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Estratégias para Arquitetura Bioclimática na Cidade de Passo Fundo Bethânia Pegoraro (1) Cibele Guisso (2) Jonathan Piaia (3) Keise Stella (4) Tainara da Silva (5) (1) Acadêmica de Arquitetura e Urbanismo, IMED, Brasil. E-mail: bethania-kp@hotmail.com (2) Acadêmica de Arquitetura e Urbanismo, IMED, Brasil. E-mail: cibele_guisso_@hotmail.com (3) Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo, IMED, Brasil. E-mail: jonathan_piaia@hotmail.com (4) Acadêmica de Arquitetura e Urbanismo, IMED, Brasil. Pós-Graduada em Gestão Financeira e Controladoria, IMED, Brasil. Bacharel em Ciências Contábeis, FAPLAN, Brasil. E-mail: keisekeise@hotmail.com (5) Acadêmica de Arquitetura e Urbanismo, IMED, Brasil. E-mail: taynarainara.96@hotmail.com Resumo: A Arquitetura Bioclimática visa a harmonização das edificações com a natureza, sendo assim, otimizando o uso dos recursos naturais. O objetivo do presente estudo é apresentar as melhores estratégias bioclimáticas para um projeto arquitetônico na cidade de Passo Fundo, RS no Brasil. A cidade possui clima Subtropical: neste tipo climático, as temperaturas médias se situam, normalmente, abaixo dos 20 ºC e a amplitude anual varia de 9 ºC a 13 ºC. As chuvas são fartas e bem distribuídas (entre 1.500 mm/ano e 2.000 mm/ano). O inverno é rigoroso nas áreas mais elevadas, onde pode ocorrer neve. Observa-se que Passo Fundo tem uma amplitude térmica significativa, o verão é muito quente e o inverno muito frio, portanto, a localidade é desafiadora para a arquitetura bioclimática, porém, não impossível projetar visando a eficiência energética e conforto do usuário. Para esta tipologia climática poderíamos utilizar as seguintes estratégias bioclimáticas: ventilação cruzada, laje sanitária, calefação, aquecimento solar passivo, inércia e massa térmica, vegetação caduca, sombrear no verão, otimizar a radiação solar no inverno, etc. A definição dos elementos bioclimáticos a serem empregados no projeto, variam de profissional para profissional. Este estudo elencará alguns, os quais serão explicados. A estratégias que não forem citadas aqui não são menos importantes, apenas são outras soluções a serem empregadas à escolha do arquiteto. A Metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica. Palavras-chave: Arquitetura Bioclimática; Clima Subtropical; Passo Fundo. Abstract: The bioclimatic architecture aims at harmonizing buildings with nature, and thus optimizing the use of natural resources. The aim of this study is to present the best bioclimatic strategies for architectural design in the city of Passo Fundo, Rio Grande do Sul in Brazil. The city has Subtropical climate: this climate type, average temperatures are usually below 20 ° C and the annual amplitude varies from 9 ° C to 13 ° C. The rains are abundant and well distributed (1,500 mm / year and 2,000 mm / year). Winter is harsh in the higher areas, where snow may occur. It is observed that Passo Fundo has a significant temperature range, the summer is very hot and very cold winter, so the location is challenging for bioclimatic architecture, but not impossible to design for energy efficiency mailto:bethania-kp@hotmail.com mailto:cibele_guisso_@hotmail.com mailto:jonathan_piaia@hotmail.com mailto:keisekeise@hotmail.com mailto:taynarainara.96@hotmail.com and user comfort. For this climate type could use the following bioclimatic strategies: cross ventilation, sanitary slab, heating, passive solar heating, thermal mass and inertia, deciduous vegetation, shade in summer, optimize solar radiation in winter, etc. The definition of bioclimatic elements to be used in the project, ranging from professional to professional. This study shows some, which will be explained. The strategies that are not mentioned here are no less important, are only other solutions to be used to choose the architect. The methodology used was literature. Keywords: Bioclimatic Architecture; Subtropical Climate; Passo Fundo. 1. INTRODUÇÃO Fazer um projeto analisando o conforto dos usuários e a economia do uso de energia elétrica vem se tornando uma tendência mundial e uma necessidade indiscutível. Uma das funções dos arquitetos é a concepção de projetos eficientes que diminuam os impactos no meio ambiente, melhorando a relação da construção com o entorno e a aquisição de conforto através de sistemas passivos de condicionamento. A Arquitetura Bioclimática visa a harmonização das edificações com a natureza, sendo assim, otimizando o uso dos recursos naturais (luz solar, vento, etc.), permitindo conforto aos usuários em harmonia com o meio ambiente, levando em consideração as características de cada local nos mínimos detalhes. O objetivo do presente estudo é apresentar as melhores estratégias bioclimáticas para um projeto arquitetônico na cidade de Passo Fundo, Rio Grande do Sul (Brasil). A cidade possui clima Subtropical, o qual há amplitude térmica, ou seja, possui estações do ano bem definidas - no verão muito calor e no inverno muito frio. 2. ARQUITETURA E CLIMA Antes de iniciar qualquer projeto arquitetônico, deve-se estudar o clima do local. Segundo Lamperts, Dutra e Pereira (2016), este estudo fornece os conhecimentos básicos para a montagem do programa de necessidades. Um bom projeto de arquitetura deve responder à eficiência energética e às necessidades de conforto do usuário. Conforme Benincá (2016), é primordial saber diferenciar clima e tempo. Clima é uma feição permanente, ou seja, é uma característica do tempo que não muda. Exemplo: Climas Quentes, Frios, Temperados e de Altitude. Tempo é o estado atmosférico em certo momento, considerado em relação a todos os fenômenos meteorológicos: temperatura, vento, umidade. Assim, a ação simultânea das variáveis climáticas terá controle no conforto do espaço arquitetônico construído. 2.1. Variáveis Climáticas Segundo Lamperts, Dutra e Pereira (2016 p. 71), "as variáveis climáticas são quantificadas em estações meteorológicas e descrevem as características gerais de uma região em termos de sol, nuvens, temperatura, ventos, umidade e precipitações." É de extrema importância o conhecimento dessas variáveis para obter um projeto de edificação mais adequado ao conforto de seu ocupante e mais eficientes se tratando de consumo de energia. Os dados climáticos mais difundidos no Brasil são as NORMAIS CLIMATOLÓGICAS, publicadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (1979) e pelo Departamento Nacional de Meteorologia(1992). Estes são compostos por valores médios e extremos mensais de temperatura, umidade, precipitação, nebulosidade, horas de sol, entre outros. As Normais Climatológicas foram instituídas no Brasil, obedecendo aos critérios recomendados pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), (...). Os períodos de trinta anos de medições padronizados já concluídos no Brasil são os anos de 1901 a 1930, 1931 a 1960, 1961 a 1990 (LAMPERTS; DUTRA E PEREIRA, 2016, p. 71) São variáveis climáticas: A radiação solar, luz solar, vento, temperatura e umidade. Cada uma das variáveis poderão ser objeto de estudo de outros artigos, pois o assunto pode e deve ser aprofundado. 2.2 O clima Subtropical "Neste tipo climático, as temperaturas médias se situam , normalmente, abaixo dos 20 ºC e a amplitude anual varia de 9 ºC a 13 ºC. As chuvas são fartas e bem distribuídas (entre 1.500 mm/ano e 2.000 mm/ano. O inverno é rigoroso nas áreas mais elevadas, onde pode ocorrer neve." (LAMPERTS; DUTRA; PEREIRA, 2016, p.82) 3. O CLIMA NA CIDADE DE PASSO FUNDO A cidade de Passo Fundo, localizada no estado do Rio Grande do Sul (Brasil), possuiclima Subtropical (quente e úmido). Conforme dados da pesquisa da Embrapa Trigo Passo Fundo (2016), baseada em uma pesquisa de 30 anos (1961 a 1990), Passo Fundo possui uma pluviosidade significativa ao longo do ano. O mês mais seco é abril com 99.7 mm de precipitação e setembro é o mês de maior precipitação, apresentando uma média de 197.7 mm. A diferença entre a precipitação do mês mais seco e do mês mais chuvoso é de 98 mm. A pluviosidade média anual é 1803.1 mm. A temperatura média é 17.7 °C. O mês mais quente do ano é janeiro com uma temperatura média de 22.1 °C. A temperatura média de maio é 15.2 °C. As temperaturas médias variam 10.4 °C ao longo do ano. (EMBRAPA TRIGO, 2016) Observa-se que Passo Fundo tem uma amplitude térmica significativa. O verão é muito quente e o inverno muito frio. Portanto, a localidade é desafiadora para a arquitetura bioclimática, porém não impossível de se projetar visando a eficiência energética. 4. ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA A arquitetura tem um importante papel, através de adoção de técnicas bastante conhecidas para ser eficiente energeticamente e confortável aos usuários: "Essas técnicas, conhecidas como bioclimáticas, (...) incluem resumidamente, o uso de iluminação, resfriamento e aquecimento mais eficientes, sempre tirando partido dos recursos naturais (...). (LAMPERTS; DUTRA; PEREIRA, 2016, p.81) Ainda conforme o autor (LAMPERTS; DUTRA; PEREIRA, 2016, p. 260 e 261): Os conceitos de arquitetura bioclimática deveriam ser intrínsecos a qualquer projeto arquitetônico. Incluem as condicionantes locais do clima, explorando suas vantagens e evitando seus extremos, tendo como objetivo o conforto ambiental dos usuários, porém com baixo custo de energia. Estes conceitos visam, em primeira instância, o desenvolvimento sustentável (...). Uma dica importante do autor (LAMPERTS, DUTRA; PEREIRA, 2016) é que a implantação de uma arquitetura bioclimática em uma edificação, deve ser considerada desde o início do projeto, ou seja, deve ser apresentado já na fase do Partido Arquitetônico. Porque se os conceitos bioclimáticos forem protelados, induzirão a grandes mudanças no desenho, que demandarão tempo ou simplesmente serão desconsiderados. 4.1 Estratégias para Arquitetura Bioclimática na cidade de Passo Fundo Depois da análise e estudo do clima de Passo Fundo, do entendimento e da importância de projetar com eficiência energética, de compreender que a arquitetura bioclimática deve ser concebida desde início de cada projeto, descreve-se a seguir as estratégias para de obter uma edificação bioclimática nesta cidade. Segundo Benincá, as algumas estratégias para o clima Subtropical são: Ventilação cruzada, laje sanitária, calefação, parede de acumulação, aquecimento solar passivo, inércia térmica, piso aquecido, etc. A definição dos elementos bioclimáticos a serem empregados no projeto, variam de profissional para profissional. Este estudo elencará alguns, os quais serão explicados. A estratégias que não forem citadas aqui não são menos importantes, apenas são outras soluções a serem empregadas à escolha do arquiteto. 4.1.1 Ventilação Cruzada A forma e a orientação são elementos facilitadores de ventilação. Conforme Lamperts, Dutra e Pereira (2016), deve-se fazer um estudo para aumentar a exposição da edificação às brisas do verão, orientar corretamente o projeto no terreno e usar recursos aplicáveis à forma do edifício. Ainda segundo Lamperts, Dutra e Pereira (2016), além da forma e orientação, é necessário projetar espaços fluídos, que permitirão a circulação de ar entre ambiente interno e externo. Vários dispositivos podem ser usados para manterem a privacidade e ao mesmo tempo facilitar a ventilação, por exemplo, as venezianas, cobogós e outros elementos vazados. Criar fluxo ascendente para eliminação do ar quente também é um recurso inteligente, neste caso pode-se usar lanternins, aberturas no telhado, zenitais, exaustores, etc. No caso da cidade de Passo Fundo, esses elementos devem ter opção de fechamento no inverno. 4.1.2 Inércia Térmica Conforme Lamperts, Dutra e Pereira (2016, p. 274), a inércia térmica pode ser usada para aquecer ou resfriar o ambiente. "A maneira mais simples para usar a inércia térmica para aquecimento em uma edificação é construir fechamentos opacos mais espessos e diminuir a área das aberturas, orientando-as para o sol." A inércia térmica pode acumular calor durante o dia e liberá-lo durante a noite. Para resfriamento, as aberturas devem ser sombreadas e deve-se evitar a circulação de ar durante o dia e permitir ventilação seletiva à noite. (LAMPERTS; DUTRA; PEREIRA, 2016) 4.1.3 Vegetação O uso de árvores com folhas caducas pode ser uma solução para o clima de Passo Fundo. "Além de sombrear a janela sem bloquear a luz natural, permite a incidência do sol desejável no inverno, quando então as folhas tendem a cair." (LAMPERTS; DUTRA; PEREIRA, 2016, p. 282) 4.1.4 Aquecimento Solar Passivo A primeira forma de aquecimento solar passivo é o ganho direto que consiste em permitir o acesso da radiação solar diretamente ao interior (uso de janelas e paredes transparentes), promovendo o "efeito estufa" (ex.: solários). A segunda forma de aquecimento solar passivo é o ganho indireto, que pode ser obtido com a construção de paredes de acumulação (com grande inércia térmica) nas áreas de maior insolação (colocação de vidro evita que esta parede perca calor). A adoção de um jardim de inverno para captar radiação solar e distribuir indiretamente ao ambiente também é uma forma de ganho indireto. (LAMPERTS; DUTRA; PEREIRA, 2016) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EMBRAPA TRIGO PASSO FUNDO. Normais Climáticas de Passo Fundo. Disponível em: <http://www.cnpt.embrapa.br/pesquisa/agromet/app/principal/normais.php>. Acesso em: 02 out. 2016. DE FREITAS, Eduardo. Climas do Mundo, 2016. Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/climas-mundo.htm>. Acesso em: 28 de set. 2016. SUA PESQUISA.COM. Climas do Brasil, 2016. Disponível em: < http://www.suapesquisa.com/clima/>. Acesso em: 28 de set. 2016. BENINCÁ, Letiane. Conforto Ambiental nas Edificações: Variáveis do Clima - Arquitetura Bioclimática. Passo Fundo, 2016. LAMPERTS, Roberto; DUTRA, Luciano; PEREIRA, Fernando O. R. Eficiência Energética na Arquitetura. 3. ed. Rio de Janeiro, 2016. http://www.cnpt.embrapa.br/pesquisa/agromet/app/principal/normais.php http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/climas-mundo.htm http://www.suapesquisa.com/clima/
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