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1. Sumário 1. SUMÁRIO ....................................................................................... II 2. PROGRAMA DA DISCIPLINA ........................................................... 3 2.2. CARGA HORÁRIA TOTAL ..................................................................... 3 2.3. OBJETIVOS ..................................................................................... 3 2.4. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ................................................................ 4 2.5. METODOLOGIA ................................................................................ 5 2.6. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ................................................................. 5 2.7. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA ............................................................ 5 2.9. CURRICULUM VITAE DO PROFESSOR ..................................................... 7 3. TEXTO PARA ESTUDO...................................................................... 8 3.2. O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ENTRA EM CENA ............................ 13 3.3. A SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL...................................... 17 3.4. MERCADO INTERNACIONAL .............................................................. 21 3.5. MERCADO NACIONAL ...................................................................... 27 3.6. CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS DE EMPREENDIMENTOS NO BRASIL ............. 28 3.7. TENDÊNCIAS FUTURAS .................................................................... 66 3.8. AGENDA AMBIENTAL BRASILEIRA ...................................................... 67 3.9. LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE EMPREENDIMENTOS ............................. 77 3.10. INTERFERÊNCIA DOS ASPECTOS AMBIENTAIS NA VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTOS ......................................................................................... 102 Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 3 2. Programa da disciplina 2.1. Ementa: Interferência dos aspectos ambientais na viabilidade de empreendimentos imobiliários. Licenciamento ambiental Estudo de impactos ambientais de projetos de construção civil Ecologia: histórico, perspectivas e tendências. Discussão de aspectos legais, regulamentação, tendências internacionais e nacionais quanto ao meio ambiente. 2.2. Carga horária total A disciplina é de 24 (vinte e quatro) horas. 2.3. Objetivos Relacionar a história da ecologia com a abordagem das questões ambientais na construção civil Identificar práticas de sustentabilidade aplicadas em escala mundial e relacioná-las com as práticas aplicadas no Brasil Identificar e discutir exigências legais ligadas à questão ambiental e suas relações com práticas de sustentabilidade aplicadas no Brasil Identificar as fases de processos de licenciamento ambiental e analisar suas características e estratégias aplicáveis Analisar possíveis impactos ambientais da construção civil através de métodos qualitativos e quantitativos e relacioná-los com ações de mitigação Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 4 Reconhecer e analisar impactos da aplicação de práticas ambientais na viabilidade técnica e econômica de empreendimentos imobiliários 2.4. Conteúdo programático Unidade 1 História da ecologia e a abordagem das questões ambientais na construção civil: Retrospectiva da questão socioambiental no Brasil e no mundo O desenvolvimento sustentável entra em cena A sustentabilidade na construção civil Mercado Internacional Mercado Nacional Unidade 2 Práticas de sustentabilidade aplicadas em escala mundial e sua relação com as práticas aplicadas no Brasil: Certificações ambientais de empreendimentos Tendências futuras Unidade 3: Exigências legais ligadas à questão ambiental e suas relações com práticas de sustentabilidade aplicadas no Brasil: Processos de licenciamento ambiental: Tipos e Fases de licenciamento Caracterização Ambiental do Empreendimento Unidade 4 Impactos da aplicação de práticas ambientais na viabilidade técnica e econômica de empreendimentos imobiliários: Interferência dos aspectos ambientais na viabilidade do empreendimento Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 5 2.5. Metodologia A disciplina será desenvolvida por meio de aulas expositivas, interação, debates e trabalhos individuais e em equipes, utilizando recursos audiovisuais, voltados para a compreensão dos aspectos fundamentais ligados às questões ambientais da indústria da construção civil. Após cada dia de aula expositiva, serão debatidos temas tratados para que dúvidas e opiniões sobre o conteúdo exposto sejam expostas. Para avaliar a assimilação do conteúdo exposto, assim como a atenção e participação nas aulas, os alunos prepararão um Relatório de Aula individual, de até três laudas, com a síntese dos temas abordados na disciplina. O relatório individual deverá ser encaminhado ao professor via e-mail em até 5 dias úteis após a última aula. Em sala, após o término da exposição do conteúdo das aulas, será realizado trabalho em grupo sobre os temas trabalhados. Através desta dinâmica, os alunos deverão ser capazes de debater os temas apresentados e chegar às suas próprias conclusões sobre questões ambientais, suas aplicações, resultados, vantagens e desvantagens técnicas, econômicas e financeiras. 2.6. Critérios de avaliação O grau total atribuído ao aluno obedecerá à seguinte ponderação: 30% referente a trabalhos em grupo ou individuais realizados em sala de aula. 70% referente à avaliação individual, por meio de prova descritiva, sem consulta. 2.7. Bibliografia recomendada CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução CONAMA: 307/02 e 237/97. Brasília,. Lemos, H. M. (2013). Processo de Licenciamento Ambiental. Rio de Janeiro: FGV - On Line. SECOVI SP e Fundação Dom Cabral. (2011). Indicadores de Sustentabilidade no Desenvolvimento Imobiliário Urbano . SP. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 6 Cartilha de licenciamento ambiental / Tribunal de Contas da União; com colaboração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. -- 2.ed. -- Brasília : TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2007. Sites: US Green Building Council (LEED):www.usgbc.org GBC Brasil: www.gbcbrasil.org.br Fundação Vanzolini (AQUA): www.vanzolini.org.br Eletrobrás (Procel Edifica): www.procelinfo.com.br 2.8. Bibliografia Complementar Almeida, F. (s.d.). Os Desafios da Sustentabilidade: Uma Ruptura Urgente. 2007: Ed Campus. Barbiere, J. (2009). Gestão Ambiental Empresarial. Ed. Campus. Bellen, H. M. (2006). Indicadores de Sustentabilidade. FGV. Braungart, W. M. (2002). Cradle to Cradle. D&M Publishers Inc. CBCS e SECOVI SP. (2011). Condutas de Sustentabilidade no Setor Imobiliário Residencial. Christensen, C. (1998). The Innovation Dilemma. Boston: Harvard Business School Press. Corbella, O., & Yannas, S. (s.d.). Council, A. I. (15 de May de 2007). Integrated Project Delivery – A Working Definition. Elkington, J. (1994). Towards the sustainable corporation: win-win-win business strategies for sustainable development. California Management Review. Farias, T. (2010). Licenciamento Ambiental. Forum. Hart, S., & Milstein, M. (2003). Creating Sustainable Value . Academy of Management Executive. v17. Holliday, C. (2001). Sustainable growth, the DuPont way. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 7 LEOPOLD, L. B., CLARKE, F. E., HANSHAW, B. B., & BAISLEY, J. R. (1971). A procedure for Evaluating Environmental Impact. Washington. RS, M. (2008). Green Building: Project Planning & Cost Estimating. New Jersey: John Wiley & Sons Inc. Smeraldi, R. (2009). Novo Manual de Negócios Sustentáveis.São Paulo: Publifolha. Yudelson, J. (2009). Green Building Through Integrated Design. McGraw Hill. 2.9. Curriculum Vitae do professor Rosana Maria Vidal Corrêa é Arquiteta e Urbanista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, LEED Accredited Professional (profissional acreditada pelo US Green Building Council) desde 2008, com acreditação específica LEED AP Building Design + Construction em 2010. Concluiu MBA em Gestão de Projetos pela Universidade Gama Filho e leciona em cursos de pós graduação (Planejamento e Gestão de Construções Sustentáveis e A Certificação LEED do MBA em Edificações Sustentáveis da Universidade Federal Fluminense / Gestão Integrada de Projetos Sustentáveis do MBA do INBEC e GBC Brasil). Membro do Comitê Sustainable Sites - GBC Brasil para tropicalização da ferramenta LEED®. Sócia fundadora da Casa do Futuro, empresa que, desde 2005 presta serviços de consultoria em sustentabilidade na construção civil. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 8 3. Texto para Estudo 3.1. Retrospectiva da Questão Socioambiental no Brasil e no Mundo Nos anos que antecederam a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro, mundialmente conhecida como Rio 92, os ambientalistas daquela época (chamados genericamente de ecologistas) já vinham confrontando suas opiniões com os economistas planejadores. Dentre as várias “espécies” de ecologistas, os radicais pregavam a subordinação do desenvolvimento às questões ambientais e os românticos pregavam o retorno à natureza. Já os autênticos, que por fim prevaleceram, procuraram racionalmente conciliar o desenvolvimento econômico com a proteção ambiental, forçando os economistas a reverem seus velhos conceitos. Com isso, o jargão economista tradicional “desenvolvimento sustentado”, que remete ao controle da inflação, equilíbrio do balanço de pagamentos e uma razoável distribuição de renda, dá lugar ao componente ambiental, o “desenvolvimento sustentável”, compatível com a exploração não predatória de recursos não renováveis, a renovação dos recursos renováveis e o controle da poluição. O agravamento dos problemas ambientais mundiais: o esgotamento progressivo dos recursos naturais e o aumento da geração de resíduos. Quanto ao crescimento sustentável, assunto tão debatido na atualidade, muito ainda precisa ser feito. Conforme estatísticas da ONU, 15% da população mais rica da humanidade, incluindo as minorias abastadas nos países pobres, consomem energia e recursos naturais em nível tão alto que providenciar um estilo de vida comparável para o restante do mundo iria requerer os recursos de 2,6 planetas do tamanho da Terra. Em 2002 já havíamos ultrapassado em 20% os limites de exploração que o planeta pode suportar sem se degradar. Qualquer avanço além dessa cota acentuará ainda mais os recentes problemas ambientais, Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 9 tais como a energia não renovável, o limite fotossintético, a poluição industrial e o aquecimento global. As fontes de energia do mundo para as sociedades industriais - petróleo, gás natural e carvão mineral – durarão apenas mais algumas décadas, independente de terem sido totalmente consumidos ou não, já que sua extração será cada vez mais dispendiosa ou envolverá maior custo ambiental. Dada a taxa de crescimento populacional e, especialmente, de impacto populacional (um americano, europeu ocidental ou japonês consome muito mais recursos do que um habitante do terceiro mundo, tais como combustíveis fósseis, gerando a mesma proporção de resíduos) estaremos utilizando para propósitos humanos a maior parte da capacidade fotossintética terrestre do planeta por volta da metade deste século, restando pouco para a formação de novas florestas naturais, fonte primária de energia. Produtos químicos tóxicos liberados no ar, solo, oceanos, lagos e rios e ingeridos por meio da água e alimentos, respirados no ar e absorvidos pela pele, mesmo em baixas concentrações, causam problemas congênitos, retardamento mental, e dano temporário ou permanente de nossos sistemas imunológico e reprodutor. Na verdade, 7 bilhões de seres humanos tornaram-se um fardo pesado demais para o nosso planeta. O processo, de certa forma inevitável, realizou-se de maneira predatória, desordenada, sem uma preocupação permanente com o possível advento da escassez dos recursos naturais. Daí, a deterioração da qualidade do meio ambiente. A pergunta que temos que fazer, quando concordamos com o bom-senso do conceito de desenvolvimento sustentável é: o que devemos fazer, na prática, para atingí-lo? O primeiro desafio será garantir a disponibilidade de recursos naturais, renováveis ou não, que transformamos em bens e serviços necessários à nossa vida cotidiana. É fácil entender que só estaremos usando os recursos naturais renováveis, de acordo com o conceito do desenvolvimento sustentável, quando respeitarmos a velocidade de renovação destes recursos. O segundo desafio será respeitar os limites do planeta para assimilar resíduos e poluição decorrentes da produção e uso de bens e serviços. Esta capacidade de auto-depuração depende da biodegradabilidade dos resíduos, das condições locais e da quantidade de resíduo sendo lançada. Inúmeros indicadores já confirmam que ultrapassamos, em várias áreas, esses limites. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 10 Por fim, o terceiro desafio está relacionado com o aumento populacional, a pobreza e a desigualdade social. Segundo o Banco Mundial 1,1 bilhão de pessoas sobrevive com menos de US$1 por dia. O desenvolvimento social e a criação de riqueza em uma escala de massa, especialmente entre os 4 bilhões mais pobres do mundo, é fundamental para o desenvolvimento sustentável. O aperfeiçoamento tecnológico e a evolução da gestão ambiental: do “fim- de-tubo” ao desenvolvimento sustentável As primeiras manifestações de gestão ambiental foram determinadas pelo esgotamento dos recursos, como o caso da escassez de madeira para fundição do ferro, construção de moradias, fortificações, mobiliário, instrumentos, armas e combustível para aquecimento e preparação de alimentos, cuja exploração era intensiva desde a era medieval. A evolução da gestão ambiental praticada pelas empresas seguiu em três abordagens, embora os limites entre elas nem sempre sejam nítidos. A primeira, baseada no cumprimento de normas legais, é o controle da poluição, que desenvolveu soluções tecnológicas que procuram controlar a poluição sem alterar significativamente os processos e os produtos que as produziram. Podem ser soluções de remediação, que procuram resolver um problema ambiental que já ocorreu, como a descontaminação de solo degradado ou lençol freático contaminado. Ou tecnologia “fim-de-tubo”, desenvolvida para capturar e tratar a poluição resultante de um processo de produção, antes que ela seja lançada ao meio ambiente, como as estações de tratamento de efluentes líquidos, filtros e precipitadores eletrostáticos para particulados e poeiras, aterros e incineradores para resíduos sólidos. Desde que exista regulamentação governamental eficaz, essas tecnologias agregam custos adicionais durante toda a vida útil da empresa em decorrência das operações necessárias ao controle da poluição e das providências para solucionar os problemas gerados pelos poluentes captados. É comum a mudança de estado físico dos poluentes, como a cinza e o lodo, resultantes do tratamento da poluição de resíduos e efluentes industriais, que deverão ser dispostos em locais regulamentados e gerenciados permanentemente, aumentando os custos. Dessa forma, do ponto de vista empresarial, essa abordagem significa elevação dos custos nas duas pontas do processo: antes,pela má utilização das matérias-primas e insumos, e, adiante, pelo custo de tratamento e disposição final. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 11 A segunda abordagem, mais atual, é a prevenção da poluição, adotada para atuar sobre os produtos e processos produtivos com o objetivo de prevenir a geração de poluentes. A prevenção da poluição requer mudanças em processos e produtos a fim de reduzir ou eliminar os resíduos na fonte, isto é, antes que eles sejam produzidos. Essa abordagem combina duas preocupações ambientais básicas: uso sustentável dos recursos naturais e controle da poluição. Os instrumentos típicos para o uso sustentável dos recursos são os conhecidos 4Rs: Redução, Reuso, Reciclagem e Recuperação energética. Por último, muitos investidores já consideram a questão ambiental em suas decisões estratégicas, pois sabem que os problemas ambientais estão entre os principais fatores de perda de rentabilidade e de valor patrimonial da empresa. O marketing ambiental é outro fator que impulsiona o tratamento estratégico das questões ambientais. Dessa forma, a gestão ambiental na empresa pode proporcionar benefícios estratégicos, tais como: Melhoria da imagem institucional; Renovação do portfólio de produtos; Aumento da produtividade; Maior comprometimento dos funcionários e melhores relações de trabalho; Criatividade e disposição para novos desafios; Melhores relações com autoridades públicas, comunidade e ONGs ambientalistas; Acesso aos novos mercados externos; e Cumprimento dos padrões ambientais. A abordagem ambiental estratégica significa tratar sistematicamente as questões ambientais para proporcionar maior valor ao negócio da empresa, diferenciando-a de seus concorrentes e contribuindo para dotá-la de vantagens competitivas. Muitas empresas já reconheceram que os resíduos sólidos, as emissões atmosféricas e os impactos ambientais eram sintomas de sistemas improdutivos. O resultado é que essas empresas, de qualquer segmento produtivo, passaram a apresentar um melhor desempenho ambiental e praticamente todas melhoraram sua competitividade econômica, pois passaram a fabricar o mesmo Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 12 produto ou serviço gerando menos resíduos para serem tratados e consumindo menos energia, água e matérias-primas. Paralelamente, as pequenas e médias empresas, integrantes de arranjos produtivos locais ou exportadoras, passaram a se preocupar com a divulgação das boas práticas ambientais que estavam sendo adotadas e a conquistar novos mercados, utilizando os rótulos ambientais. Hoje, portanto, o meio ambiente e a competitividade não são mais antagônicos. A atitude empresarial em relação ao meio ambiente é mais pró-ativa. Muitas indústrias apresentam até um desempenho ambiental superior ao exigido pelas normas. A responsabilidade pelas questões ambientais não está mais funcionalmente isolada, a cargo dos especialistas, mas totalmente integrada à estrutura empresarial. Nas empresas modernas, a responsabilidade ambiental é compartilhada por todos os colaboradores. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 13 3.2. O Desenvolvimento Sustentável entra em Cena Na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1992, no Rio de Janeiro, reconheceu-se a importância de assumir a ideia de sustentabilidade em qualquer programa ou atividade de desenvolvimento. Nesse aspecto, as empresas têm um papel extremamente relevante. Através de uma prática empresarial sustentável, provocando mudança de valores e de orientação em seus sistemas operacionais, estarão engajadas na valorização da ideia de desenvolvimento sustentável e preservação do meio ambiente aumentando o valor ao acionista. Além disso, desenvolvimento sustentável introduz uma dimensão ética e política que considera o desenvolvimento como um processo de mudança social, com consequente democratização do acesso aos recursos naturais e distribuição justa dos custos e benefícios do desenvolvimento. Além do equilíbrio social e ecológico, o desenvolvimento sustentável apresenta como terceira vertente principal a questão do desenvolvimento econômico, onde a responsabilidade comum com a exploração dos recursos materiais, os investimentos financeiros e as rotas do desenvolvimento tecnológico deverão ser harmoniosos. Uma empresa sustentável, por conseguinte, é aquela que contribui com o desenvolvimento sustentável, gerando, simultaneamente, benefícios econômicos, sociais e ambientais – conhecidos como os três pilares do desenvolvimento sustentável1. FFigura 1 – As dimensões da Sustentabilidade O mais evidente sinal dessa mudança atualmente é a percepção de que o maior vilão do meio ambiente, o setor produtivo, tornou-se o setor privilegiado 1 Elkington, J. Towards the sustainable corporation: win-win-win business strategies for sustainable development. California Management Review, v.36, n.3, p. 90-100, 1994. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 14 para conduzir o desenvolvimento sustentável. Da antiga postura reativa, onde só prevalecia a espada da lei, há consenso entre as lideranças empresariais mundiais da necessidade da empresa adotar uma postura pró-ativa no seu desempenho ambiental. O ambientalismo empresarial chegou para ficar e com uma missão privilegiada a cumprir. Considerando o universo de empresas, poucas empresas têm começado a tratar a sustentabilidade como uma oportunidade de negócios, abrindo caminho para a diminuição dos custos e riscos, ou até mesmo elevando seus rendimentos e sua participação de mercado por meio da inovação2. Para a grande maioria das empresas, a busca pela sustentabilidade continua difícil de ser conciliada ao objetivo de aumentar os lucros e o valor para o acionista. Ao partirem de argumentos legais ou morais para a ação das empresas, os executivos subestimam as oportunidades estratégicas de negócios associadas às questões ambientais e sociais. A fim de mudar esse quadro, os executivos precisam fazer uma ligação direta entre sustentabilidade da empresa e a criação de valor para o acionista, viabilizando as condições necessárias para a criação de valor sustentável para a empresa. A Figura 2 ilustra os componentes básicos do modelo de Hart e Milstein3 para criação de valor para o acionista. O modelo utiliza as duas dimensões bem conhecidas (hoje/amanhã e interno/externo) que são fontes de tensão criativa para as empresas. O eixo vertical reflete a necessidade simultânea de manter os negócios atualizados e criar a tecnologia e os mercados de amanhã, representando a necessidade de alcançar resultados de curto prazo ao mesmo tempo em que é necessário pensar no crescimento futuro4. O eixo horizontal representa a necessidade de proteger as habilidades organizacionais internas e, ao mesmo tempo, de infundir na empresa novas perspectivas e conhecimentos vindos de fora. 2 Holliday,C. Sustainable growth, the DuPont way. Harvard Business Review, v.79, n.8, p. 129- 32, 2001. 3 Hart, S., Milstein, M. Creating sustainable value, Academy of Management Executive, v. 17, n. 2, p.56-69, 2003. Apud RAE Executivo. Vol.3, maio/jul 2004. 4 Christensen, C. The Innovation´s dilemma. Boston: Harvard Business School Press, 1998. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 15 A justaposição dessas duas dimensões produz uma matriz com quatro dimensões distintas do desempenho necessário para a criação de valor para o acionista. Figura 2 – As dimensões-chave do valor ao acionista. No quadrante 1 a empresa deve operar hoje eficientementee reduzir riscos e custos operacionais, financeiros, comerciais, ambientais e trabalhistas proporcionalmente aos seus retornos, aumentando o valor ao acionista. O quadrante 2 inclui as partes interessadas externas da empresa (os stakeholders5) – os fornecedores e clientes, bem como órgãos de regulação, comunidades, ONGs e a mídia. Sem uma inclusão acertada dos interesses desses stakeholders o direito de funcionamento e produção de uma empresa pode ser 5 Stakeholders, ou “partes interessadas” são quaisquer indivíduos ou grupos que possam afetar ou são afetados por uma atividade produtiva. Um exemplo é uma comunidade local, com o apoio da mídia, querem saber se uma fábrica está ou não liberando poluentes prejudiciais a saúde; e os consumidores podem exigir que um produto tenha informações mais confiáveis ou investidores que desejam ver uma companhia prosperar Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 16 questionado. Uma abordagem criativa desses interesses pode estimular uma posição empresarial diferenciada, levando a um aumento de reputação e legitimidade, fundamentais para a preservação e o crescimento do valor do acionista. Como pode ser visto no quadrante 3, sem o foco na inovação a empresa terá dificuldade para criar um novo fluxo de produtos e serviços necessários para garantir sua prosperidade no futuro. Nesse ponto, a criação do valor ao acionista dependerá da habilidade da empresa em destruir criativamente suas capacidades atuais em favor da inovação de amanhã. Por último, o quadrante 4 destaca as dimensões externas associadas ao desempenho futuro. Uma trajetória de crescimento consistente exige que a empresa ofereça novos produtos e serviços para os consumidores atuais ou que explore novos mercados. A trajetória de crescimento oferece uma direção para o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos. Da mesma forma que a criação de valor ao acionista exige um desempenho empresarial com múltiplas dimensões, o desenvolvimento sustentável também representa um desafio multidimensional. Essa característica, segundo Almeida6, confunde os governos, que não sabem lidar com um conceito cuja aplicação prática demanda elevado grau de integração e multidisciplinaridade; que não pode ser enquadrado em uma única instância burocrática ou ministério, ou secretarias. A academia, por sua vez, por predominar o pensamento cartesiano, em geral não oferece disciplinas integradoras que encampem o conceito do desenvolvimento sustentável. 6 Fernando Almeida, Cebds. Seminário Imprensa e Desenvolvimento Sustentável. Porto Alegre, out 2004 Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 17 3.3. A Sustentabilidade na Construção Civil A construção civil é reconhecidamente uma das mais importantes atividades para o desenvolvimento econômico e social e, como tal, configura-se no cenário mundial como grande geradora de impactos ambientais em função do elevado consumo de recursos naturais, da quantidade de emissões de gases poluentes e da geração de resíduos. A indústria da construção civil mundial é a maior consumidora de recursos naturais no planeta. Sozinha, a construção civil é responsável por entre 15 e 20 % do consumo de recursos naturais extraídos. Algumas matérias primas tradicionais da construção civil tem reservas mapeadas escassas, como, por exemplo, a madeira e o agregado fino. A construção civil consome cerca de 2/3 da madeira natural extraída, sendo que a maioria das florestas não é manejada adequadamente. O setor, que poderia ser considerado um dos mais despreocupados com a questão ambiental e seus reais impactos no planeta, atualmente vem ganhando força e importância no cenário internacional no que se refere à busca de sua sustentabilidade e na transformação de materiais e práticas e métodos ultrapassados. Todas as pesquisas, estudos e avaliações já realizadas por cientistas de ponta em todo o mundo chegaram à mesma conclusão, hoje já encarada como indiscutível, de que o grau de deterioração dos ecossistemas da Terra, em grande parte provocado por ações antrópicas está atingindo níveis que podem colocar em risco a sobrevivência de muitas das espécies vegetais e animais que aqui habitam, inclusive os seres humanos. Diante destes fatos chega-se facilmente a premissa básica de que nenhuma atividade econômica, nos dias atuais e futuros, pode prescindir de uma avaliação criteriosa de seus potenciais impactos quanto ao consumo de recursos naturais ou à liberação de poluentes para o meio ambiente, levando em conta todas as etapas de seu ciclo de vida. Essa preocupação com a eficiência ambiental, ou ecoeficiência, começa a estender-se, cada vez com maior celeridade, a um dos setores mais tradicionais da atividade humana: a construção civil. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 18 Alguns dados relacionados à construção civil permitem consolidar um quadro nítido da grandeza dos impactos negativos que a atividade pode impor ao meio ambiente. O setor é responsável por7: Até 35% das emissões de CO2 diretas ou indiretas; Cerca de 30% dos recursos naturais extraídos em todo o mundo; Consumir cerca de 21% de toda a água tratada (Brasil); Consumir 42% da energia gerada (Brasil); Gerar cerca de 65% dos resíduos (Brasil); O consumo de agregados naturais varia entre 1 e 9,4 toneladas / habitante / ano. No Brasil o consumo de agregados naturais somente na produção de concreto e argamassas é de 220 milhões de toneladas. Em países como o Reino Unido o consumo de materiais de construção civil é de aproximadamente 6 toneladas / ano / habitante. Ao redor das grandes cidades, areia e agregados naturais começam a ficar escassos, inclusive graças ao crescente controle ambiental da extração das matérias primas. Em São Paulo a areia natural, em sua grande maioria, viaja distâncias superiores a 100 km, elevando o custo para valores em torno de R$ 25,00/m3. O cobre e o zinco, por exemplo, tem reservas suficientes apenas para 60 anos. Para cada tonelada de clinquer produzido mais de 600 kg de CO2 são gerados. Os valores internacionais relativos ao volume de entulho de construção e demolição oscilam entre 0,7 a 1 tonelada por habitante por ano, segundo pesquisa realizada pela Civil Engineering Research Foundation (CERF), entidade ligada ao American Society of Civil Engineers (ASCE), dos Estados Unidos. Nas capitais brasileiras o volume de resíduos gerados pela construção civil já supera o de lixo doméstico chegando a ser duas vezes maior que o volume de lixo sólido urbano. 7 GBC Brasil - http://www.gbcbrasil.org.br/sistema/referencia/1_(201109035538)Artigo_Marcos_Casado_Revi sta_CREA_ES__Junho11.pdf – acessado em 12 de junho de 2013 http://www.gbcbrasil.org.br/sistema/referencia/1_(201109035538)Artigo_Marcos_Casado_Revista_CREA_ES__Junho11.pdf http://www.gbcbrasil.org.br/sistema/referencia/1_(201109035538)Artigo_Marcos_Casado_Revista_CREA_ES__Junho11.pdf Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 19 Principais Desafios:8 O aumento da sustentabilidade da cadeia produtiva da construção civil exige profundas alterações na cultura e significativas inovações tecnológicas. Para tanto, alguns desafios precisam ser enfrentados a partir do compartilhamento e busca de soluções entre os principais representantes do setor, como: Informalidade do setor A informalidade no setor da construção civil é um grande desafio à sustentabilidade social e econômica do país, encampando o desrespeito à legislação urbana, ambiental e trabalhista e a sonegação de impostos. Estas práticas atingem uma parcela de cada elo da cadeia da construção,da extração da matéria-prima, passando pela produção de materiais, comercialização de terras, execução de projetos, construção, manutenção e transporte e destinação de resíduos. Ela degrada a qualidade de vida, restringe a capacidade de investimento do Estado em um ambiente construído de qualidade, eleva as alíquotas de impostos reduzindo drasticamente o mercado para as empresas e profissionais éticos e cumpridores de suas obrigações legais. No entanto, a maioria dos consumidores e profissionais da área não relaciona a sustentabilidade com necessidade de combater a informalidade. Baixa percepção da influência da construção na sustentabilidade Apesar do esforço de muitas empresas e associações brasileiras, boa parte do público consumidor, mesmo aquele preocupado com os desafios da preservação ambiental, ainda não está consciente dos impactos da construção civil nesta realidade. A falta deste entendimento no mercado brasileiro tende a inibir o lançamento de novas construções de perfil mais sustentável, bem como a realização de reformas e modernização de edifícios que promovam a melhoria da qualidade funcional e estrutural do estoque de construções existentes. 8 Fonte: http://www.cbcs.org.br/construcaosustentavel Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 20 Formação de recursos humanos e falta de informação A implementação de uma solução mais sustentável depende não apenas de produtos e processos, mas, também de recursos humanos motivados e tecnicamente capacitados nos diferentes aspectos da construção sustentável. Os conteúdos dos cursos de engenharia civil e arquitetura não contemplam estes problemas. Falta ao país uma cultura de atualização permanentemente dos profissionais do mercado. A conscientização e melhoria da formação dos operários, tanto da indústria quanto dos canteiros é também uma necessidade. Também por falta de informação, o mercado consumidor não exige das empresas uma postura ambientalmente correta. Apesar de ter papel fundamental na impulsão das construtoras e incorporadoras e poder recolher excelentes benefícios diretos e indiretos ao consumir imóveis sustentáveis, muitos consumidores ainda não entendem tais benefícios. Carência de ferramentas de projeto, produção e operação A implementação de soluções mais sustentáveis vai depender do desenvolvimento de ferramentas práticas como, softwares para projetos; manuais de gestão de produção, para o canteiro de obras e para diferentes materiais e componentes; manuais para as fases de uso e operação dos empreendimentos; materiais específicos para a construção autogerida, entre outros. Desenvolver e implementar este ferramental é um dos grandes desafios colocados. Legislação e normalização inadequadas A variada legislação aplicada à Construção Civil Brasileira, com destaque para os códigos de obra, não privilegia e, por vezes, limita o investimento em práticas a sustentabilidade das construções. A mesma dificuldade existe também com as normas técnicas de materiais e processos. Por outro lado, a experiência internacional mostra que a introdução em grande escala de soluções de construção mais sustentável pode ser promovida por incentivos legais. Inovação continuada A cadeia da construção civil tem baixa tradição em inovação. No entanto, um novo mercado da construção civil mais ecoeficiente vai exigir o desenvolvimento contínuo de uma grande variedade de novos produtos e processos, que sejam adequados às diferentes realidades do país. Novos mercados devem ser criados e a tendência à exportação intensificada. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 21 3.4. Mercado Internacional O mercado da construção civil em países desenvolvidos encontra-se, em sua maior parte, em níveis mais elevados de sustentabilidade. Uma das principais razões pela qual o fato ocorre é que, por terem iniciado seu desenvolvimento em momento anterior ao daqueles países menos desenvolvidos e sem maiores preocupações ambientais, os países desenvolvidos iniciaram seu processo de degradação ambiental antes. Desta forma, as consequências abaixo acabaram por impulsionar aspectos de sustentabilidade em seus projetos: Escassez de recursos naturais Falta de matéria prima Esgotamento de fontes energéticas não renováveis Alto custo da energia Alto custo da água Escassez de locais para destinação de resíduos Alto nível de informação do consumidor Incentivos fiscais Legislação ambiental rígida Compromisso com a redução de emissões Investimentos em pesquisas e novas tecnologias Apesar de países como a Alemanha já possuírem legislações ambientais com altos níveis de exigência, ainda é através das Certificações Ambientais de empreendimentos que os níveis de sustentabilidade das construções são medidos internacionalmente. As certificações são um efetivo instrumento de garantia da adoção de critérios de sustentabilidade de forma imparcial, já que são, na maioria das vezes, verificadas por terceira parte independente e, muitas vezes, sem fins lucrativos. Elas são adotadas para que ações como a “auto-denominação” como sustentável ou a propaganda enganosa sejam evitados. O fato de retirar a responsabilidade do poder público também é um aspecto positivo já que este não teria poder, velocidade ou mão de obra qualificada para fiscalização ou adaptação aos avanços tecnológicos. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 22 Abaixo, uma lista de certificações ambientais para empreendimentos de acordo com os respectivos países onde são encontradas:9 Australia: Nabers / Green Star / BASIX Canada: LEED Canada / Green Globes / Built Green Canada China: GBAS / LEED Finlândia: PromisE / LEED França: HQE / LEED Alemanha: DGNB / CEPHEUS / LEED Hong Kong: BEAM Society Limited / LEED India: Indian Green Building Council (IGBC) – LEED / GBCIndia (Green Building Construction India)/ GRIHA Indonesia: Green Building Council Indonesia (GBCI)- LEED / Greenship Italia: Protocollo Itaca / Green Building Council Italia - LEED Japão: CASBEE / LEED Jordânia: Jordan Green Building Council - LEED Coréia do Sul: Green Building Certification Criteria / Korea Green Building Council - LEED Malásia: GBI Malaysia - LEED México: LEED México Holanda: BREEAM Netherlands / LEED Nova Zelândia Green Star NZ Paquistão: Pakistan Green Building Council - LEED Filipinas: BERDE / Philippine Green Building Council - LEED Portugal: Lider A / SBToolPT® Qatar: LEED Taiwan: Green Building Label / LEED Singapura: Green Mark / LEED África do Sul: Green Star SA / Espanha: VERDE / LEED 9 http://en.wikipedia.org/wiki/Green_building - acessado em 20 de junho de 2013 http://www.nabers.com.au/faqs.aspx http://www.gbca.org.au/green-star/ https://www.basix.nsw.gov.au/ http://www.cagbc.org/ http://www.greenglobes.com/ http://www.builtgreencanada.ca/ http://www.cngbn.com/ http://www.vtt.fi/ http://www.certivea.fr/ http://www.dgnb.de/ http://www.cepheus.de/ http://www.beamsociety.org.hk/ http://www.igbc.in/ http://www.gbcindia.org/ http://www.gbcindia.org/ http://www.grihaindia.org/ http://www.gbcindonesia.org/ http://www.gbcindonesia.org/greenship/guidelines.html/ http://www.itaca.org/ http://www.gbcitalia.org/ http://www.ibec.or.jp/CASBEE/english/overviewE.htm http://www.jordangbc.org/ http://greenbuilding.re.kr/ http://www.greenbuilding.or.kr/ http://www.greenbuilding.or.kr/ http://www.greenbuildingindex.org/ http://www.mexicogbc.org/ http://www.dgbc.nl/ http://www.nzgbc.org.nz/ http://pgbc.org.pk/ http://berdeonline.org/ http://philgbc.org/ http://www.lidera.info/ http://www.iisbeportugal.org/ http://www.cabc.org.tw/gbm/en/HTML/website/index.asphttp://www.bca.gov.sg/GreenMark/green_mark_buildings.html http://www.gbcsa.org.za/ http://en.wikipedia.org/wiki/Green_building Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 23 Suíça: Minergie Estados Unidos: LEED / Living Building Challenge / Green Globes / Build it Green / NAHB NGBS / International Green Construction Code (IGCC) / ENERGY STAR Inglaterra: BREEAM / LEED Emirados Árabes: Estidama / LEED Turquia: CEDBİK / LEED Tailândia: TREES / LEED Vietnã: LOTUS Rating Tools A Certificação LEED® (Leadership in Energy and Environmental Design) é a ferramenta mais reconhecida mundialmente no que se refere à classificação de construções em relação ao grau de sustentabilidade e eficiência. Desenvolvida pelo United States Green Building Council (USGBC) desde 1993, teve sua primeira aplicação em 1999. Até o ano de 2012, mais de 900 milhões de metros quadrados de área construída certificada LEED em todo mundo, além daquelas registradas no processo de certificação. Para facilitar a aplicação do LEED pelo mundo, o USGBC reuniu um comitê (Internacional Roundtable10), formado por 30 países, com a participação do Brasil, para a internacionalização da ferramenta de acordo com peculiaridades regionais. Fonte: GBC Brasil 10 http://www.usgbc.org/committees/international http://www.minergie.com/home_en.html http://www.usgbc.org/LEED/ http://www.cascadiagbc.org/lbc http://www.greenglobes.com/ http://www.builditgreen.org/ http://www.builditgreen.org/ http://www.nahbgreen.org/ http://en.wikipedia.org/wiki/International_Green_Construction_Code_(IGCC) http://www.energystar.gov/buildings http://www.energystar.gov/buildings http://www.breeam.org/ http://www.estidama.org/ http://www.tgbi.or.th/ http://www.vgbc.org.vn/en/lotus/lotus-vn-rating-tool/ http://www.usgbc.org/committees/international Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 24 As críticas às certificações ambientais são inúmeras e se dão principalmente pela falta de adaptabilidade que certificações apresentam ao serem adotadas em diferentes países, com diferentes legislações, técnicas construtivas, materiais e climas. Outra crítica frequentemente realizada é o caráter comercial das certificações, segundo a qual as preocupações ambientais perdem importância quando comparadas à valorização comercial dos empreendimentos ou ao marketing das empresas envolvidas. Apesar de todas as críticas e deficiências que as certificações podem apresentar, elas têm se mostrado eficientes como impulsionadores do mercado no caminho da sustentabilidade. Mesmo que os objetivos de alcança-las não sejam os mais nobres, o resultado final são empreendimentos que acabam obtendo reduções nos impactos ambientais e no bem estar de seus ocupantes. O aspecto positivo das certificações ambientais é o fato de que elas educam o mercado, seus governantes e entidades para que estes sejam capazes de criar massa crítica e, consequentemente, desenvolver seus próprios sistemas, exigências e legislações ambientais. A definição do modelo de cada país ou região acontecerá naturalmente, através da movimentação e seleção natural dos mercados e stakeholders envolvidos. Metodologia de projetos Ao partir para a adoção de técnicas e soluções mais ousadas e inovativas de projetos para que fossem alcançados melhores índices de sustentabilidade e eficiência, profissionais envolvidos logo perceberam que a simples busca pela melhoria da qualidade de projetos e obras não presentava eficiência sem causar acréscimos de custos nos orçamentos iniciais, além de atrasos em cronogramas. Rapidamente percebeu-se que o problema não estava na busca da sustentabilidade ou melhoria de desempenho, mas sim na forma sob a qual os projetos estavam sendo gerenciados e na metodologia utilizada para seu desenvolvimento. A indústria da construção civil, ao contrário de todas as outras, era a única que não conseguia apresentar melhorias em seus índices de produtividade e, para que fossem alcançados altos níveis de sustentabilidade, soluções criativas, adequadas aos objetivos de investidores, era preciso repensar toda maneira de projetar e construir. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 25 Naturalmente, a maneira através da qual estamos concebendo nossas edificações traz consequências como: perda da qualidade de projeto; número excessivo de revisões e alterações projetuais; impossibilidade de criação de soluções inovadoras; curto prazo de entrega; atritos entre equipes, gerados pela falta de planejamento e desconforto geral; retrabalhos em obra; atrasos e custos estourados. O que se propõe nos Estados Unidos a partir de 1994 é uma mudança na maneira de projetar empreendimentos que precisam ser mais eficientes ou até mesmo aqueles que simplesmente têm a intenção de que sejam obtidas melhorias nos processos e resultados de projeto e obras. Este novo método é chamado de Processo de Projeto Integrado (PPI) ou Integrated Design Process ou ainda Integrated Project Delivery. O PPI é desenvolvido de maneira que todas as equipes estejam trabalhando juntas, de maneira realmente colaborativa, desde o início da concepção de projetos, onde os profissionais das mais variadas competências opinam sobre suas especialidades ou não. Processo de Projeto Integrado ou Integrated Project Delivery (IPD) ou Integrated Design Process (IDP): Abordagem que integra pessoas, sistemas, estruturas de negócios e práticas em um processo colaborativo que otimiza talentos e ideias de TODOS os participantes desde as fases mais iniciais dos projetos.11 O resultado obtido é consequência de um processo onde todas as opiniões, de cada possível interessado, são levadas em consideração e as soluções são trabalhadas em conjunto até que se atinjam os níveis de sustentabilidade, economia, eficiência, estética, qualidade e segurança estipulados ou objetivados. Esta metodologia deve levar em conta a gestão das equipes de projeto em relação a esclarecimentos gerais, cronograma, formas de comunicação, mapeamento do processo, custos, relacionamento entre equipes e profissionais, estímulos à produtividade e inovação entre outros. É neste momento que ressaltamos a importância do gestor de projetos, que deve ser capaz de coordenar as equipes e manter o cliente informado sobre o perfeito andamento dos trabalhos. 11 Integrated Project Delivery – A Working Definition, Version 1 May 15, 2007,AIA California Council Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 26 Ao longo de um processo de projeto integrado (PPI), acontecem os “Eco- Multirões” de Projeto ou “Eco-Charrettes” – termo em inglês. Eco-Multirões são reuniões entre todas as equipes de projeto, que podem ter duração de um dia, dois ou uma semana, dependendo da complexidade ou fase do projeto, disponibilidade das equipes entre outros. Os principais objetivos destas reuniões são as definições de metas do projeto, prioridades, linhas de atuação, premissas e o surgimento de ideias que possam realmente ser valiosas ao projeto. Seções de brainstorming e debates devem ser realizados para que, antes que se inicie o processo de desenho, as equipes estejam alinhadas com os aspectos que realmente importam para a edificação e cliente. “PPIs têm atingido de 20 a 30% de reduções em cronogramas”12 15 Dicas para o sucesso do Processo de Projeto Integrado: 1. O trabalho deve ser liderado por profissional com experiência no assunto. 2. Agendas bem definidas 3. Ênfase no lado “pessoal” 4. Estabelecer metas mensuráveis 5. Não pular etapas 6. Respeito e confiança mútua 7. Colaboração inovativa 8. Planejamento antecipado, ênfase nas etapas iniciais 9. Comunicação aberta 10. BuildingInformation Modeling (BIM), sendo utilizado por múltiplas equipes 11. Princípios “enxutos” de projeto, obra e operação 12. Escolha do local adequado 12 Fonte: Miller, p. 83.citing figure 5.7 provided by Solidus, Construction industry Institute: Findings, National Project Delivery System Study. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 27 13. Transparência nas finanças 14. Participação regular dos tomadores de decisões 15. Obter explicações técnicas claras 3.5. Mercado Nacional Em notícia publicada em 07 de junho de 2013, a Revista EXAME diz que “Entre 2009 e 2012, o número de certificações de prédios segundo padrões ecológicos cresceu 412% no Brasil.”13 Estes números são suficientes para termos a noção da importância e visibilidade do assunto no setor. O mercado nacional de construções sustentáveis tem evoluído com extrema rapidez e, cada vez mais, alcançando números de países desenvolvidos. Legislações Ambientais locais, estaduais e federais têm contribuído com exigências e, raras vezes, incentivos a adoção de medidas de redução de impactos ambientais, mas é através das certificações ambientais de empreendimentos que são encontradas as maiores iniciativas de sucesso. A fiscalização e a clara definição de critérios ambientais a serem atendidos, realizados por uma terceira parte independente, e o valor de mercado dos imóveis certificados contribuem para este movimento. Ao contrário do que aconteceu em países desenvolvidos, a iniciativa privada foi a que primeiro incorporou a certificação ambiental em seus empreendimentos, em seguida, observamos projetos públicos e institucionais seguindo o mesmo exemplo. A presença e atuação de entidades como o Green Building Council Brasil (GBCB), o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), a Fundação Vanzolini, a Eletrobrás, entre outros são importantes impulsionadores de diversas iniciativas de sucesso no caminho da redução de impactos ambientais da construção civil, aliada à manutenção de requisitos técnicos e econômicos dos empreendimentos. 13 http://exame.abril.com.br/noticia/o-mercado-de-construcao-sustentavel-em- numeros/imprimir Acessado em 12 de junho de 2013 http://exame.abril.com.br/noticia/o-mercado-de-construcao-sustentavel-em-numeros/imprimir http://exame.abril.com.br/noticia/o-mercado-de-construcao-sustentavel-em-numeros/imprimir Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 28 3.6. Certificações Ambientais de Empreendimentos no Brasil 14 A CERTIFICAÇÃO LEED®: Até final de 2012, o Brasil acumulou 640 projetos registrados e 79 empreendimentos certificados, englobando todas as categorias, demonstrando o crescimento da busca pela certificação LEED no Brasil. Fonte: GBC Brasil Modalidades de Certificação: Projetos são enquadrados em diferentes modalidades da Certificação LEED dependendo de suas características e funções. As modalidades disponíveis são: 1. Homes (Casas) – não disponível no Brasil 2. Neighborhood Development (ND) – Bairros e Vizinhanças 3. Commercial Interiors (CI) – Interiores Comerciais 4. Core & Shell (CS) – Core e Envoltória 5. New Construction (NC) – Novas Construções 6. Schools - Escolas 7. Healthcare (HC) – Clínicas e Hospitais 8. Retail – Comércio 9. Existing Buildings, Operations & Maintenance (EB_O&M) – Edifícios Existentes, Operação e Manutenção 14 Casa do Futuro. (2013). Apresentação Casa do Futuro- LEED_PROCEL_QUALIVERDE-R02 Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 29 O Selo LEED® pode ser obtido através de um ranking de pontuação. De acordo com os objetivos do cliente a certificação poderá ser Certified, Silver, Gold ou Platinum. Além de um mínimo de 40 pontos, para que o projeto atinja a certificação, itens obrigatórios devem ser atendidos. Estes itens são chamados de pré-requisitos e variam de acordo com a modalidade LEED em questão. Certificado: entre 40 a 49 pontos Prata: entre 50 a 59 pontos Ouro: entre 60 a 79 pontos Platina: 80 pontos ou mais. CATEGORIAS LEED – Exceto para a certificação de Bairros e Vizinhanças (LEED ND): Espaço e Localização Uso Racional da Água Energia e Atmosfera Materiais e Recursos Qualidade Ambiental Interna Inovação e Performance Exemplar Prioridade Regional A maior parte das certificações LEED, no Brasil e pelo mundo, encontra-se nas modalidades Novas Construções e Core &Shell. Entre estas modalidades, os critérios a serem sofrem pouca variação. A mesma base de critérios é utilizada nas certificações para comércio, escolas e hospitais, com a inserção de modificações devido às peculiaridades destas tipologias. Para as modalidades Edifícios Existentes, Interiores Comerciais e Vizinhanças a estrutura de critérios obrigatórios e opcionais já sofre maiores modificações. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 30 A CERTIFICAÇÃO LEED ® : CRITÉRIOS DA CERTIFICAÇÃO LEED NC – Novas Construções e Grandes Reformas 15 : CATEGORIA ESPAÇO SUSTENTÁVEL SS PRÉ-REQUISITO 1 - PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO NA CONSTRUÇÃO - OBRIGATÓRIO Requerimentos: Desenvolver e implantar um Plano de Controle e Prevenção de Erosão, Sedimentação e Poluição para todas as atividades da construção. O plano deve seguir os requerimentos do 2003 EPA Construction General Permit ou normas e códigos locais, o que for mais restritivo. O plano deve conter medidas para: Prevenir a perda de solo através das chuvas, ventos e movimentações, incluindo a proteção de solo armazenado para reutilização posterior; Prevenir sedimentação de rios, lagos ou tubulações de efluentes e águas pluviais; Prevenir poluição do ar e entorno, controlando a geração de poeira e material particulado. SS CRÉDITO 1 - SELEÇÃO DO TERRENO - 1 PONTO Requerimentos: Não construir em: Terrenos protegidos por lei, incluindo áreas que abriguem espécies ameaçadas; Áreas de proteção ambiental e Áreas Preservação Permanente (APP); Áreas não desenvolvidas sujeitas a enchente; Parques públicos; Áreas não desenvolvidas a menos do que 15 metros de corpos d´água. SS CRÉDITO 2 - DENSIDADE URBANA E CONEXÃO COM COMUNIDADE- 5 PONTOS 15 Casa do Futuro. (2013). Programa de Necessidades Certificações Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 31 Requerimentos: Opção 01: Área previamente desenvolvida E em comunidade com densidade mínima de 13.800 m2 de área construída por hectare ou; Opção 02: O terreno escolhido deve apresentar as seguintes características: Ser uma área previamente desenvolvida; Estar localizado a menos de 800 metros de área residencial com, no mínimo, 10 unidades a cada acre = 4.047 m2; Estar localizado a menos de 800 metros de 10 serviços básicos com acesso de pedestres. SS CRÉDITO 3 - DESCONTAMINAÇÃO DE ÁREAS POLUÍDAS - 1 PONTO Requerimentos: Implantar um plano de descontaminação do solo e/ou lençol subterrâneo na área comprovadamente contaminada por órgão governamental. SS CRÉDITO 4.1 - TRANSPORTE ALTERNATIVO: ACESSO A TRANSPORTE PÚBLICO - 6 PONTOS Requerimentos: Opção 01: O terreno estar localizado a menos de 800 metros de distância entre a entrada principal do edifício e uma estação de metrô ou trem (existente ou planejada para inauguração em até 5 anos) ou; Opção 02: O terreno estar localizado a menos de 400 metros de distância de um ponto de ônibus com pelo menos 2 linhas em operação. SS CRÉDITO 4.2 - TRANSPORTE ALTERNATIVO: BICICLETÁRIO E VESTIÁRIOS - 1 PONTO Requerimentos:CASO 1: Edifícios Comerciais ou Institucionais: Prever bicicletário a uma distância máxima de 180 metros da entrada principal para 5% do total de usuários do edifício (medido em período de pico) e; Vestiários (chuveiros e armários) a uma distância máxima de 180 metros da entrada principal, caso não esteja dentro do edifício para 0,5% dos FTEs. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 32 O edifício deve ser facilmente acessado por bicicletas. O bicicletário deve ser seguro e projetado adequadamente. CASO 2: Edifícios Residenciais: Prever bicicletário coberto para 15% do total de ocupantes do edifício. SS CRÉDITO 4.3 - TRANSPORTE ALTERNATIVO: VEÍCULOS EFICIENTES E DE BAIXA EMISSÃO - 3 PONTOS Requerimentos: Opção 01: Prever vagas preferenciais para veículos eficientes e de baixa emissão para 5% do total das vagas com devida demarcação e divulgação ou; Opção 02: Disponibilizar estação de reabastecimento de combustíveis alternativos para 3% do total das vagas com devida ventilação, demarcação e divulgação ou; Opção 03: Disponibilizar veículos de baixa emissão para 3% do total de FTEs ou; Opção 04: Criar programa de transportes com veículos de baixa emissão. Obs. Vagas preferenciais se referem às vagas localizadas mais perto da entrada principal do edifício (excluindo as vagas destinadas para portadores de necessidades especiais) ou vagas oferecidas com desconto mínimo de 20% no preço do estacionamento. Nesse caso, o desconto deve ser oferecido a todos os ocupantes (não somente a 5%), ser divulgado apropriadamente e disponível por pelo menos 2 anos. Os veículos considerados de baixa emissão são aqueles classificados como Zero Emission Vehicles (ZEV) pela California Air Resources Board e os veículos com combustíveis eficientes são definidos como aqueles que possuem nota mínima 40 no guia de classificação anual de veículos Green Score pelo American Council for an Energy Efficient Economy (ACEEE). SS CRÉDITO 4.4 - TRANSPORTE ALTERNATIVO: CAPACIDADE DO ESTACIONAMENTO - 2 PONTOS Requerimentos: CASO 1: Projetos Comerciais / Institucionais: Opção 01: Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 33 Não exceder número de vagas exigidas por lei e alocar vagas preferenciais para 5% do total de vagas ou; Opção 02: Para projetos que oferecem menos do que 5% de vagas para FTEs, providenciar vagas preferenciais destinadas a “carpools” (veículos compartilhados por 2 ou mais pessoas) ou vans para 5% do total do número de vagas ou; Opção 03: Não criar vagas de estacionamento ou; Opção 4: Para projetos localizados em terrenos que não tenham legislação para número de vagas, projetar 25% menos vagas que o descrito em 2003 Institute of Transportation Engineers (ITE) “Parking Generation” (www.ite.org) CASO 2: Projetos Residenciais: Opção 01: Não exceder número de vagas exigidas por lei e fornecer infra-estrutura de suporte para programas que facilitem o uso compartilhado de veículos, como áreas de embarque e desembarque, vagas para vans, agenda de caronas e serviços de transfer até o ponto de transporte em massa ou; Opção 02: Não criar vagas de estacionamento ou; Caso 3: Projetos de Uso Misto: Edifícios de uso misto com área comercial menor que 10% devem ser considerados como residenciais e aderir aos requerimentos do caso 2. Para edifícios de uso misto com mais de 10% de área comercial, a porção de área comercial deve aderir aos requerimentos do caso 1 enquanto que a área residencial deve aderir aos requerimentos do caso 2 ou; Opção 02: Não criar vagas de estacionamento. Obs. Vagas preferenciais se referem às vagas localizadas mais perto da entrada principal do edifício (excluindo as vagas destinadas para portadores de necessidades especiais) ou vagas oferecidas com desconto mínimo de 20% no preço do estacionamento. Nesse caso, o desconto deve ser oferecido a todos os ocupantes (não somente a 5%), ser divulgado apropriadamente e disponível por pelo menos 2 anos. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 34 SS CRÉDITO 5.1 - PROTEÇÃO OU RESTAURAÇÃO DO HABITAT - 1 PONTO Requerimentos: Áreas não desenvolvidas: Limitar as perturbações no terreno obedecendo aos seguintes parâmetros: • Até 12 metros do perímetro do edifício; • Até 3 metros de passeios, pátios, superfícies de estacionamentos e utilidades com menos de 30cm de diâmetro; • Até 4,5 metros de ruas e principais trincheiras da construção; • Até 7,5 metros de áreas com superfícies permeáveis, tal como pavimentação permeável, equipamentos de detenção de águas pluviais e campo para prática esportiva; Áreas previamente desenvolvidas: Proteger ou restaurar 50% das áreas (excluindo pegada da construção) ou 20% da área total do terreno, o que for maior, com vegetação nativa ou adaptada. Os projetos que conquistarem o crédito 2 desta categoria podem incluir telhados verdes nos cálculos (plantas tem que ser nativas ou adaptadas, fornecer habitat e promover biodiversidade). SS CRÉDITO 5.2 - MAXIMIZAR ESPAÇOS ABERTOS - 1 PONTO Requerimentos: Caso 1: Áreas com legislação local para espaços abertos: Exceder a área de espaços abertos exigidos por lei em 25%. Desse total, pelo menos, 25% devem ser vegetados ou; Caso 2: Áreas sem legislação local para espaços abertos: Fornecer espaço aberto vegetado com área igual a pegada do edifício ou; Caso 3: Áreas com legislação local, mas sem exigência de espaços abertos: Fornecer espaço aberto vegetado igual a 20% da área total do terreno. Todos os CASOS: Projetos que conquistem o crédito 2 desta categoria podem incluir nos cálculos: telhados verdes, pavimentações ou calçadas para pedestres (contanto que 25% das áreas abertas sejam vegetadas). As áreas que não forem vegetadas devem ser altamente permeáveis (mais que 50%) e/ou pavimentadas com materiais de cores claras (SRI>29). Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 35 SS CRÉDITO 6.1 - ÁGUA DE CHUVA – REDUÇÃO DA QUANTIDADE - 1 PONTO Requerimentos: CASO 1: Impermeabilização existente < 50%: Opção 01: Não exceder as taxas (pico) de vazão e quantidade de águas pluviais descartadas pré- desenvolvimento ou; Opção 02: Implantar plano de gestão de águas pluviais que previna despejo de sedimentos nos canais ou rede de águas pluviais. CASO 2: Impermeabilização existente > 50%: Implantar plano de gestão de águas pluviais que promova a redução de 25% do volume e da vazão do escoamento de águas pluviais da situação original. SS CRÉDITO 6.2 - ÁGUA DE CHUVA – CONTROLE DA QUALIDADE -1 PONTO Requerimentos: Elaborar um Plano de Gestão de Águas Pluviais que promova a redução de áreas impermeáveis, o aumento da infiltração no terreno, a coleta e tratamento da água de escoamento referente a 90% da média anual das chuvas. O plano deve ser desenvolvido utilizando BMPs (Best Management Practices – U.S. EPA - Environmental Protection Agency) e ser capaz de remover 80% do Total de Sólidos Suspensos (TSS) da média anual de águas descartadas pós-desenvolvimento. Como exemplo, pode-se utilizar materiais de pavimentação permeáveis, captação de águas pluviais para reuso na irrigação e aplicações não potáveis, valas de infiltração, tanques de retenção e telhados verdes. SS CRÉDITO 7.1 - EFEITO ILHA DE CALOR – ÁREAS DESCOBERTAS - 1 PONTO Requerimentos: Opção 01: Usar a combinação das seguintes estratégias para 50% das áreas descobertas: 1. Sombreamento por árvores em um prazo máximo de cinco anos; 2. Sombreamento por estruturas cobertas por painéis solares; 3. Sombreamento por estruturas com SRI (Solar Reflectance Index) > 29; 4. Pavimentações com SRI > 29; Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 36 5. Pavimentostipo “open-grid” que tenham permeabilidade > 50% ou; Opção 02: Localizar, no mínimo, 50% das áreas de estacionamento sob coberturas que atendam aos critérios acima. SS CRÉDITO 7.2- EFEITO ILHA DE CALOR – ÁREAS COBERTAS- 1 PONTO Requerimentos: Opção 01: Utilizar materiais no telhado com SRI ≥ 29 quando houver inclinação > 2:12 ou SRI ≥ 78 quando houver inclinação ≤ 2:12. Em ambos os casos, aplicar em pelo menos 75% da área da cobertura; Opção 02: Instalação de telhado vegetado que cubra pelo menos 50% da área total do telhado ou; Opção 03: Utilizar materiais com alta refletância e telhado vegetado em combinação. SS CRÉDITO 8 - REDUÇÃO DA POLUIÇÃO LUMINOSA - 1 PONTO Requerimentos: Para iluminação interna: Opção 01: Através de comandos automatizados, reduzir cargas de iluminação com visada direta para superfícies translúcidas das fachadas, em pelo menos 50% no período entre 23 e 5 h ou; Opção 02: As aberturas das fachadas, com linha direta de visada para luminárias, devem ser protegidas (cortinas, persianas, brises) automaticamente entre 23 e 5 h para um resultado de transmitância menor que 10% do total. Para iluminação externa: Iluminar somente as áreas onde há necessidade para segurança e conforto. As densidades de potência instalada devem seguir os limites de iluminação impostos na ASHRAE 90.1-2007 de acordo com a zona de classificação do projeto. As zonas são definidas pela norma IESNA RP-33 (LZ1, LZ2, LZ3 ou LZ4) e indicam os valores permitidos de iluminância e fluxo luminoso nos planos vertical e horizontal. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 37 EFICIÊNCIA NO USO DA ÁGUA PRÉ-REQUISITO 1 - REDUÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA - OBRIGATÓRIO Requerimentos: Empregar estratégias que reduzam em pelo menos 20% o consumo de água através do cálculo do baseline. Obs.: Sistemas de irrigação não inclusos nos cálculos. O cálculo é baseado no uso estimado para os ocupantes e inclui: torneiras, mictórios, bacias sanitárias, chuveiros, torneiras de cozinha e sprays para pré-lavagem de utensílios de cozinha. Deve ser especificado no projeto dispositivos economizadores como descargas duplo fluxo, torneiras com sistema de pressão ou automáticas, mictórios baixo fluxo ou sem água e chuveiros com redutores de vazão. WE CRÉDITO 1 - IRRIGAÇÃO EFICIENTE - 2 A 4 PONTOS Requerimentos: Opção 01: Reduzir o uso de água potável para irrigação em 50% (2 pontos) ou; Opção 02: Não utilização de água potável para irrigação (4 pontos). Deve-se utilizar 100% de água de reuso ou pluvial para a irrigação ou especificar espécies que não necessitem de irrigação permanente fora do período inicial (18 meses no máximo) para estabelecimento da espécie no local. WE CRÉDITO 2 - INOVAÇÃO TECNOLOGICA PARA ESGOTO - 2 PONTOS Requerimentos: Opção 01: Redução de água potável nos sistemas de esgoto em 50% através do uso de equipamentos de baixo consumo e uso de água não potável ou; Opção 02: Dar tratamento primário para 50% do volume de esgoto, com destino à reutilização ou infiltração. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 38 WE CRÉDITO 3 - REDUÇÃO NO USO DE ÁGUA - 2 A 4 PONTOS Requerimentos: Empregar estratégias que reduzam em 30% / 35% ou 40% o consumo de água através do cálculo do baseline. Obs.: Sistemas de irrigação não inclusos nos cálculos. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 39 ENERGIA E ATMOSFERA EA PRÉ-REQUISITO 1 - COMISSIONAMENTO FUNDAMENTAL - OBRIGATÓRIO Requerimentos: Comissionar, no mínimo, os sistemas abaixo: Ventilação e climatização; Iluminação (incluindo natural); Aquecimento de água; Energias renováveis; EA PRÉ-REQUISITO 2 - PERFORMANCE MÍNIMA DE ENERGIA - OBRIGATÓRIO Requerimentos: Demonstrar, através de simulação energética computacional, uma redução mínima de 10%, para novos edifícios, ou 5%, para grandes reformas, no consumo de energia da construção proposta quando comparada com seu “baseline”. O “baseline” deve ser calculado de acordo com o Appendix G da ASHRAE 90.1-2007. O projeto proposto deve ser executado segundo critérios das seções 5.4, 6.4, 7.4, 8.4, 9.4 e 10.4 da ASHRAE 90.1-2007. EA PRÉ-REQUISITO 3 - GERENCIAMENTO FUNDAMENTAL DE REFRIGERANTES - OBRIGATÓRIO Requerimentos: Não utilizar gases refrigerantes a base de CFCs no sistema HVAC. EA CRÉDITO 1 - OTIMIZAÇÃO DA PERFORMANCE ENERGÉTICA - 1 A 19 PONTOS Requerimentos: Demonstrar, através de simulação energética computacional, uma redução de até 48%, para novas construções, e 46%, para grandes reformas, no consumo de energia da construção proposta quando comparada com seu “baseline”. O “baseline” deve ser calculado de acordo com o Appendix G da ASHRAE 90.1-2007. O projeto proposto deve ser executado segundo critérios das seções 5.4, 6.4, 7.4, 8.4, 9.4 e 10.4 da ASHRAE 90.1-2007. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 40 EA CRÉDITO 2 - ENERGIA RENOVÁVEL ON-SITE - 1 A 7 PONTOS Requerimentos: Instalar sistemas de energia renováveis de maneira a suprir entre 1 e 13% do consumo total do edifício. Apresentar cálculo de desempenho do projeto expressando a quantidade de energia renovável produzida como percentual do custo de energia anual do edifício e usar a tabela abaixo para determinar o número de pontos alcançados. EA CRÉDITO 3 - COMISSIONAMENTO AVANÇADO - 2 PONTOS Requerimentos: Implementar ou apresentar um contrato que comprove a realização de atividades adicionais da autoridade de comissionamento em relação ao pré-requisito 1. EA CRÉDITO 4 - GERENCIAMENTO AVANÇADO DE REFRIGERANTES - 2 PONTOS Requerimentos: Opção 01 – Não utilizar refrigerantes; ou Opção 02 – Selecionar refrigerantes que minimizem ou eliminem as emissões de componentes que danificam a camada de ozônio. Não utilizar gases refrigerantes a base de CFCs, HCFCs ou Halon nos sistemas de climatização e combate a incêndio. EA CRÉDITO 5 - MEDIÇÕES E VERIFICAÇÕES - 3 PONTOS Requerimentos: Opções 01 e 02: Projetar as instalações de forma que seja possível fazer medições individuais periódicas dos maiores sistemas consumidores (ex. ar condicionado, bombas, iluminação) do edifício ao longo de seu ciclo de vida. Desenvolver e implantar um plano de medições e verificações (M&V) de acordo com o International Performance Measurement & Verification Protocol (IPMVP) Volume III, opções D e B, respectivamente. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 41 EA CRÉDITO 6 - GREEN POWER - 2 PONTOS Requerimentos: Formalizar contrato, de no mínimo dois anos, para fornecimento de energias renováveis para suprir ao menos 35% do total consumido no edifício. Baseado em quantidade, não em custo. Outra abordagem para alcance a este crédito é a compra de RECs (Renewable Energy Certificates). Neste caso, a quantidade de RECs também deve ser igual a 35% do consumo de eletricidade anual estimado do edifício para um período de dois anos ou de 70% do consumo estimado para um período de um ano, comprados de uma só vez ou de forma parcelada. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 42 MATERIAIS E RECURSOS MR PRÉ-REQUISITO 1 - ARMAZENAMENTO E COLETA DE RECICLAVEIS - OBRIGATÓRIO Requerimentos: Prever local para armazenagem e separação de recicláveis. Facilitar o acesso à área dedicada para o armazenamento e coleta do material reciclável. O projeto deve apresentar em detalhes o local para armazenagem de recicláveis. Deverá ser apresentada também a descriçãodo gerenciamento de resíduos para a operação do edifício. Os materiais coletados devem incluir, no mínimo, papel, papelão, vidros, plásticos e metais. MR CRÉDITO 1.1 - REUSO DA EDIFICAÇÃO – ELEMENTOS ESTRUTURAIS - 1 A 3 PONTOS Requerimentos: Manter no mínimo 55% dos elementos estruturais do edifício como paredes, pisos e telhados. Para 75%, 2 pontos e para 95%, 3 pontos. MR CRÉDITO 1.2 - REUSO DA EDIFICAÇÃO – ELEMENTOS NÃO ESTRUTURAIS - 1 PONTO Requerimentos: Usar os elementos não estruturais internos do edifício como paredes internas, portas, pisos e tetos. O valor mínimo é de 50% da área do edifício completo, incluindo as adições. Os materiais perigosos removidos como parte do escopo do projeto devem ser excluídos do cálculo. Se o projeto incluir adições com mais de 2 vezes a área do edifício existente, este crédito não é aplicável. MR CREDITO 2 - GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS - 1 A 2 PONTOS Requerimentos: Reduzir a geração de lixo da construção. Desviar o entulho dos aterros sanitários ou incineradores através de correta destinação. Para alcance de 50% de materiais encaminhados para recicladoras, 1 ponto, ou 75%, 2 pontos. Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 43 MR CREDITO 3 - REUSO DE MATERIAIS - 1 A 2 PONTOS Requerimentos: Promover a recuperação e reutilização de materiais, de modo que os mesmos ganhem função diferente daquela original. Reutilizar materiais onde a soma destes correspondem no mínimo 5% (1 ponto) ou 10% (2 pontos) do total do valor de materiais utilizados em todo o projeto. Baseado em custo, não em quantidade. MR CRÉDITO 4 - COMPONENTES RECICLADOS - 1 A 2 PONTOS Requerimentos: Utilizar materiais que contenham componentes reciclados em sua composição, cuja a soma das porcentagens de pós-consumo mais a metade das porcentagens de pré-consumo constituam, pelo menos, 10% (1 ponto) ou 20% (2 pontos) do custo total de materiais utilizados na obra (excluindo mão de obra de serviço de instalação). O conteúdo reciclado deve ser calculado com base no peso do material e os conceitos de pós-consumo e pré-consumo deverão seguir a ISO 14021. Não são contabilizados os materiais mecânicos, elétricos e hidráulicos. MR CRÉDITO 5 - MATERIAIS REGIONAIS - 1 A 2 PONTOS Requerimentos: Especificar e comprar materiais extraídos, manufaturados e comercializados dentro de um raio de 800 km do local da obra. Deve atingir 10% (1 ponto) ou 20% (2 pontos) do custo total de materiais excluindo mão de obra de instalação. Se apenas uma parte do produto é extraída, manufaturada e comercializada regionalmente, então somente esta porcentagem, em peso, contribuirá para o crédito. MR CREDITO 6 - MATERIAIS RAPIDAMENTE RENOVÁVEIS - 1 PONTO Requerimentos: Especificar e comprar materiais (2,5% - baseados em custo) de rápida renovação, produzidos através de plantas com ciclo de colheita de até 10 anos. MR CREDITO 7 - MADEIRA CERTIFICADA FSC - 1 PONTO Requerimentos: Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 44 Utilizar, pelo menos, 50% dos materiais a base de madeira que sigam princípios e critérios da certificação FSC (Forest Stewardship Council’s). QUALIDADE DO AMBIENTE INTERNO IEQ PRÉ-REQUISITO 1- PERFORMANCE MÍNIMA DA QUALIDADE DO AR INTERNO - OBRIGATÓRIO Requerimentos: CASO 1: Espaços mecanicamente ventilados: Atender aos critérios mínimos das seções 4 a 7 da ASHRAE 62.1-2007 (Ventilation for Acceptable Indoor Air Quality) CASO 2: Espaços naturalmente ventilados: Atender aos critérios da ASHRAE 62.1-2007 Parágrafo 5.1 IEQ PRÉ-REQUISITO 2 - CONTROLE DA FUMAÇA DE TABACO - OBRIGATÓRIO Requerimentos: CASO 1: Todos os Projetos: Opção 01: Proibir fumo no interior do edifício, com demarcação de área para fumantes a pelo menos 8 metros de distância de tomadas de ar, portas ou janelas ou; Opção 02: Definir ambientes para fumantes, respeitando critérios de exaustão e pressão para que o ar proveniente destas áreas não se misture com o ar dos demais ambientes. Em áreas externas, respeitar uma distância mínima de 8 metros da entrada do edifício. CASO 2: Projetos Residenciais ou de Hotelaria: Proibir fumo em todas as áreas comuns do edifício;. Localizar áreas para fumantes externas incluindo varandas a pelo menos 8 metros de distância de tomadas de ar, portas ou janelas; Proibir o fumo na propriedade em áreas com menos de 8 metros de distância de tomadas de ar, portas ou janelas; Vedar as portas e janelas exteriores nas unidades residenciais minimizando o vazamento para o exterior; Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 45 Minimizar possíveis passagens de fumaça entre as unidades residenciais individuais vedando penetrações na parede, teto e piso das unidades; Vedar as portas e janelas das unidades residenciais que façam divisa com corredores de uso comum minimizando o vazamento para o corredor; IEQ CRÉDITO 1- MONITORAMENTO DO AR EXTERNO - 1 PONTO Requerimentos: Instalar sistemas de monitoramento permanentes que assegurem a manutenção dos parâmetros de ventilação definidos em projeto, assim como, os níveis de dióxido de carbono (CO2). O sistema terá que ser programado para acionar alarme visual ou sonoro caso haja variação de “set point” acima de 10%. IEQ CRÉDITO 2 - VENTILAÇÃO MAJORADA - 1 PONTO Requerimentos: CASO 1: Espaços mecanicamente ventilados: Majorar taxas de ventilação em 30% acima do mínimo definido na ASHRAE 62.1-2007 ou; CASO 2: Espaços naturalmente ventilados: O projeto deve seguir as recomendações previstas no Carbon Trust “Good Practice Guide 237” (1998). Demonstrar que a estratégia de ventilação natural é eficaz e atende a uma das opções abaixo. Opção 01: Utilizar os diagramas e cálculos que comprovem o atendimento das recomendações previstas no CIBSE Applications Manual 10: 2005, Natural Ventilation in Non-domestic Buildings ou; Opção 02: Apresentar uma modelagem que demonstre que a ventilação natural atenderá as taxas mínimas definidas na ASHRAE 62.1-2007, Seção 6, em pelo menos, 90% das áreas ocupadas. IEQ CRÉDITO 3.1 - GERENCIAMENTO DA QUALIDADE DO AR – DURANTE A CONSTRUÇÃO - 1 PONTO Requerimentos: Desenvolver e implementar um Plano de Controle da Qualidade do Ar durante a obra, seguindo as orientações da norma Sheet Metal and Air Conditioning National Contractors Association Rosana Corrêa e Ricardo Barros – Todos os direitos reservados Página 46 (SMACNA) IAQ Guidelines For Occupied Buildings Under Construction, 2nd Edition 2007, ANSI/SMACNA 008-2008 (Chapter 3). Proteger materiais da umidade; Selar dutos de ventilação e ar cond. e utilizar filtros MERV 8. Trocar filtros antes da ocupação IEQ CRÉDITO 3.2- GERENCIAMENTO DA QUALIDADE DO AR – ANTES DA OCUPAÇÃO - 1 PONTO Requerimentos: Desenvolver e implantar um Plano de Controle da Qualidade do Ar na fase de pré-ocupação. Implantar o plano somente após a finalização completa dos trabalhos e limpeza do imóvel. Opção 01: Ao final da construção, antes da ocupação e com todos os acabamentos prontos, deverá ser realizado um “flush-out” que consiste em fornecer um volume de ar exterior da ordem de 400 m3/m2 de área de piso, mantendo a temperatura interna de pelo menos 16oC e a umidade relativa menor ou igual a 60%. Opção 02: Testar a qualidade do ar: Conduzir um teste de qualidade do ar de acordo com os parâmetros LEED®, demonstrando que as concentrações máximas de certos contaminantes não ultrapassam limites pré-definidos CRÉDITO 4.1 MATERIAIS DE BAIXA EMISSÃO – ADESIVOS E SELANTES 1 PONTO CRÉDITO 4.2 MATERIAIS DE BAIXA EMISSÃO – TINTAS E REVESTIMENTOS 1 PONTO CRÉDITO 4.3 MATERIAIS DE BAIXA EMISSÃO - PISOS 1 PONTO CRÉDITO 4.4 MATERIAIS DE BAIXA EMISSÃO – COMPOSTOS
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