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Restos a Pagar na Administração Pública

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Restos a Pagar
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RESTOS A PAGAR
• Restos a pagar é uma despesa empenhada, mas não paga até o término 
do exercício financeiro. 
Lei n. 4.320/1964, Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenha-
das mas não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas 
das não processadas. 
Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a conta de créditos com vigência plu-
rienal, que não tenham sido liquidados, só serão computados como Restos a Pagar 
no último ano de vigência do crédito.
Obs..:� o empenho é o primeiro estágio de execução da despesa. É o momento 
em que são utilizados recursos orçamentários e fica o Estado obrigado a 
pagar, desde que ocorra a liquidação da despesa.
Os restos a pagar são divididos em processados e não processados: 
Os empenhos inscritos em restos a pagar, caso já tenham sido liquidados, 
serão denominados “restos a pagar processados” e, caso não tenham sido 
liquidados, serão “restos a pagar não processados”. 
Os restos a pagar compõem a dívida flutuante: dívida pública flutuante são 
os compromissos exigíveis, cujo pagamento independe de autorização orça-
mentária e de exigibilidade normalmente (não é regra) inferiores a 12 meses, 
ou seja, que serão cumpridos dentro do exercício financeiro em curso. 
Obs..:� sob o enfoque orçamentário, pertencem ao exercício financeiro as despesas 
nele legalmente empenhadas (inciso II, art. 35, Lei n. 4.320/1964). Dessa 
forma, por exemplo, se o empenho for feito neste exercício, e o pagamento 
daqui a dois exercícios, continua sendo despesa do exercício atual.
Atenção!
Com a inscrição dos empenhos em restos a pagar será registrada uma despesa 
orçamentária, e seu pagamento no exercício seguinte deve ser registrado como 
despesa extraorçamentária.
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Com a inscrição dos empenhos em restos a pagar ocorrerá despesa 
orçamentária e seu pagamento, no exercício seguinte, será uma despesa 
extraorçamentária.
Caso fosse o pagamento no mesmo exercício de emissão do empenho, ele 
seria simplesmente reforçado, sendo a despesa classificada totalmente como 
orçamentária.
O normal seria haver apenas o resto a pagar processado, mas a legislação 
prevê algumas exceções (Decreto n. 93.872/1986): 
Art. 35. O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31 
de dezembro, para todos os fins, salvo quando: 
I – vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele es-
tabelecida; 
II – vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em cursos a liquidação 
da despesa, ou seja, de interesse da Administração exigir o cumprimento da obri-
gação assumida pelo credor; 
III – se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas;
IV – corresponder a compromissos assumidos no exterior.
Art. 68. A inscrição de despesas como restos a pagar no encerramento do exercício 
financeiro de emissão da Nota de Empenho depende da observância das condi-
ções estabelecidas neste Decreto para empenho e liquidação da despesa.
§ 1° A inscrição prevista no caput como restos a pagar não processados fica condi-
cionada à indicação pelo ordenador de despesas.
O Governo Federal, através do SIAFI, procede a inscrição automática de 
empenhos liquidados (processados) em restos a pagar processados no encer-
ramento do exercício financeiro. 
Já os empenhos não liquidados não serão inscritos automaticamente em 
restos a pagar não processados ao final do ano. Para que tais empenhos sejam 
inscritos em restos a pagar, deverão satisfazer as condições previstas no Decreto 
n. 93.872/1986.
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Atenção!
Não basta que sejam observados apenas os aspectos formais contábeis e 
administrativos, a inscrição de empenhos em restos a pagar depende da 
observância dos limites de endividamento e da disponibilidade financeira do ente. 
É necessário observar a disponibilidade financeira para o equilíbrio das contas 
públicas.
• Muitas vezes a execução da despesa é autorizada na expectativa de arre-
cadação futura, sem que, de fato, o recurso financeiro já esteja nos cofres 
públicos. 
• Eventualmente algumas despesas poderão ser executadas sem lastro de 
recursos financeiros para saná-las, caso a arrecadação prevista não se 
confirme nos meses seguintes, em virtude de algum fato atípico que oca-
sione forte desaceleração da economia, como, por exemplo, uma “crise 
financeira mundial”. 
• Assim, eventualmente, o ente estatal deverá limitar a execução de despe-
sas, mesmo que já autorizadas.
O art. 9° da LRF informa, por exemplo, que, se verificado, ao final de um 
bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das 
metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, 
os poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes 
necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimenta-
ção financeira, segundo os critérios fixados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias. 
A Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF estabelece normas de finanças públicas 
voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. Lembre-se: 
• A inscrição de empenhos em restos a pagar deve ser pautada inclusive 
pela austeridade fiscal, devendo ser observados limites e condições, de 
modo a prevenir riscos e corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das 
contas públicas. 
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• Infere-se da LRF que caso não haja disponibilidade suficiente de recursos 
financeiros, os empenhos emitidos e não pagos até 31 de dezembro não 
poderão ser inscritos em restos a pagar, ou seja, deverão ser cancelados. 
• É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois 
quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não 
possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a 
serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade 
de caixa para este efeito.
�����Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor José Wesley.

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