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REFLEXÕES SOBRE A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) E A COMPETÊNCIA: EMPATIA E A COOPERAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR

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REFLEXÕES SOBRE A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) 
E A COMPETÊNCIA: EMPATIA E A COOPERAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR 
 
Raquel Brum da Silva Nunes 1 
Andressa Wiebusch2 
INTRODUÇÃO 
 
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que define os 
direitos de aprendizagem e orienta conhecimentos e habilidades para que crianças, 
tenham direitos para o desenvolvimento e para a aprendizado. Nesse Sentido, a 
BNCC traz diretrizes fundamentais e apresenta dez competências gerais que preci-
sam serem desenvolvidas pelos estudantes ao longo da Educação Básica. 
Dentre as dez competências gerais listadas na BNCC observa-se a presença 
de competências socioemocionais, as quais podem ser compreendidas como um con-
junto de características comportamentais e cognitivas e emocionais, necessária ao 
desenvolvimento de relacionamentos interpessoais adequados e satisfatórios (SAN-
TOS, 2016). Dentre elas a nona competência “empatia e cooperação” que objetiva o 
desenvolvimento dos educandos quanto ao seu senso de responsabilidade e promo-
tores das mudanças do mundo, o que evidencia a sua importância para a vida e para 
a formação humana. 
Desse modo, destaco que é preciso ensinar a ter empatia e a cooperação com 
o outro na sociedade contemporânea, na perspectiva que podem ser alicerces para 
construção da vida social e há necessidade de investigar seus reflexos na formação 
do educando. 
 Nesse sentido, no trabalho vou enfatizar a empatia e a cooperação no contexto 
escolar, vista que a escola é um espaço multicultural, no qual os problemas sócio 
emocionais e as diversidades emergem alicerçando comportamento pró-social. 
 
1 Acadêmica do Curso de Licenciatura em Pedagogia UAB/UFSM – Polo de Santana do Livramento 
2 Orientadora. Professora do Curso de Licenciatura em Pedagogia UAB/UFSM. 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA 
CENTRO DE EDUCAÇÃO 
LICENCIATURA À DISTÂNCIA EM PEDAGOGIA 
 
 
 
Atividades 
Sendo assim, o problema da pesquisa é: Que ações podem contribuir para o 
desenvolvimento da empatia e cooperação no contexto escolar? Tendo como objetivo 
refletir sobre a importância “empatia e cooperação” e o desenvolvimento dessa com-
petência nos estudantes, no contexto escolar. 
O presente estudo, tem como metodologia a abordagem qualitativa. Quanto ao 
procedimento, é a pesquisa bibliográfica, visto que “[...] é desenvolvida mediante o 
concurso de conhecimentos disponíveis [...]” (GIL, 2007, p. 17). Com os materiais ci-
entíficos publicados, será possível contextualizar a empatia e a cooperação e suas 
possibilidades de desenvolvimento no contexto escolar. 
 
REVISÃO DE LITERATURA 
 
A empatia podem ser consideradan a capacidade de se colocar no lugar do 
outro, entrar em sintonia com sentimento alheio, promovendo respeito aos direitos hu-
manos valorizando as diversidades individuais e sociais, seus sabereres e identida-
des. Nesse sentido, é de uma importância a empatia e a cooperação no contexto es-
colar, para que se crie a habilidade de perceber o estado emocional dos outros, evi-
tando agressões só pelo fato de temer sentir a mesma dor, abordando o desenvolvi-
mento social do aluno, trazendo ao cotidiano escolar posturas e atitudes que se deve 
ter em relação ao outro. Quanto a cooperação, a importância de cooperar com a 
turma, com o grupo de colegas da turma. 
Há necessidade de compreender, de usar diálogo como “arma” de socialização, 
ampliar sua capacidade de ver o ponto de vista alheio, ausentando o julgamento, re-
conhecendo emoções em outras pessoas e aprender a se comunicar com essas emo-
ções. Sendo assim, a empatia envolve o professor e o aluno. Como avalia Brolezzi: 
. 
 A empatia seria uma atividade por parte do professor, ao considerar a influên-
cia do seu próprio ego na relação com o aluno, mas também seria uma ativi-
dade fundamental por parte do aluno. O aluno, por meio da educação da em-
patia, poderia mobilizar-se para o universo exterior, e deixar-se adentrar na 
mente do professor e partilhar dos seus conhecimentos que transcendem o 
sujeito, em uma espécie de oposição ao egocentrismo cognitivo (2014, p.5). 
 
Desse modo, o professor assume a posição de gestor de conflitos com a finali-
dade de estabelecer equilíbrio entre todas as personalidades que compõe a sala de 
aula, estimulando o engajamento dos estudantes nos estudos e também na vida social 
escolar na sua totalidade. O âmbito escolar é lugar fundamental na formação do aluno, 
sendo um ambiente de construção e vivências. Segundo Garcia: 
 
 Quando as escolas se comprometem em promover a aprendizagem socioe-
mocional dos alunos, elas se posicionam para engajar todas as partes inte-
ressadas na educação e criar um clima escolar seguro, equitativo e envol-
vente, para que cada aluno adquira e aprimore os conhecimentos, as habili-
dades e disposições necessárias para o relacionamento interpessoal e su-
cesso na vida (2020, p.107). 
 
Com base no autor, na escola o aluno vai desenvolver habilidades e competên-
cias que são importantes para sua vida. Uma das competências da BNCC que precisa 
ser desenvolvida pelos alunos é a empatia e cooperação. 
 
 Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fa-
zendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, 
com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos so-
ciais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconcei-
tos de qualquer natureza (BRASIL, 2017, p.10). 
 
Refletindo sobre isso, colocar-se no lugar do outro, requer respeito e comprren-
são, da mesma forma que a cooperação, exige respeito ao outro e aos direitos huma-
nos. Desse modo, cabe ao professor trabalhar nessa perspectiva e fazer com que os 
alunos compreema o sentido e a importância da empatia e cooperação. Nesse sen-
tido, a empatia e a cooperação precisam estar presentes no contexto escolar e nas 
práticas pedagógicas dos professores, nas atividades com os colegas, no respeito as 
diferenças e nos trabalhos em grupos. 
 As relações interpessoais positivas podem contribuir para o desenvolvimento 
das competências do aluno, em especial da empatia (HOFMMAN, 2000). Cabe a es-
cola desenvolver situações que possam desenvolver essa competência nos estudan-
tes, aguçando seu senso crítico, desenvolver o direito de exercer o livre-arbítrio pro-
porcionando equidade e igualdade de aprendizado. Sendo assim, 
 
 O aluno, por meio da educação da empatia, poderia mobilizar-se para o uni-
verso exterior, e deixar-se adentrar na mente do professor e partilhar dos 
seus conhecimentos. Empatia então se torna uma porta de acesso ao uni-
verso exterior e os conhecimentos que transcendem o sujeito, em uma espé-
cie de oposição ao egocentrismo cognitivo. Uma atitude tipicamente de em-
patia é olhar para as pessoas, as ideias e os autores, tentando ver o que os 
une, o que os torna semelhantes e de que forma poderiam atuar juntos. As-
sim, encontramos semelhanças de formas de olhar e de pensar o ser humano 
nas obras de autores clássicos e novo (BROLEZZI, 2014, p.5). 
 
 O processo educacional não se restringe somente ao conteúdo curricular, 
quanto mais ricas as interações maiores a capacidade de interação e reflexão com o 
mundo. Segundo Freire "ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os 
homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo” (FREIRE, 1981, p.79). Elimi-
nando assim o estereótipo do aluno copista e fomentando o pensamento crítico, refle-
xivo e argumentativo. Como avalia Costa: 
 
 Assim, a educação pode e deve estar comprometida com o hoje, com pro-
mover experiências significativas para as pessoas em seu cotidiano. Esse 
compromisso se revela, por exemplo, na atenção sincera em relação às per-guntas que as crianças formulam desde pequenas, e no compromisso em 
transformar os processos de aprendizagem em caminhos de construção de 
soluções concretas que melhorem a vida das pessoas nas escolas, nas co-
munidades e na cidade. (2015, p. 37) 
 
Com base no autor, a educação, o ensino e os professores precisam estar com-
prometidos com experiências que sejam signiticativas aos alunos. Assim, a empatia e 
a cooperação que não são competência para serem ensinadas apenas pelas palavras, 
requer desenvolvimento delas por meio de atitudes. 
Conflitos e divergências sempre existirão na sala de aula, mas quando adotada 
práticas pedagógicas direcionadas a empatia, os alunos serão estimulados a um com-
portamento mais condolente, compatível com a cidadania, fornecendo mais subsídios 
para que a coordenação e professores possam mediar conflitos. Compreendendo a 
raiz do problema os mediadores consequentemente poderão despertar a consciência 
individual e social alicerçando relacionamentos interpessoais mais consistentes. 
O processo de aprendizagem acontece de forma diferente em cada aluno, por 
isso é necessário um conjunto de estratégias de ensino que possam desencadear o 
processo de aprendizagem criando uma nova visão de contextos escolares visando o 
aprendizado para todos. Para ensinar a empatia e a cooperação, os professores de-
vem promover dinâmicas e a ideia não é apenas melhorar o ambiente de sala de 
aula, mas preparar as crianças para as dificuldades da vida através da leitura, dança, 
contato com a natureza, meditação e estudar música são atividades que podem co-
nectar as pessoas e ajudar educadores em uma transformação social. 
Outro aspecto importante a empatia e a cooperação são, as competências so-
cioemocionais, que quando aplicadas em sala de aula podem trazer impactos positi-
vos. Nesse sentido, o ambiente da sala de aula precisa ser acolhedor, de respeito ao 
outro, às diferenças, com práticas pedagógicas colaborativas para que os alunos 
tenham uma educação integral, que possam aprender com os colegas e a professora, 
que possam se tornar sujeitos mais críticos, éticos e conscientes. 
Mesmo vivendo em uma sociedade competitiva, onde algumas vezes a sensi-
bilidade vai sendo deixada de lado, é perceptível que a empatia é capaz de tornar as 
crianças e jovens mais compreensivas e felizes, o que reflete no desenvolvimento e 
aproveitamento escolar. A empatia deve ser levada a sério dentro e fora da escola, e 
o educador deve se colocar também no lugar do aluno, para que juntos possam cons-
truir uma de educação de qualidade. 
 
 Não é preciso planejar uma aula “sobre” habilidades. Na verdade, as ativida-
des propostas, realizadas em contextos autênticos, devem permitir que o 
aluno desenvolva a habilidade ao mesmo tempo em que assimila o conteúdo 
e vice-versa. (GARCIA, 2020, p. 371) 
 
O autor destaca que as habilidades não precisam de uma aula específica, que 
elas podem ser desenvolvidas em atividades que são propostas aos alunos, da 
mesma forma as competências. O professor não vai fazer uma aula específica da 
competência empatia e cooperação, pois será desenvolvida no cotidiano escolar, com 
intencionalidade docente nas práticas pedagógicas. Sendo de suma importância, que 
o professor seja reflexivo dessas ações, buscando qualificar seu trabalho. 
 
DIMENSÕES CONCLUSIVAS 
 
Com esse estudo, constatamos que a empatia e cooperação no contexto esco-
lar são de suma importância, pois trazem um novo olhar sobre o outro, despertando 
responsabilidade e o respeito as diferenças para a convivência tanto em sala de aula, 
quanto do seu cotidiano. Nesse sentido, o grande desafio está em propiciar aos nos-
sos alunos atividades que auxiliem na compreensão do que envolve a empatia e a 
cooperação, considerando as interações entre pessoas com vivências, nacionalida-
des, culturas, costumes e condições sócio econômicas e emocionais das mais diver-
sas. Essas diferenças são cada vez mais presentes, não apenas nas salas de aula, 
mas em todos os espaços, trazendo à tona a relevância da empatia e da cooperação 
na formação ética e crítica do cidadão. 
A empatia e cooperação quando trabalhada no ambiente escolar e nas práticas 
pedagógicas refletem tanto no comportamento do aluno, quanto de professores e 
gestores, criando um ambiente de respeito mútuo e solidário, bem como são um ali-
cerce para a interação entre aluno e professor.Sendo assim, no contexto escolar é 
preciso promover ações, por meio de atividades ou projetos que possam possibilitar o 
desenvolvimento da empatia e da cooperação por meio de atitudes dos alunos. 
Cabe ao professor, na sala de aula realizar atividades que envolvam a empatia, 
o colocar-se no lugar do outro e a turma entender a importância da cooperação do 
grupo para que todos possam aprender. Mesmo vivendo em uma sociedade cada dia 
mais competitiva, a empatia e cooperação se torna um elemento importante para a 
construção de uma educação de qualidade e igualitária, respeitando as diferenças de 
classe social, gênero, raça e capacidade intelectual, acreditando nas potencialidades 
dos alunos. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília: 
MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ima-
ges/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso: 6 mai. 2020. 
 
BROLEZZI,Antonio Carlos. Empatia na Relação Aluno/Professor/Conhecimento. En-
contro: Revista de Psicologia, v.17, nº 27, 2014. Disponível em: 
https://www.ime.usp.br/~brolezzi/publicacoes/empatia.pdf Acesso em 19 mai. 2020. 
 
COSTA, Natasha. Educação e empatia: caminhos para a transformação. In: A impor-
tância da empatia na Educação. Instituto Alana & Ashoka. 2015. Disponível em: 
https://escolastransformadoras.com.br/wpcontent/uploads/2016/11/PUBLICA-
CAO_EMPATIA_v6_dupla.pdf. Acesso 19 mai. 2020. 
 
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 9 ed., Rio de Janeiro. Editora Paz e Terra. 
1981. 
 
GARCIA, Carol. Competências socioemocionais em sala de aula. Guia prático do 
ensino infantil ao ensino superior . Salto: Schoba Editora, 2020. 
 
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 
2007. 
 
HOFFMAN, M. Empathy and moral development: implications of caring and jus-tice. 
New York: Cambridge University Press, 2000. 
 
SANTOS,Carla. A Interferência das Relações Interpessoais na Gestão Escolar. 
Porto, 2017. https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/6037/1/DM_Carla%20Santos.pdf. 
Acesso: 05 mai. 2020. 
 
 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
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https://www.ime.usp.br/~brolezzi/publicacoes/empatia.pdf
https://escolastransformadoras.com.br/wpcontent/uploads/2016/11/PUBLICACAO_EMPATIA_v6_dupla.pdf
https://escolastransformadoras.com.br/wpcontent/uploads/2016/11/PUBLICACAO_EMPATIA_v6_dupla.pdf
https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/6037/1/DM_Carla%20Santos.pdf

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