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Ribeirão Preto SP 2020 HILDEANA SALES BARBOSA ORÇAMENTO QUANTITATIVO Ribeirão Preto SP 2020 ORÇAMENTO QUANTITATIVO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à (Instituição Anhanguera Institucional Participações S/A), como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em (Engenharia Civil). Orientador: (Ângelo Silva) HILDEANA SALES BARBOSA HILDEANA SALES BARBOSA ORÇAMENTO QUANTITATIVO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à (Instituição Anhanguera Institucional Participações S/A), como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em (Engenharia Civil. BANCA EXAMINADORA Prof(a). Rangel Nocera Prof(a). Luiz Paulo Loureiro Prof(a). Tracy Kelly Ribeirão Preto, 15 de Junho de 2020 Dedico este trabalho a minha família e especialmente ao meu marido Alex, que desde o início tem estado ao meu lado, incentivando-me e apoiando-me ao longo destes cinco anos de caminhada e muito aprendizado. AGRADECIMENTOS Agradeço principalmente ao Alex Sales Barbosa, meu marido, pois sem dúvida, foi o maior responsável para que eu tenha concluído o meu curso. Ao final do terceiro semestre, com o nascimento da nossa filha, vieram muitas dificuldades, porém, ele esteve sempre ao meu lado, dando-me suporte para que não desistisse dos meus estudos. Gostaria de agradecer à Deus que colocou na minha vida pessoas maravilhosas, no qual compartilhamos momentos inesquecíveis durante estes cinco anos de curso. Juntos tivemos momentos de alegrias, aprendizados, ajuda mútua, trabalhos em grupo, frustações, preocupações e sonhos. Amigos que levarei para toda a minha vida, dentre eles alguns se destacam, são eles: (Marlon, Henrique, Pedro, Joelson, Júlio, Pamela e Fernanda). Agradeço ao meu coordenador e professor do curso, Rangel Nocera, um exemplo de pessoa e inspiração para minha vida pessoal e profissional. Agradeço também a todos os meus professores que durante meu curso transmitiram em suas aulas, não somente conhecimento, más, muito amor, dedicação, e respeito pelos alunos. Em especial agradeço aos queridos professores Luiz Paulo, Inara Amoroso, Denise Simões, Maurício e Rangel Nocera, que permitiram-me assistir suas aulas e até mesmo realizar provas com a presença da minha filha Liz Maria. São exemplos de professores excelentes, que demonstraram uma alta sensibilidade e total empatia a uma aluna, mãe e estudante. A ciência é sobre saber, a engenharia é sobre fazer. (Henry Petroski) BARBOSA, Hildeana Sales. Orçamento Quantitativo. 2020. 104 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Faculdade Anhanguera, Ribeirão Preto Sp, 2020. RESUMO O objetivo principal deste trabalho de conclusão de curso é discutir os conceitos e métodos orçamentários em obras, de uma forma concisa e clara, aonde possibilite a importância e valorização na etapa da construção de levantamentos orçamentários. Durante o processo de construção e execução de uma obra, conhecer o detalhamento de cálculos quantitativos, permite o melhor detalhamento de previsão de gastos e insumos, garantindo assim, economias e desperdícios de mão de obra e materiais. Através de pesquisas bibliográficas e estudos aprofundados, este trabalho proporciona formas abrangentes e detalhamentos sobre a elaboração de um orçamento quantitativo, principalmente voltado para obras pequenas. Desta forma possa contribuir na elaboração organizada de todas as etapas principais de um orçamento, trazendo exemplos de ferramentas como as planilhas e tabelas que são usadas para organizar os quantitativos. Todas as informações contidas neste trabalho, visam desmitificar dentro da própria área da engenharia civil, as dificuldades encontradas ao se tratar sobre orçamentação. Pois este é um assunto pouco discutido e valorizado pelos profissionais da área, más que tem um peso importantíssimo e significativo ao processo de qualquer projeto de sucesso. Mesmo que seja um projeto grande ou pequeno, sem um devido levantamento quantitativo, o sucesso no projeto final de qualquer construção ficará comprometido. Palavras-chave: Orçamento; Quantitativo; Levantamento; Tabela; Planilha. BARBOSA, Hildeana Sales. Quantitative Budget: 2020.104 f. Course Completion Work (Graduate in Civil Engeineering) – Anhanguera College, Ribeirão Preto SP, 2020. ABSTRACT The main objective of this course conclusion work is to discuss budget concepts and methods in works, in a concise and clear way, where it makes possible the importance and valorization in the construction phase of budget surveys. During the process of construction and execution of a work, knowing the details of quantitative calculations, allows the best detail of forecasting of expenditures and inputs, thus ensuring savings and waste of labor and materials. Through bibliographic research and in-depth studies, this work provides comprehensive forms and details on the preparation of a quantitative budget, mainly aimed at small works. In this way, you can contribute to the organized elaboration of all the main stages of a budget, bringing examples of tools such as spreadsheets and tables that are used to organize the quantities. All the information contained in this work, aim to demystify within the civil engineering area, the difficulties encountered when dealing with budgeting. This is a subject little discussed and valued by professionals in the field, but it has an extremely important and significant weight in the process of any successful project. Even if it is a large or small project, without a due quantitative survey, the success in the final project of any construction will be compromised. Key-words: Budget; Quantitative; Lifting; Table; Spreadsheet. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Exemplo de custos indiretos ................................................................... 33 Figura 2 – Encargos sociais .................................................................................... 35 Figura 3 – Fórmula de encargos sociais...................................................................36 Figura 4 – Terminologia padrão empregado ao CUB .............................................. 39 Figura 5 – Fórmula do BDI ...................................................................................... 42 Figura 6 - Curva ABC ............................................................................................. 55 Figura 7 – Planta detalhada da vala..........................................................................66 Figura 8 – Detalhamento broca ............................................................................... 68 Figura 9 – Broca diâmetro de 25 cm e taxa de armadura ....................................... 69 Figura 10 – Montagem de fôrma viga baldrame ...................................................... 70 Figura 11 – Detalhamento da viga baldrame ........................................................... 73 Figura 12 – Impermeabilização da viga baldrame....................................................75 Figura 13 – Detalhamento fôrma no pilar ................................................................ 76 Figura 14 – Detalhamento armadura no pilar .......................................................... 77 Figura 15 – Verga e contra verga ............................................................................ 83 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Exemplo de composição de preço unitário - CPU .................................. 38 Tabela 2 – Evolução média do CUB, Brasil e regiões .............................................40 Tabela 3 – Principais custos de uma obra ............................................................... 43 Tabela 4 – Componentes do BDI ............................................................................. 44 Tabela 5 – Perdas de materiais ............................................................................... 47 Tabela 6 - Exemplo de planilha orçamentária..........................................................51 Tabela 7 – Exemplo de insumos fornecidos pelo caixa/sinap .................................. 53 Tabela 8 – Curva ABC em obras ............................................................................. 55 Tabela 9 – Nível 1 de EAP........................................................................................58 Tabela 10 – Detalhamento de EAP nível 3. ............................................................. 58 Tabela 11 – Relação peso do aço por metro linear ................................................. 72 Tabela 12- Espessura da laje pré moldada..............................................................81 Tabela 13 – Planilha orçamentária levantamento quantitativo..................................94 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Analogia dos tipos de planejamento.......................................................25 Quadro 2 - Itens considerados no orçamento por estimativa de custos...................28 Quadro 3 - Exemplos de custos diretos....................................................................32 Quadro 4 - Fórmula do cálculo da CPU....................................................................37 Quadro 5 - Cálculo do lucro......................................................................................45 Quadro 6 - Cálculo do preço de venda.....................................................................46 Quadro 7 - Curva S...................................................................................................56 Quadro 8 - Dimensões da placa de obra..................................................................64 Quadro 9 - Tempo para retirar fôrmas de madeira...................................................71 Quadro 10 - Detalhamento viga................................................................................79 Quadro 11- Dimensionamento laje pré moldada......................................................81 Quadro 12 – Fórmula inclinação do telhado..............................................................85 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas AGETOP Agencia Goiânia de Transporte e Obras BDI Bonificação de Despesas Indiretas CBIC Câmera Brasileira da Industria da Construção Civil CLT Consolidação das Leis Trabalhistas CM Centímetros CPU Composição de Preço Unitário CUB Custo Unitário Básico EAP Estrutura Analítica de Projeto EPIs Equipamentos de Proteção Individuais FCK Resistência Característica Concreto FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço IBEC Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística KG Quilograma KG/ML Quilograma por Milímetro LDO Lei de Diretrizes Orçamentarias M Metros M² Metros Quadrados M³ Metros Cúbicos MM Milímetros MPA Mega Pascal NBR Norma Brasileira PIB Produto Interno Bruto PQS Planilha de Serviço e Qualidade SINAPI Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices na Construção Civil SINDISCON Sindicato da Industria da Construção Civil TCPO Tabela de Composição e Preços para Orçamento TCU Tribunal de Contas da União VB Verba 13 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 155 2. ORÇAMENTO QUANTITATIVO .............. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.6 2.1 DEFINIÇÃO DE ORÇAMENTO............................................................................16 2.1.1 Problemas gerados pela falta de elaboração do orçamento.............................18 2.1.2 Impacto do orçamento para as obras................................................................19 2.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO ORÇAMENTO ......................................20 2.2.1 Vantagens.........................................................................................................20 2.2.2 Desvantagens....................................................................................................21 2.3 O QUE É PLANEJAMENTO.................................................................................22 2.3.1 Tipos de planejamento......................................................................................24 2.4 ORÇAMENTO COMO PROCESSO E PRODUTO..............................................25 2.5 TIPOS DE ORÇAMENTO....................................................................................26 2.5.1 Estimativa de custos.........................................................................................27 2.5.2 Orçamento preliminar.......................................................................................28 2.5.3 Orçamento analítico ou detalhado....................................................................29 2.6 COMPOSIÇÃO DE CUSTOS..............................................................................30 2.6.1 Custos diretos...................................................................................................31 2.6.2 Custos indiretos................................................................................................32 2.6.3 Encargos sociais...............................................................................................34 2.7 CPU - COMPOSIÇÃO DE PREÇO UNITARIO...................................................36 2.8 CUB - CUSTO UNITARIO BASICO.....................................................................38 2.9 BDI - BONIFICAÇÃO DE DESPESAS INDIRETAS.............................................41 2.9.1 Cálculo do BDI...................................................................................................41 2.9.2 Custo total e lucro..............................................................................................44 2.9.3 Preço de venda.................................................................................................46 2.9.4 Perdas...............................................................................................................46 2.9.5 Visita técnica.....................................................................................................47 2.9.6 Fechamento do orçamento...............................................................................48 3. O USO DE PLANILHAS E TABELAS NO ORÇAMENTO ................................ 49 3.1 IMPORTANCIA DA PLANILHA ORÇAMENTÁRIA..............................................49 3.2 TCPO - TABELA DE COMPOSIÇÃO DE PREÇOS PARA ORÇAMENTAÇÃO .50 3.3 SINAPI - SISTEMANA NACIONAL DE PESQUISA DE CUSTO E INDÍCE DA CONSTRUÇÃO CIVIL................................................................................................52 3.4 CURVA ABC.........................................................................................................53 3.5 CURVA S..............................................................................................................55 3.6 EAP - ESTRUTURA ANALÍTICA DE PROJETO..................................................56 4. LEVANTANMENTO QUANTITATIVO PASSO A PASSO .................................. 61 4.1 DESPESAS OU SERVIÇOS INICIAIS.................................................................62 4.2SERVIÇOS PRELIMINARES...............................................................................63 14 4.2.1 Cálculo dos serviços prelinimares.....................................................................64 4.3 MOVIMNETO DE TERRA....................................................................................64 4.3.1 Cálculo apiloamento fundo da vala...................................................................65 4.3.2 Cálculo reaterro da vala m³...............................................................................67 4.4 FUNDAÇÃO E INFRAESTRUTURA....................................................................67 4.4.1 Fórmulas de fundação e infraestrutura..............................................................68 4.4.2 Armadura para broca diâmetro de 25 cm..........................................................69 4.4.3 Concreto para broca fck de 25mpa e o lastro de concreto magro....................69 4.4.4 Fôrmas de madeira incluindo montagem e desforma.......................................70 4.4.5 Armação em aço...............................................................................................71 4.4.6 Cálculo para viga baldrame..............................................................................73 4.4.7 Cálculo alvenaria de tijolo comum em m³.........................................................74 4.5 ESTRUTURA.......................................................................................................75 4.5.1 Pilares...............................................................................................................75 4.5.2 Armadura em aço para pilar.............................................................................77 4.5.3 Vigas.................................................................................................................78 4.5.4 Armadura em aço CA 50/60..............................................................................79 4.6 LAJES...................................................................................................................80 4.6.1 Painéis e paredes..............................................................................................82 4.6.2 Esquadrias.........................................................................................................83 4.6.3 Instalação elétrica e hidráuilica.........................................................................84 4.7 COBERTURA.......................................................................................................84 4.7.1 Revestimento interno de paredes.....................................................................86 4.7.2 Azulejo..............................................................................................................87 4.7.3 Revestimento interno tetos...............................................................................88 4.8 REVESTIMENTO EXTERNO...............................................................................88 4.8.1 Revestimento pisos...........................................................................................89 4.8.2. Rodapé cerâmico.............................................................................................90 4.9 PINTURA INTERNA E EXTERNA.......................................................................90 4.9.1 Pintura interna...................................................................................................90 4.9.2 Emassamento das esquadrias de madeira.......................................................91 4.9.3 Pintura externa..................................................................................................91 4.10 PAVIMENTAÇÃO EXTERNA.............................................................................92 4.10.1 Vidros..............................................................................................................92 4.10.2 Serviços complementares...............................................................................93 4.10.3 Limpeza geral da obra.....................................................................................93 4.11 MODELO PLANILHA ORÇAMENTARIA............................................................93 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 99 6. REFERÊNCIAS ............................................................................................... 100 15 1. INTRODUÇÃO Na área da construção civil, o orçamento quantitativo é uma parte essencial e fundamental para se ter uma boa visualização e controle dos gastos. É através da elaboração do orçamento, que se determina as previsões de todos os custos necessários dentro de uma construção. Desta forma, obtém-se um resultado final com qualidade e dentro do custo real planejado, gerando uma construção em que os índices de prejuízos sejam evitados. Por este motivo, a escolha do tema deste trabalho é justamente discutir a necessidade de um bom orçamento quantitativo, demostrando e seus parâmetros. De forma que o mesmo possa colaborar e auxiliar na elaboração dos levantamentos quantitativos, garantindo assim o controle dos custos e um maior detalhamento aonde expresse com clareza os maiores prejuízos e como evita-los. Más, qual é a importância do orçamento quantitativo na construção civil? Atualmente, o maior desafio na construção civil é justamente ter o controle dos custos e gastos, de tal forma que não garanta as melhorias na qualidade de seus projetos. Isto porque o orçamento não é pensado como uma ferramenta inicial no planejamento e gerenciamento das obras. O que acaba gerando problemas com a falta de controle na execução e operações dentro da empresa. Assim, o presente trabalho tem como objetivo geral descrever de forma coesa e clara, as etapas construtivas de um orçamento quantitativo e suas nuances. A importância deste trabalho servirá de orientação a futuros profissionais da área e empresas, que buscam informações e dados para a construção de um orçamento. Pois, este trabalho apresentará as etapas de um levantamento quantitativo direcionado, principalmente, a obras pequenas, do início ao fim na execução de uma obra. Para a construção deste trabalho foi utilizada uma abordagem de pesquisa bibliográfica, retirada de livros, artigos, teses, monografias e dissertações. São vários os autores, que abordam e comentam a importância do assunto discutido neste trabalho. As referências bibliográficas que serviram de base para esta pesquisa estão disponíveis em livros e artigos científicos, publicadas entre os anos de 2000 a 2019. 16 2. ORÇAMENTO QUANTITATIVO 2.1 DEFINIÇÃO DE ORÇAMENTO Segundo pesquisa realizada através da Câmera Brasileira da Industria da Construção – CBIC (2018, p. 6), desde o ano de 2007 que o setor da construção civil no Brasil vem enfrentando uma crise econômica. No ano de 2014 esta crise teve seu pior declínio, prejudicando diversas empresas e profissionais ligados a construção civil. No entanto, a partir do ano de 2016, conforme dados levantados pelo IBGE e PIB, houve um crescimento, mesmo que de forma mais lenta que o esperado. Conforme afirma a CBIC (2019, p.02), a indústria da construção é responsável por 50% dos investimentos, onde sua produção responde rapidamente aos estímulos recebidos. No Brasil, principalmente nos últimos anos as empresas de construção vêm adaptando-se a novas mudanças, quanto aos seus processos construtivos. Pois, com o crescimento da concorrência, é necessário um investir em melhores gerenciamento dos processos, e inovações tecnológicas. Hoje em dia a maioria das pequenas e grandes empresas buscam atender aos seus clientes com qualidade e eficiência. De acordo com MULLER (2016, p.10), para oferecer otimização de seus meios de produção e minimizaçãodos custos, uma ferramenta que as empresas utilizam, é a orçamentação dos custos. O orçamento é uma parte integrante e essencial para o planejamento e execução de obras. Conforme afirma ÁVILLA, LIBRELOTTO e LOPES (2003, p.2), orçamento significa quantificar os insumos, mão de obra, materiais e os equipamentos necessários, para realizar uma obra. O orçamento quantitativo é baseado no levantamento destes dados, no qual serão organizados em tabelas e planilhas. É importantíssimo esta etapa para a realização da planilha orçamentaria que deverá apresentar dados aonde o orçamente apresente de forma real o custo do empreendimento. MATTOS, (2006, p.24) afirma que não se pode confundir orçamento com orçamentação. Pois, o orçamento é o produto e orçamentação é o processo, a este, determinado. Para se ter um resultado de sucesso, um fator determinante para o 17 construtor é uma orçamentação eficiente. Geralmente quando o orçamento é malfeito, ocorre imperfeições e possíveis frustrações de custo e prazo. Segundo afirma HERMANN (2015, p.21): ao realizar um orçamento de um projeto, sempre haverá uma margem de incertezas. Neste sentido, MATTOS (2006, p.26) os principais atributos da orçamentação: Aproximação: todos os orçamentos são aproximados, por se fundamentar em previsões. Não há necessidade de ser exato, mas preciso, aproximando- se o máximo de quanto irá custar; Especificidade: todo orçamento depende do local em que ele será implantado, não pode ser considerado padrão nem genérico; Temporariedade: todo orçamento realizado anos atrás, hoje possui seus custos defasados, e para ser válido seus custos devem ser atualizados; MATTOS (2006, p. 26) De acordo com a revista ENGENHARIA (PENSAR, 2015; v.3, p.4) a definição de orçamento é uma previsão de custos que pode ser interpretada de diversas formas, más, que ao mesmo tempo deve ser elaborado de forma bem detalhado. Quanto maior for o detalhamento do orçamento, o mesmo beneficiara o construtor, estabelecendo metas orçamentarias de materiais e serviços, cumprindo prazos, estabelecendo valores mínimos e máximos para os custos do projeto. Desta forma, o orçamento fornecerá a viabilidade ou não de uma construção. Conforme afirma DIAS (2011, p.18) “é fundamental a experiência do orçamentista ao elaborar um orçamento, não somente nos custos, como na execução do tipo da obra a ser orçada.” Desta forma, o mesmo fornecer informações, na fase de tomada de decisões de um novo projeto, permitindo através dos levantamentos quantitativos, prever e calcular a produção de mão de obra. Assim, como controlar os preços, produtos e materiais usados na execução da obra, e o próprio valor financeiro da obra. Segundo revista ENGENHARIA (PENSAR, 2015, v.3, p. 4), um orçamento, mesmo que bem detalhado, apresentara uma margem de incertezas. É neste sentido que o orçamentista deve buscar seguir as etapas da orçamentação com certa rigidez, para que as margens de erros sejam mínimas possíveis. 18 2.1.1 Problemas gerados pela falta da elaboração do orçamento De acordo com MATTOS, (2006, p. 24), quando um orçamento não é realizado ou se o mesmo é mal elaborado, as empresas fatalmente enfrentarão prejuízos e frustação ao longo do tempo. Principalmente quanto aos custos e prazos das obras que serão realizadas. É comum que algumas empresas contratem engenheiros ou técnicos recém formados para realizar orçamentos quantitativos, sem terem muita experiência. O que acaba gerando alguns problemas na construção do orçamento, pois na sua maioria, os orçamentistas ficam em escritórios, dificultando assim a comunicação com o que está acontecendo na obra. Conforme revista ENGENHARIA, (PENSAR, 2017, p. 5) afirma que alguns problemas relacionados à falta de um orçamento, estão relacionados ao controle das variações consideráveis dos preços. Pois as variações dos preços tratam-se das condições previstas ou estimadas pelo orçamentista. Desta forma haverá sempre a necessidade constante de um aperfeiçoamento do processo e suas técnicas. A eficácia da execução depende dos esforços contínuos dos gestores. Ainda segundo revista ENGENHARIA, (PENSAR, 2017, p. 5), diz que o orçamento não pode ser analisado isoladamente da gestão empresarial. O mesmo deverá contemplar o processo de planejamento e controle como um todo. Grande parte das obras tem dificuldades na utilização do orçamento para a melhoria do seu desempenho, por este motivo não tornam o orçamento como ferramenta disponível a todos os interessados, assim como os planejamentos e estratégias organizacionais. Segundo MATTOS, (2006, p. 24), um outro problema que causa distorções na elaboração do orçamento é a falta da visita técnica dos orçamentistas nas obras. Com a visita técnica é possível receber do pessoal de campo as produtividades reais, os percentuais de perda dos principais insumos e comentários sobre os parâmetros de orçamento. Os principais problemas gerados pela falta do orçamento que as empresas enfrentam são: Não entregar a obra no prazo determinado; Penalidades por atraso do não cumprimento do prazo; Pagamento errado aos serviços de mão de obra; Medições erradas; 19 Custos acima do planejado; Falta ou sobra de materiais e insumos; Frustações com resultados não alcançados no orçamento 2.1.2 Impacto do orçamento para as obras De acordo com SANTOS, SILVA e OLIVEIRA, (2012, p. 32), afirmam que na construção civil, o impacto que o orçamento gera nas empresas está diretamente relacionado com o impacto econômico e financeiro do empreendimento. Através dos levantamentos quantitativos, o orçamento ajuda o alcance das metas e objetivos da empresa. Segundo SILVA, SABA e BORGES, (2011, p. 21), outro impacto que o orçamento oferece é através do controle eficiente, determinando uma maior ou menor relevância de alguns itens. Bem como focar em determinados insumos ou serviços da obra, influenciando nos custos para que e nos valores orçados, oferecendo um controle de maior qualidade nos processos de execução e produção da obra em andamento. Conforme afirma LIMA, (2014, p. 28), o orçamento é um meio eficaz de efetuar e continuar os planos pensados pelos gestores. Oferecendo assim medidas que possam avaliar o desempenho das empresas e permitindo acompanhar a estratégia, verificando o grau de êxito e tomar ações corretivas em caso de necessidade. Desta forma o impacto que o orçamento visa também está direcionado quanto a organização, comando, direção, motivação e coordenação dos colaboradores da empresa. Para SCOTTI, (2014, p. 12), o impacto do orçamento não se resume apenas aos custos, acaba tornando se um ciclo onde o mesmo tem finalidade maior que beneficiam as empresas. Dentre elas podemos citar: Levantamento dos materiais e serviços; Obtenção de índices para acompanhamento; Dimensionamento de equipes; Capacidade de revisão de valores e índices; 20 Realização de simulações; Geração de cronogramas físico e financeiro; Analise de viabilidade econômico-financeira; 2.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO ORÇAMENTO Segundo LIMA, (2014, p. 57) no orçamento quantitativo podemos observar algumas vantagens e desvantagens, em seu processo. Mesmo com algumas mudanças e inovações, como o uso de softwares que auxiliam em sua elaboração. O orçamento permanece inalterado em relação à incorporação das novas medidas de desempenho. 2.2.1 Vantagens De acordo com VASCONCELOS (2004, p. 58), algumas das vantagens do orçamento são: Expressa quantitativamente os ingressos e saídas de recursos, determinando o plano financeiro consoante aos objetivos organizacionais; Comunica metas de curto prazo; Serve de base para coordenação das atividades operacionais; Sinaliza eventuais problemas de nível operacional (por meio da diferençaentre desempenho real e orçado); Constitui referência para avaliação de desempenho; Facilita o controle financeiro. Provê uma forma de comunicação gerencial acerca de planos; Força os gerentes a pensar sobre ações para o futuro, evitando que estes, na ausência do orçamento, gastem esforços em ações do dia-a - dia; Provê uma forma de alocar recursos entre os departamentos e as áreas; 21 Pode evitar o surgimento de potenciais restrições; Coordena as atividades por meio da integração dos planos das várias áreas e auxilia que estes estejam na mesma direção; e Define metas e objetivos e serve como benchmarks para futura avaliação de desempenho. 2.2.2 Desvantagens LIMA (2014, p. 58) afirma que: “no processo do orçamento a falta de melhorias significativas na forma de concepção e utilização deixa o orçamento à mercê de muitas críticas por parte de executivos e estudiosos”. Pois o orçamento não é somente conhecimento e capital intelectual. O orçamento precisa contar com pessoas capacitadas, qualificadas e que tem forte liderança. Ainda de acordo com LIMA (2014, p. 58), os gestores não devem fixar tetos e custos como expectativa de crescimento, deixando de lado o todo. Estas medidas impedem as melhorias nos resultados, tornando-se barreiras na sinergia entre as unidades empresariais. Quanto as críticas e desvantagens, VASCONCELOS, (2004, p. 55), afirma: O orçamento consiste na formalização e sistematização das tarefas de planejamento e controle. Trata-se, de maneira bastante simplificada, da expressão monetária dos planos de ação nas diversas áreas de uma organização. Embora o orçamento seja usado como instrumento de controle, seu objetivo não é impor limites para cercear a liberdade de expressão, mas sim, promover a eficácia operacional. Conceito que, necessariamente, pressupõe economicidade no uso de recursos e alcance de metas. (VASCONCELOS et al., 2004, p. 58) Segundo VASCONCELOS (2004, p.55) as desvantagens e críticas do orçamento são: Consumo de tempo e recursos; Obstáculo à responsabilidade, mudança e flexibilidade; Desalinhamento com as estratégias corporativas; Foco demasiado nos custos em detrimento de uma maior atenção na criação de valor; 22 Fortalecimento do controle verticalizado; Não contemplação das novas estruturas de rede de trabalho; Encorajamento à prática de “jogos” entre gestores e colaboradores; Morosidade na realização dos ajustes; Baseiam-se mais em “desejos” do que em dados contundentes; Criam barreiras departamentais; Provocam nas pessoas a sensação de “subavaliados”; 2.3 O QUE É PLANEJAMENTO Segundo GOLDMAN, (2004, p. 13), para o sucesso do orçamento na construção civil, primeiramente, deve-se pensar nas táticas do planejamento dentro de uma obra. A relação do planejamento ao gerenciamento é muito importante, pois mesmo que ele não possa garantir a certeza de perfeição na atividade humana, existe um risco inerente em todas as áreas construtivas do projeto. Segundo MATTOS (2006, p. 23), o processo de planejamento é um papel essencial e fundamental nas empresas, porque tem um forte impacto no desempenho da produção, na construção civil. Uma das causas de deficiência na baixa produção, perdas e produtos com baixa qualidades, estão relacionados com a falta de planejamento e controle nas empresas. Atualmente, mais do que nunca, planejar é garantir de certa maneira a perpetuidade da empresa pela capacidade que os gerentes ganham de dar respostas rápidas e certeiras por meio do monitoramento da evolução do empreendimento e do eventual redirecionamento estratégico. MATTOS (2006, p. 23), afirma: De acordo com LIMA (2014, p.19) “o processo de planejamento é essencial para evitar situações difíceis ou pelo menos minimizar os riscos a serem enfrentados pela empresa”. Bem como uma ferramenta que tanto as empresas e pessoas podem administrar e realizar futuras decisões. Ele é a base de sucesso de qualquer empreendimento. Conforme afirma VASCONCELOS, (2004, p. 10), “a prática do planejamento tende a diminuir as incertezas associadas ao processo decisório e desempenho, aumentando com isso as chances de os objetivos organizacionais serem alcançados”. 23 Portanto, planejar significa definir os objetivos e resultados, é um meio de decidir o que e como será feito algo. Além de oferece vários benefícios e vantagens as empresas. De acordo com MATTOS (2006, p.19), “planejar é pensar, aplicar, controlar e corrigir o tempo”. O mesmo ainda afirma: Ao usar as premissas de índices de produtividades e dimensionamento de equipes empregadas no orçamento, o engenheiro casa orçamento com planejamento, tornando possível avaliar inequações e identificar oportunidades de melhoria. Ignorar as produtividades com que os serviços foram orçados, significa ficar sem um parâmetro de controle, conforme afirma MATTOS, (2010 p. 25). Conforme GOLDMAN (2014, p. 13), um planejamento bem elaborado abrange informações complexas de diversos setores. Por tanto, deve-se levar em consideração informações a respeito do mercado atual, demandas e ofertas, o tipo de construção a ser realizada, viabilidade técnica, financeira e econômica da empresa, entre vários outros fatores. Vale ressaltar que o planejamento se torna relevante ao proporcionar melhorias no desenvolvimento de todas as atividades, que serão executadas no decorrer da construção. De acordo com SILVA (2011, p.29), o planejamento reduzirá as incertezas a respeito da falta de conhecimento por parte dos envolvidos no processo, isto, em relação as tarefas que deverão ser realizadas, em que direção deverão caminhar e quanto tempo será o trabalho será finalizado. Segundo SILVA, (2011, p. 29), as partes que compõem um planejamento são: Planejamento dos fins: especificação do estado futuro desejado; Planejamento de meios: direcionamento para a empresa chegar ao objetivo desejado; Planejamento organizacional: esquematização dos requisitos organizacionais para poder realizar os meios propostos; Planejamento de recursos: dimensionamento de recursos humanos e materiais, determinação da origem e aplicação de recursos financeiros; Planejamento de Implantação e controle: corresponde à atividade de planejar o gerenciamento de implantação do estabelecimento. 24 Conforme afirma MATTOS, (2006, p. 23) os principais benefícios de um planejamento são: Conhecimento pleno da obra; Detecção de situações desfavoráveis; Agilidade de decisões; Relação como orçamento; Otimização da alocação de recursos; Referência para acompanhamento; Padronização; Referência para metas; Documentação e rastreabilidade; Criação de dados históricos; Profissionalismo; 2.3.1 Tipos de planejamento Conforme SILVA (2001, p.29) dependendo do objetivo do planejamento, ele pode ser classificado tanto em partes como por tipos. Os três principais tipos do planejamento são: Planejamento Estratégico: é um processo gerencial que permite ao executivo definir o rumo que será seguido pela empresa, com vista a obter um nível de aperfeiçoamento na relação da empresa e seu ambiente. Planejamento Operacional: se dá na formalização através de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimentos e implantações estabelecidas. Planejamento Tático: nem tão emergencial, nem tão em longo prazo, reúne informações presentes para serem formalizadas a um tempo médio determinado. SILVA, (2011, p.29) Segundo SILVA (2001, p.31) o planejamento é subdividido em três níveis hierárquicos, porém com outra denominação. Planejamento estratégico ou de longo prazo, planejamento tático ou de médio prazo e planejamento operacional ou de curto prazo. Planejamento estratégico ou de longo prazo: são definidas as metas da obra, tais como definiçõesde datas de início e fim das grandes etapas da 25 mesma, compreendendo a etapa de orçamento, fluxo de caixa e definição de layout do canteiro. Planejamento tático ou de médio prazo: vincula as metas do plano de longo prazo com o de curto prazo, enumerando-se os recursos e suas limitações, para que as metas estabelecidas no longo prazo sejam cumpridas. Nesse nível de planejamento são estabelecidas as quantidades de trabalho a serem realizadas, programação e sequência obedecendo os limites estabelecidos no nível estratégico. Planejamento operacional ou de curto prazo: o planejamento operacional tem a função de proteger a produção contra os efeitos da incerteza. Este é no nível operacional onde ocorre a distribuição dos pacotes de trabalho para as equipes, preparando uma detalhada programação da produção para o seu efetivo controle. SILVA, (2001, p.31) Conforme destaca VASCONCELOS, (2004, p. 13), no quadro abaixo segue a analogia entre os três tipos de planejamento, quanto mais organizada for esta estrutura dos níveis estratégico, gerencial e operacional, melhor será o desempenho da organização. O planejamento, nesse contexto, tem o papel de ensejar o desempenho desejado por meio do delineamento dos caminhos para atingi-lo. Quadro 1: Analogia dos tipos de planejamento Fonte: VASCONCELOS (2004, p. 13) 2.4. ORÇAMENTO COMO PROCESSO E PRODUTO Segundo BRAGA (2015, p.20), devido a busca crescente das grandes empresas sobre o desenvolvimento, uma ferramenta forte que passou a ser usada, foi o orçamento. Pois, ele é um instrumento de planejamento e controle que estabelece e divulga as metas a serem cumpridas. Dentro de uma empresa de engenharia, o conhecimento dos custos é de grande importância para o gerente, pois esses custos 26 são contínuos e os valores são expressivos, sendo que o faturamento ocorre de forma discreta. São muitos os tipos de orçamento no qual as empresas buscam otimizar e incluir como ferramenta de viabilidade econômica. No setor da construção civil, orçamento poderá ser classificado de acordo com o padrão escolhido ou da finalidade da estimativa e disponibilidade dos dados. De acordo com AVILA, LIBRELOTTO, LOPES (2003, p.02), dependendo das fases de um projeto, a elaboração a ser analisado e o grau de detalhamento do orçamento, o mesmo poderá ser observado sob duas óticas: como processo ou como produto. De acordo com AVILA, LIBRELOTTO, LOPES (2003, p.2), o orçamento processo tem como objetivo estabelecer metas empresarias em termos de custos, faturamento e desempenho. Todos os envolvidos na gestão empresarial, participam na elaboração do orçamento e se comprometem com a sua realização. Desta forma possibilitam a empresa, efetuar, conhecer e avaliar as projeções futuras mensais, com a elaboração do balanço projetado. Todavia, o estudo como orçamento processo não será discutido em detalhes neste trabalho. AVILA, LIBRELOTTO, LOPES (2003, p.2), ainda destaque que o orçamento como produto tem como objetivo definir o custo e o preço de dos produtos na empresa, aonde tem definido suas diretrizes no processo orçamentário, pois toda a empresa funciona como. Seja na realização de algum serviço, material ou construção de algum bem. O desempenho da empresa é influenciado pelo orçamento produto, e vice versa. O orçamento produto é principalmente usado na área da construção civil. 2.5 TIPOS DE ORÇAMENTO De acordo com a revista ENGENHARIA (PENSAR, 2015, V3; p.4) conforme foram ocorrendo as mudanças no ambiente empresarial, dentre eles, da construção civil. O aprimoramento dos processos de avaliação e controle dos custos, vem sendo exigido cada vez mais das empresas. Principalmente no quesito em melhorias da qualidade, expansão de mercado e lucratividade, sendo o orçamento um valioso instrumento de planejamento e controle das operações da empresa, qualquer que seja seu ramo de atividade, natureza ou porte. 27 Segundo MATTOS, ao falar de orçamento, dependendo do grau de detalhamento do mesmo, ele pode ser classificado em três tipos, sendo eles: Estimativa de custo: avaliação expedita com base em custos históricos e comparação com projetos similares. Dá uma ideia aproximada da ordem de grandeza do custo do empreendimento. Orçamento preliminar: mais detalhado do que a estimativa de custos pressupõe o levantamento de quantidades e requer a pesquisa de preços dos principais insumos e serviços. Seu grau de incerteza é menor. Orçamento analítico ou detalhado: elaborado com composição de custos e extensa pesquisa de preços dos insumos. Procura chegar a um valor bem próximo do custo "real", com uma reduzida margem de incerteza. MATTOS, (2006 p.36) 2.5.1 Estimativa de custo Segundo GOLDMAN (2004, p. 105), o orçamento por estimativas de custos é um tipo de orçamento simplificado da obra, é feito uma avaliação através de comparação com projetos similares e com base em custos históricos. O seu objetivo é estimar o custo da construção usando dados técnicos fornecidos pela empresa para realizar os cálculos. É uma alternativa para quando não se tem por completo os projetos executivos ou com um curto prazo de tempo para realizar esse levantamento. O seu objetivo é obter o custo do empreendimento considerando apenas dados técnicos, assim, coletando informações em um curto prazo. Más, ao executar a estimativa de custo, existe uma margem superficial que gera incertezas. Através do orçamento obtém-se um valor mais preciso, mesmo sujeito a oscilações em função do tempo. Segundo MIOTTO, CROVADOR, MIOTTO (2014, p.36) para obter o cálculo por estiva de custo podemos utilizar duas fórmulas, o cálculo simplificado que é através do custo unitário do metro quadrado. Ou o orçamento por estimativas que é obtido pelos principais itens e serviços da construção. Para o cálculo simplificado dois fatores são fundamentais: considera-se a somatória das áreas equivalentes dos pavimentos da obra, aonde os valores são obtidos através da Norma Brasileira 12721 (ABNT, 2005). Ainda de acordo com MIRON, (2014, p.37), o custo unitário do metro quadrado de uma construção, pode ser obtido através de revistas técnicas, empresas de consultoria e sindicatos. Pois, os mesmos fornecem mensalmente o custo unitário do 28 metro quadrado para diversos tipos de edificações e locais. Os principais serviços na construção civil que são calculados no orçamento por estimativa, são descritos nos itens da tabela abaixo. Quadro 2: Itens considerados no orçamento por estimativa de custo Fonte: MIOTTO, CROVADOR, MIOTTO (2014, p.37) 2.5.2 Orçamento Preliminar De acordo com a revista ENGENHARIA, (PENSAR, 2015, V3, p.4), o orçamento preliminar é muito mais detalhado que o orçamento por estimativa de custo. Ele é feito através do levantamento de quantidades, sendo necessário realizar pesquisa de preços dos principais insumos e serviços. Desta forma o seu grau de incerteza é menor. O método usado no orçamento preliminar é o processo de orçamentação por correlação, que utiliza uma maior quantidade de indicadores que aprimoram a estimativa inicial. Segundo MATTOS, (2006, p.38), este tipo de orçamento pode ser realizado por etapas, porém, é necessário a correlação entre cada atividade que serão executadas, 29 desta maneira obtém-se a somatória e o orçamento preliminar total. Cada edificação tem no em seus projetos indicares particulares, alguns podem seguir um padrão no seu quantitativo diferente de outros, más os indicares não se diferenciam muito. Ainda conforme descreve MATTOS (2006 p. 41), no orçamento preliminar é trabalhado uma quantidade maior de indicadores, que tem como objetivo gerar pacotes de trabalho menores, uma maior facilidade de orçamentação e analise de preços. Alguns indicadores são: a espessura média de lajes, vigas e pilares para quantificaro volume de concreto; a taxa de aço utilizada por metro cúbico de concreto; a quantidade de metro quadrado de formas por metro cúbico de concreto. 2.5.3 Orçamento analítico ou detalhado De acordo com MATTOS, (2006, p. 41), o orçamento analítico é o tipo mais detalhado e preciso que existe para prever o custo de um empreendimento. Ele é realizado através de composições de custos e pesquisa de mercado, dos preços dos insumos com o intuito de aproxima-se do valor real. Nele é composto custos unitários por uma relação extensa dos serviços ou atividades a serem executados na obra. Este tipo de orçamento que utiliza a metodologia aplicada que considera todos os recursos e variáveis, pois os levantamentos são detalhados em todas as etapas, baseados na composição de custos unitários. Apresentando desta maneira à confiabilidade do preço apresentado. O projeto é subdividido em atividades aonde é feito a decomposição detalhada de cada uma delas, conforme descreve MATTOS, (2006, p.41). De acordo com MIOTTO, CROVADOR, MIOTTO (2014, p. 39), o objetivo principal do orçamento analítico é servir de base para a área de orçamentação, auxiliando na verificação de critérios de aceitabilidade de preços. Por tanto, para realizar o orçamento analítico é essencial que o orçamentista conheça os serviços necessários para a execução da obra, tais como: leitura do projeto, memorial descritivo, e especificações técnicas e caderno de encargos. Somente levantar com precisão os quantitativos desses serviços; calcular o custo unitário dos serviços; calcular o custo direto da obra; estimar os custos indiretos e o lucro da construtora. Afirma MATTOS, 2006, (p. 44) “Além do custo dos serviços, 30 são computados também os custos de manutenção do canteiro de obras, equipes técnica, administrativa e de suporte da obra, taxas e emolumentos, chegando a um valor orçado preciso e coerente”. 2.6 COMPOSIÇAO DOS CUSTOS Segundo DIAS (2011, p. 10) a composição de custos é a área da engenharia onde princípios, normas, critérios e experiência são utilizados para resolução de problemas de estimativa de custos, avaliação econômica, de planejamento e de gerência e controle de empreendimentos. A composição de custo deve ser utilizada em etapas iniciais dos estudos de um empreendimento, na viabilidade econômica do projeto básico, quando as informações ainda não são completas para a elaboração do orçamento detalhado. De acordo com MATTOS, (2006, p. 30), a composição de custos é o procedimento que estipula os custos dos serviços ou atividades, representados por insumos e condições pré-estabelecidas. Aonde são listados todos os insumos necessários para a execução de um serviço e suas quantidades, seja de materiais, equipamentos ou mão-de-obra, traz também sua unidade de mediada, o índice de incidência do insumo sobre o serviço, seu custo unitário e total. Conforme afirma DIAS, (2011, p. 10) a respeito da composição de custos: A engenharia de custos não termina com a previsão de custos de investimentos, prossegue, necessariamente na fase de construção, com o mesmo rigor, através do planejamento, controle, acompanhamento de custos e definição dos custos de manutenção das mesmas. Serve ainda para a montagem de bancos de dados com as composições analíticas de custo dos serviços de interesse da empresa, com base nos resultados obtidos nas obras que vão sendo executadas, uma vez que isto virá consolidar o trabalho de estimativas de custo de futuras obras. DIAS, (2011, p. 10). Neste contexto MATTOS (2006, p. 30) descreve: “o custo total de uma obra é fruto orçado para cada um dos serviços integrantes da obra”. Os custos são os primeiros dados a serem orçados. O custo é definido como um desprendimento de recursos utilizados para a confecção de outro bem, enquanto que as despesas é o gasto necessário para que haja receita. 31 Segundo afirma TISAKA, (2006, p. 44): para o cálculo dos custos unitários é necessário conhecer a quantidade de material a ser utilizado, a quantidade de horas da mão de obra, e horas de equipamento a ser utilizado, por unidade desses serviços. Portanto, custo é o valor da soma dos insumos da obra tais como: mão de obra, materiais, e equipamento e outros bens ou serviços. De acordo TAVES, (2014, p.15) a composição de custos também visa a viabilidade econômica e o pré-investimento, que podem gerir políticas que determinam a visibilidade de projetos individuais. Quanto aos gastos constitui-se relativamente ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. A composição de custos visa orientar o empreiteiro sobre o valor futuro da obra. Os custos são classificados em dois tipos, custos diretos e custos indiretos. Ainda de acordo com TISAKA, (2006, p. 44), geralmente, as empresas usam a TCPO – Tabela de Composição de Preços da PINI, como referência para os cálculos dos custos unitários. Nesta tabela são encontrados os parâmetros de quantitativos e horas necessárias para as composições dos principais serviços utilizados na construção civil e predial. A TCPO apresenta valores próximos da realidade, más, nada impede que as empresas criem seus próprio métodos de composição de custos. 2.6.1 Custos diretos De acordo como TISAKA (2006, p.37) os custos diretos são todos os custos diretamente envolvidos na produção da obra, como os insumos constituídos por materiais, mão-de-obra e equipamentos auxiliares, mais toda a infraestrutura de apoio necessária para a sua execução no ambiente da construção. Os custos diretos devem ser identificados, caracterizados, quantificados e especificados de forma técnica. Na tabela abaixo mostra um exemplo de custos diretos. 32 Quadro 3: Exemplo de custos diretos Fonte: Silva, (2009, p.21) De acordo com o PAIVA, os custos diretos são subdivididos em custos fixos e custos fixos e custos variáveis. Custos fixos: são os custos incidentes sobre a permanência dos equipamentos na obra, isto independentemente do número de horas trabalhadas. Podemos citar como: remuneração do capital, depreciação, licenciamento, seguros, salários, encargos e benefícios dos operadores e motoristas, alimentação, transporte e alojamento dos mesmos, assim como todas as despesas admissionais, demissionais, medicina, segurança e uniforme. Custos variáveis: são os custos que incidem sobre os equipamentos e são dependentes das horas trabalhadas, tais como: combustíveis, manutenção preditiva, preventiva e corretiva, material rodante, pneus, material de desgastes, filtros e lubrificantes, peças de reposição e mão de obra de manutenção. PAIVA, (2018, p. 136) 2.6.2 Custos indiretos Segundo PAIVA (2018, p. 151) os custos indiretos são aqueles necessários à execução dos serviços, mas que não devem ser direcionados de forma direta a uma única atividade. Geralmente, a apropriação dos custos indireto é realizada através de rateio sobre os custos diretos. De uma forma geral estes custos não influem de forma proporcional na produção da obra. Dentre os tipos de custos indiretos PAIVA, (2018, p. 131) descreve: Custo com a administração local: representa todos os custos locais que não são diretamente relacionados com os itens da planilha e, portanto, não são considerados na composição dos custos diretos. Inclui itens como: custo da estrutura organizacional (pessoal técnico, 33 administrativo, apoio e segurança/medicina do trabalho), incluindo folha de pagamento, encargos, benefícios, alimentação, transporte, alojamento, segurança e saúde ocupacional; móveis e utensílios, material de expediente, material de consumo e limpeza; controle tecnológico e topografia Podemos citar como custos indiretos: canteiro de obra, tapumes, transporte, alimentação, equipamentos não lançados na CPU, mensalistas, contas de telefone, agua, luz,etc. Custo com a administração central: é a parcela que corresponde ao custo da Administração Central do Executor a ser rateado para a obra. Seguros: são os custos relacionados aos seguros da obra. Custos financeiros: são os custos decorrentes do financiamento da obra por parte do executor, que ocorre quando os desembolsos mensais acumulados forem superiores as receitas acumuladas. A figura a seguir mostra um exemplo de custos indiretos: Figura 1: Exemplo de custos indiretos Fonte: Silva (2009, p. 22) 34 2.6.3 Encargos sociais Segundo define DIAS, (2011, p.57), os encargos sociais são todos os impostos incidentes sobre a folha de pagamento de salários. O orçamentista deve ficar atento quanto as taxas das leis sociais, que devem ser calculadas em função da forma de contratação dos profissionais, o que pode ser atestado através da carteira de trabalho do profissional, isto é: mensalista, horistas, encargos sobre horas normais, sobre o salário mensal e encargos sobre horas extras. De acordo com MATTOS (2006, p. 80) cabe ao construtor, durante a orçamentação, atribuir à hora de cada insumo e os custos que representam para a empresa. Os encargos sociais são valores referentes a impostos e taxas a serem desembolsados, e calculados sobre a mão de obra contratada. Assim como obrigações e direitos que devem ser pagos ao trabalhador. A CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas e convenções coletivas tem garantindo esses direitos ao trabalhador ao longo do tempo Ainda segundo descreve MATTOS, (2006, p.80), o custo de um trabalhador para o empregador não se difunde apenas com o salário-base, más um valor muito superior. Pois, não é a apenas o salário que constitui o ônus do empregador, além de diversos impostos e encargos sociais ao qual o funcionário faz jus. Existem ainda alterações de regras e alíquotas que são frequentes, percentuais que não incidem sobre todos na base de cálculo. Para isto é importante estar atento e atualizado a respeito de publicações, tais como revistas técnicas e sindicatos da construção. Os encargos obrigatórios exigidos pelas Leis Trabalhistas e Previdenciárias são, entre outros, previdência social, FGTS, salário educação (PINI, 2008, p. 11). Os empregados, de acordo com o seu contrato de trabalho – horista ou mensal, além dos encargos básicos, tem direito aos encargos sociais incidentes e reincidentes como licença maternidade/paternidade, repouso semanal e feriados, 13º salário, multa por rescisão de contrato, indenização adicional e outros (PINI, 2008, p. 11). O total de encargos exigidos pelas Leis Trabalhistas e Previdenciárias para trabalhadores horistas é de 125,58% e para mensal, 75,40% (PINI, 2008, p. 11). Não se deve negligenciar as taxas incidentes oriundas de convenções coletivas da categoria, que variam de acordo com a região de atuação. São, usualmente, estabelecidos por dissídios sindicais: vale-transporte, refeição mínima, cesta básica, 35 seguro de vida, EPIs, entre outros. Esses encargos, relacionados diretamente à mão- de-obra são classificados como encargos complementares (PINI, 2008, p.11). Na figura baixo são apresentados exemplos de encargos sociais e trabalhista, conforme apresenta PAIVA, (2018, p. 154). Figura 2: Encargos sociais Fonte: Paiva (2018, p. 154) 36 Abaixo é apresentado um exemplo de cálculo para o custo dos encargos sociais que devem ser incluídos no valor considerado pela mão de obra de um pedreiro. O valor horário ou mensal deve ser tratado como salário mais encargos. Para o cálculo foi considerado o salário base com o valor de R$ 2000,00. O valor de encargos sociais conforme apresentado na figura 4 é de R$ 99,38%. Para o cálculo teremos: Figura 3: Fórmula encargos sociais Fonte: Paiva (2018, p.154) 2.7 CPU - COMPOSIÇÃO DE PREÇO UNITARIO Segundo PAIVA, (2018, p. 136), a composição de preço unitário e todo o planejamento dos custos da obra na orçamentação, são baseados na CPU, que são planilhas elaboradas e montadas para desmontar os cálculos dos insumos e custos levantados. Leva-se em consideração os índices de produtividade de mão de obra para cada serviço, as características dos locais onde serão executados devem ser adequadas, tais como as dificuldades especificas de sua execução e atualizando os preços dos insumos necessários à sua execução. Ainda de acordo com PAIVA (2018, p. 137), a CPU deve ser usada após a orçamentação, na execução das obras, através dela verifica-se a aderência dos custos e da produção das atividades. Este processo permite uma análise individual dos itens de contrato, os serviços irão fornecer os resultados planejados. Se apresentarem um rendimento abaixo do esperado, os mesmos devem ser adequados. Caso contrário eles podem comprometer o resultado financeiro do empreendimento, 37 assim também os serviços com rendimento maior do que o planejado podem melhorar o resultado do projeto. Geralmente a composição de custo unitário tem os seguintes componentes: Índice ou coeficiente de aplicação de materiais; índice ou coeficiente de produção ou mão de obra; aplicação de equipamentos com seu custo horário; preço unitário de materiais e mão de obra; taxas de encargos sociais e BDI. Os custos são determinados em relação a unidade de serviço, como: m², m³, hectares, pontos elétricos, horas de equipamentos e mão de obra, descrito por PAIVA, (2018, p. 138). Para o cálculo da CPU podemos utilizar a seguinte formula: Quadro 4: Fórmula cálculo da CPU Fonte: montado pelo autor Na figura abaixo pode-se observar um exemplo de planilha de composição de custos unitários. 38 Tabela 1: Exemplo de composição de preço unitário- CPU Fonte: Pensar Engenharia (Revista, 2015 V3) 2.8 CUB – CUSTO UNITARIO BASICO Segundo MIRON, (2007, p. 23), o CUB – Custo Unitário Básico na orçamentação, é referente a variação mensal dos custos de materiais e mão-de-obra. O CUB é usado como referência para definição da evolução dos custos no setor da construção civil. No Brasil, o termo CUB surgiu no ano de 1964, em função da Lei 4.591 (Brasil, 1964), que é conhecida como a Lei das Incorporações Imobiliárias. Ainda de acordo com MIRON, (2007, p. 23), a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, ficou encarregada de definir tanto os critérios como as normas para o cálculo dos custos unitários de construção civil, através do SINDUSCON – Sindicato da Indústria da Construção Civil. Servindo de base para avaliar parte dos custos de construções de edificações. 39 Conforme MIRON, (2007, p.23), devido algumas deficiências, a ABNT fez alterações significativas na norma NBR 140, que regia o custo unitário básico. No ano de 1992, substitui-se então a norma 140 pela norma NBR 12.721 (ABNT, 1992) Avaliação de custos de construção para incorporação imobiliária e outras disposições para condomínios edilícios. Esta norma apresenta sequência de cálculo para custos por área de construção de projetos padrão de edificações habitacionais, comerciais, casa popular e galpão industrial. No entanto, com o passar dos anos a ABNT foi introduzindo alterações de novos lotes básicos para apurações de cálculos padrões comerciais e residenciais. Em 2006 foi publicada a nova NBR 12.721 (ABNT, 2006), em atendimento ao artigo 54 da Lei no 4.591/64. A mesma serve de base para a avaliação de parte dos custos de construção das edificações, mantendo os conceitos teóricos anteriores. Más, que trazendo profundas alterações em seu conteúdo. O CUB apresenta valores diferentes para cada padrão estabelecido de imóvel. Segundo MIRON, (2007, p. 24) os custos do CUB são empregados e divididos acordo com: tipos de construção (que pode ser habitacional ou comercial); número de pavimentos (1,4, 8, 12 ou 16); número de quartos (2 ou 3) e o padrão de acabamento (baixo, normal e alto). Figura 4: Terminologia padrão empregada ao CUB Fonte: MIRON, (2007 p. 24) 40 A seguir, podemos acompanhar a evolução do CUB/m² médio do Brasil, média do CUB da região centro oeste e média CUB da região nordeste do ano de 2019. Tabela 2: Evolução média CUB Brasil e regiões Fonte: CUB/m² médio Brasil – Evolução (Bando de dados) CBIC 2019 De acordo com GOLDMAN, (2004, p. 137) para atender os objetivos do CUB, a norma NBR 12.721/2006 é composta por oito quadros que devem ser alimentados com informações correspondentes à edificação, no qual servirão de informações para arquivo no Registro de Imóveis. São eles: Quadro I - Cálculo das áreas nos pavimentos e das áreas globais. Quadro II - Cálculo das áreas das unidades autônomas. Quadro III - Avaliação do custo global da construção e do preço por metro quadrado cia construção. Quadro IV - Avaliação do custo de construção de cada unidade autônoma. Quadro V - Informações gerais. Quadro VI - Memorial descritivo dos equipamentos. 41 Quadro VII - Memorial descritivo dos acabamentos das dependências de uso privativo. Quadro VIII - Memorial descritivo dos acabamentos das dependências de uso comum. 2.9 BDI – BONIFICAÇÃO DE DESPESAS INDIRETAS De acordo com MATTOS, (2006, p. 237), o BDI – Bonificação de Despesas Indiretas, também conhecido como Benefícios de Despesas Indiretas, tem como objetivo apresentar os custos e despesas indiretas envolvidos na realização da obra. De tal forma, o mesmo deve suprir as despesas eventuais e garantir o lucro. Deve-se levar em consideração o percentual, as características e a peculiaridades de cada obra, pois sua influência nos custos diretos, será o responsável pela determinação do preço total da obra. Segundo MULLER, (2016, p.13), além dos custos administrativos e financeiros, o BDI compõe fatores de risco que podem variar entre as empresas, ou até mesmo entre obras da mesma companhia. Conforme PAIVA (2018, p. 155), as empresas e os profissionais da Engenharia Civil no Brasil, em sua maioria, são contratados a preços unitários, utilizando a técnica do BDI. Seu uso é constante para a elaboração dos orçamentos quantitativos das obras, seja por empresas prestadoras de serviços, contratadas, particulares ou por órgãos públicos. A taxa do BDI é diferente de cada obra, à soma dos custos diretos é que resultará no seu preço global da obra. 2.9.1 Cálculo do BDI De acordo com PAIVA, (2018, p.155), antes de definir o cálculo do BDI é necessário realizar o levantamento dos custos diretos, custos indiretos, despesas administrativas e todas as incidências de impostos, taxas e contribuições. Vale destacar que as taxas no numerador são relativas aos custos diretos e as taxas no denominador é referente ao faturamento ou preço de venda. É importante colocar em 42 tabela os resultados em porcentagem ou em valores decimais, pois facilita a elaboração da formula. Existe ainda uma fórmula geral para cálculo do BDI que é simplificada, e expressa em porcentagem onde é obtida pela expressão a seguir: % BDI = (Total do Indireto + Lucro) ÷ Total do Custo Direto Segundo a TCPO 13, (2010) descreve a formula do cálculo do BDI como: Figura 5: Fórmula BDI Fonte: AVILA, (2003, p. 17) Os principais itens que compõem os custos diretos, indiretos e as despesas de uma obra são apresentados na tabela abaixo: 43 Tabela 3: Principais custos de uma obra Fonte: ÁVILLA, LIBRELOTTO, LOPES (2003 p. 17) De acordo com HERRMANN, (2015, p.32), o TCU - Tribunal de Contas da União, é o órgão que estabelece as taxas do BDI para cada tipo de obra. De acordo com o Acórdão Nº 2622/2013 os valores médios do BDI são taxas que foram fixadas por um grupo de trabalho. Aonde estabeleceram parâmetros de mercado analisando orçamentos, principalmente de obras públicas, utilizando critérios contábeis e estatísticos, e controlando a representatividade das amostras. Na tabela a seguir são apresentados alguns exemplos dos componentes do BDI: 44 Tabela 4: Componentes do BDI Fonte: MENIN, (2007, p. 36) 2.9.2 Custo total e lucro Segundo AVILA, LIBRELOTTO, LOPES (2003, p. 17), a soma de todos os custos diretos e custos indiretos resulta no custo total da obra, as parcelas que compõem os custos, necessariamente devem ser minuciosamente orçados. O orçamentista deve levantar todos os dados possíveis relacionados com o projeto, apresentando assim, um orçamento altamente detalhado, ou seja, mais próximo possível da realidade. O lucro é a previsão para remunerar o custo obtido no empreendimento, na atividade econômica. O seu valor nunca pode ser zero. O percentual do lucro pode variar entre 5,0 % a 15% do valor da venda, de acordo com tipo da obra. A maioria dos construtores adotam uma média de 10,00%. Conforme ÁVILA, (2003, p. 14) afirma: “Quando o lucro, as despesas e os custos são englobados em um único fator, ocorre o que se denomina de mark-up - µ”. Segundo AVILA, LIBRELOTTO, LOPES (2003, p. 17), para o cálculo do lucro é usado à seguinte fórmula: 45 Quadro 5: Cálculo do Lucro Fonte: AVILA, LIBRELOTTO, LOPES (2003, p.17) Segundo AVILA, LIBRELOTTO, LOPES, (2003, p. 16), conforme apresentado na formula acima, observa-se que o lucro passou a ser em função do preço e dos custos incorridos. Nesta situação é possível que a empresa garanta a margem de lucro estabelecida. No entanto, esta equação foi reajustada, pois devido a busca por melhorias e implementações no setor da engenharia civil, como programas e softwares. A busca das empresas não é apenas por controle, más, por um gerenciamento de custos. De acordo com AVILA, LIBRELOTTO, LOPES, (2003, p. 17) a nova fórmula é expressa da seguinte forma: CUSTO = ʄ (Preço – Margem de Lucro) De acordo com PAIVA, (2018, p. 158) o lucro previsto para um empreendimento é livremente estabelecido pelo construtor ou empreendedor, aonde são levados em consideração alguns parâmetros importantes, como: • Risco da obra. • Idoneidade do cliente. • Saúde financeira do contratante. • Capacidade operacional e contratada da empresa 46 2.9.3 Preço de venda De acordo com AVILA, LIBRELOTTO, LOPES, (2003, p.17), o preço de venda é o valor final do orçamento, ou seja, é o valor total ofertado pelo contrato. Ele engloba todos os custos, o lucro e os impostos. Com ele a construtora propõe o negócio ao contratante. E o valor da venda pode ser calculado usando a taxa de BDI sobre os custos diretos totais da obra. Como também somando o valor dos custos diretos totais com o valor do BDI incidente sobre eles Abaixo é expressado na seguinte fórmula: Quadro 6: Calculo preço de venda Fonte: AVILA, LIBRELOTTO, LOPES (2003,p. 17) 2.9.4 Perdas Segundo MATTOS, (2006, p. 60), as perdas na orçamentação devem ser levadas em consideração, pois elas inevitavelmente acontecem, principalmente de materiais, o que gera um montante de desperdicio e prejuizo. No entanto, as perdas podem ser compatidas e controladas, de forma que o reaproveitamento destes materiais possa ser utilizados. Gerando assim, uma maneira de economizar insumos. Segundo OLIVEIRA, (2017, p.26), afirma que alguns fatores podem provocar as perdas de materiais, como por exemplo problemas relacionados com a carga e descarga mal realizadas. assi, como o armazenamento, manuseio e transporte dos materiais feitos de forma impropria ou até mesmo furtom de materiais. Para as perdas algumas porcentagens usuais devem ser acrescidas na quantidade total do orçamento. Conforme mostra a tabela abaixo. 47Tabela 5: Perdas de materiais Fonte: OLIVEIRA, (2017, p. 26) 2.9.5 Visita Técnica De acordo com DIAS, (2011. p. 29), é muito importante que o orçamentista realize a visita técnica no local de execução da obra, para se ter um conhecimento pleno das dificuldades de logisticas que serão encontradas. O orçamento não pode ser concebido sem a visita técnica, e ao relaizar a visita minuciona no local da obra, o orçamentista deverá elaborar um relatório para cada tipo de serviço a ser vistoriado. Segundo MATTOS, (2006, p. 30), a visita técnica serve também para o orçamentistar tirar as duvidas de dados importantes para o orçamento. Bem como, titar fotos, avaliar o estado das vias de acesso, avaliar a região e vizinha da obra. Outro ponto importante da visita técnica é procurar conersar com algum construtor que esteja realizando obras perto, se possivel que seja do mesmo cliente da empresa. Conforme DIAS, (2011, p. 29), os formularios evitam que o osprofissionais tenham preocupações diferentes na hora de registrar o que viram no local da visita. As empresas podem ter formulários para obras urbanas, rurais, de edificação, de terraplenagem, etc. O relatorio da visita técnica deverá responder alguns quesitos, como: Materiais – local, volume e condições de uso; 48 Condições de acesso ao local de serviço; Mao de obra - especializada ou não; Instalação do canteiro de obras; Fornecimento de energia, agua, rede de esgosto; Levantamento em locais próximos – preços, disponibilidade para emprego; 2.9.6 Fechamento do orçamento De acordo com MATTOS, (2010, p. 362), o fechamneto do orçamento ou término do orçamento, é a soma total dos custos previstos para o projeto. Ou seja, é o custo total orçando de quanto o projeto custaria se tudo ocorresse como o planejado. Ainda segundo MATTOS, (2006, p. 32), o fechamneto do orçamento é baseado nas condições intrínsecas e extrínsecas da obra. É o construtor que definirá o lucro que o mesmo deseja obter no final da obra. Levando em consideração fatores como: concorrencia, risco do empreendimento, necessidade de conquistar a obra e etc. Segundo SANTOS, SILVA e OLIVEIRA, (2012, p. 8), o fechamneto do orçamento pode ser demosntrado através de planilhas, formalizando e discriminalizando cada item da obra. Assim, como o preço unitário e o preço total de materiais, mão de obra, custos diretos e indiretos, preço de venda e BDI. 49 3 O USO DE PLANILHAS E TABELAS NO ORÇAMENTO 3.1 IMPORTANCIA DA PLANILHA ORÇAMENTARIA De acordo com VIEIRA, (2013, p.8), com o avanço da tecnologia, o novo mercado da construção civil vem enfrentando exigências dentro do setor, o que tornou comum terceirizar serviços. No entanto, o orçamento tem um alto índice de contrato nas empresas, pois em sua elaboração, demanda-se muito tempo. Para elaborar um orçamento, o uso das planilhas e tabelas é muito utilizada pelas empresas e orçamentistas. Cada empresa pode personalizar suas tabelas e planilhas, de acordo com suas necessidades. Todavia, existem alguns modelos prontos de planilhas e tabelas que servem de referências na construção e elaboração dos orçamentos, facilitando os cálculos orçamentários. Conforme afirma SCOTTI, (2014, p. 32), alguns existem também softwares desenvolvidos especialmente para a construção dos orçamentos, como por exemplo: Siege: Software criado pela empresa Softplan que no processo de elaboração do orçamento se torna muito mais rápido e prático do que utilizando apenas o Excel; MS Project: É possível colocar os dados de durações, equipes, precedência, entre outros, e obter os resultados finais; Excel: usado na construção de tabelas e planilhas; SAP: Um dos sistemas mais requisitados pelas grandes empresas por causa de suas características completas abrangendo todas as áreas da organização; EngWhere Magma: Sistema para o engenheiro, arquiteto tecnólogo e construtoras na gestão de obras; WK Sistemas – Radar Orçamento: Sistema para elaboração de orçamentos de contas do plano de contas contábil/gerencial; Apollo: Sistema para elaboração de orçamentos na área de Engenharia Civil; ORSE: Sistema para elaboração de orçamento disponibilizado gratuitamente; 50 Hime System: Sistema que controla a empresa por inteiro incluindo os orçamentos; Auto CAD: Sistemas para elaboração de desenhos técnicos e partes dos quantitativos de uma obra podem ser obtidos diretamente nos desenhos de projetos; Segundo orientações do TCU, (2014, p.11), o uso da planilha orçamentaria é uma importante ferramenta de controle do orçamento. É usada para compatibilizar entre a execução da obra e as etapas do orçamento, evitando ocorrências ilegais, como de pagamentos. Serve de referência para o físico e financeiro da empresa, para a medição dos serviços, para o cálculo de reajustes ou alterações de escopo. De acordo com ROCHA, (2010, p.38), as planilhas orçamentarias são documentos, aonde registra-se todos os cálculos e descriminação de todos os serviços que serão executados na obra. Elas podem apresentar diversos modelos, dependendo do tipo da obra ou dimensão, são registrados nas planilhas a quantidade de cada serviços, os custos e os preços. Geralmente, são expostos todas as características da obra, quantificado os custos e previsões para o final da obra ocorrer em segurança. 3.2 TCPO – TABELA DE COMPOSIÇÃO DE PREÇOS PARA ORÇAMENTAÇÃO Segundo TCPO, (2010, p.11), a Tabela de Composição de Preço para Orçamentação criada pela editora PINI, onde norteia o orçamento de construção, planejamento e controle de obras. Conforme afirma TISAKA, (2006, p. 44), na TCPO são encontrados parâmetros que expressam os quantitativos e taxas horarias de mão de obra e equipamento. A mesma apresenta uma ideia muito próxima da realidade, no entanto, empresas tradicionais e bem estruturadas, avaliam através de constantes de apropriação analítica de custos de obra. Com o intuito de ter uma maior segurança em suas políticas de preços. Todo ano a editora PINI atualiza a TCPO através de 51 pesquisas realizadas em obras selecionas, para a atualização da tabela de composição de custos na engenharia de custos, segundo TCPO, (2010, p.7). Segundo JUNIOR e PORTO, (2017, p.35), a editora PINI existe a mais de 60 anos, na TCPO encontram-se mais de 8.500 tipos de composições de serviços, custo e outras informações que podem ser utilizadas por profissionais da construção. Nos índices da TCPO da editora PINI, pode-se encontrar: os custos e índices unitários para edificações, índices de custos para construção industrializada e índices de custos de obras e infraestrutura. De acordo com MATTOS, (2006, p. 65), a tabela orçamentaria deve ser composta com dados coletados e alimentada com as demais informações, tais como: Insumos: são cada item de insumos dos materiais, mão de obra e equipamento que entram na execução direta dos serviços; Unidade: é a unidade de medida do insumo, e quando se trata de material pode ser Kg, M³, M², M e outros. Para a mão de obra a unidade sempre é hora; Índice: é a incidência de cada insumo na execução de uma unidade de serviço; Custo unitários: é o custo da aquisição ou emprego de uma unidade de insumo; Custo total: é o custo total na composição dos custos unitários, que é obtido pela multiplicação do índice pelo custo unitário. A somatória é o custo total unitário do serviço; MATTOS, (2006, p. 65) Conforme afirma MATTOS (2006, p. 66), para a composição dos custo unitários, as planilhas e tabelas devem facilitar o entendimento do orçamentista quanto os seguintes critérios: interpretar a composição, calcular a quantidade e custo de cada insumo. Na figura baixo pode-se observar um modelo de como de uma planilha orçamentaria. Tabela 6: Exemplo de planilha orçamentaria Fonte:
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