada por 
deformações singenéticas, devido a 
deslizamentos e processos semelhantes (veja 
estrutura de deformação penecontemporânea). 
 15. Singlifo (synglyph). Marca de 
origem contemporânea com a sedimentação. 
 16. Turboglifo. 
 
 
Epiglifos. Arenitos da Formação Rio do Rasto, Permo-
Triássico, RS, BR. Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
Hiperciclotema (hypercyclothem). Veja em 
ciclotema. 
 
Hiperglifo (hyperglyph). Veja em hieroglifo. 
 
Hipersalina (hypersaline). Águas cujo teor em 
sais, especialmente cloreto de sódio (NaCl), 
está acima de 35 g/l que é a salinidade dos 
mares. 
 
Hipoglifo (hypoglyph). Veja em hieroglifo. 
 
Hulha (bituminous coal). Veja em Rocha 
Sedimentar Orgânica. 
 
Hummocky. Veja em estratificação cruzada 
por onda. 
 
Hypichnia. São estruturas de bioturbação, 
preservadas na face inferior do meio principal 
de moldagem. Podem aparecer como 
saliências ou depressões. 
 No singular diz-se hypichnion. 
 
Hypichnion. Singular de hypichnia. 
 
 
 
I 
 
 
Icnofóssil (bioglyphs, biohieroglyphs, 
figurative structures, ichnofossil, 
lebensspuren, organism trails, trace fossils). 
Termo utilizado para pistas, pegadas, traços e 
tubos fósseis. Trata-se de um hieroglifo de 
origem orgânica. Também pode ser 
mencionado como bioglIfo. Traços fósseis são 
registros deixados pela passagem do 
organismo e não incluem porções preservadas 
do mesmo. Somente raras petrificações são 
encontradas em conjunto com traços fósseis, 
indicando ser a petrificação o resto do 
organismo responsável pelo traço. 
 Geralmente, traços fósseis são 
classificados de acordo com a nomenclatura 
biológica de Linné, envolvendo icnogênero e 
icnoespécie. Tal nomenclatura é aplicada 
somente para a estrutura e não para o agente 
 
 
causador da mesma. 
 Um animal pode originar diferentes 
traços fósseis ou, alternativamente, um dado 
traço fóssil ser formado por várias espécies de 
animais. 
 Veja também estrutura de bioturbação. 
 
Idade (age). Idade, uma unidade 
geocronológica, corresponde a Andar, uma 
unidade cronoestratigráfica. 
 
Ilha-barreira (barrier island). Veja em ambiente 
lagunar e também recife-barreira em recife. 
 
Imbricação (edgewise structure, imbricate 
structure, imbrication, shingle structure). 
Ilustração. Estrutura caracterizada pelorecobrimento parcial de fragmentos tabulares 
ou elipsoidais que mergulham no sentido 
contrário ao da corrente. 
 É uma estrutura de fábrica dos grãos, 
tal qual lineação de partição. 
 A imbricação é devida à ação de 
corrente. 
 
 
Imbricação. Conglomerado em matriz arenosa. O retângulo 
assinala a estrutura e a seta indica o sentido da corrente que 
originou a feição. Grupo Guaritas, Proterozoico, RS, BR. 
Referência: 30 cm de comprimento. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
Imbricação de seixos. Veja imbricação. 
 
Impressão de bolha (bubble impression, 
bubble print, gas bubble, gas heave structures, 
gas pit, pit-and-mound structure, sand holes, 
spring pits-with-mounds). Marcas deixadas na 
superfície pela ascensão de gases que 
estavam aprisionados no sedimento ou por 
geração dos mesmos a partir de matéria 
orgânica em putrefação, soterrada por 
sedimentos finos. 
 A retenção do gás sob uma lâmina em 
superfície, determina a formação de pequenas 
estruturas dômicas, os domos arenosos (air 
heave structure, sand domes) (ilustração), 
enquanto a expansão gasosa súbita origina 
feições cônicas com um orifício central 
(ilustração). 
 Em certas situações, o escape gasoso 
origina uma estrutura sem forma cônica na qual 
as lâminas abatem-se para dentro do leito 
(ilustração). 
 Veja também vulcão de areia e vulcão 
de lama. 
 
 
Domos arenosos. Sedimentos arenosos de ambiente 
litorâneo marinho. Quaternário, RS, BR. Referência: 2,0 cm 
de ∅. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Feição cônica com orifício central. Sedimentos arenosos de 
ambiente litorâneo marinho. Quaternário, RS, BR. 
Referência: 2,0 cm de ∅. Referência: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
 
 
 
Impressão de bolha com lâminas abatidas. Sedimentos 
arenosos de ambiente litorâneo marinho. Quaternário, RS, 
BR. Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
Impressão de cristal (crystal casts, crystal 
clusters, crystal imprints, crystal mold, gypsum 
crystals, ice crystal casts, ice crystal imprints, 
ice crystal marks, salt crystal casts). Cristais de 
gelo, de sais, etc., podem ser dissolvidos ou 
fusionados deixando suas impressões nos 
sedimentos. 
 Posteriormente, estas impressões 
podem ser preenchidas por outros sedimentos 
resultando cristais pseudomorfos 
(pseudomorphs). 
 Normalmente, os pelitos são mais 
favoráveis à preservação. 
 Moldes de cristais de pirita ou 
marcassita podem também ser preenchidos e, 
posteriormente, confundidos com 
pseudomorfos de sais, porém, os seus 
contra-moldes comumente mostram as faces 
encovadas. 
 
Impressão de espuma (foam impressions, 
foam marks). Ilustração. Feições que, 
normalmente, ocorrem agrupadas com muita 
variação de tamanho em uma superfície 
limitada. Aparecem como pequenas covas 
amontoadas. 
 
 
Impressão de espuma. O conjunto de estruturas está 
limitado, na parte superior, pela linha de deixa. Sedimentos 
arenosos de ambiente litorâneo marinho. Quaternário, RS, 
BR. Referência: 2,0 cm de ∅. Referência: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
 Originam-se a partir de bolhas de 
espuma que deixam a impressão de seus 
bordos no sedimento macio, muito comumente 
em zonas de praia. 
 Impressões de espuma alongadas, 
em semelhança à cauda, podem ser 
produzidas pelo movimento da espuma ao 
longo de superfícies praiais inclinadas ou 
quando sopradas pelo vento (ilustração). 
 
 
Impressão de espuma. O deslocamento da espuma pelo 
vento sobre as areias da praia deixa rastros de sua 
passagem. Sedimentos de ambiente litorâneo marinho. 
Quaternário, RS, BR. Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: 
Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 É comum a associação com linha de 
deixa. 
 
Inland sebha. Veja lago de deserto em 
ambiente eólico. 
 
Inlets. Veja canais em ambiente lagunar. 
 
Intemperismo (weathering). É o conjunto de 
 
 
processos que atinge todas as rochas, ígneas, 
sedimentares e metamórficas, levando à sua 
desagregação e/ou decomposição. 
 Desagregar (também desintegrar, 
disintegrate) é uma ação física de partição da 
rocha, ou seja, os fragmentos oriundos da 
rocha-mãe (veja em rocha) mantém intactas as 
propriedades dela, tais como, mineralogia e 
textura. 
 Decompor (decompose) é ato químico 
e o produto desta ação apresentará 
características diversas se comparadas à 
rocha-mãe. 
 Da atuação destes processos resulta a 
geração de outras rochas sedimentares ou 
solos. 
 Os agentes intempéricos físicos mais 
importantes são: 
 1. Expansão e contração dos minerais 
devido a variações da temperatura. 
 2. Pressão de congelamento da água 
em fissuras das rochas. 
 3. Compressão do ar em fissuras das 
rochas por ação do impacto de ondas. 
 4. Pressão de cristalização de sais em 
fraturas e cavidades das rochas. 
 5. Expansão de minerais por alívio de 
pressão. 
 6. Ação biológica, tais como 
crescimento de raízes de vegetais e perfuração 
de rochas por animais. 
 Entre os agentes intempéricos 
químicos mais significativos, podemos listar: 
 1. Dissolução (dissolution): processo 
físico-químico em que a percolação da água 
corrente ou infiltrada destrói materiais solúveis 
pelos quais migra, como, p. ex., o sal-gema que 
é composto por halita (NaCl). 
 2. Oxidação (oxidation): processo 
químico em que há perda de elétrons por um 
átomo, grupo ou espécie iônica durante uma 
reação química, como a representada pela 
equação da oxidação do ferro. 
 Fe + O2 Fe2O3 
 3. Carbonatação (carbonation): 
processo de solubilização de CO2 na água o 
que resulta na formação do ácido carbônico, 
conforme a equação CO2 + H2O H2CO3. 
 O ácido, apesar de fraco, auxilia na 
decomposição de rochas, especialmente os 
calcários (veja Rocha Sedimentar Orgânica e 
também Rocha Sedimentar Química). 
 4. Hidrólise (hydrolysis): reação 
química que resulta na alteração de minerais 
por ação de fluido aquoso com íons de 
hidrogênio (H+) ou de oxidrila (OH-), os quais 
substituem íons que são liberados para a 
solução. 
 Como exemplo pode ser citada a 
caulinização de K feldspato que libera K+ e SiO2 
em solução. 
 5. Hidratação (hydration): reações 
químicas em que água é adicionada a estrutura 
cristalina de um mineral processo que culmina, 
em geral, com o surgimento de uma nova 
espécie mineral designada hidrato. Por 
aquecimento a água pode ser retirada do 
hidrato. 
 A anidrita ao ser hidratada dá origem a 
gipsita, conforme a equação: 
CaSO4 + 2 H2O CaSO4 . 2 H2O. 
 6. Redução (reduction): é um processo 
químico em que há aquisição de elétrons por 
parte de um átomo. Contudo, ao mesmo tempo, 
há perda de elétrons por parte de outro átomo 
envolvido no processo, ou seja, este último se 
oxida. Por esta razão, designa-se o processo de 
oxirredução. 
 
Interacamadamento fino. Veja estratificação 
finamente interacamada. 
 
Interacamadamento grosseiro. Veja 
estratificação espessamente interacamada. 
 
Interacamamento. Veja estratificação 
espessamente interacamada e também 
estratificação finamente interacamada. 
 
Interacamamento areia/lama. Veja 
estratificação espessamente interacamada e 
também estratificação finamente interacamada. 
 
Interduna (interdune). Veja em ambiente 
eólico. 
 
Interestratificação. Veja estratificação paralela 
horizontal. 
 
Interestrato (interstrata, intrastratal). Veja em 
estratificação paralela horizontal. 
 
Intraclasto (clay chip, disruption structure, flat 
cast, intraclast, intraformational clast, shale 
cast). Fragmentos geralmente lamosos e 
arenosos, normalmente resultantes de 
processo de dessecação (veja greta de 
contração), que são deslocados e 
 
 
redepositados em uma matriz. 
 Veja também galha de argila. 
 
Involução (ice-wedge traces, involution). 
Consistem de massas sedimentares 
intensamente deformadas que originalmente 
foram depositadas como camadas horizontais. 
 São estruturas deformacionais 
originadas por movimentos verticais locais 
causados por congelamento diferencial e 
formação de gelo no subsolo. 
 Encontram-se associadas a gretas de 
congelamento e representam o preenchimento 
destas.Podem se expressar como dobras 
sinformes amarrotadas ou como corpos 
verticalizados, geralmente com o eixo longo 
com clastos verticais (vertical clasts, vertical 
stones) (veja em clasto pingado), conferindo 
fábrica de grãos verticalizados (vertical grain 
fabric). 
 
 
 
J 
 
 
Jaspe (jasper). Veja em Rocha Sedimentar 
Química. 
 
Junta cárstica (kluftkarren). Fraturas 
alargadas por dissolução (veja em 
intemperismo) que separam as estruturas 
cársticas planas ou as estruturas cársticas 
pontiagudas. 
 Possuem largura entre 20 m e 50 m no 
topo, com 1 a 2 metros de profundidade. 
Excepcionalmente alcançam largura de 3 e 
profundidade de 22 metros. 
Alargam-se ou estreitam-se com a 
profundidade. 
 Podem estar parcial ou totalmente 
preenchidas por solo, desenvolvendo 
vegetação. 
 
 
 
K 
 
 
Kattle. Veja em ambiente glacial. 
 
Keazoglifo (keazoglyph). Veja blocos rompidos 
por tração em estrutura brechosa. 
 
Ksimoglifo (ksimoglyph). Veja marca de sulco 
lavrado por objeto. 
 
 
 
L 
 
 
Lago de deserto (playa lake, sabhka, inland 
sabka). Veja em ambiente eólico. 
 
Lama (mud). Sedimentos com granulometria 
entre 0,125 mm e 0,062 mm. 
 
Lâmina (laminae, lamination). Ilustração. 
Constituem as menores unidades de 
sedimentação megascópicas de uma 
sequência sedimentar. 
 
 
Lâmina. Arenitos da Formação Rio do Rasto, Permo-
Triássico, RS, BR. Testemunho cedido pela CPRM. Na 
referência, a escala é em centímetros, à direita, e 
polegadas, à esquerda. Créditos: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
 Geneticamente, as lâminas são 
 
 
“pequenas camadas”, logo, possuem feições 
similares, com as seguintes exceções: 
 1. São relativamente uniformes em 
composição e textura, podendo apresentar 
algumas feições gradacionais. 
 2. Não possuem, aparentemente, 
estrutura interna. 
 3. Possuem extensão em área menor 
ou igual à camada que as contém. 
 4. Formam-se em tempo mais curto em 
relação ao período da camada que as contém. 
Geralmente, têm espessuras 
milimétricas e, algumas vezes, podem ser 
medidas em centímetros. 
 A origem das lâminas é o resultado de 
algumas flutuações menores dentro das 
condições físicas constantes que formam a 
camada. 
 Quando não podemos fazer a distinção 
entre camadas e lâminas, pode-se utilizar o 
termo descritivo leito (layer, layered 
sediments). 
 Para muitos, o termo lâmina tem o 
significado de que estas “pequenas camadas” 
possuem espessura igual ou inferior a 1 cm. 
 É preciso registrar que uma camada 
maciça pode ter sua origem pela destruição de 
sua laminação. Pelo conceito de lâmina, caso 
não seja possível identificar um leito maciço 
como uma camada desestruturada, este leito 
pode realmente representar uma lâmina. 
 
Laminação (laminated bedding, lamination). 
Termo usado para descrever sequências 
sedimentares que exibem um arranjo de 
lâminas dentro de uma camada ou estrato cujas 
lâminas estão separadas por planos 
lamninares. 
 A laminação pode ser: 
 1. Laminação ondulada cavalgante 
(veja marca de ondulação cavalgante). 
 2. Laminação paralela horizontal. 
 3. Laminação angular. 
 4. Laminação tangencial. 
 5. Laminação côncava. 
 6. Laminação sigmoidal. 
 7. Laminação cruzada. 
 8. Laminação irregular. 
 9. Laminação convoluta (veja em 
estrutura convoluta). 
 10. Laminação convoluta cavalgante 
(veja em estrutura convoluta). 
 11. Laminação convoluta em cúspide 
(veja em estrutura convoluta). 
 12. Laminação corrugada (veja em 
estrutura convoluta). 
 13. Laminação de camada plana (veja 
em laminação paralela horizontal). 
 14. Laminação drapeada (veja em 
marca de ondulação cavalgante em fase). 
 15. Laminação transcorrente. 
 16. Laminação convoluta meta 
deposicional. 
 17. Laminação convoluta pós-
deposicional. 
 18. Laminação convoluta 
sindeposicional. 
 19. Laminação cruzada em retrocesso 
(veja em marca de ondulação regressiva). 
 20. Laminação ondulante (veja em 
marca de ondulação regressiva). 
 
Laminação acanalada. Veja laminação 
côncava. 
 
Laminação angular (diagonal lamination, 
laminites II, torrential cross lamination). 
Ilustração. Trata-se do arranjo laminar dentro 
de uma camada, cujas lâminas mostram 
contato em ângulo oblíquo em relação às 
superfícies limitantes da camada. 
 
 
Laminação angular. Depósitos de interdunas eólicos de 
ambiente litorâneo marinho. Quaternário, RS, BR. 
Referência: 5,0 cm de ∅. Créditos: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
 É também denominada, 
microestratificação, microestratificação angular 
ou laminação diagonal. 
 
Laminação côncava (trough-cross-
lamination). Trata-se do arranjo laminar em 
uma camada, cujas lâminas mostram contato 
fortemente tangencial em relação à superfície 
limitante inferior da camada. 
 Também referida como: laminação em 
calha, laminação acanalada, 
microestratificação côncava, 
 
 
microestratificação em calha e 
microestratificação acanalada. 
 
Laminação convoluta (convoluted laminae, 
convoluted lamination, convolute laminated 
structures, convolute lamination). Veja em 
estrutura convoluta. 
 
Laminação convoluta cavalgante 
(convolutions drift, ripple-load convolution). 
Veja em estrutura convoluta. 
 
Laminação convoluta em cúspide (cusp 
structure). Veja em estrutura convoluta. 
 
Laminação convoluta meta deposicional 
(metadepositional convolute lamination). 
Compõe-se de estruturas convolutas surgidas 
imediatamente antes ou após cessar a 
deposição. As dobras são truncadas por 
unidades depositadas no topo, nas quais 
vulcões de areia podem jazer acima das 
antiformes ou por uma superfície interna de 
erosão logo abaixo da unidade sobreposta. 
 
Laminação convoluta pós-deposicional 
(post-depositional convolute lamination). 
Compõe-se de estruturas convolutas que 
surgem algum tempo após o início do 
soterramento. As dobras possuem maior 
amplitude no centro da camada convolucionada 
e afinam para cima e para baixo até lâminas 
não deformadas. 
 
Laminação convoluta sindeposicional 
(syndepositional convolute lamination). São 
estruturas convolutas formadas, episódica ou 
continuamente, durante a deposição de uma 
camada. A principal evidência disto é o 
afinamento erosivo de grupos de lâminas das 
dobras sinformes na direção das dobras 
antiformes, terminando, muitas vezes, com o 
truncamento das dobras antiformes. 
 Como na variedade de laminação 
convoluta meta deposicional, as dobras podem 
ser cortadas pelo topo da camada ou por uma 
superfície de erosão. 
 Quando esferoides contêm as 
laminações convolucionadas estas são 
observadas em matriz maciça, fato 
provavelmente devido ao escape de água, a 
feição resultante é denominada slump mélange. 
Ilustração. 
 
 
Laminação convoluta sindeposicional. Os esferoides 
que contêm as laminações convolucionadas estão 
mergulhados em matriz de pelitos. Formação Rio do Rasto, 
Permo-Triássico, RS, BR. Referência: 5,0 cm de ∅. Créditos: 
Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Laminação corrugada (corrugated 
lamination). Veja em estrutura convoluta. 
 
Laminação cruzada (cross laminae, cross 
lamination, current ripple lamination, medium-
scale trough cross-stratification, micro-cross 
lamination, ripple drift cross-stratification, 
small-scale trough cross-stratification, wispy 
cross stratification). Ilustração. Tal como 
estratificação cruzada, esta forma de laminação 
pode ser considerada quando as lâminas 
apresentarem-se inclinadas em relação às 
superfícies limitantes. 
 Na estratificação cruzada a relação 
feita está para a atitude entre as camadas. Na 
laminação cruzada a relação pode ser feita 
entre as lâminas de uma camada, que pode ser 
angular, tangencial, côncava ou sigmoidal, ou 
com as lâminas adjacentes de outra camada. 
 
 
Laminação cruzada. Arenito da Formação Rio do Rasto, 
Permo-Triássico, RS, BR. Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: 
Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Laminação cruzada angular. Veja laminação 
 
 
angular. 
 
Laminação cruzada completa de sequência 
frontal de ondulação. Veja marcas de 
ondulações cavalgantes fora de fase não 
erosiva em marca de ondulação cavalgantefora 
de fase. 
 
Laminação cruzada de marca ondulada. Veja 
marca de ondulação cavalgante. 
 
Laminação cruzada de sequência frontal de 
ondulação. Veja marca de ondulação 
cavalgante fora de fase. 
 
Laminação cruzada em retrocesso (counter-
current cross lamination). Veja em marca de 
ondulação regressiva. 
 
Laminação cruzada regular. Veja laminação 
angular. 
 
Laminação cruzada tangencial. Veja 
laminação tangencial. 
 
Laminação cruzada torrencial. Veja 
laminação angular. 
 
Laminação cruzada transladante 
cavalgante. São as lâminas que constituem um 
estrato cavalgante. 
 
Laminação cruzada truncada de sequência 
frontal de ondulação. Veja marcas de 
ondulações cavalgantes fora de fase erosiva 
em marca de ondulação cavalgante fora de 
fase. 
 
Laminação de camada plana (plane bed 
lamination). Veja em laminação paralela 
horizontal. 
 
Laminação de forma ondulada completa. 
Veja marca de ondulação cavalgante em fase. 
 
Laminação de forma ondulada incompleta. 
Veja marca de ondulação cavalgante fora de 
fase. 
 
Laminação diagonal. Veja laminação angular. 
 
Laminação drapeada (draped lamination, type 
c ripple drift cross lamination, type 3 ripple drift 
cross lamination). Veja em marca de ondulação 
cavalgante em fase. 
 
Laminação em calha. Veja laminação 
côncava. 
 
Laminação enrugada. Veja estrutura de 
escorregamento. 
 
Laminação horizontal. Veja laminação 
paralela horizontal. 
 
Laminação irregular (irregulary layered 
structures). Laminação perturbada de uma 
camada em que as lâminas mostram tendência 
à horizontalidade, mas apresentam superfícies 
limitadas por irregularidades ou por lentes que 
se destacam da matriz por diferente 
composição granular. 
 Podem ser primárias ou secundárias. 
No primeiro caso incluem estratificação flaser 
irregularmente ordenada, depósitos resultantes 
de sedimentação em substrato irregular e 
depósitos resultantes de oscilações na 
intensidade de movimentação da água e 
diferente transporte do detrito. As secundárias 
são predominantes e resultam da atividade de 
organismos escavadores (veja estrutura de 
bioturbação). 
 
Laminação ondulada cavalgante. Veja marca 
de ondulação cavalgante. 
 
Laminação ondulante (undulating 
lamination). Veja em marca de ondulação 
regressiva. 
 
Laminação paralela. Veja laminação paralela 
horizontal. 
 
Laminação paralela horizontal (flat-bed 
laminae, horizontal lamination, parallel 
laminated estructures, parallel lamination, 
plane parallel laminae). Ilustração. Consiste na 
superposição horizontal das lâminas dentro de 
uma camada. As mesmas apresentam-se 
paralelas entre si ou paralelas ao plano de limite 
da camada. 
 
 
 
 
Laminação paralela horizontal. Arenitos e pelitos (veja em 
Rocha Sedimentar Clástica) intercalados. Formação Rio 
Bonito, Permiano, RS, BR. Testemunho cedido pela CPRM. 
Referência em centímetros. Créditos: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
 As lâminas podem ser contínuas (veja 
laminação paralela horizontal contínua) ou 
descontínuas (veja laminação paralela 
horizontal descontínua). 
 Esta estrutura origina-se em regime de 
fluxo superior (veja em regime de fluxo) ou em 
regime de fluxo inferior (veja em regime de 
fluxo). 
Quando esta laminação se origina em 
camada arenosa eólica graças a tempestades 
de areia, recebe o nome específico de 
laminação de camada plana (plane bed 
lamination), que se caracteriza por sua 
uniformidade e ângulos de mergulho menores 
do que 15o. 
 Veja também laminação transcorrente. 
 
Laminação paralela horizontal continua. 
Consiste na superposição horizontalizada das 
lâminas dentro de uma camada. 
Apresentam-se paralelas entre si ou paralelas 
ao plano de estratificação. São uniformes, finas 
e lateralmente contínuas. 
 Sua formação está ligada, 
provavelmente, a correntes de baixa 
velocidade. 
 Veja regime de fluxo. 
 
Laminação paralela horizontal descontínua. 
Consiste na superposição horizontalizada das 
lâminas dentro de uma camada. São uniformes, 
menos finas que a laminação paralela 
horizontal contínua, lateralmente descontínuas 
podendo apresentar microlentes. 
 Sua formação está ligada, 
provavelmente, a correntes de alta velocidade. 
 Veja regime de fluxo. 
 
Laminação plana. Veja laminação paralela 
horizontal. 
 
Laminação plano-paralela. Veja laminação 
paralela horizontal. 
 
Laminação por marca de ondulação (ripple 
form lamination, ripple laminae, ripple laminae 
superimposed in rhythm). Ilustração. Tratam-se 
de estruturas desenvolvidas por ação de rcas 
de ondulações, as quais apresentam lâminas 
onduladas ou laminação cruzada, que são 
paralelas a sucessivas posições da superfície 
deposicional ondulada. 
 O uso desta terminologia pode ser feito 
sempre que pudermos definir, no mínimo, parte 
da forma das ondulações. 
 
 
Laminação por marca de ondulação. Intercalação areno 
(níveis claros)-pelítica (níveis escuros). Formação Palermo, 
Permiano, RS, BR. Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: 
Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Veja também marca de ondulação 
cavalgante. 
 
Laminação sigmoidal (sigmoidal lamination). 
Trata-se do arranjo laminar em uma camada, 
cujas lâminas mostram-se tangenciais em 
relação às superfícies limitantes inferior e 
superior da camada. 
 Esta estrutura sedimentar é também 
denominada microestratificação sigmoidal 
(sigmoidal micro-stratification). 
 
 
 
Laminação tangencial (tangencial cross-
bedding). Ilustração. Trata-se do arranjo 
laminar em uma camada, cujas lâminas 
mostram contato levemente tangencial em 
relação à superfície limitante inferior da 
camada. 
 
 
Laminação tangencial. Arenitos do Grupo Guaritas, 
Proterozoico, RS, BR. A seta indica a paleocorrente. 
Referência: 5,0 cm de ∅. Créditos: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
 É também denominada 
microestratificação tangencial. 
 
Laminação transcorrente (horizontal 
discontinuous stratification, horizontal parallel 
stratification, laminites I, planar bedding, plane 
bedding, transcurrent lamination, uniform 
stratification). Consiste na superposição 
horizontalizada das lâminas dentro de uma 
camada. As mesmas apresentam-se paralelas 
entre si ou paralelas ao plano de estratificação. 
São uniformes, finas, lateralmente contínuas ou 
descontínuas, podendo até mesmo apresentar 
microlentes de material mais grosso. 
 Possivelmente, correspondem a 
marcas de ondulações por corrente, planas, 
formadas de areia mal classificada, 
cavalgantes. 
Devido ao extremo achatamento, 
uniformidade e constância, as ondulações 
geram lâminas alternadamente grossas e finas 
de grande regularidade. 
 As mais grossas acumulam-se à 
jusante, mas em inclinações muito suaves para 
que ocorra o deslizamento. 
 As lâminas de fina granulometria, nas 
quais ocorre lineação por corrente, estão nos 
lados da montante. Para sua formação 
soma-se, provavelmente: 
 1. Flutuações na velocidade. 
 2. Repetição de correntes. 
 3. Fluxo laminar na camada. 
 4. Segregação de sedimentos mais 
grossos em grupos distintos. 
 5. Classificação de grãos na carga da 
camada. 
 
Lâmina comprimida (stretched laminae). Veja 
em estrutura de avalanche. 
 
Lâmina frontal (foreset, foreset laminae, grain 
fall laminae, grain fall lamination). Veja em 
marca de ondulação. 
 
Lâmina obliterada (fade-out laminae). Veja 
em estrutura de avalanche. 
 
Lâmina sigmoide. Veja em ambiente deltaico. 
 
Lâmina superposta fora de ritmo ou fase. 
Veja marca de ondulação cavalgante fora de 
fase. 
 
Lamito. Veja em Rocha Sedimentar Clástica. 
 
Lamito esponjoso (gas bubble cavities in 
muddy sediments). Compõe-se de camadas 
lamosas que mantém cavidades de bolhas 
gasosas anteriormente aprisionadas. 
 As bolhas originam-se graças à 
decomposição de matéria orgânica e conferem 
o aspecto cavernoso da camada. 
 
Lapiaz. Veja estrutura cárstica. 
 
Lasca de folhelho ou argila. Veja intraclasto. 
 
Laterita (laterite). Nos solos desenvolvidos em 
regiões tropicais ricos em ferro, a acumulação 
deste elemento varia desde material terroso a 
granular ou mesmo rocha dura com textura 
pisolítica(veja pisólito) denominada duricrosta 
(ilustração), uma espécie de caliche. 
 
 
Laterita. Laterita itacura (ou itacuru), seta. Cenozóico, RS, 
 
 
BR. Referência: 30 cm de comprimento. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
Lebensspuren. Veja em estrutura de 
bioturbação. 
 
Leito. Ilustração. Veja em lâmina. 
 
Leito. Arenitos da Formação Rio do Rasto, Permo-
Triássico, RS, BR. Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
Leito concrecionário (concretionary layers, 
lumpy bedding, nodular bedding). Trata-se de 
um leito, dentro de uma unidade de 
sedimentação que é um corpo estratiforme 
como, por exemplo, uma lente de calcário ou 
uma camada onde há concentração de 
concreções. Sua origem é por ação 
diagenética. 
 Veja também estratificação nodular. 
 
Lençol arenoso em forma de gota (drop-like 
sheet of sand). Tratam-se de estruturas em 
forma de lençóis de areia cujos bordos externos 
assemelham-se as gotas. 
 As extremidades mais grossas, 
alinhadas à corrente, indicam o sentido do fluxo. 
 Sua origem está associada a 
escorregamentos que liquefazem camadas 
arenosas inferiores, as quais introduzem diques 
sedimentares que, na camada superior, liberam 
línguas de areia que ficam embebidas em 
sedimentos mais finos soto-postos. 
 
Lençol de escorregamento (slump sheet). 
Camada de espessura limitada e ampla 
extensão constituída por materiais 
escorregados. 
 Veja também estrutura de 
escorregamento. 
 
Lençol freático. Área próxima à superfície 
onde se localiza a água subterrânea. 
 
Lenhito. Veja em Rocha Sedimentar Orgânica. 
 
Lente (lens). Ilustração. São estratos ou 
camadas que apresentam acunhamento 
bilateral quando vistos em seção. 
 
 
Lente. Lente de arenito médio a grosso mergulhado em 
sedimentitos pelíticos. Formação Rio Bonito, Permiano, RS, 
BR. A seta indica a direção da paleocorrente. Referência: 
5,0 cm de ∅. Créditos. Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Leque deltaico (fan delta). Veja em ambiente 
deltaico. 
 
Leque de lavagem. Veja em ambiente lagunar. 
 
Leque de marca de ondulação (ripple fans). 
Veja em mega marca de ondulação. 
 
Lineação (lineation, substratal lineation). 
Termo empregado para qualquer classe de 
estrutura linear, desenvolvida na superfície, 
dentro ou na base da camada. 
 
Lineação de partição (current lineation, 
current parting, parting lineation, parting step 
lineation, primary current lineation). Ilustração. 
Trata-se de uma série de cristas e sulcos 
pequenos, rasos e subparalelos desenvolvidos 
sobre planos de partição (veja em plano de 
estratificação) de sedimentos finamente 
laminados. A largura das cristas e sulcos é 
muito maior do que a altura, sendo ambos 
achatados. 
 Possui a aparência de degraus baixos 
e paralelos separados por áreas relativamente 
amplas e chatas. 
 
 
 
 
Lineação de partição em plano de estraficação. Arenitos 
da Formação Botucatu, Juro-Cretáceo, RS, BR. Referência: 
30 cm de comprimento. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Origina-se, possivelmente, sob 
condições de regime de fluxo superior (veja em 
regime de fluxo), podendo também formar-se 
em regimes de fluxo inferior (veja em regime de 
fluxo) e é efeito da orientação subparalela da 
fábrica dos grãos. 
 Tais estruturas, por vezes, 
correspondem ao antigo plano de 
estratificação. 
 Veja também lineação por corrente. 
 
Lineação de partimento. Veja lineação de 
partição. 
 
Lineação glacial (glacial lineations). São todas 
as lineações produzidas pelo deslocamento de 
gelo. 
 São elas: 
 1. Fratura em crescente. 
 2. Estria glacial. 
 3. Criossombra de obstáculo. 
 4. Estria glacial rombuda. 
 5. Sulcos glaciais (veja em estria 
glacial). 
 
Lineação por corrente (current lineation, 
graination, parting lineation, parting plane 
lineation, primary current lineation, sand 
streak, scour lineation, streaming lineation). 
Ilustração. Compõe-se de sulcos e cristas 
subparalelas, de baixo-relevo, que cobrem 
superfícies de acamadamento. 
 Origina-se em correntes com 
velocidade relativamente alta, orientando-se 
paralelamente à direção do fluxo. 
 
 
Lineação por corrente. Alinhamento das areias 
transportadas pelo vento em ambiente litorâneo marinho. 
Quaternário, RS, BR. Referência: 30 cm de comprimento. 
Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Muito provavelmente, por ação de 
correntes separadoras e aproximadoras de 
grãos, formam-se listras de fluxo longitudinal 
(streaky structure) que conferem uma 
orientação subparalela à fábrica de grãos 
(streaky structure de Allen, 1982). 
 Os arenitos são os que melhor 
preservam a estrutura. 
Quando os sulcos preenchidos 
originam contra-moldes com até 30 cm de 
largura e até 2 metros de comprimento, 
podemos falar em mega lineações por corrente 
(shooting flow cast). 
 Não deve ser suposto que lineação por 
corrente seja apenas encontrada em 
associação com sedimentos arenosos 
laminados paralelamente. Também ocorre em 
ambiente erosivo sobre costas de marcas de 
ondulações e dunas. 
 
Língua arenosa de avalanche (cone-shaped 
structure, grain flow, sand-flow, sand-flow 
tongues, tongue-shaped structure). Ilustração. 
São estruturas de avalanche que ocorrem nas 
marcas de ondulações, notadamente nas mega 
marcas de ondulações, onde a face de maior 
inclinação pode apresentar faixas estreitas de 
sedimentos que escorregam até a calha 
originando estruturas como línguas. As 
mesmas possuem, na porção superior, uma 
feição côncava para cima, estando separadas 
umas das outras por superfícies convexas para 
cima. 
 
 
 As “línguas” arenosas mostram 
granulometria mais grossa que as lâminas 
frontais (veja em marca de ondulação). Tais 
formas de avalanche são mais comuns em 
corpos arenosos de ambientes eólicos, uma 
vez que o comportamento individual dos grãos 
secos favorece a maior incidência desta 
estrutura nestes locais. 
 
 
Línguas arenosas de avalanche. Duna eólica litorânea 
marinha. Quaternário, RS, BR. Referência: 30 cm de 
comprimento. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 A repetição destas feições na face de 
escorregamento das dunas determina um 
padrão de estratificação chamada estratificação 
cruzada por lâminas frontais e línguas arenosas 
de avalanche. Ilustração. 
 
 
Estratificação cruzada por lâminas frontais e línguas 
arenosas de avalanche. Seção longitudinal em arenito 
eólico. As “línguas” são as lâminas em cunha. Grupo 
Guaritas, Proterozoico, RS, BR. A seta mostra a direção da 
paleocorrente. Referência: 5,0 cm de ∅. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
Linha de deixa (swash-marks, wave lines). 
Ilustração. São delgadas cristas que marcam a 
linha de maior avanço das ondas. O lado 
convexo aponta na direção do continente. No 
lado côncavo, é comum a presença de 
estriações finas arranjadas em padrão 
centrípeto ou com forma de vírgula que indicam 
o lado do mar. 
 
 
Linhas de deixa. Praia arenosa de ambiente litorâneo 
marinho. Quaternário, RS, BR. Referência: 5,0 cm de 
comprimento. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 É comum o acúmulo de areias muito 
finas para formação das cristas, e, também, 
podem ser encontrados restos de conchas, 
madeira, algas, etc. 
 Muito comumente encontradas em 
associação com lineação por corrente. 
 Vistas em seção originam uma 
estratificação cruzada, que é denominada de 
estratificação cruzada de linha de deixa (swash 
cross stratification). 
 Veja também linha de escombro. 
 
Linha de escombro (trash line). Ilustração. 
Crista que marca o máximo avanço da maré ou 
de cheias sobre a praia. Nesta linha 
acumulam-se materiais detríticos 
heterogêneos. 
Veja também linha de deixa. 
 
 
Linhas de escombros. As linhas de deixa estão 
enriquecidas com detritos de origem vegetal. Praia arenosa 
de ambiente litorâneo lacustre. Quaternário, RS, BR. 
Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Liquefação (liquefaction). Fenômeno em que 
 
 
sedimento coerente passa a se comportar 
como líquido. Os grãos, então frouxamente 
unidos, afastam-se e ficam suspensos no 
próprio fluido intersticial. Ascondições 
anteriores voltarão quando o fluido escapar e os 
grãos novamente se reunirem, ainda que de 
modo frouxo. 
 
Listra de fluxo longitudinal (streaky 
structure). Veja em lineação por corrente. 
 
Listra granular (wave-related gravel stripes). 
Constituem faixas equidistantes de grânulos e 
pequenos seixos que se distribuem declive 
abaixo em praias arenosas, protegidas sob 
condições calmas. 
 As listras podem ter muitos metros de 
comprimento, porém, com poucos centímetros 
de espaçamento transverso. São levemente 
elevadas e comumente interdigitadas com 
sedimentos arenosos. 
 Sua origem parece estar relacionada a 
atividade das ondas de lavagem e relavagem. 
 
Litificação (litification). Ver em diagênese. 
 
Litoestratigrafia (lithostratigraphy). É o estudo 
que objetiva determinar o empilhamento ou a 
sucessão estratigráfica vertical de unidades 
rochosas e das possíveis lacunas existentes 
entre estas unidades, bem como avaliar a 
continuidade lateral delas. 
 
Litofácies (lithofacies). Veja em fácies. 
 
Litologia (lithology). É o estudo e a descrição 
de uma rocha ou de uma associação de rochas, 
realizado macroscopicamente em amostras de 
mão e em afloramentos ou em laboratório com 
o auxílio de microscopia óptica, ou eletrônica. 
 
Litossoma. Sinônimo de rocha. 
 
Litosfera (lithosphere). Veja em Crosta 
Terrestre. 
 
Lobos de suspensão. Veja em ambiente 
deltaico. 
 
Loess. Veja em ambiente eólico. 
 
Loessito. Veja em ambiente eólico. 
 
Lutito. Veja em Rocha Sedimentar Clástica. 
 
 
 
M 
 
 
Maciço (massive). É a camada ou leito 
desestruturado. 
 
Macromaré. É aquela maré com amplitude 
superior a 4 metros. 
 
Macro-ondulação. Veja mega marca de 
ondulação e marcas de ondulações gigantes 
em marca de ondulação. 
 
Manto de algas (seaweed mat). Ver em alga. 
 
Marca alongada e simétrica. Veja turboglifo. 
 
Marca clástica de pressão (pitted pebbles). 
São depressões rasas e ovais ocorrentes em 
certos seixos de ruditos, particularmente seixos 
de chert, formadas por solução no ponto onde 
cada fragmento é pressionado contra outro, 
durante a compactação. Podem, também, ser 
identificadas em areias quartzosas. São feições 
pós-deposicionais (veja estrutura diagenética). 
 
Marca cônica ou triangular. Veja turboglifo. 
 
Marca continua. Veja marcas contínuas 
lavradas por objetos (continuous marks) em 
marca lavrada por objeto. 
 
Marca corrugada (kinneyia ripples, transverse 
wrinkle marks, transverse wrinkles, wrinkle 
marks). Constituem feições irregulares como 
marcas de ondulações miniaturizadas. 
Geralmente, suas pequenas cristas mostram 
paralelismo entre si e, ocasionalmente, podem 
ser curvadas assumindo padrão que lembra um 
favo de mel. 
 Sua origem tem sido explicada através 
de dois mecanismos possíveis: 
 1. Produzidas em superfície 
sedimentar parcialmente coesiva, coberta por 
fina lâmina de água (até 1 cm) agitada por forte 
vento. 
 2. Produzidas em superfície argilosa 
coesiva como efeito da ação não erosiva de um 
 
 
fluxo turbidítico. 
 A irregularidade das cristas determina 
uma feição conhecida pelo nome de marcas 
milimétricas de ondulações. 
 
Marca de adesão piroclástica (current 
ridges). Veja em marca de ondulação por 
adesão. 
 
Marca de aspersão de água (spray 
impressions, spray pits). Pequenas estruturas 
circulares ou elípticas similares as marcas de 
pingos de chuva, produzidas por aspersão de 
água (borrifo) sobre sedimentos finos. 
 
Marca de carga. Veja estrutura de sobrecarga. 
 
Marca de chuva. Veja marca de pingo de 
chuva. 
 
Marca de corrente. Veja marca de ondulação 
por corrente e também marca de sulco lavrado 
por corrente. 
 
Marca de corrente em forma de pequenas 
covas. Veja marca de ondulação de 
interferência e também marca de ondulação de 
interferência complexa. 
 
Marca de cristal de gelo. Veja impressão de 
cristal. 
 
Marca de cristal de sal. Veja impressão de 
cristal. 
 
Marca de deformação (deformation marks). 
Veja greta tensional transversa. 
 
Marca de desbaste (flowage marks, flowage 
structure, ripple scour, scour marks, scour pit). 
São todas as estruturas produzidas como 
resultado de erosão de uma superfície de 
sedimentos pelo fluxo da corrente sobre ela. A 
superfície coesiva, porém, inconsolidada, 
geralmente lama, é esculturada e reformada 
pela ação de desbaste da corrente. 
 A erosão pode ser devida à formação 
de redemoinhos em uma corrente turbulenta 
relacionada aos processos de separação do 
fluxo. 
 Na gênese das marcas de desbaste há 
uma transferência de pedaços de sedimentos 
ou lascas da camada para o fluxo, 
arranjando-se o desbaste de maneira 
transversal, diagonal ou longitudinal ao fluxo. O 
caráter das marcas de desbaste desenvolvido 
em leitos lamosos depende dos defeitos 
existentes na camada, da duração dos 
processos erosivos e das propriedades do 
fluxo, enquanto o caráter das estruturas 
produzidas em lama fracamente coesiva, pela 
pressão do fluido, depende principalmente das 
propriedades do fluxo. 
 Estas marcas são profusamente 
produzidas em superfícies lamosas 
inconsolidadas, porém, são usualmente melhor 
preservadas na forma de contra-moldes no lado 
inferior de leitos arenosos sobrejacentes. 
Graças a isso são mais conhecidos como 
marcas de sola. 
 Podem ser divididos em: 
 1. Marca de sulco lavrado por corrente. 
 2. Estrutura de desbaste em crescente. 
 
Marca de desbaste com obstáculo. Veja 
estrutura de desbaste em crescente. 
 
Marca de desbaste diagonal. Veja em sulco 
erosivo transverso lavrado por corrente. 
 
Marca de desbaste longitudinal (longitudinal 
scour, longitudinal scour marks, obstacle 
scours). Tratam-se de marcas de desbaste que 
são, em grande parte, originadas por erosão 
resultante de extrema concentração de linhas 
de corrente. 
 Canal e estrutura de corte e 
preenchimento podem aqui ser incluídas. 
 
Marca de desbaste por corrente. Veja marca 
de sulco lavrado por corrente. 
 
Marca de desbaste transversa. Veja sulco 
erosivo transverso lavrado por corrente. 
 
Marca de desbaste transversa e oblíqua. 
Veja sulco erosivo transverso lavrado por 
corrente. 
 
Marca de deslizamento (slide casts, slide 
marks). São estruturas produzidas pelo 
deslizamento subaquoso de grandes massas 
de sedimentos. 
 As marcas aparecem como sistemas 
paralelos de sulcos. 
 A massa deslocada pode sofrer 
rotação deixando as marcas de deslizamento 
encurvadas. 
 
 
 
Marca de deslizamento a sota-vento (slump 
mark). Feições originadas por 
desmoronamento a sota-vento de dunas ou 
ondas de areia. 
 Veja também estrutura de avalanche. 
 
Marca de empuxo (brush cast, brush mark). 
Marcas lavradas por objetos, apresentando-se 
como depressões rasas e alongadas com 
acúmulo de material argiloso que foi empurrado 
pelo objeto, formando rugas com aspecto de 
meia-lua com suas margens convexas no 
sentido da corrente. 
 Surgem pelo impacto do objeto sobre a 
superfície argilosa, em muito baixo ângulo, 
provocando o amontoamento do sedimento à 
frente do mesmo. 
 
Marca de erosão. Veja marca de desbaste, 
canal com marca de ondulação e também 
estrutura de corte e preenchimento. 
 
Marca de escoriação. Veja em marca de 
percussão. 
 
Marca de escorregamento. Veja marca de 
deslizamento. 
 
Marca de espraiamento. Veja linha de deixa. 
 
Marca de estriação por sobrecarga (load cast 
striation). Estruturas de aspecto como sulcos 
de lavagem. 
 Sua origem na sobrecarga é duvidosa. 
 
Marca de granizo (hail imprints, hail marks, 
hail pits, hail prints, hailstone impact, hailstone 
imprints). Feições que lembram às marcas de 
pingos de chuva. As impressões, contudo, são 
maiores, mais profundas, mais irregulares e 
possuem bordas menos contínuas que nas 
marcas de pingos de chuva. 
 Produzidas pelo impacto de granizo 
sobre sedimentos. 
 
Marca de impacto (impact cast, impact 
marks). Veja em marca lavrada por objeto e 
também marca de saltação. 
 
Marca de microssulco lavrado por objeto 
(microgroove cast). Marcas de sulcos lavrados 
por objetos originados, provavelmente, porgrãos de areia grossa. 
 
Marca de objeto. Veja marca lavrada por 
objeto. 
 
Marca de obstáculo. Veja estrutura de 
desbaste em crescente. 
 
Marca de ondulação (current ripples on sand 
at near-equilibrium, current ripples on silt, 
ripple mark, ripples, sedimentary ripples). 
Superfícies geralmente arenosas podem 
cobrir-se por ondulações conhecidas por 
marcas de ondulações, comumente formadas 
em alto ângulo com a direção da corrente, 
desde que estejam expostas à ação de ondas, 
de correntes de ar ou água, com grau 
apropriado de intensidade. 
 Geneticamente podem ser: 
 1. Marcas de ondulações por ondas. 
 2. Marcas de ondulações por corrente. 
 3. Marcas de ondulações combinadas. 
 De acordo com a medida de uma crista 
até a crista subsequente (comprimento de 
onda), podem ser separadas em: 
 1. Pequenas marcas de ondulações: 
quando a dimensão atinge até 60 cm. 
 2. Mega-marcas de ondulações: 
quando a dimensão está entre 60 cm e 30 
metros. 
 3. Marcas de ondulações gigantes: 
quando a dimensão for superior a 30 metros. 
 Segundo Ashley (1990), as marcas de 
ondulações subaquáticas, e suas 
estratificações cruzadas, podem ser pequenas, 
se possuírem dimensões entre 0,60 m a 5 
metros, médias, se de 5 metros a 10 metros, 
grandes, se de 10 metros a 100 metros e muito 
grandes, se maiores de 100 metros. 
 Não raro as marcas de ondulações 
possuem a face de montante menos inclinada 
que a de jusante. Em ambas as faces são 
desenvolvidas lâminas por contínua deposição 
de sedimentos. Aquelas construídas na face de 
jusante denominam-se lâminas frontais 
(foreset, foreset laminae, grain fall laminae, 
grain fall lamination). 
 
Marca de ondulação aerodinâmica 
(aerodynamic ripples). Veja em marca de 
ondulação balística. 
 
Marca de ondulação ardosiana (scalloping). 
Termo empregado para marcas semelhantes 
às marcas de ondulações encontradas 
 
 
unicamente em ardósias e que tem origem 
desconhecida. 
 
Marca de ondulação ascendente. Veja marca 
de ondulação cavalgante. 
 
Marca de ondulação assimétrica. Veja marca 
de ondulação por corrente e também marca de 
ondulação assimétrica por onda. 
 
Marca de ondulação assimétrica por onda 
(asymmetrical wave ripple, linear asymmetrical 
ripple-mark, secondary ripple mark, small-
scale asymmetrical ripples). São marcas de 
ondulações assimétricas e retilíneas. As 
marcas possuem uma abrupta face de jusante 
e uma suave face de montante, podendo ser 
confundidas com marcas de ondulações por 
corrente, com marcas de ondulações de cristas 
retas por corrente e com marcas de ondulações 
por ondas. A diferença é perceptível pela 
presença de repetidas bifurcações, na forma de 
diapasão, somente encontradas nas marcas de 
ondulações por ondas. 
 Originam-se pelo movimento de ondas 
com maior competência do que aquelas que 
determinam as marcas de ondulações 
simétricas por ondas. 
 
Marca de ondulação balística (ballistic 
ripples, eolian current-ripples, impact ripples). 
Ilustração. São marcas de ondulações 
produzidas pelo vento em ambientes desérticos 
ou em costas arenosas. 
 Podem ser marcas de ondulações 
contínuas por corrente ou marcas de 
ondulações descontínuas por corrente. 
 As formas menores desenvolvem-se 
em areias bem classificadas. As grandes 
formas ocorrem em areias mal classificadas, 
grânulos ou pequenos seixos. 
 
 
Marcas de ondulações balísticas. Pós-praia (veja em 
ambiente praial) litorâneo marinho. Quaternário, RS, BR. A 
seta mostra a direção de sopro do vento. Referência: 30 cm 
de comprimento. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Quando ocorrem superposições de 
padrões, provavelmente relacionados a fluxos 
secundários de menor escala, não relacionados 
ao mecanismo de impacto que formam as 
marcas de ondulações balísticas de padrão 
simples, tais padrões superpostos 
denominam-se marcas de ondulações 
aerodinâmicas (aerodynamic ripples). 
 
Marca de ondulação cárstica (cave flutes, 
cave scallors). Estruturas cársticas que 
ocorrem em paredes e fundo de cavernas 
calcárias e, ocasionalmente, em cavernas de 
gipso. Lembram marcas de ondulações e 
possuem cristas transversais ao fluxo com 
padrões bimodais de cristas contínuas e cristas 
descontínuas. 
 As marcas de cristas descontínuas são 
definidas como pequenas feições em forma de 
taças assimétricas, frequentemente 
sobrepostas. A face que indica o sentido da 
corrente é íngreme. 
 As marcas de cristas contínuas são 
similares às formas descontínuas, diferindo 
pelo fato de serem bidimensionais. 
 Estas estruturas dependem de uma 
interação estabilizada entre um curso aquoso 
turbulento unidirecional e a camada de calcário 
apta a responder à transferência de massa de 
fluxo, bem como da ação de redemoinhos. 
 
Marca de ondulação catenária (catenary 
ripples, transverse catenary large scale ripple). 
Constituem marcas de ondulações 
intermediárias entre marcas de ondulações de 
cristas retas e marcas de ondulações lunadas 
por corrente. São marcas precedidas pelas 
 
 
marcas de ondulações de cristas sinuosas por 
corrente que, com o decréscimo da 
profundidade das águas e aumento na 
velocidade, transformam-se em marcas de 
cristas catenárias, as quais mostram a 
convexidade apontando no sentido contrário ao 
da corrente, dispondo-se transversal ou 
obliquamente à corrente. Quando ocorrer o 
último caso teremos marcas de ondulações 
varridas catenárias (catenary swept ripples, 
swept catenary large scale ripples). 
 Quando as convexidades de marcas 
de ondulações vizinhas estiverem alinhadas 
temos marcas de ondulações catenárias em 
fase (catenary in phase ripples, transverse 
catenary in phase ripples). Quando houver 
uma discordância no alinhamento entre as 
convexidades de marcas de ondulações 
vizinhas são ditas marcas de ondulações 
catenárias fora de fase (catenary out of phase 
ripples, transverse catenary out of phase 
ripples). 
 De acordo com a medida de uma crista 
até a crista subsequente (comprimento de 
onda), podem ser separadas em: 
 1. Pequenas marcas de ondulações: 
quando a dimensão atinge até 60 cm. 
 2. Mega marcas de ondulações: 
quando a dimensão está entre 60 cm e 30 
metros. 
 3. Marcas de ondulações gigantes: 
quando a dimensão for superior a 30 metros. 
 Para Ashley (1990), as marcas de 
ondulações subaquáticas, e suas 
estratificações cruzadas, podem ser pequenas, 
se possuírem dimensões entre 0,60 m a 5 
metros, médias, se de 5 metros a 10 metros, 
grandes, se de 10 metros a 100 metros e muito 
grandes, se maiores de 100 metros. 
 
Marca de ondulação catenária em fase 
(catenary in phase ripples, transverse catenary 
in phase ripples). Veja em marca de ondulação 
catenária. 
 
Marca de ondulação catenária fora de fase 
(catenary out of phase ripples, transverse 
catenary out of phase ripples). Veja em marca 
de ondulação catenária. 
 
Marca de ondulação cavalgante 
(aggradational ripples, climbing ripple cross-
lamination, climbing ripple laminae, climbing-
ripple lamination, climbing ripples, climbing-
ripple structure, cross lamination, current ripple 
lamination, drift bedding, lee side 
concentration, pseudo cross stratification, 
ripple cross lamination, ripple-drift bedding, 
ripple-drift cross-lamination, ripple-drift 
lamination, ripple-drift stratification, ripple-drift 
with deposition from above, ripple stratification, 
rolling-strata, type a climbing ripple cross-
lamination, type b climbing-ripple cross-
lamination, type s climbing-ripple cross-
lamination). Estrutura formada em material não 
coesivo, a partir da migração horizontal e 
crescimento vertical simultâneos de marcas de 
ondulações produzidas por correntes ou ondas. 
 O desenvolvimento, a partir de marcas 
de ondulações, requer abundância de 
sedimentos e contínua ação de corrente ou 
ondas, de maneira tal que as marcas sejam 
construídas em uma série superposta, além de 
promover uma migração em determinada 
direção. 
 Tal feição pode ser constituída por 
marcas de ondulações de cristas retas, marcas 
de ondulações de cristas sinuosas por correntee marcas de ondulações linguoides por 
corrente, sendo raras aquelas formadas por 
mega marcas de ondulações. 
 Quando existe muito sedimento em 
disponibilidade, especialmente em suspensão 
contínua, o material extra soterra rapidamente 
e preserva o leito ondulado original, completa 
ou parcialmente. Este novo material também se 
ondulará e uma série de marcas de ondulações 
se superpõem, resultando as marcas de 
ondulações cavalgantes. 
 Podem ser divididas em: 
 1. Marcas de ondulações cavalgantes 
em fase. 
 2. Marcas de ondulações cavalgantes 
fora de fase. 
 Alguns autores usam os valores dos 
ângulos de cavalgamento () e do declive à 
montante () para classificar as marcas de 
ondulações cavalgantes. Assim, quando  = , 
é chamada crítica; quando  é maior que , 
supercrítica e quando  é menor que , é 
reconhecida como subcrítica. 
 Veja também estrato transladante. 
 
Marca de ondulação cavalgante em fase 
(climbing-ripple lamination with ripple laminae 
in-phase, complete ripple form lamination, 
cross-lamination developed from ripple in 
 
 
rhythm, laminae superimposed in rhythm lee 
side concentration, ordinary rolling strata, 
ripples superimposed in rhythm, sinusoidal 
ripple lamination, supercritically climbing 
ripple, superimposed ripple laminae in rhythm, 
type b ripple-drift cross lamination, uniform 
deposition). Marca de ondulação cavalgante na 
qual uma crista de ondulação está sobre a 
outra, apresentando uma leve inclinação em 
uma direção que é, no caso, a direção do fluxo, 
onde  é maior que . 
 É comum, também, que as cristas 
constituintes da marca sejam algo pontiagudas 
e levemente assimétricas. 
 Quando corre marca de ondulação 
cavalgante em fase cujas ondulações possuem 
um perfil simétrico sinusoidal, estas são 
denominadas de marcas de ondulações 
cavalgantes sinusoidais (laminae 
superimposed in rhythm uniform deposition). 
 Uma variação das marcas de 
ondulações cavalgantes em fase é aquela na 
qual encontramos os lados de montante e 
jusante bem preservados e com lama nas 
calhas (tipo "C", de Jopling e Walker, 1968), o 
que por alguns é reconhecida como laminação 
drapeada (draped lamination, type c ripple drift 
cross lamination, type 3 ripple drift cross 
lamination) (veja também drapeamento de 
lama em estratificação ondulada). 
 A origem da estrutura está ligada a um 
balanço muito delicado e constante de diversos 
fatores, tais como: profundidade da água, força 
das ondas, velocidade da corrente, direção da 
corrente, sedimentos em disponibilidade, etc. 
Qualquer modificação em um deles origina um 
padrão diferente. 
 
Marca de ondulação cavalgante fora de fase 
(asymmetrical climbing ripples, climbing-ripple 
lamination with ripple laminae in-drift, 
incomplete ripple form lamination, laminae 
superimposed out of rhythm, pseudobed, 
ripple-foreset cross lamination, rolling incline 
bedding, unilateral rolling strata). Marca de 
ondulação cavalgante que, quando vista em 
seção normal as cristas das ondulações, são 
paralelas aos planos limitantes os quais 
delineiam o que, por alguns, são chamadas 
pseudocamadas, cujo mergulho é na direção da 
montante. 
 Os planos acima referidos representam 
superfícies de não deposição (veja 
sedimentação) ou até leve erosão no lado da 
montante das ondulações. O ângulo de 
inclinação das pseudocamadas decresce com 
o aumento da velocidade da corrente. 
 Quando se observa a estrutura em 
seção que não seja normal às cristas, há 
grande dificuldade de reconhecê-la. 
 Se usarmos o critério de preservação 
dos lados da montante das ondulações, esta 
estrutura pode ser dividida em: 
 1. Marcas de ondulações cavalgantes 
fora de fase, não erosiva (complete ripple-
foreset cross lamination, critically climbing 
ripple) se  é igual a  (veja em marca de 
ondulação cavalgante); 
 2. Marcas de ondulações cavalgantes 
fora de fase erosiva (subcritically climbing 
ripple, truncated ripple-foreset cross 
lamination, type a ripple-drift cross-lamination, 
type I ripple drift) se  é menor que  (veja em 
marca de ondulação cavalgante). 
 Tratam-se de situações extremas, 
podendo existir todas as transições entre elas. 
 A origem da estrutura representa uma 
quebra nas condições de balanço entre o 
material que é depositado verticalmente e 
aquele que se deposita horizontalmente. Aqui 
passa a dominar a deposição e transporte de 
sedimentos horizontalmente. O extremo dessa 
situação, isto é, pouco ou nenhum material 
depositado verticalmente, levará a originar as 
marcas de ondulações. 
 Veja estratificação cruzada composta e 
também estrato transladante. 
 
Marca de ondulação cavalgante fora de fase 
erosiva (subcritically climbing ripple, truncated 
ripple-foreset cross lamination, type a ripple-
drift cross-lamination, type I ripple drift). Veja 
em marca de ondulação cavalgante fora de 
fase. 
 
Marca de ondulação cavalgante fora de fase 
não erosiva (complete ripple-foreset cross 
lamination, critically climbing ripple). Veja em 
marca de ondulação cavalgante fora de fase. 
 
Marca de ondulação cavalgante sinusoidal 
(laminae superimposed in rhythm uniform 
deposition). Veja em marca de ondulação 
cavalgante em fase. 
 
Marca de ondulação combinada (asymmetric 
oscillation ripples, asymmetric wave-formed 
ripple mark, asymmetric wave ripples, 
 
 
combined current wave ripples, combined-flow 
ripples, combined-flow ripples and wave 
ripples, transverse wave-current ripples, wave-
current ripple marks, wave-current ripples). 
Constituem marcas de ondulações formadas 
em ambientes de águas rasas sob a ação de 
ondas e correntes combinadas. 
 Podem ser assim agrupadas: 
 1. Marcas de ondulações combinadas 
longitudinais (veja em marca de ondulação 
longitudinal). 
 2. Marcas de ondulações combinadas 
transversais. 
 
Marca de ondulação combinada transversal 
(transverse combined current/waves 
ripples) - Marcas de ondulações cujas cristas 
mostram-se perpendiculares à direção da 
corrente. 
 Nestas marcas, as cristas são mais 
arredondadas em comparação com as cristas 
de marcas de ondulações de cristas retas por 
corrente. Em perfil mostram-se assimétricas. 
 A origem está associada ao movimento 
ondulatório que ocorre paralelo ao eixo da 
corrente. 
 A ação das ondas pode ajudar na 
formação e modificação das marcas de 
ondulações por corrente. Por exemplo, nas 
áreas de praia, as marcas de ondulações de 
cristas retas por corrente podem se transformar 
em formas de alta energia, como marcas de 
ondulações linguoides por corrente. 
 
Marca de ondulação contínua por corrente. 
Ilustração. Marcas de ondulações cujas cristas 
podem ser seguidas por consideráveis 
distâncias. 
 
 
Marcas de ondulações continuas por corrente. Areias 
onduladas por ação fluvial. Ambiente litorâneo marinho. 
Quaternário, RS, BR. A seta maior mostra a direção principal 
da corrente que originou as ondulações contínuas por 
corrente e a seta menor, as pequenas marcas de 
ondulações interpostas nas calhas das primeiras, geradas 
por correntes secundárias (marcas de ondulações de 
interferência). Referência: 30 cm de ∅. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
 Dividem-se em: 
 1. Marcas de ondulações de cristas 
retas por corrente. 
 2. Marcas de ondulações de cristas 
sinuosas por corrente. 
 
Marca de ondulação cruzada. Veja marca de 
ondulação de interferência. 
 
Marca de ondulação cuspada por corrente 
(barchan like-ripples, barchanoid ripple marks, 
crescentic-like ripples, crescentic ripple, 
crescentic ripple mark, cusp ripple, cusp ripple 
mark, cuspate ripple mark, cuspate small 
ripple). Ilustração. Variedade de marcas de 
ondulações de cristas relativamente largas e 
transversas, fortemente curvadas quando 
vistas em planta. 
 Quando bem desenvolvidas, cada 
cúspide é isolada e distinta. Entretanto, a 
maioria destas marcas ocorrem em cadeias de 
três e quatro cúspides conectadas. Em perfil, 
são fortemente assimétricas. 
 
 
Marcas de ondulações cuspadas por corrente. Arenitos 
do Grupo Bom Jardim, Proterozoico,RS, BR. A direção da 
paleocorrente é indicada pela seta. Referência: 5,0 cm de ∅. 
Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 As cúspides são convexas no sentido 
da corrente e o centro delas é, geralmente, alto 
em relação às extremidades. Como as cúspides 
migram acompanhando o sentido da corrente, 
a porção central elevada deixa uma crista 
paralela à direção do movimento. Tais cristas 
 
 
longitudinais podem se desenvolver de modo a 
dominarem sobre as marcas cuspadas, 
resultando um sistema de marcas de 
ondulações longitudinais. 
 Marcas cuspadas são formadas por 
correntes moderadas dentro das condições de 
regime de fluxo inferior (veja em regime de 
fluxo). 
 De acordo com a distância de uma 
crista até a crista subsequente (comprimento de 
onda), podem ser separadas em: 
 1. Pequenas marcas de ondulações: 
quando a dimensão atinge até 60 cm. 
 2. Mega marcas de ondulações: 
quando a dimensão está entre 60 cm a 30 
metros. 
 3. Marcas de ondulações gigantes: 
quando a dimensão for superior a 30 metros. 
 As mega marcas de ondulações estão 
relacionadas com as marcas de ondulações 
lunadas por corrente. 
 Segundo Ashley (1990), as marcas de 
ondulações subaquáticas, e suas 
estratificações cruzadas, podem ser 
pequenas, se possuírem dimensões entre 
0,60 cm a 5 metros, médias, se de 5 metros a 
10 metros, grandes, se de 10 metros a 100 
metros e muito grandes, se maiores de 100 
metros. 
 As marcas de ondulações cuspadas 
diferenciam-se, em planta, das marcas de 
ondulações linguoides, porque naquelas as 
extremidades que apontam corrente acima de 
marcas sucessivas se encontram em uma linha 
reta. 
 Veja também estrutura em costela e 
sulco. 
 
Marca de ondulação da zona de rebentação 
(surf-ripples). Termo empregado para marcas 
de ondulações formadas na zona de 
rebentação. 
 
Marca de ondulação de crista ondulada por 
corrente. Veja marca de ondulação de crista 
sinuosa por corrente. 
 
Marca de ondulação de crista plana (flat-
tapped ripple mark). Ilustração. Termo usado 
para marcas de ondulações com cristas 
grandes e planas separadas por calhas 
estreitas. 
 
 
Marcas de ondulações de crista plana. Arenitos do Grupo 
Bom Jardim, Proterozoico, RS, BR. Referência: 2,0 cm de 
∅. Referência: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Marca de ondulação de crista reta. Veja 
marca de ondulação de crista reta por corrente 
e também marca de ondulação por onda. 
 
Marca de ondulação de crista reta por 
corrente (giant ripples, parallel ripple marks, 
rectilinear ripple marks, straight-crested 
megaripples, straight-crested small ripples, 
straight ripples, straight small scale ripples, 
straight transverse ripples). Ilustração. Estas 
marcas de ondulações apresentam cristas 
contínuas, aproximadamente retas e paralelas 
entre si, dispondo-se transversal ou 
obliquamente à corrente [neste último caso são 
conhecidas como marcas de ondulações 
varridas de cristas retas por corrente (straight 
swept ripples)]. 
 Vistas em seção ou planta são 
assimétricas com a face de menor inclinação 
dirigida para montante. A face de jusante possui 
uma inclinação bem menos pronunciada. 
 Sua origem está condicionada a regime 
de fluxo inferior (veja em regime de fluxo). 
 
 
 
 
Marcas de ondulações de crista reta por corrente. Areias 
de ambiente litorâneo marinho. Quaternário do RS, BR. A 
direção da paleocorrente é indicada pela seta. Referência: 
30 cm de comprimento. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Quando de origem eólica, onde o 
transporte é basicamente por arrasto e saltação 
de grãos, tendem a concentrar grãos maiores 
nas cristas e os finos nas calhas (veja marca de 
ondulação balística) em contraste com marcas 
de origem subaquática. Em locais onde a 
deflação dos grãos menores é mais 
pronunciada, podem surgir as marcas de 
ondulações granulares. 
 De acordo com a distância de uma 
crista até a crista subsequente (comprimento de 
onda), podem ser separadas em: 
 1. Pequenas marcas de ondulações: 
quando a dimensão atinge até 60 cm. 
 2. Mega marcas de ondulações: 
quando a dimensão está entre 60 cm e 30 
metros. 
 3. Marcas de ondulações gigantes: 
quando a dimensão for superior a 30 metros. 
 As mega marcas de ondulações estão 
relacionadas com as marcas de ondulações 
lunadas por corrente. 
 Segundo Ashley (1990), as marcas de 
ondulações subaquáticas, e suas 
estratificações cruzadas, podem ser 
pequenas, se possuírem dimensões entre 
0,60 m a 5 metros, médias, se de 5 metros a 
10 metros, grandes, se de 10 metros a 100 
metros e muito grandes, se maiores de 100 
metros. 
 
Marca de ondulação de crista reta por onda. 
Veja marca de ondulação por onda. 
 
Marca de ondulação de crista sinuosa em 
fase (sinuous in phase ripples, transverse 
sinuous in phase ripples). Veja em marca de 
ondulação de crista sinuosa por corrente. 
 
Marca de ondulação de crista sinuosa fora 
de fase (sinuous out of phase ripples, 
transverse sinuous out of phase ripples). Veja 
em marca de ondulação de crista sinuosa por 
corrente. 
 
Marca de ondulação de crista sinuosa por 
corrente (giant ripples, sinuous ripple mark, 
sinuous small scale ripple, undulatory 
megaripples, undulatory small ripples). São 
marcas de ondulações cujas cristas mostram-
se leve ou fortemente sinuosas e contínuas, 
mantendo paralelismo entre si. 
 Vistas em seção ou planta, são 
assimétricas com face de menor inclinação 
dirigida à montante. A face de jusante possui 
uma inclinação bem mais pronunciada. 
Quando as sinuosidades de uma marca de 
ondulação acompanharem igualmente as 
sinuosidades de marcas de ondulações 
vizinhas são denominadas marcas de 
ondulações de cristas sinuosas em fase 
(sinuous in phase ripples, transverse sinuous 
in phase ripples). Quando estas sinuosidades 
acompanharem desigualmente as 
sinuosidades de marcas de ondulações 
vizinhas são denominadas marcas de 
ondulações de cristas sinuosas fora de fase 
(sinuous out of phase ripples, transverse 
sinuous out of phase ripples). 
 De acordo com a distância de uma 
crista até a crista subsequente (comprimento 
de onda), podem ser separadas em: 
 1. Pequenas marcas de ondulações: 
quando a dimensão atinge até 60 cm. 
 2. Megamarcas de ondulações: 
quando a dimensão está entre 60 cm e 30 
metros. 
 3. Marcas de ondulações gigantes: 
quando a dimensão for superior a 30 metros. 
 Segundo Ashley (1990), as marcas de 
ondulações subaquáticas, e suas 
estratificações cruzadas, podem ser 
pequenas, se possuirem dimensões entre 
0,60 m a 5 metros, médias, se de 5 metros a 
10 metros, grandes, se de 10 metros a 100 
metros e muito grandes, se maiores de 100 
metros. 
 Sua origem se dá em uma fase de 
transição entre corrente de baixa energia, 
como aquela que forma as marcas de 
ondulações de cristas retas por corrente e 
corrente de mais alta energia, como aquela 
que forma as marcas de ondulações 
descontínuas por corrente. 
 
Marca de ondulação de interferência 
(compound ripple marks, compound ripples, 
cross ripple, current cross-ripples, dimpled 
current mark, hexagonal interference ripples, 
interference ripple marks, interference ripples, 
ladder ripples, oscillation cross-ripples, 
rectangular interference ripples). Ilustração. 
Marcas de ondulações resultantes da 
superposição de dois sistemas de ondulações 
 
 
que se encontram a ângulos retos ou agudos. 
 
 
Marcas de ondulações de interferência. Feições em 
areias fluviais de ambiente litorâneo marinho. 
Quaternário, RS, BR. Direção do fluxo principal: esquerda 
para à direita. O fluxo secundário deslocou-se, na 
ilustração, de baixo para cima. A composição final é a de 
marcas de ondulações de interferência. Referência: 2,0 
cm de ∅. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Quando vistas em contra-moldes, 
formam um conjunto de saliências de 
contornos retangulares ou hexagonais que, no 
global, exibem aspecto reticular. 
 Tais feições podem aparecer de modo 
diferente do aqui descrito (veja marca de 
ondulação romboidal por corrente, marca de 
ondulação de interferência simples e marca 
deondulação de interferência complexa). 
 O aspecto reticular pode ser 
composto por um conjunto de ondulações, 
onde as marcas de interferência apresentam 
igual intensidade. Nestas, os padrões podem 
se apresentar em fase (linhas de cristas 
contínuas nos dois sentidos de interferência), 
aqui denominados padrão tijolo (wave ripple 
marks in brick pattern). Quando fora de fase, 
uma linha de crista é contínua e a outra 
descontínua, o que aqui se denomina padrão 
ladrilho (wave ripple marks in tile pattern) 
Ilustração. 
 
 
Marcas de ondulações de interferência, padrão 
ladrilho. Arenitos do Grupo Bom Jardim, RS, BR. 
Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
 Há ainda a possibilidade de o aspecto 
reticular ser composto por um conjunto de 
ondulações onde as marcas de interferência 
apresentam desigual intensidade. 
 Quando o padrão for hexagonal, são 
referidos como padrão em ninho de girino 
(tadpoles nests). 
 
Marca de ondulação de interferência 
complexa (complex interference ripple mark, 
cross ripple, dimpled current mark). Marcas de 
ondulações de interferência formada a partir 
de sequências com mais do que uma espécie 
de ondulações. 
 Dentro de cada padrão de 
interferência, um conjunto de marcas é 
dominante. Geralmente, as marcas de 
ondulações cuspadas por corrente ou marcas 
de ondulações contínuas por corrente, são 
fortemente desenvolvidas e apenas 
parcialmente modificadas por ondulações 
secundárias. Raramente a modificação feita 
por ondulações secundárias pode obscurecer 
as marcas maiores. O ângulo entre os dois 
conjuntos de marcas é variável, porém, 
usualmente é grande. O padrão sobreposto é 
retangular. 
 Tendo em vista o exposto, os padrões 
complexos, ao contrário das marcas de 
ondulações de interferência simples, formam-
se sequencialmente, ou seja, primeiro são 
construídas as formas contínuas ou 
cuspadas, as quais, posteriormente são 
modificadas por ondulações secundárias que 
se formam sobre as iniciais. Assim, estas 
estruturas registram modificações nas 
condições hidrodinâmicas em um sítio, 
 
 
durante diferentes estágios como, por 
exemplo, a diminuição de uma cheia. 
 Aparecem em ambiente de planície 
de inundação, ambiente marinho raso, 
ambiente de planície de maré, etc. 
 
Marca de ondulação de interferência 
hexagonal. Veja padrão em ninho de girino 
em marca de ondulação de interferência. 
 
Marca de ondulação de interferência 
retangular. Veja marca de ondulação de 
interferência. 
 
Marca de ondulação de interferência 
simples (simple interference ripple marks). 
Marcas de ondulações de interferência 
compostas de muitos conjuntos superpostos 
de uma única variedade de marca de 
ondulação. 
 Padrões de interferência simples são 
constituídos de conjuntos múltiplos de marcas 
de ondulações de crista reta por ondas (veja 
em marca de ondulação por onda) e/ou por 
marcas de ondulações de crista reta por 
corrente. 
 Tais marcas quando originadas por 
ondas, denominam-se marcas de ondulações 
de interferência simples múltiplas 
secundárias; se forem originadas por fluxo 
dominante sobre as ondas, denominam-se 
marcas de ondulações de interferência 
simples espigadas e, se forem originadas por 
fluxo e ondas dominantes sobre a corrente, 
denominam-se marcas de ondulações de 
interferência simples romboidais secundárias. 
 
Marca de ondulação de interferência 
simples espigada (simple interference ripple 
mark chevron). Marcas de ondulações de 
interferência simples originadas a partir de 
marcas de ondulações de crista reta por 
ondas (veja em marca de ondulação por onda) 
que são suavemente curvadas e convexas na 
direção do fluxo. Originam-se a partir de fluxos 
dominantes sobre as ondas que se movem 
dentro do canal, porém, por cima das barras. 
 Tendo em vista que estes canais são 
rasos, as ondas são retardadas na sua 
movimentação. As ondulações resultantes 
são distorcidas apresentando-se côncavas no 
sentido contrário ao da corrente. O centro das 
marcas de ondulações move-se mais 
rapidamente que as extremidades, resultando 
desta forma, padrão espigado nítido. Estas 
estruturas poderiam se formar em ambientes 
de planície de maré, embora até hoje não 
tenham sido registradas. 
 
Marca de ondulação de interferência 
simples múltipla secundária (simple 
interference ripple mark multiple secondary). 
Tratam-se de marcas de ondulações de 
interferência simples que se originam em 
águas quietas ao longo das margens de um 
canal, nas quais ondas geradas pela corrente 
são refratadas, difratadas e refletidas. Embora 
as ondas refratadas que se movem na direção 
das margens sejam geralmente dominantes, 
qualquer um dos padrões anteriormente 
citados pode produzir ondulações. Tal 
ocorrendo, conjuntos de interferência múltipla 
de marcas de ondulações de crista reta por 
ondas (veja em marca de ondulação por onda) 
são formadas. 
 O registro pretérito desses padrões é 
raro e comumente ocorrem em pequenos 
reservatórios de água próximos de margens 
de lagos calmos. 
 
Marca de ondulação de interferência 
simples romboidal (simple interference 
ripple mark rhomboid). Ilustração. Marcas de 
ondulações de interferência simples formada 
a partir de marcas de ondulações romboidais 
por corrente, sendo constituídas por dois 
conjuntos sobrepostos de marcas de 
ondulações com diferentes direções. São 
variedades de ondulações de fluxo dominadas 
pela corrente. Barras existentes num canal 
separam a corrente, originando-se, desta 
forma, ondas que ultrapassam o topo da barra 
em forma de lâminas de água sobre este 
corpo arenoso e que migram a partir de duas 
direções. As ondas interferidas pela corrente 
e repetidas rapidamente, constroem um 
conjunto de marcas de ondulações 
romboidais por corrente. 
 
 
 
 
Marcas de ondulações de interferência simples 
rhomboidal. Estruturas em areias fluviais de ambiente 
litorâneo marinho. Quaternário, RS, BR. A seta marca a 
direção do fluxo. Referência: 30 cm de comprimento. 
Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Estas marcas são comuns e mesmo 
abundantes em zonas de lavagem de praias. 
Contrariamente às marcas de ondulações de 
interferência simples espigadas, são 
convexas no sentido contrário ao da corrente. 
 
Marca de ondulação descontínua por 
corrente (curved ripple marks). Ilustração. 
Marcas de ondulações cujas cristas são 
interrompidas e não podem ser seguidas por 
longas distâncias. 
 
 
Marca de ondulação descontínua por corrente. 
Arenitos do Grupo Bom Jardim, Proterozoico, RS, BR. A 
seta aponta a direção da paleocorrente. Referência: 5,0 
cm de ∅. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Dividem-se em: 
 1. Marcas de ondulações linguoides 
por corrente. 
 2. Marcas de ondulações romboidais 
por corrente. 
 3. Marcas de ondulações cuspadas 
por corrente. 
 4. Marcas de ondulações lunadas por 
corrente. 
 5. Marcas de ondulações catenárias. 
 
Marca de ondulação em aclive (upslope 
ripple). Termo empregado para marcas de 
ondulações que ascendem por uma superfície 
inclinada que mergulha em sentido contrário 
ao fluxo. 
 
Marca de ondulação em declive (downslope 
ripple). Termo empregado para marcas de 
ondulações que se deslocam sobre uma 
superfície inclinada que mergulha no mesmo 
sentido do fluxo. 
 
Marca de ondulação empilhada (load-
casted current markings, load-casted ripple 
marks, load-casted ripples, load casted sole 
marks, pilled and load-casted ripples, pilled 
ripples, ripple load cast). Estruturas de 
deformação penecontemporânea onde as 
marcas de ondulações afundam em leitos 
lamosos inconsolidados subjacentes. 
 O empilhamento crescente das 
marcas de ondulações produz a estrutura em 
apreço. 
 A feição surge devido a uma 
deposição diferencial entre as marcas de 
ondulações (geralmente arenosas) e o 
substrato lamoso hidroplástico. 
 Possuem feição externa semelhante 
aos pseudonódulos, porém, diferem pelo fato 
de apresentar, internamente, laminação 
cruzada que caracteriza as marcas de 
ondulações. 
 Veja também estrutura de 
sobrecarga.Marca de ondulação faminta. Veja em 
marca de ondulação isolada. 
 
Marca de ondulação gigante (giant current 
ripples, giant ripples. Marcas de ondulações 
cujo comprimento de onda é maior que 30 
metros. Constituem-se, por norma, de corpos 
arenosos. 
 Tais marcas desenvolvem-se tanto 
em ambientes eólicos como em subaquáticos. 
 Sobre as marcas de ondulações 
gigantes podem ser encontradas mega 
marcas de ondulações. 
 As marcas de ondulações gigantes 
podem ser divididas em: 
 1. Ondas de areia. 
 2. Dunas. 
 
 
 
Marca de ondulação granular (wind granule 
ripples). Marcas de ondulações que 
apresentam cristas irregulares tendendo para 
formas cuspadas e, particularmente, em 
cadeias lineares de marcas como dunas 
barcanas. Nestas cristas, observa-se a 
concentração de grãos mais grossos (1 mm a 
3 mm) e um acúmulo de grãos finos nas 
calhas. 
 Devido à concentração granular nas 
cristas, desenvolvem-se “coroas” 
assimétricas que capeiam o corpo simétrico 
da marca. Sua origem é sempre eólica e deve-
se a uma competente deflação que remove os 
grãos menores da crista. 
 
Marca de ondulação horizontal (level-
surface ripple). Termo usado para marcas de 
ondulações que se deslocam sobre uma 
superfície horizontal. 
 
Marca de ondulação incipiente (incipient 
ripples). São marcas de ondulações 
desenvolvidas sobre um leito plano. 
Aparecem como conjuntos de marcas de 
ondulações que são isolados uns dos outros. 
 Surgem graças a irregularidades que 
existem no leito e a redemoinhos espalhados 
que iniciam as ondulações, corrente abaixo. 
 Estes conjuntos são regularmente 
notáveis no início do processo, e dentro deles, 
as marcas se apresentam mais baixas e mais 
próximas do que as marcas de ondulações 
por corrente já plenamente desenvolvidas 
sobre o substrato. 
 
Marca de ondulação incompleta. Veja 
marca de ondulação isolada. 
 
Marca de ondulação isolada (barchan 
ripples, incomplete ripple, isolated lenticular 
bedding, isolated ripple, isolated ripple form 
sets, starved ripple). Ilustração. Marcas de 
ondulações que se desenvolvem sobre um 
substrato firme (rochoso ou muito coeso). 
Possuem forma de marcas de ondulações de 
cristas retas (veja marca de ondulação de 
crista reta por corrente e também marcas de 
ondulações por ondas), descontínuas ou não, 
sendo possível ver, em muitos pontos, o 
substrato mais antigo. Algumas vezes, 
marcas de ondulações ficam completamente 
isoladas sobre o substrato constituindo as 
chamadas marcas de ondulações famintas 
(straved ripples). 
 
 
Marcas de ondulações isoladas. Areias de interduna de 
ambiente litorâneo marinho. A porção escura é o 
substrato por onde se deslocam as ondulações. A elipse 
assinala marca de ondulação faminta. Quaternário, RS, 
BR. A seta mostra a direção de sopro do vento. 
Referência: 30 cm de comprimento. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
 Originam-se por atividade de ondas 
ou correntes com insuficiente suprimento de 
areia para cobrir toda a superfície. Vistas em 
seção ou planta, mostram-se simétricas ou 
levemente assimétricas. Quando em perfil, se 
formadas sobre substrato lamoso, aparecem 
como lentes arenosas que determinam uma 
estratificação lenticular de pequeno porte. 
 
Marca de ondulação linguoide em forma de 
arco (bow shaped ripple). Veja em marca de 
ondulação linguoide por corrente. 
 
Marca de ondulação linguoide por corrente 
(linguoid bars, linguoid ripple marks, linguoid 
ripples). Ilustração. Marcas de ondulações 
lobadas e convexas no sentido da corrente. 
Os bordos normalmente são elevados e a 
parte central, por norma, é deprimida. Tratam-
se de feições que são uma variedade de 
marcas de ondulações cuspadas por corrente, 
às quais, é comum, estejam associadas. 
 Suas cristas são interrompidas e não 
podem ser seguidas por longas distâncias. 
 
 
 
 
Marcas de ondulações linguoides por corrente. Areias 
fluviais de ambiente litorâneo marinho. Quaternário, RS, 
BR. A seta mostra a direção do fluxo. Referência: 15 cm 
de comprimento. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Sua origem se deve a maior 
velocidade do fluxo do que aquele que gera as 
marcas de ondulações contínuas por corrente. 
 Essas formas são mais comuns 
quando as marcas de ondulações são 
pequenas (até 60 cm de comprimento de 
onda). As mega marcas de ondulações 
geralmente tendem para a forma lunada, em 
primeiro lugar, sendo reconhecidas quando 
linguoides, como barras linguoides. 
 De acordo com a distância de uma 
crista até a crista subsequente (comprimento 
de onda) podem ser separadas em: 
 1. Pequenas marcas de ondulações: 
quando a dimensão atinge até 60 cm. 
 2. Mega marcas de ondulações: 
quando a dimensão está entre 60 cm a 30 
metros. 
 3. Marcas de ondulações gigantes: 
quando a dimensão for superior a 30 metros. 
Segundo Ashley (1990), as marcas de 
ondulações subaquáticas, e suas 
estratificações cruzadas, podem ser 
pequenas, se possuírem dimensões entre 
0,60 m a 5 metros, médias, se de 5 metros a 
10 metros, grandes, se de 10 metros a 100 
metros e muito grandes, se maiores de 100 
metros. 
 As marcas de ondulações linguoides 
diferenciam-se, em planta, das marcas de 
ondulações cuspadas por corrente, porque 
naquelas as extremidades que apontam 
corrente acima de marcas sucessivas não se 
encontram em uma linha reta. 
 Um caso particular de marcas de 
ondulações linguoides por corrente, é aquele 
em que a parte central da marca de ondulação 
apresenta-se elevada, flanqueada por uma 
região mais deprimida, voltando a elevar-se 
nos limites da marca. Esta feição recebe a 
denominação descritiva de marcas de 
ondulações linguoides em forma de arco (bow 
shaped ripple). Ilustração. 
 
 
Marcas de ondulações linguoides por corrente em 
forma de arco. Areias fluviais de ambiente litorâneo 
marinho. Quaternário, RS, BR. A seta indica a direção da 
corrente. Referência: 15 cm de comprimento. Créditos: 
Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Marca de ondulação lobulada por corrente. 
Veja marca de ondulação cuspada por 
corrente. 
 
Marca de ondulação longitudinal 
(longitudinal ripple mark, longitudinal ripples, 
windrow ridge). Marcas de ondulações cujas 
cristas mostram-se subparalelas à direção da 
corrente. 
 Apresentam cristas retas simétricas 
ou levemente assimétricas, usualmente sem 
bifurcações. 
 Sua origem pode estar ligada à 
migração das cúspides de marcas de 
ondulações cuspadas por corrente ou por 
ação combinada de fluxo e ondas. 
 Quando formadas por ação 
combinada de correntes e ondas, observa-se 
que a atuação das ondas é dominante. 
Ressalte-se ainda que o movimento das 
ondas é perpendicular ao fluxo da corrente. 
Esta causa erosão nas calhas e, ao mesmo 
tempo, ajuda a manter a forma longitudinal 
das cristas. 
 
Marca de ondulação lunada por corrente 
 
 
(D-shaped megaripples, dune, lunate dunes, 
lunate megaripples, lunate ripple mark, 
megaripple, three-dimensional dunes). 
Constituem marcas de ondulações cujas 
cristas são interrompidas e produzem marcas 
em forma de foice ou lobos crescentes com a 
porção posterior fechada, lembrando a letra D. 
 Comumente, encontram-se 
arranjadas em cadeias determinando um 
padrão escalonado. Em alguns casos as 
cristas são achatadas ou mal desenvolvidas, 
mostrando uma cadeia de calhas que 
lembram desbaste em forma de colher. 
 São formadas por fluxos mais rápidos 
do que aqueles requeridos pelas marcas de 
ondulações de cristas retas por corrente e 
marcas de ondulações de cristas sinuosas por 
corrente. Marcas de ondulações de cristas 
retas e marcas de ondulações lunadas 
constituem uma série contínua onde as 
marcas de cristas sinuosas e marcas de 
ondulações catenárias representam uma 
forma intermediária. 
 As formas menores de marcas de 
ondulações lunadas (até 60 cm de 
comprimento de onda) são relacionadas com 
as marcas de ondulações cuspadas por 
corrente e com as marcas de ondulações 
linguoides por corrente e a diferenciação entre 
elas, quando vistas em planta, é de que as 
lunadas apresentam convexidade corrente 
acima.Marca de ondulação milimétrica (millimeter 
ripples, mini-ripples). Constituem marcas de 
ondulações quase retas, mostrando cristas 
geralmente achatadas e de largura igual a das 
calhas (2 mm a 5 mm). 
 A altura das cristas é menor que 1 
mm. 
 Sua origem se deve a lentos 
movimentos de ondas nas margens dos 
corpos de água com poucos centímetros de 
profundidade. 
 Diferem das marcas corrugadas pela 
irregularidade de suas cristas. 
 
Marca de ondulação normal (normal ripple 
marks). Termo usado para marcas de 
ondulações com cristas assimétricas simples 
de traçado variado em planta. 
 Veja marca de ondulação de crista 
reta por corrente e também marca de 
ondulação assimétrica por onda. 
 
Marca de ondulação periclinal (periclinal 
undulations, pericline ripple mark). Termo 
empregado para marcas de ondulações 
ortogonais em planta, paralelas e transversais 
à direção da corrente, com um comprimento 
de onda de até 80 cm e uma altura de até 30 
cm. 
 
Marca de ondulação por adesão (adhesion 
ripples, anti-ripplet, eolian microridges). 
Ilustração. Pequenas marcas de ondulações 
(veja em marca de ondulação), com cristas 
assimétricas, arranjadas em ângulo reto à 
direção do vento, formadas por partículas 
finas assentadas sobre uma superfície úmida, 
plana ou ondulada, a qual se aderem. Devido 
à capilaridade, os novos grãos são também 
umedecidos e capazes de reter outros grãos 
de areia, produzindo, desta maneira, as 
cristas. 
 O maior mergulho se dá a barlavento. 
 
 
Marcas de ondulações por adesão. Areias em ambiente 
de praia litorânea marinha. Quaternário, RS, BR. A 
direção de deslocamento do vento está indicado pela 
seta. Referência: 30 cm de comprimento. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
 Um derivativo destas feições são as 
marcas em verrugas por adesão. 
 A neve soprada também pode 
produzir um padrão similar quando depositada 
sobre o gelo. 
 As marcas de ondulações por adesão 
de cinzas vulcânicas são reconhecidas como 
marcas de adesão piroclásticas (current 
ridges). 
 Veja também ondulação por impacto 
de chuva. 
 
 
 
Marca de ondulação por corrente 
(asymmetrical ripple marks, current ripple 
marks, current ripples, oblique dunes, small-
scale asymmetrical ripples, transverse 
asymmetrical ripple marks, transverse linear 
ripples, transverse ripple marks, transverse 
ripples). Marca de ondulações formadas na 
superfície de sedimentos não coesivos, 
devido à fluxo unidirecional ou bidirecional. 
 Via de regra são transversalmente 
alongadas ou oblíquas à corrente, com 
espaçamento regular entre as cristas que se 
apresentam alternadas por calhas. 
 As marcas de ondulações por 
corrente são assimétricas, mostrando as 
lâminas depositadas na face voltada para 
onde flui a corrente, mais inclinadas que as 
lâminas da face oposta. As marcas de 
ondulações transversais podem ser simétricas 
ou assimétricas, sendo que as últimas são 
designadas como marcas de ondulações por 
corrente. 
 De acordo com a distância de uma 
crista até a crista subsequente (comprimento 
de onda), podem ser separadas em: 
 1. Pequenas marcas de ondulações: 
quando a dimensão atinge até 60 cm. 
 2. Mega marcas de ondulações: 
quando a dimensão está entre 60 cm e 30 
metros. 
 3. Marcas de ondulações gigantes: 
quando a dimensão for superior a 30 metros. 
 Segundo Ashley (1990), as marcas de 
ondulações subaquáticas, e suas 
estratificações cruzadas, podem ser 
pequenas, se possuírem dimensões entre 
0,60 m a 5 metros, médias, se de 5 metros a 
10 metros, grandes, se de 10 metros a 100 
metros e muito grandes, se maiores de 100 
metros. 
 Por sua morfologia, podem ser: 
 1. Marcas de ondulações contínuas 
por corrente (ilustração). 
 
 
Marcas de ondulações contínuas por corrente. 
Arenitos do Grupo Bom Jardim, Proterozoico, RS, BR. A 
direção da paleocorrente está indicada pela seta. 
Referência: 30 cm de comprimento. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatrzki. 
 
 2. Marcas de ondulações 
descontínuas por corrente. 
 3. Marcas de ondulações 
regressivas. 
 4. Marcas de ondulações granulares. 
 
Marca de ondulação por corrente de baixa 
energia (low-energy current ripples). Tratam-
se de marcas de ondulações por corrente 
formadas por um fluxo de baixa energia. 
 A designação é imprecisa e também 
insatisfatória porque exclui os efeitos 
provocados pela escala do fluxo. 
 
Marca de ondulação por impacto. Veja 
marca de ondulação balística. 
 
Marca de ondulação por onda (oscillation 
ripple marks, oscillation ripples, oscillatory 
ripple lamination, rectilinear ripple marks, 
straight large scale ripples, straight ripples, 
straight small scale ripples, straight transverse 
ripples, wave ripple laminations, wave ripple 
marks, wave-ripples). Ilustração. Marcas de 
ondulações geradas por ação de ondas sobre 
uma superfície não coesiva. 
 Elas possuem cristas usualmente 
retas e frequentemente bifurcadas 
 As marcas de ondulações por ondas, 
de acordo com a simetria de suas cristas, 
podem ser: 
 1. Marcas de ondulações simétricas 
por onda. 
 
 
 
 
Marcas de ondulações simétricas por onda. As feições 
são vistas em seção longitudinal o que permite a 
observação de estruturas em chevrão. Arenitos da 
Formação Rio do Rasto, Permo-Triássico, RS, BR. 
Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
 2. Marcas de ondulações assimétricas 
por ondas. 
 Veja também marcas de ondulações 
varridas de cristas retas por corrente em 
marca de ondulação de crista reta por 
corrente. 
 
Marca de ondulação por onda com crista 
múltipla (wave-related ripple marks with 
multiple-parallel crests). Tratam-se de marcas 
de ondulações por ondas que possuem uma, 
duas e algumas vezes, três cristas menores, 
iguais ou desiguais, paralelas às feições 
maiores. 
 Podem ser de dois tipos: 
 1. Aquelas que possuem duas ou três 
cristas menores que se colocam no lado à 
montante das marcas maiores. Recebem a 
designação de cristas anormais (rides 
anormales). 
 2. Aquelas que possuem uma ou duas 
cristas longas, baixas, arranjadas 
simetricamente nas calhas das marcas 
maiores são chamadas cristas secundárias 
(secondary crests). 
 
Marca de ondulação por solução (solution 
ripple marks). Constituem marcas de 
ondulações falsas que resultam de um 
diaclasamento pouco espaçado nos calcários. 
 A dissolução posterior nesta 
superfície origina um plano ondulado. 
 Veja também ondulação por solução. 
 
Marca de ondulação regressiva (antidunes, 
backset cross stratification, backwash ripple 
marks, backwash ripples, counter-current 
ripples, regressive ripples, regressive sand 
waves). São corpos arenosos ondulados, 
desenvolvidos em regime de fluxo superior 
(veja em regime de fluxo) e em fase com as 
ondas (ilustração). 
 
 
Processo de formação de marcas de ondulações 
regressivas. Enquanto a água se desloca na direção do 
mar, as ondulações geradas migram em sentido contrário. 
Sedimentos arenosos de ambiente litorâneo marinho. 
Quaternário, RS, BR. Créditos: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
 Suas cristas são longas, 
apresentando relevo normalmente baixo e 
amplo com inclinações suaves. 
 De acordo com a dimensão do 
comprimento de onda, podem ser: 
 1. Pequenas marcas de ondulações 
regressivas: quando o comprimento de onda 
chegar até 60 cm. 
 2. Mega marcas de ondulações 
regressivas: quando o comprimento de onda 
está entre 60 cm a 30 metros. Envolve 
pequenas dunas regressivas e as pequenas 
ondas de areia regressivas. 
 3. Marcas de ondulações gigantes 
regressivas: quando o comprimento de onda 
for superior a 30 metros. Compreendem as 
grandes dunas regressivas, e as grandes 
ondas de areia regressivas. 
 Segundo Ashley (1990), as marcas de 
ondulações subaquáticas, e suas 
estratificações cruzadas, podem ser 
pequenas, se possuírem dimensões entre 
0,60 m a 5 metros, médias, se de 5 metros a 
10 metros, grandes, se de 10 metros a 100 
metros e muito grandes, se maiores de 100 
metros. 
 Tais marcas desenvolvem 
estratificação cruzada em retrocesso, na qual 
as lâminas mergulham no sentidocontrário ao 
da corrente. No caso de materiais grossos 
pode-se encontrar imbricação, mostrando a 
direção-geral da corrente. Também é possível 
desenvolver-se estratificação ao longo de 
 
 
toda a ondulação ou apenas no lado favorável 
à corrente. Movimentam-se tanto em oposição 
à corrente, como se mantêm estacionárias ou 
ainda, migram no sentido da mesma. 
Ilustração. 
 
 
Marcas de ondulações regressivas. Areias de ambiente 
litorâneo marinho. O cabo do martelo está voltado para o 
continente, portanto, a sua cabeça está posicionada para 
o oceano. Apesar de a água ter fluído em direção ao mar, 
o lado mais inclinado da marca de ondulação (seta) 
aponta no sentido oposto ao da correnteza. Quaternário, 
RS, BR. Referência: 30 cm de comprimento. Créditos: 
Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Um caso particular de origem é 
aquele que tem lugar no lado que aponta 
corrente abaixo, nas mega marcas de 
ondulações, onde pequenas marcas de 
ondulações são produzidas por refluxo 
justamente na frente da face de deslizamento 
da mega marca, desenvolvendo-se 
internamente a essas pequenas marcas de 
ondulações, laminação cruzada em 
retrocesso (counter-current cross lamination). 
 Quando as ondulações do fluxo são 
estacionárias, forma-se no sedimento, 
laminação paralela horizontal que acompanha 
a configuração geral ondulada do depósito, 
sendo denominadas de laminação ondulante 
(undulating lamination). 
 A superfície da sedimentação 
arenosa ou mais comumente o plano de 
estratificação do arenito é uniforme com leve 
ondulação, adquirindo forma de ondas 
bidimensionais suaves ou de domos e 
depressões tridimensionais. 
 
Marca de ondulação romboidal por 
corrente (backwash marks, imbricate wave 
sculpture, lobate sands wave, rhombic ripples, 
rhomboid dunes, rhomboid megaripples, 
rhomboid ripple, rhoimboid ripple marks, 
rhomboid small ripples). Marcas de 
ondulações de interferência são feições 
losangulares, mostrando um padrão 
reticulado. Os losangos são pequenas línguas 
arenosas que dão à superfície um aspecto 
escamoso. Estão relacionados com as 
marcas de ondulações linguoides por 
corrente. 
 Para melhor entender a estrutura, 
cada losango pode ser dividido em duas 
partes: a metade que indica o sentido da 
corrente possui ângulo agudo formado por 
dois lados de jusante, e é, geralmente, maior 
do que a outra parte; a porção que se dispõe 
fluxo acima, está confinada na aresta de 
reentrância originada pelas faces de jusante 
de duas línguas adjacentes. Ilustração. 
 
 
Marcas de ondulações romboidais por corrente. 
Areias de pós-praia (veja em ambiente praial) marinho. 
Quaternário, RS, BR. A direção da corrente está indicada 
pela seta. Referência: 30 cm de comprimento. Créditos: 
Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Estas marcas são comumente 
geradas em declives praiais dirigidos para o 
mar, podendo, no entanto, ser comuns em 
barras de praia com declive na direção do 
continente. O fluxo gerador da feição deve ter 
alta velocidade e pouca espessura de água (1 
cm a 2 cm). 
 De acordo com a distância de uma 
crista a outra (comprimento de onda), podem 
ser separadas em: 
 1. Pequenas marcas de ondulações: 
quando a dimensão atinge até 60 cm. 
 2. Mega marcas de ondulações: 
quando a dimensão está entre 60 cm e 30 
metros. 
 Marcas gigantes que ultrapassem 30 
metros de comprimento são desconhecidas. 
 Segundo Ashley (1990), as marcas de 
ondulações subaquáticas, e suas 
 
 
estratificações cruzadas, podem ser 
pequenas, se possuírem dimensões entre 
0,60 m a 5 metros, médias, se de 5 metros a 
10 metros, grandes, se de 10 metros a 100 
metros e muito grandes, se maiores de 100 
metros. 
 
Marca de ondulação simétrica. Veja marca 
de ondulação simétrica por onda e também 
marca de ondulação por corrente. 
 
Marca de ondulação simétrica erodida 
(eroded symmetrical ripple marks). Marcas de 
ondulações de cristas planas que sofreram 
erosão parcial das cristas. 
 
Marca de ondulação simétrica por onda 
(symmetrical ripple marks, symmetrical wave 
ripples). Ilustração. Marcas de ondulações 
simétricas. As cristas são geralmente 
retilíneas e agudas, podendo apresentar 
bifurcações. As calhas são arredondadas. 
 
 
Marcas de ondulações simétricas por onda. Arenitos 
do Grupo Bom Jardim, Proterozoico, RS, BR. A dupla seta 
mostra as direções do movimento oscilatório das ondas 
geradoras das estruturas. Referência: 5,0 cm de ∅. 
Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Quando a marca é vista em planta, os 
lados são simétricos. Em seção a estrutura 
interna é caracterizada por lâminas que se 
unem em uma zona central tal qual forquilhas. 
Esta feição imbricada denomina-se estrutura 
em chevrão. 
 Originam-se pelo movimento 
oscilatório de ondas. 
 
Marca de ondulação tardia (lag ripple mark). 
Marcas de ondulações que formam fracas 
faixas de sedimentos grossos transversais à 
direção do fluxo. As cristas são curtas, 
normalmente com poucos centímetros de 
comprimento, e uniformemente espaçadas 
em grandes conjuntos. 
 As marcas de ondulações tardias 
jazem sobre superfícies planas de sedimentos 
pobremente classificados (seixos, areias e 
argilas). 
 Sua gênese está associada a 
correntes de regime de fluxo inferior (veja em 
regime de fluxo), mas são indicativas de um 
transporte sedimentar em regime de fluxo 
superior (veja em regime de fluxo). 
 Uma única corrente, responsável pelo 
transporte do material arenoso pobremente 
classificado, determina a formação de 
camadas planas (veja estratificação paralela 
horizontal descontínua) e lineação por 
corrente em regime de fluxo superior e, ao 
passar para um regime de fluxo inferior os 
sedimentos grossos ficam para trás 
arranjando-se transversalmente ao fluxo e 
originando as marcas de ondulações tardias. 
 
Marca de ondulação transversa. Veja marca 
de ondulação por corrente. 
 
Marca de ondulação varrida catenária 
(catenary swept ripples, swept catenary large 
scale ripples). Veja em marca de ondulação 
catenária. 
 
Marca de ondulação varrida de crista reta 
por corrente (straight swept ripples). Veja em 
marca de ondulação de crista reta por 
corrente. 
 
Marca de percussão (crescentic impact 
scars, percussion marks). Ilustração. São 
feições de choque entre clastos. Tais marcas 
são atribuídas a fluxos de alta velocidade. 
 Consistem de fraturas arqueadas a 
semicirculares. 
 
 
Marcas de percussão. Seixo arredondado retrabalhado 
fluvialmente. Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
 
 
 Surgem principalmente em grãos de 
ambientes de planície de inundação e mesmo 
em areias eólicas. 
 Em ambientes glaciais são 
encontrados seixos que sofreram a ação de 
impactos produzidos por outros clastos, o que 
determina a formação das chamadas marcas 
de escoriações (veja também grão estriado). 
 
Marca de pingo de chuva (drip impressions, 
rain casts, rain drip, raindrop impression, 
raindrop imprints, raindrops impact, rain 
impressions, rain pits, rain prints). Ilustração. 
São pequenas marcas circulares ou elípticas 
produzidas pela queda vertical, ou oblíqua de 
pingos de chuva sobre sedimentos finos 
inconsolidados, normalmente siltes e argilas. 
 
 
Marcas de pingos de chuva sobre o topo de camada de 
lama não consolidada. Referência: 3 cm. Créditos: Carlos 
Henrique Nowatzki. 
 
 Quando ocorre chuva sobre 
sedimentos arenosos secos e bem 
classificados, em combinação com fluxo 
laminar das águas que escoam, produzem-se 
cristas descontínuas paralelas. As cristas 
terão padrão subparalelo mais regular se o 
fluxo laminar for dominante sobre o impacto 
das gotas. Ao contrário, se o impacto tiver 
significado maior, o padrão será pobre. Esta 
feição é reconhecida como superfície 
texturada (textured surface). 
 
Marca de punção (prod casts, prod mark). 
Marcas lavradas por objeto, assimétricas, 
deprimidas e paralelas ao fluxo, de 
semicônicas a triangulares, com uma porção 
rasa voltada no sentido contrário ao da 
corrente e uma parte profunda no lado oposto. 
 Sua gênese está condicionada ao

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