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LEXICO_DE_ESTRUTURAS_SEDIMENTARES_E_TERM

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Prévia do material em texto

Carlos Henrique Nowatzki 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LÉXICO DE 
ESTRUTURAS 
SEDIMENTARES 
E TERMOS ASSOCIADOS 
 
 
 
Com ilustrações 
 
 
 
 
 
 
2019 
 
 
 
I N T R O D U Ç Ã O 
 
 
 
 
 O presente léxico é a mais recente publicação de uma série dedicada ao estudo das 
estruturas sedimentares, cujo início ocorreu a partir de um projeto elaborado e desenvolvido por 
pesquisadores do Departamento de Geologia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos 
(UNISINOS) entre os anos de 1981 e 1984. O objetivo principal das primeiras publicações foi o 
de não só relatar tais feições, suas origens e morfologias, mas também o de ilustrar, sempre que 
possível, as estruturas sedimentares ocorrentes em rochas e depósitos cenozoicos do Estado 
do Rio Grande do Sul (RS). Em 1982 publicou-se o Atlas de Estruturas Sedimentares Pré-
Gondwânicas e Gondwânicas do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Parte I - Estruturas 
Primárias, em 1983 o Atlas de Estruturas Sedimentares Pré-Gondwânicas e Gondwânicas do 
Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Parte II – Estruturas Químicas e Orgânicas e, finalmente, 
em 1984, o Glossário de Estruturas Sedimentares. Com ilustrações de estruturas em rochas Pré-
Cambrianas, Fanerozóicas e de depósitos recentes do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. 
 Durante a vigência daquele projeto o grupo de pesquisadores era composto pelos 
professores Carlos Henrique Nowatzki (coordenador), Milton Antônio Araújo dos Santos e Tânia 
Lindner Dutra, e pelos alunos-monitores Henrique Záquia Leão, Bárbara Reich dos Santos, Maria 
Elisabeth de Souza, Vera Lúcia de Lima Schuster e Mônica Lacroix Wacker. O projeto recebeu 
auxílio logístico da UNISINOS e financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico 
e Tecnológico (CNPq) que também destinou bolsas a alguns dos membros da equipe. 
 Decorridos 35 anos da publicação do glossário o autor disponibiliza a comunidade 
científica interessada o Léxico de Estruturas Sedimentares e Termos Associados, uma versão 
atualizada e ampliada do estudo editado em 1984. Aos verbetes do glossário foram acrescidos, 
no léxico, outros que abrangem temas diversos, contudo, relacionados àquelas feições, tais 
como, os ambientes deposicionais, a classificação das rochas quanto a origem, as diversas 
modalidades de correntes que transportam os sedimentos, as espécies de transporte, etc. O 
resultado se reflete no aumento de 930 verbetes, 157 fotografias e 2 quadros no glossário para 
1 393 apontamentos, 224 ilustrações e 10 quadros no léxico. A par disto, este compêndio possui 
215 páginas, abstraindo a da capa, a da introdução, a das dedicatórias e a do currículo. 
 Desde o início de sua elaboração havia o propósito de divulgar este estudo por meio 
eletrônico, desejo ora concretizado. Este compêndio é composto, além dos verbetes, da 
bibliografia, da listagem dos vocábulos em língua estrangeira, do resumido currículo do autor e 
da Escala do Tempo Geológico, criada pela International Commission on Stratigraphy (ICS) da 
International Union of Geological Sciences (IUGS), versão 2018. 
 Durante o manuseio do léxico, o leitor observará que os verbetes são grifados em negrito, 
sucedem-se em ordem alfabética morfológica e estão singularizados. A cada apontamento, na 
maioria das vezes, há a sua versão em língua estrangeira entre parênteses e em itálico. Na 
explicação referente ao verbete podem ocorrer tanto palavras sublinhadas quanto o indicativo 
“veja também”, cuja função é remeter o leitor para outro verbete que auxilie e complemente o 
esclarecimento procurado. Caso haja alguma ilustração referente ao verbete esta palavra será 
usada, na cor vermelha, na anotação pesquisada. Além de números seguidos por Ba, Ma, aC 
que significam, respectivamente, bilhões de anos, milhões de anos, antes de Cristo, no manual 
consta ainda a sigla CPRM referente ao Serviço Geológico do Brasil. Na lista de termos em 
língua estrangeira que também está em ordem alfabética morfológica, há a sua versão adaptada 
para o português, o que facilita sua busca no léxico. 
 
 
Barra Velha, agosto de 2019. 
 
Carlos Henrique Nowatzki 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
In memoria 
 
Maria Elisabeth de Souza, pela amizade e pela dedicação à pesquisa destas singulares feições. 
João José Bigarella, pelo incentivo aos nossos estudos sobre estruturas sedimentares. 
 
1 
 
 
A 
 
 
Abioglifo (abioglyph). Marca ou hieroglifo 
originado por organismos. 
 
Abissal (abyssal sediments, abyssal 
sedimentary rocks). São os depósitos marinhos 
sedimentados abaixo dos 1 000 metros. Após a 
litificação dão origem as Rochas Sedimentares 
Abissais. 
 
Ablação (ablation). Degelo de geleiras por 
insolação, ar quente ou chuva. 
 
Abrasão (abrasion). Erosão mecânica rea-
lizada pelos sedimentos transportados por 
ondas, correntes marinhas, rios, geleiras e 
ventos. 
 
Acamamento. Veja estratificação. 
 
Acamadamento. Veja estratificação. 
 
Acamamento contorcido (contorted bedding, 
contorted laminations, contorted stratification, 
décollement structure, distorted laminations). 
São estruturas de deformação pe-
necontemporâneas que mostram dobramentos 
do tipo descolamento, falhas de pequena 
escala (veja falhas penecontemporâneas e 
dobras penecontemporâneas). 
 Tais feições podem ser produzidas por 
atividade glacial, por deslocamento do gelo 
sobre os sedimentos, por fusão do gelo 
envolvido por clastos ou, ainda, por fusão de 
camadas de gelo que substratavam os 
depósitos. 
 São chamados de acamamento 
contorcido irregular (irregulary contorted beds) 
quando mostram os estratos amarrotados e 
torcidos sem nenhum padrão regular. 
 Veja também estrutura convoluta. 
 
Acamamento contorcido irregular (irregulary 
contorted beds). Veja em acamamento 
contorcido. 
 
Acamamento destruído. Veja estrutura de 
bioturbação deformativa. 
 
Acaustobiólito (acaustobiolite). Rocha 
Sedimentar Organógena não combustível, tal 
como calcário. 
 
Adobe. Depósito de lamas ocorrentes em 
áreas desérticas usadas na confecção de tijolos 
secados ao sol. 
Aglomerado (agglomerate). Rocha 
vulcanoclástica composta por lapilli (piroclastos 
com dimensões entre 4 mm e 32 mm) e por 
bombas, lavas arremessadas pelas explosões 
(dos gases) consolidadas durante o trajeto 
aéreo. 
 
Agnostozoica (agnostozoic). Antiga 
denominação do tempo geológico precedente 
ao Cambriano. 
 Veja também Escala do Tempo 
Geológico. 
 
Aklé. Veja em duna transversa. 
 
Aleitamento gradacional. Veja camada 
gradacional. 
 
Alga (seaweed). Organismo fotossintético uni 
ou multicelular que vive em meio subaquoso 
salgado, salobro ou doce, bem como em 
ambientes subaéreos úmidos. 
 Podem dispor-se na forma de tapetes 
ou mantos. Ilustração. 
 
 
Manto de alga. Algas dispostas na forma de tapete ou 
manto em ambiente litorâneo marinho. As bolhas formam-
se por decomposição de matéria orgânica. Quaternário, Rio 
Grande do Sul (RS), Brasil (BR). Referência: 2,0 cm de ∅. 
Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Alga pisolítica (pisolitic seaweed). Veja em 
oncólito. 
 
 
 
Algonquiano (algonkian). Antiga denominação 
da idade ou das rochas do Pré-Cambriano, 
mais jovens que as do Arqueano. 
 Veja também Escala do Tempo 
Geológico. 
 
Alítico (allitic). Nos climas tropicais e 
subtropicais é o intemperismo mais comum. 
Leva a decomposição dos silicatos com 
formação de hidratos de alumínio, perda de 
sílica e surgimento de laterita e bauxita. 
 
Alóctone (allochtonous). Depósito ou solo 
formado de materiais provindos de outras áreas 
que não aquela onde se encontra. 
Aloestratigrafia (allostratigraphy). Veja em 
unidade aloestratigráfica. 
 
Aloformação (alloformation). Veja em unidade 
aloestratigráfica. 
 
Alomembro (allomember). Veja em unidade 
aloestratigráfica. 
 
Alotígeno (allogenic, allothigenic). Elemento 
constituinte de uma rocha que foi formado em 
lugar diverso de onde a rocha está. 
 
Alteração (allteration). Efeito da ação in-
tempéricasobre uma rocha. 
 
Aluvião (alluvium). Depósitos fluviais, lacustres 
e em leques continentais recentes compostos 
por seixos, areias e lamas. 
 
Ambiente deposicional (deposicional 
environment). No caso sedimentar constituem 
áreas da superfície terrestre com condições 
biológicas, físicas e químicas distintas das 
áreas adjacentes. 
 Dividem-se em continentais, 
transicionais e marinhos. Os primeiros podem 
se subdividir em desérticos, glaciais, fluviais e 
lacustres. Os transicionais em deltaicos, 
lagunares e litorâneos. Os últimos em nerítico, 
batial e abissal. 
 Os agentes responsáveis pelas 
sedimentações nos ambientes deposicionais 
continentais são: (a) nos desertos quentes a 
ação dominante é a dos ventos, (b) nos 
desertos frios, além do vento, atuam também as 
geleiras, as grandes responsáveis pela 
deposição de sedimentos, (c) nas regiões 
úmidas e semi-úmidas, as águas correntes têm 
maior expressão na construção de depósitos 
sedimentares, (d) os lagos são os depositários 
de sedimentos até ali transportado pelos rios, 
geleiras e vento. 
 As deposições em regiões de 
ambientes transicionais apresentarão 
sedimentações com as características mistas 
entre os depósitos de ambientes continentais e 
marinhos. 
 Qualquer um deles, deltáico, lagunar e 
litorâneo pode sofrer as ações de marés, caso 
elas sejam significativas ou de ondas, se estas 
forem dominantes. 
 Veja também marés. 
 Por último, os ambientes deposicio-
nais nerítico, batial, abissal e hadal 
correspondem a sedimentação que ocorrem 
em profundidade no oceano. 
 A zona nerítica corresponde a região 
com profundidade de até 200 metros, a zona 
batial àquela região com lâmina de água entre 
200 metros e 2 000 metros, a zona abissal está 
sob uma cobertura de água entre 2 000 metros 
e 6 000 metros e a zona hadal com 
profundidade maior que 6 000 metros. 
 
Ambiente deltaico (deltaic environment). Este 
ambiente deposicional se desenvolve na foz de 
um rio que desemboque em um lago (delta 
lacustre) ou em uma região marinha marginal 
(delta marinho), seja ela o próprio oceano, mar 
ou laguna. Ainda ocorrem os deltas formados 
por detritos oriundos de regiões elevadas que 
foram depositados em um corpo d’água, 
lacustre ou marinho, situado na área rebaixada. 
Tais deltas, os leques deltaicos (fan delta), 
apresentam (a) uma porção pro-ximal, 
subaérea, característicamente um leque 
continental (ou aluvial), (b) uma porção 
intermediária, subaquosa, o delta frontal e (c) 
uma região distal, igualmente subaquosa, o 
pró-delta. Ilustração. 
 
 
Seção longitudinal de fan delta. 1. Leque aluvial. 2. Frente 
deltaica. 3. Pró-delta. 4. Substrato. NÁ. Nível superior da 
lâmina de água. A seta amaréla indica o sentido da 
progradação. Fonte: Massari e Colella 1988. 
 
 
 
1 
 2 
 
3 
4 
 
NÁ 
 
 
 
 O ambiente deltaico é, portanto, um 
ambiente de deposição transicional, pois, os 
depósitos recebem a influência do continente, 
graças ao aporte de detritos terrestres trazidos 
pelo curso d’água ou pela gravidade no caso de 
muitos leques deltaicos, mas também estão 
sujeitos ao retrabalhamento e redistribuição 
realizados pelas ondas, correntes litorâneas, 
marés, tempestades, etc. Além disto, é comum 
que nestes sedimentos haja registro da 
atividade orgânica de animais e vegetais da 
bacia receptora. 
 A espessura dos sedimentos que 
compõe o delta depende da taxa de 
subsidência da bacia receptora, pois, o volume 
de detritos acumulados está subordinado não 
só a quantidade de material transportado pelo 
rio, mas também da movimentação negativa do 
sítio deposicional. 
 No sistema deltaico há, idealmente, 
uma área de deposição subaérea e outras duas 
subaquosas. Esta segmentação foi identificada 
em delta lacustre (ilustração), onde a atividade 
de ondas é desprezível e a de marés é 
praticamente inexistente, o que é determinante 
para a formação de um delta construtivo, ou 
seja, aquele em que a ação fluvial domina sobre 
a das ondas ou marés. 
 
 
 
 
Seção longitudinal de delta lacustre. Esboço de acordo com 
Gilbert 1890. 1. Sequência de fundo (bottomset). 2. 
Sequência frontal (foreset). 3. Sequência de topo (topset). 4. 
Substrato. 5. Nivel do lago. 6. Linhas de tempo. A seta 
amaréla indica o sentido da progradação. Modificado de 
Mendes 1984. 
 
 Os deltas marinhos podem ser 
igualmente construtivos (ilustração), mas 
também podem ser do tipo destrutivos, caso a 
atividade marinha das ondas ou marés supere 
a reposição dos sedimentos transportados pelo 
rio. Nestes deltas destrutivos as sequências 
deposicionais são interdigitadas (ilustração) e 
não são nitidamente separadas como no caso 
dos deltas construtivos. 
 
 
 
 
Seção longitudinal de delta marinho construtivo. 1. Pró-
delta. 2. Frente deltaica. 3. Planície deltaica. 4. Nível do mar. 
5. Nível de base das ondas. 6. Substrato. 7. Linha de tempo. 
A seta amarela indica o sentido da progradação. Modificado 
de Mendes 1984. 
 
 
 
 
 
 
Seção longitudinal de delta marinho destrutivo dominado por 
maré. Delta do Rio Rhone. NM. Nível do mar. 1. Pró-delta e 
lamas da plataforma (veja em ambiente marinho) 2. Areias 
de barreiras costeiras. 3. Planície deltaica e bacias costeiras 
areno-lamosa. 4. Canais distributários preenchidos. 5. 
Substrato. A seta amarela indica o sentido da progradação. 
Fonte: Oomkens 1970, modificado por Galloway e Hobday 
1983. 
 
 A sequência de fundo (pró-delta) é 
composta por argilas e argilas-sílticas com uma 
quantidade maior de bioturbações (veja em 
estrutura de bioturbação) do que aquela 
existente nos depósitos da frente deltaica, o que 
pode ser constatado pela presença significativa 
de estruturas mosqueadas. 
 As camadas do pró-delta interdigitam-
se as da sequência frontal (frente deltaica) no 
sentido do continente. 
 A sequência frontal apresenta clastos 
com granulometria variada, desde areia grossa 
a argila, que decrescem em dimensão no 
sentido da progradação. A matriz (veja em 
Rocha Sedimentar Clástica) dos sedimentos 
normalmente apresenta grande quantidade de 
restos de vegetais. 
 A sequência de topo (planície deltaica) 
é composta por areias que variam de grossas a 
finas, sedimentadas em pequenos canais 
 
 3 
2 
 
1 
 4 
 
5 
 
6 
 
3 
4 
 
 
 
6 
5 
 
1 
2 7 
 
 
NM 
1 
2 
3 
5 
4 
 
 
fluviais, chamados distributários, na forma de 
barras em pontal, de canal e de de-
sembocadura. Ilustração. 
 
 
Delta lagunar. Imagem de satélite do delta do Rio Camaquã, 
RS, BR. CD. Canais distributários. BA. Barras arenosas. 
PD. Planície deltaica. Imagem do satélite Landsat. Fonte: 
acervo do Laboratório de Sensoriamento Remoto e 
Cartografia–LASERCA da UNISINOS. 
 
 Estratificação cruzada, laminação 
paralela horizontal e cruzada, bem como canais 
de corte e preenchimento são as estruturas 
sedimentares dominantes nos sedimentos dos 
canais. 
 Os canais limitam corpos d’água, as 
baias interdistributárias, áreas lamíticas 
pantanosas (marsh) onde há abundância de ve-
getais e o teor de matéria orgânica é elevado. 
 Em alguns depósitos deltaicos, 
particularmente nos lacustres, formam-se 
corpos lenticulares com uma espécie particular 
de estratificação cruzada: a estratificação 
cruzada sigmoidal (sigmoidal cross-
stratification). Ela pode ser descrita como uma 
sucessão de sigmoides, depósitos que 
tangenciam tanto na base quanto no topo tendo 
a sua maior largura na parte médiana. Os 
corpos possuem espessura variável (50 cm a 1 
metro), são depositados à frente um do outro 
em contato direto, sem erosão. 
 Esta estrutura sedimentar tem, 
portanto, a geometria de uma sigmoide, 
depósito que se origina pela combinação de 
processos trativos e suspensivos, fator 
decisivo para a sedimentação como lobos, 
ditos lobos de suspensão, na foz do rio. Este 
processo é determinante para a preservação 
das sigmóides sem que ocorra erosão das 
porções superiores destas formas de leito. 
 Vistos em planta tais corpos são 
semicirculares, mas quando observados em 
seção longitudinal assemelha-sea letra S 
aberta e inclinada. Ilustração. 
 
Seção longitudinal de delta lacustre evidenciando 
sigmóides areno-sílticas intercaladas a pelitos. Formação 
Caturrita, Triássico, RS, BR. Sentido da progradação: da 
direita para a esquerda. Créditos: Renato Bidóia. 
 
 O perfil vertical do depósito inicia, na 
base, com argila que transiciona para marcas 
de ondulações cavalgantes (climbing ripples) e, 
acima, para lâminas sigmoidais, cuja definição 
é a mesma das estratificações cruzadas 
sigmoidais, porém com pequena espessura. 
 Estas sedimentações, as sigmóides, 
originam-se quando de eventos episódicos de 
fluxos homopicnais (veja também fluxo 
hipopicnal e fluxo hiperpicnal), constituindo-se 
em mega-marcas de ondulações cavalgantes 
(veja marca de ondulação e também marca de 
ondulação cavalgante). 
 Por si só, sigmoides não identificam 
uma sequência deltaica porque também são 
encontradas em tempestitos, turbiditos e em 
ambiente de planície de maré. 
 
Ambiente de planície de inundação (flood 
plain environment). É o ambiente 
deposicional onde as águas correntes atuam 
promovendo a erosão, o transporte e a 
sedimentação de clastos e de materiais 
solubilizados. Situada entre as cabeceiras e a 
foz, aqui tratadas de maneira separadas, mas 
na natureza são integradas (sistema fluvial, 
ilustração). A planície de inundação é o palco 
da deposição de detritos com os mais variados 
tamanhos onde, normalmente, os fragmentos 
mais grossos situam-se próximos da cabeceira, 
os médios na porção intermediária e os finos 
em sua foz. Há, também, gradação na 
granulometria em um perfil vertical, localizando-
se os clastos grossos na base e os finos no 
topo. 
 
LAGUNA DOS PATOS 
BA 
CD 
 
 
 
Sistema fluvial. A. Seção longitudinal. B. Vista em planta. 
1. Substrato. 2. Depósitos gravitacionais. 3. Depósitos 
tracionais e suspensivos. 4. Depósitos suspensivos e 
tracionais. 5. Lago, mar, oceano ou laguna. A seta indica o 
sentido do fluxo. Fonte: Suguio 2003, modificado. 
 
 A distribuição do tamanho dos detritos 
não é fixa, dependendo de uma série de 
variáveis, entre elas, velocidade do fluxo, forma 
e profundidade do canal, regime regional de 
chuvas, etc. 
 A descarga de um fluxo fluvial pode ser 
assim expresso: Q = AV, onde a vazão (Q) 
depende da área da seção do canal (A) e da 
velocidade do fluxo (V). Desta forma, a relação 
da seção do canal com a velocidade do fluxo, 
determinará a competência do rio, ou seja, o 
tamanho máximo de material que poderá ser 
movido, bem como sua capacidade, isto é, o 
volume de carga transportada. 
 Um fator importante para o 
desenvolvimento da forma de canal é o 
mergulho regional que, somado aos fatores 
acima mencionados influencia não só na forma, 
mas também na transição de um para outro 
modelo. 
 A divisão clássica das formas de 
canais fluviais é: retos, anastomosados, 
entrelaçados e meandrantes (ilustração). 
Contudo, pesquisas mais recentes sugerem 
que a partir de análises do trajeto total 
percorrido por um rio, as formas de canais 
existentes são entrelaçados e meandrantes, 
sendo as demais (retos e anastomosados) 
apenas segmentos daqueles. Estes segmentos 
teriam sido originados por modificações locais 
na topografia o que, no que lhe concerne, 
influencia na velocidade do fluxo, na sua 
capacidade e na sua competência. 
Ultrapassado este trecho com o retorno das 
condições anteriores o canal volta a assumir 
sua forma primitiva (entrelaçado ou 
meandrante). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Formas de canais fluviais. Esboços de vista em planta. 
A. Rio com canal meandrante. B. Rio com canal reto. C. 
Rio com canal entrelaçado e D. Rio com canal 
anastomosado. Fonte: Allen 1970, modificado. 
 
 A sedimentação neste ambiente 
ocorre em duas situações: como depósitos de 
canal ou como depósitos de transbordamento. 
Ilustração. 
 
 
Rio meandrante. Representação de alguns de seus 
depósitos. DDM. Depósito de dique natural ou marginal. 
DZV. Depósito de zona de várzea. DBP. Depósito de 
barra em pontal. DRDM. Depósito de rompimento de 
diques marginais (ou crevasse splay) e DMA. Depósito de 
meandro abandonado. Fonte: modificado de Allen, 1970. 
 
Os depósitos de canal constituem-se 
principalmente por areia e, secundariamente, 
por lamas. Na parte mais profunda do canal 
sedimentam-se os clastos mais grossos 
(depósitos residuais de canal, channel lag 
deposits) os quais são, posteriormente, 
soterrados pelos depósitos de barras de 
canal, e, finalmente, ambos são sobrepostos 
pelos depósitos de barra em pontal. 
 Os depósitos de transbordamento 
compõem-se (a) de clastos finos a muito finos 
(areias finas e lamas) acumuladas em baixios 
sobre as barras em pontal, (b) depósitos de 
diques marginais (ou naturais), (c) depósitos 
de rompimento de diques marginais, (d) 
depósitos que preenchem os meandros 
abandonados e (e) depósitos da bacia de 
inundação (também chamados de depósitos 
de zona de várzea). Ilustração. 
 
CABECEIRAS 
 
 
PORÇÃO INTERMEDIÁRIA FOZ 
Ambiente em leque 
Partículas: + 2,0mm 
 
Ambiente de planície de inundação 
Partículas: 2,0mm a 0,062mm 
Ambiente deltaico 
Partículas: 0,062mm 
 
 
A 
B 
1 
2 
3 4 
5 
DZV 
DDM
m 
DMA 
DRDM 
DBP 
A B 
 
C 
 
D 
 
 
 
 
 
Perfil vertical de rio meandrante. Seção colunar de 
ciclos de depósitos de canal e de depósitos de 
transbordamento. A. Depósito residual de canal. B. 
Depósito de barra em pontal. C. Depósito de 
transbordamento com ondulações famintas, porção distal 
de depósito de rompimento de dique marginal. D. 
Depósito de zona de várzea com raízes, gretas de 
contração e bioturbações. A escala é em metros. Fonte: 
modificado de Allen 1970, segundo Cant 1982. 
 
Ambiente de planície de maré (tidal flat 
environment). Ilustração. Corresponde a região 
costeira marinha onde predomina a ação das 
marés. É normalmente lamosa e pelo menos 
parte dela permanece coberta por água durante 
a maré cheia, mas fica exposta quando a maré 
baixa. 
 A maré enchente (subida do nível das 
águas oceânicas) e a maré vazante (descida do 
nível das águas oceânicas) são respostas a 
combinação da rotação terrestre e das 
influências gravitacionais do Sol e da Lua. Este 
fenômeno pode ocorrer, dependendo da região, 
uma ou duas vezes por dia. 
 Quando a Terra, a Lua e Sol estão 
alinhados a intensidade do evento aumenta 
originando o que é conhecido por maré de 
sizígia. 
 Em decorrência do transporte de 
sedimentos que ora se deslocam na direção do 
continente (maré enchente), ora se dirigem 
para o oceano (maré vazante), as formas de 
leito e, consequentemente, as estruturas se-
dimentares refletem esta movimentação 
bidirecional do fluido. 
 Tal ambiente se desenvolve em áreas 
baixas e planas ao longo da costa, bem como 
em estuários e baías. 
 A região sob a influência de marés é 
dividida em 3 zonas: (a) inframaré, situada 
abaixo do nível médio das marés baixas, (b) 
intermaré, localizada entre o nível médio das 
marés baixas e o nível médio das marés altas, 
e, (c) supramaré, posicionado acima do nível 
médio das marés altas. 
 
Ambiente de planície de maré. Representação 
idealizada do ambiente com as zonas, canais de maré e 
lagoas que o constituem. Fonte: Boggs 1987, modificado. 
 
 É ambiente propício à vida, portanto, 
rico em bioturbações. Também aí há 
deposições de areias e siltes ondulados 
(marcas de ondulações) com dimensões 
variadas, entre elas as ondas de areia. 
 Estratificação cruzada espinha de 
peixe, estratificação flaser, estratificação 
lenticular de pequeno porte e drapeamento de 
lama, são feições comuns. 
 Veja também maré. 
 
Ambiente em leque (fan environment). Este 
ambiente é composto por deposições de 
clastos com má classificação que variam de 
muito grossos a muito finos. As sedimentações, 
com formato cônico, ocorrem em áreas 
situadas no sopé de montanhas, na base de 
escarpas de falhas, na desembocadura de 
vales e de canhões (canyons) submersos. 
 Há gradação horizontal na 
granulometria, pois, os clastos maiores situam-se nas proximidades da área-fonte, aqueles 
com dimensões médias na porção 
intermediária e os mais finos na região distal. 
 Podem ser classificados em leques 
continentais (continental fans) e leques 
submersos (submarine fans). Embora ocorram 
A 
C 
B 
A 
D 
 
 
leques lacustres, aqui se faz a descrição 
daqueles formados nos oceanos e nos mares, 
porque os três são semelhantes quanto a 
origem, a modalidade de transporte e as feições 
que seus depósitos apresentam. 
 Os leques continentais ou aluviais 
(ilustração) formam-se sob climas diferentes: 
áridos ou semi-áridos (veja clima), quentes ou 
frios, e em regiões tropicais e úmidas. A melhor 
preservação está associada aos depósitos de 
regiões desérticas quentes. 
 
 
Leque continental. A. Vista em planta dos depósitos e 
dos canais dos fluxos de água que se deslocam sobre 
eles nos períodos de chuva. Estão aí representados o 
corte transversal (A-A’) e o longitudinal (B-B’) observados 
em detalhe nos desenhos B e C, respectivamente. LP. 
Leque proximal. LM. Leque médio. LD. Leque distal. B. 
Vista frontal (corte transversal) evidenciando a 
acumulação sucessiva dos depósitos e seu 
retrabalhamento realizado pelos fluxos de água (canais). 
C. Vista lateral (corte longitudinal) e a distribuição 
aproximada de LP, LM e LD. Fonte: Suguio, 2003, com 
modificações. 
 Os leques submersos são 
representados por depósitos cujas condições 
originantes (área elevada) e local de 
sedimentação (sopé das áreas elevadas) são 
semelhantes aos dos leques continentais. As 
exceções ficam por conta do ambiente 
submerso e do agente transportante, as 
correntes de turbidez (ilustração). 
 
 
Corrente de turbidez. Seção longitudinal da plataforma, do 
talude, ponto de origem da maioria das correntes de 
turbidez, e o seu deslocamento para áreas mais profundas, 
local de sedimentação dos materiais transportados. Fonte: 
A seta indica a progradação. Dietz 1963, Brown e Fischer 
1977, modificado por Popp 1987. 
 
 Os depósitos submersos gerados por 
correntes de turbidez, fluxos túrbidos e mais 
densos que o meio aquoso envolvente, são 
conhecidos como turbiditos (ilustração). 
 O acúmulo de muitos eventos 
deposicionais sucessivos sobrepostos faz com 
que a possança do conjunto atinja centenas ou, 
em alguns casos, milhares de metros de 
espessura. 
 Bouma em 1962 observou que há 
repetição de certas camadas, numa ordem 
específica, sempre que os sedimentos se 
depositam após um evento de transporte. De 
suas análises, ficou evidente que cada ciclo 
deposicional (transporte e deposição), 
apresentaria, se completo, 5 camadas com 
estruturas diferentes, ainda que algumas 
apresentassem a mesma granulometria, 
indicando diminuição na velocidade da 
corrente, portanto, na capacidade (veja em 
ambiente de planície de inundação) e na 
competência (veja em ambiente de planície de 
inundação) da corrente. O leito de lamas rico 
em bioturbações na porção superior significaria 
o evento de término do transporte e deposição 
(veja em sedimentação). 
 
 
Turbidito. Seção colunar de ciclo ideal completo de um 
depósito de corrente de turbidez (A a E). Fonte: Bouma, 
1962, modificado por Popp 1987. 
 
 A movimentação dos sedimentos 
declive abaixo se deve a terremotos, 
instabilidade dos clastos nas encostas, rápida e 
vigorosa entrada de detritos transportados por 
rios para o interior da bacia receptora e 
correntes subaquáticas ocorrentes no corpo de 
A 
B 
C 
LP 
LM 
LD 
 
Correntes de turbidez ocorrem 
também associada a deltas, a 
lagos e a lagunas. 
 
 
água. 
 O turbidito é composto por partículas 
(veja em Rocha Sedimentar Clástica) e matriz 
(veja em Rocha Sedimentar Clástica) 
provenientes de rochas diversas, em 
conformidade com a área-fonte. Ocorrem ainda 
aqueles compostos quase ou totalmente por 
clastos de calcários. Tais turbiditos calcários 
são chamados flysch. Ilustração. 
 
 
Flysch. Sequência de leitos turbidíticos calcários. Eoceno, 
Venezuela. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Ambiente eólico (eolian environment). 
Ilustração. É o ambiente deposicional em que 
os depósitos eólicos são os mais significativos, 
ou seja, o vento é o principal responsável pela 
erosão, transporte e sedimentação dos detritos. 
 As regiões desérticas, especialmente 
as áridas e semi-áridas, as áreas litorâneas 
marinhas e lacustres, bem como as planícies de 
inundação arenosas, são as que apresentam os 
maiores registros da atividade eólica. Nestes 
locais, as areias secas são transportadas pelo 
vento para ser depositadas, posteriormente, 
como acumulações com formas diversas, entre 
elas, as mega marcas de ondulações. 
 O vento é um bom selecionador da 
granulometria, portanto, as areias por ele 
depositadas apresentam pouca variação no 
tamanho dos grãos. Enquanto os fragmentos 
mais grossos são deixados para trás, as areias 
seguem até o local de depósito por saltação 
(veja em transporte) e os detritos mais finos, 
especialmente as argilas, são conduzidas 
adiante por suspensão (veja em transporte). 
 As partículas (veja em Rocha 
Sedimentar Clástica) mais finas, as argilas, 
serão sedimentadas em locais longínquos 
como lençóis maciços, conhecidos como loess 
que, após litificação (veja em diagênese), 
passam a se chamar loessitos. A origem destes 
detritos é creditada não só a ação intempérica 
sobre rochas no próprio ambiente eólico, mas 
também, a trituração de clastos por geleiras e, 
ainda, a detritos piroclásticos muito finos 
(cinzas) expelidos em erupções vulcânicas. 
 Também há neste ambiente acúmulo 
de água em áreas de baixadas. Isto pode 
ocorrer por erosão eólica do subtrato, o que 
expõe o nível mais superficial do lençol freático. 
Estes corpos de água, chamados oásis, podem 
durar algum tempo (alguns meses ou anos) ou 
ter longa duração, pois, vários deles já 
persistem há séculos. 
 
 
Esboço de região desértica com duna, interduna e oásis. 
As flechas onduladas indicam o sentido de deslocamento 
do vento, os processos destrutivos deste agente (deflação 
eólica) que expõe o lençol freático (oásis) e construtivo 
(duna). O espaço aplainado à frente da duna corresponde 
ao interduna. Fonte: Leet e Judson, 1980, modificado. 
 
 É possível também que a água seja 
acumulada a partir de chuvas intensas em 
certos períodos do ano, ocasião em que rios 
efêmeros (wadi) se formam e suprem o lago ou, 
ainda, a fonte do líquido pode ser a fusão do 
gelo existente nas regiões montanhosas mais 
próximas. 
 Tanto os lagos (playa lake) quando os 
cursos d’água (wadi) secam em poucas horas 
ou dias com o término do período chuvoso, o 
que não acontece com frequência com os lagos 
supridos por degelo. 
 Neste ambiente, as dunas são os 
depósitos mais significativos quer seja por sua 
dimensão, quer pela extensão em área que o 
seu conjunto ocupe (campo de dunas). Podem 
ser classificadas em (a) dunas litorâneas, se 
associadas ao litoral de oceanos ou lagos, (b) 
dunas de deserto, se ocorrentes em desertos e 
(c) dunas de rios, se formadas em planícies de 
inundação de rios em regiões de climas semi-
áridos (veja clima). Contudo, a classificação 
clássica destes corpos arenosos tem por base 
sua forma: dunas e cadeias de dunas 
transversais, dunas e cadeias de dunas 
longitudinais, dunas complexas. 
 As dunas e os demais depósitos eólicos 
apresentam um conjunto de estruturas 
sedimentares (ilustração) que são utilizadas 
para identificá-los quando litificados (ilustração). 
 
Oásis 
Duna eólica 
Água subterrânea 
Interduna 
 
 
 
Esboço de uma duna transversal e suas estruturas 
sedimentares. A porção frontal (face de sota-vento ou 
face de avalanche, slipface) mostra os depósitos por 
queda de grãos (grainfall, GFL) e depósitos por fluxo de 
grãos (grainflow, GFW). Na face de barlavento (backside), 
ocorrem marcas de ondulações cavalgantes que, em 
perfil, são registradas como laminações cruzadas 
cavalgantes transladantes (LCCT). Igualmente em perfil 
aparecem as estratificações cruzadas tangenciais (ECT), 
tambémdenominadas estratificações cruzadas por 
camadas frontais (ECCF). Está ainda representado o 
interdunas, onde ocorrem arenitos com marcas de 
ondulações cavalgantes e camadas com estratificação 
paralela horizontal, playa lakes, wadi, evaporitos, etc. A 
seta indica a direção do fluxo. Fonte: Hunter, 1977, 
modificado. 
 
 
O pesquisador está sobre camadas de arenitos com 
laminações cruzadas cavalgantes transladantes, 
sedimentados no barlavento (backside) de duna eólica. 
Abaixo delas, o sota-vento constituído por arenito com 
estratificações cruzadas tangenciais, depósitos por queda 
de grãos (grainfall) e depósitos por fluxo de grãos 
(grainflow). Grupo Guaritas, Proterozoico, RS, BR. 
Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 As dunas são, corriqueiramente, se-
paradas por um espaço rebaixado plano, ho-
rizontalizado, onde se estabelecem os oásis, os 
lagos de deserto (playa lakes) e por onde 
migram os (wadi). Sobre esta área, o 
interdunas, deslocam-se as dunas. Caso exista 
umidade, podem aí habitar pequenos animais e 
desenvolver-se vegetação rasteira e arbustiva 
(ilustração). 
 Aí podem ser encontrados evaporitos 
(veja também Rocha Sedimentar Química). 
 
 
Cadeia de dunas transversais (barcanoides) em litoral 
marinho. Quaternário, RS, BR. O clima subtropical e a 
ocupação humana ao fundo impedem a progressão das 
areias. As áreas de interdunas e o barlavento das dunas 
começam a ser ocupado por vegetação. A seta indica a 
direção de sopro do vento. Créditos: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
 Veja também duna. 
 
Ambiente estuarino (estuarine environment). 
O estuário é um ambiente deposicional 
transicional entre o fluvial e o marinho, podendo 
associar-se ao ambiente de planície de maré. 
 Suas águas são mixohalinas como 
resultado da mistura dos líquidos fluviais e 
marinhos. 
 Conceitualmente corresponde a uma 
porção de água salgada parcialmente fechada 
em uma região marginal ao mar (ilustração). A 
salinidade deste corpo aquoso é diluída pelo 
aporte de água doce fluvial. 
 
 
Ambiente estuarino. Imagem do Estuário da Babitonga, 
Santa Catarina (SC), BR. Fonte: Google Earth 2018. 
 
 Os sedimentos aí depositados 
apresentam granulometria variável em função 
da energia do ambiente que é disponibilizada 
 
 
pelas correntes fluviais, pelas marés, pelas 
correntes de maré, pela ondas oceânicas, pelas 
chuvas, pela temperatura e pela flora e fauna 
locais. Nos estuários de baixa energia se 
acumulam lamas, enquanto nos de alta e-
nergia há o domínio das areias. Ilustração. 
 
Ambiente estuarino. Seção colunar ideal da sedimentação 
transgressiva na Baía Delaware. Fonte: modificado de Weil 
1977. 
 
 É comum a ocorrência de restos de 
vegetais com os detritos clásticos. Outro 
fenômeno corriqueiro é o da floculação o que 
resulta na rápida sedimentação das argilas. 
 
 Em direção ao continente os depósitos 
estuarinos interdigitam-se aos fluviais enquanto 
na direção oposta o fazem com sedimentações 
marinhas. 
 Entre as estruturas sedimentares 
citam-se estratificações cruzadas, laminações 
côncavas, laminações angulares, estratificação 
cruzada espinha de peixe, galhas de argila, 
estruturas de bioturbação e estratificação flaser. 
 
Ambiente glacial (glacial environment). Trata-
se do ambiente deposicional onde o gelo é o 
principal agente intempérico, erosivo, 
transportante e depositante. O gelo se acumula 
em áreas com baixas temperaturas, tais como 
os polos (geleiras de latitude), o cume de 
montanhas (geleiras de altitude), em altiplanos 
e nos seus entornos. 
 As geleiras polares e as de altitude 
dificilmente se fusionam, salvo por aumento de 
temperatura global. As demais estão sujeitas a 
derretimento, parcial ou total, em períodos de 
verão. 
 Geleiras continentais se desenvolvem 
sobre continentes, como é o caso da Antártica 
(polo sul) e as das montanhas, as quais 
migram, por ação da gravidade, desde áreas 
elevadas até as rebaixadas. No Ártico (polo 
norte) este fenômeno não ocorre, pois, a massa 
de gelo flutua sobre o oceano. 
 Os depósitos e a paisagem em um 
ambiente glacial são bastante variados: 
nunatak: elevação isolada projetada através de 
uma geleira terrestre; moraina ou morena: 
sedimentos mal classificados sedimentados por 
geleira. Podem ser morainas frontais, se 
depositadas à frente da geleira, morenas 
laterais, se ocorrentes nas laterais do gelo, 
morenas basais, se formadas na base da 
geleira, morainas médias, se originadas pelo 
encontro de duas geleiras ou morainas de 
recuo, se originadas quando da fusão e recuo 
do gelo; geleira propriamente dita; sítio glácio-
lacustres; planícies e lavagem (outwash plain): 
área de deposição de detritos sedimentados à 
frente da moraina frontal, retrabalhados 
posteriormente por rios; sítio fluvioglaciais; 
kattles: depressões originadas pela fusão de 
blocos de gelo sobre os depósitos de till; eskers: 
depósitos alongado formado por correntes 
fluvioglaciais no interior de túneis abertos pela 
água no gelo; praias; geleira marinha: gelo que 
flutua sobre o mar; sítio glaciomarinho; vale 
glacial submerso. (Ilustração). 
 
 
Bloco-diagrama de um ambiente glacial com 
representação de algumas de suas feições: nunatak (1), 
moraina média (2), geleira (3), sítio glaciolacustre (4), 
planície de lavagem (5), sítio fluvioglacial (6), kettles (7), 
esker (8), praia (9), geleira marinha (10), morena basal 
(11), sítio glaciomarinho (12), vale glacial submerso (13). 
Fonte: modificado de Edwards 1986. 
1 
t4 
2 
6 
5 
10 
11 
12 
3 
7 
8 
 
9 
 
13 
DEPÓSITO ARENO-SEIXOSOS MACIÇO 
PLEISTOCÊNICO 
DEPÓSITO LAMÍTICO COM DETRITOS VEGETAIS E, 
NA BASE, DEPÓSITO TURFÁCEO 
PLANÍCIE DE MARÉ PANTANOSA 
DEPÓSITO ARENO-SEIXOSO E FRAGMENTOS DE 
CONCHAS 
ROMPIMENTO DE ILHA-BARREIRA (WASHOVER) 
 
DEPÓSITO ARENO-LAMÍTICO LAMINADO 
ZONA INFRAMARÉ 
DEPÓSITO LAMOSO-ARENÍTICO LAMINADO 
ZONA INFRAMARÉ 
DEPÓSITOS DE AREIA FINA COM 
ESTRATIFICAÇÃO CRUZADA DE BAIXO ÂNGULO 
(veja em estratificação cruzada de pequena 
escala) INTERCALADO À NÍVEIS DE SILTE 
LAMINADOS ZONA 
INTERMARÉ (?) 
DEPÓSITOS DE AREIA GROSSA COM 
ABUNDANTES ESTRATIFICAÇÕES CRUZADAS 
BARRAS DE DESEMBOCADURA 
 
 
 
 A moraina basal interna origina o till, 
um depósito mal classificado, maciço, não 
consolidado, diretamente sedimentado pelo 
gelo. 
 A erosão, o transporte e a 
sedimentação de materiais pelo gelo deixam o 
registro da atuação deste elemento nos clastos, 
nas rochas e no substrato sobre o qual a geleira 
migrou. 
 Por décadas os varvitos, rochas se-
dimentares clásticas compostas por lâminas 
síltico-arenosas que se intercalam à lâminas de 
argila (varves, veja em estratificação finamente 
interacamada) foram considerados glaciais. Os 
leitos (veja em lâmina) síltico-arenosos, 
supostamente formados no verão, refletiriam 
um aumento no volume das águas fluvioglaciais 
em virtude da fusão de parte do gelo naquela 
estação do ano. Com a chegada do inverno e 
novo congelamento de parte da água 
disponível, a vazão daqueles cursos de água 
seria afetada reduzindo-se, portanto, a 
competência (veja em ambiente de planície de 
inundação) e a capacidade (veja em ambiente 
de planície de inundação) dos fluxos, o que 
geraria as lâminas de argila. 
 Esta explicação sobre a origem dos 
varvitos possibilitou a contagem dos pares de 
lâminas (silte-areia + argila = verão + inverno) e 
assim deduzir o tempo decorrido para a 
formação de um conjunto de pares da 
sedimentação sob estudo. 
 Este paradigma, o dos varvitos, foi 
abalado e substituído senão totalmente, pelo 
menos em grande parte, pela descoberta das 
correntes de turbidez e de seus produtos, os 
turbiditos (veja em ambiente em leque). 
 Ver também estria glacial e sulco 
glacial. 
 
Ambiente lacustre (lake environment). Os 
lagos são corpos de água aprisionadossobre 
áreas emersas, continentes ou ilhas. As suas 
águas podem ser, de acordo com a salinidade, 
doces (0,3‰), mixohalina (1,0‰) ou salgadas 
(acima de 24,7‰) e a sua profundidade é 
variável podendo até ultrapassar mais de 1 000 
metros. A temperatura de suas águas também 
é variável em razão de seu posicionamento 
geográfico 
 O clima é o fator mais importante na 
determinação do lago que existirá em uma 
região. Em regiões tropicais, as águas de 
grandes lagos apresentam uma segmentação 
em duas camadas térmicas distintas. A camada 
superior possui temperatura maior do que a 
camada inferior cujas águas são estagnadas, 
anóxicas, portanto, anaeróbicas, aí ocorrendo 
produção de ácido sulfídrico (H2S). 
 Em regiões de clima temperado 
também há uma estratificação nas águas, 
porém, com características diferentes no verão 
e no inverno. Enquanto no verão a camada 
inferior possui águas mais frias do que as da 
camada superior, no inverno há uma inversão 
térmica e a camada superior é mais fria do que 
a inferior. O oxigênio rareia e pode desaparecer 
no nível inferior, o que permite a produção de 
H2S graças a ação de bactérias anaeróbicas. A 
deficiência de oxigênio permanece na camada 
inferior, mesmo durante o inverno. O ambiente 
redutor, se persistente, pode dar origem aos 
folhelhos pirobetuminosos (veja em folhelho). 
 O formato do lago pode ser alongado, 
circular, elíptico ou irregular (ilustração) e seus 
depósitos podem ser clásticos (veja Rocha 
Sedimentar Clástica), químicos, tais como 
carbonatos e sais (veja Rocha Se-dimentar 
Química), bioquímicos (veja rocha bioquímica 
em Rocha Sedimentar Orgânica) e orgânicos 
(veja Rocha Sedimentar Orgânica). 
 A distribuição concêntrica da 
granulometria nos lagos associados a rios é 
uma de suas características. Assim, suas 
praias podem ser formadas por areias (veja em 
clasto) e clastos maiores, seguidas, no sentido 
do centro do lago, por sedimentações de areias, 
lamas arenosas e, por fim, na parte mais 
profunda, lamas. 
 
 
Ambiente lacustre. Lagos alongados situados no RS, BR. 
O maior, à esquerda, no centro da imagem é o Lago Mirim. 
Cerca de 2/3 de sua área está em território brasileiro (RS) e 
o restante no país vizinho do Uruguai (UR). O Lago 
Mangueira, à direita do lago Mirim é separado do Oceano 
Atlântico por estreita faixa arenosa litorânea marinha. Fonte: 
Google Earth 2018. 
 
 
 
 Rochas lacustres podem, muitas 
vezes, ser confundidas com àquelas originadas 
em outro ambiente deposicional. Um dos 
enganos mais comuns é a de analisá-las como 
se fossem depósitos fluviais. Segundo Picard 
(1977) o estudo dos sedimentitos lacustres da 
Uinta Basin, Utah, USA, permitiu elencar 
algumas características dos depósitos lacustres 
e fluviais, especialmente dos a-renitos, 
folhelhos, calcários (veja em Rocha Sedimentar 
Química e também em Rocha Sedimentar 
Orgânica) calcíticos e calcários dolomíticos. 
 Os quadros a seguir tratam do tema, 
modificados do original daquele autor. 
 
 
ARENITOS LACUSTRES 
 
 
ARENITOS FLUVIAIS 
1. A geometria dos depósitos, cuja 
cor varia de branca a cinza-
escuro, é, frequentemente, 
tabular, ocorrendo também as 
lenticulares. 2. As areias são finas 
a muito finas, bem selecionadas, 
arredondadas ou 
subarrendondadas (veja 
arredondamento). 3. Calcita, 
dolomita e sílica são os cimentos 
(veja em Rocha Sedimentar 
Clástica) mais comuns. 4. 
Ocorrem marcas de ondulações 
por ondas. 5. Maior continuidade 
lateral se comparada com os 
depósitos fluviais. 
 
1. A geometria dos depósitos cujas 
cores variam do branco, cinza-
médio, vermelho, verde ao verde 
acinzentado, é dominantemente 
lenticular. 2. As areias, mal 
selecionadas, subangulares a 
subarredondadas, vão desde finas 
a muito grossas. Ocorrem 
fragmentos de rochas. 3. O 
cimento comum é a calcita, mais 
raramente argila ou argila e calcita. 
4. Ocorre presença de marcas de 
ondulações por corrente. 
 
 
LAMITOS LACUSTRES 
 
LAMITOS FLUVIAIS 
 
1. Cores dominantes: marrom e 
cinza. Verde é menos frequente. 2. 
Podem estar presentes: pirita, 
marcassita, chert, sílica e sais. 3. 
Laminação paralela horizontal. 4. 
Maior continuidade lateral que a 
dos depósitos fluviais. 
 
1. Cores vermelhas ou verdes, 
mais raramente marrom ou cinza. 
2. Ocorrência de fragmentos de 
rochas. 3. Laminação paralela 
horizontal. 
 
CALCÁRIOS CALCÍTICOS 
LACUSTRES 
CALCÁRIOS CALCÍTICOS 
FLUVIAIS 
1. Se autóctones: coquinoides ou 
algais. Se alóctones: calcarenitos 
(veja em Rocha Sedimentar 
Química), calcilutitos (veja em 
Rocha Sedimentar Química), 
coquinas. 2. Partículas (veja em 
Rocha Sedimentar Clástica) 
variam de finas a grossas. 3. 
Textura cristalina sacaroide. 4. 
Sedimentos químicos são 
bandeados. 5. Cores variam do 
cinza ao marrom. 6. Ocorrência de 
quartzo, argila, marcassita, pirita, 
chert e sílica. 7. Maior 
continuidade lateral que a dos 
depósitos fluviais. 8. São 
bandeados. 9. Os fósseis mais 
comuns são ostracodes, 
gastrópodes e pelecípodes. 
 
 
 
1. Apresentam-se com cores va-
riegadas, inclusive a rosa. 2. 
Partículas variam de finas a 
médias. 3. Textura cristalina. 4. 
Ocorrem quartzo e argila. 5. 
Depósitos menos contínuos que 
os lacustres. 6. Raros fósseis. 
 
CALCÁRIOS DOLOMÍTICOS 
LACUSTRES 
CALCÁRIOS DOLOMÍTICOS 
FLUVIAIS 
1. Dolomita misturada com argila, 
calcita, sílica e matéria orgânica. 2. 
As partículas são finas a muito 
finas. 3. A textura é cristalina. 4. 
São bandeados. 5. As cores mais 
comuns são cinza, marrom e 
 
 
 
 
Presença rara ou ausência. 
esverdeado. 6. Ocorrem 
marcassita, pirita e sílica. 7. 
Podem ocorrer fósseis de 
ostracodes, microfósseis e 
fragmentos de vegetais. 
 
 Não é incomum que afloramentos, 
testemunhos ou perfis verticais (ilustração) de 
sedimentitos lacustres antigos sejam, muitas 
vezes, confundidos com depósitos marinhos. 
Assim, presença de fósseis terrestres é o 
indicador mais seguro de que as rochas sob 
estudo foram formadas em um paleoambiente 
lacustre. 
 
 
Ambiente lacustre. Seção colunar de sedimentitos 
lacustres com aporte de material clástico fluvial. Modificado 
de Van Dijk, Hobday e Tankard 1978. 
 
Ambiente lagunar (lagoon environment). É o 
ambiente deposicional onde um corpo d’água 
mixohalina ou mesmo hipersalina, raso, 
marginal ao mar se encontra separado dele por 
uma restinga, por recifes-barreira (veja em 
recife) ou por uma estreita faixa arenosa, 
chamada ilha-barreira. A separação, contudo, 
não é total, pois, um ou mais canais (inlets) 
mantém as massas aquosas conectadas. Não 
é incomum que surjam deltas na 
desembocadura dos canais, chamados deltas 
de maré (tidal deltas). Durante a maré enchente 
é construído um delta para o interior da laguna, 
enquanto na maré vazante os depósitos 
formam um delta que aumenta em direção ao 
mar. Ilustração. 
 
LAMITO LAMINADO 
Deposição de lamas suspensdas na porção 
central do lago 
 
ARENITO COM ESTRUTURA GRADATIVA 
Deposição por tempestade (tempestito) 
SILTITO COM ESTRUTURAS DE BIOTURBAÇÃO 
ARENITO COM HUMMOCKY 
Deposição por tempestade (tempestito) 
SILTITO ARENOSO COM MARCAS DE 
ONDULAÇÕES 
Retrabalhamento por ondas normais 
ARENITOS E PELITOS COM LAMINAÇÃO 
PARALELA HORIZONTAL 
ARENITOS COM MARCAS DE ONDULAÇÕES 
CAVALGANTES POR CORRENTE Barra 
de desembocadura progradante 
SILTITO ARENOSO COM GRETAS DE 
CONTRAÇÃO 
Diques naturais e planície de inundação 
SILTITO ARENOSO COM RAÍZES 
Planície de inundação emergente 
 
 
 
 
Laguna Barra Velha. Imagem de satélite da Laguna de 
Barra Velha (LG), SC, BR, e da ilha-barreira arenosa (IB). 
Na parte superior esquerda da imagem observa-se o Rio 
Itapocu (RI), sua foz na laguna, o canal (barra) que liga a 
laguna ao oceano (B) e a pluma de sedimentos que forma o 
delta (D)na bacia marinha. Fonte: Google Earth 2018. 
 
 A acumulação das areias que formam 
a ilha-barreira resulta do transporte dos clastos 
por correntes marinhas e também da atividade 
das ondas. Eventualmente durante 
tempestades a energia das ondas pode romper 
a ilha-barreira e jogar seus componentes para o 
interior da laguna, depósito conhecido como 
leques de lavagem (washover fans). 
Ilustrações. 
 
 
 
Ilha-barreira. Detalhes da ilha-barreira de Barra Velha, SC, 
BR. A. Imagem de satélite em que aparecem diversos 
leques de lavagem (LL) já estabilizados por vegetação. 
Fonte: Google Earth 2019. B. Fotografia de leques de 
lavagem (LL) recentes ainda não estabilizados por 
vegetação. A seta indica a direção de rompimento da ilha-
barreira. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Os termos restinga (beach ridge) e ilha-
barreira são, muitas vezes, usados como 
sinônimos ainda que ilha-barreira seja uma 
terminologia geológica que se refere a estes 
depósitos independentemente da presença de 
elementos da fauna e da flora. No caso do 
enfoque geológico apenas é avaliado o 
depósito alongado situado entre a laguna e o 
mar, cuja idade pode anteceder a existência da 
vida subaérea no planeta. A restinga, no 
conceito geográfico, é não só a dita faixa 
arenosa alongada, mas também os depósitos 
pós-laguna, em direção ao continente, cobertos 
por vegetação com características próprias e 
exclusivas daquele ambiente e da fauna 
associada. 
 De acordo com alguns, p. ex. Suguio 
2003, inexistem verdadeiras ilhas-barreira na 
costa brasileira. Segundo o autor a descrição 
original destas feições vincula a sua formação a 
eventos transgressivos. No BR as atuais 
estruturas conhecidas estão associadas à 
regressão marinha que teria se iniciado em 
torno de 4000 a.P. 
 As lagunas, cujos depósitos são 
compostos principalmente por lamas, areias 
finas e fragmentos de conchas, são 
encontradas em regiões costeiras com 
micromarés. Os sedimentos lagunares 
registram abundantes estruturas de 
bioturbação, especialmente em direção a parte 
mais profunda da bacia onde também são mais 
comuns camadas com laminações paralelas 
horizontais. 
 Quando localizadas em regiões com 
climas áridos (veja clima) ou semi-áridos, 
podem aí ocorrer a formação de rochas 
sedimentares químicas e mesmo evaporitos. 
 
Ambiente marinho (marine environment). 
Ainda que para alguns mar e oceano sejam 
corpos d’água com características diferentes, 
geologicamente os termos são considerados 
sinônimos. É provável que esta divergência 
tenha surgido porque lagos com grandes 
dimensões, salgados, tais como, Mar de Aral, 
Mar Cáspio, Mar de Azov, Mar Morto, Mar da 
Galileia, foram interpretados, no passado, como 
corpos d’água oceânica. 
 Os oceanos cobrem 70% da superfície 
terrestre com água salgada, possuem uma 
LG 
IB 
RI 
B 
D 
A 
OCEANO ATLÂNTICO 
LL 
B 
LL 
 
LL 
 
 
 
profundidade média de 3 800 metros. Apesar 
de ser um único corpo ele foi dividido por razões 
geográficas, sendo seus limites os continentes. 
A divisão em oceanos Atlântico, Pacífico, Ártico, 
Antártico e Índico é a mais aceita. Atualmente 
são usadas as subdivisões dos oceanos 
Atlântico e Pacífico, em Atlântico Sul e Atlântico 
Norte e Pacífico Sul e Pacífico Norte. 
 O fundo marinho divide-se em margem 
continental (continental margin) e Fundo 
oceânico (ocean floor). A primeira corresponde 
a porção continental que se projeta sob as 
águas marinhas e é limitada pelo Fundo 
oceânico. A margem continental é dividida em 
plataforma continental (continental shelf), talude 
continental (continental slope) e sopé 
continental (continental rise). 
 O encontro das placas que consti-tuem 
os continentes e o substrato rochoso sob a 
lâmina de águas oceânicas, não é uniforme em 
todas as regiões do globo. Sobressaem, neste 
sentido, as margens passivas e as margens 
ativas. 
 Nas primeiras, o limite entre as rochas 
continentais e as rochas do Fundo oceânico se 
faz de forma passiva, ou seja, não há ali 
colisões entre as ditas placas. É o modelo da 
margem leste da América do Sul, onde se 
localiza o Brasil. Ilustração. 
 
 
 
 
 
 
Esboço de margem continental passiva tipo atlântico. Fonte: 
modificado de Mendes 1984. 
 
 Na margem oeste da América do Sul, 
onde se situam os chamados países andinos, 
Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru, o 
limite entre as rochas continentais e as de 
Fundo oceânico é ativa, ou seja, há colisão 
entre elas o que origina terremotos, maremotos, 
enrugamento das rochas, o que origina 
montanhas e vulcões (Cadeia dos Andes). 
Ilustração. 
 
 
Esboço de margem continental ativa tipo pacífico. 1. 
Plataforma continental. 2. Talude continental. Fonte: mo-
dificado de Curray 1969 e Suguio 2003. 
 
 A plataforma continental apresenta, 
normalmente, uma suave declividade (menos 
que 1:1 000), se situando entre a linha média de 
baixa-mar e a acentuada inclinação do 
assoalho oceânico para maiores profundezas, 
o que ocorre em torno dos 180 metros de 
lâmina d‘água. 
 Sua largura varia de 1 200 km 
(Austrália, AU) e 500 km na Patagônia 
(Argentina, AR). No BR chega a 200 km à frente 
do Estuário Amazonas. 
 Esta região pode ser dividida em 
Plataforma Continental Interna ou Proximal 
(inner shelf) com espessura de lâmina de águas 
em torno dos 40 metros, Plataforma Continental 
Média, situada entre os 40 metros e os 80 
metros e Plataforma Continental Externa ou 
Distal (outer shelf), localizada abaixo dos 80 
metros. 
 É sobre a plataforma que se 
desenvolvem vários ambientes deposicionais, 
entre eles, o ambiente deltaico, o ambiente de 
planície de maré, o ambiente estuarino, o 
ambiente lagunar, o ambiente praial, além dos 
recifes orgânicos e os recifes de pedra (beach-
rocks) (veja recifes). 
 A areia é a granulometria dominante 
em seus depósitos, seguida pelas dos siltes e 
lamas. 
 Correntes de marés, longitudinais, 
perpendiculares e transversais à costa e a ação 
das ondas são as responsáveis pelo transporte 
e deposição das diversas frações, cujas 
sedimentações podem chegar a 50 km de 
extensão e espessuras acima dos 40 me-tros. 
 As camadas de sedimentos mostram 
laminação e estratificação cruzada planar de 
baixo ângulo, estruturas de bioturbações e 
acumulação de conchas e carapaças ou seus 
fragmentos. Também aí ficam registrados os 
eventos episódicos das tempestades que 
Nível do mar 
MAR
 
Plataforma 
continental 
 
180 m 
 
 
3 000 m 4 000 m 
Talude 
continental Sopé continental Região abissal 
Margem continental Fundo Oceânico 
 
 
Trincheira 
 
Nível do mar 
Cordilheira abissal 
Fundo oceânico Margem continental 
1 
2 
FOSSA MARINHA 7 000 m 
 
4 600 m 
R E G I Ã O P E L Á G I C A 
 
 
geram os tempestitos e suas estratificações 
cruzadas por ondas (hummocky). 
 Em plataformas carbonáticas as 
deposições mais distais se constituem por 
calcilutitos (veja em Rocha Sedimentar 
Química) com laminação paralela horizontal e 
biomicritos com fósseis, a região média é 
composta por calcarenitos (veja em Rocha 
Sedimentar Química) com laminações 
cruzadas com oólitos (veja em concreções), 
carapaças orgânicas e estruturas de 
bioturbação; na porção proximal, localizam-se 
os calcários peletoidais (veja em Rocha 
Sedimentar Orgânica), calcirruditos (veja em 
Rocha Sedimentar Química), lamas calcárias, 
dolomitos micro-cristalinos, estruturas de 
bioturbações, gretas de contração e evaporitos. 
 O talude continental tem declividade 
que varia de poucos a 50° ou mais graus. Os 
sedimentos aí depositados desestabilizam-se 
com o aumento da acumulação dos detritos, os 
quais se deslocam para as regiões mais 
profundas. Tal movimentação causa erosão no 
substrato, processo que também ocorre 
quando fluxos de água e sedimentos são vi-
gorosamente impulsionados por descargas 
vigorosas na foz de rios. 
 Os sedimentos depositados nos 
taludes são compostos por vasas (60%), areia 
terrígena (25%), clastos com tamanhos 
variáveis desde seixos a matacões (10%) e 
fragmentosorgânicos (0,5%). 
 As escavações (canhões submarinos, 
submarine canyons) são semelhantes aos 
vales continentais em forma de V com laterais 
íngremes. Na sua porção terminal, sobre o sopé 
continental ou na região abissal, ocorrem 
deposições em forma de cone, os turbiditos. 
 Para alguns, pelo menos parte dos 
canhões submarinos teriam sido escavados 
fluvialmente quando, no passado, plataformas 
continentais ficaram expostas durante 
regressões marinhas. 
 Nos sopés continentais podem ocorrer, 
além dos turbiditos, sedimentações conhecidas 
como contouritos (contourites), cujas camadas 
são compostas por muito finas granulometrias 
com laminações paralelas horizontais. Sua 
origem é creditada às correntes de fundo que 
contornam os sopés continentais transportando 
e depositando detritos. 
 Elevadas quantidades de esqueletos e 
fragmentos de tecas de microorganismos são 
dominantes no sopé, aí também ocorrendo, 
porém, não tão abundantes, areias e siltes 
terrígenos. 
 No Fundo oceânico, cuja profundeza 
média está entre 4 000 metros e 5 000 me-tros, 
depositam-se sedimentos biogênicos que 
constituem as vasas de globigerinas 
(globigerina ooze), vasas de radiolários 
(radiola-rian ooze), vasas de cocolitoforídeos 
(coccolithophorid ooze), entre outras, bem 
como detritos terrígenos. 
 Abaixo dos 6 000 metros deixam de 
existir deposições inorgânicas ou orgânicas de 
calcários, provavelmente em razão da 
diminuição do pH e do aumento da 
concentração de CO2, o que resulta na sua 
dissolução. 
 No Fundo oceânico ainda ocorrem 
depósitos de argilas vermelhas (red clays) ou 
castanhas (brown clays) e cinzas vulcânicas, 
todos terrígenos, transportadas por correntes 
marinhas, ventos e geleiras, lá assentadas por 
ação da gravidade. A eles incorporam-se restos 
esqueletais de microorganismos. 
 Nesta região registra-se a presença, 
entre outros bens minerais, de nódulos de 
manganês (ilustração), cujo volume aumenta 
abaixo dos 3 500 metros. Os vulcões seriam a 
principal fonte de manganês que, dissolvido na 
água, se acumularia em torno de um núcleo 
orgânico para formar os nódulos. 
 
 
Nódulos de manganês. Fotografia do Fundo oceânico. 
Créditos: United States Geological Survey (USGS). 
Disponibilizado em 2010. Acessado: 04.04.2019. Fonte: 
https://pubs.usgs.gov/of/2000/of00-006/images/nod_r.gif. 
 
Ambiente praial (beach environments). As 
praias desenvolvem-se em regiões costeiras 
planas, com baixo gradiente, sendo geralmente 
compostas por sedimentos terrígenos. Pode-se 
fazer um zoneamento da região praial, cuja 
distribuição bacia sedimentar-continente é a 
seguinte: Zona de Costa Afora (offshore), Zona 
de Transição (transition), Zona de Praia 
(shoreface), Zona de Antepraia (foreshore), 
https://pubs.usgs.gov/of/2000/of00-006/images/nod_r.gif
 
 
Zona de Pós-praia (backshore) e Dunas 
(dunes). Ilustração. 
 
 
Perfil de praia e o seu zoneamento. Modificado de Walker 
1986 e Reineck e Singh 1980. 
 
 A Zona de Costa Afora se divide em 
Costa Afora Superior, situada em 
profundidades que variam de 2 metros a 10 
metros, constituída por areia fina lamosa com 
laminação paralela horizontal e, por vezes, com 
estruturas de bioturbação, e Costa Afora 
Inferior, posicionada abaixo dos 10 metros, 
formada por mega marcas de ondulações de 
areia limpa média a grossa, comumente 
envelopadas em lama, não raro com 
estratificação cruzada por ondas (hummocky 
cross stratification). 
 É possível concluir, portanto, que o 
domínio das lamas cresce no sentido da bacia. 
 Na Zona de Transição, cujo limite 
superior se situa no nível de base mais baixo de 
alcance das ondas normais, registra-se o 
acúmulo de areia siltosa e silte arenoso com 
estratificações cruzadas, laminações cruzadas 
e estruturas de bioturbação. 
 A Zona de Praia, que compreende a 
região localizada entre a Zona de Transição e o 
nível da maré baixa, é formada por areia fina 
com laminação cruzada (Praia Inferior, 1 metro 
a 2 metros de lâmina de água), laminação 
paralela horizontal (Praia Superior, do nível de 
maré baixa a 1 metro de profundidade) e 
estrutura de bioturbação. 
 Entre os níveis de maré baixa e alta, 
ocorre a Zona de Antepraia. Constitui-se por 
depósitos de areia fina e média intercalados 
com níveis de conchas. Ocorrem leitos com 
estratificações cruzadas de baixo e alto ângulo 
e laminações cruzadas. 
 A região que compreende desde o 
nível da maré mais alta até o campo de dunas 
eólicas, corresponde a Zona de Pós-praia que 
se ocorrente em litorais dominados por ondas, 
é formado por areia fina a média sobre as quais 
se desenvolvem arroios, riachos e pequenos 
lagos. 
 A zona Supratidal, em uma região de 
domínio das marés, é apenas atingida pelas 
águas em períodos de tempestades e de marés 
mais vigorosas. Os sedimentos variam de areia 
a lama, com laminações cruzadas e estruturas 
de bioturbação. 
 A Zona de Pós-praia pode ser 
progradante (ilustração), deslocando-se na 
direção do corpo de água e, em consequência, 
ocorre a migração do ponto onde se encontram 
as águas e os sedimentos dessa zona. Desse 
processo resulta a acresção de sucessivos 
cordões (cristas de praia) de areia pa-ralelos 
entre si e aumento na largura daquela zona. 
 
 
Fotografia aérea de parte do delta do Rio Camaquã, RS, BR, 
retratando a atual linha de costa da Laguna dos Patos e o 
sentido de sua progradação (seta). Créditos: Marco Antônio 
Fontoura Hansen. 
 
 Finalmente, a Zona de Dunas é 
composta essencialmente por areias finas a 
muito finas depositadas como dunas e 
interdunas (veja em ambiente eólico) eólicos. 
As estruturas mais significativas são as 
estratificações cruzadas de grande escala e 
as laminações cruzadas transladantes 
cavalgantes. 
 Em costas com correntes longitudinais 
internas vigorosas, micromarés, energia de 
ondas baixa a moderada e aporte de 
sedimentos com granulometria variável, pode 
haver o desenvolvimento de cristas alongadas 
de conchas e areias paralelas à praia, isoladas, 
separadas por planícies de lama e pântanos 
progradantes. Essas cristas, denominadas 
cheniers estendem-se por muitos quilômetros e 
possuem poucos metros de altura e até 200 
metros de largura. 
 Tais feições são desenvolvidas 
especialmente em regiões onde rios atinjam a 
costa, devido à diminuição no influxo de 
sedimentos carreados pelo fluxo de água. As 
correntes longitudinais e as ondas arrastam as 
lamas e concentram as areias e as conchas. 
Posteriormente, quando ocorrer novo aporte de 
 
 
lamas, as ondas e correntes longitudinais 
internas não transportam toda a carga 
disponível, e as finas granulometrias 
sedimentam-se à frente do chenier, avançando 
na direção do oceano (progradação). A 
repetição do processo dá origem às cristas de 
areias e conchas paralelas à costa. Ilustração. 
 
 
Processo de formação de cheniers e a progradação da 
linha de praia. Fonte: modificado de Boggs, 1987. 
 
 Veja também ambiente de planície de 
maré, ambiente deltaico e ambiente lagunar. 
 
Anaeróbica (anaerobic). São bactérias 
capazes de viver em ambiente com pouco ou 
nenhum oxigênio livre. 
 Atuam sobre os restos orgânicos 
decompondo-os. No caso de detritos vegetais 
sua ação sobre a celulose, as proteínas, a 
lignina, as resinas, as ceras, as gorduras e os 
pigmentos transformam-nos em polímeros, 
monômeros e demais componentes das turfas. 
 
Andar (stage). Veja em unidade 
cronoestratigráfica. 
 
Anel de Liesegang. Veja bandas de Liesegang 
em banda. 
 
Ângulo de repouso (angle of repose). É o 
ângulo limite de inclinação no qual os 
sedimentos ainda se mantém equilibrados, isto 
é, não deslizam. 
 
Antiduna (antidune). Veja marca de ondulação 
regressiva. 
 
Anidrita (anhydrite). Veja em Rocha 
Sedimentar Química. 
 
Antracito (anthracite). Veja em Rocha 
Sedimentar Orgânica. 
 
Arcabouço aberto (open frame). Veja em 
ortoconglomerado. 
 
Arcabouço fechado (closed frame). Veja em 
paraconglomerado. 
 
Arcósio (arkose). É o arenito que apresenta 
mais que 25% de feldspatos de origem detrítica.O mineral dominante, contudo, é o quartzo 
podendo conter também placas de micas 
(biotita e moscovita). 
 Originam-se em áreas topográficas 
mais altas ou em regiões de climas áridos (veja 
clima) ou semi-áridos, quentes ou frios, 
compostas por rochas ígneas ácidas, 
intermediárias e metamórficas ricas em quartzo 
e feldspatos. 
 
Areia (sand). Veja em clasto. 
 
Arenáceo (arenaceous). Sedimentos 
constituidos por areia. 
 
Arenito (sandstone). Rocha Sedimentar 
Clástica composta pela fração areia (veja em 
clasto). 
 
Arenito esponjoso (bubble sand structure, 
cavernous sand, spongy structure, vesicular 
structure). Rocha constituída por camadas 
contendo gases que foram anteriormente 
aprisionados. 
 Originam-se em ambiente praial de 
areias limpas, bem classificadas, que apri-
sionam rapidamente o ar no momento da 
deposição. Ilustração. 
 Nos casos de arenitos carbonáticos, a 
subsequente dessecação após exposição 
resulta na contração destas cavidades de bo-
lhas para cavidades planares referidas como 
estrutura em olhos de pássaro (birdseye 
structure, birdseye vug). 
 
 
 
 
Sedimento bulboso. Praia arenosa com pequenos orifícios 
originados por escape de ar. Referência: 2,0 cm de ∅. 
Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Arenito maciço (massive sandstone). Veja 
camada maciça. Ilustração. 
 
 
Arenito maciço. Arenito intertrapiano do Grupo Serra 
Geral, Meso-Cenozoico, RS, BR. O caráter maciço resulta 
da abundante cimentação por sílica. Referência: 8,0 cm de 
comprimento. Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
Arenito malaxado. Veja pseudonódulo. 
 
Arenito-siltito interlaminado. Veja 
estratificação finamente interacamada e 
também estratificação espessamente 
interacamada. 
 
Argila (clay). Veja em clasto. 
 
Argila castanha (brown clay). Veja em 
ambiente marinho. 
 
Argila vermelha (red clay). Veja em ambiente 
marinho. 
 
Argilito (argillite). Veja em Rocha Sedimentar 
Clástica. 
 
Armadura. Veja em teca. 
 
Arqueamento (warps). Veja em estrutura de 
avalanche. 
 
Arqueano (archean). Designação antiga da 
idade das rochas pré-cambrianas anteriores ao 
Algonquiano. 
 
Arqueozoica (arqueozoic). Era geológica mais 
antiga (2500 Ba), precedendo a Era 
Proterozoica (570 Ma-2500 Ba). 
 
Arredondamento (roundness). Veja em rochas 
sedimentares clásticas. 
 
Arrasto (drag). Veja em transporte. 
 
Atol (atoll). Veja em recife. 
 
Atualismo (actualism, uniformitarianism). É a 
corrente de pensamento que defende a ideia de 
que os eventos hoje ocorrentes na Terra são 
iguais aos que devem ter ocorrido no passado. 
Por essa razão, a observação do que hoje 
acontece no planeta (fenômenos naturais) é a 
explicação para entendermos a história 
terrestre passada. 
 Criada por R. A. von Hoff, foi defendida 
por James Hutton e, mais tarde (1830), 
incorporada por Charles Lyell em seu livro 
“Princípios de Geologia” que a tornou célebre 
com a frase “o presente é a chave do passado”. 
Lyell propôs ainda a designação de “Princípio 
do Uniformitarianismo” no lugar de Lei ou 
Princípio do Atualismo. Contudo, este 
postulado aproxima-se da realidade quando 
referido a Era atual (Cenozoico). Admite-se a 
possibilidade de que as condições ambientais 
fossem diversas das atuais em eras 
anteriores. 
 
Autígeno (authigenic). Elemento constituinte 
de uma rocha, formado no mesmo local onde a 
rocha se encontra. 
 
Autóctone (autocthonous). Depósito 
sedimentar, solo ou rocha, formado no local 
onde se encontra. Tais depósitos, solos ou 
rochas foram constituídos in situ. 
 
Azoica (azoic). Denominação antiga dada a 
Era que abrangia o tempo anterior à 
 
 
Paleozoica. Supostamente não possui fósseis 
portanto, registro de vida, donde seu nome. 
 Veja também Escala do Tempo 
Geológico. 
 
 
 
B 
 
 
Bacia de deposição (basin of deposition). 
Sinônimo de bacia sedimentar. 
 
Bacia de solução (kamenitzas, solution ba-
sins). São estruturas cársticas formadas so-bre 
um plano rochoso levemente inclinado. 
 Constituem cavidades circunscritas 
que contém água estagnada ou misturada com 
clastos durante certo tempo. Em geral, 
possuem 10 cm a 40 cm de largura e 1 cm a 10 
cm de profundidade. 
 Ocasionalmente alcançam 50 cm de 
profundidade e 3 metros de largura. 
 Em planta são circulares, ovais ou 
ameboides. As bacias menores podem coa-
lescer e originar bacias maiores. Os bordos das 
bacias podem estar sulcados. 
 
Bacia intracratônica (intracratonic basin). É 
uma bacia, em geral, de forma simétrica, origi-
nada tectonicamente sobre uma área cratoni-
zada. 
 
Bacia sedimentar (sedimentary basin). Área 
deprimida que recebe os sedimentos ali 
depositados por algum agente transportante. Lá 
a diagênese os transformará em rochas 
sedimentares. 
 
Bactéria (bacterium). São micro-organismos 
unicelulares sem envoltório nuclear e sem 
organelas membranosas (procariontes). Como 
suas dimensões geralmente variam entre 0,2 
𝜇m (micrometro) e 30 𝜇m (existem exceções) 
são observáveis sob microscopia óptica ou 
eletrônica. 
 Podem ser aeróbias (viver na presença 
de ar, ilustração A), anaeróbias (viver na 
ausência de ar, ilustração B) ou ser anaeróbias 
facultativas (ilustração C). 
 
 
A. Bactéria aeróbia. Colônias de Mycobacterium 
tuberculosis. Disponibilizado: 1976. Acesso: 07.04.2019. 
Créditos: CDC/Dr. George Kunica. Origem: Center for 
Desease Control and Prevention’s Public Health Image 
Library, nº 4428. Fonte: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/Fuile:TB_Culture.jpg. 
 
 
B. Bactéria anaeróbia. Clostridium tetani. Disponibilizado: 
1995. Acesso: 07.04.2019. Créditos: Center for Disease 
Control and Prevention. Fonte: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Clostridium_tetani.j
pg. 
 
 
C. Bactéria anaeróbia facultativa. Imagem de Escherichia 
coli obtida em microscópio eletrônico. Disponibilizado: 
10.04.2005. Acesso: 07.04.2019. Créditos: Rocky Mountain 
Laboratories (NIAID), NIH. Fonte: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:EscherichiaColi_NI
AID.jpg. 
 
https://commons.wikimedia.org/wiki/Fuile:TB_Culture.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Clostridium_tetani.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Clostridium_tetani.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:EscherichiaColi_NIAID.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:EscherichiaColi_NIAID.jpg
 
 
Bactéria aeróbica (aerobic bacteria). Veja em 
bactéria. 
 
Bactéria anaeróbica (anaerobic bacteria). Veja 
em bactéria. 
 
Bactéria anaerobia facultativa (facultative 
anaerobic bacteria). Veja em bactéria. 
 
Baia interdistributária (interdistributary bay). 
Veja em ambiente deltaico. 
 
Banda (band, color-banding). Termo descritivo 
utilizado para estrutura bidimensional 
usualmente distinguida por contraste de cor, tal 
como, bandas de Liesegang (Liesegang band). 
Bandeamento (banding) ou bandea-do 
(banded) é normalmente aplicado para 
aparência de rochas sedimentares laminadas 
(veja lâmina) vistas em seção. 
 
Banda de Liesegang (Liesegang band). Veja 
em banda. 
 
Bandeado (banded). Veja em banda. 
 
Bandeamento (banding). Veja em banda. 
 
Banquisa (ice field). Extensas camadas de 
gelo formadas sobre o mar. 
 
Barcana (barcana). Veja duna barcana. 
 
Barlavento (windward). Lado de onde pro-vem 
a corrente eólica. Num perfil de duna cor-
responde ao lado com menor inclinação (5o a 
12o). 
 
Barra (bar). Acumulação subaquática ou não 
de seixos, areias ou lamas, dispostos no canal 
ou na desembocadura de um rio, ou ao longo 
de uma região costeira, sedimentados pelas 
correntes fluviais ou litorâneas. 
 
Barra de canal (channel bar). Sedimentações 
lenticulares alongadas dispostas ao longo de 
um canal fluvial. 
 Veja também ambiente de planície de 
inundação. 
 
Barra de desembocadura (bar mouth). 
Depósito fluvial sedimentado na foz de um rio. 
 
Barra em pontal (point bar). Depósitos fluviais 
originados pela erosão dos sedimentos na parte 
concava da curva de um rio que, a seguir, são 
depositados na parte convexa da curva 
seguinte. 
 Veja também ambiente de planície de 
inundação. 
 
Barralinguoide (linguoid bar). Veja marca de 
ondulação linguoide por corrente. 
 
Barreira (barrier). Veja ilha-barreira em 
ambiente lagunar e também recife-barreira em 
recife. 
 
Batial (bathyal sediments, bathyal rocks). São 
os depósitos marinhos sedimentados em 
profundidade entre 200 metros e 1.000 metros. 
Após a litificação origina as Rochas 
Sedimentares Batiais. 
 
Bauxita (bauxite). É uma rocha composta por 
uma mistura de hidróxidos de alumínio com 
argilas, óxidos de ferro, fosfatos de alumínio; 
sua composição é, portanto, indefinida. Por 
essa razão, tem sido sugerido que bauxita não 
seja considerada uma espécie mineral. 
 Origina-se, provavelmente, por pro-
cessos intempéricos prolongados em climas 
tropicais. 
 
Beach-stone. Veja recifes de pedra em 
ambiente marinho e também em recife. 
 
Bentos (benthos). Seres vivos que habitam os 
oceanos, mares e lagos. Dividem-se em 
sedentários (fixos) e vágeis (livres). 
 
Bentonita (bentonite). É uma argila originada 
de cinza vulcânica alterada, sendo a 
montmorilonita seu principal componente. 
Quando mergulhada em água aumenta várias 
vezes seu volume. 
 
Betume (bitumen). É composto natural, infla-
mável, constituída por hidrocarbonetos. A cor 
varia de amarela a preta. Apresenta-se na 
forma de gás (gás natural), de líquido (petró-
leo) e de sólido (asfalto). 
 
Betuminoso (bituminous). Carvão com baixo 
teor de umidade, médio teor de material volátil 
e alto percentual de material volátil betuminoso 
(em torno de 40%). A cor é negra e, quando 
queimado emite chama amarela. 
 
 
 Nomenclatura também usada para 
folhelhos dos quais se obtém hidrocarbonetos 
voláteis por destilação. 
 
Biocenose (biocoenosis). Em Ecologia o ter-
mo é empregado para caracterizar um grupo de 
seres vivos, intimamente associados, que 
formam uma unidade ecológica natural. 
 Na PalÉontologia corresponde a uma 
associação de organismos que cohabitaram o 
mesmo local em que agora são encontrados 
fossilizados. 
 
Bioestratificação (biostratification). Consis-te 
em uma estratificação determinada por ação de 
certos organismos, como o estromatólito. 
 
Bioestratigrafia (biostratigraphy). Segmento 
da Estratigrafia que estuda a distribuição dos 
fósseis e das rochas onde estão contidos no 
espaço e no tempo. 
 
Biofácies (biofacies). Veja em fácies. 
 
Biogênico (biogenic). Sedimento composto por 
mais de 30% de restos de organismos, tais 
como conchas e corais. 
 
Bioglifo (bioglyph). Veja icnofóssil. 
 
Bioherma (bioherm). Ilustração. Recife cons-
tituído por restos de esqueletos calcários de 
diversas categorias de organismos (algas 
calcárias, corais, equinodermas, etc.). 
 Apresentam forma de lente ou de 
domos e internamente má estratificação. As 
dimensões são variadas, podendo atingir 
muitas dezenas de metros. 
 
 
Bioherma. Litoral marinho. Cenozoico, Bahia (BA), BR. 
Créditos: Carlos Henrique Nowatzki. 
 
 Veja também Rocha Sedimentar 
Orgânica. 
 
Biólito (biolite). Designação empregada para 
Rochas Sedimentares Organógenas. 
 
Biomicrito (biomicrite). Calcário (veja Rocha 
Sedimentar Química e também Rocha 
Sedimentar Orgânica) constituído por porções 
va-riadas de fragmentos esqueletais, tais como 
conchas, crinoides, etc., envoltos em lama 
carbonática. 
 
Biostroma (biostrome). São depósitos sedi-
mentares com laminação tabular, reta ou 
ondulada, originados pela concentração de 
restos de organismos. 
 Alguns estromatólitos, bancos de 
ostras, colonias de corais e de crinoides, e de 
tecas de foraminíferos, estão entre os principais 
responsáveis pela gênese do biostroma. Alguns 
aceitam também que seres não sedentários 
(p.ex. foraminíferos) possam formar 
biostromas. 
 Veja também rochas sedimentares 
orgânicas. 
 
Biota (biota). Conjunto de características da 
fauna e flora de uma região definida. 
 
Bioturbação (bioturbation). Veja estrutura de 
bioturbação. 
 
Bioturbação por alojamento. Veja estrutura 
de moradia. 
 
Biozona (biozone). Também conhecida co-mo 
zona de amplitude, inclui as rochas sedi-
mentadas desde o surgimento até a extinção de 
determinada espécie correspondendo, 
portanto, as verdadeiras unidades cronoes-
tratigráficas. 
Bloco errático (erratic block). Clasto de grande 
dimensão, transportado por geleira. 
 Veja também sulco glacial. 
 
Bloco escorregado (slip block). Bloco sedi-
mentar anteriormente situado sobre um plano 
inclinado que se deslocou por ação da 
gravidade, mantendo as suas estruturas 
originais sem maiores deformações. 
 
Bloco rompido por tração (keazoglyph, 
parting cast, pull apart, pull apart structures). 
Veja em estrutura brechosa. 
O C E A N O 
B I O H E R M A 
 
 
 
Boçoroca (gully). Erosão realizada pelas 
águas superficiais ou subterrâneas, podendo 
atingir dezenas de metros de profundidade e 
centenas de metros de extensão. Ilustração. 
 É comum que ocorra em sedimentos 
ou sedimentitos arenosos, porém, não são ra-
ras em pelitos. 
 
 
Boçoroca. Exposição de nível de paleossolo (seta) 
desenvolvido sobre a Formação Sanga do Cabral, Triássico, 
RS, BR. O antigo solo foi soterrado pelos arenitos 
intertrapianos do Grupo Serra Geral, Meso-Cenozoico, RS, 
BR. Créditos: Tânia Dutra. 
 
Bola arenosa de redemoinho (sandstones 
whirballs, whirl balls). Massas arenosas finas 
fusiformes, tubulares ou elipsoidais, embebidas 
em matriz lamosa. Seus eixos maiores 
mostram-se verticais ou fortemente inclinados. 
 Sua origem está relacionada com re-
demoinhos formados por torrentes de lama. 
 
Bola de areia (sand balls). Veja em estrutura 
brechosa. 
 
Bola de argila couraçada. Veja bola de la-ma 
couraçada. 
 
Bola de carvão (coal balls). Veja em galha de 
argila. 
 
Bola de convolução (convolutional balls, roll-
up structure). Ilustração. São corpos pequenos 
e subesféricos com lâminas concêntricas, 
associados com estrutura convoluta. 
 
 
Bola de convolução. Grupo Bom Jardim, Proterozoico, RS, 
BR. Referência: 2,0 cm de ∅. Créditos: Carlos Henrique 
Nowatzki. 
 
Bola de deslize (slide ball). Veja bolas de 
escorregamento em pseudonódulo. 
 
Bola de escorregamento (slump balls). Ve-ja 
em pseudonódulo. 
 
Bola de lama couraçada (armored mud balls, 
clay ball, mud ball, mud pebble, pud-ding ball, 
till balls). Tratam-se de massas esferoides de 
lama, recobertas por areias grossas, grânulos e 
seixos. As bolas origi-nam-se de sedimentos 
pelíticos inconsolida-dos arrancados por curso 
d'água e que, ao rolarem no fundo do agente 
transportante se enriquecem com os materiais 
de cobertura. 
 
Bola de rodopio. Veja bola arenosa de re-
demoinho. 
 
Bola espiralada. Veja sobredobra de escor-
regamento. 
 
Bola espiralada por escorregamento. Veja 
sobredobra por escorregamento e também 
estrutura brechosa. 
 
Bola lacustre (burr balls, hair balls, lake balls, 
water-rolled weed balls). São corpos 
esferoidais constituídos por materiais de ori-
gem orgânica, tais como algas, briozoas, 
braquiópodos, corais agregados mecânica-
mente, graças ao movimento das ondas, em 
águas pouco profundas, possivelmente em 
períodos de tempestades. Quando originadas 
em ambiente marinho são chamadas bolas 
marinhas (aegragopila, pilae marinae, sea 
ball). 
 Veja também estromatólito. 
 
 
 
Bola marinha (aegragopila, pilae marinae, sea 
ball). Veja em bola lacustre. 
 
Bomba (bomb). É um clasto formado pela 
solidificação da lava enquanto se deslocava no 
espaço, arremetida pelas explosões de ga-ses 
numa ejeção vulcânica. 
 Possui formas torcidas, arredonda-das 
ou elípticas e superfície fissurada. 
 
Boneca de sílex (loess-kindchen). São 
concreções silicosas com formas bizarras. 
 
Bottomset. Veja sequência de fundo em 
ambiente deltaico. 
 
Boudinage. Constituem estruturas 
representadas por adelgaçamentos em 
determinadas camadas. Os adelgaçamentos 
são espaçados a intervalos regulares e 
algumas vezes podem dar origem a blocos 
rompidos por tração (veja em estrutura 
brechosa). 
 A origem está ligada ao efeito das 
forças de tração atuando sobre material plástico 
coesivo do tipo lamoso. 
 
Brecha

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