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FUNDAÇÕES E OBRAS DE TERRA Prof. Me. Roberto Sarti Côrtes Aula 3 – Capacidade de Carga em Fundações Rasas - Sapatas CAPACIDADE DE CARGA EM FUNDAÇÕES RASAS - SAPATAS OBJETIVOS Determinar a capacidade de carga em fundações rasas – especialmente sapatas, para o dimensionamento geotécnico das mesmas Sapatas: elemento de fundação direta e rasa, onde as cargas da estrutura são transmitidas pela sua base diretamente para a camada resistente do solo, em região próxima da superfície. MODOS DE RUPTURA DO SOLO – RUPTURA GERAL É caracterizado como um modo de ruptura frágil em que ocorre tombamento da sapata, levantando uma porção do solo para acima da superfície do terreno. Ocorre nos casos de solos mais resistentes, com sapatas suficientemente rasas. A ruptura se dá de forma abrupta levando a formação de uma protuberância na superfície do terreno, devido o deslocamento de solo. MODELOS DE RUPTURA DO SOLO– RUPTURA GERAL MODELOS DE RUPTURA DO SOLO – RUPTURA POR PUNCIONAMENTO Ruptura do tipo dúctil, ocasionada por deslocamentos verticais, sem ocorrência do desaprumo da estrutura Ocorre em solos menos resistentes (mais deformáveis). Ao invés do tombamento da sapata ocorre a deformação do solo e a penetração da fundação no mesmo. MODELOS DE RUPTURA DO SOLO – RUPTURA POR PUNCIONAMENTO Ensaio de ruptura do solo por puncionamento MODELOS DE RUPTURA DO SOLO – RUPTURA LOCAL Além dos casos anteriormente citados, é considerado a ruptura local, que não apresenta um mecanismo típico, sendo um caso intermediário dos outros dois motods de ruptura, ocorrendo em solos de média compacidade ou consistência. Anteriormente Terzaghi (o “pai da mecânica dos solos”) definira apenas dois modos de ruptura, denominando-os ruptura geral e ruptura local Em seus estudos, Vesic, em 1975, relacionou que o modo de ruptura depende não só da rigidez do solo, mas também da profundidade de embutimento da sapata no maciço de solo. Portnato, para fundações rasas, continua verdadeiro que ocorre ruptura geral em solos pouco compressíveis (areias compactas e argilas rijas a duras) e ruptura por puncionamento em solos muito compressíveis (areias pouco compactas ou fofas e argilas moles a muito moles). Porém, com o aumento da profundidade, a tendência é que a ruptura ocorra exclusivamente por puncionamento. MODELOS DE RUPTURA DO SOLO – RUPTURA LOCAL De acordo com Vesic as condições de ocorrência dos modos de ruptura em areia, em função da compacidade relativa e da profundida pode ser determinada pelo embutimento relativo da sapata com: TEORIA DE TERZAGHI Terzahi foi o pioneiro no desenvolvimento de uma teoria da capacidade de carga de um sistema sapata-solo, considerando três hipóteses básicas 1. Trata-se de uma sapata corrida, isto é, o seu comprimento L é bem maior do que sua largura B, simplificando o problema para um caso bidimensional 2. A profundidade de embutimento da sapata é inferior à largura da sapata (h menor ou igual a B), o que permite desprezar a resistência ao cesalhamento da camada de solo situada acima da cota de apoio da sapata e, assim, substituir essa camada de espessura h e peso específico γ por uma sobrecarga q = γ.h 3. O maciço de solo sob a base da sapata é rígido (pouco deformável), caracterizando o caso de ruptura geral. TEORIA DE TERZAGHI Dessa forma o problema pode ser esquematizado da seguinte forma: TEORIZA DE TERZAGHI À partir de estudos complementares realizados por Terzaghi, Peck e Meyerhof foi determinada uma equação aproximada para a capacidade de carga em estacas: Sendo: σr = capacidade de carga do solo abaixo da sapata; c = coesão do solo Os termos Nc e Nq e Nγ (fatores de capacidade de carga) dependem única e exclusivamente do ângulo de atrito do solo. TEORIA DE TERZAGHI TEORIA DE TERZAGHI Como vimos, a Teoria de Terzaghi é aplicada para sapatas corridas. Para a aplicação em sapatas com formas diferentes é necessária a aplicação de efeitos de forma nas mesmas. Dessa forma, a capacidade de carga nas sapatas se da pela equação: Seno os coeficientes Sc, Sq e Sγ os coeficientes de forma, dados pela tabela: TEORIA DE TERZAGHI TEORIZA DE TERZAGHI No caso da ruptura por puncionamento, na impossibilidade de realizar um desenvolvimento teórico para a capacidade de carga de solos fofos ou molos, Terzaghi propõe a utilização da mesma equação da ruptura geral, porém efetuando uma redução empírica dos parâmetros de resistência do solo, da seguinte forma: PROPOSIÇÃO DE VEISIC Para solos mais rígidos, no caso de ruptura geral, Veisic propõe duas substituições na equação da ruptura geral de Terzaghi, sendo elas: Com os valores dessa equação, mais os valores de Nq e Nc propostos anteriormente, Veisic elaborou a tabela apresentada à seguir com os valores dos fatores de capacidade de carga em função do ângulo de atrito PROPOSIÇÃO DE VEISIC PROPOSIÇÃO DE VEISIC A segunda alteração proposta por Veisic está relacionada com a alteração dos coeficientes de forma, que levam em conta também o ângulo de atrito do solo, dados pela seguinte tabela: SOLO HETEROGÊNEO É comum que o maciço de solo se apresente estratificado em camadas distintas Para determinar a capacidade de carga é necessário analisar a propagação das tensões no solo abaixo da sapata. SOLO HETEROGÊNEO A parcela de tensão Δσ progada à distância z é expressada como: Assim, na profundidade z = 2B, abaixo de uma sapata quadrada de lado B, a parcela propagada de Δσ da tensão σ aplicada pela base da sapata é dada por: SOLO HETEROGÊNEO Pela Teoria da Elasticidade, para sapatas flexíveis, pode-se admitir os seguintes valores de profundidade do bulbo de tensões em função da forma da base da sapata: Sapata circular Z = 1,5.B Sapata quadrada Z = 2,5.B Sapata corrida Z = 4,0.B Para efeitos práticos em fundações, podemos considerar: Sapata circular ou quadrada: (L = B): z = 2.B Sapata retangular (L = 2 a 4.B): z = 3.B Sapata corrida (L>5.B): z = 4,0.B SOLO HETEROGÊNEO Portanto, para adotarmos os parâmetros c, γ e Ф do maciço de solo situado sob a sapata, devemos considerar apenas a espessura atingida pelo bulbo de tensões. Se for uma camada de mesmo solo, mas como alguma variação nesses parâmetros, podemos determinar o valor médio de cada um dentro do bulbo de tensões, assim como o valor médio de Nspt Entretanto, é comum o caso de ocorrência de duas camadas distintas de solo, com propriedades diferentes dentro do bulbo de tensões. Neste caso o problema da capacidade de carga torna-se bastante complexo, conforme foi demonstrado por Veisic. O método à ser apresentado nesta aula é um método prático, porém que apresenta resultados confiáveis de utilização. SOLO HETEROGÊNEO Determinamos a capacidade de carga considerando apenas a primeira camada de solo σ1 e depois uma capacidade de carga para uma sapata fictícia apoiada no topo da segunda camada σ2 Comparando os dois valores, se: Significa que a parte inferior da superfície de ruptura se desenvolve em solo mais resistente e, então, podemos adotar que a capacidade resistente do solo é igual a σ1 SOLO HETEROGÊNEO No caso de a segunda camada ser menos resistente, adotamos uma solução prática aproximada que consiste em, inicialmente, obter a média ponderada dos dois valores, dentro do bulbo de tensões SOLO HETEROGÊNEO Caso essa condição não seja satisfeita, é necessário reduzir a o valor da capacidade de carga média, através da expressão:
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