Buscar

Microbiota Humana - Pele e Olhos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

Microbiota Humana 
Microbiota humana é a presença de 
microorganismos que estabelecem residência 
permanente (chamada de residente ou autóctone) ou 
não (transitória, chamada de alóctone ou exógena), 
sem causar infecções ou nenhuma dano ao hospedeiro 
em situações normais. 
A colonização das regiões do organismo não 
ocorre de maneira homogênea, sendo que cada sítio 
anatômico possui uma microbiota com características 
próprias. 
 
OBS! ​Disbiose: desequilíbrio da microbiota 
 
Mapeamento da microbiota 
Pesquisa com 80 instituições de ensino, 
durante 7 anos e etc… demonstrou que há, em média, 
presença de 100 trilhões de microorganismos na 
microbiota humana (10x mais microrganismos que 
células). 
 
Surgimento da microbiota natural 
A microbiota surge já durante o parto, sendo 
que em um parto natural, a 
criança entra em contato com 
diversos microrganismos da 
mãe, criando parte da sua 
microbiota; já no parto cesárea, 
a criança também desenvolve 
uma certa microbiota, todavia, 
ela será proveniente, uma 
pequena parte, da mãe e, outra, 
dos manipuladores e cuidadores 
do parto. 
A microbiota natural é formada por bactérias e 
por certos fungos. 
 
Função da microbiota natural 
● Estabelecer uma relação de simbiose e 
evitando a colonização de outros 
microrganismos com potenciais patógenos, 
por meio de competição por nutrientes, sítios 
de adesão e na produção de substâncias 
nocivas, formando um biofilme protetor. 
● Exerce funções no metabolismo do 
hospedeiro, auxiliando na digestão e absorção 
de alimentos (sistema digestório). 
● Regulação imune e auxiliando no processo de 
homeostase. 
● Infecções; a microbiota de um determinado 
sítio do hospedeiro pode causar infecções 
quando, em situações anormais, atingem 
outros sítios, originariamente estéreis ou 
compostos por uma microbiota diversa. 
 
Fatores que influenciam o estabelecimento da 
microbiota natural 
● Genética 
● Hormônios 
● Medicações 
● Condições sanitárias 
● Hábitos de higiene 
● Dieta 
● Idade 
 
Distribuição dos microrganismos pelo corpo 
● Pele 
● Cavidade oral 
● Trato respiratório superior 
● Trato gastrointestinal 
● Sistema genitourinário 
 
Alguns sítios estéreis (sem microbiota): 
● Órgãos 
● Sangue 
● Tecidos internos 
● Sistema linfático 
 
Microbiota normal da pele 
Principais espécies e gêneros: Staphylococcus 
epidermidis, Staphylococcus aureus, Difteróides, 
Propionibacterium acnes​, Corynebacterium 
ulcerans/xerosis, Estreptococos e Micrococcus 
Fatores que dificultam a colonização de outras 
bactérias: 
● Antagonismo bacteriano 
● Propriedades antimicrobianas 
● Queratina é uma barreira resistente 
● Baixo pH da pele inibe muitos 
microrganismos 
 
Microbiota normal dos olhos/conjuntiva 
Principais espécies: ​Staphylococcus 
epidermidis, Staphylococcus aureus, Difteróides, 
Propionibacterium acnes​, Corynebacterium 
ulcerans/xerosis, Estreptococos e Micrococcus 
A conjuntiva é uma continuação da pele ou 
membrana mucosa (contém basicamente a mesma 
microbiota na pele). 
Vale ressaltar que as lágrimas e o ato de piscar 
também eliminam alguns micróbios ou impedem que 
outros colonizam. 
 
Microbiota normal do Trato respiratório Superior 
No nariz: ​Staphylococcus epidermidis, 
Staphylococcus aureus, Difteróides, 
Propionibacterium acnes, Corynebacterium 
ulcerans/xerosis 
Na garganta: ​Staphylococcus epidermidis, 
Staphylococcus aureus, Difteróides, Streptococcus 
pneumoniae, Haemophilus, Mycoplasma e Neisseria 
Outros fatores que dificultam a colonização de 
outras bactérias: 
● Antagonismo microbiano 
● Secreções nasais matam ou inibem muitos 
microrganismos 
● Muco e os movimentos ciliares removem 
muitos microrganismos 
 
Microbiota normal da boca 
Principais espécies e gêneros: ​Streptococcus, 
Lactobacillus, Actinomyces, Bacteroides, Neisseria, 
Haemophilus, Fusobacterium, Treponema, 
Staphylococcus, Mycoplasma, Candida. 
A umidade, calor e presença constante de 
alimentos na boca permite uma alta colonização de 
microrganismos. 
Outros fatores que dificultam a colonização de 
outras bactérias: 
● Mordidas, mastigação, movimentos da língua, 
fluxo de saliva 
● Saliva com várias substâncias antimicrobianas 
 
Microbiota normal do sistema reprodutivo e 
urinário 
Uretra: ​Staphylococcus epidermidis, 
Staphylococcus aureus, Micrococcus, Enterococcus, 
Lactobacillus, Bacteroides, Difteroides, 
Pseudomonas, Klebsiella e Proteus 
Vagina: ​Lactobacillus, Streptococcus, 
Staphylococcus, Clostridium, Candida albicans 
(fungo)​ e Trichomonas vaginalis (​protozoário) 
Outros fatores que dificultam a colonização de 
outras bactérias: 
● Muco/descamação periódica previnem a 
colonização do epitélio 
● Fluxo de urina remove micróbios 
mecanicamente 
● pH da urina e as ureias são antimicrobianos 
● Cílios/muco expelem microrganismos da 
cérvice uterina para a vagina 
● Acidez da vagina inibe/elimina muitos 
microrganismos 
 
Microbiota normal no intestino delgado e no 
intestino grosso 
Bactéria (predomínio de Gram-): ​Escherichia 
coli, Fusobacterium, Enterococcus Enterobacter 
Candida, Clostridium, Lactobacillus e etc. 
Essa microbiota ajuda na absorção de íons e 
água, bem como atua na diferenciação de células da 
mucosa. 
Outros fatores que impedem a colonização de 
outras bac. patogênicas: 
● Muco/descamação periódica previnem a 
colonização do revestimento epitelial (efeito 
barreira) 
● Regulação imunológica 
● Substâncias antimicrobianas 
● A diarreia também acaba por eliminar parte da 
microbiota normal 
Os tipos de bactérias variam com a localidade 
do sistema digestório. 
 
BACTÉRIAS POSSIVELMENTE 
PATOGÊNICAS À PELE 
 
Gênero Staphylococcus 
Bactérias ​gram+, em formato de cocos e em 
formação de cachos de uvas (​estafilococos​). São 
bactérias resistentes a variações ambientais 
(sobrevivem a pequenas alterações no meio). Não 
fazem esporos, são imóveis e são parasitas 
facultativos. 
As principais espécies são a ​aureus, 
epidermidis ​e ​saprophyticus. 
Esse gênero tem a presença da enzima 
catalase​, a qual garante uma maior resistência à uma 
das substâncias antimicrobianas liberadas pelos 
neutrófilos, a H2O2 e alguns radicais livres, pois a 
catalase a converte em H20 + O2. Sendo assim, uma 
forma de diferenciar Staphylococcus de Streptococcus 
é colocando H2O2 em um meio de cultura, no qual, se 
se originar bolhas, a cultura é formado por 
Staphylococcus (evap. do O2 - catalase positiva) 
Staphylococcus aureus 
Encontrado na microbiota normal da ​pele e via 
respiratória​; responsável por uma alta gama de 
infecções no ser humano. É a mais importante do seu 
gênero, sendo responsável pelo 2º maior número de 
infecções em seres humanos. 
 
OBS! ​Fatores de virulência: são os mecanismos que 
permitem a invasão do hospedeiro, ou a evasão da 
bactéria ao sistema imune (devido a componentes da 
superfície celular e/ou toxinas produzidas pela 
bactéria). 
 
Alguns dos seus fatores de virulência são: 
● catalase ​(específica do gênero) 
● coagulase (ou fator de agregação): enzima que 
transforma o fibrinogênio em fibrina, 
recobrindo a bactéria de fibrina e impedindo a 
fagocitose - específico da espécie 
● presença de ​proteína A​: se liga à porção FC do 
anticorpo, que perde a capacidade de 
neutralização do patógeno 
● fator clumping​: recobre os sítios disponíveis 
do staphylococcus, escapando do 
reconhecimento dos fagócitos 
● produção de ​hemolisinas (toxinas):substância 
que provoca lise de células (forma poros na 
membrana de certas células, causando o 
extravasamento do conteúdo citoplasmático); 
são célula ​beta-hemolíticas 
As principais doenças/manifestações 
relacionadas ao Staphylococcus aureus no tecido 
cutâneo e subcutâneo, elas ocorrem após o 
rompimento da barreira da epiderme: 
● Impetigo​: infecção da epiderme (face e nos 
membros) 
● Foliculite​: infecção do folículo piloso (pus 
abaixo da epiderme); na base dos cílios, causa 
terçol. 
● Furúnculo​: extensão da foliculite, criando 
nódulos dolorosos e pus. 
● Carbúnculo​: interação de furúnculos; pode 
atingir os tecidos mais profundos. 
 
Em outros tecidos, pode causar: 
● Endocardites: disseminação por catéter 
intravenoso colonizado, por infecção local ou 
por injeção intravenosa em usuários de droga. 
● Osteomielite: bactéria alcança os ossos por via 
hematogênica em consequência de traumas. 
● Intoxicação alimentar: ingestão de 
enterotoxinas pré-formadas no alimento 
contaminado (manuseio de alimentos). 
● Síndrome do choque tóxico: colonização da 
bactéria na vagina, que produziam toxinas. 
● Síndrome da pele escaldada: descolamento da 
epiderme pela destruição pelo ​aureus da 
desmogleína (proteína que promove a união 
das células epiteliais) pela exfoliativa (enzima 
que destrói as desmogleínas), afeta 
recém-nascidos e crianças menores de 4 anos; 
resolve naturalmente. 
● Bacteremias: presença do ​aureus ​na corrente 
sanguínea 
Para fazer o diagnóstico do ​aureus​: 
1. Exame bacterioscópico de esfregaços (swab 
coletado e meio de cultura na lâmina) corados 
pelo método de Gram, no qual as células 
bacterianas podem ser observadas formando 
arranjos em cachos ou isoladamente 
2. Isolamento da bactéria: realizado nos meios de 
cultura, onde é colocado o esfregaço em meios 
seletivos (ágar-manitol), que favorece 
crescimento de staphylococcus, e, se no 
esfregaço for da espécie ​aureus, ​degrada o sal 
(manitol) contido no meio e produz um 
pigmento dourado (diferenciação para o 
aureus​). 
3. Identificação do microrganismo: realizado 
reações bioquímicas para a identificação, 
como por exemplo o teste da catalase positiva 
e teste da coagulase (teste feito em lâmina ou 
em tubo, onde se adiciona plasma na colônia, 
se ocorrer coágulos no meio, a bactéria é 
aureus​) 
 
OBS! ​Os patógenos que são divididos de acordo com 
a sua produção de hemolisina: 
● beta-hemolíticos: fazem a hemólise total do 
meio (eritrócitos no teste de ágar sangue) 
● alfa-hemolítica: produzem a hemolisina, mas 
eliminam parcialmente as células (eritrócitos) 
● gama-hemolíticos: não apresenta hemolisina 
 
Staphylococcus epidermidis 
2º espécie mais importante do staphylococcus; 
principal membro da microbiota normal do corpo 
humano; não apresentam a produção de coagulase 
(​coagulase-negative Staphylococci​ - CNS). 
Esta espécie tem muitos ​fatores de adesão 
(fator de virulência), sendo perigosa para pacientes 
que fazem uso de material invasivo de plástico 
(cateter, próteses válvulas artificiais e etc, levando à 
bacteremia); sendo assim, alguns fatores que levam a 
essa infecção são: a não higienização dos aparelhos, 
não higienização da pele do paciente, bem como o 
contato prolongado do aparelho (cateter) com o 
organismo (microbiota se regenera). 
O principal fator de virulência é o ​biofilme 
(aglomerado de bactérias formados pelo grande 
número de fatores de adesão), pois cria um 
reservatório de bactérias (bactérias interioranas), que 
dificulta a penetração e difusão de antimicrobianos e 
dos elementos de defesa do organismo. Nesse caso 
com a formação de biofilme, o antibiótico acaba tendo 
efeito bacteriostático, em vez de bactericida - 
bactérias em camadas mais internas conseguem 
sobreviver. 
 
Staphylococcus saprophyticus 
Não apresentam coagulase (​CNS​); 
frequentemente causa infecção do ​trato urinário​, 
especialmente em mulheres (hormônios, xix por mais 
tempo e higienização), podendo chegar a causar de 
cistite e uretrite e, em casos extremos, bacteremia. 2° 
maior causador de patogenia, perde apenas para E. 
coli. Os homens são infectados com muito menos 
frequência. 
A infecção é sintomática e pode envolver o 
trato urinário superior também, devido a sua alta 
capacidade de aderência ao epitélio urinário. 
Essa espécie é um dos poucos CNS que é 
resistente à novobiocina 
(antibiótico - serve como 
fator de diferenciação para 
a espécie). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gênero ​Streptococcus 
Os ​Streptococcus ​são cocos ​Gram+, em 
cadeia​, ​catalase-negativos​; são nutricionalmente 
exigentes (ágar-sangue e caldo nutriente com glicose). 
Anaeróbios facultativos e ocorrem em pares ou 
cadeia. Fazem parte da microbiota normal (vias aéreas 
superiores, boca e trato intestinal). Grupo heterogêneo 
(divididos em grupos A-H e K-V). 
A classificação sorológica do ​Streptococcus 
foi feita pela Rebecca Lancefield, que se baseou na 
composição e variação do Carbono C na parede 
celular das bactérias; foram classificados 20 grupos 
sorológicos. 
 
Streptococcus pyogenes 
Principal representante dos ​Streptococcus 
beta-hemolíticos do grupo A; apresenta alto poder de 
adaptação ao hospedeiro humano (variações de pH e 
temperatura). 
Fatores de virulência: 
● Coagulase 
● Enzima estreptoquinase​: primeiro, a colônia 
cria um coágulo envolto por fibrina, onde elas 
se multiplicam no seu interior e se 
estabelecem (proteção contra o sistema 
imune); depois elas começam a produzir a 
enzimas estreptoquinase que rompe essa 
barreira e libera as bactérias no organismo. 
 
● Enzima Hialuronidase​: faz a quebra do ácido 
hialurônico, provocando lesões no tecido e 
degrada a MEC, visando a sua disseminação 
para tecidos + profundos. 
● Exotoxinas​: destruição dos tecidos 
● Proteína M​, ​cápsula​, ​ácido lipoteitoico (parede 
celular) 
● Estreptolisina O​: auxilia no diagnóstico. 
 
As infecções mais frequentes localizam-se: 
● Faringe e amígdalas: faringoamigdalites 
● Pele: piodermites e erisipela (vermelhidão na 
pele) 
 
As principais infecções são: 
● Fasciíte necrosante: infecção profunda do 
tecido conjuntivo subcutâneo, se caracteriza 
por destruição do tecido muscular e gorduroso 
pela disseminação da bactéria. 
● Bacteremia 
● Febre reumática: caracteriza-se por lesões 
inflamatórias, envolvendo o coração, as 
articulações, os tecidos celulares subcutâneo e 
o SNC; essas inflamações ocorre devido à 
reação dos anticorpos nos próprios tecidos 
humanos (reação cruzada); ocorre também o 
depósito de imunocomplexos, que não são 
degradados pelo organismo pela sua grande 
qtd (várias infecções sucessivas). 
● Glomerulonefrite: como a febre reumática, 
trata-se de uma doença de natureza 
imunológica; caracterizada por uma reação 
inflamatória, com infiltração leucocitária e 
proliferação celular dos glomérulos, ou que 
presenciam ser o resultado de uma lesão 
glomerular imune (muitos imunocomplexos 
que causam lesões nos néfrons - reação 
cruzada). 
 
Streptococcus pneumoniae 
Conhecido como pneumococo, é uma espécie 
constituída por cocos gram+ que se dispõem aos pares 
ou em cadeias curtas. São anaeróbios facultativos e 
são residentes do ​trato respiratório superior​. 
Algumas infecções são: 
● Pneumonia: colonização no trato respiratório 
inferior 
● Sinusite, Otite, Bronquite,meningite e 
bacteremia 
 
Alguns fatores de virulência são 
● Cápsula 
● IgA protease​: lise do anticorpo IgA, que é 
produzido nas mucosas. 
● Neuraminidase​: ajuda a evadir o sistema 
imunológico e disseminar para diferentes 
sítios do organismo 
● Pneumolisina​: lisa os tecidos para a bactéria 
conseguir invadir tecidos mais fundos, além de 
diminuir o batimento ciliar da traquéia e 
facilitar a infecção. 
 
Para a identificação do S. pneumoniae há o 
teste de ​susceptibilidade à optoquina ​(antibiótico): 
1. Semeadura em ágar sangue 
2. Disco padronizado contendo 5 mg de 
optoquina 
3. Incuba-se a 35-37 ºC durante 18-24 hrs (jarra 
de anaerobiose 5% a 10%CO2) 
4. Aparecimento de uma zona de inibição, 
presuntivamente, a presença do S. pneumoniae 
 
Streptococcus viridans ​e ​Streptococcus 
mutans 
Maioria da microbiota do ​trato respiratório, 
trato genital e boca​; podem causar endocardites por 
problemas naturais nas válvulas e/ou devido próteses 
valvulares. 
Contêm a enzima ​glicotransferase​, que 
converte a sacarose em glicanos insolúveis, 
facilitando a adesão na superfície lisa dos dentes 
formando placas dentárias ou cáries. 
 
Streptococcus agalactiae 
Colonizam o ​trato respiratório superior, trato 
intestinal baixo e vagina​, de modo que 5 a 40% das 
gestantes podem estar colonizadas, possibilitando 
infecção em recém nascidos. São inicialmente 
reconhecidos como causadores de sepse puerperal e 
infecções neonatais ou perinatais (pneumonias, 
meningites e bacteremias). 
Patogênese no feto: colonização reto-vaginal 
materna -> rompimento de membranas placentárias -> 
facilita a colonização fetal -> evidências de sua 
entrada pela cavidade amniótica através da placenta 
íntegra -> infecções fulminantes no feto. 
Para fazer a identificação dessa bactéria, é 
feito o ​teste do fator CAMP ​produzido pel S. 
agalactiae, a qual potencializa a ação hemolítica da 
beta-lisina do Staphylococcus aureus: 
1. Em uma placa de ágar-sangue, fazer uma linha 
de Staphylococcus aureus 
2. Fazer, perpendicularmente à linha de S. 
aureus, uma linha da bactéria da amostra (sem 
tocar uma à outra) 
3. Observar se no local de quase intersecção das 
duas linhas houve um aumento da atividade 
hemolítica; se sim, a amostra testada é S. 
agalactiae (CAMP positivo) 
 
OBS! ​O teste de fator CAMP serve para diferenciar o 
S. agalactiae (CAMP+) do S. pyogenes (CAMP-) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Enterococcus 
Enterococcus faecalis 
E. faecalis é 80-85% das amostras do 
gênero Enterococcus; são cocos gram​+, ​isolados ou 
em ​cadeia curtas​, ​catalase negativo​, 
gama-hemolíticos​, menor exigência nutricional e 
maior resistência a agentes físicos de 
descontaminação. Esse microrganismo é um dos 
agentes mais importantes da infecção hospitalar, com 
o agravante de ter adquirido ​resistência à maioria dos 
antibióticos​. 
Essa bactéria causa bacteremias, endocardites, 
infecções do trato urinário e biliar, infecções de 
feridas, infecções pélvicas e intra-abdominais. 
Um dos fatores de virulência é ​substância 
agregativa​, que promove a agregação de E. faecalis 
durante o processo de ​conjugação (transferência de 
plasmídeos), causando maior resistência aos 
antibióticos. 
Para o diagnóstico do Enterococcus faecalis é 
utilizado uma ​placa de ágar bile esculina​, na qual se o 
a bile esculina escurecer, pode ser o E. faecalis; outro 
teste que pode ser feito é o crescimento em um meio 
de cultura em uma concentração de 6,5% de NaCl​, no 
qual, se a amostra crescer, é o E. faecalis. 
Propionibacterium 
Propionibacterium acnes 
Bactéria responsável pela ​acne​, a qual é 
originada por um processo inflamatório na pele pelo 
recrutamento leucocitário, criando lesões com pus. 
Pertencente à microbiota normal da pele, conhecidos 
como ​difteróides​. 
A morfologia desta espécie é de ​bastonetes 
gram+,​ com maior proliferação em pele oleosa. 
A acne se dá da seguinte maneira: ocorre uma 
grande descamação das células da pele, a qual se junta 
com a oleosidade da pele e obstrui os buracos dos 
folículos pilosos. Assim, a massa lipídica acumulada 
sofre oxidação e fica mais escura; além disso, as 
bactérias da microbiota da pele começam a colonizar 
esse local (como a P. acnes); dessa forma, um grande 
número de leucócitos são atraídos para o folículo 
obstruído, a fim de acabar com a colonização, criando 
uma inflamação no tecido e formando o pus (acne 
inflamatória). 
 
Pseudomonas 
Pseudomonas aeruginosa 
Presentes no solo, água e raramente isolada 
em pacientes imunocompetentes, apresentam 
morfologia de bastonetes ​gram-​ e são ​móveis​. 
Algumas síndromes clínicas e infecções 
primárias a pele possíveis são: 
● Infecções pulmonares (podem variar à 
traqueobronquite benigna à broncopneumonia 
necrosante grave) 
● Infecções de pele com colorações 
azul-esverdeada (produção do pigmento 
piocianina) 
● Infecções do trato urinário 
● Otites 
● Infecções oculares (após traumatismo inicial 
da córnea) 
 
Alguns dos fatores de virulência: 
● Fímbrias​: fazem uma maior adesão em células 
epiteliais 
● Flagelo​: composto pela flagelina, traz maior 
mobilidade 
● Cápsula​: resistência à fagocitose e criando um 
biofilme 
● LPS​: imunoestimulante e responsável pelo 
choque tóxico 
● Proteases​, ​hemolisina​, ​toxina A​, ​fosfolipase C​: 
causam lesões e necrose pela degradação das 
paredes de células epiteliais, lise de eritrócitos 
e leucócitos, bem como indução de morte 
celular. 
 
Enterobactérias 
Bacilos gram-​; 40 gêneros e 170 espécies, 
sendo que a maioria habita os intestinos o homem e 
dos animais, constituindo a principal causa de 
infecção intestinal​. 
Alguns fatores de virulência comuns do 
gênero são: 
● Lipopolissacarídeo (LPS)​: responsável pela 
produção de febre (resposta pirogênica), 
alterações vasculares e ação direta sobre os 
mecanismos das reações de hipersensibilidade 
não específica 
Os bacilos gram- são divididos em 2 grandes 
grupos: Fermentadores e Não fermentadores 
 
Micobactérias 
Apresentam 3 espécies principais; esses 
gênero apresenta o ​ácido micólico que recobre a 
parede celular, assim, elas não segue a coloração de 
Gram, sendo necessário a ​coloração de Ziehl-neelsen 
(ver resumos). 
 
Mycobacterium leprae 
Causa a ​lepra​, que provoca a perda de 
sensibilidade nos locais com manchas brancas. Essas 
bactérias têm pré-disposição à ​colonizar o SNP​, 
criando inflamação nos nervos, o que pode causar 
desmielinização e até apoptose das neuróglias. 
A hanseníase pode ter diversos níveis de 
sintomas clínicos, como o ​polo tuberculóide (cria 
grânulos de IFN-gama, TNF, IL-2, IL-6 e IL-12, bem 
como grande imunidade celular e ativação de 
leucócitos) e o ​polo lepromatoso (configura uma 
resposta de produção de anticorpos, ao qual há grande 
liberação de IL-4 e IL-10). A hanseníase lepromatosa, 
por ter seu agente infeccioso dentro da célula, não tem 
grande efetividade para combate, sendo que há 
criação de grande lesões cutâneas. Logo, um paciente 
com lepra tuberculóide é chamado de paucibacilar, 
com baciloscopia -; já a lepra lepromatosa é chamado 
de multibacilar, apresentando muitas lesões e com 
baciloscopia +. 
 
Mycobacterium ulcerans 
Doença negligenciada que ocorre nos trópicos, 
que causa a ​úlcera de Buruli​,com transmissão ainda 
desconhecida. 
O principal fator de virulência é a toxina 
destrutiva micolactona​, que causa uma lesão tecidual 
e inibe a resposta imune. 
A patogênese dessa doença é de progresso 
lento, com poucos sinais e sintomas precoces graves, 
a qual há a formação de uma úlcera profunda que com 
frequência se torna massiva e seriamente danosa e se 
não tratada, pode ser necessária a remoção cirúrgica e 
reconstrução cirúrgica. 
Para o diagnóstico da Úlcera de Buruli é feita 
uma biópsia da lesão por meio da ​coloração de 
BAAR​. 
BACTÉRIAS POTENCIALMENTE 
PATOGÊNICAS AOS OLHOS 
 
Staphylococcus aureus 
Causa terçol no olho a partir de microlesões na 
base dos cílios (já visto mais em cima no resumo). 
 
 
Pseudomonas aeruginosa 
Sua infecção os olhos causa conjuntivite 
 
Haemophilus influenzae 
Trata-se de um ​cocobacilo ou bacilo curto, 
gram-​, causam infecções também no trato respiratório 
inferior. Geralmente, são encontradas nas vias 
respiratórias superiores e raramente causam doenças, 
apenas em casos de imunossupressão, que pode 
disseminar pela corrente sanguínea. 
Dentre os fatores de virulência, essa bactéria 
apresenta uma ​cápsula polissacarídica​, que ajuda a 
escapar do sist. imune. 
Apresenta 6 diferentes sorotipos (A-F), sendo 
que 95% dos casos de doença invasiva são do soro do 
tipo B (meningites). 
Então, essa espécie pode causar: 
● Conjuntivite 
● Meningites 
● Otites 
● Sinusite 
● Epiglotite 
● Bacteremia 
A transmissão da conjuntivite dessa bactéria 
ocorre pelo contato direto pessoa a pessoa e por 
objetos contaminados. O tratamento é por colírio 
contendo antimicrobiana. 
 
Neisserias 
São ​diplococos ​gram- mais achatados nas 
laterais; são ​oxidase positivas e ​catalase positivas 
(exceto N. elongata) 
Esse gênero contém 2 importantes patógenos 
humanos: Neisseria meningitidis (meningite e 
meningococcemia) e Neisseria gonorrhoeae. 
Neisseria gonorrhoeae 
Conhecida como gonococo, causa gonorreia e 
também causa conjuntivite neonatal (oftalmia 
neonatal) e doença inflamatória pélvica (DIP). 
Apresenta período de incubação de 2 a 8 dias. 
Fatores de virulência: 
● Adesinas​: ajuda a bactéria à ancoragem a 
barreira epitelial e facilita a invasão da bact. 
● captação de DNA do meio extracelular (troca 
de ​plasmídeos​) 
● Porinas​: forma poros hidrofílicos que fazem a 
passagem de nutrientes e produtos 
metabólicos, auxilia na penetração da bactéria 
e impede a formação do fagolisossomo) 
● Secreta LOS​, endotoxina que provoca danos 
celulares, indução de TNF e funciona como 
proteases e fosfolipases 
● IgA1 protease​. 
 
A patogênese ocorre por contato sexual, 
causando infecção no trato urogenital, nasofaringe e 
reto e raramente invade a corrente sanguínea, bem 
como facilita a transmissão do HIV (microabcessos 
expõe mais o epitélio e traz mais leucócitos 
infectados). A partir da aderência íntima das adesinas 
ao epitélio, ocorre endocitose do gonococo, atinge a 
camada subepitelial, onde é capturada por fagócitos e 
foge do fagolisossomo, desencadeando a inflamação e 
migração leucocitária, que causa a descamação do 
epitélio, formação de microabcessos e exsudato. 
Na mulher, a manifestação clínica é: 
● normalmente é assintomático e quando 
sintomático ocorre infecção na endocérvice 
(cervicite) 
● Presença de corrimento vaginal e disúria 
● Após anos de infecção, pode causar 
infertilidade, salpingite e DIP (Doença 
Inflamatória Pélvica) 
No homem: 
● Descarga purulenta, contendo grande número 
de bactérias e leucócitos (uretrite) 
● Pode se espalhar para próstata, vesícula 
seminal e epidídimo se não for tratada, 
causando estenose (estreitamento dos ductos) 
e infertilidade 
No recém-nascido, a infecção ocorre durante a 
passagem no canal do parto de uma mulher que tem 
gonorreia e suas manifestações são: 
● oftalmia neonatal 
● presença de massa purulenta nos olhos 
Como medida profilática para os RN há o 
pingamento de 1 gota de Nitrato de prata a 1% nos 
olhos. 
 
Chlamydia trachomatis 
Parasita intracelular obrigatório, cocos 
minúsculos gram-; apresenta mais de 15 tipos de 
sorotipos, com diversas patologias (conjuntivite de 
inclusão e o tracoma). Também é uma IST, causa 
infecções cervicais em torno de 15% (linfogranuloma 
venéreo), grande afinidade por células do epitélio 
colunar. Outras espécies, como a C. psittaci e C. 
pneumoniae causam infecções no trato respiratório. 
No recém nascido, essa bactéria causa 
conjuntivite de inclusão (5-19 depois do parto os 
primeiros sintomas); a transmissão é na hora do parto 
pelo contato com o canal vaginal. Em certos casos a 
bactéria entra no nariz do RN e causa pneumonia. Em 
algumas situações, pode causar prematuridade, baixo 
peso, natimorto e abortos. 
Além disso, essa bactéria pode causar 
conjuntivite granulomatosa, que são cicatrizes as 
quais produzem deformidades que evoluem para a 
retração da pálpebra e dos cílios (triquíase - cílios se 
curvam para dentro dos olhos), podendo causar 
cegueira. 
O ciclo de vida tem duas fases distintas: 
● Corpo reticulado: forma ativa, sem parede 
celular e é intracelular obrigatória 
● Corpo elementar: inativa, tem parede celular e 
é extracelular. 
 
OBS! ​Em alguns indivíduos predispostos 
geneticamente, essa bactéria pode criar a Síndrome de 
Reiter, que causa inflamação em diversas áreas do 
organismo. 
OBS! ​Fase primária: criação de uma pápula pequena 
(3-30 dias) ou úlcera herpetiforme, poucos sintomas 
com cura espontânea e sem cicatriz; se a bactéria 
persistir, há a fase secundária, com linfadenopatias e 
sintomas sistêmicos, onde os gânglios linfáticos 
inflamam (Sinal de Groove - linfonodos separados), e 
em seu interior formam uma massa que se fusiona e 
forma abcessos, fístulas, febre e mialgia; a fase 
terciária tem hipertrofia granulomatosa crônica com 
ulcerações no gânglio e genitais externos e obstrução 
dos vasos linfáticos, causando edema.

Outros materiais