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SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO ÍNDIO

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SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO ÍNDIO
· Foi criado, a 20 de junho de 1910, pelo Decreto nº 8.072, tendo por objetivo prestar assistência a todos os índios do território nacional;
· O projeto do SPI instituía a assistência leiga, procurando afastar a Igreja Católica da catequese indígena, seguindo a diretriz republicana de separação Igreja-Estado. A ideia de transitoriedade do índio (Oliveira, 1985) orientava esse projeto: a política indigenista adotada iria civilizá-lo, transformaria o índio num trabalhador nacional.
· O objetivo era impedir conflitos entre diferentes povos enquanto o SPI introduzia inovações culturais, prevendo possíveis mudanças nos locais de habitação dos índios. Foram estimuladas mudanças no trabalho indígena com a difusão de novas tecnologias agrícolas e o ensino da pecuária, além da arregimentação de índios para os trabalhos de conservação das linhas telegráficas (Lima, 1987).
FUNAI
A Funai foi criada em 5 de dezembro de 1967 por meio da Lei nº 5.371, após a extinção do Serviço de Proteção ao Índio, um órgão público criado em 1910 que prestava assistência aos povos indígenas no Brasil e que se envolveu em diversas polêmicas e acusações de corrupção, genocídio e ineficiência. 
A criação da Funai ocorreu no período da Ditadura Militar em meio a um contexto de reforma na estrutura administrativa do país, que visava a expandir-se política e economicamente para o interior do país. Isso fez com que as políticas indigenistas ficassem às sombras dos planos do governo, como construção de estradas, hidrelétricas, expansão das fazendas e da mineração. Nesse período muitos índios sofreram com a violação de seus direitos. 
Funções:
· Promover estudos que identifiquem, delimitem, demarquem e regularizem as terras ocupadas pelos indígenas;
· Monitorar e fiscalizar as terras indígenas; 
· Coordenar e implementar as políticas que visam à proteção aos povos que se encontram isolados e os recém-contatados; 
· Promover ações que assegurem a diversidade sociocultural dos diferentes grupos étnicos (etnodesenvolvimento);
· Possibilitar a conservação e recuperação do meio ambiente nas terras indígenas; 
· Controlar e intervir em possíveis impactos ambientais ocasionados por fatores externos às terras indígenas; 
· Monitorar as políticas voltadas à seguridade social e educação escolar indígena; 
· Possibilitar o incentivo positivo e o apoio aos processos educativos comunitários tradicionais e de participação e controle social. 
ESTATUTO DO INDIO
Foi a partir da criação do Estatuto do Índio, que regularizou a situação jurídica dos índios, e do regime democrático instaurado, durante a década de 80, que houve avanços no que tange à política indigenista no Brasil. A democratização possibilitou o incentivo às discussões a respeito da questão indígena pela sociedade civil e também pelas próprias comunidades indígenas.
Terras indígenas tradicionalmente ocupadas, que correspondem às terras de direito originário dos povos indígenas. No Brasil, existem atualmente 462 terras indígenas regularizadas.
Reservas Indígenas, que correspondem às terras que se destinam à posse permanente dos indígenas por meio de doação de terceiros, adquiridas ou desapropriadas pela União. De acordo com a Funai, há no Brasil, atualmente, 35 reservas indígenas regularizadas e 15 encaminhadas para regularização. 
Terras Dominiais, que correspondem às terras de propriedade das comunidades indígenas obtidas por qualquer forma de aquisição do domínio, previsto pela legislação civil.
Interditadas, que correspondem às terras interditadas pela Funai para a proteção dos povos indígenas isolados. 
CONSTITUIÇÃO DE 1988
A partir da Constituição de 1988, as principais alterações ocorreram acerca da política indigenista. Foi criado um sistema de normas no artigo 231, que, além de assegurar os direitos dos índios, afirma que é dever do Estado garantir um país pluriétnico e assegurar a autonomia dos índios, demarcando e protegendo suas terras.
A Constituição de 1988 rompe esta tradição secular ao reconhecer aos índios o direito de manter a sua própria cultura. Há o  abandono da perspectiva assimilacionista, que entendia os índios como categoria social transitória, a serem incorporados à comunhão nacional.
A Constituição não fala em tutela ou em órgão indigenista, mas mantém a responsabilidade da União de proteger e fazer respeitar  os direitos indígenas. Apesar de não tratar de maneira expressa  da  capacidade civil, a Constituição  reconheceu no seu Artigo 232, a capacidade processual  ao dizer que "os índios, suas comunidades e organizações, são partes legítimas para ingressar em juízo, em defesa dos seus direitos e interesses". Significa que os índios podem, inclusive, entrar em juízo contra o próprio Estado, o seu suposto tutor
POLITICA NACIONAL DE GESTÃO E TERRITORIO E AMBIENTAL DE TERRAS INDIGENAS
com o objetivo de garantir e promover a proteção, a recuperação, a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais das terras e territórios indígenas, assegurando a integridade do patrimônio indígena, a melhoria da qualidade de vida e as condições plenas de reprodução física e cultural das atuais e futuras gerações dos povos indígenas, respeitando sua autonomia sociocultural, nos termos da legislação vigente.
 NOVO CODIGO CIVIL
O Novo Código Civil (2002), em consequência, retira os índios da categoria de relativamente incapazes e dispõe que a capacidade dos índios será regulada por legislação especial. Desde a promulgação da Constituição surgiram propostas em tramitação no Congresso para rever a legislação ordinária relativa aos direitos dos índios.

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