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- presença de MOs que estabelecem residência, permanente ou não, sem causar infecções ou nenhum dano ao hospedeiro em situações normais - pode ser transitória ou alóctone ou exógena; também pode ser residente ou autóctone - a colonização das regiões do organismo não ocorre de maneira homogênea, sendo que cada sítio anatômico possui uma microbiota com características próprias - disbiose: desequilíbrio na microbiota associado à doenças - fungos também podem estar associados formando a microbiota normal Surgimento da microbiota natural: características diferentes associadas ao tipo de parto - desde o nascimento: passagem pelo canal vaginal durante o parto natural (contato com MOs maternos que se instalam em diferentes sítios do RN) - partos cesárea: microbiota também vai ser desenvolvida mas será proveniente da mãe e dos manipuladores/cuidadores Função da microbiota normal: 1) simbiose evita a colonização de MOs potencialmente patogênicos: competição por nutrientes, sítios de adesão, produção de substâncias nocivas → formam um biofilme protetor 2) exerce funções no metabolismo do hospedeiro, auxiliando na digestão e absorção de alimentos: MOs presente no intestino 3) regulação da resposta imune e da homeostase - situações em que podem ocorrer infeção: a microbiota de um determinado sítio do hospedeiro pode causar infecções quando, em situações anormais, atingem outros sítios, originariamente estéreis, ou compostos por uma microbiota diversa → exemplo: comum para ITU (translocação da E. coli do TGI para o TGU); bactérias da pele que causam infecções em cortes (primeira barreira não íntegra) Fatores que influenciam o estabelecimento da microbiota natural: fatores genéticos, fatores hormonais, uso de medicações, condições sanitárias, hábitos de higiene, dieta, idade MICROBIOTA NORMAL DA PELE - Staphylococcus epidermidis; Staphylococcus aureus; difteróides; Propionibacterium acnes; Corynebacterium ulcerans/xerosis; estreptococos; micrococus - função: antagonismo bacteriano; propriedades antimicrobianas (produção de substância tóxicas para bactérias patogênicas) - a presença de queratina na pele é uma primeira muito resistente à colonização de MOs - o baixo pH da pele inibe a proliferação de MOs MICROBIOTA NORMAL DOS OLHOS E CONJUNTIVA - Staphylococcus epidermidis; Staphylococcus aureus; difteróides; Propionibacterium acnes; Corynebacterium ulcerans/xerosis; estreptococos; micrococus - a conjuntiva é a continuação da pele ou membrana mucosa: contém basicamente a mesma microbiota encontrada na pele - as lágrimas e o ato de piscar também eliminam alguns MOs ou impedem a colonização MICROBIOTA NORMAL DO TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR - trato respiratório inferior é estéril - Nariz: Staphylococcus aureus; Staphylococcus epidermidis. difteróides aeróbios; Corynebacterium ulcerans/xerosis - Garganta: Staphylococcus epidermidis; Staphylococcus aureus; difteróides; Streptococcus pneumoniae; Haemophilus, Mycoplasma e Neiseria - agem por antagonismo microbiano protegendo o TRS - as secreções nasais matam ou inibem o crescimento de muitos MOs Microbiota Natural e Bactérias Patogênicas de Pele O QUE É MICROBIOTA NORMAL HUMANA? - muco e os movimentos ciliares removem muitos MOs (ação mecânica) MICROBIOTA NORMAL DA BOCA - Streptococcus; Lactobacillus; Actinomyces; Bacterióides; Neisseria; Haemophilus; Fusobacterium; Treponema; Staphylococcus; Mycoplasma; Candida - umidade, calor e presença constante de alimentos favorecem crescimento de MOs → língua, bochechas, dentes e gengivas - entretanto, as mordidas, a mastigação, os movimentos da língua e o fluxo de saliva desaloam diversos MOs - a saliva contém diversas substâncias antimicrobianas MICROBIOTA NORMAL NO SISTEMA REPRODUTIVO E URINÁRIO - Uretra: Staphylococcus (aureus e epidermidis); Micrococcus; Enterococcus (faecalis); Lactobacilos, Bacterióides; Difteróides; Pseudomonas; Klebsiella; Proteus - Vagina: Lactobacillus; Streptococcus; Staphylococcus; Clostridium; Candida albicans e Trichomonas vaginalis - muco e descamação periódica previnem a colonização do epitélio - fluxo de urina remove MOs mecanicamente - pH da urina e a ureia são antimicrobianos - cílios e muco expelem MOs da cérvice uterina para a vagina - acidez davagina inibe/elimina muitos MOs MICROBIOTA NORMAL DO INTESTINO DELGADO E GROSSO - Escherichia coli; Bacterióides; Lactobacillus; Enterococcus; Bifidobacterium; Enterobacter; Citrobacter; Clostridium; Proteus; Klebsiella; Candida → predomínio de bacilos G- - atuam na absorção de íons e água além influenciarem na diferenciação/amadurecimento de cels da mucosa após a descamação - muco e descamação periódica previnem a colonização do revestimento epitelial - efeito barreira: formam uma barreira que impede a colonização por potenciais MOs patogênicos - atuam na regulação imunológica - produzem substâncias antimicrobianas - a diarreia também acaba por eliminar parte da microbiota normal - cocos, gram positivos, agrupados em cachos, resistentes a variações ambientais (sobrevivem pequenas alteração de pH e temperatura, por exemplo) - não fazem esporos, são imóveis, são bactérias facultativas - principais espécies: Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus saprophyticus - característica do gênero: presença da enzima CATALASE → catalase +: conversão do peróxido de hidrogênio em água e oxigênio, evitando sua degradação - importante fator de diferenciação com os Streptococcus --: identificação bioquímica: formação de bolhas visíveis quando catalase + - uma das formas que o neutrófilo combate infecções bacterianas é liberando substâncias antimicrobianas, como os reativos de oxigênio, reativos de nitrogênio, mieloperoxidase e peróxido de hidrogênio → a produção da enzima catalase pelo estafilococos é um mecanismo de defesa da bactéria contra ataque do peróxido de hidrogênio produzido pelos neutrófilos (conversão em água e oxigênio) Staphylococcus aureus - pertencente à microbiota normal da pele e da via respiratória - causa ampla gama de infecções BACTÉRIAS POTENCIALMENTE PATOGÊNICAS À PELE Gênero Staphylococcus - fatores de virulência: são todos os mecanismos que permitem a invasão do hospedeiro, ou a evasão da bactéria ao sistema imune (devido a componentes da superfície celular e/ou toxinas produzidas pela bactéria) - resistência à morte por oxidação: ação da catalase - resistência à peptídeos antimicrobianos - degradação de imunoglobulinas: ligação da proteína A na porção Fc do Ac, fazendo com o Ac perca sua capacidade de neutralização - ocultação de opsoninas: fator clump (semelhante à fibrina e não é reconhecido pelo sistema imune) - lise de neutrófilos: produção de hemolisinas - diminuição do recrutamento de fagócitos - interferência na ativação do sistema complemento - de todas as espécies do gênero, o S. aureus é o mais importante - é responsável pelo segundo maior número de infecções em seres humanos → primeiro lugar é pertencente à E. coli - fatores de virulência do S. aureus: 1) produção de enzimas: (i) catalase: atua inativandoperóxido de hidrogênio e radicais livres tóxicos; (ii) coagulase ou fator de agregação: recobre as células bacterianas com fibrina, impedindo fagocitose 2) produção de hemolisinas (toxinas): tem ação letal sobre leucócitos polimorfonucleares e eritrócitos → formação de poros na membrana dos leucócitos provocando morte celular por extravasamento do conteúdo citoplasmático 3) a maioria dos S. aureus são beta-hemolíticos - características do S. aureus em cultura: no ágar sangue, a maioria das cepas produzem colônias beta hemolíticas Principais doenças e manifestações relacionadas ao S. aureus 1) INFECÇÕES CUTÂNEAS E DO TECIDO SUBCUTÂNEO a) Impetigo: infecção da epiderme (face e nos membros) - muito comum em crianças b) Foliculite: infecção do folículo piloso (pus abaixo da epiderme); nos cílios (terçol) c) Furúnculo: extensão da foliculite → formação de nódulos dolorosos e pus d) Carbúnculo: interação de furúnculos → atinge tecidos mais profundos 2) ENDOCARDITES: disseminação por cateter intravenoso colonizado, infecção local ou injeção intravenosa em usuários de drogas 3) OSTEOMIELITE: bactéria alcança os ossos por via hematogênica em consequência de traumas 4) INTOXICAÇÃO ALIMENTAR: ingestão de enterotoxinas pré-formadas no alimento contaminado → normalmente, o S. aureus é proveniente de indivíduos que manuseiam os alimentos - principalmente enterotoxina A e B → não é por ingestão da bactéria em si - sintomas rápidos, pois ingeriu a enterotoxina (ingestão de bactérias, normalmente, causam infecções no TGI com manifestações mais demorada) - eliminação mais rápida → desaparecimento dos sintomas mais rápido 5) SÍNDROME DO CHOQUE TÓXICO: colonização de S. aureus na vagina, que produzem toxinas - primeira descrição a partir de tampões vaginais 6) SÍNDROME DA PELE ESCALDADA: descolamento da epiderme pela destruição da desmogleína pela exfoliatina → afeta RN e crianças menores de 4 anos - resolução com o tempo a partir de um equilíbrio entre o crescimento do S. aureus e a microbiota normal da pele 7) BACTEREMIAS: presença da bactéria na corrente sanguínea Diagnóstico do S. aureus 1) Coleta do sítio de infecção 2) Exame bacterioscópico de esfregaços corados pelo método de Gram → visualização. em microscopia óptica, da morfologia da bactéria e da coloração de Gram 3) Isolamento: meios utilizados a) meios não seletivos: ágar nutriente, ágar sangue (enriquecido e diferencial → alfa, beta ou gama hemolíticas), ágar chocolate (enriquecido) b) meios seletivos: ágar-manitol → produção de um pigmento dourado 4) Identificação do microorganismo por reações bioquímicas a) teste da catalase: positiva → diferenciação com estreptococos b) teste da coagulase: enzima coagular o plasma ao transformar o fibrinogênio em fibrina, da mesma forma que a trombina humana. A formação de coágulos ao redor das bactérias dificulta o seu reconhecimento e fagocitose pelas cels do sistema imune - pode ser realizado em lâminas ou em tubos - S. aureus: coagulase + // demais estafilos: coagulase - → das espécies do gênero estafilococos, somente o S. aureus produz a enzima coagulase Staphylococcus epidermidis - segunda espécie mais importante do gênero estafilococos - principal membro da microbiota normal do corpo humano - não apresentam a produção de coagulase (coagulase-negativa Staphylococcus - CNS) - espécie tem muitos fatores de adesão, sendo perigosa para pacientes que fazem uso de material invasivo de plástico (cateter, próteses, válvulas artificiais, entre outros, podendo levar à bacteremia) → formação de biofilmes (causa comum de abscessos em pontos cirúrgicos) - principal fator de virulência: formação de biofilme → reservatório de bactérias; dificulta a penetração e difusão de antimicrobianos e dos elementos de defesa do organismo Staphylococcus saprophyticus - não apresentam a produção de coagulase - frequentemente causa infecção do TGU, especialmente em mulheres, podendo chegar a causar cistite e uretrite, e em casos extremos bacteremia → segundo maior causador de ITU após a E. coli - a infecção é sintomática e pode envolver o trato urinário superior também, devido a sua capacidade de aderência ao epitélio urinário - homens estão infectados com muito menos frequência - um dos poucos CNS frequentemente isolados que é resistente à novobiocina: teste de susceptibilidade → diferenciação entre S. epidermidis (sensível) e S. saprophyticus (resistente) - CGP, agrupados em cadeias ou em pares, catalase-negativos - nutricionalmente exigentes: ágar sangue e caldo nutriente com glicose - anaeróbios facultativos - presentes na microbiota normal das vias aéreas superiores, boca e TGI - grupo heterogêneo: classificação dividia em grupos de A-H e K-V (classificação sorológica) - 20 grupos sorológicos baseado na composição e variação do carboidrato C presente na parede celular dessas bactérias Streptococcus pyogenes - principal representante dos estreptococos beta hemolíticos do grupo A - possui alto poder de adaptação ao hospedeiro humano Gênero Streptococcus - fatores de virulência: - enzima estreptoquinase: bactérias são recobertas por uma camada de fibrina e, dentro desse coágulo, elas se multiplicam; após a multiplicação, as bactérias liberam a enzima estreptoquinase para romper o coágulo e liberando os novos microorganismos para sua disseminação - enzima hialuronidase: bactérias que alcançam a superfície epitelial conseguem atingir tecidos mais profundos com a quebra de ácido hialurônico através da produção da enzima hialuronidase - outros fatores: desoxirribonuclease, produção de exotoxinas, pilus, proteína M (alvo para produção de Ac e ajuda na identificação sorológica), cápsula, estreptolisina O (auxilia na identificação sorológica → ASLO) - infecções mais frequentes localizam-se na faringe e amígdalas (faringoamigdalites) e pele (piodermites - erisipela) - outras infecções: bacteremia, febre reumática, glomerulonefrite - fasciíte necrosante: infecção profunda do tecido conjuntivo subcutâneo caracterizada pela distribuição do tecido muscular e gorduroso devido à disseminação da bactéria Doenças relacionadas ao S. pyogenes - sequelas pós estreptocócicas: 1. Febre reumática: caracteriza-se por lesões inflamatórias envolvendo o coração, as articulações, os tecidos subcutâneos e o SNC → grande ativação do sistema imune e da resposta inflamatória ocasionando depósito de imunocomplexos que não é capaz de ser removido devido a grande quantidade 2. Glomerulonefrite: como a febre reumática, trata-se de uma doença de natureza imunológica. Caracterizada por uma reação inflamatória, com infiltração leucocitária e proliferação celular dos glomérulos, ou que aparentam ser o resultado de uma lesão glomerular imune (também ocorre a formação e a deposição de imunocomplexos) Streptococcus pneumoniae - pneumococo → espécie constituída por CGP que se dispõe aos pares ou em cadeias curtas - anaeróbios facultativos - residentes do trato respiratório superior e podemcausa pneumonia, sinusite, otite, bronquite, meningite e bacteremia - fatores de virulência: pilus, cápsula, hialuronidase, IgA protease, neuraminidase (auxilia na evasão do sistema imune e disseminação para outros sítios do organismo), pneumolisina (lise do tecido pulmonar; diminuição do batimento ciliar da traqueia) Diagnóstico do S. pneumoniae → teste da susceptibilidade à optoquina 1. Semeadura em ágar sangue 2. Adição do disco padronizado contendo 5mg de optoquina 3. Incuba-se a 35-37ºC durante 18-24j (jarra de anaerobiose - 5% a 10% de CO2) 4. Aparecimento de uma zona de inibição, presuntivamente, a presença de S. pneumoniae Streptococcus viridans e Streptococcus mutans - maioria da microbiota do trato respiratório, trato genital e boca - pode causar endocardites (S. mitis, S sanguis e S. salivarius) por problemas naturais nas válvulas e/ou devido à próteses valvulares - enzima glicosiltransferase: converte sacarose em glicanos insolúveis, facilitando a adesão na superfície lise dos dentes, formando as placas dentárias ou cáries Streptococcus agalactiae - colonizam o TRS, TGI baixo e vagina, de modo que 5 a 20% das gestantes podem estar colonizadas, possibilitando infecção em RN - inicialmente reconhecidos como causadores de sepse puerperal e infecções neonatais ou perinatais (pneumonias, meningites e bacteremias) Patogênese: colonização reto-vaginal materna ⇒ rompimento de membranas placentárias⇒ facilita a colonização fetal (adere ao epitélio vaginal, placenta, células epiteliais da boca e faringe, epitélio e endotélio alveolar). Há evidências de sua entrada pela cavidade amniótica através da placenta íntegra ⇒ infecções fulminante no feto Diagnóstico do S. agalactiae → Teste do Fator CAMP: baseado na detecção do fator CAMP produzido pelo S. agalactiae, a qual a ação hemolítica da beta lisina de S. aureus, como efeito a formação de uma área reforçada de beta hemólise, quandos os dois MOs são semeados sob a forma de estriais perpendiculares em placas de ágar sangue. O teste de CAMP é usado para identificar S. agalactiae (grupo B) (CAMP +) e para diferenciá-lo de S. pyogenes (CAMP -) (C) Staphylococcus aureus (A) área reforçada de beta hemólise (“seta”) → CAMP + (B) CAMP - - CGP, isolados ou em cadeias curtas, catalase -, menor exigência nutricional e maior resistência a agentes físicos - apresenta sensibilidade à penicilina - infecções: bacteremias, endocardites, ITU e infecções do trato biliar, infecções de feridas, infecções pélvicas e intra-abdominais - E. faecalis é um dos agentes mais importantes de infecção hospitalar, com o agravante de ter adquirido resistência à maioria dos atb - substância agregativa (fator de virulência): promove a agregação do E. faecalis, durante o processo de conjugação → transferência de plasmídeos (a troca pode acontecer até mesmo com outros gêneros bacterianos) Diagnóstico a) a partir da placa de ágar sangue → agar bile esculina (37ºC, 18-24h). Se ocorrer o enegrecimento da superfície inclinada do meio, a prova é considerada positiva e identifica presuntivamente amostra de Enterococcus e Streptococcus do grupo sorológico D. Havendo uma modificação discreta ou nenhuma alteração no meio, o teste é considerado negativo Enterococcus faecalis - responsável pela acne: origem ao processo inflamatório na pele → recrutamento leucocitário → lesões com pus - pertencente à microbiota normal da pele - conhecidos como difteróides - morfologia: BGP - maior proliferação em pele oleosa Formação da acne 1. Um número maior do que o normal de células começa a descamar; a associação com o sebo causa a obstrução do folículo piloso 2. Formam-se pontos brancos (comedos) e o bloqueio projeta-se através da pele → massa de ponta escura devido à oxidação de lipídeos (comedone ou comedo aberto) 3. Há proliferação do P. acnes na região do folículo obstruído o que leva a uma resposta imunológica e consequente recrutamento leucocitário → acne inflamatória (presença de nódulos ou cistos) - BGN; 40 gêneros e 170 espécies - a maioria habita os intestinos de homens e animais - constituem a principal causa de infecção intestinal - principais gêneros: Escherichia, Shigella, Edwardsiella, Salmonella, Citrobacter, Klebsiella, Enterobacter, Hafnia, Serratia, Proteus, Morganella, Providencia, Yersinia, Erwinia, Pseudomonas, Acinetobacter, Burkoderia Fatores de virulência → LPS: responsável pela produção de febre (resposta pirogênica), alterações vasculares e ação direta sobre os mecanismos das reações de hipersensibilidade não específica - a presença de LPS pode ser detectada em testes sorológicos Propionibacterium acnes ENTEROBACTÉRIAS BGN não fermentadores Pseudomonas aeruginosa - presente no solo, água; raramente isolada em pacientes imunocompetentes - morfologia e identificação: BGN móveis - síndromes clínicas: infecções pulmonares → podem variar a traqueobronquite benigna a broncopneumonia necrosante grave - infecções primárias da pele (queimaduras): as infecções podem gerar pus de coloração azul-esverdeada → produção do pigmento piocianina; ITU, infecção dos ouvidos, infecções oculares (após traumatismo inicial da córnea) - fatores de virulência: - fímbrias → auxiliam a adesão das bactérias às células epiteliais - flagelo → confere mobilidade à bactéria (flagelo composto por flagelina, que serve para identificação sorológica) - cápsula polissacarídea → fornece resistência à fagocitose, sistema complemento, anticorpos e ajudam na formação do biofilme - LPS → endotoxina imunoestimulante (febre) e também responsável pelo choque tóxico - produção de outros produtos como proteases, fosfolipase C, hemolisina, toxina A → provocam lesão e necrose nos tecidos com a degradação da elastina, destruição da parede de células epiteliais, lise de eritrócitos e leucócitos, indução de morte celular - presença do ácido micólico na parede bacteriana - BAAR → coloração e Ziehl-Neelsen (não se colorem por Gram) Mycobacterium leprae - tropismo por nervos periféricos: mediadores inflamatórios e citólise mediada por células T → isquemia, apoptose e desmielinização → perda da sensibilidade - esquema de Ridley-Jopling → diferentes manifestações dependendo do tipo de resposta (domínio de resposta imune celular e imunidade humoral) MICOBACTÉRIAS TL → lepra tuberculoide LL → lepra lepromatosa BT, BB e BL → variantes borderline 4: grande imunidade celular (muita fagocitose) com poucas lesões cutâneas → paciente paucibacilar, pequena quantidade de bacilos nas lesões (baciloscopia -), padrão de resposta Th1 com liberação de IL-2 e INF-alfa 5: grande imunidade humoral, grande quantidade de lesões cutâneas → paciente multibacilar,grande quantidade de bacilos nas lesões disseminadas (baciloscopia +), padrão de resposta Th2 com liberação de IL-4, IL-5, IL-10 Mycobacterium ulcerans - doença negligenciada de área de trópicos → úlcera de Buruli - BAAR - transmissão para humanos ainda desconhecida → sugere-se água contaminada - produz toxina destrutiva: micolactona → causa lesão tecidual e inibe a resposta imune Patogênese da doença - doença de progresso lento, com poucos sinais e sintomas precoces graves - formação de uma úlcera profunda que com frequência se torna massiva e seriamente danosa - se não tratada, a infecção pode se tornar extensa, a ponto de requerer cirurgia de remoção, reconstrução do tecido ou amputação do membro. - recentemente, a OMS classificou a doença como um rico global à saúde pública - Dx: biópsia da lesão com coloração para BAAR Haemophilus influenzae - cocobacilo ou bacilo curto, G, relacionado à infecções do trato respiratório inferior - fator de virulência: apresenta cápsula polissacarídica (fuga do sistema complemento, fagocitose, ação de Ac) - possui 6 diferentes tipos de sorotipos (A-F) - 95% dos casos de doença invasiva são to sorotipo B (meningites) - normalmente presentes nas vias respiratórias superiores de crianças e adultos, e raramente causam doença - em caso de indivíduos imunossuprimidos, podem disseminar pela corrente sanguínea - transmissão de conjuntivite por H. influenzae: contato direto pessoa a pessoa, toalhas, objetos contaminados, água de piscina - tratamento: colírios ATB Neisseria gonorrhoeae - diplococo G- mais achatadas nas laterais, oxidase positiva e catalase positiva (exceto N. elongata) - o gênero contém dois importantes patógenos humanos: - N. meningitidis: meningococo → causa principal de meningite e meningococcemia - N. gonorrhoeae: gonococo → causa gonorreia; também causa conjuntivite neonatal (oftalmia neonatal) e doença inflamatória pélvica (DIP) - fatores de virulência: adesinas, captação de DNA do meio extracelular, porinas (formam pros hidrofílicos permitindo passagem de nutrientes e produtos metabólicos, auxilia na penetração Bactérias Patogênicas aos Olhos da bactéria e impede a formação do fagolisossomo); LOS (endotoxina que provoca danos celulares, indução de TNF (aumenta o recrutamento leucocitário), proteases e fosfolipases), IgA1 protease - patogênese: contato sexual → infecção do TGU - aderência → aderência íntima → endocitose do gonococo → atinge a camada subepitelial onde é capturada por fagócitos → desencadeia inflamação e migração leucocitária → descamação do epitélio, formação de microabcessos e exsudato - homem: uretrite → processo inflamatório agudo e piogênico - mulher: cervicite - RB: oftalmia neonatal - características da infecção: colonização do TGU, nasofaringe e reto; raramente invade a corrente sanguínea; facilita a transmissão do HIV → a formação dos microabcessos acaba expondo o epitélio, o que facilita a infecção pelo vírus; além disso, o grande recrutamento celular faz com que o vírus tenha mais contato com linfócitos, seu principal alvo - manifestações clínicas em mulheres: normalmente é assintomático e quando sintomático ocorre infecção na endocérvice (presença de mucosa); presença de corrimento vaginal e disúria; após anos de infecção, pode-se observar casos de infertilidade, salpingite e DIP - manifestações clínicas em homens: descarga purulenta, contendo grande número de bactérias e leucócitos; pode se espalhar para próstata, vesícula seminal e epidídimo se não for tratada → estenose (estreitamento de ductos) e infertilidade - manifestações clínicas em RN de parto normal de mães com gonorreia: oftalmia neonatal → pingar 1 gota de nitrato de prata 1% nos olhos da criança para evitar infecção (medida profilática) Chlamydia trachomatis - IST → infecção cervical em torno de 15% → afinidade por células do epitélio colunar - parasita intracelular obrigatório, CGN muito pequenos (como são muito pequenos, fica difícil até de ver a coloração de Gram) - apresenta mais de 15 sorotipos → diversas patologias (conjuntivite de inclusão, Tracoma) - Tracoma endêmico: sorotipos A, B, Ba, C - demais patologias: sorotipos B, D, E, F, G, K - no RN: infecção causa prematuridade, baixo peso, natimorto, aborto - transmissão vertical: conjuntivite de inclusão (50%) e pneumonia (18%) → infecção adquirida durante a passagem no canal vaginal durante o parto - oftalmia: 5 a 10 dias após o parto para apresentação de sintomas clínicos; secreção mucopurulenta - linfogranuloma venéreo: associado com o sorotipo L - fase primária: pápula pequena (3-30 dias) ou úlcera herpetiforme; poucos sintomas, com cura espontânea, sem formação de cicatriz - fase secundária: linfadenopatias e sintomas sistêmicos; gânglios linfáticos separados (Sinal de Groove: sulco formado pela divisão entre os gânglios linfáticos femoral e inguinal), não dolorosos à palpação e recoberto por pele eritematosa; em seu interior se forma uma massa inflamatória que se fusiona (abscessos → fístulas); febre, cefaleia e mialgia - fase terciária: hipertrofia granulomatosa crônica com ulceração nos gânglios e genitais externos; obstrução linfática pode conduzir à edema localizado - conjuntivite granulomatosa: cicatrizem produzem deformidades que evoluem para a retração da pálpebra (entrópio) e dos cílios (triquíase → cílios se curvam para baixo e para dentro dos olhos) → pode causar lesões da córnea e cegueira Ciclo de vida da C. trachomatis: - corpo reticulado (CR): forma ativa, sem parede celular e é intracelular - corpo elementar (CE): forma inativa, tem parede celular e é extracelular (visando a infecção de novas células)
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