Buscar

Sistemas de Transportes e Logística

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E 
LOGÍSTICA 
UNIDADE 1 | SISTEMAS DE TRANSPORTES E PLANEJAMENTO DE 
SISTEMAS DE TRANSPORTES 
 
 VERSÃO PARA IMPRESSÃO 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este material é destinado exclusivamente aos alunos e professores do Centro Universitário IESB, contém 
informações e conteúdos protegidos e cuja divulgação é proibida por lei. O uso e/ou reprodução total ou 
parcial não autorizado deste conteúdo é proibido e está sujeito às penalidades cabíveis, civil e 
criminalmente. 
 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
3 
SUMÁRIO 
 
Introdução .................................................................................................................................5 
Aula 1 | Introdução à Engenharia de Transportes .......................................................................7 
1.1. Transporte e Sociedade ................................................................................................................ 7 
1.1.1. Breve História do Transporte ........................................................................................................... 8 
1.1.2. Engenharia de Transportes e Atuação Profissional ......................................................................... 9 
Aula 2 | Componentes dos Sistemas de Transporte .................................................................. 12 
2.1. Conceito de Sistemas de Transporte ........................................................................................... 13 
2.1.1. Tecnologias de Transporte ............................................................................................................. 14 
2.1.2. Componentes Funcionais dos Sistemas de Transporte ................................................................. 16 
Aula 3 | Modos de Transporte: Rodoviário, Ferroviário e Dutoviário ......................................... 20 
3.1. Modo Rodoviário ....................................................................................................................... 20 
3.1.1. Características Gerais do Transporte Rodoviário .......................................................................... 20 
3.1.2. Sistema Rodoviário ........................................................................................................................ 20 
Via ......................................................................................................................................................................... 20 
Veículo .................................................................................................................................................................. 22 
3.2. Modo Ferroviário ....................................................................................................................... 24 
3.2.1. Características Gerais do Transporte Ferroviário .......................................................................... 24 
3.2.2. Sistema Ferroviário ........................................................................................................................ 25 
Via ......................................................................................................................................................................... 25 
Veículo .................................................................................................................................................................. 26 
3.3. Modo Dutoviário ........................................................................................................................ 26 
3.3.1. Características Gerais do Transporte Dutoviário ........................................................................... 26 
3.3.2. Sistema Dutoviário ......................................................................................................................... 27 
Via ......................................................................................................................................................................... 27 
Veículo .................................................................................................................................................................. 27 
Terminal................................................................................................................................................................ 27 
Controle ................................................................................................................................................................ 27 
Aula 4 | Modos de Transporte: Aquaviário, Aéreo e Transporte Multimodal ............................. 28 
4.1. Modo Aquaviário ....................................................................................................................... 28 
4.1.1. Sistema Marítimo ........................................................................................................................... 28 
Via ......................................................................................................................................................................... 28 
Veículo .................................................................................................................................................................. 28 
Terminal Portuário ............................................................................................................................................... 30 
4.2. Transporte Hidroviário ............................................................................................................... 31 
4.2.1. Sistema Hidroviário ........................................................................................................................ 31 
Via ......................................................................................................................................................................... 31 
Veículo .................................................................................................................................................................. 32 
4.3. Sistema Aéreo ............................................................................................................................ 32 
Via ......................................................................................................................................................................... 32 
Veículo .................................................................................................................................................................. 32 
Terminal................................................................................................................................................................ 33 
4.4. Transporte Multimodal .............................................................................................................. 34 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
4 
Aula 5 | Elementos Básicos do Planejamento de Transportes.................................................... 35 
5.1. Introdução ................................................................................................................................. 35 
5.1.1. Níveis de Planejamento ................................................................................................................. 37 
Nível estratégico ...................................................................................................................................................37 
Nível tático............................................................................................................................................................ 37 
Nível operacional .................................................................................................................................................. 38 
5.1.2. Processo de Planejamento de Transportes ................................................................................... 39 
Aula 6 | Coleta e Análise de Dados em Transportes .................................................................. 41 
6.1. Delimitação da Área de Estudo ................................................................................................... 42 
6.2. Inventários de Transporte .......................................................................................................... 43 
6.2.1. Métodos de Levantamento de Dados ............................................................................................ 44 
6.2.2. Pesquisa de Fluxo de Tráfego......................................................................................................... 44 
6.2.3. Pesquisa de Origem-Destino (OD) ................................................................................................. 45 
6.2.4. Tipos de Informações ..................................................................................................................... 46 
6.2.5. Formas de Pesquisa........................................................................................................................ 47 
Referências .............................................................................................................................. 49 
Glossário ................................................................................................................................. 52 
 
 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
5 
INTRODUÇÃO 
 
Olá, estudante, bem-vindo(a) à disciplina! 
Você já imaginou como seria o mundo sem transportes? Difícil de se imaginar, não é?! 
Pois bem, o fato é que mundo sem transportes seria estático, o que é totalmente inconcebível para a 
dinamicidade de todas nossas atividades. Então, já sabedor da essencialidade dos transportes, é necessário 
compreender como esse setor é concebido, organizado e operado. Nesse sentido, a Engenharia de 
Transporte é fundamental. 
Nesta disciplina, você compreenderá os aspectos fundamentais da Engenharia de Transporte e Logística, 
entendendo o papel do engenheiro civil no planejamento, concepção e operação de sistemas de transportes. 
Logo de início, você irá compreender e caracterizar os sistemas de transportes, para tanto, serão 
apresentados os aspectos norteadores e relevância da Engenharia de Transporte, a composição e 
funcionamento de sistemas de transportes e a caracterização dos modos de transporte, a saber: aéreo, 
aquaviário, dutoviário, ferroviário e rodoviário, além de uma abordagem de integração de modais. 
Depois de conhecer e entender os sistemas de transportes, lhe será apresentado o processo de 
planejamento de transportes, os métodos de coleta e análise de dados, o equilíbrio entre a demanda e 
oferta em transportes e modelos tradicionais de planejamento urbano de transportes. Dessa forma, você 
estará apto a analisar cenários e conceber alternativas de planejamento urbano de transportes. 
Além do planejamento, é importante entender a dinâmica do fluxo de tráfego, o que será possível por meio 
da apresentação da organização do sistema viário, princípios do fluxo de tráfego, simulação de tráfego e 
capacidade de vias. 
Por fim, após o conhecimento e entendimento dos sistemas de transportes, de seu planejamento e da 
teoria de fluxo de tráfego, você irá compreender a importância do transporte para logística, mediante 
estudo dos fundamentos de logística, estrutura de sistemas logísticos, potencial dos modos de transportes 
para logística e plataformas intermodais. 
Trataremos, também, do gerenciamento da cadeia de suprimento 
e o gerenciamento da cadeia de distribuição, também vamos 
abordar conceitos e importância da logística reversa, finalizando 
com a tecnologia da informação em logística. 
Como pode ver pelos temas citados acima, temos assuntos 
interessantes e muito importantes que fazem parte do estudo 
logístico empresarial, que por sua vez têm tomado dimensões cada 
vez maiores na estratégia organizacional. O objetivo básico da 
logística é a entrega do produto na hora certa para o consumidor, 
e determinar esse momento traz um grande diferencial 
competitivo dentro do mercado. 
Para que esse fator competitivo se torne realmente estratégico é 
necessário planejamento. 
Planejar a distribuição da forma adequada é uma das mais 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
6 
desejadas habilidades gerenciais que um gestor deve procurar desenvolver, pois é esse o momento que o 
consumidor final vai pesar a qualidade do atendimento de suas necessidades. 
Como veremos nesta disciplina, planejar a distribuição implica em identificar seus canais, assim como 
definir os transportes adequados para cada etapa do processo. 
Aliado a isso temos ainda a logística reversa 
que é um dos temas mais atuais dentro da 
área que assume importância ambiental tão 
necessária e discutida neste século. Nosso 
conteúdo vai tratar também da tecnologia 
da informação e sua aplicação em meio a 
todo esse sistema. 
Desse modo, após o conhecimento de todos 
os temas apontados aqui esperamos que 
você – futuro gestor – possa identificar, 
diagnosticar e planejar as estratégias de 
distribuição da logística empresarial de 
forma competente e eficiente. 
 
 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
7 
Aula 1 | INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE TRANSPORTES 
 
Olá, estudante, bem-vindo(a). Veremos sobre os sistemas de transporte. Nesta aula, falaremos uma 
introdução à Engenharia de Transportes. Bons estudos! 
 
1.1. TRANSPORTE E SOCIEDADE 
 
Transporte, de maneira geral, pode ser encarado como o deslocamento espacial 
de pessoas e/ou mercadorias. Essa movimentação de mercadorias e/ou pessoas 
se dá entre uma origem e um destino, mediante uma finalidade e condicionada às 
condições do sistema de transportes. Em outras palavras, o deslocamento ocorre 
entre dois pontos (locais) determinados, de acordo com a vontade dos usuários e 
limitada pelas condições ambientais e de circulação. 
Como você deve ter percebido, o transporte é fundamental para a realização de qualquer atividade que 
executemos. Por isso, ele é um campo (transportes) intrinsecamente relacionado à sociedade. 
O transporte permite a troca de bens, de informações, 
deslocamento de pessoas (viagens de diferentes finalidades: 
negócios, saúde, estudos, turismo) e apoia o desenvolvimento 
econômico da sociedade. Ele é uma condição necessária para as 
atividades humanas, viabilizando o atendimento das necessidades 
básicas da sociedade, em forma de mobilidade e acessibilidade. A 
primeira, mobilidade, refere-se à facilidade de deslocamento, 
enquanto a acessibilidade é a garantia do acesso das pessoas (ou 
bens) aos locais. Pense em alguns exemplos cotidianos de 
deslocamento. 
Com certeza você terá encontrado inúmeros exemplos. Alguns deles podem ser: uma viagem de férias para 
visitar a família no interior, um estudante viajando para outro estado para participar de um evento 
acadêmico, uma emergência médica com transferência de um paciente para o hospital, um carregamento 
de frutas que é entregue a um supermercado, trabalhadores se movimentando de suas casas para os locais 
de trabalho, estudantes indode casa para escola. 
Você reparou como a todo momento estamos realizando atividades de 
transporte? 
O transporte também afeta a capacidade de a sociedade fazer uso de seus recursos naturais, mão de obra e/ou 
materiais, de forma que quão melhor é o transporte, maior é a facilidade de uso desses meios. Ele também 
influencia na competitividade econômica entre regiões ou países. Uma região, por exemplo, dotada de 
dificuldades de transporte de seus produtos, tem menores chances de oferecer bens e serviços a um preço 
competitivo, o que pode levá-la a reduzir sua participação no mercado ou ainda inviabilizar seu comércio. 
Doutro modo, a rapidez, segurança e confiabilidade na prestação de serviços de transporte, aliada à capacidade 
e preço atrativo, pode levar uma região ou país a expandir sua base econômica. 
http://tinyurl.com/ydyhm235 
 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
8 
Dito isso, o transporte é o responsável por grande parte dos custos logísticos e 
de suma importância para os sistemas logísticos. 
As nações e regiões desenvolvidas, com sólida base econômica, têm investido em serviços de transporte de 
alta qualidade. Nos séculos XVIII e XIX, Inglaterra e Espanha, por exemplo, com forte presença marítima, 
tornaram-se governantes de extensos impérios coloniais e estabeleceram o comércio internacional com as 
rotas de comércio para a América do Norte, Índia, África e Extremo Oriente. Já no século XX, Estados 
Unidos, Canadá, Japão e Alemanha se tornaram líderes no setor de indústria e comércio, contando com 
modernas redes de transporte marítimo, terrestre e aéreo. Tais sistemas reforçam a capacidade de suas 
indústrias para o transporte de matérias-primas, bens manufaturados e conhecimentos técnicos, 
maximizando a competitividade com outros mercados. Mais recentemente, no século XXI, a tecnologia da 
informação e a integração dos modos de transporte terrestre, marítimo e aéreo contribuíram para a 
criação de uma economia global. No caso de países com escassez de recursos naturais, o transporte é 
fundamental para assegurar a importação de matérias-primas necessárias para a fabricação de produtos 
para exportação, tais como automóveis e eletrônicos (HOEL et al., 2012). 
Além do importante papel na economia, um sistema de transporte de qualidade gera 
inúmeros benefícios à sociedade. A evolução dos transportes tem auxiliado na melhoria da 
qualidade de vida das pessoas, em diversos âmbitos. Hoje é possível (muito mais fácil que 
antigamente) viajar a qualquer parte do mundo, em diferentes modos de transportes, 
isolados ou combinados. Os deslocamentos internos dos países também são, em geral, mais 
acessíveis; os sistemas de transporte também contribuem para avanços na área da saúde, 
especialmente em casos de urgência e emergência; locais tornaram-se mais acessíveis com o 
desenvolvimento do transporte, auxiliando na redução da fome em diversas localidades; 
mais oportunidades de emprego e estudos devido à facilidade de deslocamento; maior 
interação multicultural com a expansão do transporte com fins de turismo, entre diversos 
outros benefícios diretos e indiretos. 
Destarte, é evidente a influência direta do transporte na vida em sociedade, reforçando a importância de 
que o planejamento, a concepção e a operação de sistemas de transportes devem ser eficientes, seguros e 
econômicos e ainda direcionados para atender às necessidades dos usuários. 
 
1.1.1. BREVE HISTÓRIA DO TRANSPORTE 
A necessidade de deslocamento do homem é inerente à sua existência. No princípio utilizava apenas sua 
própria força para se mover, mas pelas limitações fisiológicas, não era possível percorrer longas distâncias 
nem levar muita carga. Posteriormente, passou a utilizar a força de animais para puxar veículos, tendo 
surgido os veículos de tração animal. 
Ainda assim, o desafio de transportar mais cargas e percorrer maiores distâncias só foi vencido com o 
desenvolvimento dos primeiros meios mecânicos de transporte: o marítimo e o ferroviário. Isso ocorreu no 
século XVIII, a partir da invenção da máquina a vapor. 
Dessa forma, durante a Revolução Industrial, o modo ferroviário, em especial, desenvolveu-se e 
transformou-se na modalidade de transporte mais rápida e com maior capacidade de deslocamento de 
cargas e pessoas, culminando no surgimento da rede ferroviária europeia, interligando os países. 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
9 
Em se tratando do transporte aquaviário, este se desenvolveu a partir da experiência exitosa do transporte em 
barco a vapor (North River Steamboat) nos Estados Unidos, em 1807. Foi a primeira vez que se demonstrou a 
viabilidade do uso de navio a vapor para o transporte comercial sobre a água (HOEL et al., 2012). 
O transporte dutoviário teve sua utilização inicial para a distribuição de água, embora nem existisse ainda o 
conceito desse modo de transporte. A população das cidades estava em constante crescimento e demandando 
cada vez mais volumes de água para abastecimento, o que incorreu na necessidade de transporte de água 
desde a fonte até as cidades, por meio dos chamados aquedutos. No entanto, o primeiro uso de duto para 
transporte de mercadoria ocorreu em 1859, com o descobrimento do petróleo. 
O primeiro duto explorado foi construído no estado da Pensilvânia, Estados Unidos, em ferro 
fundido, com diâmetro de duas polegadas (aproximadamente 5,08 cm) e c om 8 km de extensão, 
ligando um campo de produção à estação ferroviária de cargas. Os oleodutos tornaram -se, então, no 
meio de transporte preferencial para abastecimento das refinarias e suprimento dos grandes centros 
de consumo (FREIRE, 2009). 
Hoel et al. (2012) afirmam que, já no início do século XX, ocorreu o desenvolvimento dos motores à explosão 
(motores de combustão interna), o que levou à criação do automóvel e desenvolvimento de técnicas de 
produção em série, dando início à Era do Automóvel. Em 1903, Henry Ford fundou a Ford Motor Company e 
aperfeiçoou o processo de produção de automóveis em série, de forma que o preço fosse acessível à maioria 
dos norte-americanos. No período de 1901 a 1910, houve um aumento de mais de 56 vezes o número de 
automóveis registrados nos Estados Unidos, passando de 8 mil para 450 mil. E, em 1930, já eram mais de 23 
milhões de automóveis de passageiros e 3 milhões de caminhões registrados. 
 
Assista ao vídeo “A Evolução dos Transportes”, que traz uma reflexão 
acerca do uso dos automóveis nas cidades e o conflito entre o interesse 
individual e o bem-estar coletivo. Reflita! 
http://tinyurl.com/y768zfjm 
O transporte aéreo, por sua vez, estava em fase pioneira antes da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), 
com uso demonstrativo em áreas rurais e avanços na concepção e desenvolvimento de aeronaves, 
sobretudo na Europa. Durante a Primeira Guerra Mundial, os aviões foram utilizados tanto para atividades 
de combate quanto de reconhecimento, mas foi no pós-guerra que esse modo de transporte ganhou mais 
notabilidade, tendo se mostrado útil na prestação de serviços aéreos (entrega de correspondências, por 
exemplo) e no transporte de passageiros. A indústria aeronáutica passou, então, a receber maiores 
investimentos e surgiram mais companhias aéreas (HOEL et al., 2012). 
Você percebeu que a evolução dos modos de transporte acompanhou as 
demandas e necessidades da sociedade? 
Pois bem, isso só reforça o que já discutimos, está lembrado? Isso mesmo, que o transporte está 
intimamente ligado ao desenvolvimento social. 
 
1.1.2. ENGENHARIA DE TRANSPORTES E ATUAÇÃO PROFISSIONAL 
Agora que você já conhece um pouco da história do transporte e está ciente da importância dele para o 
desenvolvimento da sociedade, vamos conhecer as áreas de atuação da Engenhariade Transportes. 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
10 
Como é notável, o setor de transportes é estratégico e essencial para qualquer 
região ou nação, o que requer técnicos com formação de excelência para a 
provisão de transportes eficientes, seguros e economicamente viáveis. 
Conforme Resolução nº 218, de 29 de junho de 1973, do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia 
(CONFEA), instância máxima do sistema de fiscalização do exercício profissional de engenheiros (e outros 
profissionais registrados), em seu Art. 7º, o engenheiro civil ou o engenheiro de fortificação e construção é 
o profissional que tem prerrogativa, sob o ponto de vista legal, para criar, desenvolver, coordenar e atuar 
na área de transportes, como pode ser visto na sequência. 
 
 
 
Art. 7º - Compete ao engenheiro civil ou ao engenheiro de fortificação e construção: I - o 
desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 1º desta Resolução, referentes a edificações, 
estradas, pistas de rolamentos e aeroportos; sistema de transportes, de abastecimento de 
água e de saneamento; portos, rios, canais, barragens e diques; drenagem e irrigação; 
pontes e grandes estruturas; seus serviços afins e correlatos. 
 (CONFEA, 1973, p. 2) 
 
 
Podemos encarar, portanto, a Engenharia de Transportes como a área 
responsável pelo planejamento, concepção, construção, operação e manutenção 
dos sistemas de transporte. 
O campo engloba rodovias, terminais de transporte público, ciclovias e sistemas de compartilhamento de 
bicicletas, ferrovias e estações ferroviárias, canais e portos, aeroportos, pontes, dispositivos de drenagem, 
além de demais componentes de sistemas de transporte ferroviário, rodoviário, dutoviário, aéreo e 
aquaviário. Existem oportunidades de trabalho nessas áreas em agências de transporte nas esferas federal 
e estadual (Agência Nacional de Transportes Terrestres, Agência Nacional de Transportes Aquaviários, 
Agência Nacional de Aviação Civil), órgãos e autarquias de transporte (Ministério dos Transportes, 
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Departamentos Estaduais de Trânsito, 
Secretarias de Transporte), empresas públicas (VALEC S.A., Transportes Coletivos de Brasília Ltda.), 
empresas de consultoria, concessionárias de rodovias, companhias ferroviárias e aéreas, indústrias privadas 
e associações profissionais. 
O setor está associado à engenharia civil, mas como a área de transportes tem interfaces com diversas 
outras áreas, o engenheiro de transportes deve, para além de compreender os princípios básicos de 
transporte, possuir conhecimentos sobre os fundamentos da engenharia, ciência, estatística, computação, 
economia, ciências sociais, comunicação oral e escrita, sendo ainda desejável mestrado ou doutorado em 
alguma especialidade de transporte. 
Entre as especialidades da Engenharia de Transportes, conforme sugerido por Hoel et al. 
(2012), destacam-se: 
• planejamento de transporte; 
• projeto de transporte; 
• construção de sistema de transporte; 
• operação e gerenciamento do transporte; 
• manutenção da infraestrutura de transporte; e 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
11 
• logística. 
 
 
PLANEJAMENTO DE 
TRANSPORTE 
Compreende planos e programas de desenvolvimento de sistemas de 
transporte. O processo de planejamento envolve a definição do problema, nível 
de planejamento, metas e objetivos, coleta e análise de dados e proposição de 
alternativas. Para tanto, o planejador deve ter em conta a avaliação de 
viabilidade técnica, econômica, ambiental e social. O produto final é uma 
análise comparativa entre as alternativas propostas, baseadas nos objetivos e 
critérios estabelecidos, evidenciando como cada opção cumprirá os objetivos e 
metas almejadas. 
PROJETO DE 
TRANSPORTE 
Envolve a descrição detalhada de características do elemento ou sistema de 
transporte projetado, especificando recursos e materiais necessários para o 
funcionamento adequado e eficiente deste. O processo do projeto pode 
contemplar: definição de traçado, seleção de dimensões, características 
geométricas de alinhamento vertical1 e horizontal, dimensionamento de 
pavimentos, elementos estruturais e obras de arte2, dispositivos de drenagem, 
dispositivos de controle de tráfego, dimensionamento e locação de terminais e 
estações, entre outros. Dessa forma, os projetistas devem possuir habilidade e 
conhecimento em geotecnia, hidráulica, topografia, pavimentação, engenharia de 
tráfego e projeto geométrico. O produto final é um conjunto de planos 
detalhados que norteiam a construção e custo da instalação. 
CONSTRUÇÃO DE 
SISTEMAS DE 
TRANSPORTE 
Contempla todos os aspectos do processo de construção. Em geral, tratando-se 
de obras de grande vulto e complexidade, estas ficam a cargo de grandes 
empreiteiras ou consórcio, escolhidas pela competitividade de preço e know-
how3. Nesse tipo de atividade, o engenheiro de transportes da contratante é 
responsável por assegurar que o projeto está sendo executado de acordo com 
as especificações, inspecionar o trabalho em andamento, aprovar pagamentos 
parciais e representar a contratante em negociações em casos de alterações de 
projeto. Já o engenheiro da contratada, responsabiliza-se pela estimativa dos 
custos, acompanhamento da obra, gestão das equipes de trabalho, tratativas 
com empresas subcontratadas e representação da empresa nas negociações 
com o órgão ou empresa contratante. 
OPERAÇÃO E 
GERENCIAMENTO DO 
TRANSPORTE 
Estão associadas ao controle das condições de operação, de forma a assegurar o 
desempenho satisfatório do sistema e atendimento das necessidades dos 
usuários. Cada modo de transporte requer procedimentos diferentes de 
controle de tráfego, sendo o engenheiro de transportes responsável por 
conceber procedimentos que garantam a segurança e o nível de serviço 
esperado do sistema. Em rodovias, o monitoramento e controle é realizado por 
 
1 Similar ao alinhamento horizontal, mas no plano vertical (perfil). 
2 Certos tipos de construção de engenharia que requerem maior especialização, tais como pontes, viadutos, túneis. 
3 Conjunto de conhecimentos práticos, experiência e competências adquiridas por empresa ou profissional. Domínio especializado sobre 
um mercado, produto ou serviço. 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
12 
meio de sinalização horizontal, vertical e dispositivos eletrônicos para orientar e 
advertir os veículos circulantes (sem estabelecer contato com os motoristas) ao 
passo que o controle de tráfego aéreo é um processo individual em que o 
controlador monitora e orienta cada aeronave. Assim, o engenheiro de 
transportes é responsável pelo desenvolvimento de procedimentos de controle 
consistentes e que forneçam lato4 desempenho de serviço e segurança ao 
sistema de transporte. 
MANUTENÇÃO DA 
INFRAESTRUTURA DE 
TRANSPORTE 
Tem por finalidade garantir que o sistema de transporte preserve condições 
satisfatórias de operação. A manutenção envolve ações preventivas e 
corretivas, desde inspeção periódica do sistema até reparos na superfície do 
pavimento, por exemplo. Desse modo, o engenheiro de transportes se 
responsabiliza por definir estratégias de manutenção, horários e dias, gerenciar 
riscos, avaliar custos econômicos, lidar com a responsabilidade civil e demais 
ações que viabilizem a execução das atividades de manutenção de forma 
adequada e econômica. 
LOGÍSTICA 
Outro ramo não exclusivo dos engenheiros de transportes, mas é que bastante 
atrativo para esses profissionais é a logística. Ela trata dos aspectos gerenciais 
dotransporte de mercadoria, relacionados à movimentação e armazenagem de 
mercadorias entre a fonte de matérias-primas e a distribuição do produto 
acabado. Dessa forma, o engenheiro de transportes deverá ser capaz de avaliar 
alternativas de modalidades de transportes que minimizem custos e tempo de 
viagem e, ao mesmo tempo, sejam confiáveis, frequentes e seguras. 
 
 
Assista ao vídeo “Importância da engenharia de tráfego” e veja 
algumas atividades dos profissionais responsáveis pela operação do 
transporte urbano. 
http://tinyurl.com/ybdhpuxv 
 
Termina aqui nossa aula, introduzimos conceitos que serão importantes ao longo desta parte do conteúdo. 
Continue os estudos desta disciplina e até breve! 
 
Aula 2 | COMPONENTES DOS SISTEMAS DE TRANSPORTE 
 
Nesta aula, falaremos sobre os diferentes componentes dos sistemas de transporte, entendendo sobre cada 
um. Continue os estudos desta disciplina e boa aula! 
 
 
4 De grande amplitude; não restrito; largo, extenso, extensivo. 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
13 
2.1. CONCEITO DE SISTEMAS DE TRANSPORTE 
Inicialmente, você precisa compreender o conceito de sistema. Sistema pode ser entendido como: 
 
 
 
um objeto complexo, cujos componentes são inter-relacionados. Se os componentes são 
conceituais, assim também é o sistema; se são concretos ou materiais, então eles 
constituem um sistema concreto ou material. Uma teoria é um sistema conceitual, uma 
escola é um sistema concreto do tipo social. 
 (BUNGE, 1979, p. 4 apud MAGALHÃES et al., 2014, p. 2) 
De forma complementar, Kawamoto (1994) afirma que “o sistema é definido como um conjunto de partes 
que interagem de modo a atingir determinado fim, de acordo com um plano ou princípio”. 
No campo dos transportes, algumas definições de sistemas de transporte são aceitas. Para Morlok (1978), 
por exemplo, sistema de transporte é “um conjunto de elementos que fornecem e dirigem ações para que 
o transporte ocorra”. O autor ainda destaca que um sistema de transporte é composto por elementos 
básicos de infraestrutura e o plano de operação. 
De maneira convergente, Stopford (1987); 
 
define que “um sistema de transporte é uma cadeia de transporte concebida de 
forma que as diferentes operações envolvidas se liguem, num conjunto tão 
eficiente quanto possível”. 
Os principais elementos relacionados aos sistemas são: o meio ambiente, entrada (recursos), saídas (resultados), 
retroalimentação (controle) e modelo. Por meio ambiente de um sistema, entende-se o conjunto de 
objetos/fatores externos ao sistema, mas que, de alguma forma, influenciam a operação do mesmo. 
Os insumos ou recursos, fontes de entrada, são o conjunto de materiais, informações, pessoas, 
infraestrutura, etc., fornecidos ao sistema. Ao passo que, por meio do processamento desses recursos, são 
obtidos os produtos ou resultados finais (saída). Kawamoto diz que; 
 
Dessa forma, depreendendo-se os conceitos apresentados, pode-se entender o 
sistema de transporte como “um conjunto de partes (veículos, vias, terminais) que 
interagem de modo a promover deslocamento espacial de pessoas e/ou bens, 
segundo a vontade dos usuários, programação de operadores, e regras pactuadas. 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
14 
 
Figura 1. Representação de sistema de transporte Fonte: Kawamoto (1994) 
 
Vamos entender melhor! 
Imagine um sistema de transporte urbano, o seu meio ambiente é formado pelas atividades executadas em 
indústrias, comércios, estabelecimentos de ensino, residências, etc. As entradas, por sua vez, são os 
insumos consumidos para que o transporte ocorra e os bens e/ou pessoas a serem transportadas, 
portanto, incluem: materiais, mão de obra, solo, combustível, etc. Por fim, as saídas do sistema são: 
pessoas transportadas e/ou mercadorias transportadas, além das externalidades, geralmente negativas, 
oriundas desse processo, sejam elas, ruído, emissão de gases poluentes, acidentes de trânsito. 
Como você deve ter percebido, a interação entre o sistema de transporte e o meio ambiente é bastante 
complexa e é, por isso, em geral, são representados por modelos. O modelo é a idealização simplificada de 
um sistema complexo, mas que, ainda assim, reproduz a essencialidade do comportamento desse sistema 
para os fins que se propõe, facilitando, portanto, a análise e/ou projeto do mesmo. 
São duas as principais motivações para o uso de modelo: 
• pois torna mais simples o estudo do sistema e extração de conclusões úteis; 
• porque é impossível considerar todas as características e aspectos da realidade, que 
é bastante complexa. 
Além disso, o modelo permite a experimentação de cenários de simulação, prevendo comportamentos 
mediante variação de fatores de interesse. Assim, o engenheiro de transportes deve sempre confrontar o 
modelo do sistema com o desempenho da vida real, buscando a adequação e maior eficácia do modelo 
(KAWAMOTO, 1994). 
 
2.1.1. TECNOLOGIAS DE TRANSPORTE 
Como você já aprendeu há pouco, os sistemas de transporte têm por finalidade viabilizar o movimento de 
pessoas e/ou bens, chamados de objetos do transporte. Esse deslocamento só é possível por meio do uso 
de tecnologias de transportes, bem como seu desempenho é dependente destas. 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
15 
De forma ampla, Setti e Widmer (1993) afirmam que uma tecnologia de transporte deve 
possuir os seguintes requisitos: 
• Fornecer mobilidade ao objeto, doutra forma, permitir sua movimentação da 
origem ao destino. 
• Controlar o deslocamento e a trajetória do objeto através da aplicação de forças de 
aceleração, desaceleração e direção. 
• Proteger o objeto de deterioração ou dano que possa ser causado pela sua velocidade. 
A forma mais simples de tecnologia de transporte é o transporte a pé, com base tão somente na habilidade 
natural de locomoção dos seres humanos e em sua capacidade de transportar cargas de pequeno porte. Ao 
correr, o ser humano pode aumentar a velocidade de deslocamento, gerando, porém, maior dificuldade no 
transporte da carga. Igualmente, os seres humanos podem se deslocar num corpo d’água, nadando. Os 
animais, além de andar, correr e nadar, podem voar, dependendo da espécie, obviamente. E ainda é 
possível verificar o movimento natural da água e do ar, objetos flutuando na água e objetos rolando em 
declives. 
Todos esses deslocamentos são formas naturais de movimento. 
Tendo em conta a limitação de capacidade de carregamento e do pequeno nível de conforto que essas 
tecnologias baseadas nas formas naturais de movimento proporcionam, ao longo da evolução da história 
humana, diversas tecnologias de transporte foram e têm sido desenvolvidas. Ainda assim, a maioria das 
alternativas são baseadas no conceito de biomimética, ou seja, buscam inspiração na natureza para 
soluções úteis e inovadoras. Entre as tecnologias desenvolvidas pelo homem, destacam-se (SETTI; 
WIDMER, 1993): 
1. Veículos sobre rodas ou esteiras com deslocamento terrestre: automóvel, caminhão, trem, trator 
de esteiras. 
2. Veículos que geram sustentação aero ou hidrodinâmica: aviões, helicópteros, aerobarcos. 
3. Veículos flutuantes (água ou ar): navios, dirigíveis. 
4. Veículos que se movimentam sobre o solo ou água sustentados por colchão de ar: hovercraft. 
5. Veículos que se movem sobre vias especiais através de levitação magnética: trem maglev. 
6. Veículos espaciais: naves e satélites artificiais movidos por foguetes. 
7. Vias que dão mobilidade e controle ao próprio objeto ou sua embalagem: dutovias, esteiras 
transportadoras, teleféricos, elevadores. 
Dianteda diversidade de tecnologias de transporte e diferentes formas de 
funcionamento, você pode se perguntar: qual tecnologia de transporte é melhor? 
Essa pergunta não pode ser respondida, ou pelo menos, não diretamente. Não existe a melhor tecnologia e 
sim a mais adequada a cada cenário e necessidade. Assim, é preciso definir os requisitos desejados da 
tecnologia e avaliar suas particularidades. 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
16 
 
Acesse o link a seguir e conheça o projeto MagLev Cobra, desenvolvido 
na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Trata-se da iniciativa mais 
avançada de veículo de transporte urbano usando a técnica de levitação 
com supercondutores e ímãs. 
http://tinyurl.com/y8erq2qo 
 
2.1.2. COMPONENTES FUNCIONAIS DOS SISTEMAS DE TRANSPORTE 
Um sistema de transporte viabiliza o movimento de um objeto de transporte de um local para outro ao 
longo de uma trajetória, recorrendo-se a uma tecnologia. 
 
Os componentes funcionais dos sistemas de transportes, definidos por Manheim 
(1979) e bastante aceitos, são: veículos, vias, terminais e plano de operações. 
Ainda assim, outros autores também apontam outros três componentes: 
dispositivos de unitização de cargas, as interseções e a força de trabalho. Todos 
esses componentes estão detalhados a seguir, conforme Setti e Widmer (1993). 
Os veículos são os elementos que se movem ao longo de uma via. Eles, na maioria das tecnologias, têm por 
finalidade dar mobilidade ao objeto, mas também são responsáveis pela proteção do objeto transportado. 
A maioria dos veículos é automotor, ou seja, possui sistema de tração e direção interno, como, por 
exemplo, automóveis, locomotivas, aviões e navios. Alguns veículos não possuem propulsão, em outras 
palavras, possuem um sistema externo de tração, como, por exemplo, vagões sendo rebocados por uma 
locomotiva, trailer sendo tracionado por um automóvel, etc. 
Em síntese, veículo é o componente utilizado para movimentar pessoas ou 
cargas de um ponto a outro. 
De forma a melhorar a eficiência de um sistema de transporte, utilizam-se dispositivos de unitização de 
cargas, cuja função básica é conter e proteger os objetos no processo de transporte, não tendo, portanto, 
capacidade de locomoção ou mobilidade, sendo necessário ser transportado em um veículo ou por uma via 
móvel. São exemplos desses dispositivos: pallets, caixas metálicas, lona e contêineres. 
As vias são partes fixas de um sistema de transporte. Elas são projetadas e construídas de acordo com as 
características dos veículos que as utilizam. Os meios de transporte terrestres, por exemplo, demandam superfície 
regular e resistente para que os veículos consigam desenvolver altas velocidades com o mínimo de dano à carga. 
No caso da via férrea, esta também desempenha o papel de controladora da trajetória do veículo. 
As hidrovias, por sua vez, são, em geral, cursos d’água naturais com melhoramentos, tais 
como: aumento de profundidade, transposição de desníveis, alargamento, regularização de 
vazão, de forma a permitir a navegação comercial de embarcações. Já as aerovias são 
demarcadas por rádio-sinalizadores, os quais captam e emitem os sinais captados pelas 
aeronaves, permitindo que estas se desloquem com segurança nas trajetórias pré-
determinadas. Assim, as vias são conexões que unem dois ou mais pontos. 
Os sistemas de transportes também são dotados de interseções – como o sistema viário – organiza-se em 
rede. Interseções são componentes importantes, uma vez nelas ocorrem o cruzamento ou unificação de 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
17 
vias. Por esse mesmo motivo é que é imprescindível a existência de dispositivos que ordenem os diversos 
movimentos do tráfego. São exemplos de interseções: cruzamentos de vias urbanas, desvios de estradas 
férreas e áreas terminais de redes aeroviárias. 
Os terminais são os locais onde as viagens são iniciadas e 
concluídas ou ainda onde ocorre o transbordo do objeto do 
transporte. Eles exercem as funções de expedição e 
armazenagem, regulando a entrada e saída de veículos e 
armazenamento tanto de veículos como de carga. Os terminais 
podem ser edifícios projetados para essa finalidade, tais como 
estações de metrô, estação rodoviária, aeroporto, ou podem 
consistir no local pré-determinado onde uma viagem se inicia ou 
acaba, um ponto de ônibus, por exemplo. 
Destarte, terminais representam os pontos de entrada, saída do sistema ou transferência entre veículos ou 
modos de transporte. 
O plano de operação ou normas operacionais compreendem a programação de horários (definição de horários de 
chegada e partida dos veículos nos distintos terminais de transporte), alocação de tripulação (atribuição de 
operadores aos diferentes veículos), padrões de conexão (organização do serviço em relação ao sistema ou rede 
de transporte), relação custo/nível de serviço (estabelecimento de normas operacionais considerando o equilíbrio 
entre o custo e o nível de serviço ofertado aos usuários do sistema), plano de contingência (utilizado em caso de 
situação não prevista para o funcionamento do sistema), entre outras atividades. 
 
O plano de operação é, portanto, o conjunto de procedimentos utilizados para manter 
a adequada operação de um sistema de transporte. Um plano de operação pode ser 
desde uma simples tabela de horários de chegada e partida, até um sistema complexo 
de controle e monitoramento do tráfego em tempo real. 
 
 
Acesse o link a seguir e conheça o portal e os serviços da Companhia de 
Engenharia de Tráfego de São Paulo, a maior metrópole da América 
Latina. É possível acompanhar, por exemplo, em tempo real as condições 
de fluidez das vias. 
http://tinyurl.com/yzwjrr5 
Força de trabalho (ou recursos humanos) abrange as pessoas que operam os veículos e sistemas de 
controle, os responsáveis pela administração e construção do sistema e os colaboradores ligados à 
reparação e manutenção dos vários componentes. São exemplos de força humana: motorista de ônibus e 
caminhões, maquinistas, operador de máquina pesada, cobrador de ônibus urbano, gerente de 
transporte, engenheiro de transporte. 
Vamos entender melhor! Imagine um exemplo do seu cotidiano: transporte 
público por ônibus. 
 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
18 
No quadro a seguir estão apresentados os componentes funcionais desse tipo de sistema de 
transporte. Observe. 
COMPONENTE ÔNIBUS URBANO 
Objeto Passageiros 
Terminal Pontos e terminais 
Unitização Cabine do ônibus 
Via Ruas e avenidas 
Veículo Ônibus 
Interseções Cruzamentos 
Plano de operação Tabela de horários 
Quadro 1. Componentes funcionais do sistema de transporte público por ônibus Fonte: Setti e Widmer (1993) 
 
Viu como ficou mais claro e fácil de compreender cada um dos componentes do 
sistema? Pois bem, agora você já pode analisar e identificar os componentes de 
diferentes sistemas. 
Por fim, é importante compreender que todos os componentes funcionais dos sistemas estão interligados, 
o que está representado na Figura 1. Os veículos carregados com contêineres (unitização) contendo objetos 
saem do terminal, fazendo uso de vias e interseções para chegar ao próximo terminal ou destino final. Em 
todo o trajeto as vias, cruzamentos e os veículos são operados de acordo com plano de operação pré-
estabelecido. Note-se ainda que, dependendo do sistema de transporte, nem todos os elementos 
mostrados na representação existem. 
 
Figura 2. Relação entre componentes de transporte Fonte: Morlok (1978 apud SETTI; WIDMER, 1993) 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro UniversitárioIESB. Todos os direitos reservados. 
19 
Uma das definições de rede de transporte é: representação matemática do fluxo de veículos, 
pessoas e mercadorias entre pontos servidos por um sistema de transporte. Uma rede é constituída 
por arcos e nós. Os nós são os pontos espaciais notáveis e de interesse ao passo que os arcos são as 
ligações entre nós (SETTI; WIDMER, 1993). 
Vamos entender melhor! Na Figura 3(a) está apresentada a representação das ligações rodoviárias entre 
algumas cidades e na Figura 3(b) está posta a representação da rede de transporte, que representa o 
sistema de transporte rodoviário servindo a região analisada. Cada cidade é representada por um nó, e 
cada ligação rodoviária, por um arco, sendo que este pode conter fluxo de sentido único ou bidirecional de 
veículos. Os nós são numerados e cada arco é identificado pelo par de nós por ele ligado. 
 
Figura 3. (a) Mapa de ligação rodoviária entre algumas cidades; (b) representação gráfica da rede de transporte 
Além da representação gráfica, as redes podem ser expressas por meio de matrizes, como a T abela 
1, corresponde ao exemplo em análise. As linhas da matriz contêm os nós de origem e as colunas, os 
nós de destino. 
Cada elemento da matriz, mij, que representa um arco iniciado em i e terminado em j, pode assumir valores: 
• 1, caso exista um arco i → j; 
• 0, caso não exista um arco i → j. 
Um arco unidirecional entre i e j é representado por mij = 1 e mji = 0, enquanto um arco bidirecional são 
representados por mij = 1 e mji = 1. 
ORIGEM/DESTINO 1 2 3 4 5 
1 0 1 0 1 0 
2 1 0 1 0 0 
3 0 1 0 1 1 
4 1 0 1 0 0 
5 0 0 1 0 0 
Tabela 1. Representação matricial de rede de transporte 
Viu como é simples o processo de representação matricial de uma rede de transporte? Pois bem, esse tipo 
de representação viabiliza tratamento computacional sistematizado de redes extensas ou complexas, além 
de permitir o armazenamento de outras características de cada arco, tais como comprimento, tempo de 
viagem e volume de tráfego. 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
20 
 
Termina aqui nossa aula. Continue estudando para desenvolver as competências e habilidades necessárias 
a essa área de atuação e do conhecimento. Até logo! 
 
Aula 3 | MODOS DE TRANSPORTE: RODOVIÁRIO, FERROVIÁRIO E 
DUTOVIÁRIO 
 
Nesta aula, o assunto será os modos de transporte rodoviário, ferroviário e dutoviário. Essas noções são 
essenciais para o dia a dia profissional e para o estudioso(a) da área. Bons estudos! 
 
3.1. MODO RODOVIÁRIO 
3.1.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO 
 
O transporte rodoviário é um modo terrestre de transporte, cujos veículos 
automotores utilizam-se de vias (rodovias) para deslocamento. 
Esse tipo de transporte é capaz de transportar inúmeros tipos de carga e ainda trafegar por locais que não 
sejam propriamente vias. Essas características conferem grande flexibilidade de trajetos, diferente dos 
outros modais, possibilitando a integração e atendimento de regiões, mesmo as mais distantes, com acesso 
terrestre (PEREIRA; LENDZION, 2013). 
Outra característica atrativa do modo rodoviário é o door to door, transporte de porta a porta, 
uma vez que ele pode ser responsável pela busca da carga do exportador e entrega dessa 
diretamente ao importador, sem intermediários, possibilidade existente apenas nesse modal. 
Nesse caso, o veículo é lacrado no local de carregamento e aberto apenas na entrega, 
reduzindo a necessidade de manuseio de carga evitando, assim, perda ou dano à carga. 
Mesmo diante dessas vantagens, o modo rodoviário apresenta limitações. Possui capacidade de 
carga reduzida, quando comparado ao modo aquaviário e ferroviário, o que torna seu transporte 
mais oneroso. Também existem fatores intervenientes que geram problemas na operação, sejam 
eles: congestionamento, má conservação de rodovias, segurança do veículo, motorista e carga 
(carecendo, em diversos casos, escolta de segurança e rastreamento de veículos). Em termos 
ambientais, considerando-se a capacidade de carga e a distância percorrida, é o modo que gera a 
maior emissão de poluentes (PEREIRA; LENDZION, 2013; OLIVEIRA, 2017). 
 
3.1.2. SISTEMA RODOVIÁRIO 
VIA 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
21 
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) define via como “superfície por onde transitam veículos, 
pessoas e animais, compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e canteiro central”. Ainda 
diferencia via rural de urbana, sendo a primeira correspondente a estradas e rodovias, enquanto a 
segunda tem por definição “ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e similares aberto s à circulação 
pública, situados na área urbana, caracterizados principalmente por possuírem imóveis edificados ao 
longo de sua extensão” (BRASIL, 1997). 
A via é constituída por duas partes: infraestrutura e superestrutura. A infraestrutura rodoviária é composta 
pelo subleito, dispositivos de drenagem e obras de arte. O subleito é a camada de solo existe no local onde 
a rodovia será implantada, sendo intensos os serviços de terraplenagem nesta etapa, fornecendo um leito 
em condições para que a superestrutura da via seja assentada. 
Já a superestrutura da rodovia é constituída pelas camadas do pavimento, sinalização e dispositivos da 
operação. O pavimento é a estrutura construída sobre a subleito (superfície obtida após serviços de 
terraplenagem), formada por camadas resistentes e que permitam a distribuição, ao subleito, dos esforços 
oriundos do tráfego e ainda melhorem as condições de rolamento quanto ao conforto e segurança dos 
usuários. Os pavimentos podem ser do tipo: rígido, semirrígido ou flexível (BERNUCCI et al., 2008). Na 
Figura 4, estão apresentados, de forma geral, os elementos constituintes do pavimento. 
 
Figura 4. Camadas do pavimento 
Na via, as camadas superiores são constituídas de materiais de melhor qualidade e capacidade de carga. E, 
como resultado, a via deve ser projetada e executada de forma a promover a ligação de dois pontos de 
interesse, de maneira econômica e tecnicamente viável, garantindo ainda o conforto e segurança dos 
usuários (PEREIRA; LENDZION, 2013). 
Quanto ao traçado da via, este deve ser definido mediante análise de diversas características, entre elas: 
topografia da região, condições geológicas e geotécnicas do terreno, condições hidrológicas e hidrográficas 
da região, presença de benfeitorias ao longo da faixa de domínio da rodovia (desapropriação, indenização). 
A rodovia é um ente físico tridimensional, no qual prevalecem as dimensões longitudinais, sendo seus 
elementos representeados graficamente por uma linha fluente e contínua. 
Por facilidade, faz-se a análise em separado dos elementos geométricos da rodovia, 
sendo eles: projeto em planta, projeto em perfil e elementos de seção transversal. 
 
Subleito
Reforço do subleito
Sub-base
Base
Revestimento
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
22 
No projeto em planta (Figura 5), objetiva-se a definição geométrica da linha que representa a rodovia, o 
eixo da rodovia. No projeto em perfil, tem-se o dimensionamento dos elementos geométricos da rodovia 
segundo um plano vertical, definindo-se o eixo da rodovia no plano vertical, denominado greide da rodovia. 
Por fim, tem-se a caracterização da geometria dos componentes da seção transversal da rodovia (LEE, 
2013). 
 
Figura 5. Elementos do projeto em planta Fonte: Lee (2013) 
 
 
Figura 6. Elementos da seção transversal de uma rodovia de pista simples Fonte: Lee (2013) 
 
VEÍCULO 
Conforme o Código de Trânsito Brasileiro (BRASIL, 1997), os veículos rodoviários são classificados em: 
1.quanto à tração: automotor; elétrico; de propulsão humana; de tração animal; reboque ou semirreboque; 
2. quanto à espécie: 
a. de passageiros: bicicleta, ciclomotor, motoneta, motocicleta, triciclo, quadriciclo, automóvel, 
micro-ônibus, ônibus, bonde, reboque ou semi-reboque, charrete; 
b. de carga: motoneta, motocicleta, triciclo, quadriciclo, caminhonete, caminhão, reboque ou semi-
reboque, carroça, carro-de-mão; 
c. misto: camioneta, utilitária, outros; 
d. de tração: caminhão-trator, trator de rodas, trator de esteiras, trator misto; especial; de coleção; 
de competição; 
3. quanto à categoria: oficial; de representação diplomática; particular; de aluguel; de aprendizagem. 
 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
23 
Conforme o Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN, 2006a), as dimensões autorizadas para veículos que 
transitem em vias terrestres, com ou sem carga, são: 
1. largura máxima: 2,60 m; 
2. altura máxima: 4,40 m; 
3. comprimento total (valores máximos): 
• veículos não articulados: 14,00 m; 
• veículos não articulados de transporte coletivo: 15 m; 
• veículos articulados de transporte coletivo: 18,60 m; 
• veículos articulados com duas unidades (caminhão-trator e semirreboque): 18,60 m; 
• veículos articulados com duas unidades (caminhão ou ônibus e reboque): 19,80 m; 
• veículos articulados com mais de duas unidades: 19,80 m. 
Com relação ao peso bruto total e peso bruto transmitido por eixo de veículo, nas superfícies das vias 
públicas, tem-se que para veículo não articulado o peso bruto total não pode exceder 29 toneladas, 
enquanto o máximo valor permitido é de 57 toneladas para os casos de peso bruto total para combinações 
de veículos articulados com duas unidades, do tipo caminhão e reboque. No caso de combinações de 
veículos de cargas (CVC), o CONTRAN (2006b) estabelece 74 toneladas como limite máximo de peso bruto 
total combinado e a extensão máxima do veículo de 30 m. Na Figura 7 estão apresentados alguns exemplos 
de veículos e respectivos pesos e dimensões máximas permitidas. 
As características dos veículos e a proporção entre eles condicionam o projeto 
de uma via, fazendo-se necessário adotar um veículo que sirva de referência 
para determinação dos parâmetros de projeto, o chamado veículo de projeto. 
Esse é entendido como o veículo teórico de certa categoria, cujas características físicas e operacionais 
representam uma envoltória das características da maioria dos veículos existentes nessa categoria. Os 
quatro grupos básicos de veículos de projeto são: veículos de passeio leves (VP), veículos comerciais rígidos 
(CO), veículos comerciais articulados (SR) e veículos comerciais rígidos de maiores dimensões (O). Dessa 
forma, o veículo de projeto deve contemplar os veículos representativos da frota atual e futura. 
 
Figura 7. Elementos da seção transversal de uma rodovia de pista simples Fonte: Adaptado de Brasil (2012) 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
24 
As características dos veículos e a proporção entre eles condicionam o projeto de uma via, fazendo-se necessário 
adotar um veículo que sirva de referência para determinação dos parâmetros de projeto, o chamado veículo de 
projeto. Este é entendido como o veículo teórico de certa categoria, cujas características físicas e operacionais 
representam uma envoltória das características da maioria dos veículos existentes nessa categoria. Dessa forma, o 
veículo de projeto deve contemplar os veículos representativos da frota atual e futura. 
 
Acesse o link a seguir e veja um panorama do modo rodoviário no 
transporte de carga no Brasil. 
http://tinyurl.com/yb8xqer9 
E, assim, encerramos nossa apresentação ao modo de transporte rodoviário. Espero que você tenha 
conseguido assimilar as principais características desse modo e dos componentes via e veículo. Na 
sequência, trataremos do modo ferroviário. Vamos lá?! 
 
3.2. MODO FERROVIÁRIO 
3.2.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TRANSPORTE FERROVIÁRIO 
 
Transporte ferroviário é aquele realizado sobre vias férreas com uso de 
locomotivas e vagões. 
Embora a construção de uma ferrovia tenha custo elevado (envolve custos de terraplenagem, drenagem, 
obras de arte, obras complementares, superestrutura da via, sinalização, desapropriação e indenização), a 
manutenção é bastante módica, especialmente comparada com o modo rodoviário, também terrestre. 
Além disso, devido ao sistema de alimentação/combustível (energia elétrica ou diesel), o custo do 
transporte ferroviário torna-se competitivo, sendo o frete (por tonelada por quilômetro percorrido) não só 
mais barato que o transporte hidroviário. 
O modal ferroviário permite o transporte de grandes quantidades e diferentes tipos de carga. Ademais, por 
fazer uso de uma via exclusiva, sofre menos com problemas de congestionamento, entrave comum no 
transporte rodoviário e aquaviário. Por outro lado, o tempo de viagem é dependente da formação da 
composição e da necessidade de transbordos, o que pode torná-lo irregular e com atrasos (PEREIRA; 
LENDZION, 2013). 
Outra característica dessa modalidade de transporte é a menor acessibilidade 
ao sistema, decorrente dos trajetos serem rígidos e limitados pela extensão e 
distribuição da linha férrea. 
De maneira geral, devido às questões operacionais, torna-se mais vantajoso nos casos em que houver 
grande quantidade de carga a ser movimentado a longas distâncias. 
 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
25 
3.2.2. SISTEMA FERROVIÁRIO 
VIA 
A via férrea pode ser simples, dupla ou tripla. Ela é constituída da infra e da superestrutura. Análoga à via 
rodoviária, a infraestrutura ferroviária abrange o leito, terreno regularizado resultante de movimentações 
de terra, os elementos de drenagem e obras de arte especiais. A infraestrutura é preparada, portanto, para 
receber a superestrutura (OLIVEIRA, 2017). Na Figura 8 estão apresentados os principais elementos da 
seção transversal de uma via férrea. Também se refere que, em transporte urbano ferroviário, existem vias 
férreas embebidas em lajes de concreto. 
 
Fonte: http://tinyurl.com/ybzqmj2t Figura 8. Elementos da seção transversal de uma via férrea simples 
A superestrutura da via, também designada como via permanente, é composta por: sublastro, lastro, 
dormente, trilhos e aparelhos de mudança de via (AMV). O sublastro tem por finalidade aumentar a 
capacidade de suporte da plataforma, gerando necessidade de espessura menor de lastro. Também 
objetiva proteger o leito de erosão e infiltração de água, complementando o sistema drenagem da via, 
além disso possibilita relativa elasticidade ao apoio do lastro. 
A função principal do lastro é distribuir sobre a plataforma ou sublastro os esforços resultantes da 
movimentação dos veículos, gerando tensão adequada à sua capacidade. Também contribui para a 
elasticidade da via, atenuando as trepidações geradas pela passagem de vagões e locomotivas. Outro 
importante objetivo do lastro é regularizar a superfície para instalação de dormentes e trilhos, impedindo o 
deslocamento desses. Por fim, devem facilitar a drenagem da superestrutura. 
Os dormentes são responsáveis por receber e transmitir esforços ao lastro, sendo suporte para os trilhos e 
garantia para a bitola, distância entre os trilhos. Os dormentes podem ser de madeira, concreto ou aço, 
sendo este último menos usual. 
Os trilhos formam a pista de rolamento dos vagões e locomotivas, funcionando como vigas elásticas de 
suporte direto e guias das rodas. Os trilhos são metálicos, sendo o perfil Vignole o mais usual. Junto com os 
trilhos, devem ser instalados outros acessórios, a saber: talas dejunção (emenda mecânica dos trilhos), 
fixações e placas de apoio (distribuição de tensões dos trilhos para os dormentes). 
 
Figura 9. Trilhos Fonte: http://tinyurl.com/yacarhro 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
26 
Os aparelhos de mudança de via, por sua vez, são utilizados para realizar o desvio dos veículos e com velocidade 
compatível, é um elemento móvel e bastante importante para a segurança na operação ferroviária. 
Ainda é importante referir a classificação das vias quanto à bitola. Ela é a distância entre as faces internas 
de duas filas de trilhos e podem ser de 1 m (bitola métrica), 1,435 m (bitola padrão) ou 1,6 m (bitola larga), 
esta última é a oficial do Brasil. 
 
Figura 10. Bitolas Fonte:http://tinyurl.com/ya4ykgxc 
VEÍCULO 
Conforme Valente (2015), os veículos ferroviários, também denominados de material circulante, podem ser 
locomotivas ou vagões. As locomotivas são veículos tratores, movidos a vapor, a energia elétrica ou a 
diesel. Quanto aos veículos rebocados, os vagões, estes podem ter diferentes capacidades de carga, como, 
por exemplo, vagão plataforma (transporte de veículos, contêineres, máquinas siderúrgicas e outras cargas 
pesadas), vagão fechado de descarga lateral (transporte de produtos ensacados e agregados de cereais), 
vagão tanque (transporte de granéis líquidos). 
 
Acesse o link a seguir e assista a um programa com dois especialistas em 
transportes discutindo o cenário do transporte ferroviário no Brasil. 
http://tinyurl.com/ybmz8abf 
 
3.3. MODO DUTOVIÁRIO 
3.3.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TRANSPORTE DUTOVIÁRIO 
 
Dutoviário: Nesse tipo de transporte, o produto se desloca, seja por gravidade, 
pressão ou arraste, pelo elemento transportador, através de dutos. 
Suas características técnicas e operacionais torna o modo mais seguro e econômico para o transporte de 
determinados produtos, como petróleo e derivados, gás natural, minério (PEREIRA; LENDZION, 2013). 
O transporte nesse modo é de alta confiabilidade, já que é mínimo o risco de paralisação por condições 
climáticas e outros fatores, além de poder ser operado diurno e noturnamente, garantindo fluxo contínuo 
de transporte. Nessa modalidade de transporte, também é mínima a necessidade de manuseio da carga, já 
que é transportada da origem ao destino por meio dos dutos. 
 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
27 
O impacto ambiental desse meio de transporte é pequeno, com baixa emissão de poluentes 
e pouca interferência no ambiente. O consumo de energia é reduzido, em relação ao volume 
transportado, especialmente por se priorizar o uso de energia elétrica quando não é possível 
o escoamento por gravidade. 
A dutovia supera obstáculos de aclives de até 90º, possibilitando o menor trajeto entre a origem e destino, 
diferente de outros modos como o ferroviário e rodoviário, por exemplo, em que 
aclives muito acentuados são limitadores e oneram a obra. Nesse sistema de 
transporte, é pequena a demanda de mão de obra, no entanto, esta tem de ser 
altamente especializada para acompanhamento de todo o processo de transporte. 
Assim, esse modo, devido às potencialidades apontadas, tem baixo custo operacional. 
Entretanto, apresenta uma grave limitação: rigidez do transporte. Os pontos de origem 
e destino são fixos e devem possuir estrutura adequada, há diversas restrições de tipos 
de produtos e ainda apresentam dificuldades para transbordo. 
 
3.3.2. SISTEMA DUTOVIÁRIO 
VIA 
A dutovia (oleoduto, gasoduto, mineroduto, aquaduto) é constituída por 
tubos, em geral metálicos, ao longo de um traçado pré-estabelecido em 
projeto. A dutovia pode ser aérea, ou seja, acima do nível do solo, ou terrestre, 
podendo ser instalada sobre o solo (visível) ou enterrada (invisível). 
VEÍCULO 
Nesse modo, o veículo é o próprio produto bombeado. Ocorre um fluxo 
contínuo, direcionado pela dutovia, a partir do impulso que cada 
partícula antecessora promove na partícula a frente. 
TERMINAL 
São destinados à armazenagem e/ou distribuição do produto para outras dutovias ou outros modos de 
transporte. São definidos em locais estratégicos, de acordo com a demanda específica. 
CONTROLE 
O uso de equipamentos de controle é necessário para o monitoramento de velocidade, uma vez que velocidades 
altas podem causar danos à dutovia e velocidades baixas acarretam a sedimentação do produto. 
Os modos rodoviário e ferroviário estão mais presentes no nosso cotidiano, mas 
você conhecia o modo dutoviário? Bastante interessante, não é?! 
 
Na próxima aula, em continuidade, abordaremos o transporte aquaviário, aéreo e a multimodalidade. 
Continue os estudos desta disciplina e até breve! 
http://tinyurl.com/ybuxaswg 
Figura 11. Terminal http://tinyurl.com/ycd45z47 
 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
28 
Aula 4 | MODOS DE TRANSPORTE: AQUAVIÁRIO, AÉREO E TRANSPORTE 
MULTIMODAL 
 
Nesta aula, falaremos sobre os modos aquaviário, aéreo e transporte multimodal. Continue os estudos 
desta disciplina e boa aula! 
 
4.1. MODO AQUAVIÁRIO 
 
O modo aquaviário é aquele que, por meio de barcos, navios ou balsas e 
sobre um corpo d’água (rios, canais, lagos, mares e oceanos), realiza o 
transporte de cargas e passageiros. 
Este modo pode ser dividido em transporte marítimo e transporte hidroviário. 
Transporte Marítimo é o transporte realizado em mares e oceanos por navios de grande porte e é a forma 
predominante do modo aquaviário. Esse tipo de transporte é essencial para movimentação comercial entre 
países, sendo responsável por cerca de 90% do transporte internacional (importações e exportações). Essa 
forma de transporte possui alta eficiência energética e elevada economia de escala5 para grandes volumes 
de cargas em longas distâncias. É capaz de transportar diferentes quantidades de cargas e de diversos 
tipos, além de passageiros. 
Ainda assim, esse tipo de transporte apresenta algumas desvantagens, quais 
sejam: movimento lento; necessidade de integração modal, contribuindo para 
demora na entrega à locais interiores ao continente; carece existência de 
infraestrutura portuária; tem alto investimento inicial e custo operacional. 
 
4.1.1. SISTEMA MARÍTIMO 
VIA 
À exceção de acesso a alguns terminais portuários, não existe uma via material delimitada para 
deslocamento dos veículos. O movimento ocorre segundo uma rota, ou seja, linha determinada para ser 
seguida pela embarcação. Podendo ser: i) de longo curso: navegação internacional de longas distâncias; ii) 
de cabotagem: navegação nacional ao longo da costa, também denominado transporte costeiro. 
VEÍCULO 
O veículo apropriado para deslocamentos em mares e oceanos é o navio. Os navios podem ter diferentes 
tipos, tamanhos e características a depender da finalidade e especificidade do transporte. 
O sistema de propulsão é de motores de grande potência, capazes de impulsionar e locomover até 
centenas de milhares de toneladas a uma velocidade média de 21 nós (38,89 km/h) ou de 26 nós (48,15 
km/h) em navios mais velozes. 
 
5 É o conjunto de fatores que conduzem à redução do custo médio de produção de um bem ou serviço ao passo que se aumenta a 
quantidade produzida. 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
29 
Na Figura 12 está apresentado um modelo de navio e numeração associada a cada parte dele. 
 
Figura 12. Elementos de um navio típico Fonte: http://tinyurl.com/yd2wjr7r 
Os componentes, conforme a Figura 12 e Pereira e Lendzion (2013), são: 
1. proa: frente do navio; 
2. bulbo de proa:protuberância na proa que deve estar submersa na água; 
3. âncora: instrumento náutico pesado capaz de fixar temporariamente o navio ao fundo, ou seja, 
fundear o navio; 
4. casco: estrutura de flutuação que suporta o navio; 
5. hélice: transforma a energia gerada pelos motores para impulsionar o casco; 
6. popa: traseira do navio; 
7. chaminé: responsável pela expulsão de gases gerados na produção de energia do motor; 
8. ponte: centro de comando de navegação; 
9. convés: parte superior do navio que fecha o casco. 
Outros elementos importantes do navio são: 
1. comprimento: distância entre o espelho da popa (parte traseira) ao bico de proa (parte dianteira); 
2. boca ou beam: maior distância entre as laterais do navio; 
3. pontal ou deck: altura fixa entre o fundo do navio e seu convés principal; 
4. calado ou depth: distância vertical entre a superfície da água (linha de flutuação ou linha d’água) e 
parte mais baixa da embarcação. 
Quanto à atividade mercantil, os navios podem ser: de carga, de passageiros ou misto. 
É importante referir que os países costeiros têm direito a um Zona Econômica Exclusiva (ZEE), cuja delimitação é 
dada por uma linha imaginária a 200 milhas da costa, separando as águas nacionais das internacionais ou comuns e 
possibilitando o direito de exploração dos recursos marítimos e controle da zona. 
Em termos de capacidade de carga dos navios, tem-se as seguintes conceituações: 
• deslocamento bruto ou gross displacement: peso total que pode ser deslocado pelo navio, incluindo o 
peso próprio do navio (casco, motor e equipamentos), a tripulação e bagagens, o combustível e a carga; 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
30 
• deslocamento líquido ou net displacement: peso total deslocado somente pelo navio (casco, 
motor e equipamentos); 
• toneladas de porte bruto: diferença entre o deslocamento bruto e o líquido; 
• toneladas de porte líquido: peso da carga que pode ser transportada (peso máximo de carga 
ou passageiros); 
• tonelagem de porte operacional: diferença entre a tonelagem de porte bruto e a de porte líquido. 
Os principais tipos de navios são: 
• navio de carga geral (convencionais destinados ao deslocamento de carga geral seca), 
• navio porta contêiner (especializado no transporte de contêineres), 
• navio frigorífico (adequadamente equipado com sistema de refrigeração de carga), 
• navio graneleiro (especializado em transporte de carga sólida a granel), 
• navio tanque (especializado em transporte de carga líquida a granel), 
• navio Roll-On Roll-Off (RoRo, próprio para transporte de veículos), 
• navio multicarga (versáteis e compatíveis com diversos tipos de carga), 
• navio porta barcaças/chatas (especializado no transporte de barcaças ou chatas). 
TERMINAL PORTUÁRIO 
Os portos são elementos de infraestrutura essenciais para o transporte marítimo, devendo primar pelo 
abrigo das embarcações (proteção de ventos, ondas e correntes; condições de atracação) e condições 
compatíveis de acessibilidade e profundidade (compatibilidade do canal de acesso, bacias portuárias e 
berços de acostagem com as dimensões das embarcações: comprimento, boca e calado). 
Um terminal portuário é constituído por: anteporto, porto e retroporto. O anteporto corresponde ao canal 
de acesso (via que permite o tráfego de embarcações desde o alto mar até as instalações portuárias) e 
fundeadouros de espera (local onde os navios devem fundear – lançar âncora – para aguardar liberação de 
entrada no porto). 
O porto é formado pela bacia de evolução (área fronteiriça às instalações de acostagem, reservada para as 
manobras necessárias à atracação e desatracação dos navios), cais com berços de atracação (locais de 
atracação e movimentação de cargas a serem embarcadas ou desembarcadas) e faixa de movimentação 
terrestre e, estação de serviços. 
Por fim, o retroporto é entendido como as áreas terrestres próprias para movimentação de cargas, sendo elas: 
acessos terrestres, armazenagem, prédio terminal de passageiros, instalações auxiliares e administração. 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
31 
 
Figura 13. Exemplos de elementos de anteporto e porto Fonte: Gonçalves et al. (2015) 
 
4.2. TRANSPORTE HIDROVIÁRIO 
 
Transporte Hidroviário: É o transporte realizado em lagos e rios navegáveis para a 
movimentação de pessoas e/ou cargas. 
Apresenta as mesmas vantagens e desvantagens do transporte marítimo, sendo ainda limitado à existência 
de vias navegáveis, as hidrovias. Dada a movimentação interna de cargas e pessoas no país, esse tipo de 
transporte é estratégico para o desenvolvimento nacional. 
 
4.2.1. SISTEMA HIDROVIÁRIO 
VIA 
Hidrovia pode ser entendida como um curso d’água navegável que possua carta de navegação, requisitos 
de balizamento, sinalização e serviços de dragagem e transposição. Existem dois tipos de hidrovia: as 
artificiais e as melhoradas. 
As hidrovias artificias são aqueles cursos d’água que não possuíam condições de navegação, mas 
adquiriram essas condições mediante obras de engenharia. As hidrovias melhoradas, por sua vez, são 
aquelas que tiveram ampliação nas condições de navegação. Segundo o Ministério dos Transportes 
(BRASIL, 2014), o Brasil possui uma rede hidroviária economicamente navegada de 22.037 km. 
A hidrovia deve atender ao calado máximo das embarcações que a 
utilizam, largura da rota de navegação, raios de curva, declividade e 
velocidade da água. Além disso, o corpo d’água, em geral rio, pode ser 
estável ou errante. 
O primeiro é pouco sujeito à erosão e tem pequena declividade, enquanto o 
segundo, também chamado de divagante, apresenta alteração na posição do 
leito. Recomenda-se que a largura mínima do canal de navegação seja de 2,2 
vezes a largura da embarcação, em vias de mão simples e 4,4 vezes, em vias de mão dupla. 
PROCESSOS INTEGRADOS DE DISTRIBUIÇÕES E LOGÍSTICA | UNIDADE 1 | 
Copyright © 2019 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 
32 
Em termos de melhoramento dos cursos d’água para navegação, pode-se destacar: melhoramentos gerais 
ou normalização (limitação do leito de inundação, por meio de diques ou muros; remoção de obstáculos), 
obras de dragagem (remoção de sedimentos do fundo da hidrovia de forma a garantir a profundidade 
mínima de navegação; pode ser realizado com equipamento mecânico ou hidráulico), proteção das 
margens (revestimento das margens com material resistente ou obras a curta distância das margens), 
canalização (obras que criam série de patamares na hidrovia, por meio de barragens e cujos desníveis são 
vencidos por obras de transposição). 
As obras de transposição de desníveis promovem a integração de bacias. Podem ser sistemas mecânicos 
(elevadores verticais, elevadores de plano inclinado e rampa hidráulica) ou sistemas hidráulicos (eclusas). 
 
Acesse o link a seguir e conheça sobre o Canal do Panamá – uma das 
maiores obras de engenharia do mundo – e veja como a Engenharia de 
Transportes é inspiradora! 
http://tinyurl.com/y7bn2gco 
VEÍCULO 
As embarcações fluviais devem ter calado e dimensões compatíveis com a hidrovia. Além disso, devem ter 
boa manobrabilidade, ampla visibilidade, capacidade de armazenamento de combustível e recursos de 
desencalhe. Também são itens indispensáveis: radar, holofote e ecobatímetro (equipamento de 
determinação de profundidade). É o sistema formado por aerovias que são conectadas aos terminais, por 
meio de aeronaves, para o transporte de passageiros e cargas. 
O modo aéreo tem como principais vantagens: rapidez, confiabilidade e eficiência. Por seu 
deslocamento ocorrer nos ares, consegue atingir locais inacessíveis por outros modais. Mas, 
embora seja possível transportar qualquer tipo de mercadoria (que

Outros materiais