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Aula 3 - Helmintoses de ruminantes

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PARASITOSES - 22.05 – HELMINTOSES DE RUMINANTES
Mais importante a ocorrência em pequenos ruminantes. De forma geral, bovinos conseguem lidar bem com essas parasitoses. Existe uma importância grande, principalmente no nordeste por conta de possuir o maior rebanho de caprinos no Brasil, já que a caprinocultura e ovinocultura são atividades que têm importância econômica e as verminoses podem trazer muitos prejuízos à produção animal.
•Comprometimento do desenvolvimento produtivo 
•Atraso do crescimento 
•Queda da produção leiteira 
•Morbidade 
•Mortalidade
É possível observar a morte de animais de forma aguda, principalmente em determinadas épocas do ano (chuvas), normalmente por conta de Haemonchus contortus (hemoncose em ovinos).
O nordeste se caracteriza por pequenas criações de subsistência (pequenas criações) e o pequeno produtor sofre muito com essas perdas por conta de verminoses.
Essa tabela mostra gastos que determinados parasitos podem ocasionar na criação de bovinos. São gastos com perdas produtivas (animal não consegue expressar seu valor zootécnico por conta do parasitismo) e com medidas de controle (administração de vermífugos).
· PRINCIPAIS ESPÉCIES QUE ACOMETEM PEQUENOS RUMINANTES
· 
· Abomaso 
Haemonchus contortus 
Trichostrongylus axei 
· Intestino delgado 
Trichostrongylus colubriformis 
Strongyloides papillosus 
Cooperia punctata 
Cooperia pectinata 
Bunostomum trigonocephalum
· Intestino grosso 
Oesophagostomum colubianum 
Trichuris ovis 
T. globulosa 
Skrajabinema sp
· PRINCIPAIS ESPÉCIES QUE ACOMETEM BOVINOS
· 
· Abomaso
Haemonchus placei 
H. similis 
Trichostrongylus axei 
· Intestino delgado
Strongyloides papillosus 
Cooperia spp 
Bunostomun plebotomum 
Nematodirus spp 
· Intestino grosso
Oesophagostomum sp 
Trichuris sp
· CICLO BIOLÓGICO GERAL
Animal parasitado elimina no ambiente ovos do parasito. Esses ovos eclodem no ambiente, liberando a L1. Haverá evolução de L1 a L3 no ambiente. A larva L3 tem uma resistência relativa no ambiente (mantém a cutícula da L2 confere resistência). Em condições adequadas de temperatura e umidade pode resistir no ambiente por cerca de 6 meses a 1 ano. Essa larva se desenvolve no bolo fecal e a L3 tem certa mobilidade (a tendência da larva é ficar mais disponível para o hospedeiro). O pasto fica contaminado e a L3 é ingerida pelo hospedeiro definitivo quando vai ser alimentar. Essa larva vai para seu local de predileção (Harmonchus no abomaso, Trichostrongylos no ID e Oesophagostomum no IG), amadurece e causa lesões características com a biologia de cada um dos parasitos.
A superfamília Tricostrogyloidea produzem ovos que são morfologicamente semelhantes. Portanto, num parasitológico de fezes, ao realizar OPG, não conseguiremos distinguir Haemonchus de Tricostrongylus (a menos que se realize cropocultura).
1. HAEMONCHUS
Nematódeo hematófago (acaba espoliando grandemente o hospedeiro). Pode causar anemia e hipoproteinemia uma semana após ingestão de larvas infectantes. A patogenia está diretamente relacionada a anemia hemorrágica. Um parasito adulto consegue se alimentar com 0,05 ml de sangue ao dia, portanto, 5000 parasitos consomem 50 ml/dia. Naturalmente, o animal tenta compensar essa perda, por parte da medula (Ht cai no primeiro momento, porém sobe depois de novo mecanismo de adaptação da medula). Entretanto, quando a carga parasitária é elevada, o que tende a prevalecer é a anemia (tudo depende da relação parasito/hospedeiro).
· SINAIS CLÍNICOS
Raramente observaremos apenas hemoncose. Os animais albergam uma carga parasitária mista (Haemonchus, Tricostrongylus, Oesophagostomum, Trichuris).
· Hemoncose aguda: morte súbita de animais susceptíveis e infectados com grande carga parasitária, anemia, hipoproteinemia, edema (submandibular, ascite), letargia, fezes escuras (melena).
· Hemoncose crônica: relacionada a uma ingestão de baixa carga de larvas, e normalmente acontece no período seco (menos parasitos, menos oferta de comida). Não se observa uma anemia expressiva. Os parasitos conseguem persistir, mas os animais não apresentam sintomatologia expressiva. Conjuntiva porcelana, edema submandibular visível.
2. TRICHOSTRONGYLUS
Parasito pequeno que tem local de predileção o intestino delgado. Não é um parasito patogênico, seu hábito alimentar não é hematofágico. As lesões que podem ser encontradas estão relacionadas à penetração desse parasito na mucosa. Em seu desenvolvimento, a L3 penetra na mucosa para mudar para L4 e depois volta para a superfície para chegar na sua maturidade completa. Isso causa determinadas erosões no tecido (pontos hemorrágicos), causando uma atrofia das vilosidades, com consequente comprometimento da absorção de nutrientes pelo hospedeiro. 
Em casos de cargas parasitárias baixas, os animais conseguem conviver muito bem com o Trichostrongylus. Normalmente é apenas observada uma pequena enterite associada à diarreia.
3. OESOPHAGOSTOMUM
Quando chega em seu local de predileção também penetra na mucosa, porém de forma mais profunda e seu desenvolvimento de L3 para L4 leva um tempo maior. Isso faz com que o próprio organismo reaja à presença do parasito, formando granulomas parasitários no tecido. Na macroscopia, presença de nódulos na serosa contendo L3 (perda do intestino para fins comerciais).
4. MONIEZIA
Cestódeo que acomete ruminantes de maneira geral. Não é um parasito patogênico, normalmente observado quando o animal está altamente parasitado. Acaba sendo um oportunista. O HD (ruminantes) e o HI (ácaros da pastagem – família Oribatidae). Normalmente os animais se infectam e reinfectam em uma velocidade muito grande em função da prevalência desse ácaro no pasto. O HD infectado libera as proglotes desse parasito nas fezes. No ambiente, essas proglotes servem de alimento para os ácaros. No organismo do ácaro, ocorre o desenvolvimento do parasito a cisticercóide. O animal se infecta ao ingerir a pastagem juntamente com o ácaro infectado.
5. DIAGNÓSTICO 1:04:10
Na avaliação clínica, os animais normalmente apresentam sinais clássicos de verminose (magro, pelos eriçados). Também é possível lançar mão de exames complementares, como o OPG (técnica de flutuação), cropocultura (não muito utilizada na rotina, a menos que se queira fazer diferenciação entre os parasitos da superfamília Trichostrongyloidea). É importante associar a dados epidemiológicos (época de chuva/época seca). Com base em todas essas informações, podemos direcionar o diagnóstico.
· OPG
Técnica quantitativa (verificar a quantidade de ovos por grama de fezes dos animal).
- Amostras são pesadas e homogeneizadas com uma solução de densidade específica;
- Contagem na câmara de McMaster.
6. CONTROLE
O objetivo não é erradicar, mas sim manter uma carga parasitária tal que não interfira na produção animal. Uso de tecnologia química e não química.
· CONTROLE QUÍIMICO
Divisão em grupos: curativo, tático, estratégico (bovinos), seletivo (caprinos e ovinos).
 Todos esses grupos são também utilizados para nematódeos gastrointestinais e cestódeos de ruminantes (ajuste de dose)
· CURATIVO: animal apresenta sinal de verminose e é feita a administração de vermífugo sem nenhum critério. (não ter critério não é muito interessante, podendo, inclusive, gerar resistência parasitária).
· TÁTICO: verificar época em que o animal pode sofrer muito com parasitose e exatamente nessa época administrar o vermífugo. (ex: período de chuva animais apresentam maior carga parasitária)(período de gestação e lactação: animais apresentam baixa de imunidade, podendo desenvolver mais a parasitose). Vermifugação em situações de conveniência (animais separados para vacinação acabam também sendo vermifugados, por conveniência). É pratico, porém não é interessante.
· ESTRATÉGICO: mais utilizado na criação de bovinos. Vermifugar os animais em época de vulnerabilidade do parasito (ex: época seca menor carga parasitária e no momento em que os parasitos não estão conseguindo sobreviver muito bem no ambiente). É utilizado atualmente principalmente no controle de helmintosde bovinos (são naturalmente mais resistentes a essas parasitoses). Elaborado a princípio por pesquisadores da EMBRAPA.
SELETIVO: seleção dos animais de um rebanho que precisam ser vermifugados. Divisão em categorias animais naturalmente resistentes, tolerantes e os naturalmente susceptíveis. Apenas os naturalmente susceptíveis devem ser vermifugados (redução da quantidade de vermífugo administrada). 1:16:10
No semiárido do nordeste, a concentração de chuva se dá nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro.
Ao longo de um ano, em determinada região, determinar o período de chuva e o período seco. No início do período seco, 1ª administração. No meio do período seco, 2ª administração. No final do período seco, uma 3ª administração. No meio do período chuvoso é feita uma 4ª administração (administração tática – associação de controles).
A principal desvantagem do controle estratégico é que pode ocorrer a seleção de parasitos mais resistentes, principalmente quando fazemos a vermifugação em todos os animais do rebanho. Foi um controle criado pela EMBRAPA, existe um sentido, mas eles erraram em não selecionar os animais que tinham que ser vermifugados de fato. No caso de pequenos ruminantes, a resistência parasitária aparecerá muito mais rápido (controle estratégico).
Como montar o controle estratégico? Verificar o regime de chuvas da região e separar o período de chuvas. Fazer a dosagem no período de secas. Conhecer a flutuação sazonal dos parasitos de cada região é muito interessante. A partir daí a gente pode instituir o controle estratégico.
7. RESISTÊNCIA PARASITÁRIA
Diretamente relacionada à ocorrência, a seleção, daqueles parasitas que conseguem resistir a uma determinada forma de controle (administração de determinado fármaco). É um fenômeno genético. O parasito que consegue resistir consegue passar para sua prole essa mesma característica.
Normalmente consideramos um princípio ineficaz quando ele não consegue eliminar cerca de 95% de determinada população. Em um levantamento, se um vermífugo tem 90% de eficácia em uma determinada população, nós já estamos diante de um caso de resistência.
Razões que estimulam ao aparecimento, visualizarmos mais rapidamente a ocorrência da resistência:
· Curto intervalo entre tratamentos diretamente ligado a uma pressão contínua de seleção
· Rápida alternância de diferentes grupos de vermífugo favorece a ocorrência da resistência múltipla (?).
· Aquisição de animais com altas cargas parasitárias normalmente provem de propriedades onde o manejo não é feito adequadamente.
Avaliação de rebanhos de caprinos e ovinos quanto à resistência parasitária.
Seleção de grupos de animais coleta de amostra de fezes OPG
Aplicação de variados princípios (no mesmo momento). Após 15 dias, nova coleta e verificar se houve redução da carga parasitária. (teste in vivo de eficácia).
Os principais vermífugos utilizados mostraram baixa eficácia, evidenciando casos de resistência parasitária.
· MEDIDAS PARA REDUÇÃO DA RESISTÊNCIA
· Determinar corretamente o peso dos animais
· Diminuir o número de tratamentos
· Fazer rotação lenta das famílias de vermífugos*
· Pastejo alternado*
· Manejar a lotação animal
· Tratar de forma seletiva*
· Manter a refugia*
*Controverso: se for necessário mudar o grupo químico pelo menos uma vez ao ano.
*Parasitos normalmente apresentam especificidade de espécie, auxiliando na redução da carga parasitária.
*Vermifugar apenas os animais susceptíveis.
*Refúgia = estoque de larvas na pastagem. É uma população de parasitos que ainda não entrou em contato com determinados princípios ativos. Essa população pode ser a que está presente na pastagem (larvas principalmente), ou então pode ser constituída de parasitos adultos presentes em animais resistentes que não entraram em contato com vermífugos. Para que esses parasitos sejam selecionados como resistentes, vamos ter um tempo maior. Manter a refugia significa retardar a seleção de parasitos resistentes. Como manter a refugia? Fazendo o controle seletivo. Selecionar os animais do rebanho a serem vermifugados. Consequentemente, os parasitos dos animais que não foram vermifugados não entram em contato com o princípio ativo, ou seja, não é realizada uma pressão de seleção nessa população. Há um retardamento do aparecimento da resistência. 
8. SISTEMA FAMACHA (uma das ferramentas no controle da haemoncose)
Desenvolvido para monitorar o grau de anemia de pequenos ruminantes (desenvolvido primeiramente em ovinos) e tentar associar esse grau de anemia a uma possível carga parasitária de Haemonchus. Se o parasito é hematófago, naturalmente os animais vão apresentar anemia. Por meio de um cartão, conseguimos monitorar esse grau de anemia e classificar os animais.
Esse sistema foi desenvolvido justamente por conta da prevalência de Haemonchus contortus na população de caprinos e ovinos, principalmente para tentar categorizar animais em resistentes, resilientes e susceptíveis e por conta do uso excessivo dos vermífugos (pressão de seleção exarcebada).
Com base nesse método conseguimos categorizar os animais em resistentes (baixa carga parasitária sem presença de sinais clínicos), resilientes (tolerantes, podem até apresentar carga parasitária moderada, mas em geral não apresentam sintomatologia expressiva) e susceptíveis (animais que apresentam altas cargas parasitárias e sinais clínicos associados à verminose).
Essa é a base do controle seletivo. Dentro de um rebanho, administrar a vermifugação apenas em animais susceptíveis.
Se são necessárias várias e várias vermifugações, esse grupo de animais susceptíveis deve permanecer no rebanho? O ideal é compor o rebanho apenas com animais resilientes e resistentes. Os animais naturalmente susceptíveis na verdade não trazem um ganho para produção animal. A depender da situação, temos que avaliar se devem permanecer no rebanho (animais candidatos ao descarte).
A recomendação é fazer a aplicação do método semanalmente e ir estendendo esse período até chegar em uma situação em que se consiga categorizar os animais. A partir daí a aplicação pode ser de forma mensal (depende muito do período de chuvas) e durante as chuvas fazer quinzenalmente.
É interessante fazer a coleta de sangue e realizar o hematócrito desses animais, para ver se há uma correspondência do método FAMACHA e do hematócrito desses animais.
· Animais com no grau 1 e 2: atitude clinica é não tratar esses animais
· Animais com grau 3, 4 e 5: animais que necessitam ser tratados.
· VANTAGENS DESSE MÉTODO
· Redução da aplicação de vermífugos
· Retarda a seleção de parasitos resistentes
· Técnica prática e fácil - aproximadamente 500 ovinos/caprinos podem ser inspecionados por hora 
· Aumentar relação custo benefício na produção
*LEMBRAR: o método FAMACHA não substitui os outros métodos de controle. Devem ser usados de forma integrada!
9. CONTROLE NÃO QUÍMICO
· ROTAÇÃO DE PASTAGEM (continuação controle de Nematodas)
Como dividimos as propriedades em piquetes para serem explorados, esses piquetes precisam de um tempo de descanso para a graminha se recuperar. Esse tempo depende da graminha que está sendo utilizada. A ideia da rotação de pastagem é que enquanto a graminha está descansando, seria um tempo para eliminar aquelas formas evolutivas no ambiente. Mas considerando a morfologia do parasito que já vimos, o descanso da pastagem não seria suficiente para eliminar as formas evolutivas, mas pode reduzir a população de parasitas no ambiente. 
De forma em geral, a rotação de pastagem foi colocada como uma estratégia de controle de nematóides gastrointestinais, mas foi observado ao longo do tempo que a rotação não auxilia tanto, isso porque as larvas dos parasitos conseguem resistir em condições adequadas de temperatura e umidade, conseguem permanecer no ambiente seguramente por 6 meses, e não é possível dar um descanso de 6 meses numa pastagem. De forma geral, o descanso da pastagem/rotação não ajudou, e em muitas situações ela só prejudica, porque divisão do piquete faz com que a gente realize umconsumo intensivo daquela área, ou seja, cada piquete tem aquela capacidade máxima, isso que respeita aquela rotação animal. E com a rotação animal alta, a tendência é que a contaminação ambiental seja mais Alta. A rotação que deveria auxiliar na verdade ela pode favorecer essa disseminação dos parasitas. Somente a rotação. 
O que pode ser feito é a consorciação de espécies diferentes, pois os parasitas apresentam de forma geral uma especificidade de hospedeiro. Exemplo: gênero Haemoncos e espécie contornos, que é de caprino/ovino, ou seja, não vai acometer bovino. E vice-versa. Com base nessa especificidade, realizar um consórcio nessa propriedade com espécies diferentes pode diluir essas formas parasitárias no ambiente. 
Exemplo: trabalho realizado para verificar a eficácia da rotação de pastagem e do pastejo alternado com consórcio de espécies diferentes. Utilizaram uma área de uma determinada propriedade e dividiram em 3 módulos diferentes. Cada módulo subdividido em piquetes. O módulo 1 é colocado obviamente na rotação específica um número de ovinos para pastejar, e é necessário seguir os 28 a 30 dias, o grupo de animais é passado para o outro piquete, de forma como percorreu todo o modulo 1; no mesmo sentido para o módulo 2. E o módulo 3, foi feito como espécie de controle, ou seja, só os ovinos pastejavam nesse ambiente, também de forma rotacionada. Nesse outro exemplo, os bovinos saíram do módulo 2 e foram colocados no módulo 1. E os ovinos saíram do módulo 1 e foram para o módulo 2, local onde os bovinos já haviam pastejado. No final do trabalho, fazendo obviamente todo o acompanhamento parasitológico como o OPG, foi observado que os animais que foram criados de forma consorciado, com a rotação, eles apresentavam uma taxa parasitária muito mais baixa do que esses animais que estavam no controle. Ou seja, os bovinos que pastejaram aqui seguramente ingeriram várias larvas de parasitos que são específicos de pequenos Ruminantes, no caso, de ovinos; e isso promoveu uma diluição da contaminação ambiental. Então essa é uma possibilidade que pode ser associada com a criação desses animais, para reduzir a contaminação ambiental. 
· CONFINAMENTO
O confinamento das categorias mais susceptiveis é muito importante, e ele ocorre dentro de uma rotação. NO confinamento é fundamental tratar com a higiene; aquele ambiente deve ser higienizado diariamente. 
Havendo a possibilidade, é interessante "investir" na criação de animais que são naturalmente resistentes, então existem algumas raças que já apresentam uma resistência natural a parasitos gastrointestinal, considerando nos ovinos a raça Santa Inês (já apresenta uma resistência natural, diferente de outras raças), ao exemplo da raça Ile de Frace, que é uma raça altamente produtiva, mas que não tem uma resistência parasitária tão interessante. A depende da situação, é possível trabalhar com o cruzamento dessas raças, raças mais rústicas com raças que tem o potencial produtivo maior. 
Finalizando essas alternativas de controle, nos podemos (na verdade são alternativas que ainda estão em estudo), temos a possibilidade do controle biológico, principalmente com a utilização de fungos que são hematófagos. Da fitoterapia e da Homeopatia. De forma geral, o que observamos é um leque grande de trabalhos que mostram uma efetividade grande e outros não tanto. São alternativas que podem ser usadas, mas que elas não podem ser simplesmente dotadas como forma de única alternativa.

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