Buscar

MODELO DE TRABALHO DE GRADUAÇÃO

Prévia do material em texto

A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES PRÁTICAS NO
ENSINO DE BIOLOGIA
 
 
Karina Rodrigues
Michael Alexander Schweitzer
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura em Ciências Biológicas (BID0257) – Trabalho de Graduação
14/02/2017
 
 
RESUMO
 
O presente trabalho foi realizado através de pesquisas em livros, artigos científicos, revistas on-
line, entre outros meios. Através dos dados coletados, foi ressaltada a importância das atividades
práticas no ensino de biologia. Inseridas ao currículo formal de biologia, foi demonstrado que
podem proporcionar uma alfabetização científica, crítica e abrangente. Assim, chegamos à
conclusão de que as atividades práticas são de suma importância e, por isso, devem ser realizadas
para melhor aproveitamento do aluno. Como objetivo principal deste trabalho, buscou-se
identificar o motivo das atividades práticas serem importantes para o ensino de Biologia. Também
salientou-se as dificuldades encontradas na escola, e mesmo por parte dos professores para a
realização dessas atividades.
 
 
Palavras-chave: Atividades Práticas; alfabetização científica; Biologia.
 
 
1 INTRODUÇÃO
 
O tema “A importância das Atividades Práticas no Ensino de Biologia” surgiu diante da
necessidade de lecionar para cumprir o estágio II, exigido no 5º semestre do curso superior de
licenciatura em Ciências Biológicas. Nesse período, obtive experiência em sala de aula, lecionando
aulas práticas e também teóricas, tendo observado melhor aproveitamento nas aulas práticas em
relação às aulas teóricas.
 
O objetivo principal do trabalho é identificar o porquê das atividades práticas serem
importantes para o ensino de Biologia, visto que, o conhecimento de Biologia no ensino médio é de
importância para a formação do cidadão consciente sobre o mundo em que vive, e de suas
interações com o mesmo, sendo de extremo valor o conhecimento teórico e prático, para que
através da experimentação o indivíduo não apenas saiba sobre o mundo em que vive, mas que
desenvolva uma capacidade de indagar e pesquisar sobre os problemas existentes na sociedade, a
fim de repensar suas ações para o futuro, pois os envolvem em investigação científica, levando-os
consequentemente a desenvolverem a capacidade de resolver problemas, compreender conceitos
básicos e aprimorar habilidades. Nas atividades práticas, o aluno cria o contato direto com os
fenômenos, manipulando materiais e equipamentos, observando de perto os experimentos que
explicam a realidade. Essa atividade desafia a imaginação e o raciocínio.
 
Embora a importância das aulas práticas seja reconhecida, existe pouco aproveitamento das
mesmas, relacionado com a falta de preparação do material, controle de classe, conhecimento para
organizar experiências e também pela falta de equipamentos e instalações adequadas.
https://portaldoalunoead.uniasselvi.com.br/ava/producao_academica/arquivo_producao_academica.php 07/02/2020 14=05
Página 1 de 14
 
Diante disso, o professor tem um papel fundamental, em planejar as atividades práticas, de
modo que facilitem a compreensão dos conteúdos, estimulando a observação o questionamento e a
resposta dos alunos. Os educandos devem encontrar estratégias de ensino, para que elas possam ser
realizadas.
 
Colocando o assunto em pauta, procurei ressaltar no trabalho, em forma de pesquisa,
fundamentos que comprovassem o porquê das atividades práticas serem melhores condutoras para o
ensino de Biologia.
 
Esta pesquisa seguiu uma abordagem exploratória descritiva, por ser um assunto já
conhecido. Efetuou-se uma análise comparativa de dados, baseada nas pesquisas bibliográficas de
trabalhos científicos já existentes, entre pesquisas de obras recentes e antigas, para comprovar o
processo já ocorrido, e destina-se a expor uma melhor compreensão e aceitação referente a pergunta
apresentada.
 
 
2 O ENSINO DA BIOLOGIA
 
A disciplina de biologia é o ramo que engloba o estudo da vida, isto é, que trata do
conhecimento de nós mesmos, e de um mundo do qual fazemos parte, em que atuamos. A palavra
biologia é formada pelos termos gregos “bios” (vida) e “logos” (estudo), portanto, “estudo da
vida”.
 
No contexto geral, estudar biologia na escola para a Secretaria Municipal de Educação de
Rio do Sul (2010, p.28) é:
 
Elaborar conhecimentos científicos (saber) que lhes contribuam para explicar os fenômenos
que acontecem nas realidades. Formar habilidades científicas (fazer) para acessar
informações e organizá-las criativamente na solução de problemas. Praticar novas atitudes
(ser e conviver) para consigo, com outros grupos sociais, com outras espécies e o meio
ambiente, contribuindo para uma vida ética, saudável e sustentável.
 
 
Os conteúdos devem favorecer a construção, pelos estudantes, de uma visão de mundo como
um todo, formado por elementos inter-relacionados. Entre os quais, o ser humano, agente de
transformação. “Dessa forma, a disciplina de Biologia procura contribuir para o desenvolvimento
de um pensamento crítico a respeito da vida, e consequentemente, para uma integração cada vez
maior entre os elementos da biosfera”. (PAULINO, 2000).
 
Então como aprender Biologia?
 
Aprender biologia refere-se a dar sentido ao mundo físico no qual vivemos, antes de tudo, o
primeiro passo se deve ao processo de conhecimento dos fenômenos e eventos que serão
compreendidos e explicados. A atividade de bancada pode e acha-se a única alternativa de
experimentar em primeira mão a atração de um imã, ou um cheiro de gás. A experiência direta de
transformações químicas, o manejo e o cuidado com os organismos vivos, o uso de instrumentos
que favorecem nossos sentidos, como telescópios e microscópios, são aspectos que contribuem com
o mundo ao nosso redor, e não existe outra forma de ser adquirido, a não ser em contato direto com
os mesmos, ou seja, o trabalho de bancada é crucial. Não seria apenas ler sobre gases e células,
sobre a curvatura da luz quando ela passa sobre um prisma, ou sobre campos elétricos criando
campos magnéticos. Aprendizes precisam ver essas coisas, experimentar fenômenos diretamente,
manusear objetos reais. Como se refere Hodson, (1987, p.1) “qualquer método didático que
requeira que o aprendiz seja ativo, mais do que passivo, está de acordo com a crença de que os
alunos aprendem melhor pela experiência direta”.
 
 
https://portaldoalunoead.uniasselvi.com.br/ava/producao_academica/arquivo_producao_academica.php 07/02/2020 14=05
Página 2 de 14
3 AULAS PRÁTICAS
 
As aulas práticas servem para entrelaçar a teoria de forma que estabeleça um diálogo,
através da mediação, a partir da discussão com possibilidades de teorização conceitual. O momento
interativo-formativo funciona como um catalisador no processo de ensino e aprendizagem. Vários
pensadores refletem o quão importante são as atividades práticas/experimentais, referindo-se:
 
Andrade e Massabni (2011, p.840) que definem as atividades práticas como “aquelas tarefas
educativas que requerem do estudante a experiência direta com o material presente fisicamente,
com o fenômeno e/ou com dados brutos obtidos do mundo natural ou social”. Porque, para que o
aluno tenha possibilidade de abstrair informações, deve ocorrer a “experiência física” do objeto ou
fenômeno estudado, só assim haverá um entendimento efetivo.
 
Para o autor Carraher (apud POSSOBOM; OKADA; DINIZ, 2005, p.114):
 
No modelo cognitivo, no qual o ensino e a aprendizagem são vistos como ‘convites’ à
exploração e descoberta e o ‘aprender a pensar’ assume maior importância que o simples
‘aprender informações’. Priorizando a aprendizagem no modelo experimental, pois a
experimentação assume um papel desafiador, propondo o aluno entrar em conflito com a
situação, fazendo-o investigar, trocar ideias, buscar resultados.
 
O autor Fracalanza et al. (1986, p.75) reflete sobre aulas experimentais dizendo que, “Um
contingente significativo de especialistas em ensino das ciências propõe a substituição do
verbalismo das aulas expositivas, [...] por atividades experimentais”. Na concepçãode Piaget
(1978), “os estudantes adquirem muito mais conhecimento através de situações concretas, e as
experimentações constituem um grande instrumento de aprendizagem, pois através delas os alunos
observam, pensam e agem”.
 
Segundo Fracalanza et al. (1986):
 
A experimentação inter-relaciona o aprendiz e os objetos de seu conhecimento, a teoria e a
prática, ou seja, une a interpretação do sujeito aos fenômenos e processos naturais
observados, pautados não apenas pelo conhecimento científico já estabelecido, mas pelos
saberes e hipóteses levantadas pelos estudantes, diante de situações desafiadoras.
 
Carpeletto (1992) se refere às práticas experimentais como um local de aprendizagem, e de
desenvolvimento do aluno como um todo.
 
Existe uma fundamentação psicológica e pedagógica que sustenta a necessidade de
proporcionar à criança e ao adolescente a oportunidade de, por um lado, exercitar
habilidades como cooperação, concentração, organização, manipulação de equipamentos e,
por outro, vivenciar o método científico, entendendo como tal a observação de fenômenos,
o registro sistematizado de dados, a formulação e o teste de hipóteses e a inferência de
conclusões.
 
Neste sentido, as atividades práticas do tipo investigativo, geram grandes possibilidades de
formar esta construção, pois os estudantes interagem com o fenômeno, os fazendo criar e recriar
conceitos e ideias. A prática possibilita uma produção de conhecimentos, permitindo que uma
interpretação anterior passe a se reorganizar, havendo um processo construtivo do saber. Quando se
quer um processo investigativo do aluno, as atividades práticas tem o envolvimento com os
fenômenos. Com isso, ressaltam o processo do pensar, pois os estudantes precisam experimentar
errar, interagir com os colegas expondo seus pontos de vista, para concluir e dar ênfase nas suas
atividades.
 
Em acordo, diz Borges (1997) que esse método:
 
Facilita uma primeira experiência, um contato com a natureza e com o fenômeno que eles
estudam; desenvolvem algumas habilidades científicas práticas como observar e manipular;
oportuniza a exploração, a extensão; desempenham um papel fundamental na constituição
das ideias científicas e o limite de determinados modelos e teorias; permitem comprovar
https://portaldoalunoead.uniasselvi.com.br/ava/producao_academica/arquivo_producao_academica.php 07/02/2020 14=05
Página 3 de 14
ideias alternativas experimentalmente; possibilitam aumentar a confiança ao aplicá-las na
prática e explorar e comprovar a teoria através da experimentação.
 
Ao final, o que se espera das aulas práticas experimentais, é que o aluno construa um
conhecimento qualitativo e não de memorização, que na verdade não reflete em conhecimento, mas
sim em reprodução de conceitos, sem qualidade nenhuma.
 
 
4 A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES PRÁTICAS NO ENSINO DE BIOLOGIA
 
Segundo Ausubel (1978) existem dois extremos em termos de aprendizagem. Por um lado
temos a aprendizagem mecânica (popularmente conhecida no Brasil como “decoreba”), sendo esta
a que o estudante memoriza conceitos desconectados e desprovidos de grande significado. No outro
extremo há a aprendizagem significativa, quando novos conhecimentos (conceitos) são interligados
a conhecimentos já existentes na estrutura cognitiva do aprendiz, de uma maneira substantiva e não
arbitrária. O estudante para ter esta predisposição para aprender de modo significativo - conectando
e inter-relacionando conceitos - deve estar motivado para a disciplina e reconhecer a importância
dela para a sua vida futura. Se assim não for, o estudante pode achar que é mais cômodo e mais
fácil memorizar alguns fatos e fórmulas, para esquecê-los logo em seguida.
 
Para Carvalho (2006) ensino e aprendizagem são dois conceitos que têm ligações bastante
profundas; fazer com que esses dois conceitos representem as duas faces de uma mesma moeda, ou
as duas vertentes de uma mesma aula, é, e sempre foi, o principal objetivo da Didática. Para o
processo ensino-aprendizagem, um pressuposto que parece ganhar força entre os professores, é o
entendimento de que um educador precisa necessariamente deixar de ser um mero repassador de
informações, focando suas ações na condição de mediador entre os conteúdos e o educando.
 
Bordenave, por sua vez (2001) entende ser necessário se utilizar de um esquema pedagógico
que permita selecionar e utilizar os meios multissensoriais mais adequados para cada etapa do
processo de ensino. Neste sentido, a educação não dever ser algo meramente informativo e passa a
agir também na formação social dos indivíduos. Os professores devem buscar atender ao
pressuposto em questão. É latente a reflexão sobre como atingir esta condição, para que o ensino
possa contribuir na construção de uma consciência crítica do educando, especialmente, sobre sua
intervenção na realidade. Nesse sentido, Krasilchick (2004) aborda algumas considerações a
respeito de Vygotsky sobre aprendizado, enfocando a importância do professor nesse processo
como um representante da ciência com a qual o aluno interage.
 
As aulas práticas podem ajudar neste processo de interação, e no desenvolvimento de
conceitos científicos, além de permitir que os estudantes aprendam como abordar objetivamente o
seu mundo e como desenvolver soluções para problemas complexos (LUNETTA, 1991).
 
Krasilchick (2004) afirma que dentre as modalidades didáticas existentes, tais como aulas
expositivas, demonstrações, excursões, discussões, aulas práticas e projetos, como forma de
vivenciar o método científico, as aulas práticas e projetos são mais adequados. Entre as principais
funções das aulas práticas essa autora cita: despertar e manter o interesse dos alunos; envolver os
estudantes em investigações científicas; desenvolver a capacidade de resolver problemas;
compreender conceitos básicos; e desenvolver habilidades.
 
Nessas aulas práticas, os alunos têm a oportunidade de interagir com as montagens de
instrumentos específicos que normalmente eles não têm quando em contato com um ambiente com
um caráter mais informal do que o ambiente da sala de aula (BORGES, 1997).
 
No entanto, Hodson (1996) afirma que as atividades práticas também podem ser feitas
através de trabalhos de campo, computadores e estudos em museus. As aulas práticas são também
uma boa forma de se verificar e auxiliar nesse processo de ensino-aprendizagem, uma vez que
acompanhar o processo de aprendizagem dos alunos, passa pela observação dos progressos e das
dificuldades da sala de aula.
 
https://portaldoalunoead.uniasselvi.com.br/ava/producao_academica/arquivo_producao_academica.php 07/02/2020 14=05
Página 4 de 14
É uma atividade importante que o professor deve fazer, pois os alunos muitas vezes têm
dificuldade de compreender o porquê dos conteúdos por eles estudado em sala de aula (BIZZO,
2000). A disciplina de Ciências Naturais é uma disciplina na qual a prática não deveria ser
desvinculada da teoria. Por isso, acredita-se que o reconhecimento por parte dos alunos na
construção do pensamento científico, atesta o caráter investigativo das aulas práticas.
 
As atividades práticas, quando vinculadas às atividades teóricas em biologia, buscam e
auxiliam a reconstrução de conceitos científicos significativos para o aluno. Elas proporcionam
condições para que haja o questionamento e reflexão na ação dos temas trabalhados. A prática
fortalece várias atitudes esperadas na educação e aprendizagem como: a argumentação, a
criatividade, a intuição, a abstração, a autonomia e a competência do aluno. Os conhecimentos sob
forma de informações são relacionados e alcançam significados com os experimentos. A
compreensão dos processos dos vários temas em biologia se aproxima do aluno e se confrontam
com suas concepções iniciais, interagindo e possibilitando uma mudança reflexiva em tais
concepções.
 
PERRENOUD (2000) esclarece que “A maior parte dos conhecimentos científicos contraria
a intuição”, portanto, é importante que os alunos em aulas práticas se confrontem com os limites de
seu próprioconhecimento e se desfaçam de ideias intuitivas. Os experimentos, realizados nas aulas,
podem ajudá-los a compreender os fenômenos e podem ser reproduzidos e se tornam viáveis com
poucos recursos, valorizando a pedagogia do ensinar e aprender. Ao incluir ações como manejar
materiais específicos, desenvolver tarefas, identificar o problema, estabelecerem objetivos e
hipóteses, relacionar a prática com os fundamentos teóricos, no intuito de analisar os resultados e
escrever conclusões, oportuniza-se o desenvolvimento de habilidades motoras, bem como a
participação, a socialização, a crítica, a argumentação, o debate, a autonomia e a abstração do
aluno.
 
O professor, atento aos acontecimentos em sala de aula e ao desenrolar dos experimentos, é
lembrado por Bachelard (1996) que “[...] é indispensável que o professor passe continuamente da
mesa de experiência para a lousa, a fim de extrair o mais depressa possível o abstrato do concreto”.
O desenvolvimento de habilidades, não só motoras, mas que exijam reflexão e raciocínio e
possibilitem a abstração, a ação e a criação de argumentos são favorecidas por aulas práticas. As
ações experimentais unem-se com as informações teóricas e propiciam a construção de uma rede de
esquemas mentais, auxiliando de um modo lógico e ordenado à compreensão dos conteúdos em
biologia.
 
No entanto, um trabalho experimental requer muita atenção e concentração, pois envolve
manipulação de materiais e instrumentos, conversa com os colegas, disponibilidade de
equipamentos, movimentação constante, fatores que contribuem naturalmente para a dispersão
(DEMO, 2002). Por não estar habituado a um trabalho experimental, o aluno, muitas vezes,
comparece, passivamente, como objeto de ensino. A iniciativa e a elaboração própria necessitam ser
estimuladas. No planejamento do professor, as aulas experimentais precisam atender à reconstrução
dos conceitos e oportunizar a reflexão, o questionamento e a discussão. As visões teóricas a respeito
de um determinado assunto são importantes, mas a informação por si só não significa conhecimento
se o mesmo não se faz útil.
 
Essa ideia é justificada pela afirmação de FREIRE (1996) quando diz que “A leitura
verdadeira me compromete de imediato com o texto que a mim se dá e a que me dou e de cuja
compreensão fundamental me vou tornando também sujeito”. Na aula prática o aluno aprende,
buscando um conhecimento além daquele que o professor colocou em aula. Alguns professores, em
seu cotidiano, trabalham com a pesquisa em sala de aula. Dessa forma, trabalhar os assuntos de
biologia na intenção de contribuir e facilitar o desenvolvimento de competências e
responsabilidades nos alunos é entender que pesquisar em sala de aula é uma maneira de os alunos
aprimorarem suas competências e o professor aprimorar também o seu fazer docente.
 
Nas Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio existe uma recomendação de
que o ensino de Biologia seja pautado na alfabetização científica. Para Miller (apud LIMA;
GARCIA 2011, p. 203) “a alfabetização científica implica em três dimensões: a) aquisição de um
vocabulário básico de conceitos científicos, b) a compreensão da natureza do método científico, c) a
compreensão sobre o impacto da ciência e da tecnologia sobre os indivíduos e sociedade”.
https://portaldoalunoead.uniasselvi.com.br/ava/producao_academica/arquivo_producao_academica.php 07/02/2020 14=05
Página 5 de 14
 
Tendo em vista o que foi destacado, as práticas no ensino de biologia contribuem para
construção das duas dimensões iniciais da alfabetização científica e, consequentemente, abre
caminho para construção da terceira. Essas dimensões são portas para uma educação mais
comprometida.
 
Segundo a seção IV da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), “a compreensão dos fundamentos
científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de
cada disciplina, e seu currículo destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do
significado da ciência, das letras e das artes”.
 
O supracitado demonstra que as disciplinas ligadas ao processo da ciência e tecnologia,
terão uma absorção maior do ensino-aprendizagem, relacionado as aulas teóricas com a prática,
agindo como um grande componente na compreensão das aulas teóricas, e para gerar nos alunos um
entendimento mais abrangente dos conteúdos. As atividades práticas que não se limitam a ter um
“manual de instruções”, como o qual os alunos chegam a uma resposta esperada, podem contribuir
para o desenvolvimento de habilidades importantes no processo de formação de pensamento
científico e auxiliar na fuga do modelo tradicional de ensino, em que o aluno é um mero expectador.
 
No Brasil, as atividades práticas são consideradas objetivos propostos pelos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN) para o ensino de ciências. Os PCNs de Ciências Naturais indicam
que a investigação, a comunicação e o debate de dados e ideias possibilitados pela observação,
experimentação, comparação, estabelecendo relação entre dados e fenômenos, são procedimentos
fundamentais para o ensino, porém também são valorizados atitudes na ótica do presente estudo,
que podem ser trabalhadas juntamente com as atividades práticas, tendo como um incentivo a
curiosidade, respeitando as diferentes opiniões, a busca por informações e de provas adquiridas por
meio da investigação (BRASIL, 2000). Para os PCNs, as atividades de observação e
experimentação são vistas como uma “chave” para que os alunos busquem a informação, como
leitura de textos, informativos e projetos desenvolvidos, para um contexto de problematização,
influenciando o estudo mais a fundo.
 
O conhecimento de procedimentos é ainda considerado como aspecto fundamental do
ensino experimental de ciências, em detrimento à reflexibilidade e ao conhecimento de
conceitos [...]. Prevalece essa visão de que a experimentação contribui automaticamente
para a melhora das aulas de ciências e para a aquisição do conhecimento científico por
parte dos alunos [...]. (SILVA; ZANON, 2000, p.126-127).
 
Do ponto de vista de Miranda; Leda e Peixoto (2013, p.86), a Biologia é: “uma disciplina
cheia de nomes, ciclos e tabelas a serem decorados, enfim uma disciplina chata”. Através das
atividades práticas o aluno consegue interagir, visualizar melhor os fenômenos, reações do assunto
debatido em sala. Para Gallazzi (2001, p. 252), “é consenso que a experimentação é uma atividade
fundamental no ensino de Biologia”. Estimula a curiosidade, a atenção e em alguns casos até a
vocação científica. A aula prática tem grande destaque e grandes resultados para biologia, pois o
manusear instrumentos, anotar, desperta no aluno o interesse por tais atividades. Com isso,
transforma a biologia em uma matéria fácil de entender.
 
Na biologia as atividades práticas, como a experimentação, que investiguem e questionem as
ideias prévias sobre determinados conceitos científicos podem favorecer a mudança conceitual,
contribuindo para a construção de conceitos. Porém a compreensão de um só conceito não dá conta
de explicar a complexidade dos fenômenos naturais estudados, e a prática permite que isso
aconteça, pois explora outros conceitos envolvidos no fenômeno distinguindo as áreas do
conhecimento, promovendo a interdisciplinaridade. As atividades experimentais podem favorecer
entre os estudantes, modos de pensar, atitudes e até interconexões entre a ciência, tecnologia,
ambiente e sociedade.
 
O mesmo diz Krasilchik (2004. p. 86) que, “as aulas de laboratório tem um lugar
insubstituível no ensino da biologia, pois desempenham funções únicas: permitem que os alunos
tenham contato direto com os fenômenos, manipulando os materiais, equipamentos e observando os
organismos”. Proporcionando assim, um indivíduo critico, de atitude.
https://portaldoalunoead.uniasselvi.com.br/ava/producao_academica/arquivo_producao_academica.php 07/02/2020 14=05
Página 6 de 14
 
Segundo Hodson (apud CARMO; SCHIMIN, 2008), atividades baseadas em investigações,
são apropriadas para trabalharassuntos relacionados à natureza da atividade científica e
contemplam, ao mesmo tempo, as três dimensões do ensino de Biologia, assim mencionando:
 
São atividades nas quais os estudantes utilizam os processos e métodos da Ciência para
investigar fenômenos e resolver problemas como meios de aumentar e desenvolver seus
conhecimentos, e fornecem um elemento integrador poderoso para o currículo. Ao mesmo
tempo, os estudantes adquirem uma compreensão mais profunda da atividade científica, e
as investigações tornam-se um método tanto para aprender Ciência como aprender sobre a
Ciência. (HODSON, 1992, p. 549).
 
Contudo, buscar um ensino de Biologia com atividades que aproximem a sala de aula do
cotidiano pode ser um bom caminho para tornar a aprendizagem um processo mais interessante e
prazeroso, além de ser um bom caminho para a construção de uma alfabetização científica.
 
A alfabetização científica significa que a pessoa possa perguntar e encontrar respostas às
questões derivadas da curiosidade a respeito das experiências do dia a dia, que ela tenha a
habilidade de descrever, explicar e prever os fenômenos naturais. A alfabetização científica é um
processo contínuo que pode (e acreditamos que deve) se iniciar na escola. Um cidadão
cientificamente alfabetizado deve ser capaz de avaliar a qualidade da informação científica a partir
de suas fontes e dos métodos utilizados para gerá-la.
 
Alfabetização científica também implica a capacidade de colocar e avaliar argumentos
baseados em evidências e aplicar conclusões apropriadas a partir desses argumentos. Parece nos que
as aulas práticas podem ser uma boa ferramenta para desenvolver habilidades que abram caminho
para a construção de uma alfabetização científica nas escolas. Assim, pesquisas que avaliem como
essa prática pedagógica é desenvolvida nos espaços escolares podem ser uma forma de ver como
está a realidade hoje, e o que pode ser feito para modificá-la. As ideias de um ensino que não se
preocupe somente com a compreensão pelos alunos de conceitos, noções, termos e ideias das
Ciências, mas que também seja capaz de levar para a sala de aula discussões que prestigiem o fazer
científico e a relação dos saberes construídos pelos cientistas com a vida da sociedade é a base do
ensino que almejam aqueles pesquisadores que, hoje em dia, estudam formas de promover a
alfabetização científica na escola.
 
O currículo de ciências deve ser relevante para a vida de todos os estudantes, e não só para
aqueles que pretendem seguir carreiras científicas. Os métodos de instrução devem demonstrar
cuidados para a diversidade de habilidades e interesses dos estudantes. Se dermos aos nossos alunos
a oportunidade de pensar, proporcionaremos algo que levarão para a vida. Estaremos fazendo mais
do que simplesmente aprová-los no vestibular; estaremos dando a eles a autonomia para formação
de seus pensamentos e a motivação para suas ações conscientes.
 
Assim, a experimentação na biologia se faz necessária para formação, pois, devem-se
formar cidadãos capazes, de saber, fazer, ser e conviver. Formar indivíduos que entendem o
ambiente em que vivem. Se o indivíduo não tem esses conhecimentos, não há como tomar decisões
importantes no meio em que os envolve.
 
 
5 DIFICICULDADES ENCONTRADAS PARA A REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES
PRÁTICAS
 
Nos dias atuais o modelo tradicional ainda é utilizado por muitos professores nas escolas de
ensino fundamental e médio. Segundo Carraher (apud POSSOBOM; OKADA; DINIZ, 2005, p.
113) “tal modelo de educação trata o conhecimento como um conjunto de informações que são
simplesmente passadas dos professores para os alunos, o que nem sempre resulta em aprendizado
efetivo”. Isso relata que os estudantes são ouvintes, fazendo que os conteúdos passados pelos
professores, não sejam absorvidos, mas que sejam apenas memorizados, e que com o passar de um
período de tempo, os conteúdos são dissipados, comprovando que não houve nenhum verdadeiro
aprendizado.
https://portaldoalunoead.uniasselvi.com.br/ava/producao_academica/arquivo_producao_academica.php 07/02/2020 14=05
Página 7 de 14
 
O mesmo se refere Borges (1997, p.5) relacionando que “o Ensino Tradicional de Biologia
de ensino médio aos cursos de graduação, tem se mostrado pouco eficaz, seja do ponto de vista dos
estudantes e professores, quanto das expectativas da sociedade”. Por isso não é raro observar a
dificuldade que alguns alunos possuem referente a biologia. Fernandes (1998, p. 447) diz que, “o
enfoque que existe hoje com relação aos conteúdos de Biologia faz com que se perca esse fascínio
original que a vida pode ter”.
Grandes são as dificuldades encontradas no ambiente escolar para tais atividades, pois elas
não dependem só de um indivíduo, mas sim do todo. A partir do momento em que se pensa na
realização de atividades práticas, salientam-se vários fatores que devem ser seguidos, pelos
gestores, coordenadores, o professor, alunos e assim por diante, entrando todos em um consenso.
 
Muitos professores por não realizarem práticas experimentais, se queixam que as mesmas
são dificultadas pelo elevado número de alunos por turma, falta de estrutura e materiais adequados.
A escola em si, deve incentivar o professor a buscar soluções a estes problemas. Como se vê, pode-
se usar qualquer espaço físico da escola e também materiais recicláveis. Desde que sejam tomadas
as medidas de segurança necessárias, e aplicado o bom senso.
 
O sistema de ensino sabe da importância das atividades práticas nas aulas, e está ciente que
tais atividades, seja elas experimentais, saídas de campo, investigativas, promovem um
conhecimento “maior”. Para as instituições educacionais, como diz Amorim (2001, p.4)
 
As aulas de laboratório, o método de ensino por projetos e a investigação da prática
científica a partir do método científico, são objetos de interesse tanto nas escolas de
educação básica que os têm como parâmetro para melhoria ou inovação, como nas
universidades, que sobre eles se debruçam na produção de suas pesquisas.
 
Mas estar ciente ou ser só um objeto de interesse não modifica as situações. O sistema
educacional deve tomar o incentivo de desenvolver atividades práticas, buscando formas,
oferecendo condições materiais de apoio para os professores da área de ensino de ciências.
Procurando melhorias, tanto em laboratórios, como infraestrutura, salas, equipamentos, jardins e no
preparo dos docentes. A escola é um espaço de aprendizagem, e qualquer espaço pode ser
trabalhado a fim de ser útil a uma prática que priorize a experiência direta dos estudantes, sendo
este um compromisso a ser assumido pelas escolas. Tais atividades demonstram que a própria
escola as valoriza.
 
Borges (1997, p. 10), ainda destaca que, “as atividades práticas não dependem somente da
instituição escolar mais que os professores precisam encontrar novas maneiras de usar as atividades
prático-experimentais mais eficientemente e com propósitos bem definidos”. O educador deve
utilizar os meios disponíveis, ainda que precários. Cruz (2008), sugere aos professores usarem sua
criatividade, “utilizar materiais de baixo custo, sucatas e até mesmo recursos próprios para a
aquisição de materiais a fim de oferecer aulas mais atrativas no que tange a experimentação”. Pode-
se usar qualquer espaço físico da escola, o importante é que o educador use a criatividade e
encontre soluções para resolver os problemas, tornando-os suficientes ao experimento e garantindo
com isso, novo aprendizado para os lecionadores. Pois, é com esta realidade que a maioria deles irá
lidar na vida profissional. O grande desafio do educador é tornar o ensino de Biologia prazeroso e
instigante sendo capaz de desenvolver no aluno o saber Científico.
 
Quando as aulas são menos diretivas, as atividades práticas podem envolver os alunos em
todos os sentidos, no experimental tendo um caráter investigativo, pois faz com que elaborem a
criação de hipóteses, buscando estratégias para soluções de problemas. Esta forma de utilizar e
compreender as atividadespráticas questiona o uso da prática descontextualizada e reprodutiva,
tornando-se momento de aprendizagem repleto de raciocínio e criação.
 
Desta forma, “o professor deve ter domínio de conteúdo e conhecimento de várias técnicas
de ensino, onde poderá tornar suas aulas mais dinâmicas, interessantes e significativas para o
aprendizado do aluno, uma vez que este só aprende o que lhe é significativo” (LIBÂNEO, 2003).
 
Levando em consideração as premissas da concepção interacionista, o professor deve
https://portaldoalunoead.uniasselvi.com.br/ava/producao_academica/arquivo_producao_academica.php 07/02/2020 14=05
Página 8 de 14
planejar sua aula de forma que aborde temas essenciais e atuais, levando em conta os
conhecimentos trazidos pelos alunos e, dessa forma fazendo relações entre aquilo que ele
planejou e aquilo que os alunos já sabem sobre o assunto em pauta (CAMPOS & NIGRO,
1999).
 
Isso remete a necessidade de analisar a forma como o professor vai abordar os conteúdos,
tendo em vista que dependendo do assunto, é preciso adequá-lo a uma forma de ensino que
melhor transmita as informações aos alunos. Devem-se considerar ainda as necessidades e
exigências da prática docente e as condições da escola e dos alunos. (DELIZOICOV &
ANGOTTI, 1992).
 
Mesmo que existam alguns fatores limitantes, nenhum deles justifica a ausência das
atividades práticas.
 
Um pequeno número de atividades interessantes e desafiadoras para o aluno já será
suficiente para suprir as necessidades básicas desse componente essencial à formação dos
jovens, que lhes permite relacionar os fatos às soluções de problemas, dando-lhes
oportunidades de identificar questões para investigação, elaborar hipóteses e planejar
experimentos para testá-las, organizar e interpretar dados e, a partir deles, fazer
generalizações e inferências (KRASILCHIK, 2004, p.87).
 
Porque para Andrade e Massabni (2011, p.836) “se o professor valoriza as atividades
práticas e acredita que elas são determinantes para a aprendizagem de ciências, possivelmente
buscará meios de desenvolvê-las na escola e de superar eventuais obstáculos”.
 
 
6 MATERIAL E MÉTODOS
 
No decorrer de minha licenciatura pude obter uma grande experiência, que proporcionaram
colocar o assunto do trabalho em pauta nos estágios. Nas aulas que lecionei, tive grande
comprometimento, me doei ao máximo para que pudesse ter bons resultados, tanto com os alunos
quanto comigo mesma. Quando lecionei, precisei estudar os conteúdos antecipadamente, pensar e
selecionar métodos adequados para adaptar as aulas, de modo que os alunos pudessem absorver
melhor os conteúdos. Comecei a pesquisar planos de aulas em sites, vídeos e algumas formas de
como ter um bom desempenho em sala de aula, favorecendo o aluno e professor. Partindo disso,
como uma forma de pesquisa para minha docência, resolvi testá-los. Nos estágios que vivenciei,
trabalhei os dois métodos de ensino, o modelo tradicional e o prático, e através disso pude constatar
que no segundo método tive melhores resultados. Ressaltando ainda mais minha curiosidade, sobre
a importância desses métodos, e como influenciavam o ensino aprendizagem do aluno. Surgiu
assim, o tema para meu trabalho de graduação. Logo, precisei ler, pesquisar, fundamentar minhas
ideias para dar início ao trabalho escrito. Com grande esforço, estágios, muitas horas de leituras
bibliográficas e também com a orientação do professor tutor, pude realizar a escrita de um trabalho
coerente e com fundamentos.
 
O trabalho de graduação (TG), na forma de projeto de ensino, iniciou de modo que os
acadêmicos pudessem compreender e obter melhor preparo para realização da escrita do trabalho.
Para isso o TG foi dividido em três partes, e organizado com base no cronograma de realização das
atividades. A Primeira parte do TG compunha: Introdução e fundamentação teórica, com 18 dias
para realização e entrega para o tutor. A Segunda parte do TG: Metodologia e considerações finais,
também com 18 dias para realização e entrega ao tutor. Após a entrega da primeira e segunda parte
do TG, iniciamos o Paper, no qual escrevemos o trabalho completo. Partindo disso, teremos a
entrega do Paper e socialização em sala de aula, com a presença da turma e tutor.
 
Vários autores importantes embasaram minha pesquisa, comprovandos-se a eficácia das
atividades práticas no ensino da biologia. Partindo dessa experiência tive como finalidade,
fundamentar e proporcionar uma melhor compreensão sobre o tema.
 
Esta pesquisa seguiu uma abordagem exploratória descritiva, por ser um assunto já
conhecido. Efetuou-se uma análise de dados, baseada nas pesquisas bibliográficas de trabalhos
https://portaldoalunoead.uniasselvi.com.br/ava/producao_academica/arquivo_producao_academica.php 07/02/2020 14=05
Página 9 de 14
científicos já existentes, entre pesquisas de obras recentes e antigas, seguindo os padrões de autores
como Andrade e Massabni (2011), Angotti (1992), Delizoicov (1992), Fracalanza (1986), Piaget
(1978), para o levantamentos da fundamentação teórica. Para resultados e discussões utilizei
informações de trabalhos e artigos de autores como Lima e Garcia (2010), Miranda, Leda e Peixoto
(2013), Prigol e Giannotti (2008).
As atividades práticas foram o ponto principal de discussão deste trabalho, procurando
analisar o processo de ensino-aprendizagem com a prática. Para a análise da abordagem da
importância das atividades práticas no ensino de biologia, optou-se por alguns aspectos relevantes
para o entendimento do processo como um todo, tais como: a disciplina de biologia, aulas práticas e
sua importância, e relatos de forma comparativa entre os dois métodos de ensino. Neste trabalho
procurou-se considerar, além das pesquisas bibliográficas, e para a socialização em sala de aula,
seguirá em slides, com ilustrações e dados dos principais autores que complementam minha
pesquisa.
 
Portanto, a partir dessas reflexões teóricas foi desenvolvida uma pesquisa baseada em aulas
de biologia, demonstrando que a realização das atividades práticas são condutores do conhecimento
teórico, a construção do conhecimento a partir da investigação científica é determinante e que a
troca de informações entre os próprios alunos é estimulada.
 
 
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO
 
Para resultados foi usada a apreciação sobre trabalhos científicos de autores como Lima e
Garcia (2011) Miranda, Leda e Peixoto (2013), Prigol e Giannotti (2008) debatendo as questões e
respondendo a pergunta a qual se refere este trabalho.
 
Os autores Lima e Garcia (2011) no trabalho “Uma investigação sobre a importância das
aulas práticas de Biologia no ensino médio” tiveram como objetivo analisar se as aulas práticas
teriam alguma influência no desempenho escolar. Foram pesquisadas quatro escolas de Porto
Alegre, Rio Grande do Sul.
 
Foram analisados o desempenho de alunos da mesma série, que não tiveram aulas práticas
em Biologia e alunos que tiveram aulas práticas. Também foi feita a comparação do desempenho
desses alunos.
 
Tabela 1 Comparação dos conceitos obtidos de alunos com e sem aulas práticas em quatro escolas diferentes:
Conceitos Sem prática Com prática Total de alunos
A 3 ALUNOS 19 ALUNOS 22
B 27 ALUNOS 26 ALUNOS 53
C 31 ALUNOS 23 ALUNOS 54
D 18 ALUNOS 18 ALUNOS 36
TOTAL 76 89 165
Fonte: ????
 
Lima e Garcia (2011) demonstram ao analisarmos as comparações que foi possível verificar
uma diferença significativa entre o desempenho de alunos que tiveram e que não tiveram aulas
práticas. No conceito A podemos verificar um grande aumento no número de alunos que tiveram as
aulas práticas. Mas salientam que:
 
Devemos, entretanto, considerar que esses resultados são apenas indicativos de que aulas
práticas podem contribuir para melhorar o desempenho dos alunos, pois outros fatores
devem ser considerados interessantes para futuras investigações, tais como metodologia de
ensino, características das turmas e outros recursos didáticos utilizados nas aulas.
 
As aulas práticas tiveram maiores resultados em vista das teóricasno trabalho pesquisado.
Os alunos tiveram que analisar, questionar, pois foram colocados em um ambiente crítico
concluindo suas ideias e a partir do objeto analisado, com uma resposta positiva de encontro com
https://portaldoalunoead.uniasselvi.com.br/ava/producao_academica/arquivo_producao_academica.php 07/02/2020 14=05
Página 10 de 14
que o autor se refere.
 
Em outro trabalho pesquisado pelos autores Miranda, Leda e Peixoto (2013) buscou analisar
a importância de atividades práticas no currículo de biologia.
 
Foram escolhidas duas escolas da cidade do Rio de Janeiro e séries do ensino médio o 3°
ano com 32 alunos. A turma foi dividida para fazer a análise de dados, 16 alunos com prática e 16
sem. No resultado foi constatado que 62% dos alunos que fizeram aulas práticas tiveram uma
melhoria no desempenho escolar seguido de 38% de aproveitamento em aulas teóricas.
 
O mesmo se atribuiu no artigo do autor Prigol e Giannotti (2008) que tiveram uma resposta
significativa para aulas práticas na cidade de Cascavel, Paraná. Os resultados foram tabulados e
constataram que, após a aula prática, o percentual de acertos na avaliação proposta pelos autores
teve um aumento de 40 e 60%%, comparados com a aula teórica.
 
Fazendo uma viagem exploratória, verifiquei que cada vez mais a prática se faz importante
dentro do ensino de biologia. Dessa forma, a formação de uma atitude científica está intimamente
vinculada ao modo como se constrói o conhecimento. Na aula prática, o aluno desenvolve
habilidades ligadas ao processo científico, tais como capacidade de observação (todos os sentidos
atuando visando à coleta de informações), inferência (a partir da posse das informações sobre o
objeto ou evento, passa-se ao campo das suposições), medição (descrição através da manipulação
física ou mental do objeto de estudo), comunicação (uso de palavras ou símbolos gráficos para
descrever uma ação, um objeto, um fato, um fenômeno ou um evento), classificação (agrupar ou
ordenar fatos ou eventos em categorias com base em propriedades ou critérios), predição (previsão
do resultado de um evento diante de um padrão de evidências).
 
As aulas práticas de Biologia proporcionam grandes espaços para que o aluno seja atuante,
construtor do próprio conhecimento, descobrindo que a ciência é mais do que mero aprendizado de
fatos. Através de aulas práticas o aluno aprende a interagir com as suas próprias dúvidas, chegando
a conclusões, à aplicação dos conhecimentos por ele obtidos, tornando-se agente do seu
aprendizado.
 
Esses trabalhos só não fazem uma pesquisa sobre a prática no desempenho escolar de
biologia como também discutem as dificuldades encontradas pelos professores na realização da
mesma. Nos três trabalhos citados acima, os autores se encontram com dificuldades para execução
das aulas práticas afirmando que os professores, em sua grande maioria, não realizam aulas práticas
devido ao fato de terem uma carga horária pequena, grande números de alunos por turma, salas não
adaptadas.
 
Como já questionado neste trabalho os professores devem encontrar maneiras para interagir
com seus alunos, uma aula experimental não precisa ser somente dentro de sala de aula. Uma
maquete, uma sucata, saídas de campo, museus, plantas em exposição, já fazem a diferença para
concentração dos alunos. O que se deve propor é um ensino de qualidade, encontrando maneiras
que possibilitem ao aluno interagir da melhor forma possível. A biologia em si usa muito nomes
científicos, o aluno quando se confronta com nomes que estão fora da sua realidade diária se
assusta, bloqueando-se os canais de comunicação entre eles e o professor.
 
Usar uma metodologia diferenciada com relação a estes conteúdos mais “difíceis” gera uma
resultados significativamente melhores. Como vimos, as atividades que propõe uma comparação do
objeto com a realidade, fazem com que o aluno liguem os conceitos ao “olhar” no objeto, tentando
identificar suas respostas. O aluno que não participa do objeto usará o conceito intuitivo, que é o
que liga com a imaginação, isto é, só imagina.
Se quisermos melhorar a aprendizagem de Biologia, urge dar condições para o
desenvolvimento de atividades práticas nas escolas, sendo para isto fundamental sua valorização
pelo professor, valorização esta que requer perceber seu potencial para formar sujeitos que
entendam e valorizem a Ciência e suas implicações no cotidiano, ideal que é favorecido quando as
atividades práticas são desenvolvidas de forma investigativa. Faz-se necessário dar oportunidade
para os professores de Biologia encontrar meios para fazerem; da escola, propiciarem um espaço
adequado a realização de atividades práticas. A construção deste espaço é, portanto, coletiva, e
https://portaldoalunoead.uniasselvi.com.br/ava/producao_academica/arquivo_producao_academica.php 07/02/2020 14=05
Página 11 de 14
requer a melhoria das condições reais em que se desenvolve a prática educativa. Quando
pesquisadores, dirigentes, alunos, professores e formuladores de políticas públicas valorizam tais
atividades, buscam caminhos para que elas aconteçam no cotidiano da escola.
 
 
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
Enfim, defendo profundamente que as aulas práticas devem estar presentes em qualquer
nível de formação. Nas pesquisas, entre vários trabalhos científicos, e meu estágio supervisionado,
procurei refletir bem essa importância. Nos dados dos trabalhos, o nível de aprendizado dos alunos
foram grandemente aprimorados com as aulas práticas experimentais, pois proporcionaram uma
maior dinamização do conteúdo proposto, possibilitando que o aluno fosse o autor e questionador
do contexto que se encontra, visando a formação de um cidadão crítico e com autonomia.
 
A Proposta Pedagógica (2010) do ensino de biologia no que se refere as aulas práticas, diz
que os alunos adquirem conhecimentos científicos (saber), habilidades científicas (fazer) e praticam
novas atitudes (ser e conviver). Respondendo também a minha curiosidade que surgira ao fazer
meus estágios, sobre o porquê das aulas práticas serem importantes para o ensino de biologia.
 Concluo que, quando os alunos se encontram com o objeto e fenômeno a ser estudado, realizam as
atividades, as perguntas, os debates, trocam ideias, acabam (re)construindo conceitos, tornando-os
mais críticos. Isso explica, por que quando estamos ligados diretamente ao objeto de estudo,
podemos ver o que nos causa dúvidas, e o que nos remete as soluções e respostas.
 
Constato assim, que a prática deveria fazer parte do currículo formal do ensino de biologia,
devido ao fato das mesmas serem muito mais atraentes para a maioria dos estudantes, e ao fato de
que os mesmos adquirem um melhor desempenho com essas aulas. Proporcionando ao aluno ter
grande comprometimento de estudo tornando – os mais aptos ao ensino de biologia, podendo haver
futuros formandos com senso crítico, autônomo e idealizador, por fim, não descartando a hipótese
de grandes profissionais do ramo, como cientistas.
 
REFERÊNCIAS
 
AMORIM, A. C. R. & CURADO M. C. C. A produção do conhecimento em aulas de Biologia:
Processos ou produtos? Revista Ciência & Ensino, v.7, n.3, p. 3-6, 2001
 
ANDRADE, M. L. F. de; MASSABNI, V. G. O desenvolvimento de atividades práticas na
escola: um desafio para os professores de ciências. Ciência e educação. Bauru, v. 17, n.4, p. 835-
854, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ciedu/v17n4/a05v17n4. Acesso em: 28 set.
2015.
 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares
Nacionais: Ciências Naturais. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
 
BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. n° 9.034/96. Brasília:
1996.
 
BORGES, A. T. O papel do laboratório no ensino de ciências. Atlas do I Encontro Nacional de
Pesquisa em Ensino de Ciências. 1997. Editora da Universidade – UFRGS, Porto Alegre, RS. 2-11
1997.
 
CAMPOS, M. C. da C.; NIGRO, R. G. Didática de ciências: o ensino aprendizagem como
investigação. São Paulo: FTD, 1999.CARMO, S. do; SCHIMIN, E. S. O ensino da Biologia através da experimentação. Colégio
Estadual Manuel Ribas, Guarapuava- Paraná, 2008. Disponível em:
<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/10854.pdf?
https://portaldoalunoead.uniasselvi.com.br/ava/producao_academica/arquivo_producao_academica.php 07/02/2020 14=05
Página 12 de 14
PHPSESSID=2009050615332531. Acesso em: 24 set. 2015.
 
CRUZ, D. A. da. Atividades prático-experimentais: Tendências e perspectivas. Dia a dia
educação. Londrina, 2008. Disponível em:
https://www.yumpu.com/pt/document/view/12877379/atividades-pratico-experimentais-tendencias-
e-perspectivas. Acesso em: 29 set. 2015.
 
DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J.A. Metodologia do ensino de ciências. 2ª ed. São Paulo: Cortez,
1992.
 
FERNANDES, J. D. et. Al. Diretrizes curriculares e estratégias para implantação de uma nova
proposta pedagógica. Revista Esc. Enferm. USP. Salvador. v.39, n.4, p.443-449, 1998.
 
FRACALANZA, H. et, al. O Ensino de Ciências no 1º grau. São Paulo: Atual. 1986. p.124.
 
GALLAZZI M. C, et. al. Objetivos das atividades experimentais no Ensino Médio: A pesquisa
coletiva como modo de formação de professores de Ciências. Ed. Ciência & Educação, São
Paulo. v.7, n.2, p. 249-263, 2001.
 
HODSON. D. Experimentos na ciência e no ensino de ciências. Departamento de educação.
Universidade Auckland – Auckland, Nova Zelândia. (Publicado em: Educational Philosophy and
Theory, 20,53-63, 1988). Disponível em:
http://www.iq.usp.br/palporto/TextoHodsonExperimentacao.pdf. Acesso em: 03 out. 2015.
 
LIBÂNEO, J. C. Questões de metodologia do ensino superior: a teoria histórico-cultural da
atividade de aprendizagem. 2003. Disponível em: www.ucg.br/site_docente/edu/libaneo/pdf/
questoes.pdf. Acesso em: 26 set. 2015.
 
LIMA, D. B.; GARCIA. R. N. Uma investigação sobre a importância das aulas práticas de
biologia no ensino médio. Cadernos do Aplicação. v.24, n 1, Jan/Jun. 2011.
 
KRASILCHICK, M. Prática de ensino de biologia. 4ª ed. São Paulo: Edusp, 2004.
 
MIRANDA, V. B. dos S.; LEDA, L. R.; PEIXOTO, G. F. A importância da atividade pratica no
ensino de biologia. Revista de Educação, Ciências e Matemática. São Paulo, v. 3, n. 2, p. 101,
mai/ago 2013. Disponível em:
publicacoes.unigranrio.edu.br/index.php/recm/article/download/2010/1117. Acesso em: 25 set.
2015.
 
PIAGET, J. Psicologia e epistemologia – por uma teoria do conhecimento. 2 ed. Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 1978.
 
PAULINO, W. R. Biologia. São Paulo: Editora Ática, 2000.
 
PRIGOL, S.; GIANNOTTI, S. M. A importância da utilização de práticas no processo de
ensino-aprendizagem de ciências naturais. 2008. Disponível em:
http://www.unioeste.br/cursos/cascavel/pedagogia/eventos/2008/1/Artigo%2033.pdf. Acesso em:
25 nov. 2015.
 
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. Proposta pedagógica. Ensino fundamental: Anos
Finais. Rio do Sul, 2010.
 
POSSOBOM, C. C. F.; OKADA, F. K.; DINIZ, R. E. da S. Atividades práticas de laboratório no
ensino de biologia e de ciências: relato de uma experiência. 2005. FUNDUNESP. Disponível
em: www.unesp.br/prograd/PDFNE2002/atividadespraticas.pdf. Acesso em: 29 set. 2015.
https://portaldoalunoead.uniasselvi.com.br/ava/producao_academica/arquivo_producao_academica.php 07/02/2020 14=05
Página 13 de 14
 
SILVA, L. H. de A.; ZANON, L. B. A experimentação no ensino de ciências. Ensino de Ciências:
fundamentos e abordagens. São Paulo: Editora UNIMEC/CAPES, 2000.
https://portaldoalunoead.uniasselvi.com.br/ava/producao_academica/arquivo_producao_academica.php 07/02/2020 14=05
Página 14 de 14

Continue navegando