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FGV - Aspectos Ambientais de Empreendimentos Imobiliários - Apostila

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1. Sumário 
 
1. SUMÁRIO ....................................................................................... II 
2. PROGRAMA DA DISCIPLINA ........................................................... 3 
2.2. CARGA HORÁRIA TOTAL ..................................................................... 3 
2.3. OBJETIVOS ..................................................................................... 3 
2.4. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ................................................................ 4 
2.5. METODOLOGIA ................................................................................ 5 
2.6. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ................................................................. 5 
2.7. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA ............................................................ 5 
2.9. CURRICULUM VITAE DO PROFESSOR ..................................................... 7 
3. TEXTO PARA ESTUDO...................................................................... 8 
3.2. O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ENTRA EM CENA ............................ 13 
3.3. A SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL...................................... 17 
3.4. MERCADO INTERNACIONAL .............................................................. 21 
3.5. MERCADO NACIONAL ...................................................................... 27 
3.6. CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS DE EMPREENDIMENTOS NO BRASIL ............. 28 
3.7. TENDÊNCIAS FUTURAS .................................................................... 66 
3.8. AGENDA AMBIENTAL BRASILEIRA ...................................................... 67 
3.9. LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE EMPREENDIMENTOS ............................. 77 
3.10. INTERFERÊNCIA DOS ASPECTOS AMBIENTAIS NA VIABILIDADE DE 
EMPREENDIMENTOS ......................................................................................... 102 
 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 3 
 
2. Programa da disciplina 
2.1. Ementa: 
Interferência dos aspectos ambientais na viabilidade de empreendimentos 
imobiliários. 
Licenciamento ambiental 
Estudo de impactos ambientais de projetos de construção civil 
Ecologia: histórico, perspectivas e tendências. 
Discussão de aspectos legais, regulamentação, tendências internacionais e 
nacionais quanto ao meio ambiente. 
2.2. Carga horária total 
A disciplina é de 24 (vinte e quatro) horas. 
2.3. Objetivos 
Relacionar a história da ecologia com a abordagem das questões ambientais 
na construção civil 
Identificar práticas de sustentabilidade aplicadas em escala mundial e 
relacioná-las com as práticas aplicadas no Brasil 
Identificar e discutir exigências legais ligadas à questão ambiental e suas 
relações com práticas de sustentabilidade aplicadas no Brasil 
Identificar as fases de processos de licenciamento ambiental e analisar suas 
características e estratégias aplicáveis 
Analisar possíveis impactos ambientais da construção civil através de métodos 
qualitativos e quantitativos e relacioná-los com ações de mitigação 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 4 
 
Reconhecer e analisar impactos da aplicação de práticas ambientais na 
viabilidade técnica e econômica de empreendimentos imobiliários 
2.4. Conteúdo programático 
Unidade 1 
História da ecologia e a abordagem das questões ambientais na construção 
civil: 
Retrospectiva da questão socioambiental no Brasil e no mundo 
O desenvolvimento sustentável entra em cena 
A sustentabilidade na construção civil 
Mercado Internacional 
Mercado Nacional 
 
Unidade 2 
Práticas de sustentabilidade aplicadas em escala mundial e sua relação com 
as práticas aplicadas no Brasil: 
Certificações ambientais de empreendimentos 
Tendências futuras 
 
Unidade 3: 
Exigências legais ligadas à questão ambiental e suas relações com práticas 
de sustentabilidade aplicadas no Brasil: 
 
Processos de licenciamento ambiental: 
Tipos e Fases de licenciamento 
Caracterização Ambiental do Empreendimento 
 
Unidade 4 
Impactos da aplicação de práticas ambientais na viabilidade técnica e 
econômica de empreendimentos imobiliários: 
Interferência dos aspectos ambientais na viabilidade do 
empreendimento 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 5 
 
2.5. Metodologia 
 A disciplina será desenvolvida por meio de aulas expositivas, 
interação, debates e trabalhos individuais e em equipes, utilizando recursos 
audiovisuais, voltados para a compreensão dos aspectos fundamentais ligados às 
questões ambientais da indústria da construção civil. 
Após cada dia de aula expositiva, serão debatidos temas tratados para que 
dúvidas e opiniões sobre o conteúdo exposto sejam expostas. 
Para avaliar a assimilação do conteúdo exposto, assim como a atenção e 
participação nas aulas, os alunos prepararão um Relatório de Aula individual, de até 
três laudas, com a síntese dos temas abordados na disciplina. O relatório individual 
deverá ser encaminhado ao professor via e-mail em até 5 dias úteis após a última 
aula. 
 Em sala, após o término da exposição do conteúdo das aulas, será 
realizado trabalho em grupo sobre os temas trabalhados. Através desta dinâmica, 
os alunos deverão ser capazes de debater os temas apresentados e chegar às suas 
próprias conclusões sobre questões ambientais, suas aplicações, resultados, 
vantagens e desvantagens técnicas, econômicas e financeiras. 
2.6. Critérios de avaliação 
 O grau total atribuído ao aluno obedecerá à seguinte ponderação: 
 30% referente a trabalhos em grupo ou individuais realizados em sala de 
aula. 
 70% referente à avaliação individual, por meio de prova descritiva, sem 
consulta. 
2.7. Bibliografia recomendada 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução CONAMA: 307/02 e 237/97. 
Brasília,. 
Lemos, H. M. (2013). Processo de Licenciamento Ambiental. Rio de Janeiro: FGV - 
On Line. 
SECOVI SP e Fundação Dom Cabral. (2011). Indicadores de Sustentabilidade no 
Desenvolvimento Imobiliário Urbano . SP. 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 6 
 
Cartilha de licenciamento ambiental / Tribunal de Contas da União; com 
colaboração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis. -- 2.ed. -- Brasília : TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2007. 
Sites: 
US Green Building Council (LEED):www.usgbc.org 
GBC Brasil: www.gbcbrasil.org.br 
Fundação Vanzolini (AQUA): www.vanzolini.org.br 
Eletrobrás (Procel Edifica): www.procelinfo.com.br 
 
2.8. Bibliografia Complementar 
Almeida, F. (s.d.). Os Desafios da Sustentabilidade: Uma Ruptura Urgente. 
2007: Ed Campus. 
Barbiere, J. (2009). Gestão Ambiental Empresarial. Ed. Campus. 
Bellen, H. M. (2006). Indicadores de Sustentabilidade. FGV. 
Braungart, W. M. (2002). Cradle to Cradle. D&M Publishers Inc. 
CBCS e SECOVI SP. (2011). Condutas de Sustentabilidade no Setor 
Imobiliário Residencial. 
Christensen, C. (1998). The Innovation Dilemma. Boston: Harvard Business 
School Press. 
Corbella, O., & Yannas, S. (s.d.). 
Council, A. I. (15 de May de 2007). Integrated Project Delivery – A Working 
Definition. 
Elkington, J. (1994). Towards the sustainable corporation: win-win-win 
business strategies for sustainable development. California Management Review. 
Farias, T. (2010). Licenciamento Ambiental. Forum. 
Hart, S., & Milstein, M. (2003). Creating Sustainable Value . Academy of 
Management Executive. v17. 
Holliday, C. (2001). Sustainable growth, the DuPont way. 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 7 
 
LEOPOLD, L. B., CLARKE, F. E., HANSHAW, B. B., & BAISLEY, J. R. (1971). A 
procedure for Evaluating Environmental Impact. Washington. 
RS, M. (2008). Green Building: Project Planning & Cost Estimating. New 
Jersey: John Wiley & Sons Inc. 
Smeraldi, R. (2009). Novo Manual de Negócios Sustentáveis.São Paulo: 
Publifolha. 
Yudelson, J. (2009). Green Building Through Integrated Design. McGraw Hill. 
 
2.9. Curriculum Vitae do professor 
Rosana Maria Vidal Corrêa é Arquiteta e Urbanista pela Universidade 
Federal do Rio de Janeiro, LEED Accredited Professional (profissional acreditada 
pelo US Green Building Council) desde 2008, com acreditação específica LEED AP 
Building Design + Construction em 2010. Concluiu MBA em Gestão de Projetos pela 
Universidade Gama Filho e leciona em cursos de pós graduação (Planejamento e 
Gestão de Construções Sustentáveis e A Certificação LEED do MBA em Edificações 
Sustentáveis da Universidade Federal Fluminense / Gestão Integrada de Projetos 
Sustentáveis do MBA do INBEC e GBC Brasil). Membro do Comitê Sustainable Sites 
- GBC Brasil para tropicalização da ferramenta LEED®. Sócia fundadora da Casa do 
Futuro, empresa que, desde 2005 presta serviços de consultoria em 
sustentabilidade na construção civil. 
 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 8 
 
3. Texto para Estudo 
 
3.1. Retrospectiva da Questão Socioambiental no Brasil e no Mundo 
 
Nos anos que antecederam a Conferência das Nações Unidas sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro, mundialmente conhecida como Rio 
92, os ambientalistas daquela época (chamados genericamente de ecologistas) já 
vinham confrontando suas opiniões com os economistas planejadores. Dentre as 
várias “espécies” de ecologistas, os radicais pregavam a subordinação do 
desenvolvimento às questões ambientais e os românticos pregavam o retorno à 
natureza. Já os autênticos, que por fim prevaleceram, procuraram racionalmente 
conciliar o desenvolvimento econômico com a proteção ambiental, forçando os 
economistas a reverem seus velhos conceitos. Com isso, o jargão economista 
tradicional “desenvolvimento sustentado”, que remete ao controle da inflação, 
equilíbrio do balanço de pagamentos e uma razoável distribuição de renda, dá lugar 
ao componente ambiental, o “desenvolvimento sustentável”, compatível com a 
exploração não predatória de recursos não renováveis, a renovação dos recursos 
renováveis e o controle da poluição. 
O agravamento dos problemas ambientais mundiais: o esgotamento 
progressivo dos recursos naturais e o aumento da geração de resíduos. 
Quanto ao crescimento sustentável, assunto tão debatido na atualidade, 
muito ainda precisa ser feito. Conforme estatísticas da ONU, 15% da população 
mais rica da humanidade, incluindo as minorias abastadas nos países pobres, 
consomem energia e recursos naturais em nível tão alto que providenciar um estilo 
de vida comparável para o restante do mundo iria requerer os recursos de 2,6 
planetas do tamanho da Terra. Em 2002 já havíamos ultrapassado em 20% os 
limites de exploração que o planeta pode suportar sem se degradar. Qualquer 
avanço além dessa cota acentuará ainda mais os recentes problemas ambientais, 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 9 
 
tais como a energia não renovável, o limite fotossintético, a poluição industrial e o 
aquecimento global. As fontes de energia do mundo para as sociedades industriais 
- petróleo, gás natural e carvão mineral – durarão apenas mais algumas décadas, 
independente de terem sido totalmente consumidos ou não, já que sua extração 
será cada vez mais dispendiosa ou envolverá maior custo ambiental. 
Dada a taxa de crescimento populacional e, especialmente, de impacto 
populacional (um americano, europeu ocidental ou japonês consome muito mais 
recursos do que um habitante do terceiro mundo, tais como combustíveis fósseis, 
gerando a mesma proporção de resíduos) estaremos utilizando para propósitos 
humanos a maior parte da capacidade fotossintética terrestre do planeta por volta 
da metade deste século, restando pouco para a formação de novas florestas 
naturais, fonte primária de energia. Produtos químicos tóxicos liberados no ar, 
solo, oceanos, lagos e rios e ingeridos por meio da água e alimentos, respirados no 
ar e absorvidos pela pele, mesmo em baixas concentrações, causam problemas 
congênitos, retardamento mental, e dano temporário ou permanente de nossos 
sistemas imunológico e reprodutor. 
Na verdade, 7 bilhões de seres humanos tornaram-se um fardo pesado 
demais para o nosso planeta. O processo, de certa forma inevitável, realizou-se de 
maneira predatória, desordenada, sem uma preocupação permanente com o 
possível advento da escassez dos recursos naturais. Daí, a deterioração da 
qualidade do meio ambiente. 
A pergunta que temos que fazer, quando concordamos com o bom-senso do 
conceito de desenvolvimento sustentável é: o que devemos fazer, na prática, para 
atingí-lo? 
O primeiro desafio será garantir a disponibilidade de recursos naturais, 
renováveis ou não, que transformamos em bens e serviços necessários à nossa 
vida cotidiana. É fácil entender que só estaremos usando os recursos naturais 
renováveis, de acordo com o conceito do desenvolvimento sustentável, quando 
respeitarmos a velocidade de renovação destes recursos. 
O segundo desafio será respeitar os limites do planeta para assimilar 
resíduos e poluição decorrentes da produção e uso de bens e serviços. Esta 
capacidade de auto-depuração depende da biodegradabilidade dos resíduos, das 
condições locais e da quantidade de resíduo sendo lançada. Inúmeros indicadores 
já confirmam que ultrapassamos, em várias áreas, esses limites. 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 10 
 
Por fim, o terceiro desafio está relacionado com o aumento populacional, a 
pobreza e a desigualdade social. Segundo o Banco Mundial 1,1 bilhão de pessoas 
sobrevive com menos de US$1 por dia. O desenvolvimento social e a criação de 
riqueza em uma escala de massa, especialmente entre os 4 bilhões mais pobres do 
mundo, é fundamental para o desenvolvimento sustentável. 
O aperfeiçoamento tecnológico e a evolução da gestão ambiental: do “fim-
de-tubo” ao desenvolvimento sustentável 
As primeiras manifestações de gestão ambiental foram determinadas pelo 
esgotamento dos recursos, como o caso da escassez de madeira para fundição do 
ferro, construção de moradias, fortificações, mobiliário, instrumentos, armas e 
combustível para aquecimento e preparação de alimentos, cuja exploração era 
intensiva desde a era medieval. A evolução da gestão ambiental praticada pelas 
empresas seguiu em três abordagens, embora os limites entre elas nem sempre 
sejam nítidos. A primeira, baseada no cumprimento de normas legais, é o controle 
da poluição, que desenvolveu soluções tecnológicas que procuram controlar a 
poluição sem alterar significativamente os processos e os produtos que as 
produziram. Podem ser soluções de remediação, que procuram resolver um 
problema ambiental que já ocorreu, como a descontaminação de solo degradado ou 
lençol freático contaminado. Ou tecnologia “fim-de-tubo”, desenvolvida para 
capturar e tratar a poluição resultante de um processo de produção, antes que ela 
seja lançada ao meio ambiente, como as estações de tratamento de efluentes 
líquidos, filtros e precipitadores eletrostáticos para particulados e poeiras, aterros e 
incineradores para resíduos sólidos. 
Desde que exista regulamentação governamental eficaz, essas tecnologias 
agregam custos adicionais durante toda a vida útil da empresa em decorrência das 
operações necessárias ao controle da poluição e das providências para solucionar os 
problemas gerados pelos poluentes captados. É comum a mudança de estado físico 
dos poluentes, como a cinza e o lodo, resultantes do tratamento da poluição de 
resíduos e efluentes industriais, que deverão ser dispostos em locais 
regulamentados e gerenciados permanentemente, aumentando os custos. Dessa 
forma, do ponto de vista empresarial, essa abordagem significa elevação dos custos 
nas duas pontas do processo: antes,pela má utilização das matérias-primas e 
insumos, e, adiante, pelo custo de tratamento e disposição final. 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 11 
 
A segunda abordagem, mais atual, é a prevenção da poluição, adotada para 
atuar sobre os produtos e processos produtivos com o objetivo de prevenir a 
geração de poluentes. A prevenção da poluição requer mudanças em processos e 
produtos a fim de reduzir ou eliminar os resíduos na fonte, isto é, antes que eles 
sejam produzidos. Essa abordagem combina duas preocupações ambientais 
básicas: uso sustentável dos recursos naturais e controle da poluição. Os 
instrumentos típicos para o uso sustentável dos recursos são os conhecidos 4Rs: 
Redução, Reuso, Reciclagem e Recuperação energética. 
Por último, muitos investidores já consideram a questão ambiental em suas 
decisões estratégicas, pois sabem que os problemas ambientais estão entre os 
principais fatores de perda de rentabilidade e de valor patrimonial da empresa. O 
marketing ambiental é outro fator que impulsiona o tratamento estratégico das 
questões ambientais. Dessa forma, a gestão ambiental na empresa pode 
proporcionar benefícios estratégicos, tais como: 
 Melhoria da imagem institucional; 
 Renovação do portfólio de produtos; 
 Aumento da produtividade; 
 Maior comprometimento dos funcionários e melhores relações de trabalho; 
 Criatividade e disposição para novos desafios; 
 Melhores relações com autoridades públicas, comunidade e ONGs 
ambientalistas; 
 Acesso aos novos mercados externos; e 
 Cumprimento dos padrões ambientais. 
A abordagem ambiental estratégica significa tratar sistematicamente as 
questões ambientais para proporcionar maior valor ao negócio da empresa, 
diferenciando-a de seus concorrentes e contribuindo para dotá-la de vantagens 
competitivas. Muitas empresas já reconheceram que os resíduos sólidos, as 
emissões atmosféricas e os impactos ambientais eram sintomas de sistemas 
improdutivos. 
O resultado é que essas empresas, de qualquer segmento produtivo, 
passaram a apresentar um melhor desempenho ambiental e praticamente todas 
melhoraram sua competitividade econômica, pois passaram a fabricar o mesmo 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 12 
 
produto ou serviço gerando menos resíduos para serem tratados e consumindo 
menos energia, água e matérias-primas. 
Paralelamente, as pequenas e médias empresas, integrantes de arranjos 
produtivos locais ou exportadoras, passaram a se preocupar com a divulgação das 
boas práticas ambientais que estavam sendo adotadas e a conquistar novos 
mercados, utilizando os rótulos ambientais. 
Hoje, portanto, o meio ambiente e a competitividade não são mais 
antagônicos. A atitude empresarial em relação ao meio ambiente é mais pró-ativa. 
Muitas indústrias apresentam até um desempenho ambiental superior ao exigido 
pelas normas. A responsabilidade pelas questões ambientais não está mais 
funcionalmente isolada, a cargo dos especialistas, mas totalmente integrada à 
estrutura empresarial. Nas empresas modernas, a responsabilidade ambiental é 
compartilhada por todos os colaboradores. 
 
 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 13 
 
3.2. O Desenvolvimento Sustentável entra em Cena 
 
Na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
em 1992, no Rio de Janeiro, reconheceu-se a importância de assumir a ideia de 
sustentabilidade em qualquer programa ou atividade de desenvolvimento. Nesse 
aspecto, as empresas têm um papel extremamente relevante. Através de uma 
prática empresarial sustentável, provocando mudança de valores e de orientação 
em seus sistemas operacionais, estarão engajadas na valorização da ideia de 
desenvolvimento sustentável e preservação do meio ambiente aumentando o valor 
ao acionista. 
Além disso, desenvolvimento sustentável introduz uma dimensão ética e 
política que considera o desenvolvimento como um processo de mudança social, 
com consequente democratização do acesso aos recursos naturais e distribuição 
justa dos custos e benefícios do desenvolvimento. 
Além do equilíbrio social e ecológico, o desenvolvimento sustentável 
apresenta como terceira vertente principal a questão do desenvolvimento 
econômico, onde a responsabilidade comum com a exploração dos recursos 
materiais, os investimentos financeiros e as rotas do desenvolvimento tecnológico 
deverão ser harmoniosos. 
Uma empresa sustentável, por 
conseguinte, é aquela que contribui 
com o desenvolvimento sustentável, 
gerando, simultaneamente, benefícios 
econômicos, sociais e ambientais – 
conhecidos como os três pilares do 
desenvolvimento sustentável1. 
FFigura 1 – As dimensões da 
Sustentabilidade 
O mais evidente sinal dessa mudança atualmente é a percepção de que o 
maior vilão do meio ambiente, o setor produtivo, tornou-se o setor privilegiado 
 
1 Elkington, J. Towards the sustainable corporation: win-win-win business strategies for 
sustainable development. California Management Review, v.36, n.3, p. 90-100, 1994. 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 14 
 
para conduzir o desenvolvimento sustentável. Da antiga postura reativa, onde só 
prevalecia a espada da lei, há consenso entre as lideranças empresariais mundiais 
da necessidade da empresa adotar uma postura pró-ativa no seu desempenho 
ambiental. O ambientalismo empresarial chegou para ficar e com uma missão 
privilegiada a cumprir. 
Considerando o universo de empresas, poucas empresas têm começado a 
tratar a sustentabilidade como uma oportunidade de negócios, abrindo caminho 
para a diminuição dos custos e riscos, ou até mesmo elevando seus rendimentos e 
sua participação de mercado por meio da inovação2. 
Para a grande maioria das empresas, a busca pela sustentabilidade continua 
difícil de ser conciliada ao objetivo de aumentar os lucros e o valor para o acionista. 
Ao partirem de argumentos legais ou morais para a ação das empresas, os 
executivos subestimam as oportunidades estratégicas de negócios associadas às 
questões ambientais e sociais. A fim de mudar esse quadro, os executivos 
precisam fazer uma ligação direta entre sustentabilidade da empresa e a criação de 
valor para o acionista, viabilizando as condições necessárias para a criação de 
valor sustentável para a empresa. 
A Figura 2 ilustra os componentes básicos do modelo de Hart e Milstein3 
para criação de valor para o acionista. O modelo utiliza as duas dimensões bem 
conhecidas (hoje/amanhã e interno/externo) que são fontes de tensão criativa para 
as empresas. O eixo vertical reflete a necessidade simultânea de manter os 
negócios atualizados e criar a tecnologia e os mercados de amanhã, representando 
a necessidade de alcançar resultados de curto prazo ao mesmo tempo em que é 
necessário pensar no crescimento futuro4. O eixo horizontal representa a 
necessidade de proteger as habilidades organizacionais internas e, ao mesmo 
tempo, de infundir na empresa novas perspectivas e conhecimentos vindos de fora. 
 
 
 
2 Holliday,C. Sustainable growth, the DuPont way. Harvard Business Review, v.79, n.8, p. 129-
32, 2001. 
3 Hart, S., Milstein, M. Creating sustainable value, Academy of Management Executive, v. 17, n. 
2, p.56-69, 2003. Apud RAE Executivo. Vol.3, maio/jul 2004. 
4 Christensen, C. The Innovation´s dilemma. Boston: Harvard Business School Press, 1998. 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 15 
 
 
A justaposição dessas duas dimensões produz uma matriz com quatro 
dimensões distintas do desempenho necessário para a criação de valor para o 
acionista. 
 
Figura 2 – As dimensões-chave do valor ao acionista. 
No quadrante 1 a empresa deve operar hoje eficientementee reduzir 
riscos e custos operacionais, financeiros, comerciais, ambientais e trabalhistas 
proporcionalmente aos seus retornos, aumentando o valor ao acionista. 
O quadrante 2 inclui as partes interessadas externas da empresa (os 
stakeholders5) – os fornecedores e clientes, bem como órgãos de regulação, 
comunidades, ONGs e a mídia. Sem uma inclusão acertada dos interesses desses 
stakeholders o direito de funcionamento e produção de uma empresa pode ser 
 
5 Stakeholders, ou “partes interessadas” são quaisquer indivíduos ou grupos que 
possam afetar ou são afetados por uma atividade produtiva. Um exemplo é uma comunidade 
local, com o apoio da mídia, querem saber se uma fábrica está ou não liberando poluentes 
prejudiciais a saúde; e os consumidores podem exigir que um produto tenha informações mais 
confiáveis ou investidores que desejam ver uma companhia prosperar 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 16 
 
questionado. Uma abordagem criativa desses interesses pode estimular uma 
posição empresarial diferenciada, levando a um aumento de reputação e 
legitimidade, fundamentais para a preservação e o crescimento do valor do 
acionista. 
Como pode ser visto no quadrante 3, sem o foco na inovação a empresa 
terá dificuldade para criar um novo fluxo de produtos e serviços necessários para 
garantir sua prosperidade no futuro. Nesse ponto, a criação do valor ao acionista 
dependerá da habilidade da empresa em destruir criativamente suas capacidades 
atuais em favor da inovação de amanhã. 
Por último, o quadrante 4 destaca as dimensões externas associadas ao 
desempenho futuro. Uma trajetória de crescimento consistente exige que a 
empresa ofereça novos produtos e serviços para os consumidores atuais ou que 
explore novos mercados. A trajetória de crescimento oferece uma direção para o 
desenvolvimento de novas tecnologias e produtos. 
Da mesma forma que a criação de valor ao acionista exige um desempenho 
empresarial com múltiplas dimensões, o desenvolvimento sustentável também 
representa um desafio multidimensional. 
Essa característica, segundo Almeida6, confunde os governos, que não 
sabem lidar com um conceito cuja aplicação prática demanda elevado grau de 
integração e multidisciplinaridade; que não pode ser enquadrado em uma única 
instância burocrática ou ministério, ou secretarias. A academia, por sua vez, por 
predominar o pensamento cartesiano, em geral não oferece disciplinas integradoras 
que encampem o conceito do desenvolvimento sustentável. 
 
6 Fernando Almeida, Cebds. Seminário Imprensa e Desenvolvimento Sustentável. Porto 
Alegre, out 2004 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 17 
 
3.3. A Sustentabilidade na Construção Civil 
A construção civil é reconhecidamente uma das mais importantes atividades 
para o desenvolvimento econômico e social e, como tal, configura-se no cenário 
mundial como grande geradora de impactos ambientais em função do elevado 
consumo de recursos naturais, da quantidade de emissões de gases poluentes e da 
geração de resíduos. 
A indústria da construção civil mundial é a maior consumidora de recursos 
naturais no planeta. Sozinha, a construção civil é responsável por entre 15 e 20 % 
do consumo de recursos naturais extraídos. Algumas matérias primas tradicionais 
da construção civil tem reservas mapeadas escassas, como, por exemplo, a 
madeira e o agregado fino. A construção civil consome cerca de 2/3 da madeira 
natural extraída, sendo que a maioria das florestas não é manejada 
adequadamente. 
O setor, que poderia ser considerado um dos mais despreocupados com a 
questão ambiental e seus reais impactos no planeta, atualmente vem ganhando 
força e importância no cenário internacional no que se refere à busca de sua 
sustentabilidade e na transformação de materiais e práticas e métodos 
ultrapassados. Todas as pesquisas, estudos e avaliações já realizadas por cientistas 
de ponta em todo o mundo chegaram à mesma conclusão, hoje já encarada como 
indiscutível, de que o grau de deterioração dos ecossistemas da Terra, em grande 
parte provocado por ações antrópicas está atingindo níveis que podem colocar em 
risco a sobrevivência de muitas das espécies vegetais e animais que aqui habitam, 
inclusive os seres humanos. Diante destes fatos chega-se facilmente a premissa 
básica de que nenhuma atividade econômica, nos dias atuais e futuros, pode 
prescindir de uma avaliação criteriosa de seus potenciais impactos quanto ao 
consumo de recursos naturais ou à liberação de poluentes para o meio ambiente, 
levando em conta todas as etapas de seu ciclo de vida. Essa preocupação com a 
eficiência ambiental, ou ecoeficiência, começa a estender-se, cada vez com maior 
celeridade, a um dos setores mais tradicionais da atividade humana: a construção 
civil. 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 18 
 
Alguns dados relacionados à construção civil permitem consolidar um quadro 
nítido da grandeza dos impactos negativos que a atividade pode impor ao meio 
ambiente. O setor é responsável por7: 
 Até 35% das emissões de CO2 diretas ou indiretas; 
 Cerca de 30% dos recursos naturais extraídos em todo o mundo; 
 Consumir cerca de 21% de toda a água tratada (Brasil); 
 Consumir 42% da energia gerada (Brasil); 
 Gerar cerca de 65% dos resíduos (Brasil); 
O consumo de agregados naturais varia entre 1 e 9,4 toneladas / habitante / 
ano. No Brasil o consumo de agregados naturais somente na produção de concreto 
e argamassas é de 220 milhões de toneladas. Em países como o Reino Unido o 
consumo de materiais de construção civil é de aproximadamente 6 toneladas / ano 
/ habitante. Ao redor das grandes cidades, areia e agregados naturais começam a 
ficar escassos, inclusive graças ao crescente controle ambiental da extração das 
matérias primas. Em São Paulo a areia natural, em sua grande maioria, viaja 
distâncias superiores a 100 km, elevando o custo para valores em torno de R$ 
25,00/m3. O cobre e o zinco, por exemplo, tem reservas suficientes apenas para 60 
anos. Para cada tonelada de clinquer produzido mais de 600 kg de CO2 são 
gerados. 
Os valores internacionais relativos ao volume de entulho de construção e 
demolição oscilam entre 0,7 a 1 tonelada por habitante por ano, segundo pesquisa 
realizada pela Civil Engineering Research Foundation (CERF), entidade ligada ao 
American Society of Civil Engineers (ASCE), dos Estados Unidos. Nas capitais 
brasileiras o volume de resíduos gerados pela construção civil já supera o de lixo 
doméstico chegando a ser duas vezes maior que o volume de lixo sólido urbano. 
 
 
 
 
 
7
 GBC Brasil - 
http://www.gbcbrasil.org.br/sistema/referencia/1_(201109035538)Artigo_Marcos_Casado_Revi
sta_CREA_ES__Junho11.pdf – acessado em 12 de junho de 2013 
http://www.gbcbrasil.org.br/sistema/referencia/1_(201109035538)Artigo_Marcos_Casado_Revista_CREA_ES__Junho11.pdf
http://www.gbcbrasil.org.br/sistema/referencia/1_(201109035538)Artigo_Marcos_Casado_Revista_CREA_ES__Junho11.pdf
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 19 
 
 
Principais Desafios:8 
O aumento da sustentabilidade da cadeia produtiva da construção civil exige 
profundas alterações na cultura e significativas inovações tecnológicas. Para tanto, 
alguns desafios precisam ser enfrentados a partir do compartilhamento e busca de 
soluções entre os principais representantes do setor, como: 
Informalidade do setor 
A informalidade no setor da construção civil é um grande desafio à 
sustentabilidade social e econômica do país, encampando o desrespeito à legislação 
urbana, ambiental e trabalhista e a sonegação de impostos. Estas práticas atingem 
uma parcela de cada elo da cadeia da construção,da extração da matéria-prima, 
passando pela produção de materiais, comercialização de terras, execução de 
projetos, construção, manutenção e transporte e destinação de resíduos. Ela 
degrada a qualidade de vida, restringe a capacidade de investimento do Estado em 
um ambiente construído de qualidade, eleva as alíquotas de impostos reduzindo 
drasticamente o mercado para as empresas e profissionais éticos e cumpridores de 
suas obrigações legais. No entanto, a maioria dos consumidores e profissionais da 
área não relaciona a sustentabilidade com necessidade de combater a 
informalidade. 
Baixa percepção da influência da construção na sustentabilidade 
Apesar do esforço de muitas empresas e associações brasileiras, boa parte 
do público consumidor, mesmo aquele preocupado com os desafios da preservação 
ambiental, ainda não está consciente dos impactos da construção civil nesta 
realidade. A falta deste entendimento no mercado brasileiro tende a inibir o 
lançamento de novas construções de perfil mais sustentável, bem como a 
realização de reformas e modernização de edifícios que promovam a melhoria da 
qualidade funcional e estrutural do estoque de construções existentes. 
 
 
 
8 Fonte: http://www.cbcs.org.br/construcaosustentavel 
 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 20 
 
Formação de recursos humanos e falta de informação 
A implementação de uma solução mais sustentável depende não apenas de 
produtos e processos, mas, também de recursos humanos motivados e 
tecnicamente capacitados nos diferentes aspectos da construção sustentável. Os 
conteúdos dos cursos de engenharia civil e arquitetura não contemplam estes 
problemas. Falta ao país uma cultura de atualização permanentemente dos 
profissionais do mercado. A conscientização e melhoria da formação dos operários, 
tanto da indústria quanto dos canteiros é também uma necessidade. 
Também por falta de informação, o mercado consumidor não exige das 
empresas uma postura ambientalmente correta. Apesar de ter papel fundamental 
na impulsão das construtoras e incorporadoras e poder recolher excelentes 
benefícios diretos e indiretos ao consumir imóveis sustentáveis, muitos 
consumidores ainda não entendem tais benefícios. 
Carência de ferramentas de projeto, produção e operação 
A implementação de soluções mais sustentáveis vai depender do 
desenvolvimento de ferramentas práticas como, softwares para projetos; manuais 
de gestão de produção, para o canteiro de obras e para diferentes materiais e 
componentes; manuais para as fases de uso e operação dos empreendimentos; 
materiais específicos para a construção autogerida, entre outros. Desenvolver e 
implementar este ferramental é um dos grandes desafios colocados. 
Legislação e normalização inadequadas 
A variada legislação aplicada à Construção Civil Brasileira, com destaque 
para os códigos de obra, não privilegia e, por vezes, limita o investimento em 
práticas a sustentabilidade das construções. A mesma dificuldade existe também 
com as normas técnicas de materiais e processos. Por outro lado, a experiência 
internacional mostra que a introdução em grande escala de soluções de construção 
mais sustentável pode ser promovida por incentivos legais. 
Inovação continuada 
A cadeia da construção civil tem baixa tradição em inovação. No entanto, 
um novo mercado da construção civil mais ecoeficiente vai exigir o 
desenvolvimento contínuo de uma grande variedade de novos produtos e 
processos, que sejam adequados às diferentes realidades do país. Novos mercados 
devem ser criados e a tendência à exportação intensificada. 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 21 
 
3.4. Mercado Internacional 
 O mercado da construção civil em países desenvolvidos encontra-se, 
em sua maior parte, em níveis mais elevados de sustentabilidade. Uma das 
principais razões pela qual o fato ocorre é que, por terem iniciado seu 
desenvolvimento em momento anterior ao daqueles países menos desenvolvidos e 
sem maiores preocupações ambientais, os países desenvolvidos iniciaram seu 
processo de degradação ambiental antes. Desta forma, as consequências abaixo 
acabaram por impulsionar aspectos de sustentabilidade em seus projetos: 
 Escassez de recursos naturais 
 Falta de matéria prima 
 Esgotamento de fontes energéticas não renováveis 
 Alto custo da energia 
 Alto custo da água 
 Escassez de locais para destinação de resíduos 
 Alto nível de informação do consumidor 
 Incentivos fiscais 
 Legislação ambiental rígida 
 Compromisso com a redução de emissões 
 Investimentos em pesquisas e novas tecnologias 
 
Apesar de países como a Alemanha já possuírem legislações ambientais com 
altos níveis de exigência, ainda é através das Certificações Ambientais de 
empreendimentos que os níveis de sustentabilidade das construções são medidos 
internacionalmente. As certificações são um efetivo instrumento de garantia da 
adoção de critérios de sustentabilidade de forma imparcial, já que são, na maioria 
das vezes, verificadas por terceira parte independente e, muitas vezes, sem fins 
lucrativos. Elas são adotadas para que ações como a “auto-denominação” como 
sustentável ou a propaganda enganosa sejam evitados. O fato de retirar a 
responsabilidade do poder público também é um aspecto positivo já que este não 
teria poder, velocidade ou mão de obra qualificada para fiscalização ou adaptação 
aos avanços tecnológicos. 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 22 
 
Abaixo, uma lista de certificações ambientais para empreendimentos de 
acordo com os respectivos países onde são encontradas:9 
 Australia: Nabers / Green Star / BASIX 
 Canada: LEED Canada / Green Globes / Built Green Canada 
 China: GBAS / LEED 
 Finlândia: PromisE / LEED 
 França: HQE / LEED 
 Alemanha: DGNB / CEPHEUS / LEED 
 Hong Kong: BEAM Society Limited / LEED 
 India: Indian Green Building Council (IGBC) – LEED / GBCIndia (Green Building 
Construction India)/ GRIHA 
 Indonesia: Green Building Council Indonesia (GBCI)- LEED / Greenship 
 Italia: Protocollo Itaca / Green Building Council Italia - LEED 
 Japão: CASBEE / LEED 
 Jordânia: Jordan Green Building Council - LEED 
 Coréia do Sul: Green Building Certification Criteria / Korea Green Building 
Council - LEED 
 Malásia: GBI Malaysia - LEED 
 México: LEED México 
 Holanda: BREEAM Netherlands / LEED 
 Nova Zelândia Green Star NZ 
 Paquistão: Pakistan Green Building Council - LEED 
 Filipinas: BERDE / Philippine Green Building Council - LEED 
 Portugal: Lider A / SBToolPT® 
 Qatar: LEED 
 Taiwan: Green Building Label / LEED 
 Singapura: Green Mark / LEED 
 África do Sul: Green Star SA / 
 Espanha: VERDE / LEED 
 
9
 http://en.wikipedia.org/wiki/Green_building - acessado em 20 de junho de 2013 
http://www.nabers.com.au/faqs.aspx
http://www.gbca.org.au/green-star/
https://www.basix.nsw.gov.au/
http://www.cagbc.org/
http://www.greenglobes.com/
http://www.builtgreencanada.ca/
http://www.cngbn.com/
http://www.vtt.fi/
http://www.certivea.fr/
http://www.dgnb.de/
http://www.cepheus.de/
http://www.beamsociety.org.hk/
http://www.igbc.in/
http://www.gbcindia.org/
http://www.gbcindia.org/
http://www.grihaindia.org/
http://www.gbcindonesia.org/
http://www.gbcindonesia.org/greenship/guidelines.html/
http://www.itaca.org/
http://www.gbcitalia.org/
http://www.ibec.or.jp/CASBEE/english/overviewE.htm
http://www.jordangbc.org/
http://greenbuilding.re.kr/
http://www.greenbuilding.or.kr/
http://www.greenbuilding.or.kr/
http://www.greenbuildingindex.org/
http://www.mexicogbc.org/
http://www.dgbc.nl/
http://www.nzgbc.org.nz/
http://pgbc.org.pk/
http://berdeonline.org/
http://philgbc.org/
http://www.lidera.info/
http://www.iisbeportugal.org/
http://www.cabc.org.tw/gbm/en/HTML/website/index.asphttp://www.bca.gov.sg/GreenMark/green_mark_buildings.html
http://www.gbcsa.org.za/
http://en.wikipedia.org/wiki/Green_building
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 23 
 
 Suíça: Minergie 
 Estados Unidos: LEED / Living Building Challenge / Green Globes / Build it 
Green / NAHB NGBS / International Green Construction Code (IGCC) / ENERGY 
STAR 
 Inglaterra: BREEAM / LEED 
 Emirados Árabes: Estidama / LEED 
 Turquia: CEDBİK / LEED 
 Tailândia: TREES / LEED 
 Vietnã: LOTUS Rating Tools 
A Certificação LEED® (Leadership in Energy and Environmental Design) é a 
ferramenta mais reconhecida mundialmente no que se refere à classificação de 
construções em relação ao grau de sustentabilidade e eficiência. Desenvolvida pelo 
United States Green Building Council (USGBC) desde 1993, teve sua primeira 
aplicação em 1999. Até o ano de 2012, mais de 900 milhões de metros quadrados 
de área construída certificada LEED em todo mundo, além daquelas registradas no 
processo de certificação. 
Para facilitar a aplicação do LEED pelo mundo, o USGBC reuniu um comitê 
(Internacional Roundtable10), formado por 30 países, com a participação do Brasil, 
para a internacionalização da ferramenta de acordo com peculiaridades regionais. 
 Fonte: GBC Brasil 
 
 
 
10
 http://www.usgbc.org/committees/international 
http://www.minergie.com/home_en.html
http://www.usgbc.org/LEED/
http://www.cascadiagbc.org/lbc
http://www.greenglobes.com/
http://www.builditgreen.org/
http://www.builditgreen.org/
http://www.nahbgreen.org/
http://en.wikipedia.org/wiki/International_Green_Construction_Code_(IGCC)
http://www.energystar.gov/buildings
http://www.energystar.gov/buildings
http://www.breeam.org/
http://www.estidama.org/
http://www.tgbi.or.th/
http://www.vgbc.org.vn/en/lotus/lotus-vn-rating-tool/
http://www.usgbc.org/committees/international
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 24 
 
 
As críticas às certificações ambientais são inúmeras e se dão 
principalmente pela falta de adaptabilidade que certificações apresentam ao 
serem adotadas em diferentes países, com diferentes legislações, técnicas 
construtivas, materiais e climas. Outra crítica frequentemente realizada é o 
caráter comercial das certificações, segundo a qual as preocupações ambientais 
perdem importância quando comparadas à valorização comercial dos 
empreendimentos ou ao marketing das empresas envolvidas. 
Apesar de todas as críticas e deficiências que as certificações podem 
apresentar, elas têm se mostrado eficientes como impulsionadores do mercado 
no caminho da sustentabilidade. Mesmo que os objetivos de alcança-las não 
sejam os mais nobres, o resultado final são empreendimentos que acabam 
obtendo reduções nos impactos ambientais e no bem estar de seus ocupantes. 
O aspecto positivo das certificações ambientais é o fato de que elas 
educam o mercado, seus governantes e entidades para que estes sejam 
capazes de criar massa crítica e, consequentemente, desenvolver seus próprios 
sistemas, exigências e legislações ambientais. A definição do modelo de cada 
país ou região acontecerá naturalmente, através da movimentação e seleção 
natural dos mercados e stakeholders envolvidos. 
 
Metodologia de projetos 
Ao partir para a adoção de técnicas e soluções mais ousadas e inovativas de 
projetos para que fossem alcançados melhores índices de sustentabilidade e 
eficiência, profissionais envolvidos logo perceberam que a simples busca pela 
melhoria da qualidade de projetos e obras não presentava eficiência sem causar 
acréscimos de custos nos orçamentos iniciais, além de atrasos em cronogramas. 
Rapidamente percebeu-se que o problema não estava na busca da sustentabilidade 
ou melhoria de desempenho, mas sim na forma sob a qual os projetos estavam 
sendo gerenciados e na metodologia utilizada para seu desenvolvimento. A 
indústria da construção civil, ao contrário de todas as outras, era a única que não 
conseguia apresentar melhorias em seus índices de produtividade e, para que 
fossem alcançados altos níveis de sustentabilidade, soluções criativas, adequadas 
aos objetivos de investidores, era preciso repensar toda maneira de projetar e 
construir. 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 25 
 
Naturalmente, a maneira através da qual estamos concebendo nossas 
edificações traz consequências como: perda da qualidade de projeto; número 
excessivo de revisões e alterações projetuais; impossibilidade de criação de 
soluções inovadoras; curto prazo de entrega; atritos entre equipes, gerados pela 
falta de planejamento e desconforto geral; retrabalhos em obra; atrasos e custos 
estourados. 
O que se propõe nos Estados Unidos a partir de 1994 é uma mudança na 
maneira de projetar empreendimentos que precisam ser mais eficientes ou até 
mesmo aqueles que simplesmente têm a intenção de que sejam obtidas melhorias 
nos processos e resultados de projeto e obras. Este novo método é chamado de 
Processo de Projeto Integrado (PPI) ou Integrated Design Process ou ainda 
Integrated Project Delivery. O PPI é desenvolvido de maneira que todas as equipes 
estejam trabalhando juntas, de maneira realmente colaborativa, desde o início da 
concepção de projetos, onde os profissionais das mais variadas competências 
opinam sobre suas especialidades ou não. 
Processo de Projeto Integrado ou Integrated Project Delivery (IPD) 
ou Integrated Design Process (IDP): Abordagem que integra pessoas, 
sistemas, estruturas de negócios e práticas em um processo colaborativo 
que otimiza talentos e ideias de TODOS os participantes desde as fases 
mais iniciais dos projetos.11 
O resultado obtido é consequência de um processo onde todas as opiniões, de 
cada possível interessado, são levadas em consideração e as soluções são 
trabalhadas em conjunto até que se atinjam os níveis de sustentabilidade, 
economia, eficiência, estética, qualidade e segurança estipulados ou objetivados. 
Esta metodologia deve levar em conta a gestão das equipes de projeto em 
relação a esclarecimentos gerais, cronograma, formas de comunicação, 
mapeamento do processo, custos, relacionamento entre equipes e profissionais, 
estímulos à produtividade e inovação entre outros. É neste momento que 
ressaltamos a importância do gestor de projetos, que deve ser capaz de coordenar 
as equipes e manter o cliente informado sobre o perfeito andamento dos trabalhos. 
 
11
 Integrated Project Delivery – A Working Definition, Version 1 May 15, 2007,AIA 
California Council 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 26 
 
Ao longo de um processo de projeto integrado (PPI), acontecem os “Eco-
Multirões” de Projeto ou “Eco-Charrettes” – termo em inglês. Eco-Multirões são 
reuniões entre todas as equipes de projeto, que podem ter duração de um dia, dois 
ou uma semana, dependendo da complexidade ou fase do projeto, disponibilidade 
das equipes entre outros. 
Os principais objetivos destas reuniões são as definições de metas do projeto, 
prioridades, linhas de atuação, premissas e o surgimento de ideias que possam 
realmente ser valiosas ao projeto. Seções de brainstorming e debates devem ser 
realizados para que, antes que se inicie o processo de desenho, as equipes estejam 
alinhadas com os aspectos que realmente importam para a edificação e cliente. 
 “PPIs têm atingido de 20 a 30% de reduções em cronogramas”12 
 
15 Dicas para o sucesso do Processo de Projeto Integrado: 
1. O trabalho deve ser liderado por profissional com experiência no assunto. 
2. Agendas bem definidas 
3. Ênfase no lado “pessoal” 
4. Estabelecer metas mensuráveis 
5. Não pular etapas 
6. Respeito e confiança mútua 
7. Colaboração inovativa 
8. Planejamento antecipado, ênfase nas etapas iniciais 
9. Comunicação aberta 
10. BuildingInformation Modeling (BIM), sendo utilizado por múltiplas equipes 
11. Princípios “enxutos” de projeto, obra e operação 
12. Escolha do local adequado 
 
12 Fonte: Miller, p. 83.citing figure 5.7 provided by Solidus, Construction 
industry Institute: Findings, National Project Delivery System Study. 
 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 27 
 
13. Transparência nas finanças 
14. Participação regular dos tomadores de decisões 
15. Obter explicações técnicas claras 
 
3.5. Mercado Nacional 
Em notícia publicada em 07 de junho de 2013, a Revista EXAME diz que 
“Entre 2009 e 2012, o número de certificações de prédios segundo padrões 
ecológicos cresceu 412% no Brasil.”13 Estes números são suficientes para termos a 
noção da importância e visibilidade do assunto no setor. O mercado nacional de 
construções sustentáveis tem evoluído com extrema rapidez e, cada vez mais, 
alcançando números de países desenvolvidos. 
Legislações Ambientais locais, estaduais e federais têm contribuído com 
exigências e, raras vezes, incentivos a adoção de medidas de redução de impactos 
ambientais, mas é através das certificações ambientais de empreendimentos que 
são encontradas as maiores iniciativas de sucesso. A fiscalização e a clara definição 
de critérios ambientais a serem atendidos, realizados por uma terceira parte 
independente, e o valor de mercado dos imóveis certificados contribuem para este 
movimento. Ao contrário do que aconteceu em países desenvolvidos, a iniciativa 
privada foi a que primeiro incorporou a certificação ambiental em seus 
empreendimentos, em seguida, observamos projetos públicos e institucionais 
seguindo o mesmo exemplo. 
A presença e atuação de entidades como o Green Building Council Brasil 
(GBCB), o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), o Conselho 
Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), a Fundação 
Vanzolini, a Eletrobrás, entre outros são importantes impulsionadores de diversas 
iniciativas de sucesso no caminho da redução de impactos ambientais da 
construção civil, aliada à manutenção de requisitos técnicos e econômicos dos 
empreendimentos. 
 
 
13
 http://exame.abril.com.br/noticia/o-mercado-de-construcao-sustentavel-em-
numeros/imprimir Acessado em 12 de junho de 2013 
http://exame.abril.com.br/noticia/o-mercado-de-construcao-sustentavel-em-numeros/imprimir
http://exame.abril.com.br/noticia/o-mercado-de-construcao-sustentavel-em-numeros/imprimir
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 28 
 
3.6. Certificações Ambientais de Empreendimentos no Brasil 14 
A CERTIFICAÇÃO LEED®: 
Até final de 2012, o Brasil acumulou 640 projetos registrados e 79 
empreendimentos certificados, englobando todas as categorias, demonstrando o 
crescimento da busca pela certificação LEED no Brasil. 
 
Fonte: GBC Brasil 
 
Modalidades de Certificação: 
Projetos são enquadrados em diferentes modalidades da Certificação LEED dependendo de suas 
características e funções. As modalidades disponíveis são: 
1. Homes (Casas) – não disponível no Brasil 
2. Neighborhood Development (ND) – Bairros e Vizinhanças 
3. Commercial Interiors (CI) – Interiores Comerciais 
4. Core & Shell (CS) – Core e Envoltória 
5. New Construction (NC) – Novas Construções 
6. Schools - Escolas 
7. Healthcare (HC) – Clínicas e Hospitais 
8. Retail – Comércio 
9. Existing Buildings, Operations & Maintenance (EB_O&M) – Edifícios Existentes, Operação e 
Manutenção 
 
14
 Casa do Futuro. (2013). Apresentação Casa do Futuro- LEED_PROCEL_QUALIVERDE-R02 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 29 
 
O Selo LEED® pode ser obtido através de um ranking de pontuação. De 
acordo com os objetivos do cliente a certificação poderá ser Certified, Silver, Gold 
ou Platinum. Além de um mínimo de 40 pontos, para que o projeto atinja a 
certificação, itens obrigatórios devem ser atendidos. Estes itens são chamados de 
pré-requisitos e variam de acordo com a modalidade LEED em questão. 
 
Certificado: entre 40 a 49 pontos 
Prata: entre 50 a 59 pontos 
Ouro: entre 60 a 79 pontos 
Platina: 80 pontos ou mais. 
 
CATEGORIAS LEED – Exceto para a certificação de Bairros e Vizinhanças 
(LEED ND): 
 Espaço e Localização 
 Uso Racional da Água 
 Energia e Atmosfera 
 Materiais e Recursos 
 Qualidade Ambiental Interna 
 Inovação e Performance Exemplar 
 Prioridade Regional 
 
A maior parte das certificações LEED, no Brasil e pelo mundo, encontra-se nas modalidades Novas 
Construções e Core &Shell. Entre estas modalidades, os critérios a serem sofrem pouca variação. A 
mesma base de critérios é utilizada nas certificações para comércio, escolas e hospitais, com a inserção 
de modificações devido às peculiaridades destas tipologias. 
Para as modalidades Edifícios Existentes, Interiores Comerciais e Vizinhanças a estrutura de critérios 
obrigatórios e opcionais já sofre maiores modificações. 
 
 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 30 
 
 
 
A CERTIFICAÇÃO LEED
®
: 
 
CRITÉRIOS DA CERTIFICAÇÃO LEED NC – Novas Construções e Grandes Reformas
15
: 
 
CATEGORIA ESPAÇO SUSTENTÁVEL 
 
 SS PRÉ-REQUISITO 1 - PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO NA CONSTRUÇÃO - 
OBRIGATÓRIO 
Requerimentos: 
Desenvolver e implantar um Plano de Controle e Prevenção de Erosão, Sedimentação e 
Poluição para todas as atividades da construção. O plano deve seguir os requerimentos do 
2003 EPA Construction General Permit ou normas e códigos locais, o que for mais restritivo. 
O plano deve conter medidas para: 
 Prevenir a perda de solo através das chuvas, ventos e movimentações, incluindo a 
proteção de solo armazenado para reutilização posterior; 
 Prevenir sedimentação de rios, lagos ou tubulações de efluentes e águas pluviais; 
 Prevenir poluição do ar e entorno, controlando a geração de poeira e material 
particulado. 
 
 SS CRÉDITO 1 - SELEÇÃO DO TERRENO - 1 PONTO 
Requerimentos: 
Não construir em: 
 Terrenos protegidos por lei, incluindo áreas que abriguem espécies ameaçadas; 
 Áreas de proteção ambiental e Áreas Preservação Permanente (APP); 
 Áreas não desenvolvidas sujeitas a enchente; 
 Parques públicos; 
 Áreas não desenvolvidas a menos do que 15 metros de corpos d´água. 
 
 SS CRÉDITO 2 - DENSIDADE URBANA E CONEXÃO COM COMUNIDADE- 5 
PONTOS 
 
15
 Casa do Futuro. (2013). Programa de Necessidades Certificações 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 31 
 
Requerimentos: 
Opção 01: 
Área previamente desenvolvida E em comunidade com densidade mínima de 13.800 m2 de 
área construída por hectare ou; 
Opção 02: 
O terreno escolhido deve apresentar as seguintes características: 
 Ser uma área previamente desenvolvida; 
 Estar localizado a menos de 800 metros de área residencial com, no mínimo, 10 
unidades a cada acre = 4.047 m2; 
Estar localizado a menos de 800 metros de 10 serviços básicos com acesso de pedestres. 
 
 SS CRÉDITO 3 - DESCONTAMINAÇÃO DE ÁREAS POLUÍDAS - 1 PONTO 
Requerimentos: 
Implantar um plano de descontaminação do solo e/ou lençol subterrâneo na área 
comprovadamente contaminada por órgão governamental. 
 
 SS CRÉDITO 4.1 - TRANSPORTE ALTERNATIVO: ACESSO A TRANSPORTE 
PÚBLICO - 6 PONTOS 
Requerimentos: 
Opção 01: 
O terreno estar localizado a menos de 800 metros de distância entre a entrada principal do 
edifício e uma estação de metrô ou trem (existente ou planejada para inauguração em até 5 
anos) ou; 
Opção 02: 
O terreno estar localizado a menos de 400 metros de distância de um ponto de ônibus com 
pelo menos 2 linhas em operação. 
 
 SS CRÉDITO 4.2 - TRANSPORTE ALTERNATIVO: BICICLETÁRIO E VESTIÁRIOS - 1 
PONTO 
Requerimentos:CASO 1: Edifícios Comerciais ou Institucionais: 
Prever bicicletário a uma distância máxima de 180 metros da entrada principal para 5% do total 
de usuários do edifício (medido em período de pico) e; 
Vestiários (chuveiros e armários) a uma distância máxima de 180 metros da entrada principal, 
caso não esteja dentro do edifício para 0,5% dos FTEs. 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 32 
 
O edifício deve ser facilmente acessado por bicicletas. O bicicletário deve ser seguro e 
projetado adequadamente. 
 
CASO 2: Edifícios Residenciais: 
Prever bicicletário coberto para 15% do total de ocupantes do edifício. 
 
 SS CRÉDITO 4.3 - TRANSPORTE ALTERNATIVO: VEÍCULOS EFICIENTES E DE 
BAIXA EMISSÃO - 3 PONTOS 
Requerimentos: 
Opção 01: 
Prever vagas preferenciais para veículos eficientes e de baixa emissão para 5% do total das 
vagas com devida demarcação e divulgação ou; 
Opção 02: 
Disponibilizar estação de reabastecimento de combustíveis alternativos para 3% do total das 
vagas com devida ventilação, demarcação e divulgação ou; 
Opção 03: 
Disponibilizar veículos de baixa emissão para 3% do total de FTEs ou; 
Opção 04: 
Criar programa de transportes com veículos de baixa emissão. 
Obs. Vagas preferenciais se referem às vagas localizadas mais perto da entrada principal do 
edifício (excluindo as vagas destinadas para portadores de necessidades especiais) ou vagas 
oferecidas com desconto mínimo de 20% no preço do estacionamento. Nesse caso, o desconto 
deve ser oferecido a todos os ocupantes (não somente a 5%), ser divulgado apropriadamente e 
disponível por pelo menos 2 anos. 
Os veículos considerados de baixa emissão são aqueles classificados como Zero Emission 
Vehicles (ZEV) pela California Air Resources Board e os veículos com combustíveis eficientes 
são definidos como aqueles que possuem nota mínima 40 no guia de classificação anual de 
veículos Green Score pelo American Council for an Energy Efficient Economy (ACEEE). 
 
 SS CRÉDITO 4.4 - TRANSPORTE ALTERNATIVO: CAPACIDADE DO 
ESTACIONAMENTO - 2 PONTOS 
Requerimentos: 
 
CASO 1: Projetos Comerciais / Institucionais: 
Opção 01: 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 33 
 
Não exceder número de vagas exigidas por lei e alocar vagas preferenciais para 5% do total de 
vagas ou; 
Opção 02: 
Para projetos que oferecem menos do que 5% de vagas para FTEs, providenciar vagas 
preferenciais destinadas a “carpools” (veículos compartilhados por 2 ou mais pessoas) ou vans 
para 5% do total do número de vagas ou; 
Opção 03: 
Não criar vagas de estacionamento ou; 
Opção 4: 
Para projetos localizados em terrenos que não tenham legislação para número de vagas, 
projetar 25% menos vagas que o descrito em 2003 Institute of Transportation Engineers (ITE) 
“Parking Generation” (www.ite.org) 
 
CASO 2: Projetos Residenciais: 
Opção 01: 
Não exceder número de vagas exigidas por lei e fornecer infra-estrutura de suporte para 
programas que facilitem o uso compartilhado de veículos, como áreas de embarque e 
desembarque, vagas para vans, agenda de caronas e serviços de transfer até o ponto de 
transporte em massa ou; 
Opção 02: 
Não criar vagas de estacionamento ou; 
Caso 3: Projetos de Uso Misto: 
Edifícios de uso misto com área comercial menor que 10% devem ser considerados como 
residenciais e aderir aos requerimentos do caso 2. Para edifícios de uso misto com mais de 
10% de área comercial, a porção de área comercial deve aderir aos requerimentos do caso 1 
enquanto que a área residencial deve aderir aos requerimentos do caso 2 ou; 
Opção 02: 
Não criar vagas de estacionamento. 
 
Obs. Vagas preferenciais se referem às vagas localizadas mais perto da entrada principal do 
edifício (excluindo as vagas destinadas para portadores de necessidades especiais) ou vagas 
oferecidas com desconto mínimo de 20% no preço do estacionamento. Nesse caso, o desconto 
deve ser oferecido a todos os ocupantes (não somente a 5%), ser divulgado apropriadamente e 
disponível por pelo menos 2 anos. 
 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 34 
 
 
 
 
 SS CRÉDITO 5.1 - PROTEÇÃO OU RESTAURAÇÃO DO HABITAT - 1 PONTO 
Requerimentos: 
Áreas não desenvolvidas: 
Limitar as perturbações no terreno obedecendo aos seguintes parâmetros: 
• Até 12 metros do perímetro do edifício; 
• Até 3 metros de passeios, pátios, superfícies de estacionamentos e utilidades com 
menos de 30cm de diâmetro; 
• Até 4,5 metros de ruas e principais trincheiras da construção; 
• Até 7,5 metros de áreas com superfícies permeáveis, tal como pavimentação 
permeável, equipamentos de detenção de águas pluviais e campo para prática esportiva; 
 
Áreas previamente desenvolvidas: 
Proteger ou restaurar 50% das áreas (excluindo pegada da construção) ou 20% da área total 
do terreno, o que for maior, com vegetação nativa ou adaptada. Os projetos que conquistarem 
o crédito 2 desta categoria podem incluir telhados verdes nos cálculos (plantas tem que ser 
nativas ou adaptadas, fornecer habitat e promover biodiversidade). 
 
 SS CRÉDITO 5.2 - MAXIMIZAR ESPAÇOS ABERTOS - 1 PONTO 
Requerimentos: 
Caso 1: Áreas com legislação local para espaços abertos: 
Exceder a área de espaços abertos exigidos por lei em 25%. Desse total, pelo menos, 25% 
devem ser vegetados ou; 
Caso 2: Áreas sem legislação local para espaços abertos: 
Fornecer espaço aberto vegetado com área igual a pegada do edifício ou; 
Caso 3: Áreas com legislação local, mas sem exigência de espaços abertos: 
Fornecer espaço aberto vegetado igual a 20% da área total do terreno. 
 
Todos os CASOS: 
Projetos que conquistem o crédito 2 desta categoria podem incluir nos cálculos: telhados 
verdes, pavimentações ou calçadas para pedestres (contanto que 25% das áreas abertas 
sejam vegetadas). As áreas que não forem vegetadas devem ser altamente permeáveis (mais 
que 50%) e/ou pavimentadas com materiais de cores claras (SRI>29). 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 35 
 
 
 SS CRÉDITO 6.1 - ÁGUA DE CHUVA – REDUÇÃO DA QUANTIDADE - 1 PONTO 
Requerimentos: 
CASO 1: Impermeabilização existente < 50%: 
Opção 01: 
Não exceder as taxas (pico) de vazão e quantidade de águas pluviais descartadas pré-
desenvolvimento ou; 
Opção 02: 
Implantar plano de gestão de águas pluviais que previna despejo de sedimentos nos canais ou 
rede de águas pluviais. 
 
CASO 2: Impermeabilização existente > 50%: 
Implantar plano de gestão de águas pluviais que promova a redução de 25% do volume e da 
vazão do escoamento de águas pluviais da situação original. 
 
 SS CRÉDITO 6.2 - ÁGUA DE CHUVA – CONTROLE DA QUALIDADE -1 PONTO 
Requerimentos: 
Elaborar um Plano de Gestão de Águas Pluviais que promova a redução de áreas 
impermeáveis, o aumento da infiltração no terreno, a coleta e tratamento da água de 
escoamento referente a 90% da média anual das chuvas. O plano deve ser desenvolvido 
utilizando BMPs (Best Management Practices – U.S. EPA - Environmental Protection Agency) e 
ser capaz de remover 80% do Total de Sólidos Suspensos (TSS) da média anual de águas 
descartadas pós-desenvolvimento. 
Como exemplo, pode-se utilizar materiais de pavimentação permeáveis, captação de águas 
pluviais para reuso na irrigação e aplicações não potáveis, valas de infiltração, tanques de 
retenção e telhados verdes. 
 
 SS CRÉDITO 7.1 - EFEITO ILHA DE CALOR – ÁREAS DESCOBERTAS - 1 PONTO 
Requerimentos: 
Opção 01: 
Usar a combinação das seguintes estratégias para 50% das áreas descobertas: 
1. Sombreamento por árvores em um prazo máximo de cinco anos; 
2. Sombreamento por estruturas cobertas por painéis solares; 
3. Sombreamento por estruturas com SRI (Solar Reflectance Index) > 29; 
4. Pavimentações com SRI > 29; 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 36 
 
5. Pavimentostipo “open-grid” que tenham permeabilidade > 50% ou; 
Opção 02: 
Localizar, no mínimo, 50% das áreas de estacionamento sob coberturas que atendam aos 
critérios acima. 
 
 SS CRÉDITO 7.2- EFEITO ILHA DE CALOR – ÁREAS COBERTAS- 1 PONTO 
Requerimentos: 
Opção 01: 
Utilizar materiais no telhado com SRI ≥ 29 quando houver inclinação > 2:12 ou SRI ≥ 78 
quando houver inclinação ≤ 2:12. Em ambos os casos, aplicar em pelo menos 75% da área da 
cobertura; 
Opção 02: 
Instalação de telhado vegetado que cubra pelo menos 50% da área total do telhado ou; 
Opção 03: 
Utilizar materiais com alta refletância e telhado vegetado em combinação. 
 
 SS CRÉDITO 8 - REDUÇÃO DA POLUIÇÃO LUMINOSA - 1 PONTO 
Requerimentos: 
Para iluminação interna: 
Opção 01: 
Através de comandos automatizados, reduzir cargas de iluminação com visada direta para 
superfícies translúcidas das fachadas, em pelo menos 50% no período entre 23 e 5 h ou; 
Opção 02: 
As aberturas das fachadas, com linha direta de visada para luminárias, devem ser protegidas 
(cortinas, persianas, brises) automaticamente entre 23 e 5 h para um resultado de 
transmitância menor que 10% do total. 
Para iluminação externa: 
Iluminar somente as áreas onde há necessidade para segurança e conforto. 
As densidades de potência instalada devem seguir os limites de iluminação impostos na 
ASHRAE 90.1-2007 de acordo com a zona de classificação do projeto. As zonas são definidas 
pela norma IESNA RP-33 (LZ1, LZ2, LZ3 ou LZ4) e indicam os valores permitidos de 
iluminância e fluxo luminoso nos planos vertical e horizontal. 
 
 
 
 
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EFICIÊNCIA NO USO DA ÁGUA 
 
 PRÉ-REQUISITO 1 - REDUÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA - OBRIGATÓRIO 
Requerimentos: 
Empregar estratégias que reduzam em pelo menos 20% o consumo de água através do cálculo 
do baseline. Obs.: Sistemas de irrigação não inclusos nos cálculos. O cálculo é baseado no 
uso estimado para os ocupantes e inclui: torneiras, mictórios, bacias sanitárias, chuveiros, 
torneiras de cozinha e sprays para pré-lavagem de utensílios de cozinha. 
 Deve ser especificado no projeto dispositivos economizadores como descargas duplo 
fluxo, torneiras com sistema de pressão ou automáticas, mictórios baixo fluxo ou sem água e 
chuveiros com redutores de vazão. 
 
 WE CRÉDITO 1 - IRRIGAÇÃO EFICIENTE - 2 A 4 PONTOS 
Requerimentos: 
Opção 01: 
Reduzir o uso de água potável para irrigação em 50% (2 pontos) ou; 
Opção 02: 
Não utilização de água potável para irrigação (4 pontos). Deve-se utilizar 100% de água de 
reuso ou pluvial para a irrigação ou especificar espécies que não necessitem de irrigação 
permanente fora do período inicial (18 meses no máximo) para estabelecimento da espécie no 
local. 
 
 WE CRÉDITO 2 - INOVAÇÃO TECNOLOGICA PARA ESGOTO - 2 PONTOS 
Requerimentos: 
Opção 01: 
Redução de água potável nos sistemas de esgoto em 50% através do uso de equipamentos de 
baixo consumo e uso de água não potável ou; 
Opção 02: 
Dar tratamento primário para 50% do volume de esgoto, com destino à reutilização ou 
infiltração. 
 
 
 
 
 
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 WE CRÉDITO 3 - REDUÇÃO NO USO DE ÁGUA - 2 A 4 PONTOS 
Requerimentos: 
Empregar estratégias que reduzam em 30% / 35% ou 40% o consumo de água através do 
cálculo do baseline. 
Obs.: Sistemas de irrigação não inclusos nos cálculos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ENERGIA E ATMOSFERA 
 
 EA PRÉ-REQUISITO 1 - COMISSIONAMENTO FUNDAMENTAL - OBRIGATÓRIO 
Requerimentos: 
Comissionar, no mínimo, os sistemas abaixo: 
 Ventilação e climatização; 
 Iluminação (incluindo natural); 
 Aquecimento de água; 
 Energias renováveis; 
 
 EA PRÉ-REQUISITO 2 - PERFORMANCE MÍNIMA DE ENERGIA - OBRIGATÓRIO 
Requerimentos: 
Demonstrar, através de simulação energética computacional, uma redução mínima de 10%, 
para novos edifícios, ou 5%, para grandes reformas, no consumo de energia da construção 
proposta quando comparada com seu “baseline”. 
O “baseline” deve ser calculado de acordo com o Appendix G da ASHRAE 90.1-2007. 
O projeto proposto deve ser executado segundo critérios das seções 5.4, 6.4, 7.4, 8.4, 9.4 e 
10.4 da ASHRAE 90.1-2007. 
 
 EA PRÉ-REQUISITO 3 - GERENCIAMENTO FUNDAMENTAL DE REFRIGERANTES - 
OBRIGATÓRIO 
Requerimentos: 
Não utilizar gases refrigerantes a base de CFCs no sistema HVAC. 
 
 EA CRÉDITO 1 - OTIMIZAÇÃO DA PERFORMANCE ENERGÉTICA - 1 A 19 PONTOS 
Requerimentos: 
Demonstrar, através de simulação energética computacional, uma redução de até 48%, para 
novas construções, e 46%, para grandes reformas, no consumo de energia da construção 
proposta quando comparada com seu “baseline”. 
O “baseline” deve ser calculado de acordo com o Appendix G da ASHRAE 90.1-2007. 
O projeto proposto deve ser executado segundo critérios das seções 5.4, 6.4, 7.4, 8.4, 9.4 e 
10.4 da ASHRAE 90.1-2007. 
 
 
 
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 EA CRÉDITO 2 - ENERGIA RENOVÁVEL ON-SITE - 1 A 7 PONTOS 
Requerimentos: 
Instalar sistemas de energia renováveis de maneira a suprir entre 1 e 13% do consumo total do 
edifício. 
Apresentar cálculo de desempenho do projeto expressando a quantidade de energia renovável 
produzida como percentual do custo de energia anual do edifício e usar a tabela abaixo para 
determinar o número de pontos alcançados. 
 
 EA CRÉDITO 3 - COMISSIONAMENTO AVANÇADO - 2 PONTOS 
Requerimentos: 
Implementar ou apresentar um contrato que comprove a realização de atividades adicionais 
da autoridade de comissionamento em relação ao pré-requisito 1. 
 
 EA CRÉDITO 4 - GERENCIAMENTO AVANÇADO DE REFRIGERANTES - 2 PONTOS 
Requerimentos: 
Opção 01 – Não utilizar refrigerantes; 
ou 
Opção 02 – Selecionar refrigerantes que minimizem ou eliminem as emissões de componentes 
que danificam a camada de ozônio. 
Não utilizar gases refrigerantes a base de CFCs, HCFCs ou Halon nos sistemas de 
climatização e combate a incêndio. 
 
 EA CRÉDITO 5 - MEDIÇÕES E VERIFICAÇÕES - 3 PONTOS 
Requerimentos: 
Opções 01 e 02: 
Projetar as instalações de forma que seja possível fazer medições individuais periódicas dos 
maiores sistemas consumidores (ex. ar condicionado, bombas, iluminação) do edifício ao longo 
de seu ciclo de vida. 
Desenvolver e implantar um plano de medições e verificações (M&V) de acordo com o 
International Performance Measurement & Verification Protocol (IPMVP) Volume III, opções D e 
B, respectivamente. 
 
 
 
 
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 EA CRÉDITO 6 - GREEN POWER - 2 PONTOS 
Requerimentos: 
Formalizar contrato, de no mínimo dois anos, para fornecimento de energias renováveis para 
suprir ao menos 35% do total consumido no edifício. Baseado em quantidade, não em custo. 
Outra abordagem para alcance a este crédito é a compra de RECs (Renewable Energy 
Certificates). Neste caso, a quantidade de RECs também deve ser igual a 35% do consumo de 
eletricidade anual estimado do edifício para um período de dois anos ou de 70% do consumo 
estimado para um período de um ano, comprados de uma só vez ou de forma parcelada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MATERIAIS E RECURSOS 
 
 MR PRÉ-REQUISITO 1 - ARMAZENAMENTO E COLETA DE RECICLAVEIS - 
OBRIGATÓRIO 
Requerimentos: 
Prever local para armazenagem e separação de recicláveis. 
Facilitar o acesso à área dedicada para o armazenamento e coleta do material reciclável. 
O projeto deve apresentar em detalhes o local para armazenagem de recicláveis. Deverá ser 
apresentada também a descriçãodo gerenciamento de resíduos para a operação do edifício. 
Os materiais coletados devem incluir, no mínimo, papel, papelão, vidros, plásticos e metais. 
 
 MR CRÉDITO 1.1 - REUSO DA EDIFICAÇÃO – ELEMENTOS ESTRUTURAIS - 1 A 3 
PONTOS 
Requerimentos: 
Manter no mínimo 55% dos elementos estruturais do edifício como paredes, pisos e telhados. 
Para 75%, 2 pontos e para 95%, 3 pontos. 
 
 
 MR CRÉDITO 1.2 - REUSO DA EDIFICAÇÃO – ELEMENTOS NÃO ESTRUTURAIS - 
1 PONTO 
Requerimentos: 
Usar os elementos não estruturais internos do edifício como paredes internas, portas, pisos e 
tetos. O valor mínimo é de 50% da área do edifício completo, incluindo as adições. Os 
materiais perigosos removidos como parte do escopo do projeto devem ser excluídos do 
cálculo. 
Se o projeto incluir adições com mais de 2 vezes a área do edifício existente, este crédito não é 
aplicável. 
 
 MR CREDITO 2 - GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS - 1 A 2 PONTOS 
Requerimentos: 
Reduzir a geração de lixo da construção. Desviar o entulho dos aterros sanitários ou 
incineradores através de correta destinação. 
Para alcance de 50% de materiais encaminhados para recicladoras, 1 ponto, ou 75%, 2 pontos. 
 
 
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 MR CREDITO 3 - REUSO DE MATERIAIS - 1 A 2 PONTOS 
Requerimentos: 
Promover a recuperação e reutilização de materiais, de modo que os mesmos ganhem função 
diferente daquela original. 
Reutilizar materiais onde a soma destes correspondem no mínimo 5% (1 ponto) ou 10% (2 
pontos) do total do valor de materiais utilizados em todo o projeto. Baseado em custo, não em 
quantidade. 
 
 MR CRÉDITO 4 - COMPONENTES RECICLADOS - 1 A 2 PONTOS 
Requerimentos: 
Utilizar materiais que contenham componentes reciclados em sua composição, cuja a soma 
das porcentagens de pós-consumo mais a metade das porcentagens de pré-consumo 
constituam, pelo menos, 10% (1 ponto) ou 20% (2 pontos) do custo total de materiais utilizados 
na obra (excluindo mão de obra de serviço de instalação). O conteúdo reciclado deve ser 
calculado com base no peso do material e os conceitos de pós-consumo e pré-consumo 
deverão seguir a ISO 14021. Não são contabilizados os materiais mecânicos, elétricos e 
hidráulicos. 
 
 MR CRÉDITO 5 - MATERIAIS REGIONAIS - 1 A 2 PONTOS 
Requerimentos: 
Especificar e comprar materiais extraídos, manufaturados e comercializados dentro de um raio 
de 800 km do local da obra. Deve atingir 10% (1 ponto) ou 20% (2 pontos) do custo total de 
materiais excluindo mão de obra de instalação. Se apenas uma parte do produto é extraída, 
manufaturada e comercializada regionalmente, então somente esta porcentagem, em peso, 
contribuirá para o crédito. 
 
 MR CREDITO 6 - MATERIAIS RAPIDAMENTE RENOVÁVEIS - 1 PONTO 
Requerimentos: 
Especificar e comprar materiais (2,5% - baseados em custo) de rápida renovação, produzidos 
através de plantas com ciclo de colheita de até 10 anos. 
 
 MR CREDITO 7 - MADEIRA CERTIFICADA FSC - 1 PONTO 
Requerimentos: 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 44 
 
Utilizar, pelo menos, 50% dos materiais a base de madeira que sigam princípios e critérios da 
certificação FSC (Forest Stewardship Council’s). 
 
QUALIDADE DO AMBIENTE INTERNO 
 
 IEQ PRÉ-REQUISITO 1- PERFORMANCE MÍNIMA DA QUALIDADE DO AR 
INTERNO - OBRIGATÓRIO 
Requerimentos: 
CASO 1: Espaços mecanicamente ventilados: 
Atender aos critérios mínimos das seções 4 a 7 da ASHRAE 62.1-2007 (Ventilation for 
Acceptable Indoor Air Quality) 
 
CASO 2: Espaços naturalmente ventilados: 
Atender aos critérios da ASHRAE 62.1-2007 Parágrafo 5.1 
 
 IEQ PRÉ-REQUISITO 2 - CONTROLE DA FUMAÇA DE TABACO - OBRIGATÓRIO 
Requerimentos: 
 
CASO 1: Todos os Projetos: 
Opção 01: 
Proibir fumo no interior do edifício, com demarcação de área para fumantes a pelo menos 8 
metros de distância de tomadas de ar, portas ou janelas ou; 
Opção 02: 
Definir ambientes para fumantes, respeitando critérios de exaustão e pressão para que o ar 
proveniente destas áreas não se misture com o ar dos demais ambientes. Em áreas externas, 
respeitar uma distância mínima de 8 metros da entrada do edifício. 
 
CASO 2: Projetos Residenciais ou de Hotelaria: 
Proibir fumo em todas as áreas comuns do edifício;. 
Localizar áreas para fumantes externas incluindo varandas a pelo menos 8 metros de distância 
de tomadas de ar, portas ou janelas; 
Proibir o fumo na propriedade em áreas com menos de 8 metros de distância de tomadas de 
ar, portas ou janelas; 
Vedar as portas e janelas exteriores nas unidades residenciais minimizando o vazamento para 
o exterior; 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 45 
 
Minimizar possíveis passagens de fumaça entre as unidades residenciais individuais vedando 
penetrações na parede, teto e piso das unidades; 
Vedar as portas e janelas das unidades residenciais que façam divisa com corredores de uso 
comum minimizando o vazamento para o corredor; 
 
 IEQ CRÉDITO 1- MONITORAMENTO DO AR EXTERNO - 1 PONTO 
Requerimentos: 
Instalar sistemas de monitoramento permanentes que assegurem a manutenção dos 
parâmetros de ventilação definidos em projeto, assim como, os níveis de dióxido de carbono 
(CO2). 
O sistema terá que ser programado para acionar alarme visual ou sonoro caso haja variação 
de “set point” acima de 10%. 
 
 
 IEQ CRÉDITO 2 - VENTILAÇÃO MAJORADA - 1 PONTO 
Requerimentos: 
CASO 1: Espaços mecanicamente ventilados: 
Majorar taxas de ventilação em 30% acima do mínimo definido na ASHRAE 62.1-2007 ou; 
 
CASO 2: Espaços naturalmente ventilados: 
O projeto deve seguir as recomendações previstas no Carbon Trust “Good Practice Guide 237” 
(1998). Demonstrar que a estratégia de ventilação natural é eficaz e atende a uma das opções 
abaixo. 
Opção 01: 
Utilizar os diagramas e cálculos que comprovem o atendimento das recomendações previstas 
no CIBSE Applications Manual 10: 2005, Natural Ventilation in Non-domestic Buildings ou; 
Opção 02: 
Apresentar uma modelagem que demonstre que a ventilação natural atenderá as taxas 
mínimas definidas na ASHRAE 62.1-2007, Seção 6, em pelo menos, 90% das áreas ocupadas. 
 
 IEQ CRÉDITO 3.1 - GERENCIAMENTO DA QUALIDADE DO AR – DURANTE A 
CONSTRUÇÃO - 1 PONTO 
Requerimentos: 
Desenvolver e implementar um Plano de Controle da Qualidade do Ar durante a obra, seguindo 
as orientações da norma Sheet Metal and Air Conditioning National Contractors Association 
 
 
Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 46 
 
(SMACNA) IAQ Guidelines For Occupied Buildings Under Construction, 2nd Edition 2007, 
ANSI/SMACNA 008-2008 (Chapter 3). 
 Proteger materiais da umidade; 
 Selar dutos de ventilação e ar cond. e utilizar filtros MERV 8. Trocar filtros antes da 
ocupação 
 
 IEQ CRÉDITO 3.2- GERENCIAMENTO DA QUALIDADE DO AR – ANTES DA 
OCUPAÇÃO - 1 PONTO 
Requerimentos: 
Desenvolver e implantar um Plano de Controle da Qualidade do Ar na fase de pré-ocupação. 
Implantar o plano somente após a finalização completa dos trabalhos e limpeza do imóvel. 
Opção 01: 
Ao final da construção, antes da ocupação e com todos os acabamentos prontos, deverá ser 
realizado um “flush-out” que consiste em fornecer um volume de ar exterior da ordem de 400 
m3/m2 de área de piso, mantendo a temperatura interna de pelo menos 16oC e a umidade 
relativa menor ou igual a 60%. 
Opção 02: 
Testar a qualidade do ar: Conduzir um teste de qualidade do ar de acordo com os parâmetros 
LEED®, demonstrando que as concentrações máximas de certos contaminantes não 
ultrapassam limites pré-definidos 
 
 CRÉDITO 4.1 MATERIAIS DE BAIXA EMISSÃO – ADESIVOS E SELANTES 1 
PONTO 
 CRÉDITO 4.2 MATERIAIS DE BAIXA EMISSÃO – TINTAS E REVESTIMENTOS
 1 PONTO 
 CRÉDITO 4.3 MATERIAIS DE BAIXA EMISSÃO - PISOS 1 PONTO 
 CRÉDITO 4.4 MATERIAIS DE BAIXA EMISSÃO – COMPOSTOS

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